Você está na página 1de 51

DISTÚRBIOS INTRACRANIANOS E

CEREBRAIS

Enfermagem Clínica
Profª Mirian Daniela da Silva
Revisão anátomo-fisiológica
SISTEMA NERVOSO
É responsável pelo ajustamento do
organismo ao ambiente.
Função principal: perceber e identificar as
condições ambientais externas, bem como
as condições dentro do próprio corpo e
elaborar respostas que adaptem a essas
condições.
FUNÇÕES BÁSICAS
Função integradora = coordenação das funções
de vários órgãos.

Pressão arterial filtração renal e


frequência respiratória

Função sensorial = sensações gerais e especiais.


Função motora – contrações musculares
voluntárias e involuntárias.
Decisões, humor, comportamento, Cálculo, leitura, escrita,
movimento sensações

Linguagem, compreensão,
memória
Coordenação, controle de
Pressão arterial movimentos finos
SNC: recepção de estímulos, de comando e
desencadeadora de respostas, sendo formado
pelo encéfalo e pela medula espinal.

SNP: constituído pelas vias que conduzem


os estímulos ao sistema nervoso central ou
que levam até aos órgãos efetuadores as
ordens emanadas da porção central, sendo
formado pelos nervos cranianos e espinais,
pelos gânglios e pelas terminações nervosas. 
TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS AO SISTEMA NERVOSO

Convulsão – contrações involuntárias e súbitas da


musculatura esquelética.
Paralisia – perda da função da sensibilidade.
Parestesia – diminuição da sensibilidade.
Paraplegia – paralisia dos membros inferiores.
Tetraplegia – paralisia dos quatro membros.
Hemiplegia – paralisia do lado direito ou esquerdo do
corpo.
Insônia – dificuldade para dormir.
Coma – profundo estado de sonolência, com perda da
sensibilidade e de movimentos voluntários.
Distúrbios Intracranianos e Cerebrais
Reduzem o fluxo sanguíneo para o cérebro.
Causas: fechamento dos vasos ou
hemorragia devido à ruptura de vasos
A extensão da lesão e o tipo de gravidade
resultantes dos déficits neurológicos depende
do grau de privação de oxigênio e da
localização e intensidade do sangramento.
Acidente Vascular Encefálico - AVE
Popularmente: Derrame cerebral.
Acidente Vascular Cerebral – AVC
termo bastante utilizado, mas está em
desuso- não acontece somente no cérebro.
Interrupção da irrigação sanguínea das
estruturas do encéfalo;
O encéfalo não recebe oxigênio e glicose
ocasionando a perda da funcionalidade dos
neurônios.
TIPOS DE ACIDENTE VASCULAR
ENCEFÁLICO - AVE
TIPOS DE ACIDENTE VASCULAR
ENCEFÁLICO - AVE
Acidente Vascular
Encefálico Isquêmico –
AVEI
Falta de circulação numa
área do cérebro
Causas: obstrução de uma
ou mais artérias por
ateromas ou trombose,
embolia e insuficiência
circulatória.
Responsável por 85% dos
AVE’s
TIPOS DE ACIDENTE VASCULAR
ENCEFÁLICO - AVE
Acidente Vascular
Encefálico Hemorrágico
AVEH
Sangramento cerebral
Causas: rompimento de uma
artéria ou vaso sanguíneo,
em virtude de hipertensão,
problemas na coagulação do
sangue e traumatismos.
Responsável por 15% dos
AVE’s – porém + fatal.
Tipos de Acidente Vascular Encefálico
Isquêmico - AVEI
Trombótico: coágulo ou placa de ateroma
obstrui uma artéria que irriga o cérebro.
Corresponde a 60 % dos casos
Por embolia- os êmbolos são libertados na
corrente sanguínea e se deslocam até as
artérias cerebrais, causando o entupimento
Insuficiência Circulatória: falha no coração,
que deixa de bombear sangue corretamente
levando a deficiência de sangue à cabeça.
Acidente Vascular Encefálico
Hemorrágico - AVEH
O AVEH não é tão comum quanto o isquêmico, no
entanto, pode causar a morte mais frequentemente do
que o AVEI.
Existem duas formas de AVC hemorrágico:
 AVEH Intracerebral ou Intra parenquimatoso – 15%
dos casos
• Sintomas: tem início gradual e pioram no decorrer de
30 a 90 minutos.
 AVEH Subaracnóideo - Podem ocorrer em função de
um aneurisma que rompeu-se ou mal formação
arteriovenosa.
ATAQUE ISQUÊMICO
Atenção! TRANSITÓRIO - AIT
Corresponde a uma isquemia passageira
que não chega a constituir uma lesão
neurológica definitiva e não deixa sequela.
É um episódio súbito com manifestações
neurológicas que se recuperam em minutos
ou em até 24 horas.
Mesmas manifestações clínicas do AVEI –
o que muda é o tempo.
Também exige cuidados imediatos.
Fatores de Risco para AVE
Ataque isquêmico transitório – AIT
DM – Diabetes Mellitus
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica
Dislipidemia – níveis elevados de lipídios no sangue
(colesterol e triglicerídeos)
Tabagismo, alcoolismo e drogadição
Problemas cardíacos
Fatores genéticos
Estresse
Sedentarismo e obesidade
Histórico Familiar
Sinais e Sintomas - AVE
 Perda repentina da força muscular;
 Cefaleia intensa e pulsante;
 Dificuldade de comunicação;
 Formigamento, fraqueza ou paralisia em um dos lados do
corpo;
 Alterações da memória, tontura e confusão mental;
 Perda de sensibilidade súbita e grave em qualquer parte do
corpo;
 Problemas para enxergar, incapacidade de olhar para a luz e
dobrar o pescoço;
 Divergência súbita dos olhos para uma direção;
 Perda de equilíbrio ao caminhar;
 Problemas de coordenação dos braços e mãos;
 Disfasia (dificuldade para falar) ou afasia (não conseguir
Diagnóstico do Acidente Vascular
Encefálico
Exame neurológico - avaliação do sistema
nervoso.
Anamnese - questionar sobre sinais e
sintomas e tempo de surgimento dos mesmos.
Exames laboratoriais
Tomografia computadorizada do crânio
Ressonância magnética
Tratamento do AVEH
Objetivo:

AVEI - tentar restabelecer o fluxo de sangue


para o cérebro, de forma a controlar a área
afetada e a recuperação mais fácil.

AVEH - tentar diminuir o sangramento e


reduzir a área comprometida.
Tratamento do AVE
Manutenção de vias respiratórias:
oxigenoterapia.
Medicamentos:
Anti-hipertensivos;
Anti-agregantes plaquetários;
Redutores do colesterol.
Acidente Vascular Encefálico Isquêmico - AVEI
Trombolíticos: desfazer o trombo e permitir o
fluxo de sangue na região afetada e diminuir o
número de sequelas.
O uso de 3 a 4 h após o inicio dos sintomas dá ao
paciente até 12 % mais chances de não desenvolver
nenhuma sequela ou de ficar com uma sequela
menor após a recuperação.

Cateterismo cerebral: inserção de um tubo


flexível que vai desde a artéria da virilha até ao
cérebro para tentar remover o coágulo ou para
injetar remédios anticoagulantes no local.
Acidente Vascular Encefálico Isquêmico - AVEI
Desobstrução da carótida: quando a obstrução
acontece na carótida.
Este procedimento serve tanto para diminuir os efeitos
como para prevenir um novo derrame cerebral;
Cirurgia de descompressão cerebral: indicada em
casos de AVE muito grande ou que causam edema
cerebral muito grande.
É um procedimento cirúrgico que abre o crânio por um
período, até que diminua o inchaço causando menos
prejuízos ao cérebro da pessoa.
Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico
AVEH

Cirúrgico: controle da hemorragia.


* Em sangramentos maiores pode ser necessária a
realização de uma cirurgia de descompressão
cerebral para redução do inchaço.
* É importante tratar a causa do sangramento, que
pode ser um aneurisma, uma malformação dos vasos
sanguíneos ou um traumatismo.
Tratamento do AVE
Fisioterapia motora, terapia ocupacional
nutricionistas - lidar com a sequela do AVE e a
recuperar a sua força motora.
Dieta adequada.
Repouso no leito.
Controle hidroeletrolítico rigoroso.
Analgesia e sedação sempre que necessário
CSV principalmente temperatura e pressão arterial –
e glicemia (HGT).
* Quanto mais cedo for iniciado o tratamento do AVE,
mais fácil será a recuperação da pessoa e maior a
possibilidade de ter menos sequelas.
Prognóstico do AVE
Se o paciente for tratado o fluxo sanguíneo
volta a ser restabelecido e em pouco tempo,
pode haver recuperação com uma pequena ou
nenhuma sequela.
Em um AVE pequeno os sintomas podem
melhorar dentro de alguns dias.
Prognóstico do AVE
Quando o suprimento de sangue estiver
suspenso por um período prolongado a lesão
cerebral pode ser mais grave e os sintomas
podem durar vários meses ou, dependendo do
tempo para receber atendimento, levar ao
óbito.
Caso ocorra uma lesão cerebral grave poderá
haver incapacidade definitiva- sequela
permanente.
Reabilitação do AVE
Prevenção, reconhecimento e gestão das
complicações e comorbidades;
Terapia para o máximo de independência;
Facilitar ao máximo a capacidade do
indivíduo e da família de lidar com a situação
e se adaptarem;
Reabiliação, prevenção do déficit secundário
através da promoção de reintegração social,
incluindo o acompanhamento do regresso a
casa, da família e atividades recreacionais e
vocacionais;
Reabilitação do AVE
Reforço da qualidade de vida tendo em conta
o déficit residual;
Prevenção de um segundo AVE ou outros
eventos vasculares como infarto agudo do
miocárdio (IAM), que ocorrem mais
frequentemente nesses pacientes.
Prevenção do AVE
Parar de fumar e evitar exposição ao fumo;
Manter uma alimentação saudável;
Dieta rica em legumes, frutas, vegetais, cereais,
peixes, carnes magras e aves; pobre em gorduras;
Controle e acompanhamento da glicemia (HGT);
Praticar atividade física moderada: 30
minutos/dia;
Acompanhamento e controle do peso;
Consumo moderado de álcool
Prevenção do AVE
Combater os fatores que aumentam o risco
da aterosclerose:
Controle do colesterol e trigicerideos
Controle da hipertensão arterial
Obesidade
Fumo
Diabetes

Você também pode gostar