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DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
NATAL/RN
2021
Destacando as relações entre os Estados nacionais e a produção dos mapas,
como “discurso político a serviço do Estado”, os mapas foram elaborados para facilitar
e legitimar a conquista, definir o Estado como uma entidade espacial, assim como para
construir nacionalismos pós-coloniais. É fato que possuir a informação geográfica
significa não somente afirmar sua autoridade, mas também proteger as riquezas,
cuidando ciosamente de que ninguém mais dela se apodere. O imaginário cartográfico e
as representações do território passaram assim a recortar o real para descrevê-lo, defini-
lo e, simbolicamente, possuí-lo.
Parece bastante natural que o mapa esteja no centro das abordagens territoriais
participativas. Mas, que tipos de mapa utilizamos realmente nessas experiências para
comunicar os dados, as informações e os conhecimentos? E com que objetivos? Nossas
experiências, assim como os exemplos tirados da bibliografia, permitem colocar o
problema de maneira geral, estão, uma vez superado o problema da compreensão, os
mapas se tornam um objeto extremamente eficaz para a compreensão dos fenômenos.
Nos últimos anos, a cartografia tem escapado ao controle das poderosas elites
que exerceram a dominação sobre ela por várias centenas de anos. Foram desafiados por
dois importantes acontecimentos. Primeiro, o efetivo negócio da confecção de mapas,
do levantamento de dados espaciais e seu mapeamento, está saindo das mãos dos
especialistas.