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Opondo-se ao classicismo, a expressão

8 barroca era mais sensual e movimentada,


sendo composta por formas esculturais
CIDADE BARROCA onduladas, composições exuberantes e
traçados grandiloqüentes. Passando a
valorizar a contribuição espontânea dos
Em finais do século XVI, a cidade era artistas – em seu sentido maneirista –, era
vista sobretudo como um espaço político, literalmente uma arte “aberta”, que
centro poderoso de decisão e de grande permitia a multiplicidade de significados.
importância estratégica. Seu traçado  A ARTE BARROCA voltou-se ao
predominantemente medieval sofreu estudo das qualidades não-objetivas,
intervenções segundo as teorias mas subjetivas e sentimentais,
renascentistas, que permitiram a abertura servindo como instrumento para
de vias e praças, edificadas dentro dos controlar os sentimentos coletivos ou
princípios da simetria e da proporção. exprimir os individuais, oscilando entre
o conformismo e a evasão ou o
 Os ideais estéticos da Renascença protesto (BENEVOLO, 2001).
defendiam o alargamento de ruas, as
quais deveriam confluir para Na época, houve inegáveis avanços nas
construções monumentais, agora ciências e na filosofia – iniciados por Galileu
destacadas em praças ajardinadas, Galilei (1564-1642) e por René Descartes
repletas de fontes esculturais, (1596-1650) –, assim como a progressiva
estátuas, obeliscos e colunatas. Sendo supressão do poder espiritual (Igreja) em
concebida como artefato humano, a detrimento dos interesses do soberano
cidade deveria ser a mais geométrica temporal (Rei), com a afirmação crescente do
possível e seu crescimento ditado pela despotismo e do absolutismo.
harmonia e Razão.
A cidade tornou-se um espetáculo para os
No urbanismo, o BARROCO, que se olhos, emocionante e dinâmico que
expandiu do século XVII a meados do utilizava um repertório mais rico que o
XVIII, promoveu um prolongamento em renascentista, composto por obeliscos,
escala do Renascimento e, embora chafarizes, estátuas, colunatas e arcadas,
negasse suas normas rígidas e além de grandes planimetrias, traçados
proporções imutáveis, manteve a radiocêntricos e ajardinamentos.
perspectiva como elemento primordial na
 Até o Renascimento, a arte dos
concepção espacial e da valorização das
jardins resumia-se na apropriação pela
vias e monumentos (KOSTOF, 1991). cidade de espaços verdes naturais,
 A classe dirigente passou a ser que eram cercados e domesticados;
formada pelos reis e suas cortes, por ou então no cultivo de áreas verdes
nobres ricos e pelo novo clero domésticas. A partir do Barroco, os
especializado da Contra-Reforma. A jardins expandiram-se em amplas
CIDADE BARROCA teve que atender praças com desenhos geométricos e
às aspirações estéticas aristocráticas escalonados em diversos planos.
pela grandiloqüência de suas formas
(expressão de poder, ordem e
controle) e, ao mesmo tempo, aos
interesses burgueses pelo seu aspecto
socioeconômico (GOITIA, 2003).
De um lado, alguns centros urbanos
europeus adquiriram as feições de
verdadeiras cidades absolutistas (Paris e
Viena) enquanto de outro, alguns centros
importantes se transformam em cidades
essencialmente liberais ou propriamente
burguesas (Amsterdã e Londres).
PIAZZA DEL CAMPIDOGLIO, ROMA
O BARROCO originou-se em Roma, Nápoles (Napoli), capital do vice-reino
motivado pela Contra-Reforma e pela espanhol, tornou-se a cidade italiana mais
interpretação pessoal dos artistas populosa do século XVII, cujo centro
maneiristas, entre os quais Michelangelo medieval conservou seu traçado reticular
(Piazza del Campidoglio). Sob o domínio greco-romano e as ruas retilíneas do
dos papas, a cidade tornou-se barroca e século XVI. Como Estado independente
sua fisionomia medieval sofreu alterações entre 1734 e 1759, sob Carlo di Borboni
radicais com o papa Sixtus V (1521-90). (1716-88) e com 300.000 habitantes,
empreendeu um ambicioso rearranjo:
 Autor da Piazza di San Pietro, no
Vaticano, Gianlorenzo Bernini (1580-  Modernização do porto e ordenação de ruas
suburbanas, além da construção de novos
1680) realizou uma série de trabalhos
edifícios públicos, como o Tribunal da
e praças barrocas, entre as quais a Saúde e o Albergue dos Pobres;
Piazza Navona. Da mesma época, são
as igrejas gêmeas da Piazza del  Realização das grandiosas villas de
Capodimonte (1743) e de Caserta (1752),
Popolo, criadas por Carlo Rainaldi
segundo desenho barroco de Luigi
(1611-91), entre outras. Vanvitelli (1700-73).
No século XVII, as duas capitais dos
Estados italianos mais importantes da Na Inglaterra, o exemplo pioneiro do
época – Turim e Nápoles – também urbanismo classicista foi o projeto de Covent
passaram por grandes reformas barrocas. Garden (1625/30), a primeira piazza londrina
de traçado regular, criada por Inigo Jones
Turim (Torino), a capital dos duques de
(1573-1652). Pertencente ao Duque de
Savóia, ainda mantinha o traçado romano Bedford, o espaço era flanqueado por arcadas,
em tabuleiro quando sofreu três inspirando-se no Palais Royale (1602-12) de
ampliações sucessivas, as quais Paris. O palacete original foi demolido em
respeitaram a retícula e anexaram 1703, substituído por moradias modestas,
espaços elegantes e a arquitetura além de ter seu uso ampliado com um
inventiva de Guarino Guarini (1624-83): mercado popular, cafeterias e teatros.
 Primeira ampliação em 1620, da autoria do
arquiteto Carlo di Castellamonte (1560- Eram estes os principais elementos do
1641), para o Duque Carlo Emanuele I di urbanismo barroco, característico da
Savoia (1562-1630): a cidade chegou a 100 Europa dos séculos XVII e XVIII:
hectares e 25.000 habitantes;
a) Traçados de bases renascentistas,
 Segunda ampliação em 1673, elaborada guiados pela perspectiva, mas dotados de
pelo filho do precedente, Amedeo di maior liberdade, movimento e escala,
Castellamonte (1610-83), no fim do reinado passando a simetria a ser relativa (em
de Carlo Emanuele II (1634-75), quando o composição, mas não em detalhes);
castelo medieval passou a ser isolado ao b) Caráter monumental expresso pela busca
centro de uma grande praça: a área amplia- da grandiosidade e pela criação de
se para 160 hectares e a população para verdadeiras “cidades-cenário”, o que foi
40.000 pessoas; obtido por meio de rasgamento e
 Terceira ampliação em 1714, empreendida alargamento de vias, assim como a
por Filippo Juvara (1678-1736) para Vittorio criação de amplos espaços públicos.
Amadeo II (1666-1732): a superfície passou c) Desenho urbano realizado com base na
a ser de 180 hectares e a população atingiu composição arquitetônica (simetria, ritmo,
cerca de 60.000 habitantes. dominância de massas compactas e
aspecto imponente e sólido das obras),
além da artificialidade dos jardins;
d) Paisagem concebida como “construção
humana”, adquirindo assim um espírito
mais arquitetônico artificial e cênico.
Proliferam eixos, ruas e avenidas radiais,
composições geométricas e a retificação
de canais, fontes e espelhos d‟água.
e) Arquitetura urbana exuberante e retórica,
de escala monumental composta por
igrejas, palácios e monumentos para os
quais convergiam alamedas arborizadas e
consistiam nos principais temas estéticos.

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PARIS Contudo, as guerras religiosas, ocorridas
entre 1589 e 1594, danificaram
gravemente a cidade e Henri IV (1553-
1610) empreendeu um amplo programa
Mesmo ocupada desde 4.500 a.C., foi no
de renovação urbana, realizando obras
século III a.C. que ocorreu a fixação da
que embelezaram a capital.
tribo celta dos parisii na região conhecida
como Lutécia, situada na Île de la Cité, a Estes trabalhos definiram vários
qual foi saqueada e dominada pelos espaços barrocos, elegantes e
romanos em 59 a.C., na sua conquista da uniformes, consistindo em:
Gália. Estes impuseram o padrão reticular  Reorganização das ruas e das
e fortificaram a ilha e parte da margem instalações sanitárias (aqueduto e
esquerda do rio Sena (Sene), mas a vila esgotos), além da ampliação dos
somente passou a se chamar Paris com o muros do século IX, na margem
direita, incluindo os novos subúrbios
imperador Juliano, em 360 d.C. ocidentais;
 Durante a Idade Média, situada em  Construção de uma nova mansão
um ponto de cruzamento de rios, a suburbana (hôtel) em Saint-Germain
cidade tornou-se importante centro de (castelo ambientando a um jardim em
patamares de inspiração italiana);
poder político e cultural. Sofreu vários
ataques de bárbaros (muçulmanos e  Ampliação do paço do Louvre, por
normandos) e, no século XIII, meio de um conjunto quadrado
ligando o castelo real ao Palais des
finalmente pode se expandir, quando Tuileries, completado somente em fins
os pântanos (Marais) foram drenados. do século XVIII;
A catedral de Nôtre-Dame foi iniciada
 Abertura de novas praças de forma
em 1163, o mercado de Las Halles em regular e circundadas por casas de
1167, La Sorbonne em 1253 e a torre aspecto uniforme: Place Royale
da Bastilha concluída em 1380. (Places des Voges) e Place de la
Concorde (retangulares); Place
Dauphine (triangular, na ponta da Île
de la Cité); e Place de France
(semicircular, mas não realizada).

No século XVII, Le Grand Siècle,


amadureceram os preceitos do JARDIM
FRANCÊS, caracterizado pela rígida
distribuição axial, além do uso da simetria
relativa, das proporções matemáticas e
das perspectivas grandiosas.
Demonstrando o poder do homem sobre a
Em 1353, teve início a Guerra dos Cem natureza, expressava a prosperidade e
Anos contra a Inglaterra, cujo término inflexibilidade social na França de Louis
deixou a cidade praticamente em ruínas. XIV (1638-1715), Le Roi-Soleil.
Louis XI (1423-83) procurou recuperá-la,
através de um interesse renovado pelas  O jardim barroco estabelecia-
artes e arquitetura, inspirado pela se como uma paisagem completa,
Renascença italiana, mas foi somente no simétrica e regular, na qual os
século XVI, quando François I (1494- edifícios eram vistos como
1547) começou a ampliar o antigo cenários e a natureza trabalhada
Chateau du Louvre (1528), iniciado por como massas compactas e
Pierre Lescot (1510-78), que os reis artificiais. Os cursos d‟água eram
franceses – que antes viviam nos canalizados, os percursos pré-
chateaux do Loire – instalaram-se estabelecidos e todo o desenho
definitivamente em Paris. dominado por relvados e
alamedas, canteiros floridos,
 Nessa época, a cidade de Paris chafarizes, colunatas e estátuas.
desenvolveu-se bastante, atingindo de
200.000 a 300.000 habitantes, os
quais já ultrapassavam seus muros.
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O apogeu da expressão conceitual da Diante do palácio real, um sistema de
paisagem barroca encontra-se nas obras avenidas coordena as residências dos
de André Le Nôtre (1613-1700), funcionários da corte. O complexo, em
que viviam cerca de 20.000 pessoas,
responsável pela criação das regras para
possui mais de 1.400 fontes
o paisagismo dos espaços circundantes distribuídas regularmente.
dos palácios franceses do período,
iniciados pelo parque do Palais de Vaux Paris e Versailles foram dois organismos
(1656/60), residência do rico superintendente complementares, que revelavam as
das Finanças, Nicolas Fouquet (1615-80). possibilidades e os limites do poder
absolutista entre os séculos XVII e XVIII
 Segundo ele, os jardins
na França: exemplificam o ideal estético
franceses seriam compostos por:
barroco, mas demonstram a dificuldade
 Traçados retilíneos e radiocêntricos deste ser levado a todo conjunto urbano,
compostos por caminhos e
arruamentos de cascalhos para o
o qual se manteve como mosaico de
tráfego de cavalos e carruagens; parques e edifícios monumentais.
 Amplos revaldos, alamedas,  Durante o reinado de Louis XIV,
cercas-vivas, trepadeiras e entre 1653 e 1715, quando Paris
canteiros formando desenhos atingiu 500.000 habitantes, as
geométricos e bordaduras
intervenções pontuais prosseguiram,
curvilíneas, separados de bosques;
completando suas feições barrocas:
 Criação de cursos d‟água (canais e
lagos artificiais), assim como  Inserção de novos episódios limitados
perspectivas que destacassem as no tecido: Palais de Luxembourg
fachadas arquitetônicas, os portões (1631), Hôtel des Invalides (1671/6),
de acesso e os elementos Place Vendôme (1698), Place des
decorativos em profusão. Victoires (1685) e um novo arranjo do
Palais du Louvre;
 Demolição dos muros, os quais foram
substituídos por uma coroa de
avenidas arborizadas (os boulevards),
“abrindo” a cidade para a periferia,
descontínua e misturada ao campo.

VIENA

Embora de origem remota, por volta de


800 a.C., foi colonizada pelos celtas em
400 a.C. e incorporada pelos romanos à
província de Panônia em 15 a.C., que ali
estabeleceram, em cerca de 100 d.C., a
fortaleza de Vindobona.Tomada pelos
bárbaros (longobardos), permaneceu
insignificante até o século VIII, quando
Carlos Magno fez dela parte da fronteira
A obra-prima de Le Nôtre foi o esquema oriental do Sacro Império Romano.
paisagístico do Palais de Versailles (1662/70), feito
em continuidade compositiva com a arquitetura
proposta por Louis Le Vau (1612-70) e Jules
Hardoin-Mansart (1646-1708).

 Situado numa planície pantanosa


próxima a Paris, caracteriza-se pela
sua grandiosidade: de um grande
canal em forma de cruz (1,5 x 3 km),
irradia-se um leque de dez ruas que
avançam como raios no bosque
compacto à sua volta.

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 Foi a partir do século XIII, sob os Além das cidades citadas, deve-se sublinhar o
640 anos de domínio Habsburgo, que projeto de Giovanni Antolini (1756-1841)
Viena (Wenia) tornou-se uma das para Milão (Milano), na Itália; assim como o
principais cidades como centro plano de Nancy, na França, considerado um
político, comercial e cultural, capital do dos conjuntos barrocos mais harmoniosos em
Império Austro-Húngaro, que atingia escala urbana da Europa, ligando duas praças
Espanha, Holanda, Borgonha, Boêmia por uma avenida arborizada, que por si mesmo
e Hungria. Sofria, entretanto, representa outra praça.
constantes ameaças, como os ataques
turcos, a Peste Negra e as disputas  O incêndio de 1720 em Rennes, na
entre protestantes e católicos, que França, possibilitou a Jacques-Anges
desestabilizaram a cidade até 1576, Gabriel (1698-1728) planejar uma
início da Contra-Reforma. remodelação barroca da cidade, assim
como o terremoto de 1755 em Lisboa
O cerco de Viena pelos turcos cessou em foi responsável pelo seu novo traçado
1683, graças à vitória do príncipe Eugenio geometrizado da autoria do Marquês
di Savoia-Carignano (1663-1736), a partir de Pombal (1699-1782). Destacaram-
de quando a cidade expandiu-se além dos se também os projetos das cidades
muros, respeitando um cinturão livre de alemãs de Mannheim, Müchen
500 m; e surgiram novos espaços (Munique), Potsdam e Karlsruhe, esta
urbanos, representados pelos subúrbios e última projetada em função do Palácio
pelas residências dos grandes do Príncipe, a partir do qual se
irradiava todo o seu traçado (1715).
dignatários, como o Palácio do Belvedere,
onde residia o príncipe de Savóia, criado
por Johann L. von Hildebrandt (1668-
1745); e o palácio Liechtenstein, projetado
por Domenico Martinelli (1694-1706),
entre outros.
 Entre 1690 e 1723, construiu-se
uma grande residência suburbana,
imersa dentro de um amplo parque
barroco semelhante a Versailles: o
Palácio de Schönbrunn, projetado pelo
arquiteto da corte Johann B. Fischer
von Erlach (1656-1723), também Paralelamente, enquanto que na maioria
responsável pelo novo paço do Palácio dos Estados europeus imperava o poder
de Hofburg, sede do poder austríaco. absoluto de monarcas, as CIDADES
No início do século XVIII, construiu-se um HOLANDESAS ainda eram governadas
segundo cinturão de muros externos, como cidades-estado medievais, ou seja,
vinculando ao seu redor uma outra faixa de o poder político ainda era administrado
respeito de 200 m, passando a cidade a coletivamente pela burguesia mercantil.
contar, já no final do século, com uma área
total de cerca de 1.800 hectares e uma  Toda grande cidade era uma
população de 200.000 pessoas. república independente, com leis e
instituições próprias, mesmo que
A CIDADE BARROCA foi a pertencente a uma federação, visando
espacialização dos ideais do absolutismo defender os comuns interesses
e seu traçado – centro urbano, palácio e econômicos e militares.
jardim – baseava-se em um conjunto de Conservando este sistema político excepcional,
eixos divergentes e convergentes que era essas cidades tornaram-se riquíssimas nos séculos
a expressão e instrumento do poder e da XVI e XVII, desenvolvendo uma cultura original,
burguesa e antimonumental, cujos principais
ordem monárquica, representando um nomes foram o do filósofo Baruch Spinoza (1632-
ponto de vista simultaneamente unívoco e 77) e dos artistas Rembrandt van Rijn (1577-
abrangente (GUIMARÃES, 2004). 1642) e Frans Hals (1581-1666), entre outros.

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AMSTERDÃ O século XVII foi o período áureo de
Amsterdã, em que fortunas foram
acumuladas e perdidas. A cidade
continuou a crescer e um novo plano de
Nasceu aproximademente em 1200 d.C.,
expansão foi aprovado pelo governo
na foz do rio Amstel, como uma aldeia de
municipal em 1607 e pontualmente
pescadores, os quais construíram casas
executado no decorrer do século:
adaptadas às freqüentes enchentes, além
de barragens e canais. Foi lentamente  Desapropriação de terrenos para a
construção de três canais concêntricos,
crescendo e se dedicando ao comércio, com 25m de largura (04 corredores de cerca
acabando por se transformar, em cerca de 6m para tráfego de navios médios),
de 1350, num porto entreposto de grãos e começando pela extremidade ocidental e
cerveja vinda de Hamburgo. continuando por meio de cortes sucessivos
até a zona oriental;
 Os Países Baixos estavam então O canal mais interno (Canal dos Senhores)
sob o domínio dos duques da tem 3,5km de comprimento; o mediano
Borgonha, mas, no século XV, por (Canal dos Reis), 4km; e o externo (Canal
casamento, seu controle passou aos dos Príncipes), 4,5km.
Habsburgos da Áustria. Grandes  Previsão de desembarcadouros de carga e
incêndios em 1421 e em 1452 descarga em ambas margens dos canais,
destruíram dois terços da cidade, feita com 11m de largura (ao total são 25km que
toda em madeira e palha. Em 1480, chegam a permitir que 4.000 navios
foram erguidos seus primeiros muros. atraquem ao mesmo tempo); e de um
grande parque público na zona leste, além
da ampliação de todo o canteiro naval;
 Venda dos novos lotes edificáveis a
particulares (duas fileiras de 50m de
profundidade cada), recuperando assim as
quantias gastas e garantindo que as novas
construções seguissem um minuncioso
regulamento (entre as fachadas posteriores
das casas haveria um espaço livre de, no
mínimo, 48 m: 24m de jardim de cada lado)

Por volta de 1500, Amsterdã havia superado


seus rivais e se transformado no principal
poder da província da Holanda com uma
população de cerca de 12.000 pessoas. O
comércio no Báltico trouxe riqueza e a cidade
cresceu rapidamente, chegando à primeira
metade do século XVI a 40.000 habitantes.
 Os Habsburgo da Espanha
tentaram barrar a Reforma Protestante
que varria todo o norte europeu, mas a A Holanda tornou-se uma potência marítima,
resistência holandesa provocou uma colonizando as ilhas da Polinésia e parte do Brasil,
guerra civil e religiosa de 80 anos. Em além da Ilha de Manhattan; mas seu poderio
1578, os calvinistas tomaram o poder desmoronou devido à guerra com a Inglaterra. No
e expulsaram os católicos, fazendo-se final do século XVII, Amsterdã chegou a contar com
a primeira ampliação: 650 hectares de área e 200.000 habitantes,
permanecendo uma cidade rica e se transformando
 Demolição das muralhas do final do na capital financeira do mundo em meados do
século XV e transformação do fosso século XVIII. Urbanisticamente, manteve a
perimetral em um canal interno; fisionomia particular de seu característico núcleo
histórico, marcado pela arquitetura uniforme e por
 Construção de um novo cinturão de sua grande vitalidade e identidade (BENEVOLO,
muros em 1593, segundo as regras 2001).
da técnica militar moderna.

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