Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aplicabilidade do
paisagismo no
espaço público
e privado
Vanessa Guerini Scopel
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
> Reconhecer como o paisagismo pode interferir nos espaços público e privado.
> Identificar as formas de projetar espaços que promovam a qualidade de
vida dos usuários com o uso de vegetações.
> Desenvolver habilidades projetuais arquitetônicas paisagísticas.
Introdução
Os espaços livres nas cidades, ou seja, aqueles sem edificações, são áreas impor-
tantes para a população, pois permitem um respiro e possibilitam a entrada de
luz natural e ventos, servindo como válvulas de escape em meio à infraestrutura
urbana. Essas áreas já trazem alguns benefícios apenas por existirem, mas, ao
serem pensadas por meio de um paisagismo adequado, conseguem desenvolver
seus respectivos potenciais dentro dos espaços das cidades. Espaços públicos
ou privados abertos, com vegetações adequadas, caminhos, sombras, aromas e
demais elementos, locados por meio de um projeto paisagístico, são capazes de
trazer grandes benefícios, tanto relacionados à qualidade da paisagem quanto
ao conforto ambiental, além de cumprirem uma função social.
2 Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado
Nesta abordagem, o paisagismo serve como uma ferramenta de auxílio para recriar
espaços vivos e ter de volta áreas verdes em nossa convivência. A natureza fornece
vida, é fundamental a sua preservação. Sem as plantas essa vida não existiria e a
jardinagem fornece a chance de transformar positivamente, melhorando as con-
dições ambientais locais, reflorestando áreas, agindo em uma área considerada
inadequada e as transformando em um jardim maravilhoso (TUPIASSÚ, 2008, p. 16).
Nesse sentido, quer um espaço aberto seja público ou privado, ele pode
e deve ser trabalhado por meio dos princípios do paisagismo, de modo a
qualificar a porção da cidade em que está inserido. Por si só, áreas naturais
já melhoram o ambiente urbano, mas, ao serem pensadas de acordo com
princípios e técnicas, esses locais ganham qualidade, se potencializam e
trazem os mais diversos benefícios para a população.
correto das mudas, para que a terra não apareça e cada planta fique fixada
de forma correta e segura para o seu desenvolvimento (Figura 6).
Lucchesi (2006) ainda destaca alguns erros que, se não forem evitados
pelo profissional paisagista, podem prejudicar tanto o resultado da proposta
quanto sua manutenção: utilizar pedras em excesso; locar trepadeiras em
porções erradas, como próximo a casas e telhados; escolher ou locar espécies
sem conhecer seu padrão de crescimento ou selecionar exemplares agressi-
vos e que causem danos a encanamentos e calçadas; optar por pisos claros
demais que causem reflexo; plantar espécies com espinhos ou que sejam
venenosas; e não atentar-se para quem vai utilizar o espaço, sobretudo no
caso de crianças e animais de estimação.
À medida que um profissional paisagista estuda e conhece os funda-
mentos e as técnicas para pensar e executar um projeto, ele já adquire um
embasamento teórico. Porém, para desenvolver certas habilidades projetuais
também é preciso experiência. Nesse sentido, é necessário que o profissional
analise cada experiência de modo que ela sempre traga novas visões para
seu aprimoramento e desenvolvimento.
Em geral, fica clara a importância e a influência que um bom paisagismo
tem para os espaços públicos e privados de uma cidade, que são aprimorados
12 Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado
Referências
ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. 4. ed. São
Paulo: Senac, 2010.
ARAÚJO, R. (coord.). Manual natureza de jardinagem. São Paulo: Europa, 2008.
ASHIHARA, Y. El diseño de espacios exteriores. Barcelona: Gustavo Gili, 1982.
BARBOSA, A. C. da S. Paisagismo, jardinagem e plantas ornamentais. 6. ed. São Paulo:
Iglu, 2000.
FENIANOS, E. E.; JUNG, M. Jardim botânico: só pra não dizer que eu também não falei
das flores. Curitiba: UniverCidade, 1996.
GATTO, A.; PAIVA. A. N.; GONÇALVES, W. Implantação de jardins e áreas verdes. Viçosa,
MG: Aprenda Fácil, 2002.
GEHL, J. Cidades para pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.
KUNREUTHER, F. T.; FERRAZ, O. L. Educação ao ar livre pela aventura: o aprendizado de
valores morais em expedições à natureza. Educação e Pesquisa, v. 38, n. 2, p. 437-452,
abr./jun. 2012. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/47887/51619.
Acesso em: 4 ago. 2021.
LEENHARDT, J. (org.). Nos jardins de Burle Marx. São Paulo: Perspectiva, 2006.
LEKU STUDIO. Praça da Escola La Pau. ArchDaily, 2020. Disponível em: https://www.ar-
chdaily.com.br/br/962547/praca-da-escola-la-pau-leku-studio?ad_source=search&ad_
medium=search_result_projects. Acesso em: 4 ago. 2021.
LOBODA, C. R.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos
e funções. Ambiência: Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, v. 1, n. 1,
p. 125-139, jan./jun. 2005. Disponível em: https://revistas.unicentro.br/index.php/
ambiencia/article/download/157/185. Acesso em: 4 ago. 2021.
LUCCHESI, C. 15 regras de ouro. Revista Natureza, São Paulo, ano 19, n. 222, p. 18-28,
jul. 2006.
MACEDO, S. S. Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: USP, 1999. (Coleção Quapá, v. 1).
MARX, R. B.; TABACOW, J. Arte & paisagem. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2004.
PRINZ, D. Urbanismo I: projecto urbano. Lisboa: Presença, 1984.
SALGUEIRO, T. B. Paisagem e geografia. Finisterra, v. 36, n. 72, p. 37-58, 2001. Disponível
em: https://revistas.rcaap.pt/finisterra/article/view/1620. Acesso em: 4 ago. 2021.
TARDIN, R. Ordenação sistêmica da paisagem. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 1., 2010,
Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: PROURB, 2010. Não paginado. Disponível em:
http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/18/18-231-1-SP.pdf. Acesso em:
4 ago. 2021.
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 13
Leituras recomendadas
FARIA, R. T. de. Paisagismo: harmonia, ciência e arte. Londrina: Mecenas, 2005.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2009.