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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Geociências – Departamento de Cartografia


Disciplina: CRT007 – Elementos de Cartografia Prof. Sergio Faria
Curso: Turismo
Estudante: Rayanne Evillyn Veloso da Silva
Turma: 2022/2
Tarefa: 1 Data: 24/08/2022

Ciência Cartográfica e a História da Cartografia


Em seus primórdios a cartografia possuía a finalidade de mapear determinada
localidade com o intuito de catalogar recursos e identificar áreas com teor alarmantes de
perigo para auxiliar à sobrevivência humana, sendo assim, um instrumento vital para a
perpetuação da espécie. Contemporaneamente, sua função tornou-se ainda mais plural e
detalhada, sendo possível o acesso a informações de áreas distintas do globo e a comparação
de uma mesma parcela territorial entre diversas épocas, possibilidade essa creditada pelo
processo de globalização e consequentemente o aprofundamento em pesquisas da área.
Após a expansão da área ocorreu um questionamento acerca da cartografia ser
enxergada como uma ciência, sendo no mais tardar afirmada, baseando-se em argumentos
como: o fato dela (cartografia) configurar um sistema que produz e acumula conhecimentos
científicos como objetivos; deter finalidade, função e objeto; especificar seu campo de
atuação...
Agora já categorizada entende-se o âmago de seus pilares como sendo a ciência, técnica
e arte, uma vez que elementos artísticos, criativos e analíticos aos elementos científicos
mesclados com a natureza espacial de mapas podem ser captados e assimilados pelos
estudantes desse objeto. Levando ao entendimento do estudo da cartografia como sendo o
estudo de todas as formas de preparação, produção e emprego da representação geográfica.
Faz-se necessário um empréstimo do conhecimento de outras áreas para uma busca de
aquisição de informações, pois por meio dessa troca pode-se chegar ao próprio conhecimento
do fenômeno que posteriormente será representado. Seu armazenamento possui demasiada
relevância devido a importância das informações nele contidas para com a sociedade e seu
desenvolvimento.
Mapas podem ser entendidos como sendo a retratação de uma parcela terrestre
comumente expostas em um aspecto plano evidenciando certos grupos de facetas,
circunferências e localidades. No que tange a classificação dos mesmos não se possui um
consenso, entretanto, possui certas ideias que são aceitas por parte significativa da
comunidade, sendo algumas o agrupamento de conceitos e visões de autores diversificados.
Uma dessas características é apresentada pela escala de representação como sendo: muito
pequena, pequena, média, grande e muito grande, chegando a possuir uma subcategoria
menos englobadora levantada por autores como Robison et al (1995) e Bakker (1965) onde se
homogeneíza as escalas pequena, média e grande. É importante reiterar a subjetividade da
grandeza dessa escala, uma vez que a medida do conceito “pequeno” não é fixa. Uma outra
separação pode ser feita pelo recorte da área como global, mundial e regional.
Com o avanço tecnológico inovando em todas as ramificações do corpo social, a
cartografia antes detentora centralmente de características analógicas passa a incorporar as
virtuais. Esse armazenamento por sua vez é dividido em duas categorias de acordo com os
autores (Mollering, 1980; Cromley, 1992; Kraak; Ormeling, 1996) cunhadas de visibilidade e
tangibilidade. Sendo elas subdivididas em mapas analógicos ou reais; mapas virtuais dos tipos
I, II e III. O primeiro é fundamentalmente estático, visível e tangível, ou seja, imutável, não
podendo ser atualizado (salvo caso de construção de um novo mapa), cartas topográficas,
atlas, mapas tridimensionais, entre outros são exemplos desse aspecto. Já o segundo, é
diretamente visível, mas não volátil e tangível, logo, é mutável e tem as mesmas configurações
de modificações do anterior, exemplos dessa categoria são representações em um monitor de
vídeo e mapas cognitivos. O terceiro, não sendo diretamente visíveis, são portadores de
características analógicas e permanentes como meio de armazenamento de informações,
diferente dos anteriores sua modificação é possível por meio de processos completos de
atualização, pode-se exemplificar com dados de campo, hologramas armazenados, modelos
anáglifos de qualquer tipo, CD-ROM, laserdisc, etc. O último recebe características
impermanentes e não visíveis, podendo ser exemplos discos e fitas magnéticas, animação em
vídeo, mapas cognitivos de dados relacionados geográficos, modelos digitais de elevação
(inclusos aqui os modelos digitais de terreno), memória...
Uma categoria extra é acerca do dinamismo dos mapas, sendo categorizados em:
Mapas que apresentam dinamismo das informações, ou seja, representam fluxos, movimentos
ou desenvolvimentos temporais de um dado tipo de informação. Mapas animados, onde são
comumente computacionais e é parecido com o anterior, porém possui o complemento do
dinamismo em sequências animadas. Mapas dinâmicos em tempo real, sendo um conjunto dos
anteriores com o diferencial da simultaneidade com o real.
Retornando as origens da cartografia com os primeiros exploradores dessa área,
mesmo que não se tenha com exatidão quem foi o pioneiro sabe-se que com suas ferramentas
rudimentares ele traçou um caminho para que se soubesse o conhecimento do espaço
geográfico da época, sendo assim possível hoje ampliarmos nosso conhecimento para além da
terra. Os gregos foram grandes percussores dessa área, acrescentando utilidades como a linha
do equador, os trópicos, círculos polares, meridianos e paralelos que foram de grande avanço
para a área. Não obstante, estudiosos como Eratóstenes, Aristóteles, Hipárco e Ptolomeu
foram grandes contribuintes para o meio, sendo o avanço interrompido na Idade Média com o
poderio da igreja que por sua vez censurou e proibiu qualquer investimento nesse campo,
após houve a chegada do Renascentismo que acrescentou a invenção da bússola e no mais
tardar com o inicio da Idade moderna surgem os portulanos (cartas com a posição dos portos
de diferentes países), além das projeções cartográficas para aplicações náuticas. Já na Idade
Moderna a política de extensão territorial e colonial trás a necessidade de conhecimentos mais
específicos e autores como Euler, Clairout, Gauss e Halley discorrem e compõem a base
científico-matemática da representação terrestres. As descobertas do século XX e XXI como o
aperfeiçoamento da litografia, fotografia, impressão em cores, o aumento de transporte de
massas, a aviação, satélites ativos e equipamentos eletrônicos para determinar distâncias
fizeram com que seja cada dia mais detalhado e abrangente a área da cartografia, espera-se
ainda um avanço constante ao decorrer das eras e uma inovação a cada descoberta.

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