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Os primeiros impedimentos e benefícios da incorporação da sustentabilidade em

projetos arquitetônicos

Sâmia de Paulo Farrapo

A princípio precisamos compreender o que é sustentabilidade para comentar


suas vantagens e desafios. Em poucas palavras é o desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento.

Aplicando essa definição, aos projetos arquitetônicos, temos o desafio de


projetar de forma responsável. Inseridos em um contexto econômico, cultural, político e
ambiental torna-se desafiador ao projetista. Começando pela formação dos profissionais
envolvidos. A falta de formação adequada distância os conceitos da prática, quando
muito é estudado o mercado de produção sustentável e é limitado a baixos
investimentos.

Considerando que o projetista tenha participado de um processo educacional


inserido em um edifício modelo de eficiência energética, conforto ambiental, baixa
poluição, custo viável podendo assim ver na prática a viabilidade. Isso seria mais
eficiente que ler 400 livros com um milhão de teorias retirando a possibilidade de
vivenciar cada detalhe.

A viabilidade parte de um mercado ativo e capacitado para executar tais


soluções. A falta de inserção da educação ambiental distância da importante teoria
estudada e testada, das boas práticas que cenógrafa as soluções sensibilizando a
população. Ter ambientes saudáveis é mais fácil do que muitos imaginam.

As soluções que trazem viabilidade são aplicadas de forma banal. Um exemplo


são as placas fotovoltaicas, que produzem energia limpa em paralelo o acréscimo de ar-
condicionado indiscriminado. A intenção era reduzir o custo e assim contribuir com a
utilização dos recursos. A possibilidade se desfez ao ver uma chance de comodidade,
que se agrava com o incentivo de um consumismo arrivista.

Com isso foi tirado elementos importantes como janelas dos ambientes. Ter ar
condicionado é uma metáfora para ambientes agradáveis. Pensamento errôneo, pois, a
necessidade de ambientes arejados é básica para mantermos a boa saúde. Usar materiais
que tem um comprometimento ambiental é cuidar do próprio futuro. Estes retornam ao
ciclo da cadeia produtiva diminuindo a contaminação de solo, água e ar, elementos
básicos para nossa sobrevivência. Esses elementos devem ter baixa emissão de toxinas
Os primeiros impedimentos e benefícios da incorporação da sustentabilidade em
projetos arquitetônicos

Sâmia de Paulo Farrapo

ao meio ambiente garantido assim melhor saúde aos usuários, sem esquecermos da
eficiência de desempenho e ser aplicado de forma inteligente ao projeto.

Podemos corrigir o conforto térmico com estudo solar e pelas cartas dos ventos,
aplicados BIM, auxiliam no estudo para implantação de brises, cobogós, paredes verdes
ou quaisquer outros artifícios que sejam cabíveis ao projeto solucionando assim
problemas futuros. Trabalhar bem o controle das aberturas para captar a iluminação
natural auxilia na eficiência energética.

Incentivar o estudo sobre como podemos reciclar nossos resíduos é fundamental.


Em um mundo com as suas constantes evoluções os estudos devem acompanhar seu
ritmo. Atualmente nosso resíduo da construção e demolição são bem diferentes dos
resíduos há 100 anos atrás. Com isso percebemos que as pessoas mudam e junto com
elas as suas necessidades, por consequência alteram a forma de habitar buscando assim
forma mais prática de construir, e como resultado temos a diversidade de resíduo no
decorrer dos tempos.

Lançar um produto que tem o seu destino final bem planejado é comercializar de
forma ecológica. Impactos ambientais são visíveis a todos, porém a preocupação só
acontece na maioria das vezes em meio às perdas irreparáveis. O capitalismo reforça um
consumo desenfreado e na construção de empreendimentos não é diferente.

A representação de “status” impulsiona a aplicação de materiais caros agregando


boa estética está acima da importância da saúde física, psicológica, financeira e
ambiental. Do resultado temos edifícios com peles de vidro gerando estufas urbanas que
necessitam de alto consumo de ar-condicionado possibilitando assim a composição de
ambientes cada vez mais prejudiciais à saúde física e mental de seus usuários.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CONSULTADAS

ULRICH, R. S. View through a window may influence recovery from surgery. Science
27, v. 224, n. 4647, pp. 420-421, abr., 1984.
BENEDICTO et al., de Julia Brepohl, A percepção de discentes sobre a sustentabilidade em
projetos arquitetônicos: caminhos para a promoção do bem-estar e da responsabilidade
socioambiental. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=3693. Acesso
em: fevereiro de 2022.

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