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Correntes da cartografia teórica e seus reflexos na pesquisa 1 

Rosely Sampaio Archela* 


Edison Archela* *

Resumo

Embora a história dos mapas seja antiga, o desenvolvimento da cartografia teórica é relativamente novo na carto-
grafia como ciência. Um dos motivos para o desenvolvimento tardio é que a pesquisa sempre tendeu a enfocar mais
os fatores técnicos, especialmente os elementos artísticos do mapa. Neste artigo procuramos apresentar as principais
correntes da cartografia teórica e seus reflexos na pesquisa brasileira.
PALAVRAS-CHAVE: informação, comunicação, cartografia teórica, mapas, visualização

CHAINS OF THE THEORETICAL CARTOGRAPHYAND ITS CONSEQUENCES IN THE BRAZILIAN RESEARCH


Abstract
Although the history of the maps is old, the development of the theoretical cartography is relatively new in the Car-
tography as science. One of the reasons for the delayed development is that the research always tended to focus more
the factors technician, especially the artistic elements of the map. In this article we look for to present main chains of
the theoretical cartography and its consequences in the Brazilian research.

KEY-WORDS: theoretical cartography, maps, visualization

INTRODUÇÃO interesse por mapas, dando início portanto, a uma


tendência do reconhecimento de mapas como um
A cartografia teórica moderna começou a campo de estudos. Esta tendência, segundo Kanaku-
se desenvolver na segunda metade do século XIX, bo (1995), foi especialmente notável na Alemanha,
ainda no domínio da Geografia e seus objetivos onde A. Penk, W. Koppen, M. Eckert e A. Hettner,
estavam voltados para a tecnologia de levantamen- entre outros, destacaram-se como cartógrafos. Nos
tos e topografia militar, na qual a tendência era Estados Unidos, os progressos na parte teórica da
enfatizar mais a técnica e a prática evidenciada pela Cartografia foram mais lentos do que a prática.
cartografia topográfica, do que a teoria. Enquanto Destepaís, Kanakubo (1995) cita E. Raisz, que
isto, a atenção dos geógrafos que produziam ma- enfatizou os aspectos científicos e artísticos do
pas estava mais voltada para as projeções e cores mapa.Logo após a Segunda Guerra Mundial, o
de mapas, representação de relevo e elaboração domínio no campo da Cartografia passou, durante
de atlas. algum tempo, da Alemanha para os Estados Unidos
Até por volta de 1930, a Cartografia ainda e Inglaterra, destacando-se no período, os trabalhos
procurava se firmar como um campo de ciência The Look of Maps (1952) e Elements of Cartogra-
independente e o foco principal se voltou para a phy (1953) do norte americano A. H. Robinson
Cartografia temática. Muitos geógrafos, ligados (apud KANAKUBO, 1995), nos quais ele discutiu
à pesquisa de geografia regional, também tinham a importância da impressão visual no design carto-

 1Projeto CPG/UEL n.6243/01 Portal da Cartografia http://www.uel.br/projeto/cartografia


 * Profa. Adjunto do Departamento de Geociências da UEL. E-mail
Prof. Assistente do Departamento de Geociências da UEL. E-mail: archela@uel.br
 **

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gráfico e na clareza e legibilidade dos mapas e fez criador de mapas, usuário de mapas e imagem da
uma análise geral do processo no qual as teorias de realidade, com variação apenas no veículo da in-
comunicação cartográficas eram idealizadas. formação através da modelização, da semiologia
A Cartografia prosperou muito após a ou da cognição.
Segunda Guerra. As associações cartográficas de A Teoria da Informação teve uma influência
todo o mundo foram reunidas pela primeira vez fundamental na formulação do papel e das tarefas
sob a forma de Associação Cartográfica Interna- da Cartografia, abrindo caminho para a Comuni-
cional - A Cartografia prosperou muito após a cação Cartográfica. Sob este enfoque teórico, o
Segunda Guerra. As associações cartográficas de mapa é considerado um veículo de informação. O
todo o mundo foram reunidas pela primeira vez sob desenvolvimento máximo desta teoria cartográfica
a forma de Associação Cartográfica Internacional - foi atingido por A. Kolacny (1969 apud SIMIELLI,
ACI, em 1959. A partir daí, a ACI tornou-se um 1986). Para ele, a Cartografia é definida como teo-
fórum internacional para a apresentação de teorias, ria, técnica e prática de duas esferas de interesses:
troca de trabalhos e de avanços tecnológicos. Os a criação e o uso de mapas. Seu modelo de comu-
novos movimentos realizados na Cartografia teó- nicação cartográfica inspirou pesquisas e debates
rica, resultaram em 1966, na primeira definição de posteriores. Simielli ressalta que Kolacny enfatizou
Cartografia apresentada pela ACI, que passa a ser justamente o fato de que até aquele momento, a teo-
considerada como o conjunto de estudos e opera- ria havia se preocupado com a criação e produção
ções científicas, artísticas e técnicas que intervêm de mapas, dando pouca ou nenhuma importância
a partir de resultados de observações diretas ou ao seu uso enquanto leitura e meio de retorno à
da exploração de uma documentação existente, realidade. A Teoria da Informação e os Modelos de
tendo em vista a elaboração e a preparação de Comunicação Cartográfica fundamentaram muitos
plantas, mapas e outras formas de expressão, as- trabalhos em Cartografia temática. Queiróz (1994),
sim como sua utilização. Esta definição a coloca comenta que nesta linha específica da Cartografia,
muito próxima da arte, da arquitetura, do design e pouca coisa se desenvolveu nos últimos anos. No
da comunicação. Brasil, Simielli (1986) analisou exaustivamente
todos os Modelos de Comunicação Cartográfica
MODELOS DE COMUNICAÇÃO apresentados até aquele momento e avaliou o mapa
CARTOGRÁFICA como meio de transmissão da informação.
A Teoria da Modelização se desenvolveu
No início da década de 1970, diversos car- apoiada na informática. Um dos primeiros autores
tógrafos construíram modelos de comunicação a apresentar o mapa como modelo na Cartografia,
da informação cartográfica. O debate entre pes- foi Board (1967 apud SIMIELLI, 1986) que definiu
quisadores de renome internacional - como K. A o mapa como um modelo da realidade, elaborado
Salichtchev (União Soviética), A H. Robinson, B. a partir de um método científico de investigação.
B. Petchenik e J. L. Morrison (Estados Unidos), Embasado nesta teoria, Libault (1971) propôs um
L. Ratajski (Polônia), C. Koeman (Holanda), A. roteiro de investigação com base essencialmente
Kolacny (Eslováquia), entre outros - possibilitou cartográfica, que consiste nos níveis compilatório,
diversas análises teóricas da Cartografia. correlatório, semântico e normativo.
Muitos estudiosos buscaram o estabeleci- O nível compilatório envolve o levantamen-
mento de um sistema teórico da Cartografia como to dos dados que pode resultar de recenseamentos,
ciência. A Teoria da Comunicação Cartográfica pesquisa direta ou consulta a banco de dados. Ele
foi desenvolvida nesta época, como também foi chama atenção para a falta de dados confiáveis em
introduzida a Teoria da Modelização, a Semio- função da freqüente ignorância dos estatísticos em
logia e a Teoria da Cognição, nas quais, todas as relação às condições da geografia, colocando que
correntes, independente das diferenças terminoló- o geógrafo deve considerar um outro sistema de
gicas, mantinham a mesma combinação: realidade, registro dos dados que é o mapa. No caso de dados

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localizados, não há nenhum problema particular, convencionais. Nesta etapa, ainda, é possível intro-
pois cada indicação numérica está ligada com um duzir correlações não quantificadas, reveladas pela
conjunto de coordenadas geográficas. Reforça a observação da natureza, ou constatada na análise
necessidade e importância da hierarquização dos cartográfica.
dados dentro de uma organização racional através No nível semântico, busca-se a localização
da escolha de variáveis realmente significativas dos problemas parciais para organizar os elementos
para a pesquisa. dentro de um problema global, ou seja, busca-se
Acrescenta que devemos reconhecer que a síntese. Por conseqüência, a rede semântica será
falta uma observação mais cuidadosa desta etapa uma articulação recíproca dos fatores, conforme a
básica, em muitos trabalhos brasileiros. Após a lógica matemática. Para elaborar uma representação
quantificação dos fenômenos, o próximo passo da convencional do conjunto dos resultados, haverá
pesquisa será um novo arranjo de agrupamento sub- necessidade de se proceder a várias reduções, para
jetivo. Em qualquer processo ou tratamento, nunca que se possa comunicar as soluções parciais já ex-
haverá possibilidade de se libertar dessa fragmenta- plicitadas. Nesta terceira etapa, devemos considerar
ção, pois esta resultaria numa descontinuidade. a meta final, que é sempre de generalização.
No nível correlatório, de análise dos dados, Para a organização dos fatores dentro de
chama atenção para que sejam verificados os se- uma área, dependemos essencialmente da posição
guintes aspectos: a) homogeneidade e compara- objetiva do problema. O campo pode ser concreto,
bilidade dos dados; b) condições de caracterização conforme as regras dos métodos convencionais
de um fenômeno geográfico em relação aos valores da Geografia, ou pode ser puramente abstrato,
numéricos e em função da localização geográfica; incluindo dentro da análise um problema formal.
e c) a ordenação dos dados antes de passar para a No primeiro caso, basta aplicar as leis clássicas da
análise definitiva. Inicialmente, a coleta dos dados regionalização, nas quais as variáveis serão discri-
implica em uma certa ordem que pode ser geográ- minadas em relação à definição espacial, retomando
fica ou cronológica. Na ordem cronológica deve-se a distinção dos fatores endógenos e exógenos para
considerar as possibilidades de defasagem de um constituir os pares da análise.
lugar para outro. A discriminação abstrata não vem em opo-
Libault (1971) ressalta que a correlação sição, mas em complementação à organização
deve ser estabelecida entre as manifestações do regional. Sua finalidade é incluir cada questão
mesmo fenômeno em vários locais. Para definir um dentro de uma posição de lógica formal e de aju-
tipo morfológico, devemos procurar inicialmente dar a programação da seqüência das operações
as variáveis que parecem caracterizar este tipo e seguintes. Inicialmente teremos que considerar as
em seguida, medir os valores dessas variáveis em variáveis correlativas sob o ponto de vista de suas
várias regiões que parecem pertencer ao mesmo relações recíprocas, como a inclusão ou a exclusão.
tipo. Entre as variáveis análogas das regiões serão O tratamento preliminar será muito útil para não
formados os coeficientes de correlação. Portanto, somente simplificar por eliminação o conjunto,
o número das regiões pesquisadas deverá ser gran- mas também para descobrir interligações optativas.
de. Formado um quadro dos valores, podemos ter Libault (1971), ressalta que, na maioria dos casos,
uma idéia da orientação do estudo, de tal modo os fatores só podem ser utilizados depois de mo-
que podemos constatar uma vez mais a ligação dificados através de uma adaptação que será uma
dos métodos clássicos subjetivos com os métodos simplificação ou um agrupamento. Nesta etapa
quantitativos. deve-se ter muito cuidado pois é aqui que se en-
Quanto ao tipo de correlação a ser utilizado, contram os caminhos da análise e da síntese.
Libault orienta que se deve buscar uma metodologia Enquanto os níveis anteriores utilizam sim-
adequada para cada situação, ou seja, verificar os plesmente os métodos gerais, o nível semântico
resultados como significativos ou não. Em geral, deve ser estudado especialmente para cada caso
este tratamento vai se confirmar pela quantificação particular, concretizando-se aqui a metodologia
e as relações lógicas descobertas, com os raciocínios geográfica pesquisada desde o início.

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Após as etapas de levantamento, análise e geologia, formas e processos de erosão e uso do
síntese dos dados, realizados nos três primeiros solo. Da análise e correlação destas variáveis che-
níveis, chega-se ao nível normativo, no qual se gou a um documento cartográfico preliminar de
formula um modelo resultante da seleção e correla- síntese, elaborado pelo sistema convencional. A
ção das variáveis estudadas. Finalmente, o modelo carta de capacidade de uso da terra.
elaborado pode ser aplicado a outros lugares ou Segundo Taylor (1994), o reflexo mais mo-
ser considerado como base para a reformulação derno da teoria da modelização está na introdução
de hipóteses. da tecnologia de sistemas de informações geográ-
O nível normativo envolve a tradução dos ficas – SIG, resultado, de um lado, da intensiva
resultados fatoriais em normas aproveitáveis, seja utilização de métodos matemáticos e estatísticos
para sustentar a estrutura geral da ciência geográ- no trabalho com diversas variáveis e, de outro, de
fica, seja para quantificar uma proposição aberta toda evolução tecnológica e da computação, em
regional. A organização geral será matricial. A especial dos programas gráficos. É possível, a partir
construção de uma matriz significa o agrupamento daí, acessar bases cartográficas que interagem com
dos dados em um quadro de entrada dupla, cujo bancos de dados e produzir documentos cartográ-
exame já pode fornecer os elementos normativos. ficos para a análise espacial. Atualmente, com a
Finalmente, neste nível, chega-se à formulação do ampliação do número de usuários dos SIGs, torna-
modelo resultante da seleção e da correlação das se inevitável a melhor capacitação de profissionais
variáveis estudadas. em Geografia e em Cartografia.
A modelização cartográfica como base teó-
rica, foi introduzida no Brasil na década de 1970, SEMIOLOGIA GRÁFICA
especialmente no IBGE, UNESP de Rio Claro e
na UFRJ. Neste período foram publicadas obras, A Semiologia como Teoria Geral dos Signos
que contribuíram para o embasamento teórico e também teve um papel significativo no desenvol-
metodológico da Cartografia, sendo que a grande vimento teórico da Cartografia, dando origem à
maioria foi especialmente traduzida do inglês para Semiologia Gráfica.
o português como por exemplo, Os mapas como Os trabalhos que mais se destacaram nesta
modelos de Board (1975). Os modelos que servi- corrente foram os de Bertin (1967), que sistema-
ram como suporte teórico para o desenvolvimento tizou a linguagem gráfica como um sistema de
de técnicas quantitativas, conforme aponta Silva símbolos gráficos com significado e significante.
(1981), foram os do Estado Isolado de Von Thunen, Considerou como significado as relações entre
de Localização Industrial de Weber, de Pólos de os dados a serem representados. Estas relações
Crescimento de Perroux, dos Lugares Centrais de podem ser de similaridade/diversidade, ordem ou
Christaller e de Centro Periferia de Friedman, de proporcionalidade e deverão ser transcritas no
teorias que embasaram as propostas do IBGE. mapa através de variáveis visuais que representem
Simielli (1981), pautou-se na modelização exatamente as relações entre os dados que serão
cartográfica para realizar um trabalho com base representados. Os significantes são as variáveis
essencialmente cartográfica. Por meio de mapas visuais, utilizadas para transcrever as relações
de análise, experimentação e síntese, desenvolveu entre os dados. As variáveis visuais são: tamanho,
uma proposta para o desenvolvimento de estudos valor, textura, cor, orientação e forma.
relativos ao método cartográfico. Adotou como Bertin foi o primeiro pesquisador a organizar
metodologia de estudos texto: Os quatro níveis da um quadro de variáveis visuais, com as proprieda-
pesquisa geográfica, propostos por Libault (1971), des perceptivas da linguagem gráfica. Ele enfatizou
correlacionando cartas de declividade e orientação a transcrição da linguagem escrita para a visual,
de vertentes, para verificar quais as influências considerando as relações apresentadas entre os
dessas variáveis no uso do solo agrícola de Jun- dados. Assim, a sistematização de tais relações e
diaí – SP. Com este enfoque, organizou cartas de sua representação gráfica são o ponto de partida na
hipsometria, declividade, isotermas anuais, solos, caracterização da linguagem gráfica. Dessa forma,

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toda informação deve ser transcrita visualmente. Gráfica ainda continuava em língua francesa. A
Para isto, é importante observar cuidadosamente tradução da obra A Neográfica e o Tratamento
as propriedades significativas das variáveis visuais Gráfico da Informação (BERTIN, 1986), veio con-
para representar as informações no mapa. tribuir para a formação de uma base em semiologia
A Semiologia Gráfica começou a aparecer na gráfica, uma vez que a distribuição dos livros tra-
bibliografia geográfica brasileira por volta de 1980, duzidos foi feita a praticamente todas as bibliotecas
com a tradução de um artigo de Bertin (1980) na das universidades brasileiras. Nesta obra, Bertin
Revista Brasileira de Geografia, no qual propõe apresentou a construção da tabela de dupla entrada
uma orientação direcionada aos pesquisadores e as formas de transcrição gráfica a partir das vari-
e usuários de mapas e gráficos. Outros artigos áveis visuais como método de tratamento gráfico
foram traduzidos e publicados, servindo de base da informação. Abordou a partir de exemplos, as
para o desenvolvimento de pesquisas nesta linha etapas de decisão, os níveis de informação e as
da Cartografia no Brasil, como A lição de carto- formas da intervenção cartográfica. Apresentou
grafia na escola elementar de Bertin e Gimeno também as principais construções gráficas, suas
(1982), no qual os autores relatam experiências possibilidades e limites.
pedagógicas desenvolvidas em Paris, embasadas na No artigo A representação gráfica da
linguagem da representação gráfica. Estas experi- informação geográfica, Santos (1987) examinou
ências demonstraram que a imagem gráfica, pode a literatura em que considerava as representações
se constituir em uma metodologia de ensino, que gráficas como expressões de uma linguagem e ava-
ajuda a criança a construir o pensamento lógico, a liou a discussão sobre a natureza e o alcance dessa
partir de uma forma visual que ela mesmo elabora. linguagem no desempenho do trabalho científico.
No mesmo boletim foi publicado um artigo de No ano seguinte, ocorreu a publicação do perió-
Bonin (1982), no qual faz uma reflexão sobre a dico Seleção de Textos, com textos relacionados
relação cartografia-geografia e cartografia-desenho. à cartografia temática. Os textos apresentavam a
Propõe basicamente, um programa de ensino para a questão da abrangência da Cartografia e de suas
disciplina de Cartografia em cursos de Geografia. relações com a Geografia, e entre ambas como
Além da tradução destes trabalhos, Teixeira Neto linguagem aplicada ao tratamento e comunicação
(1982) publicou um artigo de sua autoria, intitulado da informação. Especificamente em Semiologia
“Imagem... e Imagens” no qual discutia a expres- Gráfica, foram apresentados dois textos: Prefácio,
são imagem em geral e imagem gráfica especifi- de Bertin (1988a) e Ver ou ler - um novo olhar
camente e comentava quatro obras desenvolvidas sobre a cartografia, também de (Bertin 1988b).
em Semiologia Gráfica na França. No primeiro, ele considerava a Cartografia como
Le Sann (1983) expôs as etapas necessárias um meio de tratamento da informação, no segun-
para a construção de um documento cartográfico do, apontava direções para a cartografia moderna
abordando as etapas de construção do documento através do aprimoramento da imagem, envolvendo
cartográfico, o problema gráfico, e a linguagem uma discussão sobre o mapa para ver e o mapa
visual. Também relacionado ao ensino, Santos e Le para ler. Somam-se a esta produção cartográfica
Sann (1985), analisaram a Cartografia apresentada as seguintes pesquisas: Vasconcellos (1988), sobre
em livros didáticos de Geografia. A análise teve O tratamento gráfico do conforto térmico no Es-
como referencial teórico a Semiologia Gráfica. tado de São Paulo: um ensaio metodológico, com
Neste trabalho, as autoras tinham como propósito base na Semiologia Gráfica; O Sistema Gráfico
iniciar uma discussão que envolvesse professores de Signos e a construção de mapas temáticos por
do ensino fundamental, médio e superior, alunos escolares, de Santos (1990), na qual a autora tinha
de licenciatura e autores de livros didáticos, para por objetivo a construção de mapas pelos alunos,
juntos buscarem uma forma de melhorar este re- a partir do processamento de uma informação, co-
curso de ensino. nhecida por intermédio de uma mensagem verbal.
Apesar destas contribuições, a maior Abordou o aspecto da atividade de mapeamento
parte da bibliografia relacionada à Semiologia como uma simbolização, enfocando a representa-

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ção gráfica, a partir de um conhecimento construído o período de 1989-1995, apresentou um número
cognitivamente através de mensagens verbais e maior de dissertações de mestrado baseados na
de pré-mapas. Considerou também as regras e os semiologia gráfica como metodologia de ensino
propósitos dos aspectos semânticos e sintáticos de Geografia.
de uma linguagem gráfica; Archela (1993), com A produção nesta corrente da Cartografia
o título Mapa - instrumento de comunicação e vem apresentando um declínio em relação ao núme-
pesquisa: análise de representações gráficas no ro de publicações. Segundo Rosa (1996), a semio-
curso magistério em Londrina- PR; O Mapa e logia gráfica constitui-se atualmente na gramática
seu papel de comunicação - ensaio metodológico da cartografia temática, uma vez que recomenda
de cartografia temática em Maringá – PR, de princípios que não devem ser ignorados para que
Queiróz (1994) na qual avaliou a eficácia do mapa o processo de comunicação se estabeleça entre o
como um meio de comunicação, através da análise cartógrafo e o usuário. No entanto, acreditamos que
dos métodos corocromático, monocromático e o ensino dessa gramática deve ser adotado desde o
da semiologia gráfica, buscando a melhor forma ensino fundamental pois, somente o uso adequado
de representação. Apresentou um embasamento das variáveis visuais permitem a correta percepção
teórico-metodológico de autores que trabalharam dos fenômenos representados, e isto precisa ser
com a comunicação cartográfica, para analisar os apreendido na escola.
mapas temáticos da área urbana de Maringá - PR,
elaborados pela autora e testados com alunos do COGNIÇÃO CARTOGRÁFICA
curso de Geografia da Universidade Estadual de
Maringá. A Teoria Cognitiva como método cartográ-
Outro autor que contribuiu para a disse- fico envolve operações mentais lógicas como a
minação da Semiologia Gráfica no Brasil, foi comparação, análise, síntese, abstração, generali-
Marcello Martinelli, que através da disciplina zação e modelização cartográfica. Nesta corrente de
Representações Gráficas da Geografia: teoria e pesquisa cartográfica, o mapa é considerado como
crítica do programa de Pós-Graduação em Geogra- uma fonte variável de informações, dependendo
fia, contribuiu na formação de pesquisadores em das características do usuário. Desenvolvida a
Cartografia. Nos anos de 1990, publicou os artigos:: partir da Psicologia, trouxe grandes avanços para
Orientação semiológica para as representações da a Cartografia, tanto no processo de mapeamento,
geografia: mapas e diagramas Martinelli (1990). em que o cartógrafo passou a ter uma preocupação
Neste trabalho, propôs uma reflexão teórica para o maior com as características do usuário, como no
entendimento das bases da linguagem gráfica, com processo de leitura, no qual o mapa passou a ser
vistas ao máximo de aproveitamento do potencial um instrumento para aquisição de novos conhe-
de comunicação dos dois tipos de construção grá- cimentos sobre a realidade representada. Entre as
fica, como norteadores do discurso científico. Na principais contribuições estão os mapas mentais e
obra Curso de cartografia temática, Martinelli a alfabetização cartográfica.
(1991) apresentou os fundamentos da cartografia Peterson (1987) fez um estudo de como
temática em bases semiológicas. as imagens mentais consideradas na psicologia
Podemos considerar segundo Archela cognitiva são aplicadas na Cartografia, principal-
(1999), pelo menos três etapas no desenvolvimento mente no estudo da comunicação cartográfica.
da Semiologia Gráfica no Brasil a partir de 1980. A Salientou que recentemente muitos cartógrafos têm
primeira foi a de introdução das bases deste enfo- reconhecido a importância do processo cognitivo.
que, realizada através de artigos em periódicos de Também nesta linha, Harley (1989 apud GIRARDI,
circulação nacional, entre 1980 e 1984. A segunda 1996) salientou que nunca devemos subestimar o
foi uma fase de grande produção científica: cerca poder dos mapas para a imaginação, pensamento
de 50% das publicações relacionadas à semiologia e consciência dos leitores.
gráfica entre 1980 e 1995 foram produzidas no perí- No Brasil, o primeiro trabalho na linha da
odo de 1985-1989. A terceira etapa que compreende cognição foi desenvolvido por Lívia de Oliveira

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(1978), na obra Estudo metodológico e cognitivo do NOVAS TECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA
mapa, baseado na psicologia do desenvolvimento Com o sucesso do uso do mapa como
de Piaget. Para a autora, havia naquele momento a recurso na pesquisa científica, a cartografia con-
necessidade do estabelecimento de uma metodolo- temporânea expandiu seus horizontes. Até algumas
gia que ajudasse o professor a ensinar o mapa. Ela décadas atrás, para listar e processar grandes quan-
também indicou a urgência de desenvolver uma tidades de informações durante a compilação de
cartografia para crianças. mapas, especialmente de síntese, freqüentemente
Este trabalho, considerado como um impul- encontrava-se dificuldades que às vezes tornavam-
so inicial na direção do ensino e aprendizagem do se até intransponíveis. No entanto, com o desen-
mapa no Brasil, deu origem a outras pesquisas em volvimento das novas tecnologias na Cartografia,
cartografia e cognição, como também em semiologia estas dificuldades foram aos poucos eliminadas.
gráfica e comunicação cartográfica, como as obras de O aperfeiçoamento dos sistemas de comunicação
Cartografia para o Ensino Fundamental. Podemos ocorreu paralelamente ao grande avanço da infor-
destacar, Os grupos, os espaços, os tempos, de Antu- mática, que possibilitou novas formas de registro
nes et al (1991), que trabalharam com a percepção dos da informação. Atualmente, os mapas e outras
espaços da casa, da escola, dos arredores da escola, formas de representação cartográfica podem ser
do Município e do Estado do Rio de Janeiro; a cole- feitos, observados e analisados não só no tradicio-
ção Primeiros mapas, como entender e construir, de nal formato analógico, mas no formato digital e de
Simielli (1993), que apresentou elementos para que forma tridimensional.
as crianças compreendam os processos necessários Este desenvolvimento tecnológico contri-
para a realização das representações gráficas com o buiu para o surgimento da cartografia digital, que
objetivo básico de desenvolver o processo de alfabe- se desenvolveu rapidamente, tornando-se uma área
tização cartográfica; O espaço geográfico: ensino e totalmente nova na Cartografia. As transformações
representação, de Almeida & Passini (1994), no qual técnicas influenciaram diretamente os produtos
as autoras apresentaram uma trajetória de ensino que oferecidos aos usuários. Porém, ainda podemos
se inicia com a leitura e chega à elaboração de mapas considerar que vivemos num momento de transição
pelos alunos. Para reforçar essa aprendizagem, as au- entre o formato analógico e o digital. Principalmen-
toras elaboraram uma série de sugestões de atividades te se considerarmos todas as etapas do processo,
minuciosamente descritas que resgatam as vivências desde o levantamento de dados até a fase final de
espaciais das crianças. mapeamento, visualização e utilização.
Simielli (1996) realizou uma sistematização Mas a evolução tecnológica na Cartografia
crítica de parte de suas obras publicadas. Analisou tem sido muito rápida. Até mesmo os especialistas
o Atlas geográfico escolar, o Geoatlas e a coleção acompanham os avanços com certa dificuldade.
Primeiros mapas: como entender e construir, no A cada dia surgem novos produtos cartográficos,
contexto da Cartografia ligada ao ensino, como jamais produzidos pelas idéias ou técnicas tradi-
resultado do amadurecimento intelectual e da vi- cionais. Os mapeamentos por computador e os
vência efetiva em sala de aula, aliando a Cartografia sistemas de informações geográficas continuam
do ensino fundamental, médio e superior. explorando novos caminhos de aplicação com
Apoiada nesta mesma linha teórica ligada à grande rapidez no processamento, na capacidade
cognição na Cartografia, Nogueira (1994) apresen- de armazenamento de dados, na flexibilidade de
tou reflexões e questionamentos quanto aos mapas compilação e na visualização da informação. Se-
mentais, vistos como representações mentais que gundo Kanakubo (1995), as mudanças filosóficas
cada indivíduo possui dos espaços que conhece. e técnicas são apenas o início de uma revolução
Com base em vários autores, argumentou que os da Cartografia no método digital, que vai exigir
mapas mentais podem ser utilizados como material um amplo arcabouço teórico.
didático pelos professores, para estudar a cidade e Taylor (1994) chama a atenção para o im-
introduzir ao mesmo tempo o ensino elementar das pacto destas novas tecnologias na Cartografia.
representações cartográficas. Argumenta que a tecnologia é importante, mas

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não pode ser a única preocupação para determinar ciais. Isto pode fornecer a chave para a aplicação
novas direções para a Cartografia. Seus impactos crítica e compreensiva dos dados, beneficiando a
devem ser considerados como um desafio para a análise, o processamento e as decisões posterio-
criação de um conceito radicalmente novo. Para res. A visualização possibilita uma apreciação de
ele, o desenvolvimento conceitual e teórico da Car- características apresentadas por um conjunto de
tografia como uma disciplina foi retardado devido dados e a representação de aspectos que podem
a ênfase dada ao mapeamento automatizado e ao ser visuais por natureza ou não, transformando-os
SIG que, segundo seu ponto de vista, são técnicas. em representações visuais que podem ser melhor
Ressalta ainda, que apesar da Cartografia ser uma compreendidas pelo usuário.
disciplina aplicada, a necessidade de se desenvol- Sobre a pesquisa em visualização, Taylor
ver e manter uma essência teórica não aplicada é (1994) sugere que assim como é possível utilizar
inevitável. as imagens como modelos semelhantes ao mundo
Os debates - com enfoques diferenciados tridimensional natural, a análise e a comunicação
enquanto tendências distintas, às vezes até diver- também poderão ser aperfeiçoadas. Afirma que a
gentes - apontam em direção a um entendimento utilização eficaz da capacidade de análise espacial
da Cartografia como um processo único. É o que dos sistemas visuais depende da exploração dos
podemos concluir a partir das colocações de Taylor mecanismos do processamento. Para os cartógra-
(1994) sobre as direções desta disciplina a partir do fos, esta técnica nova é uma extensão dos métodos
desenvolvimento das novas tecnologias. Para ele, a para a representação criativa de dados, que tem
cognição cartográfica é um processo único, na me- estado presente na Cartografia desde tempos
dida em que desenvolve o uso do cérebro humano remotos.
para reconhecer padrões e relações no seu contexto A visualização é dependente de novas técni-
espacial. Ressalta que o conteúdo informacional cas de análise e representação de dados. Porém, a
dos dados só pode ser compreendido, em muitos eficácia de seu uso requer uma consistente funda-
casos, através da sua apresentação num contexto mentação teórica. É também, um instrumento cien-
espacial ou quando esses dados são mapeados. tífico, que requer habilidade artística, imaginação
Com o advento do SIG, a comunicação e intuição em sua aplicação.
cartográfica também assumiu uma nova impor- Embora as novas tecnologias sejam de gran-
tância e novos desafios são apresentados, como a de importância para a Cartografia, os cartógrafos
criação de novos produtos para melhorar a eficácia não podem deixar de se preocupar com a cognição
da transmissão da informação e a compreensão do e a comunicação cartográfica.
processo de comunicação. Como muitos mapas A ênfase a visualização tem o potencial de
digitais apresentam formatos bem diferentes dos revitalizar a Cartografia para além do SIG e da car-
mapas analógicos, a percepção para as novas ima- tografia digital, em direção aos atlas eletrônicos in-
gens são bastante diferentes daquelas tradicionais, terativos e sistemas de multimídia que incorporam
feitas em papel. Entretanto, Taylor afirma que se o SIG apenas como uma das inúmeras tecnologias.
têm feito poucas pesquisas cartográficas nesta área, Os conceitos deste tipo de atlas envolvem a visu-
apontando a necessidade de uma revitalização da alização da informação, esquematização, análise
pesquisa e das aplicações no campo da comunica- comparativa, ordenação, animação, modelagem
ção cartográfica. dinâmica, projeção, navegação casual, hipertexto,
As novas tecnologias permitem a permanên- base de dados e uma capacidade para processa-
cia de relações interessantes e inovadoras entre a mento de interatividade. Como a visualização, os
cognição e a comunicação. Taylor (1994) aponta o sistemas de mapeamento eletrônico de multimídia
campo emergente da visualização - um campo da envolvem os três elementos conceituais. Eles de-
computação gráfica - como um bom exemplo desta pendem de tecnologias sofisticadas, mas estão na
ligação. A representação visual dos dados explora junção destas novas tecnologias com a cognição e
de maneira eficaz a habilidade do sistema visual a comunicação cartográfica.
humano para reconhecer padrões e estruturas espa-

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Nestes sistemas, o mapa pode fazer parte BERTIN, Jacques. O teste de base da representa-
da base de dados e ao mesmo tempo ser uma fer- ção gráfica. Revista Brasileira de Geografia, Rio
ramenta importante para organizar a informação de Janeiro, v. 42, n. 1, p. 160-182, jan./mar. 1980.
que estes sistemas possuem. Assim, os mapas que
foram instrumentos importantes para a navegação BERTIN, Jacques. A neográfica e o tratamento
e descoberta de novas terras, agora tornaram-se gráfico da informação. Tradução de Cecília M.
instrumentos importantes para uma navegação Wertphalen. Curitiba: Editora da Universidade
interativa. Taylor (1994) ressalta que um mapa Federal do Paraná, 1986.
cujo sistema incorporou a arquitetura do espaço
inclui não apenas sua otimização, mas também BERTIN, Jacques. Prefácio. Seleção de Textos,
nosso modo de usar esse espaço, de representá-lo AGB, São Paulo, n.18, p. 45-62, maio, 1988. (a)
e simulá-lo. Em outras palavras, agora navegamos
através do conhecimento e essa nova forma, pare- BERTIN, Jacques. Ver ou ler : um novo olhar sobre
ce incluir as teorias psicológicas, semiológicas e a Cartografia. Seleção de Textos, AGB, São Paulo,
cognitivas. É sob a forma digital que os mapas são n.18, p. 41-43, maio, 1988. (b)
armazenados em novos e diferentes tipos de mídia,
circulam por redes de cabos metálicos ou de fibra BERTIN, Jacques; GIMENO, Roberto. A lição de
ótica ou são transmitidos através de ondas de rádio Cartografia na escola elementar. Boletim Goiano
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