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Planejamento ambiental e paradigmas de desenvolvimento

Presentation · March 2020


DOI: 10.13140/RG.2.2.30928.05126

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Fábio de Oliveira Matos


Universidade Federal do Ceará
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR - LABOMAR
DISCIPLINA: GESTÃO URBANA E AMBIENTAL

planejamento
ambiental
... e paradigmas de desenvolvimento.
Prof. Dr. Fábio de Oliveira Matos
fabiomatos@ufc.br
PLANEJAMENTO, PLANEJAMENTO AMBIENTAL E PARADIGMAS DE DESENVOLVIMENTO

A organização do espaço sempre foi uma premissa para


grupos de pessoas que se propõem a viver em estado
gregário (vivência em sociedade), sob objetivos e
normas comuns. Esta disposição vem sendo observada
desde a Antiguidade, quando já existiam formas de
planejamento.

As primeiras informações históricas sobre


planejamento do espaço descrevem aldeias
ligadas à prática da pesca ou agricultura.
Nessas civilizações antigas, a ordenação do território levava em consideração aspectos ambientais como
topografia e microclima. Exemplos tradicionais de um embrião de planejamento advêm das aldeias da
Mesopotâmia, cerca de 4000 a. C., cujos registros apontam os primeiros “planejadores profissionais”.

Eles foram, na realidade, autoridades religiosas


preocupadas com a organização dos
agrupamentos sociais. Ao longo da história, até se
formarem as primeiras grandes cidades, os homens
planejaram seu espaço buscando preceitos religiosos, de
estética e de conforto.
A preocupação sobre os impactos produzidos pelo homem em centros
urbanos tornou-se mais evidente entre os gregos, formando os grandes
teóricos da cidade.

Esta perspectiva de planejamento – voltada a


cidade – perdura no tempo, da Grécia Antiga à
época da Revolução Industrial, formulando uma
base teórica sobre construções de núcleos
populacionais, seja do ponto de vista religioso
ou estético, seja dos pontos de vista estrutural,
político, econômico e social.
Reforma Urbana de Paris (1850- 1870)

Georges-Eugène Haussmann

Modernização da cidade. Para isto, o


Barão demoliu as antigas ruas,
pequenos comércios e moradias da
cidade e criou uma capital ordenada
sobre a geometria de grandes
avenidas e bulevares.

Surge uma nova disposição que


também iria colaborar com o fim
dos levantes populares, as
barricadas de Paris. Auteil, distrito
vizinho anexado, passou a ser
subúrbio como outros.
Planejamento...
As barricadas, após a
remodelação de Paris, iriam
cessar devido à geometria das
ruas, antes sinuosas e estreitas
que possibilitavam a luta frente
a frente entre civis e militares, e
depois largas e retas,
possibilitando então o uso de
canhões, que massacrariam as
revoltas populares, então
objetivo do Império.
Processo de loteamento citadino.

Nova York (1807)


Avenidas (sentido N – S)
Ruas (sentido E – W)
OBS.: Embora o Central Park pareça natural, ele é, na
verdade, ajardinado quase inteiramente e contém
diversos lagos artificiais, trilhas para caminhadas,
duas pistas de patinagem no gelo, um santuário vivo
e campos diversos. Seu projeto passou a ser posto em
execução em 1873.
Voltando...
Na Europa, no final do século XIX, eram poucos aqueles que se preocupavam com a
construção das cidades aliada à conservação dos elementos da natureza. No
entanto, é necessário ressaltar que, entre 1810 e 1940, mais de um século após a
primeira Revolução Industrial, diversos estudos no campo da ecologia induziram à
reorientação da relação homem e meio, como:

A teoria da evolução de Darwin


(1809 – 1882): o homem originado do meio

O conceito de ecossistema de Tansley (1897):


Conjunto de comunidades que interagem entre si (ODUM,
1985).
O movimento Romântico do final do século XVIII e início do
XIX refletiu uma expressão social de cunho ambiental.

No Brasil, a exaltação da natureza como forma de exercício do


patriotismo é marca da literatura nacional nesse período.

A valorização da natureza local foi um dos elementos mobilizados no


clamor pela autodeterminação nacional em oposição às antigas
metrópoles: a natureza elevaria os novos países americanos, postando-
os em pé de igualdade com os países do Velho Mundo. A opulência
do trópico, sua vitalidade e originalidade, eram
estímulos ao pensamento e a autonomia nacional.
Emerge a construção do
PLANEJAMENTO SETORIAL

A cidade foi composta e


planejada “por partes”,
sem a preocupação de
torná-las interativas.

Brasília
Tínhamos um planejamento setorial
desarticulado e seletivo...
Uma outra visão...
Uma visão um pouco mais diferenciada de planejamento
surgiu também a partir da década de 1950...

a preocupação em torno
Nos EUA, emerge
da necessidade de se avaliar os
impactos ambientais resultantes de grandes
obras nos centros urbanos.
Motivação?

O crescimento inadequado
das cidades gerava perdas na
qualidade de vida.
Desse pedaço da história, a preocupação com a
natureza refletia-se melhor nas cidades
japonesas, que procuravam conseguir um
estreito relacionamento entre elementos
naturais e construídos, devido as suas raízes
culturais, bem como a escassez de recursos.
Os Parques urbanos de Toquio...
A proposta de urbanização
da Tóquio atual...
Rio Tama
A questão ambiental era vista como um segmento à
parte, ligada à sistematização do conhecimento da
natureza e à política de protecionismo.

Contudo, no De acordo com Latour (1998) os impactos ambientais da sociedade


mundo... moderna ajudaram a “.. Torná-la, pouco a pouco, uma parte de
nossa existência legal, política e moral... Ela passou
do exterior ao interior do mundo social”.
Durante quase vinte anos, debateu-se no Congresso Americano a
necessidade de se EXIGIR ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL e, durante
essas décadas, a ideia começou também a ser discutida em outros
países.

As universidades passaram a se preparar para responder


à provável exigência legal, retomando a visão holística e
integradora do meio e considerando as ações humanas
como parte do processo de avaliação.

PAPEL DA UNIVERSIDADE EM FORMAR A BASE DO DEBATE DO


PLANEJAMENTO AMBIENTAL
Essa nova forma de construção do conhecimento
ainda estava muito separada dos planejamentos e
planejadores a primeira metade do século XX. Foram,
no entanto, mudanças significativas que não
ocorreram por acaso.

Na realidade, foram a expressão da transformação do


momento histórico em que se estava vivendo lentamente,
os princípios do planejamento das cidades e do campo
foram, lentamente sendo atingidos pelas mudanças do
paradigmas social vigente.
É assim que, no final da década de 1960,
ocorreu uma releitura dos fundamentos
conceituais de desenvolvimento, gerada por
diversas causas histórico-políticas.

Os países subdesenvolvidos estavam sempre muito longe


dos padrões do dito Primeiro Mundo e a ênfase na
mentalidade voltada para o consumo provocava
consequências graves na produção do espaço urbano,
tais como poluição, desigualdade social, aumento
da criminalidade e insatisfações da sociedade.
Ganha destaque a ideia de não haver um modelo único de
desenvolvimento, sendo o
melhor aquele que a própria
sociedade decide, com satisfação de suas
necessidades segundo suas condições e sua
representação social.
Surgem modelos alternativos de desenvolvimento...

Considerou-se benefícios desvinculados do aspecto puramente


econômico – levando em conta a qualidade de vida físico-mental,
conforto, higiene, educação – , bem como características
negativas do chamado “mundo desenvolvido”, como poluição e
degradação ambiental.
Aquelas antigas premissas de planejamento,
com base em definições econômicas e de
caráter setorial, não mais serviam como
referências indiscutível. Exigiam-se
planejamentos mais abrangentes, dinâmicos,
preocupados com avaliações de impacto
ambiental.

Não mais se admitia usar como sinônimos desenvolvimento


econômico e crescimento econômico, qualidade de
vida e padrão de vida.
Países subdesenvolvidos que haviam alcançado um
significativo crescimento de seu PIB ainda conservavam
um grande número de indivíduos sem acesso aos serviços
sociais básicos (saúde, educação, nutrição) desvinculando
a correlação entre crescimento econômico e bem-estar
social.
O relatório final do Clube de Roma (1968), chamado “Limites de
Crescimento” abalou as convicções da época sobre o valor do
A sociedade e a academia
desenvolvimento econômico.
passaram a fazer maior pressão sobre os governos
acerca da questão ambiental.

Esse relatório contribuiu para que, em 1969, os EUA


elaborassem o NEPA (Lei Nacional de Política Ambiental), uma
legislação que exigia considerações ambientais no
planejamento e nas decisões sobre projetos de
grande escala. Seguiram-se ao NEPA diversas legislações, em
outros países, com considerações ambientais.
Os primeiros estudos de avaliação de impacto refletiam “sistemas
de planejamento” de caráter ambiental, mas referenciados por
obras públicas.

Os métodos adotados eram um somatório das avaliações de


custo/benefício, técnicas de questionamento e métodos baseados
em listagens, desenvolvidos entre os anos 1930 e 1970.
Técnicos e teóricos em planejamento passaram então
a questionar suas diretrizes, discutindo tanto aspectos
do processo em si, como o papel dos planejadores
atuantes no processo.

Questionava-se se os planejadores eram


realmente objetivos e imparciais, porque e como
o público deveria ser envolvido, ou como se
poderia intervir no manejo de regiões.
Nos anos 1970 e início dos anos 1980, a conservação e a preservação
dos recursos naturais e o papel do homem integrado no meio passaram
a ter função muito importante na discussão da qualidade de vida nas
cidades. Nesse período, os conceitos sobre planejamento,
influenciadas pelos estudos de impacto, sofreram
uma reformulação, na qual a questão ambiental foi
amplamente contemplada.

Surgiu então, nessa época, a tendência de


elaborar planejamentos regionais integrados.
Independentemente dos objetivos ou do local planejado,
essa estratégia exigia a espacialização de um conjunto
amplo de dados que necessitavam ser
comparados, sobrepostos e avaliados de maneira
holística.
Na década de 1970, grupos governamentais
organizaram-se para produzir planejamentos
regionais.

Porém, poucos conseguiram, efetivamente,


implementar planejamentos ambientais, quase
sempre barrados por dificuldades institucionais.

Havia esforços para incluir conceitos ecológicos,


econômicos e políticos em planejamentos de caráter
regional e urbano, mas eles tendiam a ser unicamente
acadêmicos ou estudos de caso não aplicados.
Apenas nos últimos anos, o ambiente e o
desenvolvimento já não podiam ser apresentados
isoladamente. Desta forma, o planejamento
adjetivado “ambiental” era visto como um caminho
para um desenvolvimento social, cultural, ambiental
e tecnológico adequados nas ocupações humanas.
Não se pode deixar de dizer que a questão ambiental inseria-se,
entre os anos 1950 e 1990, por meio de propaganda de
gerenciamento de recursos naturais, cujas preocupações iniciais
eram essencialmente de controle ambiental, elaborado através de
regulamentos legais, mas não de mudanças de postura diante da
utilização dos recursos naturais no ambiente citadino.

Propostas de gerenciamento e planejamento


ambiental cruzaram-se ao longo da história, levando
muitos a confundi-los em conceito, estrutura e
procedimentos.
Preocupação
com a água

Definição de ideários e
Ressurgimento Poluição e
da Teoria de
novos paradigmas que impactos
Gaia incorporassem as ambientais
questões ambientais

Enquanto isso, as premissas de


planejamento caminharam
Surgimento de
movimentos paralelas, com o objetivo de
preservacionistas responder aos novos rumos.
Assim, muitos conceitos relativos a novos princípios de
desenvolvimento passaram a ser gradativamente
incorporados aos planejamentos, como:

A evolução com que O conceito de


A perspectiva de
modos de vida vêm qualidade de vida
esgotamento dos
alterando o meio distinto do de padrão
recursos naturais.
ambiente. de vida.

A degradação do meio
Noção de recursos
medida pela
versus serviços
capacidade de suporte
ambientais e
e sistemas de
ecológicos.
autocontrole.
Assim, os objetivos, a estrutura e os procedimentos em um planejamento serão
definidos a partir de UM IDEÁRIO, norteador de todo o seu processo, que levará
os conceitos e premissas de desenvolvimento, para um certo espaço, num
determinador tempo.

Se o ideário se concretizar, então passará a ser


considerado um modelo, uma referência ou um
paradigma a ser examinado pelo planejador.

O ideário atual foi semeado em 1950, quando a IUCN


(Internacional Union Conservation of Nature) apresentou
um trabalho que usou o termo “desenvolvimento
sustentável”.

OBS.: O termo só se difundiu em 1972 na Conferência Mundial do Meio


Ambiente, em Estocolmo, com o nome de ecodesenvolvimento.
O papel do termo “ecodesenvolvimento” no planejamento

Nesse termo, estava clara a preocupação com a degradação ambiental,


como a condição social dos desprivilegiados, com a falta de saneamento,
com o consumo indiscriminado e com a poluição ambiental.

Acreditava-se, nesse momento, que


iniciativas pontuais pudessem
multiplicar-se à medida que atestavam
seu sucesso como modo de vida.

O ecodesenvolvimento propunha observar as potencialidades e


fragilidades dos sistemas que compunham o meio e estimular a
participação popular.
A Conferencia da ONU sobre o Meio Ambiente em Estocolmo
(1972), ficou marcada pela discussão sobre a poluição da água e
do ar, do perigo do crescimento populacional indiscriminado (já
alertado pelo Clube de Roma), e dos ursos dos recursos naturais.

PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio


Ambiente)
De efetivo, nessa reunião • Com o objetivo de gerenciar as atividades de proteção ambiental;
criou-se:

Fundo Voluntário para o Meio Ambiente

• Voltado para os países em desenvolvimento e que conta com a


colaboração de vários organismos de âmbito regional e
internacional, além de entidades governamentais e é gerido pelo
PNUMA.
ECO 92
Marcado por três temáticas:

Conservação
ambiental

Qualidade
de vida no
planeta

Consolidação
política e técnica do
Desen. Sustentável

Principal produto: AGENDA 21


O “planejamento” na Agenda 21

No capítulo 7 trata sobre o planejamento urbano e rural, recomendando a


avaliação das atividades humanas, do uso da terra e a ordenação desejada dos
espaços dentro dos preceitos de desenvolvimento sustentável em suas
dimensões ECONÔMICA, SOCIAL, AMBIENTAL, POLÍTICA E CULTURAL.
Porém...

Não podemos considerar que efetivamente estamos num novo paradigma,


pois o ideário posto não viria acompanhado de uma mudança efetiva do
modelo de crescimento econômico praticado no mundo.

PARA CRABBÉ (1997):

O desenvolvimento sustentável acaba por ser uma ideologia política ou


utopia desenvolvida nas Nações Unidas visando inicialmente atrair os países
do dito Terceiro Mundo para adotarem a agenda ambiental dos países do
Norte.
PERGUNTA:

Como planejar em um país do Sul, diante desse novo


ideário da sustentabilidade, sem uma real mudança do
paradigma de desenvolvimento no mundo?

Como falar de qualidade de vida e


igualdade social diante das realidades
globais e regionais vigentes?
Algumas “saídas” adotadas...

Nos países em vias de


desenvolvimento, a alternativa
encontrada nos PLANEJAMENTOS é
aplicar um ou alguns princípios
dentre o conjunto que rege a
proposta de sustentabilidade e o
ideário de desenvolvimento
sustentável.
Os planejamentos são, comumente, permeados de
contradições e conflitos de interesses. Não é,
propriamente, a falta de conhecimento e experiência que
leva a essa condição.

Não existem dúvidas sobre o que deve ser


inserido nos processos:

Maior participação da
sociedade e envolvimento das
lideranças, bem como maior
integração dos planos espaciais.
Porém...
Como implementá-los? Como criar novos mandamentos
para consumo e produção e novos caminhos para
chegar à justiça social?

Santos (2004) ousa dizer que o planejamento


voltado à conservação ambiental e
desenvolvimento sustentável é, por enquanto, mais
um ideal a ser alcançado do que um paradigma
atual, mais uma palavra da moda do que um
conceito usado.
Conservação e planejamento ambiental no Brasil
Documentos de caráter ambiental e naturalista
podem ser encontrados ainda no tempo do

Alertas ambientais
Império.

Qualidade e quantidade
dos recursos hídricos

Alertas para D. João VI e D. Pedro II Proteção de florestas para


sobre a questão ambiental, escritos por a conservação de
naturalistas que visitavam o país. mananciais

Saneamento das cidades


OBS. 1: Esses naturalistas eram comumente
desvinculados de compromissos com metas
políticas ou com planejamento
interdisciplinar.

OBS. 2: O meio natural era discutido sob o


ponto de vista da solução de problemas
específicos e localizados, da preservação e da
formação de santuários que garantissem a
manutenção de ecossistemas naturais.
Os prenúncios de propostas voltadas para o
planejamento ambiental, encontram-se
direcionados para a área do planejamento
de recursos hídricos e gestão de bacias
OBS. 3: Tais alertas e estudos ditos ambientais hidrográficas (Código das Águas de 1934).
não resultavam num planejamento ambiental.
André Rebouças

Engenheiro que lutou pela existência de parques


nacionais e estimulou D. João VI a convocar o Major
Archer, um botânico amador, para reflorestar ao longo
dos cursos d’água do Maciço da Tijuca (RJ), como forma
de estimular e garantir a qualidade da água.

Proposta de criar dois Parques Nacionais: um em


Sete Quedas (rio Paraná) e outro na Ilha do
Bananal (TO).

Não foram criados, mas “preparou terreno” para a


pioneira criação do Parque Estadual de São Paulo,
em 1896.
Espírito “desenvolvimentista” no Brasil:

Pautado pela INDUSTRIALIZAÇÃO

Principal impacto da industrialização, pela ótica governamental: POBREZA

“Efeito colateral”: geração de poluentes e o esgotamento dos recursos naturais


Enquanto isso...
Catástrofes ambientais (Chernobyl, Exxon Valdez, etc).

Planejamento ambiental

Gerenciamento Ambiental
Debates ambientais

Avaliação de impactos ambientais

Criação da Secretaria Especial do Meio


Ambiente (proteção os recursos hídricos)

No Brasil

Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº


6938/81), uma “carta de intenções” em
relação à conservação do meio
Mudanças no comportamento das políticas ambientais no Brasil
CAUSAS ENDÓGENAS E EXÓGENAS

Fundação de ONG’s no
Sociedades estrangeiras Brasil (exigindo a
ambientalistas (WWF, por participação nas tomadas
exemplo) de decisão sobre o meio
ambiente)

Pressão de bancos internacionais (exigência


de estudos de impacto ambiental para
financiamento de projetos)
Legislação ambiental brasileira: principais documentos legais
A partir de 1980: o planejamento ambiental foi incorporado pelos
órgãos governamentais, instituições, sociedades ou organizações.
Contudo apresentou-se sob diferentes formas, em função das Planejamento urbano
atribuições dos responsáveis pelo processo de planejamento.

Metodologicamente, estes planejamentos


Planos de bacias
expressavam seu histórico, ou seja, a função entre hidrográficas
conceitos e estruturas de:

Estudos de impacto
ambiental
Os planejamentos ambientais atuais são deficientes em modelos ecológicos e tratam a dimensão
política de forma simplista. A participação pública e a interpretação das representações sociais são
ainda tratadas de forma amadora. Há ainda um hiato, muito comum entre a abordagem entre:

Planejadores urbanos e economistas

• Demasiadamente preocupados com a ordenação de atividades


humanas, o desenvolvimento econômico e a geração de
empregos
CIENTISTA AMBIENTAL
Ecologistas, ambientalistas e cientistas ambientais OCEANÓGRAFO

• Planejamento cujo eixo de análise é o meio biofísico, no qual,


partindo de premissas diferenciadas, buscam pincelar quadros
de qualidade de vida, destacam a conservação de áreas verdes e
Um
a preservação de espécies raras, resultando possivelmente em
documentos obsoletos e isolados.
desafio...
Planejamento e Gestão
Não são termos intercambiáveis, por possuírem
referenciais temporais distintos e, por tabela, por se
referirem a diferentes tipos de atividades

Planejamento Gestão
• Significa tentar prever a evolução de um
fenômeno ou, para dizê-lo de modo menos • Remete ao presente: gerir
comprometido com o pensamento significa administrar uma
convencional, tentar simular os
desdobramentos de um processo, com o situação dentro dos marcos
objetivo de melhor precaver-se contra dos recursos presentemente
prováveis problemas ou, inversamente, com disponíveis e tendo
o fito de melhor tirar partido de prováveis
benefícios. necessidades imediatas.
Planejamento e Gestão

Planejamento Gestão
• É a preparação para a • É a efetivação, ao menos
gestão futura, buscando- em parte (...) das condições
se evitar ou minimizar que o planejamento feito
problemas e ampliar no passado ajudou a
margens de manobra. construir.

Longe de serem concorrentes ou


intercambiáveis, planejamento e gestão são
distintos e complementares.
Dessa forma...

A partir da análise das especificidades locais e


regionais, mas considerando também o contexto
nacional e internacional, o planejamento
auxilia no estabelecimento de metas e
ações que organizam a vida do homem
e a relação com o meio ambiente.
Obviamente, o planejamento e a gestão não são capazes de,
sozinhos, solucionar a totalidade desses problemas.

Não se pode afirmar que o planejamento ambiental, isoladamente, tenha


o condão de equacionar e equilibrar a demanda das populações e da
economia sobre os recursos naturais ou quanto à qualidade dos
ambientes construídos, por exemplo. No entanto, é certo que a aplicação
dessa prática em larga escala teria evitado a ocorrência de
diversos processos mal conduzidos que alteraram – e
ainda alteram – desfavoravelmente as condições
naturais e ambientais. Seguramente o planejamento ambiental
teria possibilitado maior consciência dos reflexos ambientais nas
tomadas de decisão. Ele tem, assim, um papel disciplinador e
conscientizador.
Milaré (2010, p. 374)
O planejamento é necessário para assegurar justiça social
e a reposição dos pressupostos ambientais naturais para o
assentamento humano. Não há como vislumbrar um
futuro melhor para as cidades brasileiras sem
planejamento.
VERSO
Um Desafio...
REVERSO
Percebe-se a insuficiência do planejamento e gestão nas soluções dos problemas
sociais se estes forem vislumbrados de maneira isolada. Todavia, se aliados a outros
fatores, implicam positivamente na melhoria da qualidade de vida da população, no
aumento da justiça social, garantia do bem-estar dos habitantes, na solução ou
minimização de certos problemas, na transformação da realidade existente, na
promoção da sustentabilidade e efetividade de direitos.
Referências

SANTOS, Rozely Ferreira dos. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de
textos, 2004.

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