Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO


WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 1/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

1. OBJETIVO

Descreve a sistemática para a realização da Coloração de Ziehl-Neelsen ou Pesquisa


de BK ou Baciloscopia, que é utilizada para detectar a presença e evidenciar as características
morfológicas e tintoriais dos Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (B.A.A.R).

2. MATERIAIS

▪ Cabine de segurança biológica;


▪ Lâminas p/ microscopia com extremidade fosca;
▪ Solução fisiológica a 0,9%;
▪ Álcool para limpeza do verso da lâmina corada;
▪ Algodão ou gaze;
▪ Suporte para colorações em geral;
▪ Fonte de água corrente (torneira);
▪ Óleo de imersão;
▪ Papel filtro.
▪ Corantes de Ziehl-Neelsen:
▪ Fucsina Fenicada de Ziehl 3%;
▪ Ácido clorídrico a 3% em etanol (solução álcool ácido);
▪ Solução de azul de metileno 0,3%.
▪ Palitos de madeira;
▪ Alça bacteriológica;
▪ Microscópio ótico;
▪ Bico de bunsen.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 2/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

3. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO

3.1. Tipo de Amostra

Amostras do trato respiratório inferior, biópsias, tecidos, líquidos em geral incluindo


LCR e urina. Os volumes recomendados para cada amostra são os seguintes:
▪ Escarro: 5 mL;
▪ Líquido Cefalorraquidiano (LCR): 2 mL;
▪ Líquido de diálise peritoneal: de 15 a 20 mL.
Nos demais materiais biológicos obter a quantidade necessária para realização do
procedimento. Todas as amostras devem ser acondicionadas em frascos estéreis.
O tempo de estabilidade e de estocagem varia em relação ao tipo de amostra:
▪ Escarro e lavado brônquico: 01 hora (até 12 horas após a coleta) em temperatuta
ambiente ou até 1 semana) 24 horas sob refrigeração;
▪ LCR e líquidos estéreis: 01 hora (até 2 horas após a coleta) em temperatura
ambiente ou até 24 horas sob refrigeração.
▪ Biópsias e tecidos: 2 horas em temperatura ambiente ou até 24 horas sob
refrigeração;
▪ Urina: 2 horas em temperatura ambiente ou 24 horas sob refrigeração. 24 horas
sob refrigeração.
▪ Cuidados Especiais: As amostras devem ser processadas em cabine de segurança
biológica e o manipulador deve fazer uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Seguir
especificações contidas no Manual de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia do ULAC
(Segurança nível 3). O material contaminado deve ser esterilizado através de autoclavação sob
pressão, a 121º C, antes de ser lavado e/ou desprezado.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 3/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

3.2. Procedimento técnico para amostra de escarro

Figura 1 e 2. Técnica de preparo da amostra de escarro.

Fonte: Ministério da Saúde, 2002.

▪ Selecionar a parte mais purulenta e confeccionar o esfregaço fino e homogêneo


em lâmina nova (figura 1 e 2);

Figura 2. Técnica de esfregaço em lâmina.

Fonte: Ministério da Saúde, 2002.

▪ Deixar secar a temperatura ambiente, após seca fixar pelo calor;


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 4/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

Figura 3. Fixação da amostra por calor.

Fonte: Ministério da Saúde, 2002.

▪ Cobrir a lâmina com fucsina concentrada, aquecendo com chama até a emissão de
vapores por 1 minuto;
▪ Deixar por 10 minutos;
▪ Lavar com água corrente;
▪ Descorar com álcool-ácido, intercalando com lavagem de água corrente até o
esfregaço ficar esbranquiçado;
▪ Cobrir a lâmina com azul de metileno por 1 minuto;
▪ Lavar com água corrente

Figura 4. Técnica de coloração de lâmina pelo método de Ziehl-Neelsen.

Fonte: Ministério da Saúde, 2002.

▪ Secar e examinar em imersão.


Outras amostras biológicas que necessitarem de centrifugação, desprezar o
sobrenadante, homogeneizar o sedimento e com uma alça bacteriológica depositar o volume do
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 5/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

sedimento em uma lâmina. Deixar secar em uma cabine de segurança biológica, fixar e corar
conforme descrito acima.

3.3. Procedimento analítico

3.3.1. Microscopia
▪ Devem ser observados no mínimo 100 campos;
▪ A leitura deve ser feita de maneira horizontal em toda extensão do esfregaço,
incluindo as bordas da lâmina;

Figura 5. Método para leitura de lâmina.

Fonte: Ministério da Saúde, 2002.

▪ Os resultados das leituras são anotados para depois serem digitados e liberados
pelo farmacêutico bioquímico responsável.

3.3.2. Resultados
As micobactérias apresentam-se como bastonetes delgados, ligeiramente curvos,
corados de vermelho, contrastando com as outras estruturas que se coram com o azul de metileno.
Devemos lembrar que o resultado da baciloscopia deve ser emitido no máximo em 24 horas após o
recebimento do material clínico pelo laboratório.

3.3.3. Valores de Referência


Guia para a interpretação e liberação de resultado pela coloração de Ziehl-Neelsen
de amostras de escarro, após concentração ou não, conforme padronização do Ministério da Saúde.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 6/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

Tabela 1. Interpretação quantitativa da Baciloscopia de Baar - Ziehl Neelsen.

QUANT. DE BACILOS ENCONTRADOS RESULTADO

Zero Não foram observados bacilos álcool-ácido


resistentes em 100 campos observados

1 a 9 bacilos /100 campos observados Relatar a quantidade de bacilos encontrada

10 a 99 bacilos/100 campos observados Positivo (+)

Média de 1 a 10 bacilos /campo nos primeiros Positivo (++)


50 campos observados

> 10 bacilos/campo, nos primeiros 20 campos Positivo (+++)


observados
Fonte: Adaptado de Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da Tuberculose e outras Microbactérias.

Tabela 2. Interpretação qualitativa da Baciloscopia de Baar - Ziehl Neelsen.

QUANT. DE BACILOS ENCONTRADOS RESULTADO

Ausência de bacilos Negativo (não foram observados bacilos


álcool-ácido resistentes na amostra analisada

Presença de bacilos em qualquer quantidade Positiva (presença de bacilos álcool-ácido


resistentes na amostra analisada
Fonte: Adaptado de Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da Tuberculose e outras Microbactérias.

3.4. Ações em caso de Não-Conformidade


▪ Confeccionar nova lâmina quando forem observados apenas 1 a 2 bacilos em toda
a preparação (300 campos).
▪ Se o problema persistir, pedir nova amostra para confirmar o resultado.
▪ Riscos na lâmina de vidro ou precipitados de fucsina podem ser confundidos com
BAAR se o técnico não tiver muita experiência com este tipo de análise. A ação corretiva consiste
em sempre usar lâminas novas para a confecção destes esfregaços.
▪ Critérios de rejeição da amostra para pesquisa de BAAR:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 7/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

▪ Amostras que permanecerem à temperatura ambiente por mais de duas horas, ou


em volume inferior ao recomendado.

3.5. Controle de Qualidade


▪ A finalidade do controle de qualidade é verificar a eficiência dos corantes e da
metodologia.
▪ Frequência: a cada novo lote de corantes.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Manual de Procedimentos


Básicos em Microbiologia Clínica para o Controle de Infecções Hospitalares. <Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_microbiologiaclinica_control
e_infechospitalar.pdf>. Acesso em: 21 de maio de 2020.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Manual de Microbiologia Clínica
para o Controle de Infecções em Serviços de Saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pdf>. Acesso em:
21 de maio de 2020.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Manual Nacional de Vigilância
Laboratorial da Tuberculose e outras Microbactérias. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_laboratorial_tuberculose.pdf>.
Acesso em: 21 de maio de 2020.
OPLUSTIL, Carmen Paz. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica. 3. ed. São Paulo: Sarvier,
2010.
PILONETO M, PILONETO DV. Manual de Procedimentos Laboratoriais em Microbiologia - POPs em
Microbiologia. Microsciense, Curitiba, 1998.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Tuberculose - Diagnóstico Laboratorial – Baciloscopia. Telelab,
Santa Catarina, 2002.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO
WANDERLEY
Tipo do POP.ULAC.026 - Página Página 8/8
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do PESQUISA DE B.A.A.R/ Emissão: 30/07/2020 Próxima revisão:
Documento COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Versão: 1.0 30/07/2022

5. HISTÓRICO DE REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO

1.0 30/07/2020 Elaboração do documento.

Elaboração Data: 30/07/2020


Adriana Nogueira
Antonio Francisco A. Gonçalves
Deborah Gomes B. Pinto
Larissa Rodrigues dos Santos Silva
Tatiana Simões Pontes

Revisão Data: 01/12/2020


Albalucia Costa Carvalho

Humberto de Carvalho Aragão Neto


Viviane Araújo da Silva

Validação Data: 01/10/2021


Larycia Vicente Rodrigues – Setor de Gestão da Qualidade e
Vigilância em Saúde

Aprovação (Nome, Função, Assinatura) Data: 10/11/2021

Dr. Rubens Batista Benedito – Farmacêutico


Chefe da Unidade de Laboratório de Análises Clínicas

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte

Você também pode gostar