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Nome: Cássio Murilo Aeroso Monteiro Grr:20196967

Qual é o papel da construção civil para a realização dos objetivos globais do


desenvolvimento sustentável?

A indústria da construção é uma das atividades humanas que mais consome


recursos naturais, estima-se, internacionalmente, que entre 40% e 75% dos recursos
naturais existentes são consumidos por esse setor, resultando, assim, em uma enorme
geração de resíduos. Só no Brasil, a construção gera 25% do total desses resíduos. É
por isso que, segundo os cientistas, o setor da construção civil tem papel fundamental
no desenvolvimento sustentável do País e, dessa forma, se torna peça chave para o
atendimento dos objetivos. Nesse sentido, a adoção definitiva dos chamados prédios
verdes, os empreendimentos sustentáveis na construção civil, teve um enorme sucesso
de público e de rentabilidade. Na construção civil, os empreendimentos sustentáveis só
recebem essa denominação se atenderem a seis regras básicas:

1. Sustentabilidade do canteiro de obras e da região em torno dele, inclusive com


recuperação de todas as áreas que forem afetadas pela construção;

2. Eficiência total no consumo de água: reaproveitamento da água utilizada e


aproveitamento da água da chuva;

3. Garantia da redução do consumo e da eficiência energética do prédio, inclusive com


uso de fontes renováveis de energia;

4. Reciclagem e tratamento correto dos dejetos e resíduos;

5. Trabalhar para manter o mais baixo possível as emissões de poluentes e usar


materiais de origem vegetal ou reciclados no acabamento ou infraestrutura;

6. Buscar sempre a melhoria e a adequação dos procedimentos.

Nesse sentido, um dos problemas das abordagens sustentáveis é não


questionar a tipologia vigente. Ao invés disso, apenas são agregados componentes
mais “ecológicos”, como sistemas e isolamentos mais eficientes. Mas, este conceito de
sustentabilidade “agregada”, mesmo que tenha sucesso parcial, mantém formas e
sistemas estruturais intocados. O resultado é, muitas vezes, um nivelamento dos
ganhos com prejuízos imprevistos. Por exemplo, adicionar instalações elétricas mais
eficientes reduz a energia usada e, assim, diminui o custo geral. Mas, custos menores
tendem a diminuir a preocupação dos usuários com o desperdício, um paradoxo
estabelecido, em 1865, pelo economista inglês William Stanley Jevons. Aumentar a
eficiência diminui o custo, o que aumenta a demanda, o consumo e elimina a economia
inicial. A lição é que não podemos lidar com o consumo de energia isoladamente. É
preciso olhar para o conceito de energia mais amplamente, incluindo a energia
incorporada e outros fatores.

A teoria da resiliência, discutida no artigo “Toward Resilient Architectures:


Biology Lessons”, pelo inglês e cientista, aponta para a natureza do problema.
Sistemas podem parecer engenhosos dentro dos seus parâmetros pré-definidos, mas
vão inevitavelmente interagir com muitos outros, geralmente de maneiras imprevisíveis
e não lineares. É importante almejar uma metodologia de projeto mais “robusta”,
combinando visões diversas e interligadas, funcionais em escalas diversas, garantindo
a adaptabilidade dos elementos de projeto. Mesmo que estes critérios possam parecer
abstratos, eles são exatamente as características alcançadas com os métodos ditos
“passivos”. Edifícios passivos permitem ao usuário ajustar e adaptar as condições
climáticas por exemplo, abrindo ou fechando janelas ou anteparos e aproveitando luz e
ventilação naturais. Esses projetos possuem: sistemas que desempenham mais de
uma função como as paredes, que constituem o prédio e também acumulam calor, e
espaços facilmente reconfiguráveis, mesmo para novos usos, sem grandes
investimentos. São edifícios polivalentes não comprometidos com um visual popular ou
um usuário específico. Para reverter esse cenário, a educação com conhecimentos
técnicos e sustentável é primordial. Quando pensamos em sustentabilidade e meio
ambiente, sempre pensaremos em uma coisa só, ou deveriamos pensar dessa
maneira.

Com isso, surge a Gestão ambiental ou o Sistema de Gestão Ambiental - SGA


que é uma estrutura organizacional que auxilia a empresa em si, a avaliar e controlar
os impactos ambientais de suas atividades. O SGA, também, prevê seleção e
monitoramento dos fornecedores, o que evita sanções e penalizações, devido o
enquadramento da organização como corresponsável por uma infração ambiental
cometida pelo seu fornecedor.

O Sistema de Gestão Ambiental é uma importante estratégia de negócio para as


empresas realizarem a gestão dos impactos dos seus produtos e serviços sobre o meio
ambiente. Através do SGA, a organização obtém melhores oportunidades de negócios,
melhora a imagem e a administração de recursos energéticos e materiais, reduz riscos,
acidentes ambientais e gastos desnecessários. Além disso, cumpre com a legislação
ambiental.

O Sistema de Gestão Ambiental é estabelecido pela NBR ISO 14001, que faz
parte de um conjunto de normas, a ISO 14000. A ISO 14001:2015, e tem como
objetivo, o controle dos processos da empresa e sua relação com o meio ambiente.
Assim, a norma abordará a questão de riscos, melhoria contínua, prevenção de
acidentes e redução do impacto ambiental causado pelas operações da organização.

O sistema ganhou relevância após a Conferência das Nações Unidas para o


Meio Ambiente em Estocolmo, na qual surgiu o conceito de “desenvolvimento
sustentável”. E as empresas começaram a sofrer uma pressão para a proteção do meio
ambiente, e se viram obrigadas a atuarem de forma mais amigável possível com a
natureza.

Esse cenário fez com que surgissem metodologias e processos a fim de tornar o
processo produtivo menos impactante negativamente ao meio ambiente. O Sistema de
Gestão Ambiental se tornou uma das respostas das empresas a este conjunto de
pressões, em busca de uma industrialização mais sustentável.

O principal objetivo do Sistema de Gestão Ambiental com isso, é prover as


empresas uma estrutura para proteção do meio ambiente e possibilitar uma mudança
das condições ambientais em equilíbrio com as necessidades socioeconômicas.
As organizações com isso estão sendo desafiadas a lidar com ambientes cada
vez mais eficazes, demandando novas exigências de gestão e novos desafios, sendo
dada grande ênfase à questão das capacidades essenciais. A concorrência acirrada, a
evolução, as mudanças climáticas estão influenciando diretamente as empresas e
também as pessoas. As preocupações com o meio ambiente vêm sendo prioridade em
muitas entidades privadas, públicas e organizações não governamentais, e
governamentais, enfatizando até o chamado “marketing verde”, as transformações
culturais adotadas não são decorrentes apenas dos avanços tecnológicos, mas
também do ecossistema que exige que haja transformações educacionais, econômica
e social nas organizações, assim como, na vida de cada ser humano.

E, como todas as inovações e novas ideias possuem soluções, também existem


problemas pequenos ou grandes, e neles, as maiores dificuldades encontradas estão
relacionadas ao pessoal envolvido, ao processo produtivo e aos fatores econômicos.

A de caráter econômico ocorre em função da dificuldade em disponibilizar


recursos financeiros para possibilitar a aquisição de tecnologias. Estas tecnologias tem
por finalidade adequar e melhorar processos no que se refere à minimização dos
impactos ambientais de determinadas atividades. Outro ponto, a se destacar, é o
atendimento à legislação ambiental requerido pela norma que envolve aspectos
burocráticos que pode retardar a certificação.

No entanto, a principal dificuldade de todas é aquela que diz respeito ao pessoal


envolvido, pois povos e comunidades tradicionais, são um fator em destaque a ter
que se lidar. Uma vez que lidar com pessoas é sempre mais difícil devido à resistência
às mudanças, a falta de comprometimento e a dificuldade em quebrar paradigmas.

Neutralizar as forças negativas que geram desmotivação no projeto é tão


importante quanto fornecer recursos. É necessário que a empresa proponha ações de
motivação e treinamento aos colaboradores para que eles assumam uma postura de
respeito ao meio ambiente, assegurando práticas adequadas na execução de suas
atividades.

Por esses motivos é importante o comprometimento da alta direção e a


disseminação da política ambiental que declara os princípios e compromissos
assumidos pela empresa em relação ao meio ambiente. Assim sendo, cabe ao Sistema
de Gestão Ambiental, como disciplina, educação e também conscientização buscar
alcançar o equilíbrio entre a proteção ambiental e as necessidades socioeconômicas e
realizar todos os papéis necessários para se obter um desenvolvimento sustentável
com qualidade e eficiência global e também atendendo aos problemas econômicos
vigentes da empresa e de cada região e suas respectivas pessoas.

Referencias bibliográficas:

ABNT NBR ISO 14.001: 2015. ...

ABNT NBR ISO 14.040. ...

ABNT NBR ISO 14.044. ...

ABNT NBR ISO 26.000. ...

ABNT NBR ISO 31.000. ...

ABNT NBR ISO 50.001. ...

FERRARI, M. V. D. Notas de Aula de Sistemas de Gestão Ambiental para empreendimentos do Setor


Energético.

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