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DANIEL TAVARES

LEONARDO VIOLA

ANÁLISE DA VISITA EXTERNA PELO CENTRO DA CIDADE EMBASADA


PELOS 4 TEXTOS DO BLOCO DE PATRIMÔNIO

RIO DE JANEIRO
2017
1 - Introdução

O presente trabalho tem por finalidade buscar fundamentação teórica nos 4 textos
que abordam o conceito de patrimônio histórico e cultural, e embasado neles,
construir uma análise dos espaços visitados no percurso pelo centro do Rio de
Janeiro.

2 - Análise baseada no texto 1: “Patrimônio Histórico e Cultural”

O texto traz o conceito de patrimônio, que num primeiro momento trata do


patrimônio individual, que é tudo que passa de geração a geração, sendo material e
possuindo um valor monetário. E tem-se o patrimônio coletivo que é mais distante, e
que foi idealizado por pessoas de tempos diferentes. Aplicando-se esses conceitos
sobre o percurso realizado, temos diversos edifícios históricos que estão na lista de
patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro.

O início da visita começou no Convento de Santo Antônio, que era ocupado pela
ordem dos Franciscanos, e nota-se que essa foi a única ordem que não deixou o
Brasil.Esse convento é peça importante do conjunto de remanescentes da
arquitetura colonial brasileira. Embasado pelo texto, esse convento seria patrimônio
histórico e cultural, também por ser um objeto sagrado, um edifício histórico que
pertenceu e pertence a igreja católica, a ideia de patrimônio ser algo sagrado, ou
espiritual está presente nesse edifício.

Mais adiante, chegamos na cinelândia, local onde encontramos alguns edifícios


tombados como patrimônio, e de grande importância. O Museu Nacional de Belas
artes que em 1973 foi tombado como patrimônio, e é um dos edifícios que
representava a nova face que a cidade deveria ter com a reforma Passos. Tem-se o
Theatro Municipal, que tinha uma configuração mais parisiense, e era inspirado nas
óperas. E por último a Biblioteca Nacional, que tem relação com a vinda da família
real pro Rio de Janeiro. Esses edifícios têm o título de patrimônio, e segundo o
texto, eles são considerados tais, porque tem uma monumentalidade, possuem
características escultóricas e sua concepção foi para serem símbolos da ordem no
contexto da reforma Passos.

Continuando pelo percurso, chegamos nos Arcos da Lapa. Foi a construção desse
aqueduto, a maior da época colonial da cidade do Rio de Janeiro, e hoje é
considerado como patrimônio histórico, e um ponto de referência e turismo da
cidade. Embasado pelo texto sobre patrimônio, os Arcos ganharam essa
importância porque possuem uma história que faz parte do desenvolvimento da
cidade no período colonial.
E por fim, a praça Tiradentes que já foi chamada de diversos outros nomes, por
conta da sua história e do fato emblemático da morte de Tiradentes, ela adquiriu por
fim esse nome. Essa praça tem importância histórica, isso lhe confere o título de
patrimônio, segundo o texto, o peso histórico que um local têm também pode ser
fator marcante para que esse espaço ou edifício, ou obra em si, seja considerada
um patrimônio. A praça ainda abriga a estátua de Dom Pedro I sobre um cavalo, e
ao seu redor importantes edifícios tradicionais centenários, que só agregar ao título
de local histórico da cidade.

3 - Análise baseada no texto 2: “Maldita Memória”

O percurso pelo centro do Rio abrange em sua maioria construções antigas, de 50 a


500 anos de idade; Construções como o Convento de Santo Antonio (1608~1780), o
Museu Nacional de Belas Artes (1908 como EBA, Museu a partir de 1937), a
Biblioteca Nacional (1810) e o Theatro Municipal (1909) são patrimônio nacional e,
assim, se mantêm inalteráveis por reformas, é visada apenas a conservação. Nossa
ideia de memória é pouco crítica, é visível a escassez de intervenção em nível
artístico no nosso patrimônio - Parlamento alemão (Foster and Partners) ou mesmo
o Museu do Holocausto (Daniel Libeskind) são exemplo de reflexões que faltam a
nós sobre nossa própria história.

Em outras áreas do Centro, há intervenções agressivas e históricas de interesse


comercial como o desmonte do morro do castelo e outros, criando uma grande
esplanada - ocupada posteriormente por prédios modernistas monumentais, sedes
de empresas como Petrobrás e BNDES. Essa alteração da escala da cidade foi
intencional e calculada na reforma Passos, gerando o cenário diverso e complexo
que conhecemos hoje como Centro. Para efeito de comparação, as torres Ventura
(36 andares, 2010) estão implantadas no mesmo quarteirão que os sobrados da
Rua da Carioca (2 a 6 andares, séc. XIX).

Estes, por sua vez, conservam as fachadas e comércio no nível da rua, mas têm o
interior reconstruído para abrigar mais pavimentos de pé direito menor. Os usos
divergem do original (residencial), o que faz do lugar diurno e menos único por não
haverem moradores nativos, não há mais exemplo ou museu que conte a história da
rua da Carioca além de livros; A intervenção comercial muitas vezes vai de encontro
ao dever da memória, a especulação e a falta de espaço levam a casos como da
Esplanada dos Ministérios e a descaracterização da Rua da Carioca, a demolição
parcial da mesma e da rua das Marrecas, entre outros inúmeros causados pela falta
de reflexão.
4 - Análise baseada no texto 3: “O Espelho das Cidades”

O texto 3 traz o conceito de intervenções feitas na cidade por artistas e arquitetos,


que tem por objetivo direcionar o olhar novamente para a cidade. No percurso que
foi realizado passamos pela Avenida Rio Branco, que sofreu intervenções
importantes, na reforma de Pereira Passos, ela foi alargada para dar mais
ventilação e arejamento no centro da cidade, e recentemente sofreu outra
intervenção urbana, que se modificou para abrigar o VLT, que já está em
funcionamento. Essa avenida foi um local importante pois era local dos principais
edifícios históricos da cidade.

Outras intervenções na cidade na primeira metade do século XX, foram as


construções dos edifícios ecléticos da cinelândia, que seriam edifícios símbolos da
reforma. Seguindo mais a frente, chegamos na Avenida Chile, que fez parte da
intervenção de Pereira Passos na cidade do Rio, a sua abertura proveio do
desmonte do morro do Santo Antônio. Nela encontram-se importante e imponentes
edifícios comerciais, que foram construídos como emblema do Rio moderno,
passando uma imagem de que os tempos estavam mudando, e que o Rio de
Janeiro estava se modernizando. Os edifícios construídos foram marcos da
arquitetura moderna no Rio na segunda metade do séc XX.

Ao final do percurso, chegamos na praça Tiradentes, e embasado pelo texto, essa


praça que sofreu uma revitalização há alguns anos atrás, que teve caráter de
restaurar alguns edifícios, ao redor da praça, fazer pequenos reparos também,
ampliar alguns espaço, mudar outros e principalmente um trabalho de limpeza como
um todo. Este tipo de intervenção, segundo o texto, é uma intervenção que é aceita
facilmente pela população, pois não choca nem gera estranhamento. O texto fala
sobre outros tipos de intervenção que chocam a população, que criam uma
concepção de que a história está sendo violada, mas há também as intervenções
que são melhores aceitas.

5 - Análise baseada no texto 4: “Património e Mundialização”

O último texto conceitua o patrimônio em âmbito global, afirmando que no mundo


extremamente tecnológico de hoje pode-se visitar lugares que têm peso histórico e
são considerados patrimônio, tanto nacional como mundial.O trecho analisado entre
o largo da Carioca e a Lapa possui tanto exemplos da mundialização na nossa
arquitetura quanto signos da cidade do Rio; Os Arcos da Lapa são modestamente
parte do portfólio carioca, assim como a Catedral Metropolitana em sua escala.

Apesar da globalização ter ganhado força após a revolução tecnológica, percebe-se


- em todos os prédios da primeira metade do séc. XX - no centro inspiração
européia; A missão francesa, a reforma Passos (grandes avenidas como a Rio
Branco em paralelo à Champs-Elysées), o Theatro Municipal (inspirado na Ópera
Garnier) e o estilo eclético em geral são importados de Paris, os sobrados coloniais
e igrejas setecentistas herança de nossos colonizadores portugueses.

Eventualmente o Modernismo chega ao Brasil como estilo global, gigantescos


volumes sem relação com o entorno surgiram na Avenida República do Paraguai -
uma corrente européia engolida e antropofagizada nos trópicos com relativa
originalidade. Os exemplos de arquitetura brasileira e carioca que se destacam no
percurso são na verdade resultado da conversa com culturas consideradas mais
importantes, resquícios de um Brasil colonial que consome e produz baseado na
metrópole.

Pode-se citar, portanto, a dualidade objetos construídos como memoriais versus


objetos selecionados como significativos de alguma forma. E antiguidades que
viram monumentos históricos, geram uma crise de valores com necessidade de
decifrar o valor dos monumentos.

6 - Conclusão

Logo, a análise visou explorar os pontos mais emblemáticos do percurso, trazendo


suas características e sua importância individual para a história da arquitetura da
cidade do Rio de Janeiro, e como essa carga histórica se relaciona nos dias de hoje
com a cidade e com as transformações pelas quais ela passa.

7 - Referências

http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/av-chile.html
http://educacao.globo.com/artigo/reforma-urbanistica-de-pereira-passos-o-rio-com-c
ara-de-paris.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Pereira_Passos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Tiradentes_(Rio_de_Janeiro)
http://passeiopublico.com/construcao.asp
http://diariodorio.com/historia-da-avenida-rio-branco/
http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/sobre/historia/
http://mnba.gov.br/portal/museu/historico.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aqueduto_da_Carioca
http://www.copa2014.gov.br/pt-br/brasilecopa/cultura/riodejaneiro_patrimonio
http://www.rioecultura.com.br/instituicao/instituicao.asp?local_cod=197
http://portalgeo.rio.rj.gov.br/EOUrbana/LargoDaCarioca_txt.htm
http://conventosantoantonio.org.br/historico
http://tishmanspeyer.com.br/comercial/ventura

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