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Ventilação Mecânica
De nir SDRA
A Escolha da PEEP
Posição PRONA
Considerações Finais
Referências
Introdução
Nos últimos anos, várias pesquisas se dedicaram a abordar o suporte ventilatório mecânico
seguro e adequado ao paciente, com o objetivo de evitar a lesão induzida pelo ventilador.
Níveis de PEEP capazes de evitar colabamento das vias aéreas e dos alvéolos com
troca gasosa adequada, associados ao posicionamento estratégico dos pacientes
no leito e técnicas de suporte avançadas, como a circulação extracorpórea.
“ Doença in amatória que leva à lesão pulmonar com alterações estruturais e funcionais
(comprometimento da função da barreira alvéolo-capilar) causando um exsudato alveolar
com consequente alteração da mecânica respiratória e hipoxemia1.”
Avani Sadana
A Figura 1 a seguir, apresenta uma comparação entre o alvéolo normal e o dani cado
decorrente da SDRA.
FIGURA 1
Comparativo entre Alvéolo Normal e Dani cado pela SDRA
Inicialmente, a SDRA foi descrita em 1967 por Ashbaugh e colaboradores, cujos possíveis
fatores de risco descritos foram:
1 Sepse.
2 Trauma.
3 Pneumonia e aspiração.
Sinal de hipoxemia grave em vigência de altas FiO2, in ltrado pulmonar
4 nos quatro quadrantes.
Em 1994, uma nova Conferência entre especialistas o cializou os critérios para o diagnóstico
clínico de SDRA, embora tivesse sido contestada ao longo dos anos por vários estudos, pois a
avaliação do nível de oxigenação não era precedida por suporte ventilatório padronizado.
Dessa forma, a divisão entre SDRA cou caracterizada em leve, moderada e grave, baseando-
se nos limites de troca gasosa (PaO2/FiO2) e sugerindo ser sensível quanto aos parâmetros de
mortalidade frente ao aspecto de gravidade.
A literatura evidencia ainda que con gurações inadequadas dos parâmetros ventilatórios
podem produzir danos pulmonares em pacientes com SDRA. Vale dizer que lesão induzida
pelo ventilador, por vezes, pode ser atribuída a:
PEEP.
Hipertensão.
Abertura e fechamento alveolar.
FIGURA 2
Lesão Induzida pelo Ventilador
Assim, o baixo volume corrente (6ml/kg) de peso do corpo predito, a limitação do delta de
pressão com pico de pressão inspiratória entre 28 - 30cm de H2O e o PEEP adequado para
ajuste de troca gasosa são componentes essenciais de uma estratégia ventilatória protetora.
Uma recente meta-análise mostrou que a ventilação protetora com baixos volumes correntes
foi associada a melhores resultados clínicos, mesmo em pacientes sem SDRA.
Durante a estratégia de ventilação na SDRA, a titulação de PEEP torna-se
componente necessário, a m de minimizar a hiperdistensão alveolar, assim
como a variação da complacência estática (Cst) em função da PEEP constitui
método empregado para o ajuste da “PEEP ideal” em pacientes com SDRA.
FIGURA 3
Presença de colapso nas vias aéreas
GRÁFICO 1
Abertura da Via Aérea Conforme Aumento da PEEP
FIGURA 4
Manobra de Recrutamento Alveolar Guiado por Tomogra a Computadorizada de Tórax
FIGURA 4
Manobra de Recrutamento Alveolar Guiado por Tomogra a Computadorizada de Tórax
FIGURA 4
Manobra de Recrutamento Alveolar Guiado por Tomogra a Computadorizada de Tórax
Vários são os estudos siológicos que demonstram a evidência clínica da MRA, contudo, com
melhora momentânea da troca gasosa e da ventilação alveolar. Atualmente, autores relatam
com maior evidência cientí ca a MRA com baixos volumes correntes e altos níveis de PEEP
como estratégia de resgate e caz para o tratamento.
Posição PRONA
troca gasosa, com hemodinâmica controlada, comumente observada na SDRA grave, em que
Cst < 40ml/cmH2O).
Intervenção não invasiva com efeitos profundos e diretos nas múltiplas etapas do
transporte de O2.
TABELA 1
Complicações e Prevenção na Posição PRONA
A oxigenação por membrana extracorpórea (OCME) ganha espaço como tratamento dos casos
graves de SDRA refratário ao tratamento convencional. A literatura demonstra impacto na
mortalidade. Con ra os detalhes desse procedimento a seguir, na imagem:
FIGURA 6
Oxigenação por Membrana Extracorpórea (OCME)
Figura
Figura 6.
6. Canulação
Canulação da
da ECMO:
ECMO: Veia
Veia jugular
jugular direita
direita ee veia
veia femural
femural direita,
direita,
conectadas aos circuito da ECMO.
conectadas aos circuito da ECMO.
Fonte:
Fonte: New
New York-Presbyterian
York-Presbyterian [Sítio].
[Sítio]. Center
Center for
for Acute
Acute Respiratory
Respiratory Failure.
Failure.
Disponível em: http://nyp.org/services/carf/what-is-ecmo.html.
Disponível em: http://nyp.org/services/carf/what-is-ecmo.html.
Acessado:
Acessado: 18/03/2016.
18/03/2016. Ilustração
Ilustração por
por Lara
Lara Durrant
Durrant ee Peter
Peter Kuempel
Kuempel
Concluindo
Nessa seção, de nimos a SDRA, as estratégias de ventilação e seus benefícios quanto ao
tratamento, assim como ressaltamos os riscos para o desenvolvimento da SDRA e os riscos
Concluindo
para lesão pulmonar induzida pelo ventilador. Demonstramos estratégias de tratamento a
Nessa seção, de
serem aliadas nimos amecânica,
à ventilação SDRA, as como
estratégias
a PRONAde eventilação
a ECMO. e seus benefícios quanto ao
tratamento, assim como ressaltamos os riscos para o desenvolvimento da SDRA e os riscos
para lesão pulmonar induzida pelo ventilador. Demonstramos estratégias de tratamento a
serem aliadas à ventilação mecânica, como a PRONA e a ECMO.
Assista ao vídeo a seguir, que traz os principais aspectos que você
deve se atentar para uma assistência com qualidade.
Evitar hipoxemia.
gasometria, em especial na fase aguda da doença, em que pacientes com acidente vascular
cerebral (AVC) isquêmico agudo mantêm PaCO2<35 mmHg por risco de isquemia na área de
penumbra.
A literatura evidencia que o CO2 interfere diretamente no uxo sanguíneo cerebral (FSC),
conhecido como o volume de sangue circulante pela circulação cerebral, em que o CO2 irá
modi car o calibre dos vasos cerebrais em fração de segundos, e a variação de 1 mmHg CO2
saiba mais
–
Acredita-se que a hiperventilação seja uma estratégia capaz de restaurar autorregulação da
perfusão cerebral, contudo, há necessidade extrema de acompanhamento pelo pro ssional,
visto que há risco de isquemia cerebral por baixa perfusão.
FIGURA 8
PIC e sua Monitorização
Concluindo
Nesta seção, foram apresentadas as estratégias ventilatórias no paciente neurológico, bem
como suas particularidades frente ao uxo cerebral e atuação dos gases, e também a
importância em se controlar valores de ETCO2, possibilidade de hiperventilação e ventilação
Nos referimos à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) como patologia respiratória que
ocasiona obstrução crônica ao uxo aéreo não reversível ou parcialmente reversível,
caracterizado siopatologicamente por bronquite crônica e en sema pulmonar em gravidade
variável, sendo excluídas patologias como bronquiectasias, sequelas de tuberculose, asma,
bronquiolites, pneumoconioses ou outras doenças parenquimatosas pulmonares.
Objetivos da VM na DPOC
A seguir, temos um uxograma para suporte ventilatório do paciente com DPOC. Buscando o
entendimento da logística do paciente entubado como estratégia ventilatória e objetivos
clínicos.
FIGURA 9
Fluxograma do Suporte Ventilatório do Paciente DPOC
FIGURA 10
AutoPEEP Ocasionado por Presença de Secreção, In amação na Via Aérea e Broncoespasmo
Fonte: Adaptado de Dafne Cardoso Bourguignon da Silva, Flavia Andrea Krepel Foronda,
Eduardo Juan Troster J Pediatr (Rio J) 2003;79 Supl 2:S161-S68.
A obstrução ao uxo expiratório resulta em prolongamento
dessa fase, levando ao aprisionamento de ar, com
consequente AutoPEEP. A hiperinsu ação alveolar resultante
desse processo é fator determinante de aumento de
morbidade e mortalidade em pacientes com DPOC e asma
submetidos à ventilação mecânica invasiva.
GRÁFICO 3
Processo de Respiração em Paciente com DPOC e Asma Submetidos à Ventilação Mecânica
Invasiva
GRÁFICO 4
Variação de Pressão por Volume nos Pacientes Obstrutivos e Restritivos
Concluindo
Nesta seção, foram apresentadas as estratégias de ventilação mecânica nos pacientes com
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Demonstramos também as repercussões do
broncoespasmo, in amação das vias aéreas e a presença do AutoPEEP, assim como suas
repercussões crônicas na mecânica ventilatória do sistema respiratório dos pacientes.
Assista ao vídeo, que traz os principais aspectos que você deve se
atentar para uma assistência com qualidade.
Estratégia de Tratamento
Estratégia de Tratamento
A ventilação protetora é usada também no paciente cardiopata, porém, por ter maior
sensibilidade hemodinâmica, há necessidade de observar:
Concluindo
Nessa seção, foram apresentadas as estratégias de tratamento ventilatório em pacientes
cardiopatas.
TABELA 3 Vale ressaltar a importância do conhecimento da hemodinâmica dos pacientes
para se compreender
Suporte a estratégia
Ventilatório no ventilatória desse paciente e sua interação.
Paciente Cardiopata
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