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• A cidade dos gregos tinha uma ordenação, embora ainda não fosse
tão racionalizada e prevista como a Urbis dos romanos.
• A cidade dos gregos dava um tratamento distinto às construções
importantes, dedicadas à religião ou à prática da democracia. Estes
edifícios se localizam em uma área mais elevada da cidade, a
ACRÓPOLE, e eram dispostos de forma orgânica e não simétrica,
seguindo o relevo do local.
URBES ROMANA
Ao lado:
Projeto da Catedral de São
Paulo por Wren, construído
entre 1673-1710, seguindo
pressupostos neoclássicos.
Vista atual do Jardim de Versalhes
A Revolução Industrial
Para acomodar tamanho inchaço demográfico, a cidade precisou se
expandir para além dos limites dos muros das cidades medievais.
Pré-urbanismo
Duas vertentes:
a) descritiva (Legoyt e Levasseur; Adna Ferrin Weber)
b) polêmica
1) Humanitários (médicos, higienistas, homens da Igreja, dirigentes municipais)
2) Políticos (Proudhon, Carlyle, Marx, Engels, Ruskin, Morris, etc.)
Os novos meios de transporte vão permitir essa ligação dos centros urbanos e locais de
emprego às áreas suburbanas. A rua passa a ser um mero percurso, e a praça deixa de ser um
espaço de encontro. O quarteirão também é trocado por novas formas.
Desenho de Detalhes, Red House, Philip
Speakman Webb, 1859. Museum no. E.64-1916.
Arts and Crafts architecture was, like the
movement itself, ...
Red House
Philip Speakman Webb - 1859
Já os bairros destinado à ocupação das
classes trabalhadoras, são gerados em
contextos diferentes.
O foco principal é a melhoria da circulação, o acesso rápido a toda a cidade como visão
estratégica, estabelecendo uma imagem geral de modernidade. Esta mudança de
imagem envolve também a questão da insalubridade. Para isso são eliminados bairros
considerados degradados, as ruas são arborizadas e recebem sistema de iluminação à gás.
Paris era, à época, a cidade mais populosa da Europa e uma das mais insalubres. A
intenção higienista de Haussmann era clara.
A antiga cidade medieval, com traçado orgânico e ruas estreitas, é cortada por grandes
eixos e contornada por um anel viário. São criadas praças com monumentos que servem
como ‘cenário’. Os monumentos mais antigos conservados pelo plano de Haussmann, são
revalorizados e destacados ao serem reenquadrados em pontos focais ao fim de eixos
viários.
Novos elementos viários
“Haussmann retalha a cidade segundo traçados que partem em feixes de praças ou
cruzamentos. No essencial, este desenho continua as tradições barrocas do século XVIII
(...) Haussmann trabalha a cidade existente numa sucessão de intervenções que,
embora sem plano prévio, revelam grande coerência final” (LAMAS, op.cit, p. 214)
São criados vários boulevards que unem pontos da cidade (gare a gare, bairro a
bairro, etc.). Muitas delas se encontram em um novo elemento urbano, o carrefour
(rotatória), que organiza o cruzamento de vários traçados. Neste ponto de confluência
de vias se localizam praças e monumentos notáveis. Essas intervenções regularizam o
traçado não aproveitando o existente, transfigurando a cidade.
“A tipologia edificada de Haussmann tem uma unidade que concorre par a alta qualidade
formal da cidade: na organização das fachadas e coberturas, nos materiais e elementos
construtivos – portas, janelas, cantarias, cornijas e outros pormenores. Sem esta unidade
arquitetônica, Paris seria bem diferente e não teria a força e a coerência de uma das mais
belas cidades do mundo” (LAMAS, op. Cit., p. 214)
Os quarteirões podem ser rasgados pelas galerias e passagens passam a ter função comercial
– multifuncionalidade do quarteirão e abrigam cafés e lojas. São definidas áreas especiais para
as estações ferroviárias.
Os tipos de quarteirões
resultantes do traçado diagonal
das ruas e as formas de
ocupação dos lotes.
O tipo-padrão da construção
estipulada no projeto de
Haussmann.
A Avenida Champs-Elysées hoje.
A Île de la Cité se transforma
no coração da cidade, passando
a ser uma área militar e
administrativa.
Na reforma de Paris, foram
destruídos 49km de ruas
estreitas antigas, construídos
165k, de novas vias, foi
implantado o sistema de esgoto
(considerado até hoje um dos
melhores do mundo e que
atende à cidade toda.
Nas estrelas formadas pelos
encontros dos bulevares em
diagonal, são situados ou
mantidos os monumentos
considerados importantes,
como os arcos do triunfo ou a
Catedral de Notre Dame.
A Paris de Haussmann, é a
Paris que vemos hoje.
CerdÀ
Plano de Barcelona
O plano para Barcelona
do engenheiro espanhol
Ildefonso Cerdà, aprovado
inicialmente em 1859,
apresenta uma
intervenção
completamente diferente.
Os dois traçados
urbanísticos básicos na
época, a quadrícula e o
radial – neste caso o
segundo subordinado ao
primeiro – eram
sintetizados em um
grande retângulo de
sessenta por vinte
módulos, localizado no
espaço livre deixado entre
a cidade medieval
amuralhada e os
povoados vizinhos e
cortado por duas
diagonais.
Como um dos primeiros tratadistas de arquitetura e urbanismo a reivindicar a
salubridade das habitações de maneira radical e efetiva como a condição primeira a
satisfazer na criação da nova cidade, Cerdá considerava a moradia como suporte
fundamental da qualidade de vida. Emprega grande esforço na formulação das
“ilhas tipo” e, a partir do reconhecimento da quadrícula como o traçado que reúne
tanto vantagens de ordem circulatória, topológica, construtiva, jurídica como
urbanística, chega ao módulo quadrado de 113 metros de lado com um chanfro de 20
metros como o mais adequado.
A presença dos dois conceitos diretores, a habitação e a circulação, que hoje mais do
que nunca continuam sendo os dois pólos operacionais do urbanismo estão presentes, no
plano de Barcelona no cuidado com a habitação e no projeto cuidadoso de uma rua
realmente racional, com 20 metros de largura e separação entre os meios de locomoção.
Ao contrário de Paris, a trama ortogonal, homogênea e igualitária não caracteriza uma
Barcelona monumental, mas ambos planos dão corpo às palavras de ordem do desenho
urbano no final do século XIX e começo do XX: saneamento e embelezamento.
Bibliografia
BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido se desmancha no ar. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.
FRANSCINA, Francis (et al.) Modernidade e modernismo. São Paulo: Cosac & Naify
Edições, 1998.