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CORPORATIVOS
RESUMO
Devido ao notável crescimento dos centros urbanos ― mediante as edificações ―, verifica-se uma redução de
áreas verdes existentes para implantação do paisagismo, prejudicando, assim, a qualidade de vida dos seres
humanos. A inserção da vegetação em ambientes corporativos agrega condições favoráveis ao bem-estar, de
modo a proporcionar benefícios psicológicos e harmônicos, aproximando o homem da natureza.
Consequentemente, este artigo tem como objetivo destacar as vantagens da aplicação de fachadas verdes e
espaços livres com a integração do paisagismo, no qual explanou um estudo realizado na cidade de Santiago -
Chile em duas obras do arquiteto Enrique Browne: o Edifício Consórcio e o Centro de Mineração Andronico
Lusik. Ademais, utilizou-se de pesquisas bibliográficas, referências, entrevistas e estudo de caso que servirão
como embasamento teórico para o desenvolvimento do presente artigo. Essa análise propõe-se, como finalidade,
explanar exemplos de edifícios que empregam o uso da arquitetura paisagística, melhorando o conforto térmico
nos ambientes internos, em destaque, na área em que se encontra inserida. Os resultados evidenciam o grande
potencial da vegetação em ambientes corporativos enquanto elemento de composição arquitetônica, assim como
a melhoria da qualidade ambiental urbana.
ABSTRACT
Due to the remarkable growth of urban centers - through the buildings - there is a reduction of existing green
areas for the implementation of landscaping, thus harming the quality of life of human beings. The insertion of
vegetation into corporate environments adds favorable conditions to well-being, in order to provide
psychological and harmonic benefits, bringing man closer to nature. Consequently, this article aims to highlight
the advantages of the application of green facades and open spaces with the integration of landscaping, in which
a study carried out in the city of Santiago - Chile in two works by the architect Enrique Browne: the Consortium
Building and the Center of Andronico Lusik Mining. In addition, bibliographical research, references, interviews
and case studies were used as a theoretical basis for the development of this article. The purpose of this analysis
is to explain examples of buildings that use the landscape architecture, improving thermal comfort in indoor
environments, in particular, in the area in which it is inserted. The results show the great potential of vegetation
in corporate environments as an element of architectural composition, as well as the improvement of urban
environmental quality.
KEYWORDS: Landscape Architecture. Corporate Spaces. Building Consortium. Andronico Lusik Mining
Center. Quality of life
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Acadêmica do Curso de Especialização Lato Sensuem Design de Interiores Industriais e Empresariais, do
Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz - FAG. Graduada em Arquitetura
e Urbanismo pelo Centro Universitário FAG. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Urbanismo, na
pesquisa que originou o presente artigo. E.mail: arq.annak@outlook.com
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Acadêmica do Curso de Especialização Lato Sensuem Design de Interiores Industriais e Empresariais, do
Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz - FAG. Graduada em Arquitetura
e Urbanismo pelo Centro Universitário FAG. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Urbanismo, na
pesquisa que originou o presente artigo. E.mail: arq.fritzen@gmail.com
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Professor orientador da presente pesquisa. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná – PUCPR (1993). Especialista em Paisagismo pelaPontifícia Universidade Católica do Paraná (2001).
Mestre em Gestão Urbanapela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2005). Doutor em Engenharia de Produção
pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2010). E.mail:ffeiber@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A arquitetura paisagística teve seu princípio, segundo Barsa (1980), por meio da
necessidade de os indivíduos conciliarem a natureza com seus espaços. Essa mudança vai
desde as melhorias do bem-estar do homem até as vantagens que a natureza proporciona.
Sobre isso, McHarg (1969) complementa que a natureza apresenta limitações e possibilidades
em relação à interferência do homem.
Segundo Asla (s.d), a arquitetura paisagística pode ser entendida como um conjunto de
fundamentos que se utilizam da melhor fisionomia dos recursos naturais em prol da sociedade
humana. Ademais, é considerada uma profissão capaz de criar por meio de pesquisas, croquis,
elaborações, estudos e conhecimentos um ambiente com harmonia e preservação de
elementos construídos e naturais. Ou seja, “a arquitetura paisagística consiste em configurar e
gerir o mundo físico e os sistemas naturais onde vivemos.” (WATERMAN, 2010, p. 08).
Diante disso, Waterman (2010) relata que os arquitetos paisagísticos enfrentam o
grande desafio de elaborar cidades sustentáveis em meio aos problemas provocados pela
degradação dos recursos naturais e pelas consciências causadas. A arquitetura paisagística é
uma maneira de construir um futuro melhor, interferindo no meio construído por meio da sua
inserção.
Para Dourado (2009), a função da arquitetura paisagística em um ambiente é
fundamental, entretanto, esta não somente compõe a parte estética de um local, pois, antes de
tudo, a definição do espírito do ambiente. Nesse contexto, pode-se reconhecer o papel do
paisagismo, valorizando o trabalho e o pensamento do paisagista Burle Marx, o qual ressalta
que o paisagismo tem a capacidade de transformar uma geração, proporcionando melhores
condições de vida com a utilização de seus espaços públicos. Desse modo, assim prossegue, é
nos jardins contemporâneos e nos espaços com utilização do verde que os habitantes das
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grandes cidades encontram o “verdadeiro Pulmão coletivo”, encontrando um local com ar
puro para respirar, devido ao cansaço da luta diária dos escritórios, das ruas asfaltadas e dos
ambientes fabris. Além disso, nele, também, as crianças ― moradoras de apartamentos e de
pequenas habitações ― podem encontrar um ar livre de contaminação, pois, já é comprovado
o papel fundamental da arborização e do ajardinamento nas cidades quanto à modificação de
suas condições meteorológicas. Portanto, o paisagismo tem como objetivo propulsionar para
seus usuários amor pela natureza, além de fornecer-lhes meios para que possam distinguir sua
própria flora da exótica.
Segundo Abbud (2016), das atividades que a arquitetura oferece, o paisagismo é a
única permite a participam dos cinco sentidos do usuário. Diferentemente da arquitetura ou
das demais artes plásticas que concentram seus trabalhos no campo da visão, o paisagismo é
capaz de aguçar também o olfato, a audição, o paladar, e o tato, fornecendo uma rica
experiência sensorial visto que, quanto mais um jardim despertar esses sentidos, melhor
cumpre seu papel. Relata também que essas vertentes somadas, a luminosidade, escalas,
extensões, aspectos, contrastes e percepções o paisagismo é capaz de interferir de modo
profundo na qualidade de vida do ser humano, ofertando “aconchego, bem-estar, paz,
surpresa, grandiosidade, beleza e muito mais”.
2.1.1 O uso de espaços verdes como tratamento psíquico, social e como marca empresarial.
De acordo com Farah (2010), é comprovado, segundo pesquisas e teoria, que o contato
do homem com a natureza é capaz de proporcionar benefícios psicológicos aos seres
humanos, fazendo com que a procura por projetos paisagísticos no atual mercado aumente
cada dia mais, além de intensificar a valorização da vegetação nos centros urbanos e da
distribuição dos espaços verdes pelas cidades. Como se evidencia, estes ganharam
conhecimento e concepção, como um incentivo para que os responsáveis por indústrias, por
fábricas, por hospitais e por escritórios buscassem a contribuição psicológica da presença de
vegetação para a saúde mental e para o bem-estar dos usuários, guarnecendo seus espaços
internos e externos com projetos que privilegiassem a paisagem, com acento no elemento
vegetal.
Abbud (2016) explica o paisagismo como tratamento na qualidade de vida do ser
humano, utilizando os cinco sentidos e citando cada um deles. O olfato entra nessa condição,
visto que contribui com o cheiro das plantas e das ervas, promovendo fragrâncias e frescores
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que proporcionam tranquilidade e lembranças. Tendo como ponto focal a visão, a qual
menciona a percepção das formas dos ritmos acarretados pelo vento, das texturas e cores
contribuintes das sensações que vão desde um ambiente neutro beneficiador de harmonia até
as cores quentes, propiciando ambientes descontraídos. Da mesma forma se observa nas
diferentes espécies e estações e, além de tudo, a visão ainda proporciona o encanto dos
elementos naturais como o brilho do sol, a chuva, a mudança dos cenários com a escuridão da
noite com o brilho da lua e das estrelas. No campo do tato, levando em consideração as
temperaturas e texturas, possibilita sensações de calor do sol, frescor da sombra entre outros
efeitos. Já o paladar possibilita o saborear das flores e frutos como os temperos e as
especiarias que enriquecem a saúde como também os chás, as folhas e sementes que acalmam
ou estimulam. Tendo em vista a audição, tudo no paisagismo é som uma vez que os jardins
oferecem o reconhecer do murmúrio das águas, o farfalhar, ocasionado pelo vento no sacudir
das folhas e dos ramos, pelo ruído vindo do caminhar sobre pedriscos como também o canto
dos pássaros entre outros sons produzidos pela natureza que veneram e pacificam o ambiente
em que se encontram inseridos.
Para Farah (2010), o paisagismo vem sendo uma ferramenta muito importante e, cada vez,
adquire espaços no mercado de trabalho visto que, atualmente, é utilizado não apenas na
arquitetura, para a caracterização da marca de uma empresa, como também fornece um espaço
que valorize o sítio, associando-o a sua imagem institucional.
Nomeada pelo termo em inglês “greenwall”, fachada verde pode ser definida como
uma cobertura de vegetação que tem a finalidade de revestir a parede verticalmente, contando
com o reforço de suportes que facilitarão o crescimento dessa vegetação. Além disso, as
plantas desenvolvem suas raízes diretamente no solo e distendem sobre a estrutura da parede
(DUNNETT; KINGSBURY, 2004). Os suportes, utilizados para o crescimento da vegetação
trepadeira na edificação, variam de acordo com as espécies escolhidas, podendo se diferenciar
quanto ao tamanho, à distância e ao material a ser usado (SCHERER; FEDRIZZI, 2013).
Nessa perspectiva, a maior parte das espécies trepadeiras deve ser plantada na área
mais sombreada em razão de as plantas crescerem em direção à luz natural, de forma que se
distribua a vegetação por toda a extensão. Esse jardim vertical contribui significativamente
como isolante térmico na edificação, de modo a resfriar os ambientes internos, diminuir o uso
do ar condicionado e acrescentar na estética da obra. (DUNNETT; KINGSBURY, 2004). Para
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Scherer e Fedrizzi (2013), uma das grandes vantagens do jardim vertical é estar sobreposto às
aberturas envidraçadas por meio de suportes (figura 01), trazendo o conceito de proteção solar
na edificação.
Para Rodrigues (2017), utilizar fachadas verdes é uma estratégia que diminui o
consumo de energia e o conforto térmico dentro dos ambientes internos. Além disso, aumenta
a qualidade do ar e reduz os ruídos externos, permitindo uma variedade biológica.
Progressivamente, a quantidade de jardins verdes vem aumentando nos centros urbanos
produzindo benefícios para as empresas que o adotam, ainda que a aplicação seja um custo
alto, o investimento é em longo prazo, valorizando o imóvel e diminuindo os gastos com
energia.
Scherer e Fedrizzi (2013) afirmam que os jardins verticais podem surpreender na
busca pela qualidade de vida, melhorando o conforto térmico e também, na restauração
ambiental das cidades, juntamente com a implantação de espécies arbóreas, terraços verdes e
pátios verdes corporativos. Diante disso, para Rodrigues (2007), as fachadas verdes já estão se
tornando parte de um projeto que valoriza a qualidade de vida dos usuários e contribuem para
a paisagem urbana, além de embelezar e proteger a fachada.
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2.1.3 Espaços verdes corporativos
De acordo Macedo e Robba (2013), são indispensáveis nas cidades os espaços verdes
livres públicos, pois estes são considerados polos de lazer e centralização da circulação do
cidadão e estes surgem como alternativas naturalistas, somado ao conforto em relação às
condições climáticas como na qualidade do ar e insolação. No aspecto do lazer, esses espaços
podem ser considerados como passivo ou ativos, servindo como convivência das pessoas que
desfrutam de momentos de relaxamento e de atividades recreativas ― jogos, brincadeira,
namoro, encontro com os amigos e estudos. Diante disso, a população passou a valorizar cada
vez mais esses espaços livres ajardinados, exigindo que estes não se tratem de espaços
simplesmente como cenários bucólicos, mas agora devem ser um espaço livre destinado ao
lazer, ao bem-estar e à zona de conforto (figuras 02 e 03).
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Figuras 04 e 05: Edifício Consórcio - Centro de Mineração Andronico Lusik,
3. METODOLOGIA
A elaboração desse estudo foi proposta por meio de pesquisas bibliográficas em livros,
artigos, sites, teses e dissertações proporcionando embasamento teórico para o
desenvolvimento da pesquisa. O método de procedimento da pesquisa será fundamentado na
pesquisa bibliográfica, definida por Lakatos e Marconi:
Complementa-se ainda que o estudo de caso, estabelecido por Gil (1991), é definido
como um estudo aprofundado de um ou mais instrumentos que possibilitam uma análise
detalhada. Com isso, Lakatos e Marconi (2001) afirmam que o método monográfico ou
estudo de caso se baseiam na pesquisa de certos grupos, população e comunidades a fim de
aprofundar os conhecimentos no tema determinado, buscando analisar todas as suas
particularidades.
O método de abordagem adotado para a pesquisa é o dedutivo, criado pelos
racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, os quais defendem que, o estudo verídico só é
determinado pela razão. O raciocínio é lógico e prático, buscando sempre analisar o conteúdo
das premissas e chegar a uma conclusão, procurando confirmar a todo o custo a hipótese
inicial da pesquisa (GIL, 1991).
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Para complementar o método de procedimento, foram realizadas visitas ao local
determinado, levantamento fotográfico, análise e entrevista. Além disso, utilizaram-se
técnicas de pesquisas relacionadas, para posteriormente confirmar ou refutar a hipótese
inicial. Acerca disso, foram comparadas as informações levantadas com o apresentado na
fundamentação teórica, objetivando responder à pergunta ao problema dessa pesquisa, bem
como comprovar ou refutar a hipótese inicial.
A escolha do tema foi caracterizada pela busca de ambientes corporativos que
apresentassem a utilização da arquitetura paisagística. Diante disso, foram definidas como
estudo de caso duas obras que são referência na arquitetura paisagística do arquiteto Enrique
Browne: o Edifício Consórcio e Centro de Mineração Andronico Lusik, ambos situados em
Santiago no Chile. Como se evidencia, a capital é uma das cidades mais poluídas da América
Latina e, para coibir, os arquitetos estão buscando reduzir os impactos causados por essa
poluição por meio da inserção da arquitetura paisagística nos projetos.
O estudo tem como base analisar o Edifício Consórcio, localizado em Las Condes,
Região Metropolitana de Santiago - Chile. Projetado pelo arquiteto Enrique Browne e pelos
paisagistas Juan Grim e María Angélica Schade, é um verdadeiro marco na arquitetura e
urbanismo sustentável. Projetado em 1990, o edifício modelo garantiu títulos e premiações
importantes como 1º lugar no prêmio, X bienal de arquitetura do Chile em 1995, Prêmio
finalista Mies Van der Rohe, Barcelona em 1998, finalista do prêmio I Bienal Latino-
Americana de Arquitetura e Engenharia, Madri, Espanha em 1998, entre outros. A coleta de
dados foi realizada no dia 08 de setembro de 2018 às 09h00min, uma vez que o edifício
comporta uma agência de seguros e bancos, conta com a inserção da natureza em seu interior
e exterior que proporciona conforto, bem-estar e sensações de modo a despertar os sentidos
dos usuários.
Em segundo caso, procurou analisar o Centro de Mineração AndronicoLusik,
localizado Avenida Vicuna Mackenna, no Chile. Projetado pelo arquiteto Enrique Browne e
pelo paisagista Juan Grim responsável por uma área verde de 1.200 m², garantiram o prêmio
nacional de Arquitetura de 2010, com o objetivo de observar a utilização da edificação
inserida na paisagem, a qual se define pela combinação da obra com o paisagismo. Ademais,
o ambiente permite uma integração entre a natureza e os usuários, de maneira que se possa
desfrutar da natureza já que ela oferece um local tranquilo, agradável e prazeroso. A coleta de
dados foi realizada no dia 04 de setembro de 2018 às 10h00min. Para a realização do estudo
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de caso, foi realizado, em ambas das obras, um levantamento fotográfico e análises a partir da
observação e de entrevistas com os usuários e com o arquiteto Enrique Browne.
Enrique Browne ― arquiteto e urbanista, nascido em 1943 em Santiago do Chile ―
conta com a bagagem de estudos avançados no Chile, na Inglaterra e também no Japão em
universidades renomadas. Recebeu 72 prêmios e menções honrosas em diferentes Bienais de
Competições arquitetônicas. Participou como membro do Júri em 76 competições nacionais e
internacionais. Autor de cinco livros sobre arquitetura e urbanismo, escreveu 69 artigos para
revistas internacionais. Seu trabalho foi publicado em três volumes monográficos e 316 vezes
em diversas publicações na América Latina, EUA e Europa e, por fim, ofereceu 136 palestras,
mais da metade delas no exterior.
4. ANÁLISES E DISCUSSÕES
O presente capítulo procede-se à análise do estudo de caso desta pesquisa. Para tanto,
o presente artigo discorreu e explanou uma tabela acerca da arquitetura paisagística em
ambientes corporativos, a fim de demonstrar os benefícios decorrentes da implantação da
vegetação nessas edificações. Diante disso, foram analisados o Edifício Consórcio e o Centro
de Mineração Andronico Lusik.
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partir disso, a planta foi definida na forma de um barco (figura 06), ou seja, a forma surge a
partir do encontro da Avenida El Bosque pelo Oeste e pela Avenida Tobalaba com o canal
San Carlos, ao Sul (figura 07). O lado Sul do edifício foi eliminado, unindo os vértices do
edifício, formado somente três fachadas, de modo que componha, em sua fachada principal,
um ângulo de 148º. A vista frontal da construção foi proposta levando em consideração o
maior fluxo de pedestres que vêm da Avenida Apoquindo, por onde passa o metrô (CARTER,
s.d).
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sistema natural utilizado por meio da vegetação no seu exterior que reduz a absorção do calor.
Totalizando uma área de 2.700m² de vegetação equivalente à vegetação ocupada
anteriormente, isto é, o verde pré-existente se eleva verticalmente na construção.
(MÁRQUEZ, 2009).
A vegetação, na fachada do edifício, cresce em grandes floreiras fixadas por suportes
metálicos afastados (figura 08) das grandes fachadas envidraçadas, promovendo o efeito
chaminé para resfriamento das aberturas (SCHERER; FEDRIZZI, 2013). De acordo com
Carter (s.d), esses suportes estão em uma distância de 1.40m das fachadas envidraçadas,
permitindo a limpeza dos vidros, o acesso para o jardineiro, para a poda da vegetação como
trepadeiras utilizadas no jardim vertical: primavera (buganvias), hiedra japonesa (ampelopsis)
e jasmim azul e branco (plumbago).
Para Browne (2018), as espécies mudam de acordo com as estações do ano, sendo que,
na primavera, é o ápice das florações com as cores rosa, vermelha, branca e azul (figura 09).
No outono, a cor predominante é o vermelho café (figura 10). No verão, a cor apresentada no
jardim vertical é o verde (figura 11) e, no inverno, as folhas caem e as florações secam (figura
12), no qual acontece a fertilização e a poda das plantas que são realizadas por meio de um
“carro” especializado (figura 13) que se encontra no terraço do edifício e se entende cem
metros para fora. Assim, a irrigação dessa extensa parede verde acontece por meio do sistema
de gotejamento.
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Figuras 09 e 10: Florações na estação de primavera e outono, respectivamente.
Os quatro primeiros pavimentos do edifício são protegidos por trinta e cinco árvores
que se encontram no nível da rua (figura 14), revertendo o efeito de calor e o reflexo da luz
solar nas aberturas. Para contribuir com a amenização da temperatura, foi projetado um
espelho d’água de quarenta e oito metros de comprimento que colabora na refrigeração do
local (CARTER, s.d).
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Figura 14: Vista dos primeiros pavimentos do Edifício Consorcio.
A edificação foi projetada em três níveis diferentes, de modo que uma pequena
proporção de iluminação solar adentrasse no ambiente através da vegetação (figura 15). Além
disso, a cobertura metálica ― existente no último andar ― funciona como brises, tendo papel
fundamental na melhoria do conforto térmico no interior do edifício. (BROWNE, 2018).
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Considerando que 70% do tempo dos seres humanos são consumidos em locais
fechados, a utilização da arquitetura paisagística em ambientes corporativos torna o ambiente
com características domésticas, tornando um ambiente mais agradável e prazeroso (CARTER,
s.d). Browne (2018) afirma que os funcionários das empresas se sentem mais motivados a
trabalhar em um ambiente com a presença do verde, uma vez que transmite tranquilidade e
ajuda no desempenho. Apesar de a fachada frontal (oeste) receber maior incidência solar, esta
proporciona maior conforto térmico interno por compreender uma cortina verde em seu
exterior (figura 16) e, com isso, os usuários prestigiam o ambiente, transparecendo uma
energia renovada. Entretanto, a fachada posterior (leste), por não possuir esse mesmo
elemento paisagístico, tende a usufruir mais do resfriamento artificial.
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4.2 CENTRO DE MINERAÇÃO ANDRÔNICO LUSIK
De acordo com Pastorelli (2014), foram elaboradas quatro propostas de projetos para a
determinação da proposta final do Centro de Mineração. Dentre elas, foi apresentada uma
primeira proposta que abrangia seis andares, entretanto, a proposta prejudicava a visão do
entorno, visto que a fachada frontal é voltada à estação de metrô. Na segunda opção, foi
proposta que a edificação fosse totalmente subterrânea, aumentando as áreas verdes
fornecidas pelo campus, que proporcionaria uma economia de 25% de energia e tal sugestão
agradou aos colaboradores, no entanto, foi contestada por não aprestar vestígios de
construção. A terceira proposta foi elaborada mantendo o edifício no nível do subsolo, porém,
para a entrada de luz e de ventilação, foi planejada uma extensa fissura (figura 18 e 19) no
centro da construção, elevada por paredes envidraçadas, cuja proposta formal se aprovou.
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Figura 18 e 19: Fissura no centro da construção.
A planta baixa é determinada por um auditório, por exposições, por sala de aula, por
sala dos professores, por banheiros, por sala de oficinas, por recepção, por restaurante, por
biblioteca, por jardim interno, entre outros ambientes (figuras 22 e 23). Nesse sentido, foi
realizado um estudo detalhado sobre a incidência solar e a ventilação disseminada sobre essa
área, de forma que se atingisse o melhor aproveitamento. Dessa forma, no verão, os raios de
incidência solar moderada atingem o interior do edifício por meio das aberturas das janelas
envidraçadas. No inverno, a luz solar intensificada penetra os ambientes internos através das
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aberturas envidraçadas, minimizando o uso constante da iluminação e da ventilação artificial
(BROWNE, 2018).
A vegetação forma um amplo pátio verde aberto, totalizando 1.200m², formada por
espécies arbustivas, arbóreas, forrações e gramíneas compondo o paisagismo. A abertura
formada pela fissura, na edificação, apresenta caminhos compostos por pedras (figura 24)
representantes da geografia trazida de diversas regiões do Chile. (BROWNE, 2018).
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A partir destas análises, explana-se uma tabela, a fim de sintetizar os benefícios
obtidos pela inserção da vegetação nessas edificações.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
BROWNE, Enrique. 2018. Enrique Browne e Associates Architects. S.d. Disponível em:
< http://www.ebrowne.cl/minning-center-images.html>. Acesso em: 21 de outubro de 2018.
COTRIM, Marcio; MARQUES, Sonia; Edifício Praça: entre o público e o privado. III
Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo,
arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva, São Paulo 2014. Disponível em:
<https://www.anparq.org.br/dvd-enanparq-3/htm/Artigos/ST/ST-EPC-009-1-
MARQUES.COTRIM.pdf >. Acesso em: 02 de outubro de 2018.
DOURADO, Guilherme Mazza. Modernidade verde jardins de Burle Marx. Senac. São
Paulo, 2009.
DUNNETT, N.; KINGSBURY, N. Planting Green Roofsand Living Walls. Portland:
Timber Press, 2004.
FARAH, Ivete; SCHLLE Mônica Bahia Schlee; TARDIN, Raquel. Arquitetura paisagística
Contemporânea no Brasil. São Paulo, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991.
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MACEDO, S. Soares; ROBBA, Fabio. Praças Brasileiras. 2.Ed.São Paulo, 2003.
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