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Conselho de Administração
Presidente
Gabriela Baumgart
Vice-presidentes
Leonardo Pereira
Leonardo Wengrover
Conselheiros
Alberto Messano
Cristina Lucia Duarte Pinho
Deborah Patricia Wright
Eduardo Shakir Carone
João Laudo de Camargo
Sergio Ephim Mindlin
Diretoria
Pedro Melo
Adriane de Almeida
Márcia Aguiar
Reginaldo Ricioli
Valeria Café
Créditos
Esta obra foi desenvolvida pelo grupo de trabalho (GT) composto por integrantes da equipe do
IBGC, da Comissão de Sustentabilidade e da Comissão de Gerenciamento de Riscos Corporativos.
Formaram o GT: Fernanda Peppe (coordenadora do GT); João Carlos Redondo (coordenador do GT);
Antônio Edson Maciel dos Santos; Ana Maria Gati; Eduardo Vieira Mattos; Flávia Sinopoli Lafraia;
Jackeline Maria Moreira Dias; Rebecca Raposo; Sérgio Ephim Mindlin.
Agradecimentos
Aos participantes da audiência restrita que contribuíram para o aprimoramento da publicação: Aron
Belinky; Claudia Pitta; Liliane Rocha; Ricardo Young e Tarcila Ursini. E aos especialistas que trouxeram
valiosas contribuições ao longo da etapa de audiência pública.
Produção
Redação: Michele Silva; Preparação de texto: Juliana Caldas; Revisão de provas: Juliana Caldas;
Supervisão de identidade visual: Diogo Siqueira; Projeto gráfico, diagramação e capa: Kato
Editorial; Imagem da capa: Shutterstock.
CDD 658.4
2022-3032 CDU 658.114
Prefácio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 7. Agenda da
1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 governança corporativa . . . . . . . 54
7.1 Integração da agenda à estratégia. . 63
2. Atuação com propósito . . . . . . . . . 16 7.2 Gestão de riscos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Guilherme Leal
Cofundador da Natura &Co e empreendedor social
O termo ESG não é um conceito em si, mas um acrônimo adotado pelo mercado
para destacar um conjunto de práticas e ferramentas que serve para avaliar
a sustentabilidade corporativa. Essa abordagem é o foco desta publicação,
cujo objetivo é oferecer orientações que ajudem as lideranças a concretizar a
integração dos aspectos ambientais, sociais e de governança em sua gestão e em
seus processos.
Para os líderes
As orientações presentes nesta publicação focam, sobretudo, as lideranças detentoras do dever
fiduciário nas organizações, ou seja, os principais responsáveis pela tomada de decisões nos negócios.
São eles os guardiões formais do propósito e da sustentabilidade da organização, com papel essencial
de garantir a sua longevidade.
Ou seja, trata-se de uma atribuição da alta gestão, como o conselho de administração, a diretoria
executiva, e deve estar também na agenda e nas prioridades de sócios e acionistas.
Ao longo deste guia, utilizamos os termos lideranças, líderes e administradores para assegurar esse
escopo ampliado. Recomendações específicas para os conselheiros ou para a diretoria executiva
estão claramente indicadas no texto.
Capítulo 8 Capítulo 2
Tudo começa pelo propósito:
Agora é o momento de olhar para a identificar qual a razão de ser da
comunicação, revisar e replanejar organização, a sua ambição futura e
as ações, sempre tendo como como ela espera gerar valor para as
referência o propósito. partes interessadas.
Subcapítulos Capítulo 3
As organizações não estão
7.1 e 7.2 sozinhas no mundo: a cadeia de
Visão de longo prazo: momento valor e as partes interessadas
de entender os riscos e as são parceiras na criação de
oportunidades, priorizar os valor. Identificar as principais
temas materiais e inserir a relações e entender a influência
agenda ESG na estratégia, de cada parte interessada nos
definir objetivos, metas, resultados da organização –
indicadores e monitorar isso não apenas mitiga riscos,
continuamente. como pode estimular inovação
e a criação de valor.
Capítulos
4, 5, 6 e 7
Etapa de conhecer os temas materiais e as
externalidades dos negócios a partir das agendas
ambiental, social e de governança.
Criação do GIFE
(Grupo de Insitutos,
Fundações e
Empresas) com
a agenda da
participação dos
negócios no avanço
da sociedade. ESG surge pela
1ª vez em Who
Care Wins, do
Pacto Global
e do Banco
Mundial.
Desenvolvimento
sustentável Pacto Global
Conceito surge no Triple Botton Line ONU lança a
Relatório Brundtland. (TBL), conceito de plataforma que
gestão, lançado por Criação do encoraja empresas
John Elkington. Instituto Ethos de a contribuírem
Responsabilidade com os desafios da
Social. sociedade. Criação do
ONU RIO 92 ISE (Índice de
Conferência Sustentabilidade
reconhece Empresarial),
importância da Dow Jones pela B3.
cooperação entre Sustainability Index
países, empresas e (DJSI) é lançado na
demais segmentos. Bolsa de Nova York.
Participação das IBGC publica
empresas ainda é o Código de
pequena. boas práticas
de governança
corporativa.
Eventos globais
Eventos locais
Capitalismo de
PRI (Princípios Stakeholder é
de Investimento RIO + 20 declarado pelo
Responsável). Conferência da Fórum de Davos.
ONU tem forte
participação
das empresas.
Norma ISO A pandemia de
26000 sobre Covid-19 impacta
responsabilidade de modo inédito a
social. economia global.
"SDG Ambition",
do Pacto
Global: indica
enfaticamente
que "apenas ESG"
não é suficiente
para garantir as
transformações
comprometidas
na Agenda 2030.
* A trajetória de evolução dos aspectos da agenda ESG é tão longa e abrangente quanto o eixo temático que ela
agrega. Essa linha do tempo não se pretende completa ou exaustiva, evidenciando alguns marcos temporais, globais
e locais, que ajudam a contextualizar o aumento de relevância que a pauta vem recebendo no mundo corporativo e
no ambiente de mercado, e a demonstrar ao leitor a velocidade e a importância desse movimento.
Fatores como segurança cibernética, preocupações com impactos ambientais e direitos humanos
ampliam a agenda de avaliação das empresas e irão demandar análises mais profundas e
monitoramento contínuo.
Todos esses fatores fazem crescer a complexidade do ambiente de negócios e vão exigir mais dos
líderes empresariais. Estar atento a esses cenários e ter processos de captura e processamento de
informações, percepções e tendências serão essenciais para o gerenciamento de riscos e para a
sobrevivência dos negócios no longo prazo.
Nesses momentos, não se deve perder de vista o valor da liderança com propósito. Os líderes são
responsáveis por vivenciar os valores da organização e dar exemplo, assegurando o compromisso
com o retorno saudável dos resultados econômico-financeiros e o cuidado com as pessoas e com o
planeta. Esse nível de consciência definirá o tom para a organização e vai fortalecer um ambiente de
confiança para colaboradores, investidores, parceiros de negócios e demais partes interessadas.
• Mapear os públicos-chave;
• Definir objetivos do engajamento;
• Analisar e priorizar as demandas dos públicos;
• Estabelecer os resultados desejados;
• Planejar e implementar o engajamento;
• Estabelecer um cronograma de ações com base nas iniciativas priorizadas;
• Comunicar e revisar o processo para aperfeiçoamento;
• Definir novas rodadas de diálogo, para garantir que o processo seja contínuo.
O que evitar
Algumas ações podem limitar a capacidade da organização de identificar um público ou tema
relevante para o seu futuro, como:
• Focar apenas nos públicos mais próximos e conhecidos, como colaboradores e fornecedores;
• Adotar uma visão reativa e considerar apenas os públicos mais ativistas;
• Realizar ações de engajamento pontuais, ligadas a um projeto ou iniciativa;
• Considerar apenas o risco das partes interessadas para o seu negócio, deixando de observar os
impactos do seu negócio para elas;
• Realizar apenas análises que demonstrem o que a empresa já faz de melhor, sem focar em pontos
que podem ser melhorados.
Fonte: BSR, “Five-step approach to stakeholder engagement”, abr. 2019. Disponível em: https://
www.bsr.org/en/our-insights/report-view/stakeholder-engagement-five-step-approach-
toolkit#:~:text=BSR’s%20Five%2DStep%20Approach&text=Engagement%3A%20Conduct%20the%20
engagement%20itself,follow%2Dup%20and%20future%20engagement. Acesso em: 15 set. 2022.
1º estágio:
Modelo reativo, em resposta a
pressões externas.
2º estágio:
Processo planejado e
sistemático, foco na gestão
de riscos.
3º estágio:
Visão integrada e estratégica
do engajamento das partes
interessadas, que
gera transformação e
desempenho sustentável.
Ganhos: pode gerar elementos
para inovação, constrói relações
de confiança e cooperação.
Água e energia
• Dados de consumo absoluto e relativo (métrica de eficiência, se houver);
• Fontes de captação/abastecimento de água;
• Consumo de água reciclada;
• Descarte de água e contribuição para a qualidade hídrica local ou regional;
• Atuação em áreas de estresse hídrico;
• Consumo de energia elétrica;
• Composição da matriz energética e uso de fontes renováveis de energia.
Resíduos
• Consumo de materiais por tipo;
• Percentual de materiais utilizados de fonte reciclável e reciclado;
• Quantidade de resíduos gerados e sua destinação final;
• Volume de resíduos recuperados via logística reversa;
• Efluentes líquidos;
• Investimento em novos materiais e tecnologias regeneráveis e reutilizáveis.
Biodiversidade
• Atuação em áreas de alto valor de biodiversidade;
• Impacto das operações em espécies ameaçadas de extinção;
• Áreas preservadas ou recuperadas;
• Investimento e fomento em bioinovação e bioeconomia;
• Investimento direto em preservação de áreas ambientalmente relevantes.
Emissões
Net zero: para atingir o patamar de emissões líquidas zero, uma organização deve reduzir ao mínimo
possível as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e compensar as emissões residuais, que não
puderem ser evitadas, removendo volume equivalente da atmosfera de modo a equilibrar o seu
balanço. Essas emissões devem considerar não apenas as emissões das operações próprias (escopos
1 e 2), mas incluir também a cadeia de valor (escopo 3), que envolve o fornecimento dos insumos e a
fase de uso dos produtos ou serviços, quando elas forem significativas. Conforme critérios do SBTi –
organização que avalia se as metas têm base científica e se estão alinhadas ao Acordo de Paris –, as
emissões do escopo 3 devem ser consideradas pelas organizações quando representarem 40% ou
mais do balanço de emissões.
17. WEF, “How to set up effective climate governance on corporate boards guiding principles and questions”,
jan. 2019. Disponível em: https://www3.weforum.org/docs/WEF_Creating_effective_climate_governance_on_
corporate_boards.pdf. Último acesso em: 15 set 2022.
ESG
RESPONSABILIDADE INVESTIMENTO
SOCIAL EMPRESARIAL SOCIAL PRIVADO
• Atrelado ao negócio, que • Foco no bem comum, em
é um dos beneficiários benefício da sociedade
diretos. em geral
• Embora não seja legalmente • Eletivo, eticamente
obrigatório, é fundamental correto, considerando a
para a reputação e vínculo desigualdade em nosso país.
com as partes interessadas
• Contribui para gerar um
• Escopo: envolve as contexto mais equânime e
relações em toda a cadeia saudável onde operar.
de valor do negócio,
• Apoio "desinteressado" (não
incluindo colaboradores,
necessariamente no interesse
fornecedores, consumidores
do negócio), que atende a
e a comunidade no entorno.
demandas da sociedade e
não da empresa.
Essa lista não se propõe definitiva ou completa, mas reflete alguns dos temas mais comumente utilizados
Capital social
Privacidade do cliente
Segurança de dados
Bem-estar do cliente
Responsabilidade com o produto Geração de renda e bem-estar
Marketing e rotulagem de produtos
Avaliação de direitos humanos
Relacionamento com comunidades locais
Avaliação social de fornecedores
Capital humano
Relações trabalhistas
Saúde e segurança ocupacional
Engajamento Desenvolvimento humano
Atração e retenção de talentos Motivação e engajamento dos colaboradores,
Diversidade, equidade e inclusão comprometimento, produtividade
Relações com trabalhadores contratados temporários,
terceirizados, prestadores de serviços e demais parceiros
da cadeia de valor
25. Posicionamento sobre diversidade lançado pelo IBGC, que pode ser consultado em: https://www.
ibgc.org.br/blog/ibgc-publica-posicionamento-diversidade-inclusao. Último acesso em: 15 set. 2022.
Seu exercício deve estar baseado em princípios basilares, responsáveis por alinhar interesses
e preservar e otimizar valor econômico de longo prazo, tais como transparência, equidade,
prestação de contas e responsabilidade corporativa. Esses pilares fundamentam o compromisso
das lideranças, do conselho de administração e dos demais agentes em garantir a saúde da
organização e a sua resiliência.
G
E S
A governança representa a ponte que conecta e viabiliza a inserção da agenda ESG
nas instâncias estratégicas e decisórias das organizações.
A Agenda ainda definiu quinze medidas para tornar tangíveis esses pilares e orientar a administração no
desenvolvimento de organizações sustentáveis e em seu papel na construção de uma sociedade melhor.
RECOMENDAÇÕES
Ao conectarem suas estratégias de negócio com prioridades globais, os líderes empresariais podem
descobrir novas oportunidades de crescimento, reduzir seus perfis de riscos e reforçar o seu
compromisso com o desenvolvimento sustentável. Outros benefícios incluem a manutenção de um
ambiente propício para os negócios, a valorização da sustentabilidade corporativa e o fortalecimento
das relações com suas partes interessadas.29
Avaliar as práticas ESG a partir das prioridades da Agenda 2030 e dos ODS é importante, uma vez
que a solução para os desafios da sustentabilidade ultrapassa os aspectos materiais de valor para
o negócio (foco da agenda ESG). Os ODS apontam as necessidades globais de desenvolvimento,
e as lideranças empresariais têm a oportunidade de demonstrar como a inovação e os modelos de
negócios eficazes podem contribuir com o desenvolvimento sustentável.
Também vale destacar que, mesmo priorizando os ODS que tenham conexão mais próxima com o
seu negócio, as organizações não devem perder de vista que os objetivos e as metas têm natureza
integrada e interdependente, o que deve ser avaliado. Outro cuidado é evitar uma correlação
superficial com os ODS, que pode levar à prática do greenwashing (ver A relevância da comunicação).
Para acelerar o alcance da Agenda 2030 e apoiar as organizações na jornada de integração dessas
prioridades às suas estratégias, o Pacto Global criou a iniciativa Ambição pelos ODS. A ação auxilia os
líderes a irem além do progresso incremental e traçarem planos com mudanças transformadoras para
a sociedade e o planeta.30
29. CEBDS, GRI e Rede Brasil do Pacto Global , “Guia dos ODS para as empresas: diretrizes para implementação
dos ODS na estratégia dos negócios”, 2015. Disponível em: http://cebds.org/wp-content/uploads/2015/11/
Guia-dos-ODS.pdf. Último acesso em: 15 set. 2022.
30. Mais informações sobre a iniciativa Ambições pelos ODS em: https://www.pactoglobal.org.br/pg/ambicao-
pelos-ods. Último acesso em: 15 set. 2022.
Dupla materialidade
Perspectiva financeira: pela ótica da empresa, aborda como os aspectos ESG afetam seu
desempenho financeiro e sua capacidade de gerar valor.
Perspectiva de impacto: como as organizações geram valor positivo e negativo para a sociedade e
o planeta.
• Garantir que a diretoria executiva conduza um processo de materialidade, que seja revisado,
monitorado e avaliado de maneira periódica;
• Garantir que o resultado do processo de materialidade seja utilizado como ferramenta estratégica
para direcionar objetivos, metas, indicadores e atividades;
• Validar, no mais alto nível de gestão e governança, as questões-chave resultantes do processo de
materialidade e priorizar aquelas com maior potencial de impacto;
• Estabelecer processos estruturados de escuta com as partes interessadas, para capturar além da
visão interna e dos investidores, incluindo outros públicos de relacionamento, como a cadeia de
fornecedores, consumidores e outros na definição dos temas materiais;
• Certificar-se de que os temas materiais ESG sejam incluídos nos processos de gerenciamento de
riscos corporativos e oportunidades.
Ambientais
• Mudanças climáticas
• Desastre natural
• Exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais
• Poluição do meio ambiente
• Perda de biodiversidade
Sociais
Governança
Riscos emergentes
Para além dos fatores de riscos já bem estabelecidos, um mundo cada vez mais tecnológico, dinâmico
e interconectado acrescenta camadas de complexidade para as organizações. Fatores como
segurança cibernética, uso massivo das redes sociais, pandemias, guerras e conflitos geopolíticos
demandarão avaliações aprofundadas e monitoramento periódico, que podem ser dificilmente
mapeados antecipadamente, por isso a escuta estruturada às partes interessadas deve se tornar um
processo contínuo na organização, bem como a avaliação de tendências, os estudos de cenários e
uma revisão contínua das metodologias utilizadas para o gerenciamento de riscos.
A ausência de uniformidade normativa no Brasil para muitos dos riscos relacionados aos aspectos
ESG e, consequentemente, às diretrizes formais representa um desafio a mais para organizações,
investidores e demais partes interessadas.
Esse é mais um risco para as organizações e para o qual as práticas de governança, transparência e
estratégia que consideram a agenda ESG irão trazer benefícios.
• Responsabilidade pelas metas climáticas: litígio climático como instrumento usado para impor
ou melhorar compromissos climáticos assumidos pelos governos.
• Responsabilidade pela expansão dos combustíveis fósseis: ações judiciais que questionam
políticas e práticas que apoiem o desenvolvimento dependente de tais combustíveis.
• Fundamento em direitos humanos: uso de fundamentos baseados em direitos humanos de
maneira conectada aos efeitos da mudança do clima.
• Em face de instituições financeiras: questionamentos sobre a gestão prudente de riscos
climáticos e sobre as emissões do portfólio das instituições financeiras.
• Responsabilização pessoal: casos focados nas funções de conselheiros e diretores para
gerenciar riscos climáticos.
A prática de SDG-washing ocorre quando uma empresa destaca sua contribuição positiva em algum
ODS ignorando seus impactos negativos em outros ODS, ou, ainda, ao selecionar os objetivos e metas
com base no que é mais fácil e não no grau de impacto para o negócio. Um exemplo seria a relação
entre a produção de automóveis elétricos, que gera benefícios no ODS 13 (Ação Contra a Mudança
Climática Global), desconsiderando o processo de fabricação das baterias desses veículos associado
a riscos de poluição ambiental por substâncias como cobalto e cobre (ODS 14 – Vida na Água e ODS
15 – Vida Terrestre) e ao trabalho infantil em países subdesenvolvidos (ODS 8 – Emprego Decente e
Crescimento Econômico).
A aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como referencial deve ser feita a partir de
uma revisão criteriosa dos ODS, avaliando como as questões que eles levantam podem se relacionar
ao negócio. Os dezesste ODS contam com 169 metas que detalham os objetivos e dão concretude aos
compromissos, devendo ser considerados nas análises.
Cadeia de valor
O conceito criado por Michael Porter, em 1985, organiza o conjunto de atividades
que agregam ou subtraem valor para uma organização e os seus públicos. Inclui
desde a concepção de produtos e serviços, a aquisição de matérias-primas, as
relações com fornecedores e prestadores de serviços, a produção, comercialização,
entrega, e o uso de produtos e serviços por consumidores e clientes. A cadeia
alcança, ainda, a fase de pós-consumo. Esse olhar vem evoluindo para uma visão
circular e regenerativa, com processos produtivos que se retroalimentam e insumos
utilizados por vários ciclos de vida.
40. I. Chiavenato, Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações, 2014,
Economia verde
Reflete uma economia pautada no uso sustentável da biodiversidade e no fomento
à bioinovação.
Externalidades
Consideram os efeitos e resultados das decisões de uma organização e suas
atividades que geram benefícios (externalidades positivas) ou impõem custos ou
danos (externalidades negativas) a terceiros que não participaram ou influenciaram
na decisão ou relação contratual estabelecida, voluntariamente ou não.
Greenwashing
Pode ser definido como lavagem ou maquiagem verde, é a prática de camuflar,
exagerar, omitir ou mesmo mentir sobre os impactos de atividades, produtos ou
serviços de uma empresa no meio ambiente.
Serviços ecossistêmicos
São os efeitos gerados pelo meio ambiente, benefícios indispensáveis para a
qualidade de vida e para a economia, como regulação do clima, polinização,
fertilidade do solo, disponibilidade hídrica, ventilação, qualidade do ar, controle de
erosão da terra e fornecimento de fibras e outros materiais.
Terceiro setor
Conjunto de organismos, organizações ou instituições sem fins lucrativos, por
vezes referidos como Organizações da Sociedade Civil (Oscs) ou Organizações
Não Governamentais (Ongs), dotados de autonomia e administração própria,
que apresentam como função e objetivo principal atuar segundo finalidades de
interesse público.
Títulos verdes
Também conhecidos como green bolds, sustainability linked-bonds, entre outras
nomenclaturas, são títulos de dívida utilizados para captar recursos no mercado.
Essa captação é vinculada a objetivos e metas que gerem benefícios ambientais e/
ou sociais e, por essa razão, conta com valores diferenciados. Esses compromissos
precisam ser comprovados ao fim do período pela organização beneficiada.
Visão sistêmica
Trata-se da capacidade de avaliar e compreender os negócios de modo abrangente,
incluindo toda a cadeia de valor e suas relações de interdependência.
Livros
• CHAPMAN, Robert; SISODIA, Rajendra. Everybody Matters. Livro em que os
autores explicam casos de sucesso da aplicação da perspectiva de liderança
com foco na geração de valor para todas as partes interessadas.
• COMPARATO, Fábio Konder. Civilização Capitalista: Para Compreender o
Mundo em que Vivemos. O livro traça um panorama histórico do capitalismo,
sua expansão e propõe caminho de seu futuro.
• EDMANS, Alex. Grow the Pie: How Great Companies Deliver Both Purpose
and Profit. O livro demonstra como negócios orientados por propósitos são mais
bem-sucedidos a longo prazo e aborda as trocas e decisões difíceis pelas quais
as organizações precisam passar para manter sua coerência.
• ELKINGTON, John. Green Swans: The Coming Boom in Regenerative
Capitalism. Propõe a criação combinada de valor social, ambiental e econômico
de tal modo que propicie resultados exponencialmente positivos – green swans
em vez de black swans.
• MAZZUCATO, Mariana. The Value of Everything. O livro frisa a importância da
boa governança para a efetiva geração líquida de valor, ou seja, descontadas as
externalidades negativas.
• POLMAN, Paul; WINSTON, Andrew. Net positive: how corageous companies thrive
by giving more than they take. Harvard Business Review Press, 2021. Publicação
indica como organizações inovadoras podem ir além da neutralização de impactos,
aproveitando a oportunidade de gerar impacto positivo, dando mais à sociedade do
que recebem.
Desde 2012, o propósito da empresa tem sido contribuir para impulsionar os resultados e
produtividade de grandes organizações de segmentos variados através da aceleração da
digitalização dos processos de negócio. Esta atuação tem predominantemente se caracterizado pelo
aprimoramento de produtos e serviços através do desenvolvimento e implementação de soluções
inovadoras baseadas em dados.
O BlueBoK se ajusta de forma propositiva à natureza das necessidades dos clientes para realizar
entregas de qualidade com compromisso de transferência de know-how; permeando os níveis
estratégico e tático de governança e de gerenciamento de projetos de dados. Assim, garantimos o
alinhamento e a integração com o nível operacional de implementação de soluções baseadas em
dados, respeitando as melhores práticas de engenharia de valor.
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