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RESUMO
*Geógrafo; Mestre em Análise Ambiental. Prof de Geografia no Ensino Médio e de disciplinas na área
ambiental no Centro Paula Souza
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ABSTRACT
Com isso, a necessidade de “planejar” se fazia cada vez mais presente. Apoiando
em Januzzi (2000), pode-se dizer que o urbanismo tenha surgido no século XVIII como
ciência humana, o urbanismo se configura como uma das consequências da revolução
industrial. Nesse momento, algumas cidades passavam por uma grande urbanização e
outras novas foram surgindo. Os progressos sanitários registrados na época e o êxodo
rural em busca de melhores padrões de vida, entre outros, foram fatores que causaram a
explosão demográfica nas cidades.
No período da Revolução Industrial, as cidades não estavam em condições de
absorver a crescente população urbana, eram pobres e insalubres, não havia moradias
para todos. A proliferação de doenças e a miséria contribuíam para o crescimento do
crime da marginalidade. Somando a essa situação, acresça a falta de tempo e de espaços
públicos destinados ao lazer e à natureza. Conforme Harouel (1985), pode-se dizer que
com o surgimento desses grandes problemas sociais florescem também teorias sobre
“cidades ideais”, com várias linhas de pensadores. Basicamente, desenvolveram-se três
correntes teóricas: a progressista, a humanista e a naturalista. Todas rejeitam a cidade
tradicional e buscam uma cidade melhor.
A Corrente Progressista conforme nos afirma Januzzi (2000), fundamenta-se na
filosofia das luzes, que se apoiava na formação abstrata do homem como sujeito
mutante. Esta teoria pretendia definir um modelo urbano que se adequasse a toda a
humanidade. A Corrente Progressista foi a que mais prosperou. Procurava um modelo
urbano que se ajustasse a todo um grupo social, valorizava a ideia da modernidade, do
novo, do desenvolvimento e da técnica. Uma das principais características dessa
corrente era a divisão da cidade em áreas destinadas a habitação, trabalho e lazer em
zonas bem características.
Corrente Humanista está dividida em duas frentes: uma culturalista e outra
antropológica. A culturalista está baseada nos ideais sociológicos. Dessa forma, o
prisma parte do anti-industrialismo, busca-se o resgate da cidade nostálgica, de caráter
humanitário, com arquitetura de qualidade e valoriza a paisagem natural. Pregava o
respeito à arte e a preservação da cidade antiga. A antropológica tem como
característica principal, a resolução dos problemas referentes ao planejamento urbano, a
partir dos conhecimentos da antropologia.
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Para não pecarmos pelo radicalismo, o “correto” é sempre optarmos por projetos
exequíveis, ou seja, projetos, planos que se adequem de modo funcional o cotidiano do
espaço a ser transformado, incluindo nesse contexto, as praças.
Podemos aqui entender arquétipo, conforme Jung (1969), como uma forma
típica, motivos mitológicos, característicos do imaginário humano.
Mais áreas livres para quê? Para facilitar assaltos? Para haver mais vazios entre
os prédios? Para as pessoas comuns usarem e usufruírem? Contudo, as pessoas não
utilizam as áreas livres só porque elas estão lá e os urbanistas e os planejadores
gostariam que utilizassem.
Assim foi, que brilhantemente, Spósito (2003) acentuou que, apesar das
dificuldades que temos para enfrentar esses desafios, é importante que a Geografia,
assuma seu papel, que parece central, no conjunto das ciências sociais e no conjunto das
ciências naturais. O que se apresenta, pois, para nós, como limites, pode se construir em
maior potencial de compreensão dessa problemática, no cotejo de nossas possibilidades
teóricas e metodológicas, com aquelas de outros campos disciplinares.
REFERÊNCIAS