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Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Pós Graduação em Sustentabilidade Ambiental

Negócios de Impacto Ambiental e Social

Atividade 2: Resenha

Carolina Daemon Oliveira Pereira

1. Ao refletir sobre empreendedorismo cívico, propósito, impacto social,


cidades e crescimento sustentável, como você enxerga a conexão entre
esses temas?
A sustentabilidade pode ser definida como a capacidade de o ser
humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer
os recursos naturais das gerações futuras de acordo com a definição do relatório Nosso
Futuro Comum redigido durante a ECO-92.
Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é
preciso que ele seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo
e culturalmente diverso. Uma empresa sustentável segue o que é conhecido como tripé
da sustentabilidade, que compreende as partes social, com qualidade de vida para as
pessoas que participam dos processos da empresa, econômica, com lucratividade
baseada na não agressão ao meio ambiente e, por fim, ambiental, minimizando os
impactos ambientais causados. Além das vantagens sociais, econômicas e ambientais,
uma empresa sustentável poderá se beneficiar grandemente do novo olhar que a
população possui sobre práticas sustentáveis.
Ser uma empresa sustentável pode trazer muitos benefícios, muito além dos
óbvios desenvolvimentos ambientais.  Estabelecer metas para uma operação
empresarial sustentável é um fator que valoriza a empresa aos olhos dos clientes, pode
aumentar a produtividade da equipe e até ajudar no corte de custos de produção.
Percebe-se, portanto, que esforços no sentido de manter as operações
empresariais sustentáveis não são em vão. Garantir um desenvolvimento econômico
que não cause impacto negativo à natureza é muito importante e pode aumentar, e
muito, a credibilidade e percepção de valor de uma empresa frente à sociedade.
A importância de se ter uma empresa sustentável é indiscutível, mas nem
sempre fica evidente quais são as medidas a serem tomadas para que tal projeto possa
ser concretizado. A verdade é que, na prática, para ser uma empresa sustentável, uma
companhia precisa de menos discurso e mais ação. A sustentabilidade passa por
conceitos de preservação ambiental, é claro, mas ela também pode ser muito mais do
que isso. Por exemplo, uma empresa que se preocupa com a sua ética de trabalho, com
questões de representatividade racial e de gênero também entra para a lista de
empreendimentos sustentáveis.
A questão primordial é que se a sustentabilidade se escora no tripé meio
ambiente + desenvolvimento econômico + responsabilidade social, se uma das
“perninhas” desse tripé cambalear, o topo cai e com isso, todos nós caímos juntos
porque, como escrito nas primeiras linhas, deixamos de produzir e consumir sem
impactar as gerações futuras. Enfim, comprometemos Nosso Futuro Comum.

2. Pensando como governo, seja na esfera municipal ou estadual, que tipo


de projeto você poderia lançar envolvendo todos esses temas e inserindo
também universidades e iniciativa privada?
O grande parceiro do livre mercado é sempre o setor público, a iniciativa privada
não caminha sem políticas públicas que permitam e norteiem suas ações. Políticas
públicas são basicamente tudo o que o Estado decide fazer pela população, podem ser
aprovadas após demanda popular ou não.
As Universidades tradicionalmente são o grande centro de pesquisa e
desenvolvimento técnico-científico. Para desenvolvimento de cidades mais inteligentes,
menos poluentes e mais humanas, é necessário o desenvolvimento de novas
tecnologias, além é claro da adaptação das realidades já existentes.
Nos últimos três anos, foram raras as vezes que o comandante de uma grande
companhia brasileira não fez um pronunciamento público sem citar, ao menos uma vez,
as letras ESG. A sigla em inglês para meio ambiente, ação social e governança
substituiu, no mundo corporativo, o termo sustentabilidade, bastante usado desde os
anos 2000 para resumir a responsabilidade social e ambiental. Com isso, na nova sigla,
o E e o S que correspondem a essas ideias são facilmente entendidos pelo público geral.
Mas o terceiro pilar, o G, mais afeito aos bastidores corporativos, é mais complexo — e,
na maioria das vezes, o mais importante. “A governança é o fio condutor para que essa
nova cultura de compromisso que vai além dos negócios seja incorporada de fato nas
empresas”, explica Luiz Martha, responsável por pesquisa e conteúdo do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
O conceito envolve a estruturação de comitês, conselhos e controles para a equipe
de gestão administrar a rotina empresarial e conferir transparência a suas decisões e
resultados. E, nessa linha, avança em paralelo a outro conceito, o de compliance, que
significa cumprimento às regras, sejam ambientais, sociais ou éticas. É justamente essa
conduta que reduz as chances de as companhias se exporem a riscos e escândalos que
impliquem danos para suas marcas e reputação — e prejuízo aos acionistas e
investidores.
Desde o surgimento dos conceitos de boas práticas corporativas, é uma
preocupação dos organismos reguladores e entidades que zelam pela conduta de
gestores nos negócios que essas iniciativas de fato a iniciativas de fato aconteçam e
não se restrinjam a campanhas de publicidade e marketing. No Brasil, a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) vai regular os fundos de investimentos que se
autodenominam verdes. O Banco Central, por sua vez, cobrará dos bancos a inclusão
de riscos climáticos e políticas de responsabilidade.
A bolsa de valores brasileira, a B3, abriu recentemente audiência pública com novas
regras para aumentar a diversidade de gênero e raça em cargos de liderança. Modelos
similares também têm avançado nos Estados Unidos, na Europa e em Singapura. É um
caminho sem volta, em que não basta às empresas parecerem corretas. Elas precisam
efetivamente ser corretas.
A discussão, apesar de ocorrer no setor privado, é uma tendência que o setor
público precisa ficar atento. De acordo com o diretor criativo global do Spotify, Alex
Bodman: “a Geração Z não está realmente se associando a uma nacionalidade
específica. Eles são uma geração mais diversificada e interessada em encontrar suas
tribos, o que faz sentido porque eles têm uma cultura conectada online, com acesso a
plataformas como a nossa, que oferecem diversos pontos de vista e formas de
conexão”.

Na prática, isso significa que as pessoas dessa faixa etária possuem acesso a
pessoas, culturas e conteúdos de diversas nacionalidades. Le Thierry concorda: “as
cidades devem refletir a cultura e criar um ambiente onde os clientes possam criar
conexões significativas com os jovens consumidores. Eles procuram novas
comunidades e pontos de vista e, nesse aspecto, os dados se tornam a origem de
nossos negócios. Você precisa pensar no que é relevante para esse indivíduo — e isso
pode não ser importante para a cultura da cidade grande”. Podemos pensar que o
mesmo acontece com o setor público: precisamos entender o que é relevante para o
indivíduo e, para isso, temos que ter a inovação no serviço público como um dos
princípios de uma boa gestão da administração pública.
Segundo o Portal de Compras do Governo Federal, a Agenda Ambiental na
Administração Pública (A3P) é um programa do Ministério do Meio Ambiente que
objetiva promover a responsabilidade socioambiental e incentivar nas instituições
públicas a adoção de princípios e critérios de sustentabilidade e a promoção da
economia de recursos naturais e da eficiência de gastos institucionais. Apesar de ser
uma agenda voluntária, é indicada pela IN nº 10/2012 como iniciativa a ser observada
na elaboração do PLS.
Com o objetivo de promover a Política Nacional da Agricultura Familiar e
Empreendimentos Familiares Rurais, foi publicado o Decreto n° 8.473, de 2015,
estabelecendo que, do total de recursos destinados, no exercício financeiro, à aquisição
de gêneros alimentícios, no mínimo, 30% (trinta por cento) deve ser destinado à
aquisição de produtos de agricultores familiares e suas organizações, empreendedores
familiares rurais e demais beneficiários que se enquadrem na Lei nº 11.326, de 24 de
julho de 2006.
Para operacionalizar a medida, em 2018, a Secretaria de Gestão, com apoio do
então Ministério do Desenvolvimento Social (hoje Ministério da Cidadania), publicou
a Instrução Normativa nº 2, que normatiza o processo de compras e determina os
requisitos para aquisição desses gêneros alimentícios por meio de chamadas públicas.
A gestão eficiente de recursos energéticos passou a ser, nas últimas décadas,
tema central de discussões políticas e econômicas no Brasil. Por esse motivo, na
administração pública, a busca por eficiência energética é ação transversal que deve
estar presente em todos os níveis de planejamento.

Tanto para ações voltadas à sociedade como aquelas voltadas especificamente às


rotinas administrativas, várias medidas foram implementadas nos últimos anos com o
objetivo de reduzir o impacto na demanda por mais recursos e de promover o consumo
mais consciente.

Esses objetivos podem ser alcançados por meio de diversos instrumentos, como
pela implementação de políticas, elaboração de normas que regulamentam o consumo
nas instituições públicas ou por meio de exigências em editais de contratação.

O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) é uma dessas


iniciativas, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e operacionalizado pela
Eletrobrás, foi instituído em 1985 para promover o uso eficiente da energia elétrica e
combater o seu desperdício.

Dentre as ações do PROCEL, destaca-se o projeto Medidas de Incentivo para a


Implementação de Projetos de Eficiência Energética em Prédios Públicos, que objetiva
identificar barreiras para a adoção de medidas de eficiência energética em edificações
públicas e propor ações para implementá-las.
No âmbito normativo, destaca-se a Instrução Normativa nº 2, de 2014, de autoria
do então Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (atual Ministério da
Economia), que instituiu regras para aquisição ou locação de máquinas e aparelhos
consumidores de energia pela administração pública federal e o uso da Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia (ENCE) nos projetos e respectivas edificações
públicas federais, novas ou que recebam retrofit.
A exigência de classificação na classe de eficiência "A" na ENCE para todos os
bens adquiridos e para projetos de edificação e retrofit é uma das medidas definidas na
referida Instrução Normativa para promover a otimização do gasto energético e a
economia de recursos.

Outra iniciativa que merece destaque é o recém publicado Decreto nº 10.779, de


25 de agosto de 2021, que estabelece medidas para a redução do consumo de energia
elétrica no âmbito da administração pública federal. Capitaneado pelo Ministério de
Minas e Energia (MME), a edição da medida objetivou a racionalização e a redução do
desperdício de energia em edificações públicas e o e aumento da eficiência energética.
Para atingir os objetivos pretendidos, o Decreto n° 10.779/2021 enumerou uma
série de recomendações para o uso eficiente da energia elétrica e estabeleceu metas
para redução de consumo para os órgãos e entidades da administração federal.

Fontes de consulta:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade
https://icmcjunior.com.br/sistemas-erp-e-empresas-sustentaveis/
https://tellus.org.br/conteudos/artigos/inovacao-no-servico-publico/
https://www.portalsolar.com.br/exemplos-de-empresas-sustentaveis-para-seu-
negocio
https://veja.abril.com.br/economia/um-bom-negocio-cresce-a-preocupacao-
das-empresas-com-governanca/
https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/logistica-publica-
sustentavel/acoes-sustentaveis-e-inovacoes-1
https://www.estadao.com.br/sao-paulo/caminhadas-urbanas/smart-cities-as-
cidades-inteligentes-de-verdade-tambem-se-preocupam-com-a-baixa-
tecnologia/

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