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Paisagem Natural

Paisagem Natural
PARQUE NATURAL DA ARRÁBIDA

Águia de Bonelli
O Parque Natural da Arrábida é uma 
reserva biogenética situada na margem norte do
estuário do Rio Sado, na península de Setúbal, com
o ponto mais alto no Pico do Formosinho, a 501
metros de altitude, no distrito de Setúbal, em 
Portugal. Estende-se por 35 quilómetros de
comprimento e 6 de largura, incluindo diversas
montanhas e lugares de assinalável interesse e
beleza natural.
Os seus limites são bem definidos a Ocidente e a Sul da Arrábida pelo mar, com arribas imponentes. A Norte e a Leste os
limites confinam com a planície de areias e com o morro de Palmela. A costa da Arrábida é a maior quebra de direção do
litoral ocidental português. O mar da Arrábida, no qual se situa o Parque Marinho Luiz Saldanha, desenvolve-se num troço de
26 km desta costa alta e escarpada, entre o Estuário do Sado e o Cabo Espichel, desde o intermareal
(zona litoral situada entre o nível médio da maré alta e o nível médio da maré baixa)
até ao limite da plataforma continental.

Costa alta e escarpada

Cabo Espichel
O Parque Natural da Arrábida deve o seu nome à principal unidade geomorfológica do
parque, a designada cordilheira da Arrábida, constituída por 3 eixos:

Primeiro eixo: composto por pequenas elevações nos arredores


de Sesimbra, pelas Serra do Risco e da Serra da Arrábida e
pelas colinas existentes entre Outão e Setúbal.

Segundo eixo: Composto pelas Serra de Serra da Arrábida


São Luís e Serra dos Gaiteiros.

Serra do louro
Serra dos Gaiteiros

Terceiro eixo: Composto pelas Serras de São Francisco,


 Serra do Louro e Serra Longa.
Cabo Espichel A zona geográfica do cabo Espichel faz também parte do
parque, e possui vistas panorâmicas sobre a 
costa da Caparica a norte, e a sul sobre a longa praia que
se estende desde da península de Troia até a cidade de 
Sines.

Sines

Península de troia
GEOLOGIA
A Arrábida é, no seu conjunto, excecional pela diversidade de processos geológicos que nela se
encontram registados para a compreensão e conhecimento de etapas fundamentais da história da
Terra, nomeadamente no testemunho em sucessão contínua das quatro fases de rifting que
levaram à fragmentação da Laurásia e à formação do Atlântico norte. A Arrábida é a única cadeia
na fachada atlântica que testemunha a propagação para oeste do fecho progressivo do oceano de
Tétis e consequente formação do Mar Mediterrâneo, devido à colisão entre as placas de África e da
Eurásia, desde o Cretácico Superior.
A cadeia montanhosa da Arrábida, e a área de
planície que a circunscreve, tem uma grande
diversidade de solos, devido à multivariada
constituição dos materiais rochosos que
constituem a rocha mãe.
A grande maioria dos solos é de origem
sedimentar aparecendo, no entanto, algumas
intrusões eruptivas.
Todo o modelado hoje visível na Arrábida depende
não só de aspetos ligados à tectónica e à erosão
mas também daqueles que se prendem com a
geologia da área constituída em grande parte por
rochas calcárias e dolomíticas ou detríticas.
O litoral é bastante rochoso, recortado por
pequenas baías com praias de areia branca e
geralmente encimadas por escarpas que
apresentam alturas consideráveis.
A Arrábida apresenta centenas de
cavidades cársicas (grutas), algumas
delas excecionais pela singularidade e
beleza das formações rochosas que
albergam. Destaca-se a Gruta do
Frade pela sua raridade,
singularidade, diversidade e beleza.
Na serra da Arrábida, encontra-se também a Brecha da
Arrábida, uma rocha clástica de origem sedimentar, única em
Portugal e, provavelmente, a nível mundial, estando
protegida pelo Parque Natural da Arrábida.
Esta rocha é formada de fragmentos grandes e angulosos de
diversas cores (brancos, amarelos, vermelhos, cinzentos,
negros), unidos por um massa de cimentação composta de
material mais fino, de matriz argilosa vermelha. A sua beleza
e heterogeneidade tornaram-na muito apreciada como rocha
ornamental. Foi utilizada nas Igrejas e Capelas de Setúbal,
onde ainda se pode ver no cruzeiro e Igreja do antigo Mosteiro
de Jesus.
Atualmente, só é utilizada pelos organismos de Setúbal em
placas inaugurais.
Existem também diversas jazidas fósseis cientificamente relevantes, sendo as mais
conhecidas as pegadas de dinossáurios Saurópodes que se encontram no
Monumento Natural da Pedra da Mua. Estas pegadas estão associadas ao
património cultural material e imaterial do Cabo Espichel.
Hidrografia
Os principais cursos de água no Parque Natural da Arrábida localizam-se na sua maioria na parte este, entre
Setúbal, Palmela e no vale dos Picheleiros.
A ribeira da Ajuda é o curso de água de maior caudal da cadeia Arrábida e conserva a corrente durante alguns
meses, ou mesmo durante quase todo o ano.
No entanto, na grande parte da Península de Setúbal, em que o Parque se insere, a infiltração profunda excede
largamente o escoamento superficial. Esta é uma característica das regiões cuja geologia é predominantemente
constituída por calcário.

Ribeira da Ajuda
Flora
A conjugação das características climáticas, (acentuadas características mediterrânicas e microclimas) ,
geográficas( terrenos acidentados que formam uma cordilheira) e orográficas (relevo das montanhas , vales e
picos) , justificam a presença de comunidades vegetais únicas, a nível mundial, ricas em história evolutiva, que
resultam numa paisagem vegetal excecional.
Nesta área protegida subsiste vegetação natural de grande importância conservacionista, não só do ponto de vista
nacional como internacional
Destacam-se os carvalhais de Quercus faginea frequentes um pouco por toda a Arrábida, nas encostas
setentrionais e vales e o carrascal arbóreo Carrasco Quercus coccifera – relíquia e único na Europa .
.

Carvalho
“Quercus faginea” 

Carrascal arbóreo “Carrasco Quercus coccifera “


Para além de um elevado índice de biodiversidade, existem
espécies vegetais com elevado valor para a conservação.
Salientam-se duas espécies que apenas existem na Arrábida,
esta é a "Casa" de uma planta muito especial a Euphorbia
pedroi (o trovisco-do-espichel) e da Convolvulus fernandesii
(a Corriola do Espichel) , que se encontram nas falésias
entre Sesimbra e o Cabo Espichel.
A riqueza vegetal é um dos maiores
atrativos do Parque Natural da
Arrábida.
Aqui encontra-se um dos raros
exemplos de maquis mediterrânico
em Portugal e a sua preservação foi
um dos motivos que levou a que a
Arrábida fosse considerada uma
verdadeira relíquia científica
internacional.
A vegetação maquis de
tipo mediterrânico nascida
deste microclima tem semelhanças
com regiões adriáticas, como
a Dalmácia (região da costa leste
do mar Adriático).
Concentram-se neste território cerca de 1.400 espécies vegetais, que correspondem a 40% da
flora portuguesa e menos de 1% da área vegetal do país, como por exemplo:

Orchis papilionacea
L. (Flor-borboleta)

Rosa-albardeira Alfarrobeira-Ceratonia siliqua


(Paeonia broteri)

Medronheiro - Arbutus
unedo
Anchusa azurea Mill Cephalanthera longifolia Moscardo-fusco -
(Borragem-bastarda , Almeirão, Chicória-do-café - Ophrys fusca
Língua-de-vaca...) Cichorium intybus subsp. fusca

Cebolinho-de-flor-
Moscari Comosun branca (Ornithogalum Narcissus calcicola
Centaurium Erythraea Grandiflorum narbonense L.)
Podemos encontrar também flora
aromática mediterrânica (alecrim,
tomilho, rosmaninho, alfazema,
pascoínhas, folhado, urze…)
A flora do parque Natural da Arrábida é muito diversa, no
entanto, com a proibição da caça no parque e ausência
de predadores naturais, verificou-se recentemente um
aumento significativo do número de javalis na Serra da
Arrábida que está a ameaçar espécies de flora protegida,
como orquídeas raras e tulipas selvagens.

Tulipa brava

Orquídeas da Arrábida

Javalis que destroem a flora protegida


Fauna
A fauna é bastante diversificada, apesar de ter sofrido grandes alterações desde o século XIX.
Durante muitos anos, já após a formação do Reino de Portugal, a área em que hoje se encontra o Parque
Natural da Arrábida foi uma importante coutada de caça, onde existiu uma fauna diversificada que incluía,
entre outras espécies, javalis, lobos e veados, estes últimos extintos nesta zona desde no ano 1901.
Hoje, embora menos rica, a fauna da Arrábida apresenta ainda grande diversidade que importa
salvaguardar. Estão inventariadas, na zona da Arrábida, 213 espécies de vertebrados, entre as quais 35
mamíferos, 8 anfíbios, 16 répteis e 154 aves . Estão também identificados cerca de 650 invertebrados.

Texugo

Toirão

Gineta

Nos mamíferos destacam-se o gato-bravo, o gineto, o saca-rabos , o texugo, o toirão, a raposa, a lebre, o coelho

... E ainda a existência de colónias de morcegos.

Nos anfíbios e répteis: a lagartixa, a cobra-de-pernas-pentadáctila, a cobra-de-escada, a cobra-rateira, a


víbora-cornuda e a cobra-de-ferradura.
Os recursos aquáticos proporcionam abrigo ao cágado e a cobras-de-água.
Toutinegra
Tarambolas

Pintassilgo

A diversidade de condições do mar e da terra, sugere


a presença de uma avifauna também bastante
variada.
As matas albergam várias espécies de aves, como a
toutinegra.
Nas zonas de planície formam-se bandos de cotovias,
pintassilgos, estorninhos, e no Inverno, tarambolas e
aribes procuram alimento nos terrenos lavrados.
As falésias que bordejam o litoral são abrigo da
gaivota-agêntea, dos andorinhões, das calhandras e gaivota-agêntea
outras, também podendo se observar aves predadoras
como o peneireiro-vulgar e a águia-de-asa-redonda,
bem como a águia-de-bonelli . peneireiro-vulgar
A Serra da Arrábida é o único ponto
da costa portuguesa onde nidifica a
rara Águia de Bonelli (Hieraaetus
fasciatus), sendo este o único local
de nidificação conhecido em arriba
marinha na Europa.
Relativamente a invertebrados, salientamos o facto de o
gorgulho esmeralda-rosado (Cneorhinus serranoi) e um
caracol (Candidula setubalensis) ocorrerem
exclusivamente na Serra da Arrábida, encontrando-se este
último na Lista Vermelha da IUCN (espécies ameaçadas).
A heterogeneidade de habitats, de elevada diversidade florística, em espécies aromáticas como o
alecrim, o rosmaninho, tomilhos e madressilvas, determinam uma notável diversidade de insetos, onde
se destacam, pela sua beleza, as borboletas, caso da Branca-Portuguesa (Euchloetagis) e da Aurora
Amarela (Anthocharis euphenoides).
A Arrábida tem, ainda, uma enorme importância
internacional, no que diz respeito aos ecossistemas
marinhos, com mil trezentas e vinte espécies
registadas em 2011. Desta lista de espécies, onze
são do grupo que inclui raias e tubarões, incluindo
outras classificadas pelo Livro Vermelho da IUCN
como vulneráveis ou com ameaça de extinção, e
ainda uma população de golfinhos-roazes.
O Parque Natural da Arrábida (PNA), foi criado em 1976 pelo Decreto-Lei n.º 622/76, de 28 de Julho, com
uma área aproximada de 10 800 hectares, reconhecendo assim a insuficiente proteção conferida pelas
medidas preventivas decretadas anteriormente para a zona .

Em 1998, o valor da flora e da fauna marinhas da costa da Arrábida foi contemplado através da
reclassificação da área protegida, incluindo uma área de reserva marinha, através do Parque Marinho
Prof. Luiz Saldanha.

Em 2003, os limites do Parque foram novamente alargados, para incluir a zona poente de Sesimbra, até
ao Cabo Espichel, acompanhando o Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha.

O Parque Natural está integrado em redes internacionais de conservação. Todo o seu território está
classificado como Sítio de Especial Interesse para a Conservação da Natureza - Biótopo CORINE.

O PNA integra a Rede Natura 2000, inserindo-se no Sítio Arrábida/Espichel e abrangendo toda a Zona de
Proteção Especial de Aves Cabo Espichel.
Fontes :

https://arrabida.amrs.pt/pages/515
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Natural_da_Arr%C
3%A1bida
http://www2.icnf.pt/portal/ap/p-nat/pnar/class-carac
https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_da_Arr%C3%A1bida
http://www2.icnf.pt/portal/ap/p-nat/pnar/geo
http://www.sesimbra.com/grutas/grutas-e-lapas/cabo-e
spichel/lapa-do-cabo.html

http://www.sesimbra.com/grutas/grutas-e-lapas/serra-
dos-pinheirinhos/gruta-do-frade.html Trabalho realizado por:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Brecha_da_Arr%C3%A1bid Alice Matias


a Gracinda Leitão
Josselina Ferreira
http://www2.icnf.pt/portal/ap/p-nat/pnar/hist-cult
http://turismo.cm-palmela.pt/patrimonio-natural/fauna
-e-flora-of-arrabida

http://www.azeitao.net/arrabida/pna/

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