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ARQUITECTURA POMBALINA

Vivia-se em Portugal, sob um regime absolutista estava acima de tudo, onde o


poder do rei, da nobreza e do clero estavam acima de tudo, quando o rei D. João V morre.
Isto numa altura em que o mundo está a mudar, em que se começa a por em causa o
absolutismo conservador e as estruturas dos antigos regimes, assim como o sistema
político e cultural que nos arrasta para o fim do Barroco.
D. José sobe ao trono, e começa por manter a mesma política do pai, mas o
dinheiro começa a escassear, pois o ouro que vinha do Brasil diminui. Este período
coincide com o aparecimento na Europa de uma série de propostas revolucionárias.
Marquês de Pombal, que até então era embaixador em Londres, regressa ao país
cheio de ideias inovadoras que recolheu, e é convidado por D. José para ministro.
Como ministro, define uma política de desenvolvimento comercial e industrial para
o país, que estava estagnado neste sentido. Esta política é um sinal da aproximação que
o Marquês pretendia, em relação à sociedade burguesa. Outra revolução por si feita foi ao
nível do ensino, com a queda dos poderes do clero e a expulsão dos jesuítas desses
cargos, que apenas favoreciam os privilegiados, com um ensinamento eminentemente
teórico. No meio de todo este processo de mudança, o Marquês pretende renovar a
sociedade que se caracterizava por ser muito religiosa e muito rural.
Em 1755 dá-se uma catástrofe que acaba por ser um golpe de sorte para as
intenções de renovação do Marquês. Com o terramoto, há uma destruição significativa do
coração da cidade de Lisboa. A cidade era uma das piores da Europa em termos
funcionais, principalmente a zona da baixa, uma zona densamente povoada, onde se
sobreponham igrejas e conventos, palácios e serviços do estado, e um pouco de
comércio. Tudo isto amontoado em pouco espaço, com ruas estreitas e prédios altos. Era
uma cidade promiscua, com muitos problemas, uma cidade com origem medieval, sem
quaisquer preocupações higiénicas, que não interessava a sociedade da altura, segundo
as ideologias do Marquês de Pombal, que se começam a perceber nesta altura.
Com a mudança do rei D. José para o palácio da Ajuda, em Belém, é o Marquês
que se apodera da situação da reconstrução da cidade, que viu no terramoto uma
oportunidade para fazer no centro do país uma cidade nova, ligado ao comércio.
O conceito original era o de uma cidade nova, onde a nobreza e o clero eram
afastados da baixa, assim como os palácios e as igrejas, deixando essa área para a
sociedade burguesa, com uma pequena zona habitacional, favorecendo o espaço
comercial e industrial.
Os desenhos genéricos são definidos pelo Marquês, mas para o projecto em si, o
próprio nomeou Manuel da Maia, um experiente engenheiro militar e arquitecto, que forma
uma equipa composta por Eugénio dos Santos, António Carlos Andreias, Elias Sebastião
PoPP e Carlos Mardel, para apresentarem propostas para a nova Baixa.
Manuel de Maia tinha a ideia de fazer uma cidade totalmente nova, num outro local,
mas o Marquês defendia que devia surgir uma nova cidade no sítio da antiga. Maia
produziu então um texto “Dissertações”, onde expõe todas as ideias pretendidas para a
Baixa, explicando a verdadeira intenção do Marquês.
São mencionadas duas cidades para serem tidas em conta como exemplos do que
se pretende, Londres e Turim, exemplos que podem ser aplicados na malha da Baixa com
algumas transformações.
A Baixa desenvolve-se segundo duas praças ligadas entre si, e que condicionam
toda a disposição da malha urbana, com características de ortogonalidade, uma
hierarquização das ruas principais e secundárias, retiradas das melhores cidades
Barrocas.
No projecto da baixa nunca são traçadas ruas sozinhas, pois sempre que se pensa
numa rua, pensa-se imediatamente nos edifícios que vão fazer parte da mesma. A
dimensão dos quarteirões, das ruas principais e secundárias vão condicionar a altura dos
prédios.
Na elaboração do plano para a Baixa surge uma preocupação inédita com as
questões de segurança, sempre colocadas em primeiro lugar. Neste sentido, Manuel da
Maia surge com a ideia dos passeios, que para além de ajudarem a definir o quarteirão,
asseguram a separação do edifício da rua. Outra medida de segurança passa pela
invenção do sistema de gaiola, que consiste numa estrutura de madeira (que vai desde as
fundações, definindo os andares, as paredes, os vãos, as águas, etc.) bastante flexível,
podendo abanar sem cair, em caso de novo sismo. Também a existência de corta fogos,
(impedindo a passagem do fogo de um telhado para outro), reflecte a preocupação tida
com as questões de segurança, na elaboração deste plano.
Inédito também em construções anteriores, mas bastante importante é a técnica da
pré fabricação de elementos como os vãos, que tinham a ver com as tipologias,
uniformizando todos os edifícios da Baixa. Estes vãos passavam a ser feitos em estaleiro,
de um modo mais simples, mais rápido e consequentemente mais barato.
O recurso às linhas rectas, paredes planas, sem decoração, com poucas saliências
ou reentrâncias, pela arquitectura dita pombalina, remete-nos às tradições arquitectónicas
anteriores ao Barroco, nomeadamente da contra reforma e Chã. A necessidade obriga a
que a arquitectura apresente determinado tipo de características.
Cada um dos membros da equipa chefiada por Manuel da Maia, fez um projecto
para a Baixa, para depois o “chefe” escolher um, ou recolher elementos das várias
propostas para um plano final para a baixa.

Os vários projectos pouco variam entre si, varia a altura dos edifícios, o tipo de
aberturas e pouco mais. Isto porque nada era feito de forma arbitrária. Todos os
pormenores são tidos em conta, inclusivamente quando se trata de comércio e oficinas.
Joga-se com a altura dos edifícios, com a largura das ruas, mas o tipo de edifícios, de
aberturas, de fachadas é sempre o mesmo. Juntando a isto, o nível de tratamento da
gaiola, corta fogos, saguões, são características que marcam a arquitectura Pombalina.
Esta arquitectura, assim como o desenho urbano nova cidade pombalina de
Lisboa, influenciaram a arquitectura de todo o país, com por exemplo Vila Real de Santo
António ( que foi totalmente reconstruída nesta época) e Porto Covo ( com a criação de
uma praça da qual nascem várias ruas paralelas entre si, que são atravessadas por
outras perpendiculares).
O que sucede em Portugal depois disto corresponde a um período que, em termos
internacionais corresponde ao período do Neoclássico. Esta corrente vai ser abordada em
Portugal durante o sec XVIII, ao mesmo tempo que se fazia arquitectura Pombalina. Os
dois tipos de arquitectura têm uma grande proximidade nos conceitos definidos, como o
reforço do poder da burguesia, a constituição de uma arquitectura com carácter moral,
ético, que defendia a igualdade entre classes.
Com a morte de D. José, sobe ao trono D. Maria, sua filha. Uma mulher forte, com
iniciativa. A primeira coisa que fez foi retirar o Marquês de Pombal do cargo de Ministro,
num primeiro sinal de mudanças políticas.
Foram apresentados diversos planos p a baixa, pelos vários membros da equipa
projectista, chefiada por MM:

Plano de Walter da Fonseca- é o proj – inovador, por ser apenas 1 melhoramento


da cidade antiga, continuando esta a ler-se exactamente no sitio onde era anteriormente.
Tem as características idênticas à cidade medieval mas com algumas eliminações. O
objectivo era manter as linhas mestras da baixa, eliminado as ruas + pequenas e
ampliando as + largas. As 2 praças principais eram mantidas e ligadas por 1 rua direita.
transversal a esta 1 outra rua ligava o chiado ao castelo.
Plano de Elias Popp- é 1 dos + interessantes, apesar de ser tipicamente barroco.
Altera profundamente a cidade medieval mantendo somente as 2 praças, o palácio da
inquisição e o convento. Muda radicalmente as ruas que abrindo a partir do rossio 3
grandes vias em tridente, c 1 caracter prospectivo, aberto e dinâmico. Abre depois 2 vias
transversais . é 1 plano tipicamente barroco, mto monumental onde a cidade aparece
como algo autoritária, que não era o exactamente pretendido.
Plano de Eugênio dos Santos- mantém as praças idênticas ao que eram,
desaparecendo o palácio do terreiro do paço. Mantém-se a ligação entre as 2 praças
através de 1 r que atravessa todo o plano sem interrupção. Há 1 > regularização do plano,
da malha, havendo 1 ligação de 1 modo ortogonal + rígido. Mas não havendo 1
hierarquização das ruas.
Plano de Carlos Andreias e Walter da Fonseca- é o plano + radical que usa 1
modulo que é definido por 1 quarteirão. Há 1 regularização das praças. É 1 plano
vocacionado p o descendente, longitudinal, os quarteirões são longilineos, privilegiando
sempre a direcção norte- sul. É o proj que tem – em conta as zonas envolventes.
Plano de Elias Popp- plano caracterizado pela alteração da direcção
predominante da baixa, tornando + largas as ruas transversais, ligando directamente as 2
encostas. Vai encher a baixa de igrejas, numa tentativa de manutenção da cidade
tradicional, do ponto de vista ideológico. Tem 1 dimensão + humana, os quarteirões são
relativamente + pequenos.
Plano definitivo- supostamente feito por Eugênio dos Santos, mas pensa-se que
será 1 apanhado dos diferentes planos. Havia 1 rua principal que descia toda a baixa e
vinha dar ao terreiro do paço, havia 1 outra transversal que ligava as colinas. São ruas c
caracter longitudinal, onde os quarteirões se voltam e passam a Ter 1 leitura transversal.
O rossio tem as mesmas características da cidade medieval. E quem o define é Carlos
Mardel. Esta é a zona + nobre e monumental da cidade. Os edifícios tem 5 andares,
sendo o ultimo recuado, existe 1 marcação através de pilastras, em que há 1 tentativa de
individualidade dos edifícios, o que lhes confere 1 sentido + erudito.
No terreiro do Paço foram construídos edifícios com 2/5 pisos, em que o piso térreo
é sempre constituído por arcadas e os restantes são dependências de apoio as lojas, o
ultimo piso são águas furtadas. O tipo de tratamento de aberturas repetem-se de edifício,
c janelas de sacada no 1º nadar e de peito nos restantes. Os corta fogos como separação
de edifícios, e que iram dar a dimensão dos prédios

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