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Definição e origem

Enviromental, Social e Corporate Governance. É uma sigla que representa a


sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa nas empresas. É
utilizado no mercado financeiro para melhor avaliar os riscos e oportunidades
associados às decisões de investimento.
Em 2004, a organização das nações unidas elaborou o relatório “Who cares wins” com
a finalidade de estabelecer diretrizes que incluíssem as questões ambientais, sociais e
de governança para o mercado financeiro. Assim, surgiu o termo ESG. Em 2015, a
Agenda 2030 da ONU teve como resultado os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), o que fortaleceu a política ESG.

As bases do ESG
1. Enviromental (ambiental): nesse âmbito, a empresa deve tomar ações focadas
na preservação ou restauração ambiental, no desenvolvimento sustentável,
como a implementação da logística reversa de seus produtos, busca matrizes
energéticas menos poluentes ou devastadoras, gestão de resíduos, diminuição
da emissão de carbono, entre outras medias. Esse pilar não foi estabelecido
apenas para negócios diretamente ligados à exploração ambiental. Todas as
empresas devem adotá-lo, pensando em toda a sua cadeia produtiva, desde
seus fornecedores até o destino de seu produtos, por exemplo.
2. Social: esse eixo leva em conta como a organização lida com fatores como a
inclusão, a diversidade, o bem-estar dos colaboradores e dos clientes, os
direitos humanos, etc. OS investidores estão, cada vez mais, se preocupando
com a saúde física e mental dos trabalhadores.
3. Corporate Governance (governança corporativa): esse pilar diz respeito à
administração da empresa, levando em conta a ética e a transparência da
instituição. Dessa forma, política de remuneração dos altos cargos, proteção de
dados dos colaboradores, segurança e integridade são exemplos de assuntos
que esse eixo abrange.

Sustentabilidade
Um importante pilar do ESG, presente em muitas condutas dessa política.
A sustentabilidade global é a busca para satisfazer as necessidades do presente sem
comprometer a habilidade das futuras gerações para satisfazerem suas necessidades.
Ela abre caminho nos negócios, diminuindo custos e riscos, além de elevar os
rendimentos e a participação no mercado.
O desenvolvimento sustentável é o meio para alcançar um desenvolvimento humano
inclusivo, interligado, igualitário e seguro. Para tal, regulações, custos e
responsabilidade onerosa são envolvidos.
Assim, uma empresa sustentável é aquela que contribui para o desenvolvimento
sustentável ao gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais.
Motivadores para a sustentabilidade global:
• Crescente industrialização e suas consequências, como devastação, poluição
e geração de resíduos. Essas consequências são, agora, irreversíveis.
• Tecnologias que oferecem soluções revolucionárias, que podem tornar
obsoletas algumas indústrias.
• Aumento da população, da pobreza e da desigualdade, elevando as migrações
para zonas urbanas e a desigualdade de renda ( qual leva à decadência social,
ao caos político e, em alguns casos, ao terrorismo).

O impacto do ESG
Atualmente o ESG tem ganhado grande visibilidade. A população, cada vez mais, tem
cobrado as empresas sobre o cumprimento dessa política.
Além disso, os acionista também têm se preocupado com o compromisso das
empresas com esses valores. Uma pesquisa da Deloitte (líder em serviços de
Auditoria, Consultoria, Assessoria Financeira, e serviços relacionados) mostrou que
75% dos investidores globais aplicaram os indicadores ESG em pelo menos um quarto
dos seus investimentos totais.
Os trabalhadores também querem que suas companhias tenham responsabilidade
social em suas decisões. Colaboradores satisfeitos possuem mais chances de
permanecerem em uma empresa e se tornam, de certa forma, leais à empresa, o que
reduz os custos de contratação, mantém os trabalhadores mais alinhados às
estratégias do negócio e fortalece a memória institucional.
Por isso, não levar as normas de ESG em conta pode causar reflexos negativos aos
negócios.

Por que adotar o ESG?


Nos dias de hoje, existe uma série de ameaças para a humanidade e para o planeta e
essa política tenta minimizar ricos como:
Ambientais
• Mudanças climáticas;
• Desastre natural;
• Exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais;
• Poluição do meio ambiente;
• Perda de biodiversidade.

Sociais
• Violação aos direitos humanos;
• Condições de trabalho, saúde e segurança;
• Falta de diversidade;
• Assédio, discriminação e preconceito;
• Ampliação do fosso entre ricos e pobres.
Governança
• Integridade e controles internos;
• Gestão de riscos corporativos;
• Conflito de interesses;
• Imagem e reputação;
• Sucessão.
Com algumas práticas a empresa pode diminuir gastos e riscos, acelerar a inovação e
melhorar a reputação, atraindo novos investidores e clientes.
Estratégias socioambientais devem tornar-se assunto da alta administração, pois há
possibilidades de as empresas aumentarem sua competitividade enquanto geram
avanços às condições socioeconômicas da comunidade.

Algumas condutas
Boas Práticas Ambientais
• Investir no uso de energias renováveis, como solar, eólica etc.
• Reduzir significativamente ou zerar emissões de gases de efeito estufa;
• Criar um plano de gerenciamento de resíduos (reciclagem, descarte
adequado);
• Evitar a poluição das águas pelo descarte de substâncias tóxicas;
• Respeitar a biodiversidade;
• Adoção de medidas de prevenção a desastres e gestão de riscos.
• Diminuir a geração de resíduos sólidos (menos resíduos significa melhor
utilização dos insumos, resultando em custos mais baixos de matérias-primas e
de depósitos de resíduos).
Programas que reduzem resíduos e emissões por meio da ecoeficiência têm sido
amplamente adotados pelas empresas nas últimas décadas.
Em 1997, a Collins & Aikman Floorcoverings tornou-se a primeira fabricante de
carpetes a desenvolver a capacidade de converter carpetes velhos e resíduos de PVC
pós-industriais em novos carpetes, apoiando uma nova linha de produtos. Chamada
de ER3, esse produto foi decisivo para o crescimento da reputação da empresa em
produtos ambientalmente sustentáveis e ajudou a impulsionar ganhos de participação
de mercado contra os concorrentes
Em parceria com a indústria, os governos europeus estão avançando com legislações
pioneiras; por exemplo, a lei de “trazer de volta” para fabricantes de aparelhos
eletroeletrônicos.
Os programas de combate à poluição vêm se proliferando no âmbito da indústria e
recebendo uma grande atenção dos corpos regulatórios nos EUA e na Europa como
potenciais alternativas às regulações de comando e controle.
Combate à Poluição Compensa (3P), da 3M. Entre 1975 e 1990, a 3M reduziu sua
poluição total em algo próximo a 530 mil toneladas (uma redução de 50% no total de
emissões) e, de acordo com as fontes da empresa, economizou quase US$ 500
milhões ao diminuir os custos com matéria-prima, conformidades, eliminação de lixo e
passivos legais. Em 1990, a 3M embarcou no 3M+, programa que buscava reduzir os
resíduos remanescentes e as emissões em 90%, cuja meta final era zerar a emissão
de poluição.
Em 2015, os Estados-membros que compõem a ONU, assinaram o compromisso de
até 2030 cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. São 169 metas
distribuídas em 17 indicadores.

Boas Práticas Sociais


• Adotar políticas de inclusão e diversidade;
• Promover o bem-estar no ambiente de trabalho;
• Executar ações positivas para a comunidade local;
• Contribuir para projetos sociais desenvolvidos pela comunidade;
• Auxiliar no desenvolvimento intelectual dos funcionários e colaboradores;

A Nike, desafiada pela reação violenta no final dos anos 1990 contra suas práticas
ambientais e de trabalho realizou um programa de monitoramento global de todas as
suas contratadas. Tornou-se um membro estatutário da Fair Labor Association (FLA),
um grupo sem fins lucrativos que se originou de uma coalizão contra trabalho sob
condições insalubres formada por sindicatos, grupos de direitos humanos e pelo setor
de negócios. Além disso, a empresa lançou o Projeto Reutilize um Calçado,
objetivando encontrar novos usos para tênis velhos e indesejados. Os revendedores
da Nike reuniam calçados e os enviavam de volta à empresa, onde eram triturados e
tinham os materiais separados. Mediante parcerias com empresas fabricantes de
superfícies esportivas sintéticas, a sola de borracha e a entressola de espuma eram
transformadas em superfícies atléticas artificiais. Os lucros oriundos desse negócio
geravam renda para a Nike Foundation e doações para o fundo das empresas
fabricantes de superfícies esportivas sintéticas.

Boas Práticas de Governança


• Atuar com ética e transparência em todas as relações;
• Seguir a legislação em todas as esferas do seu negócio;
• Elaborar ações de combate à corrupção.

A tecnologia nesse meio


Pode auxiliar na qualificação profissional, garantindo produtividade, inclusão social,
aumento de competitividade da empresa e, consequentemente, crescimento
econômico.

Exemplos de aplicação do ESG no brasil


A Magazine Luiza, em 2019, criou um programa exclusivo de trainees para pessoas
negras.
Grupos como a Ambev também estão caminhando na mesma direção que a Magalu
busca seguir. Um dos objetivos em andamento hoje na empresa é gerar uma mudança
interna significativa para aumentar, entre outras metas, o número de pessoas negras
em cargos de liderança,
A Fundação Grupo Boticário atua desde 1990 na preservação de reservas naturais,
pesquisas científicas voltadas ao meio ambiente, além de promover a educação
ambiental para alunos do ensino fundamental. “Segurança, inovação e
sustentabilidade’’ são seus três pilares.
O maior banco privado do país, o Itaú Unibanco também estabeleceu ações baseadas
nas políticas ESG. Para isso, são definidos três fatores de avaliação para definir se
estão sendo adotadas políticas de Governança ambiental, social e corporativa. As
mudanças climáticas são o primeiro destes critérios. É cobrado dos gestores que
sejam criadas estratégias climáticas através dos produtos e serviços que o banco
oferece. Já a segunda métrica diz respeito à diversidade na equipe. Nesse sentido, a
empresa busca dar maior espaço aos profissionais com diversidade de raça, gênero,
bem como incluir pessoas com deficiência e LGBT+. A terceira meta é a transparência
na comunicação. Questões como qualidade das demonstrações financeiras e
treinamentos sobre ESG são algumas das formas de atingir essa meta.

https://www.siteware.com.br/tendencias/esg-o-que-e/
https://www.dlapiper.com/en/insights/publications/2023/03/esg-in-2023-who-cares-
wins#:~:text=ESG%20stands%20for%20environmental%2C%20social,touching%20ev
ery%20sector%20of%20industry.
https://codecamp.com.br/artigos_cientificos/2004_criando_valor_sustentavel.pdf
https://www.fecap.br/wp-
content/uploads/2021/07/admin_pdf_2018_EnANPAD_ESO1972.pdf
https://inteligenciafinanceira.com.br/aprenda/esg-como-surgiu-
origem/#:~:text=Essa%20hist%C3%B3ria%20toda%20de%20ESG,pela%20capacidad
e%20de%20serem%20sustent%C3%A1veis.
https://trevisan.edu.br/2023/01/02/cases-sucesso-
esg/?gad=1&gclid=CjwKCAjwhdWkBhBZEiwA1ibLmGWE9NVbQfAiMY9JXymFhyKSd
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