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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LINS

Curso de Arquitetura e Urbanismo

REVITALIZAÇÃO PRAÇA NATALINO DERSIDES RODRIGUES

Aluno: Mariana Veronesi Cava de Oliveira


Orientadora: Profª. Ma. Laís Bim Romero

LINS - SP
2023
MARIANA VERONESI CAVA DE OLIVEIRA

REVITALIZAÇÃO PRAÇA NATALINO DERSIDES RODRIGUES

Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de


Curso do Curso de Arquitetura e Urbanismo do
Centro Universitário de Lins, sob a orientação do
Profª. Ms. Laís Bim Romero.

LINS - SP
2023
RESUMO

A praça é um local de convívio social inserido na cidade. A partir do final do século


XVIII, com o crescimento das cidades, o elemento vegetal passa ter um papel na
conformação de seus espaços livres, mas, hoje em dia com esse crescimento
populacional elevado, vem transformando em curto espaço de tempo os lugares.
Acarretando o possível desaparecimento da natureza, do lugar e da história. Um dos
problemas que podem ser detectados na paisagem urbana é o da falta ou perda. No
paisagismo envolve-se o planejamento dessa mudança física com a natureza. Os
espaços livres, como por exemplo praças, podem servir de espaços de transição, onde
há interação da vida social urbana com a vida ao ar livre. Esse espaço de convivência
oferece uma sensação de bem-estar, sentido de organização, conforto e segurança
ou simplesmente de permanecer. Além da natureza, a história do local escolhido vai
ser reativada, dando sentido novamente ao nome popular, Bairro Ipê. Assim a
presente pesquisa visa a aplicação dos conceitos de recreação e paisagismo no
projeto de revitalização urbanística, paisagística e arquitetônica da Praça Natalino
Dersides Rodrigues, localizada no bairro Jardim Orlando Baggio da cidade de
Cafelândia-SP, com enfoque no bem-estar, na função recreativa e melhor qualidade
de vida dos moradores do entorno.

Palavras-chave: Paisagismo. Revitalização. Planejamento urbano. Praça. Bem-estar.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 6

3 OBJETIVOS..................................................................................................... 6

3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 6

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 7

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 7

5 METODOLOGIA .............................................................................................. 9

6 CRONOGRAMA .............................................................................................. 10

7 RESULTADOS ............................................................................................... 10

REFERÊNCIAS...................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

Ao analisarmos os espaços livres em uma região percebemos como eles são


muitas vezes esquecidos por seus administradores, mas são importantes para os
moradores próximos e como através deles a qualidade de vida pode ser
significativamente melhorada.
Segundo Bartalini as funções que as áreas verdes e os espaços livres
desempenham no meio urbano podem ser agrupados em três conjuntos: os valores
visuais ou paisagístico, valores recreativos e valores ambientais. E o ideal é que essas
funções sempre estejam interligadas para o local ter um papel relevantemente melhor.
A revitalização obriga a intervir na melhoria da qualidade de vida do ambiente
urbano, das condições socioeconômicas e na qualidade de vida.
“A revitalização assenta na implementação de um processo de planejamento
estratégico, capaz de reconhecer, manter e introduzir valores de forma
cumulativa e sinergética. Isto é, intervém a médio e longo prazo, de forma
relacional, assumindo e promovendo os vínculos entre territórios, atividades e
pessoas.” (MOURA, D. et al. A Revitalização Urbana)
Historicamente nos anos 30 e 40 o modo de projetar espaços livres,
principalmente praças e jardins é revolucionado por Burle Marx com formas e volumes
derivados. O paisagismo pode ser entendido como “um processo consciente de
manejo, planejamento e mudança física da paisagem” (MOTLOCH, John, 2000). E a
paisagem não é estática.
De acordo com Font, a praça é um espaço público de reunião, construído para
e pela sociedade, imbuída de símbolos e significados, marcos centrais da constituição
de trajetos, do ir e vir, ponto de chegada e partida, concentração e dispersão. Espaço
para pedestres, palco representativo da dimensão cultural e histórica da cidade.
As praças geralmente apresentam rica razão comunicativa, por ser uma das
poucas opções de lazer em cidades pequenas são intensamente utilizadas para a
diversão das crianças, encontros dos jovens e adultos, propiciando interações
diversas e o convívio social.
Porem além dos motivos civilizadores, os critérios econômicos e políticos,
como o baixo custo inicial e as possibilidades de valorização do entorno após o
estruturamento da obra, são decisivos para acontecer esse planejamento e mudança
do local.
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Tendo em vista a qualidade de vida dos moradores locais e a qualidade


ambiental, é proposto com este trabalho um projeto de revitalização urbana,
paisagística e arquitetônica da Praça Natalino Dersides Rodrigues, localizada na
cidade de Cafelândia-SP, a fim de promover qualidade ao meio ambiente, bem-estar
aos moradores e influenciar a perspectiva do bairro e consequentemente para a
cidade de Cafelândia como um todo.

2 JUSTIFICATIVA

Analisar as atividades já existentes no local bem como o paisagismo e a


recreação podem ser melhorados dentro do contexto existente, sendo aplicado de
forma correta, podem melhorar a qualidade de vida dos usuários do espaço.

O interesse pela pesquisa surgiu a partir da observação diária da necessidade


dos moradores local utilizarem o espaço como lazer e a falta de qualidade dessa
interação com a natureza e o bem-estar de seus usuários.

Nesse contexto,

“Praça é definido como um espaço público aberto, localizado num ponto crítico
em áreas urbanas tal como inserções de caminhos ou em frente de edifícios
públicos, para reuniões, mercados, propósitos estéticos, ou para facilitar o fluxo
de tráfego. Três requisitos fundamentais de uma praça: lugar de reunião,
característica de centralidade, ter uma certa extensão. E acrescido mais um
item: a maneira de uso e apropriação do espaço.” (KATO, Akimori. Plazas of
southern Europe. 1993 apud FONT, 2003, p.12. 10.)

A praça existente nesse bairro foi escolhida por ter espaço livre sem ser
utilizado e com potencial de integrar o bem-estar da comunidade local. Sendo assim,
os elementos e as soluções empregues no projeto de revitalização intensificam a
melhoria tanto na qualidade de vida dos usuários como na qualidade ambiental.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Esse trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral propor um projeto
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de revitalização urbana, paisagística e arquitetônica para a Praça Natalino Dersides


Rodrigues, localizada no município de Cafelândia-SP.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Definir os conceitos de praça e paisagismo.
• Compreender e analisar as principais utilizações das praças
• Identificar como esses ambientes interferem direta e indiretamente no
cotidiano dos moradores.
• Compreender a história da praça e identificar suas necessidades
ambientais, sociais, culturais e estéticas.
• Abordar o plantio da árvore Ipê como reativar a história local.
• Avaliar a área de intervenção e o seu entorno, com o intuito de ajudar, por
meio do projeto, com o aperfeiçoamento da praça e promover à população
local o bem-estar.
• Desenvolver a proposta projetual para a revitalização do objeto de estudo,
a Praça Natalino Dersides Rodrigues, localizada na cidade de Cafelândia-
SP.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao elaborar um projeto de arquitetura, urbanismo e paisagismo, é preciso


considerar o ser humano, como o seu foco principal e a maneira como o ambiente
poderá influenciar em suas ações e reações.
Segundo Queiroga, a possibilidade do contato interpessoal público, oferecida
pela praça, ainda permite o estabelecimento de ações culturais fundamentais, desde
interações sociais do cotidiano até as manifestações cívicas.
“Não há projeto de paisagismo sem a definição de lugares. Lugar é todo aquele
espaço agradável que convida ao encontro das pessoas ou ao nosso próprio
encontro. Ele estimula a permanecer e praticar alguma atividade, como
descansar, meditar, ler, conversar em grupo, ou simplesmente admirar o
entorno e os elementos da paisagem.” (ABBUD, B. Criando paisagens: guia de
trabalho em arquitetura paisagística. 2006. p.24)
Quando trazemos uma melhoria para o local existente trabalhamos a estética;
e a estética “não surge do nada. Ao contrário, trabalha com a história, mesmo quando
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pretende mudar os rumos dela.” (ABBUD, B. Criando paisagens. 2006. p.33)


A praça, para Font, é definida como parte do organismo urbano – elemento
estruturador e gerador. Foi historicamente constituída, no ocidente, e definida, como
um espaço livre com um entorno envolvente, formado prioritariamente por um conjunto
de edifícios. Entretanto, Murilo Marx alerta para a apreensão da praça em relação às
edificações do entorno que a delimitam, qualificando a paisagem e potencializando
atividades.
Pela explicação de Fernando Guillén Martínez,
“A plaza em si, considerada limitada no espaço por seus quatros lados é a mais
bela expressão da vida social jamais alcançada pelo planejamento urbano e
pelo gênio arquitetônico do homem. A simplicidade de seus espaços é
claramente um convite para a liberdade social e moral das pessoas, porém
suas linhas, parecidas com as de uma fortaleza, são uma lembrança definitiva
de que vida e liberdade podem ser vividas somente em um local concreto e
limitado, com um propósito bem definido. Se aqueles limites desaparecem, não
restaria nada senão um campo desnudo, no qual a natureza absorveria e
destruiria a liberdade essencial da arte e inventividade humana. (Martínez, F.
G., em Setha M. Low, On the Plaza, p.31)
Um bom projeto de paisagismo está relacionado com os desejos e necessidade
das pessoas. Por exemplo para o público infantil, Benedito Abbud comenta que é
interessante que as áreas de recreação contenham elementos para desenvolver a
criatividade, como dunas gramadas, que lembram montanhas; trenzinhos e barcos,
onde são feitas viagens imaginarias.
Cada público tem sua necessidade particular, por isso pesquisar e identificar
quais são e trabalha-las da melhor maneira para atendê-los sem esquecer também do
meio ambiente envolto.
O acesso também é fundamental para o uso de um espaço. Entrar em um lugar
é a condição inicial para poder usá-lo. Stephen Carr classifica os três tipos de acesso
ao espaço público como físico, visual e simbólico ou social. Sendo o acesso físico
referente à ausência de barreiras espaciais ou arquitetônicas para entrar e sair.
Acesso visual, ou visibilidade, define a qualidade do primeiro contato, mesmo a
distância, do usuário com o lugar. Acesso simbólico ou social refere-se à presença de
sinais, sutis ou ostentativos, que sugerem quem é e quem não é bem-vindo ao lugar.
Entre todos os pontos positivos na praça, temos que levar em conta sua
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vegetação que estará presente ali todos os meses do ano. Por isso a escolha
adequada para suprir todas as estações do ano.
“O emprego de plantas frutíferas nos jardins soma duas vantagens: alia os
aspectos plástico e volumétrico do vegetal com a produção de frutas
comestíveis. A permanência ou periodicidade é algo que também deve ser
levado em conta. Há florações mais ou menos duráveis, conforme a espécie.
A coloração das folhas e folhagens oferece diversos recursos ao projeto,
proporcionando até mesmo maior durabilidade no correr das estações do ano.”
(ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística.
2006. p.111)

Todos esses aspectos combinados vão definir se o local será mais ou menos
convidativo, dependendo da maneira que forem empregados no local.

5 METODOLOGIA

Este projeto de pesquisa está organizado em quatro etapas:


A primeira etapa consiste na pesquisa bibliográfica em livros, artigos,
dissertações e teses de autores que possuem ligação com o tema em questão, com
o objetivo de contribuir e embasar a pesquisa a ser realizada.
Na segunda etapa serão realizados por meio de pesquisas descritivas, a
análise de estudos de casos e aplicação de questionários com os moradores do Bairro
Jardim Orlando Baggio, onde serão analisadas as maiores necessidades e
requerimentos apontados por seus próprios usuários e que irão contribuir para a
proposta projetual.
Na terceira etapa acontecerá o levantamento, cruzamento e análise de todos
dados obtidos. Além de visitas técnicas na área, visando analisar o uso e ocupação,
o fluxo de pessoas no entorno, obter informações dos acessos existentes, mapas,
fotos e implantação do local.
Na quarta etapa será proposto um projeto de revitalização arquitetônica, urbana
e paisagística na Praça Natalino Dersides Rodrigues, localizada no município de
Cafelândia-SP, intencionando a qualidade ambiental, melhoria estética do ambiente,
conforto térmico e principalmente a melhoria da qualidade de vida dos moradores
local.
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6 CRONOGRAMA

Para a elaboração da pesquisa será adotado o cronograma abaixo, que poderá sofrer
alterações, se necessário, no decorrer do desenvolvimento do projeto.

ETAPA I: Contextualização teórica, leitura bibliográfica, definição do objeto deestudo


e escolha do local de projeto;
ETAPA II: Projeto de pesquisa, desenvolvimento do trabalho escrito elevantamento
dos estudos de caso;
ETAPA III: Desenvolvimento de visitas técnicas e análise da área deimplantação
do projeto;
ETAPA IV: Desenvolvimento do estudo preliminar do projeto ;
QUALIFICAÇÃO
ETAPA V: Desenvolvimento e detalhamento do projeto final;
DEFESA

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ETAPAS Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
ETAPA I
ETAPA II
ETAPA III
ETAPA IV
QUALIFICAÇÃO
ETAPA V
DEFESA

7 RESULTADOS ESPERADOS

Pretende-se com essa pesquisa contribuir, em partes, para o desenvolvimento


e aprimoramento dos projetos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos de praças,
tendo com partido os seus usuários. Buscar-se-á também, ratificar a importância
dessas áreas nas cidades, enfocando o quanto a convivência em espaços com
qualidade ambiental e áreas recreativas podem contribuir para o bem-estar e com o
meio ambiente.
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BIBLIOGRAFIA

ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. São


Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.

ALEX, S. Projeto da Praça: Convívio e Exclusão no Espaço Público. São Paulo:


Editora Senac São Paulo, 2008

BARTALINI, Vladimir. Áreas verdes e espaços livres urbanos. Paisagem e Ambiente:


ensaios, Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
São Paulo, n.02, p. 49-54.

FONT, Mauro. A praça em movimento: processos de transformações morfológicas


e funcionais no Brasil do século XX. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003, p. 05. 5.

GEHL, J. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013.

KATO, Akimori. Plazas of southern Europe. Tokyo: Process Architecture Publishing


Co., 1993 apud FONT, 2003, p.12. 10.

LIMA, V.; AMORIM, M. C. de C. T. A importância das áreas verdes para a qualidade


ambiental das cidades, Revista Formação (online), v. 01, n. 13, 2006.

MACEDO, S. S. A vegetação como elemento de projeto. Paisagem Ambiente:


Ensaios, São Paulo, setembro 1992, n. 04, p. 11 – 41, 1992.

MACEDO, S. S. Paisagismo e Paisagem. Introduzindo questões. Paisagem e


Ambiente: ensaios, Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, São Paulo, n.05, p.49 - 57, 1993.

MARX, Murillo. Cidade Brasileira. São Paulo: Melhoramentos: EDUSP, 1980.


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MATÉ, C., & Santiago, A. G. (2017). Espaços livres privados nas pequenas cidades.
Paisagem E Ambiente, n. 40, p. 59-85.

MOURA, D. et al. A Revitalização Urbana – Contributos para a Definição de um


Conceito Operativo. Cidades – Comunidades e Territórios, n.12/13, p.15-34, 2006.

QUEIROGA, 2001, p.05-06. 6

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