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A questão de que os mapas são altamente falíveis e artificiais passa despercebida, embora
guarde grande força do modo como as pessoas veem e interagem com estes. Isso deriva da
prevalência em ver os mapas: “o que eles representam” e não “o que eles fazem”. Este
mapeamento é feio através de instrumentos, códigos e técnicas e convenções internas, e o
mundo e seus aspectos derivam dessa noção de realidade e são suscetíveis a essas técnicas. Ao
passo que essas técnicas e procedimentos não são tomados como ferramentas de pesquisa e
questionamento, ao invés, são tidas como convenções institucionais garantidas. A
competência de rastrear efetivamente se sobrepõe a inventividade exploratória de mapear.
Mapping é um ato de intervenção cultural. Menos interessa o fato do mapa ser algo acabado e
mais o sua atividade criativa. E nas novas e especulativas formas de mapear geram novas
práticas criativas, e não como buscando novas invenções, mas aprimorando as já existentes.
Mostrando o espaço de outros modos, e dando importância para a técnica, e enquanto não
houve escassez de ideias e teorias no desenho e planejamento, mas havendo um avanço e
inventividade das ferramentas e das técnicas, incluindo mapping, que são cruciais na efetiva
construção de novos mundos.
Fuller’s ainda permite em sua forma, diferentes arranjos do mapa mundi de acordo com o
ideal e ponto de vista da pessoa que o faz, ou seja, há a possibilidade de escolher o que se
quer mostrar com o mapa.
Quando o artista Joaquin torres Garcia faz uma obra em que inverte a américa, ele coloca um
“S” no topo do desenho, e isso nos remete a como a hierarquia social e relações de poder
ainda persistem e mantém uma hegemonia, e ainda trás consigo a questão histórica de que a
orientação dos mapas sempre como norte pra cima veio através da expansão econômica e
global iniciada no hemisfério norte. Fuller’s contrapôs isso com seu novo mapa poliédrico.
Na representação de Caldas, ele não se prende a técnicas de prévias, e faz uma representação
de forma simples acrescidas de pequenos marcos de números ou palavras. Ele quer enfatizar o
poder do imaginário na sua representação, ou seja, seu potencial repousa na emancipação do
seu conteúdo, que sugere mistério e desejo. Caldas faz esses lugares libertos das primeiras
medidas que antes foram capturados.
Arquitetos tem menos ambições que esses geógrafos, mais focados em trabalhar as formas e
aberturas, desde o século 16 são ferramentas feitas para analisar, construir e planejar cidades
e edifícios. Técnicas de mapeamento quantitativo surgem iluminados com entusiasmo visam o
progresso social. Essas técnicas permanecem não questionadas, e a seleção, esquematização e
sintetização permanecem orientadas às mesmas convenções de sempre.
Tem de haver meios para as dimensões social, imaginativa e crítica serem reestabelecidas,
principalmente falando-se em planejamento urbano. Três pontos esclarecem: a relação do
mapa com a realidade, mudança natural do espaço com o tempo, e a insistência em equiparar
as ações de mapeamento (técnicas) com os efeitos do mapeamento (consequências). Isso faz
com que praticas alternativas de mapping sejam ativas na forja da cultura, do espaço e do
lugar.