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Aula 2 – História do Planejamento Urbano

P R O F. E S P. L E O N A R D O T E L L E S
PLANEJAMENTO URBANO

• Indícios apontam de que a civilização humana têm trabalhado com


planejamento urbano em escala a 3500 a.C. Muitos historiadores
consideram como pai do planejamento urbano o grego Hippodamus e
suas teorias e ideias sobre o uso ideal da terra e da localização de
ruas e edifícios nas cidades de Mileto e Pireu.

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PLANEJAMENTO URBANO

• Os muçulmanos são muitas vezes creditados com a criação do


zoneamento, criando zonas específicas para estabelecimentos
comerciais, residências, culto religioso, etc.
• O zoneamento é um instrumento amplamente utilizado nos planos
diretores, através do qual a cidade é dividida em áreas sobre as
quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do
solo, especialmente os índices urbanísticos.

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PLANEJAMENTO URBANO - ANTIGUIDADE

• A Civilização do Vale do Indo é reconhecida como a primeira


civilização a desenvolver o senso de planejamento urbano, por volta
de 2600 a.C. onde algumas pequenas vilas cresceram em grandes
cidades contendo milhares de pessoas, que não trabalhavam
primariamente na agricultura, criando uma cultura unificada.

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PLANEJAMENTO URBANO - ANTIGUIDADE

• O repentino aparecimento dessas grandes cidades, bem como o


crescimento e a formação organizada destas cidades, parece ser o
resultado de um esforço planejado e deliberado.

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PLANEJAMENTO URBANO - ANTIGUIDADE

• Habitantes de cidades da antiguidade criaram certas áreas


destinadas para encontros, recreação, comércio e culto religioso.
Muitas destas cidades possuíam muralhas em volta, cujo objetivo era
impedir (ou, ao menos, de dificultar) o acesso de possíveis inimigos à
cidade.

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PLANEJAMENTO URBANO - ANTIGUIDADE

• A construção de prédios públicos e monumentos são outros


exemplos de planejamento urbano nos tempos antigos, das quais, as
cidades mais famosas são Roma e Atenas.

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PLANEJAMENTO URBANO – IDADE MÉDIA

• Muitas cidades e feudos medievais eram protegidas por muros. Com


o crescimento populacional, muitas destas cidades tornaram-se super
populacionadas.
• Para solucionar este problema, algumas cidades derrubavam seus
muros (e muitas vezes construindo outra, protegendo uma área
maior), e outras simplesmente deixavam seus muros antigos de pé,
construindo novas cidades e vilas ao redor da antiga cidade.

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PLANEJAMENTO URBANO – IDADE MÉDIA

• A religião fazia parte integral da vida política, cultural e social da


Europa da Idade Média, e isto reflete-se nas cidades da época, onde
na maioria das vezes, a principal igreja estava localizada no centro
da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara estrutura.

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PLANEJAMENTO URBANO – RENASCIMENTO

• Durante o Renascimento, um período de grande desenvolvimento


artístico, planejadores urbanos desenhavam partes de uma cidade
em grande escala, criando grandes áreas para solucionar a super
lotação de tempos antigos.
• Exemplos são a Catedral de São Marcos, em Veneza, e a Basílica de
São Pedro, no Vaticano. Já um exemplo de uma área que foi
inicialmente planejada, antes de ter sido construída, é o Palácio de
Versailles, na França, uma mini-cidade por si mesma.

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• CATEDRAL DE SÃO MARCOS, VENEZA
• Basílica de São Pedro - Vaticano
PLANEJAMENTO URBANO – RENASCIMENTO

• Alguns artistas conhecidos, como Leonardo da Vinci e Michelangelo,


por exemplo, desenharam e ajudaram a embelezar algumas cidades
italianas, no século XV e XVI, enquanto Georges Eugene Haussmann
planejou grandes avenidas e praças, em Paris, no século XIX, que
ajudaram a cidade francesa em se tornar reconhecida mundialmente
como uma das cidades mais belas do mundo

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• Paris - Haussmann
PLANEJAMENTO URBANO – RENASCIMENTO

• Algumas cidades dos Estados Unidos, na América colonial foram


planejadas de antemão, antes de terem sido construídas. Exemplos
incluem Charleston, Filadélfia e Savannah. O exemplo mais famoso,
porém, é o da atual cidade de Washington, DC, a atual capital do
país. George Washington contratou Pierre Charles L'Enfant, um
arquiteto francês, para planejar a cidade.

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PLANEJAMENTO URBANO – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

• Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e a criação de


fábricas em cidades, a população de muitas cidades europeias e
americanas começaram a aumentar rapidamente, recebendo
milhares de pessoas vindas dos campos, abandonando trabalhos nas
áreas rurais, para trabalhar na indústria. Isto fez com que cidades da
época ficassem superlotadas, sujas, barulhentas. Muitas pessoas
viviam em bairros que possuíam péssimas condições sanitárias, na
qual famílias inteiras viviam espremidas em casas de um ou dois
cômodos, perto das fábricas.

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PLANEJAMENTO URBANO – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

• Reformistas sociais começaram a pedir ao governo que melhorassem


tais condições precária de vida, sugerindo planos como novo
zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Também sugeriram
a separação de zonas industriais e residenciais, cada uma em zonas
separadas da cidade.

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PLANEJAMENTO URBANO – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

• Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade


ideal, na Feira Mundial de Chicago, em 1893. Largas e grandes
avenidas, com grandes estruturas públicas, eram dois dos muitos
aspectos numa cidade ideal. A exposição marcou o início do
Movimento City Beautiful (Bela Cidade), nos Estados Unidos.

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MOVIMENTO CITY BEAUTIFUL
• Reforma da arquitetura norte-americana e planejamento urbano que
floresceu durante as décadas de 1890 e 1900 com a intenção de
revitalizar e tornar mais emblemáticos os espaços públicos das
cidades americanas.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Até o final do século XIX, o planejamento urbano na maioria dos


países industrializados era de responsabilidade de arquitetos, que
eram contratados por empresas particulares ou, raramente, pelo
governo. Mas o crescimento dos problemas urbanos durante o final
do século 19 forçou governos de muitos países, em especial, o dos
Estados Unidos, a participar mais ativamente no processo de
planejamento urbano.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• O Movimento moderno na Arquitetura e no Urbanismo pregava que a


atividade de planejar as cidades era matéria de ordem
eminentemente técnica, e que portanto, possuía a neutralidade
política inerente ao trabalho científico. Tal pensamento se formalizou
especialmente com o trabalho dos CIAM (Congressos internacionais
da Arquitetura moderna) e, especialmente, com a Carta de Atenas.

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A carta de Atenas – 1933
• É o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional
de Arquitetura Moderna 
• A Carta considerava a cidade como um organismo a ser concebido
de modo funcional, na qual as necessidades do homem devem estar
claramente colocadas e resolvidas.

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A carta de Atenas – 1933
• Desse modo, preconiza a separação das áreas residenciais, de lazer
e de trabalho, propondo, em lugar do caráter e da densidade das
cidades tradicionais, uma cidade, na qual os edifícios se
desenvolvem em altura e inscrevem em áreas verdes, por esse
motivo, pouco densas.

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A carta de Atenas – 1933
• Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das
cidades européias após a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, a
criação do Plano Piloto de Brasília por Lúcio Costa. Este é
considerado como o mais avançado experimento urbano no mundo
que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Reflexos deste pensamento urbanístico podem ser observados em


projetos de novas áreas de expansão urbana totalmente
desvinculados das necessidades efetivas das comunidades que aí
morariam. O plano-piloto da cidade de Brasília é considerado o
exemplo mais perfeito deste tipo de urbanismo modernista.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Entre 1900 e 1930, muitas cidades nos Estados Unidos introduziram


comissões de planejamento urbano e leis de zoneamento. Um dos
mais famosos planos de revitalização urbana desse período foi o
Plano Burnham, que revitalizou uma grande parte da cidade de
Chicago.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• O Plano Burnham é um nome popular para o Plano de Chicago de


1909 , com coautoria de Daniel Burnham e Edward H. Bennett .
Recomendou uma série integrada de projetos, incluindo ruas novas e
alargadas, parques, novas ferrovias e instalações portuárias e
edifícios cívicos. Embora apenas partes do plano tenham sido
realizadas, o documento remodelou a área central de Chicago e foi
uma influência importante no novo campo do planejamento urbano .

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• A explosão populacional da década de 1950 e da década de 1960


criou problemas como congestionamentos, poluição, aparecimento
ou crescimento de favelas, e falta de moradia. Para vencer os novos
desafios destas cidades em crescimento, agências de planejamento
urbano precisaram expandir seus programas, incluindo novas
residências, áreas recreacionais e melhores distritos comerciais e
industriais.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Atualmente, o planejamento urbano de uma cidade é geralmente feito


por acordos entre agências governamentais e empresas privadas,
especialmente nos países desenvolvidos. Nos países
subdesenvolvidos, porém, o Planejamento Urbano passa por um
momento de redefinição.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Se, por um lado, tais países atravessaram longos períodos de


planejamento centralizador e autoritário (não raro resultando em
periferias urbanas espraiadas, estruturadas por projetos residenciais
movidos mais pelo caráter quantitativo que pelo qualitativo), nas
últimas duas décadas, o Planejamento Urbano no Brasil, por
exemplo, tem procurado colocar-se como possível mediador no
conflito social pelo solo urbano.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• O foco do planejamento, pelo menos academicamente, deslocou-se


do regulamento do uso e ocupação do solo para o tratamento dos
processos especulativos de produção do espaço urbano, colocando-
se contra ou a favor deles.

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Surge daí a idéia de planejamento urbano participativo (trabalhada


por exemplo por teóricos como Ermínia Maricato, ex-Secretária
Executiva do Ministério das Cidades) no qual as decisões são
tomadas através de um processo democrático no qual o profissional
não assume mais o papel de "autor do plano", mas de "condutor do
processo".

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PLANEJAMENTO URBANO – SÉCULO XX – TEMPOS ATUAIS

• Contrariamente a esta tendência, teóricos internacionais, como


Manuel Castells, propõem o que se convencionou chamar de
Planejamento urbano estratégico, que procura tratar as cidades sob a
lógica da guerra fiscal e de sua localização na suposta nova rede de
cidades globais.

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Dúvidas

Obrigado !!!
ATIVIDADE

• De que forma a Idade Média contribuiu para o avanço do


planejamento urbano?

• Como se caracteriza o zoneamento dentro do planejamento urbano e


qual sua relação com a Revolução Industrial?

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