Nasce a vontade de construir uma nova igreja para

comunidade Santacruzense.
A intenção da comunidade de Santa Cruz em construir uma nova igreja se espalhou
rapidamente, atraindo rapidamente o interesse de vários arquitetos que propuseram diversos
projetos.
A cidade de Santa Cruz do sul já se destacava economicamente por seu setor agrícola e
industrial fortemente ligados a produção de tabaco, sendo assim a comunidade
predominantemente de imigrantes alemães ansiava por uma obra marcante e digna de sua
profunda religiosidade.

É feito um concurso para definir o projeto.

Sendo assim devido a sua complexidade essa decisão ficou por alguns anos paralisa da
aguardando decisão superior, até que entre os dias 07 e 14 de maio de 1927 durante a visita do
arcebispo foi definido o local da construção, também ficou acertado um concurso público com
algumas diretrizes entre elas o estilo que poderia ser tanto gótico, românico ou barroco.

A escolha dos projetos foi muito conturbada sendo que o projeto escolhido pela comissão
julgadora na capital causou enorme descontentamento na cidade tendo em vista que o projeto
do arquiteto de origem alemã Simon Gramlich que havia sido escolhido por unanimidade tanto
pela população local como pela comissão construtora não fora o vencedor sendo até
desclassificado do concurso devido sua grandiosidade extrapolando o limite orçamentário
proposto.

Seguiu-se então uma série de correspondências entre a comissão construtora e a Cúria

Metropolitana solicitando a aprovação do projeto de Gramlich independente do resultado
oficial do concurso.

O desejo da comunidade prevaleceu

Após alguns ajustes solicitados pela Cúria no projeto de Gramlich, finalmente em 12 de janeiro
de 1928 o projeto neogótico tão almejado pela comunidade santa-cruzense foi aprovado.

Projetada em estilo neogótico o projeto da igreja matriz caracterizava-se por sua esbeltez
marcada pela verticalidade tanto no corpo principal como em suas pontiagudas torres que
alancavam 80 metros de altura, o projeto seguindo os elementos decorativos do estilo gótico,
incluía grandes aberturas em arco ogival, recoberta por vitrais coloridos rosáceas, pináculos,
balaustradas, frisos, molduras, águas furtadas e esculturas.

O interior do templo dividido em três naves, coro e altar-mor, possuía altas colunas octogonais
com capitéis decorados que sustentavam um forro abobadado marcado por nervuras, seu
comprimento alcançava 80 metros e a largura total era de 34 metros, já a nave central e as
duas laterais atingiram alturas de 24 metros e 18 metros respectivamente.

Com todas estas características superlativas, o projeto da nova igreja seria, sem dúvida um
marco no contexto arquitetônico estadual e nacional, bem de acordo com o desejo da
comunidade católica de Santa Cruz que por sua vez estava ciente de todos os sacrifícios
necessários para a materialização de tamanho empreendimento.
Sua construção foi iniciada em janeiro de 1928, antevendo problemas que viriam se concretizar
posteriormente a Cúria Metropolitana designou um fiscal para acompanhar a obra, nas visitas
feitas pelo fiscal constatou-se o não cumprimento dos ajustes acordados entre o arquiteto e a
igreja, entre 1929 e 1930 reduziram-se drasticamente as doações fruto da grande crise
econômica internacional que teve graves reflexos sobre a cidade e a região, esse fato, somado
aos desentendimentos contínuos com o arquiteto, que havia deixado Santa Cruz e se mudado
para Blumenau, levando consigo todos os projetos fez com que a comissão decidisse pela
paralização da obra em 15 de março de 1932

Após vários meses de negociação com o arquiteto para elaboração de novas plantas de acordo
com o modificações solicitadas, negociações estas que foram infrutíferas ocasionaram a
demissão do arquiteto em 12 de janeiro de 1933, sendo decidido pela comissão que seria
contratada uma nova equipe de profissionais que se encarregaria tanto de fazer novos projetos
como executar a obra que estava inacabada em função de Simon Gramlich ter levado consigo
todas as plantas da obra, em 2 de março de 1934 foi assinado contrato com a construtora
Schütz e Matheis que firmava que a mesma deveria fazer um levantamento da etapa já
construída com plantas na escala 1:100 e adaptação do existente a um novo projeto
arquitetônico mais simplificado.

A igreja matriz foi inaugurada quando ainda não estava totalmente pronta, dia 24/12/1939,
véspera de Natal, sua construção foi concluída em 1977, quando ficaram prontas suas torres
maiores, que alcançam 82 metros de altura.