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A intervenção urbana deste pontífice é uma das mais notáveis realizadas para
ordenar uma cidade antiga e extensa. Duas importantes vias radiais, uma com
origem na Porta do Povo e outra em Santa Maria Maior, cruzam a cidade com
uma rede de diagonais que buscam conectar os pontos mais relevantes,
especialmente as grandes basílicas, por meio de alinhamentos retos. Foram
instalados obeliscos nos centros e cruzamentos de perspectivas. Trata-se de
uma intervenção urbanística de cunho estético-religioso voltada para as
grandes romarias. O barão Haussmann fará algo bastante semelhante, embora
com outros objetivos, quase três séculos depois.
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A intervenção urbana realizada por este papa é uma das mais importantes já
feitas para organizar uma cidade grande e antiga. Duas vias principais, uma
com origem na Porta do Povo e outra em Santa Maria Maior, cortam a cidade
com uma rede de diagonais que procuram conectar os locais mais
significativos, especialmente as grandes basílicas, através de alinhamentos
retos. Obeliscos foram posicionados nos centros e cruzamentos para criar
perspectivas marcantes. É uma obra de urbanismo com um forte viés estético-
religioso, com o objetivo de receber grandes peregrinações. O barão
Haussmann, com outros objetivos, fará algo muito semelhante quase três
séculos depois.
--Meu tema de hoje é a atividade urbanística nos séculos XV e XVI. Durante
esse período, as mudanças nas cidades geralmente ocorriam dentro das
antigas muralhas, resultando em poucas alterações na estrutura geral.
Enquanto a mente utópica sonhava com cidades geométricas ideais, a vida
cotidiana ocorria em ambientes medievais com praças irregulares e ruas
estreitas e tortuosas. O surgimento de algumas novas ruas, com edifícios
uniformes e solenes, e principalmente a criação de novas praças, regulares ou
quase regulares, para emoldurar um monumento destacado, uma estátua em
homenagem a um rei ou príncipe, ou para representações e celebrações
públicas, foram as iniciativas urbanas mais incentivadas, e o período barroco
deu continuidade a esses projetos em uma escala ainda maior
--Durante os séculos XV e XVI, a atividade urbanística envolvia principalmente
mudanças internas nas velhas cidades, sem muitas alterações na estrutura
geral. Enquanto a utopia planejava cidades geométricas ideais, a vida
acontecia em ambientes medievais com praças irregulares e pitorescas, além
de ruas estreitas e sinuosas. As principais iniciativas urbanas apoiadas nesse
período incluíam a abertura de novas ruas com edifícios solenes e uniformes,
bem como a criação de novas praças regulares ou quase regulares, destinadas
a enquadramento de um monumento em destaque, uma estátua para
homenagear um rei ou príncipe, ou mesmo para celebrações e eventos
públicos. Essas atividades foram ampliadas durante o período barroco em uma
escala ainda maior.
--Durante os séculos XV e XVI, grande parte da atividade urbanística se
concentrava em alterar o interior das cidades antigas, sem afetar
significativamente a estrutura geral. Enquanto o pensamento utópico idealizava
cidades geométricas perfeitas, a vida seguia nos antigos ambientes medievais,
com suas praças pitorescas e irregulares, bem como as ruelas estreitas e
tortuosas de tempos passados. As iniciativas urbanas mais valorizadas eram a
abertura de algumas ruas novas, com edifícios uniformes e solenes, e
principalmente a criação de novas praças, regulares ou quase regulares, que
serviam de moldura para monumentos destacados, estátuas em homenagem a
reis ou príncipes, ou para celebrações e eventos públicos. O período barroco
continuou a impulsionar esses projetos urbanos em maior escala.
León Baptista Alberti ocupa-se do problema da arquitectura urbana em vários trechos da sua
obra De re aedificatoria, com um critério bastante mais ecléctico. Antecipa-se ao princípio
moderno da hierarquia das ruas, e pensa que as principais devem ser amplas, rectas e todas
com edifícios da mesma altura de ambos os lados. Aceita, em contrapartida, que as ruas
secundárias sejam curvas para que se possa ver a todo o momento novas formas de edifícios.
Sebastiano Serlio exprime a conveniência de que, na frente de todos os edifícios monumentais,
exista uma praça quadrada ou cujas dimensões estejam relacionadas com a fachada do
monumento numa proporção simples. Estas ideias dos tratadistas deram os seus frutos sob a
forma de ruas de traçado rectilíneo, de arquitectura compassada e uniforme, como a Via Júlia,
em Roma, ou dos grandes alinhamentos que Sixto V traçou (1585-1590) na planta da cidade
eterna. A obra urbanística deste papa é uma das mais consideráveis que foram levadas a cabo
para sistematizar uma grande e antiga cidade. Duas importantes radiações, uma com o vértice
na Porta do Povo e outra em Santa Maria Maior, cruzam a cidade com uma rede de diagonais
que procura reunir os pontos mais significativos, principalmente as basílicas maiores, por meio
de alinhamentos rectos. Foram colocados obeliscos nos centros e cruzamentos de
perspectivas. É uma obra de urbanismo estético-religioso com vista às grandes peregrinações.