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RELATÓRIO DA PRÁTICA: TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE GRAM E

MICROSCOPIA

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

A coloração de Gram é um importante teste realizado nos laboratórios de


microbiologia, sendo um recurso auxiliar no diagnóstico de doenças bacterianas. A
partir de um determinado perfil tintorial as bactérias coram-se de roxo ou de rosa e
consequentemente são classificadas como Gram-positivas ou Gram-negativas,
respectivamente (FREITAS e PICOLI, 2007).
A distinção é muito importante na sistemática bacteriana e ocorre com
base nas diferenças existentes na parede celular composto principalmente por
mucocomplexo (peptídoglicano) de importância prática na taxonomia das bactérias.
Nas bactérias chamadas Gram-negativas, este complexo representa uma fração
menor do total da parede em relação às Gram-positivas. A parede celular nas
bactérias Gram-negativas é quimicamente mais complexa, possuindo maior
quantidade de aminoácidos e de lipídeos. As bactérias Gram positivas possuem
como porção característica os ácidos teicoicos (NOGUEIRA et al., 2003, p. 229).
Existe um grupo de bactérias chamado micoplasmas, que não possui parede
celular nem peptidoglicano, apesar de estudos moleculares os colocarem próximos
das bactérias Gram negativas, estes são incapazes de serem corados pelo método
clássico de Gram, já que não possuem parede (Ibidem, 230). Estas são conhecidas
como Bacilos Álcool Ácido Resistente (BAAR), como é o caso das micobactérias,
sendo seu principal representante Mycobacterium tuberculosis, causador da
Tuberculose.
As bactérias (Mycobacterium e Nocardia) que resistem ao descoramento
tomam a cor do corante de fundo, normalmente é feita com azul de metileno ou
ácido pícrico saturado, a partir do método Ziehl-Neelsen desenvolvido pelo
bacteriologista Franz Ziehl e pelo patologista alemão Friedrich Carl Adolf Neelsen,
em 1882 (Ibidem, 241).

2. OBJETIVO

▪Realizar técnica de coloração de Gram conforme a metodologia presente na


literatura;

2
▪Identificar as bactérias Gram positivas e negativas pela observação morfológica
bacteriana via microscópio;

3. MATERIAIS

Vidrarias
Lâminas para microscopia
Lamínulas
Placas de petri (com meios de cultura e amostra de microrganismos)
Pipeta volumétrica de 2mL
Acessórios
Alça de platina
Conta gotas
Bico de bunsen
Equipamentos
Microscópio óptico binocular
Reagentes
Solução de Lugol (iodo + iodeto de potássio) (Mordente)
Etanol a 92,8% (Solução descorante, álcool absoluto)
Cristal violeta (Solução corante)
Fucsina ou safranina (Solução contracorante)
Água deionizada (H2O)
Óleo de imersão

4. PROCEDIMENTO DO MÉTODO

4.1. Preparo do esfregaço


1. Colocou uma gota de água destilada sobre a lâmina;
2. Ligou o bico de bunsen;
3. Esterilizou a alça de platina no interior da chama e em seguida, deixou a alça
esfriar próximo à chama;
4. Coletou amostra no meio de cultura e colocou na lâmina, espalhando-a em
sua superfície;
5. Flambou a lâmina com o esfregaço para fixação;
6. Esterilizou a alça de platina no bico de bunsem;
7. Cobriu o esfregaço com 4 a 5 gotas da solução de Cristal violeta (corante);
Obs.: Deixou em descanso de 30 a 60s
8. Desprezou o corante e lavou a lâmina com água corrente;
Obs.: Não deixar que o jato de água incida diretamente no esfregaço.
9. Cobriu o esfregaço com a solução de Lugol (mordente);
Obs.: Deixou em descanso de 30 a 60s

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10. Desprezou o mordente e lavou a lâmina com água corrente;
Obs.: Não deixar que o jato de água incida diretamente no esfregaço.
11. Cobriu o esfregaço com o Etanol – álcool absoluto (descorante);
12. Desprezou o descorante e lavou a lâmina com água corrente;
Obs.: Não deixar que o jato de água incida diretamente no esfregaço.
13. Cobriu o esfregaço a Fucsina (contracorante);
14. Desprezou o contracorante e lavou a lâmina com água corrente;
Obs.: Não deixar que o jato de água incida diretamente no esfregaço.
15. Secou a lâmina com papel toalha;
Obs.: Sem tocar na amostra.
16. Flambou a lâmina preparada no bico de bunsen;
17. Adicionou óleo de imersão para visualizar no microscópio;
18. Posicionou lâmina preparada abaixo da objetiva no microscópio para ser
analisada.

5. RESULTADOS

Observou-se que as bactérias Gram positivas coradas de roxo, devido ao corante


Cristal Violeta, e as Gram negativas coradas de vermelho, devido ao contracorante
Fuscina, sendo que a predominância morfológica bacteriana nas amostras
analisadas apresentou a classificação de cocos e bacilos.

6. CONCLUSÃO

Mediante os resultados obtidos e a execução da técnica de coloração de


Gram, que conseguimos concluir que o método é adequado para identificação das
bactérias Gram positiva e Gram negativas. Como exemplo de bactérias que podem
ser detectadas por essa técnica temos as de classificação cocos que geralmente
Gram positivos (Streptococcus sp., Staphylococcus sp. etc); com exceção do coco
de grupo Neisseria spp que é Gram negativo. Entre os bacilos Gram positivos:
Listeria monocytogenes, Norcadia sp., Corynebacterium diphtheriae; bacilos Gram
negativos, Escherichia coli, Legionella sp. e outros (NOGUEIRA et al., 2003).

REFERÊNCIAS

4
NOGUEIRA, J. M. R.; MIGUEL, L. F. S. Conceitos e Métodos para a Formação de
Profissionais em Laboratórios de Saúde. Capitulo 3 – Bacteriologia. p. 222 - 397.
Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz (IOC). 2003.

FREITAS, V. R; PICOLI, S. U. Coloração de Gram e as Variações na sua


execução. Revista NewsLab. Edição 82: p. 124 - 128. 2007. Disponível em <
https://docs.ufpr.br/~microgeral/arquivos/pdf/pdf/Gram.pdf>
Acesso em: 12 Nov. 2021.

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