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O que é Net Zero e em que consiste o governamental

greenwashing e o corporate greenwashing? Qual a relação entre o


greenwashing e a ESG?

Net Zero Carbon Emissions (zero emissões líquidas de


carbono – tradução livre) trata-se de um compromisso envolvendo empresas,
governos e indivíduos, onde o principal objetivo é o de frear o acelerado
processo de aquecimento global através da diminuição dos gases de efeito
estufa, onde tal estratégia de sobrevivência de nossa espécie.

Existem duas maneiras de reduzir as emissões de carbono,


uma delas é através da eliminação de atividades que produzem gases do efeito
estufa, no caso de indivíduos pode-se trocar a locomoção através dos carros por
caminhadas ou pedaladas, sendo uma maneira de gerar menos impacto. Já as
empresas comprometidas com net zero precisam atentar para o tipo de matriz
energética que usam para oferecer seus produtos e serviços, direta e
indiretamente. Isso inclui imóveis, rede logística, fornecedores e terceiros. Numa
política de net zero, a corporação se compromete a compensar emissões de todos
os envolvidos em sua cadeia produtiva.

Instâncias governamentais também devem adotar as


estratégias citadas acima. Além disso, devem promover políticas públicas que
aumentem a oferta de energia de fontes renováveis para o setor privado e para a
população. Uma maneira de fazer isso é substituir usinas termelétricas por
estações de energia eólica, hidrelétrica ou solar.

Se não for possível zerar o impacto reduzindo emissões, o


segundo passo é compensá-las. Isso é possível com o uso de “tecnologias de
emissão negativa”. Mas não confunda: embora a sigla para elas, em inglês, seja
“NET”, ela não representa o “net” de net zero – mas bem que poderia.

As NETs incluem diversas maneiras de sequestrar o carbono


emitido pelas diversas atividades humanas. O plantio de florestas, por exemplo,
promove a captura de um volume quantificável de CO2 da atmosfera. Logo, uma
empresa pode calcular suas emissões e plantar árvores suficientes para
compensar o seu impacto ambiental.
Definir e adotar uma metodologia padronizada para calcular
emissões e compensações é necessário para gerar relatórios confiáveis e
uniformes. E isso é fundamental para alinhar os variados entes comprometidos
com metas net zero e analisar a efetividade de suas políticas e práticas.

Greenwashing é um termo em inglês chamado de “lavagem


verde” que define uma prática das empresas, indústrias, organizações não
governamentais e até mesmo de governos. Tal prática consiste em estratégias de
marketing que promovam discursos, documentos, propagandas e campanhas
sustentáveis. Mas na realidade a prática é bem diferente. Muitas empresas e
organizações praticam o greenwashing para melhorar sua imagem diante dos
consumidores.

Várias companhias adotam a prática do greenwashing, pois é


uma alternativa mais conveniente do que investir em regulamentação e aplicar
protocolos para alcançar a sustentabilidade. Outras recorrem a essa tática por
falta de total conhecimento sobre seus produtos, o que pode levar à divulgação de
propagandas enganosas.

Muitas das preocupações dos líderes das empresas estão


relacionadas com metas, com o controle de resultados no final de cada mês,
semestre, ano ou ciclo. No entanto, a verdade é que nem sempre essa correria e
inquietações estão atreladas ao que, de fato, vai determinar a saúde de um
negócio e a sua relevância - tanto para o mercado quanto para os consumidores.
A geração de consumidores atual tem maior preocupação em relação à
sustentabilidade. Para atrair esses clientes e melhorar a reputação, as empresas
implementam o greenwashing.

A sigla ESG surgiu de uma provocação do secretário-geral da


ONU Kofi Annan a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como
integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. Na
mesma época, a UNEP-FI lançou o relatório Freshfield, que mostrava a
importância da integração de fatores ESG para avaliação financeira.

Apesar de ter tido inicialmente um destaque mais expressivo


no mercado de investimentos, o conceito está ganhando o mundo em diferentes
setores, tendo alcançado maior notabilidade e força em 2015, ao fazer parte da
Agenda 2030 da ONU e do Acordo de Paris. Dentre os objetivos de ESG, estão
elencados 17 tópicos, que segundo a ONU, são o foco para consolidar um
desenvolvimento sustentável.

Concerne às ações e políticas que uma empresa implementa


para minimizar o seu impacto no meio ambiente. Isso inclui a redução de
emissões de gás carbono e outros gases poluentes, o uso eficiente de recursos
naturais, a gestão sustentável de resíduos, a adoção de fontes de energia
renovável e mais eficientes, além da preservação da biodiversidade, do ar e da
água. Começar por esse conceito é perceber que não dá mais para considerar a
sustentabilidade um conceito distante ou chato. A sobrevivência de qualquer
empresa passa antes pela sobrevivência dos ecossistemas e condições de vida –
de saneamento, alimentação e clima.

Apelos referentes às crises climáticas e as reservas de energia


e alimento, mostram que os cenários estão se agravando mais cedo do que se
previa. No entanto, esses esforços ainda precisam progredir e acelerar, pois no
geral as medidas adotadas estão voltadas para riscos de curto prazo. “Apesar do
progresso, os atuais fluxos financeiros globais para a adaptação são insuficientes
e restringe a implementação de opções de adaptação, especialmente nos países
em desenvolvimento”, segundo o IPCC.

E é para alimentar esse alerta e trazer um novo viés, que o


conceito ESG surgiu, para nos lembrar de três pilares estratégicos em níveis
sociais e econômicos, que ressaltam o que realmente importa e o que tem sido
necessário investir. Nos últimos anos, a sigla tem ganhado destaque no mundo
corporativo, não só se difundindo em sua representatividade, bem como em sua
relevância nos resultados.

Mas afinal, o que exatamente significa ESG e por que é tão


importante para as organizações? Neste artigo, falaremos sobre o que engloba
ESG – que respectivamente contempla as áreas: ambiental, social e de
governança – e como as empresas podem incorporar esses princípios em suas
operações para promover um negócio mais sustentável e responsável.

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