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CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

DAVID ISAIAS DE SOUZA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

TRABALHO DIS. INTEGRAÇÃO II

NATAL/RN

2021
Destacando as relações entre os Estados nacionais e a produção dos mapas,
como “discurso político a serviço do Estado”, os mapas foram elaborados para facilitar
e legitimar a conquista, definir o Estado como uma entidade espacial, assim como para
construir nacionalismos pós-coloniais. É fato que possuir a informação geográfica
significa não somente afirmar sua autoridade, mas também proteger as riquezas,
cuidando ciosamente de que ninguém mais dela se apodere. O imaginário cartográfico e
as representações do território passaram assim a recortar o real para descrevê-lo, defini-
lo e, simbolicamente, possuí-lo.

Parece bastante natural que o mapa esteja no centro das abordagens territoriais
participativas. Mas, que tipos de mapa utilizamos realmente nessas experiências para
comunicar os dados, as informações e os conhecimentos? E com que objetivos? Nossas
experiências, assim como os exemplos tirados da bibliografia, permitem colocar o
problema de maneira geral, estão, uma vez superado o problema da compreensão, os
mapas se tornam um objeto extremamente eficaz para a compreensão dos fenômenos.

O mapa é, portanto, uma ferramenta potente de desvendamento, mas cujo


domínio exige uma especialização que não é igualmente compartilhada entre os
diferentes atores e que é suscetível de criar, por seu uso, efeitos de poder, o que é um
problema para o objetivo da participação. Parece que se abrem três grandes pistas de
soluções

O crescimento recente da disponibilidade e acesso a modernas Tecnologias de


Informação Espacial (TIEs) – Sistema de Informação Geográfica (SIG), sistema global
de posicionamento de baixo custo (GPS), software de análise de imagem de
sensoriamento remoto, começou a fazer com que o poder associado ao registro e
controle do espaço se tornasse acessível não somente aos mapeadores financiados pelo
Estado, mas também àqueles tradicionalmente desabilitados pelos mapas. O segundo
conjunto de questões trata dos impactos das tecnologias e atividades de mapeamento
sobre os valores das comunidades. As tecnologias de informação espacial carregam
consigo valores tais como “universalidade”, “objetividade”, “padronização”, “precisão”
e “controle” que emergiram na relação sistêmica com o contexto de experiências

Nos últimos anos, a cartografia tem escapado ao controle das poderosas elites
que exerceram a dominação sobre ela por várias centenas de anos. Foram desafiados por
dois importantes acontecimentos. Primeiro, o efetivo negócio da confecção de mapas,
do levantamento de dados espaciais e seu mapeamento, está saindo das mãos dos
especialistas.

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