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DO ESPAÇO
imagens da educação geográfica contemporânea
12-14717 CDD-910.7
Índices para Catálogo Sistemático
1. Educação pela imagens e suas geografias :
Educação geográfica 910.7
ISBN 978-85-7516-596-6
Editora Alínea
Rua Tiradentes, 1053 - Guanabara - Campinas-SP
CEP 13023-191 - PABX: (19) 3232.9340 e 3232.0047
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Impresso no Brasil
Capítulo 3
Política e Potência das
Imagens Cartográficas na Geografia
Gisele Girardi1
1. Introdução
O tema “Política e potência das imagens cartográficas na
geografia”2 é bastante amplo e permite múltiplas entradas (e também
múltiplas saídas). Temos como horizonte buscar compreender como
as imagens cartográficas realizam sua política, ou seja, como agem no
mundo e criam, assim, geografias.
O foco escolhido para análise é um dos campos de efetivação
dessa política, que é o âmbito do conhecimento geográfico formal, isto é,
a abordagem de tais imagens nos processos de produção de saberes com
fundamentos geográficos no ambiente formativo e seus desdobramentos.
1. Ao meu pai, Irineu Girardi, cuja presença, ausência e memória atravessaram a produção
deste texto.
2. Política das Imagens foi o tema proposto para a mesa-redonda no II Colóquio
Internacional Educação pelas imagens e suas Geografias (São Paulo, 2011) e Potência
das imagens cartográficas na Geografia foi o enfoque escolhido para debater sobre o
tema.
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Produção
cartográfica
Dissenção Acoplamento
Espaço cartesiano
modo clássico da
espacialidade cartográfica
O território “Geotecnologia”
No que se refere à produção acadêmica, há uma colagem muito
evidente das produções nesse território com os termos (e práticas) de
planejamento, análise e gestão territorial, regional, ambiental, da saúde.
Desdobram-se em proposições para zoneamento (ambiental, ecológico
‑econômico, urbano e outros), mapeamento de unidades (de paisagem,
geomorfológicas), modelagem e “cenarização”. Há um engajamento
regular dos grupos de pesquisa dessa área de atuações com setores da
administração pública e do mercado, sob as formas de transferência
tecnológica, consultorias e atividades afins, com a justificativa geral da
instrumentalização para tomada de decisões.
Subjaz às cartografias produzidas, nesse campo, uma noção do
espacial como superfície de uma completa horizontalidade, simultaneidade
completa na qual todas as interconexões já tenham sido estabelecidas (Massey,
2008, p. 160-161). A maior parte das aplicações geotecnológicas opera
com a mesma métrica, a da geometria euclidiana, que dá expressão
para essa noção de espacialidade estável e já posta, disponível para a
descoberta. O paradigma representacional é, portanto, hegemônico
nesse território.
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4. Palavras finais
Buscamos, neste texto, trazer à reflexão elementos da política
das imagens cartográficas focando, como campo privilegiado da
discussão, o ambiente formativo da Geografia. Amparando-nos nas
ideias de Deleuze e Guattari, procuramos identificar os territórios
da Cartografia Geográfica na atualidade, entendendo suas origens,
constituições hegemônicas e linhas de fuga, na quais encontramos
Política e Potência das Imagens Cartográficas na Geografia 83
Referências
BERTIN, J. Sémiologie Graphique: les diagrammes, les réseaux, les cartes. Paris:
Mouton & Gauthier-Villars, 1967.
BOUYER, G. C. A Morte da representação na filosofia e nas ciências da cognição.
Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, p. 21-46, 2008.
CRAMPTON, J. W.; KRYGIER, J. An Introduction to Critical Cartography. ACME:
An International E-Journal for Critical Geographies, v. 4, n. 1, p. 11-33, 2006.
DEL CASINO Jr., V.; HANNA, S. P. Beyond the “binaries”: A methodological
intervention for interrogating maps as representational practices, ACME: An
International E-Journal for Critical Geographies, v. 4, n. 1, p. 34-56, 2006.
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