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A percepção ambiental ou espacial refere ao meio, no qual ocorrem as relações ecológicas (ou
ambientais), morfológicas (ou físicas) e sociais (econômica, política e ideológica). Em um
estudo arquitetônico para elaboração de um projeto é necessário que seja observado e levado
em consideração além dos fatores naturais do espaço e do ambiente, fatores individuais do
público a conviver no ambiente em questão, ligados à conhecimentos, cultura, valores,
necessidades e motivações que impulsionam as pessoas a investirem em instalações em
determinada localização espacial. Pretende-se não mais um espaço no qual o homem tenha
que se adaptar, mas um espaço urbano produzido de acordo com as necessidades culturais,
psíquicas e perceptivas, sem deixar de lado os aspectos funcionais. A percepção pode se dar
em relação a objetos, indivíduos, paisagem, meio ambiente entre outros. A percepção
estudada aqui é a do espaço urbano.
Para Kant, ainda segundo Okamoto (2002), dizia que: “Não vemos a realidade como ela é, mas
como nós somos”. Reforçando assim a parte sensorial e individualizada de cada pessoa neste
contexto. A realidade é vista conforme o universo dos pensamentos. Del Rio (1996) explica que
os estímulos externos orientam os mecanismos perceptivos. Eles são captados através dos
cinco sentidos, sendo a visão a que mais se destaca; e, também de experiências e informações
adquiridas pelo indivíduo, chegando após passar por filtros culturais e individuais. Okamoto
(2002) relaciona três filtros: o sensorial (5 sentidos), o fisiológico e o cultural.
Ferrara (1996) identifica duas formas de perceber a cidade: a percepção visual e a percepção
informacional: cores, formas, texturas, volumes, limites, localização.
Segundo Matus citado por Huertas (1996), planejar significa pensar sistematicamente, com
método; explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e
desvantagens; propor objetivos.
Neste caso não se limita a leitura da percepção espacial somente em relação a forma urbana,
conforme o estudo de Kevin Lynch, mas também em relação as necessidades básicas, aos
significados, a cultura, aos significados do lugar e ao cotidiano da população, tudo que aí está
incluso, como o estilo de vida.
O planejamento urbano que considera a percepção espacial tende a tornar o indivíduo mais
satisfeito com o meio urbano onde vive e a proporcionar melhor qualidade de vida.