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ESG E A QUESTÃO FINANCEIRA

A busca por boas práticas de governança corporativa, social e ambiental


vem ganhando cada vez mais destaque. Tanto em empresas que buscam
economizar quanto naquelas que buscam uma valorização de marca
perante a sociedade.

Mas esses não são os únicos benefícios proporcionados pela adoção das
métricas de sustentabilidade. Linhas de crédito, fundos de investimento
e índices na bolsa de valores favorecem fatores ambientais, sociais e de
governança.

Mas como é possível alinhar essas práticas à gestão financeira? Nesse


artigo vamos abordar como adotar métricas de sustentabilidade no seu
ESG.

O que é ESG?

ESG é a sigla em inglês que deriva do termo Environmental, Social and


Corporate. No português, Ambiental, Social e Governança.

Ele foi discutido pela primeira vez em 2004, quando o então secretário-
geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, convidou líderes de grandes
empresas a buscarem alternativas para tornar o mercado um ambiente
mais justo e diverso.

Mas não se deixe enganar. Apesar de a sigla estar ligada às boas práticas
ambientais, sociais e de governança de um negócio, ESG, em alguns
casos, também é critério para investimento.

Isso fica claro quando analisamos pesquisas como a desenvolvida pela


consultoria BCG. Nela foi identificado que empresas que adotam
melhores práticas ambientais, sociais e de governança veem diversos
impactos positivos, como maior lucratividade e aumento em seu valor de
mercado.

Além disso, a pandemia da COVID-19 em 2020 também acendeu um


alerta para as empresas. Agora, elas veem no ESG uma oportunidade de
antecipar (ou até mesmo evitar) possíveis crises e fortalecer o
relacionamento com os investidores.

Mas, antes de abordar a parte financeira é importante entender bem o


significado por trás das letras do ESG. Vamos conferir?

ESG (Environmental, Social and Governance)

A mudança no comportamento dos consumidores tem pressionado


investidores e acionistas a enxergarem as empresas sob novas lentes.

Quais são os impactos do seu negócio no planeta? Como você contribui


para a comunidade em que está inserida? Como você conduz os seus
negócios? Esses são os principais aspectos observados pelo ESG.

• E: Esta letra representa as questões ligadas ao meio ambiente,


como emissão de gases poluentes, aproveitamento de insumos,
cuidados relacionados às mudanças climáticas, biodiversidade,
uso da água, poluição e gerenciamento de resíduos.
• S: Está relacionado ao campo social e ao modo como a empresa
lida com o seu capital humano. Por isso, está atrelado a questões
como normas trabalhistas, direitos humanos, diversidade no
quadro de funcionários e equidade salarial, as relações com a
comunidade, privacidade e proteção de dados, saúde e segurança
do trabalho.
• G: Por último, mas não menos importante, a letra que se refere às
questões da gestão institucional considerando a ética e
transparência, as estratégias de sustentabilidade, conformidade, a
remuneração executiva, as políticas de anticorrupção, dentre
outros.
O que considerar para avaliar suas práticas em ESG?

Métricas e indicadores são os melhores amigos de todo gestor. E quando


pensamos em ESG, isso não muda.

Seu primeiro passo é garantir que a sua estratégia de ESG esteja alinhada
com a sua estratégia de negócios, garantindo assim que o seu conselho
administrativo abrace a responsabilidade de supervisioná-lo.

Lembre-se que a narrativa do ESG precisa fazer sentido para o negócio e


compartilhar essa história com o mundo. Já suas métricas de ESG vão
ajudar as pessoas a comparar suas ações com as de outras empresas.

Por isso, pense bem em como conduzir sua organização e como cuidar da
ética por toda a cadeia de suprimentos. Dessa forma, vai ficar muito mais
fácil definir metas claras e oferecer dados para mensurar seu progresso.

Você vai perceber que suas métricas vão encorajar investimentos, e sua
narrativa vai dialogar com as exigências de seus stakeholders. E, no fim
das contas, sua empresa estará pronta para prosperar em uma nova
realidade.

ESG e os desafios da gestão financeira

Como qualquer novidade implementada na gestão de um negócio, o ESG


também precisa de acompanhamento próximo. Ele vai garantir que a
empresa tenha fôlego para desempenhar suas atividades de ESG, ao
mesmo tempo em que gerencia os potenciais riscos financeiros.

Vale frisar, que no ESG os fatores de risco não devem ser analisados
individualmente. Uma vez que influenciam de forma correlacionada os
riscos financeiros.

Logo, a gestão dessas práticas não pode excluir a relação complexa de


causa e efeito entre todos os tipos de riscos.
Leia também: Contabilidade digital: como se preparar para essa realidade

Digitalização financeira e ESG

Levando em conta tudo o que já foi discutido sobre o tema, a digitalização


financeira deixa de ser um luxo e se torna uma necessidade. Afinal, esse
cuidado facilita a gestão das métricas, resultando em processos mais
ágeis, precisos e materiais de qualidade para embasar a tomada de
decisão e prestar contas para a sociedade e stakeholders.

Além disso, esse processo de digitalização também se mostra alinhado


aos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil),
iniciativa que vê a gestão financeira das companhias como a ponte
necessária para encurtar a transição ao ESG.

Ou seja, é praticamente impossível conquistar uma gestão financeira up-


to-date e proporcionar transparência preventiva aos stakeholders sem o
suporte de tecnologias para ver, prever e agir.

Quer saber mais sobre a digitalização financeira? Leia o nosso


artigo: Automação na contabilidade: 5 benefícios do processo para a sua
empresa.

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