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Bacharel em Serviço Social

SERVIÇO SOCIAL

CLAUDIANE CONCEIÇÃO REZENDE

POLÍTICAS PUBLICAS E SOCIAIS:


A efetividade dos direitos sociais

REDENÇÃO /PA
2021
CLAUDIANE CONCEIÇÃO REZENDE

POLÍTICAS PUBLICAS E SOCIAIS:


A efetividade dos direitos sociais

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharelem
Serviço Social.

Orientador: Valquíria Aparecida Dias Caprioli

REDENÇÃO/PA
2021
Dedico este trabalho a Deus;
pois sem ele eu não teria
capacidade para chegar até
aqui e a todos os que me
ajudaram ao longo desta
caminhada.
AGRADECIMENTOS

Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de


agradecer a Deus por toda força, ânimo e coragem que me ofereceu para ter
alcançado minha meta.

A minha família, amigos e todas as pessoas que de alguma forma


fizeram parte do meu percurso, eu agradeço com todo meu coração.
“A justiça consiste no respeito aos direitos de
cada um. ”
(ALLAN KARDEC)
REZENDE, Claudiane Conceição. Políticas Públicas e Sociais: A efetividade dos
direitos sociais. 2021. 26 laudas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Serviço Social) – (Universidade Pitágoras Unopar), Redenção-PA, 2021.

RESUMO

Em um conjunto de políticas públicas, a política social é entendida como um


conjunto de planos e ações, que se caracterizam por garantir a oferta de bens e
serviços, a transferência de renda e o ajuste dos fatores de mercado, e visam
realizar a proteção social e promoção. No Brasil, a relação entre política social e
desenvolvimento tornou-se mais evidente a partir da Constituição Federal de 1988, e
consolidou que conceitos, políticas, planos e projetos atribuídos às questões sociais
ganham cada vez mais importância na dinâmica do desenvolvimento social.
Geralmente não entendem sua proteção. Esta é a principal função de quem opta
pelo trabalho de assistência social. Essa parece ser uma forma fácil de analisar e
promover políticas públicas voltadas para a solução de problemas que muitas vezes
surgem no dia a dia das comunidades. No entanto, em um país onde mais de 55
milhões de pessoas vivem na linha da pobreza, implementar políticas sociais de
forma crítica e resoluta é uma tarefa árdua que exige uma postura abrangente e
firme.

Palavras-chave: Políticas Públicas. Direitos sociais. Serviço social. Conhecimento.


REZENDE, Claudiane Conceição. Public and Social Policies: The effectiveness of
social rights. 2021. 26 pages. Course Completion Paper (Graduate in Social Work) –
(Universidade Pitágoras Unopar), Redenção-PA, 2021.

ABSTRACT

In a set of public policies, social policy is understand as a set of plans and actions,
which are characterized by ensuring the supply of goods and services, income
transfer and adjustment of market factors, and aim at providing social protection and
promotion. In Brazil, the relationship between social policy and development became
more evident after the Federal Constitution of 1988, and consolidated that concepts,
policies, plans and projects attributed to social issues are gaining more and more
importance in the dynamics of social development. They usually don't understand
their protection. This is the main function of those opting for social assistance work.
This seems to be an easy way to analyze and promote public policies aimed at
solving problems that often arise in the daily lives of communities. However, in a
country where more than 55 million people live on the poverty line, implementing
social policies critically and resolutely is an arduous task that requires a
comprehensive and firm stance.

Key words: Public Policies. Social rights. Social service. Knowledge.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

PNAS Política Nacional de Assistência Social

SUAS Sistema Único de Assistência Social

LBA Legião Brasileira de Assistência

CNSS Conselho Nacional de Serviço Social

PIS Programa de Integração Social

CF/1988 Constituição Federal de 1988

ABONG Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais

LOAS Lei Orgânica da Assistência Social

FNAS Fundo Nacional de Assistência Social

CNAS Conferência Nacional de Assistência Social

NOB/ SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social

ONG Organização Não Governamental

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

ONU Organização das Nações Unidas


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................13
2 DESINVOLVIMENTO...........................................................................................15
2.1 DIREITOS SOCIAIS NO CONTEXTO HISTÓRICO........................................16
2.2 SOCIEDADE E DIREITOS SOCIAIS...............................................................21
2.3 AS POLITICAS QUE ASSEGURAM OS DIREITOS SOCIAIS........................23
2.4 O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: BREVES CONSIDERAÇÕES
HISTÓRICAS...............................................................................................................25
2.5 O SERVIÇO SOCIAL NA EFETIVIDADE DOS DIREITOS SOCIAIS..............28
2.6 O SERVIÇO SOCIAL: DIMENSÃO INTERVENTIVA E EXERCÍCIO
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL.............................................................31
3 CONCLUSÃO......................................................................................................36
REFERÊNCIAS...........................................................................................................37
13

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como principal objetivo conhecer a relação do


Serviço Social no campo das políticas públicas e sociais.
O campo do conhecimento sobre políticas públicas é uma área
ligada, preferencialmente, à ciência política e pode ser “entendida como o conjunto
de políticas, programas e ações do Estado, diretamente ou por meio de delegação,
com objetivo de enfrentar desafios e aproveitar oportunidades de interesse coletivo”
(CASTRO; OLIVEIRA, 2014, p. 22). Notadamente, não existe uma única ou melhor
definição do que seja política pública que:

Um conjunto de programas, ações e decisões tomadas pelos


governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação,
direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar
determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou
para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou
seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição.

Como Objetivos Específicos Contextualizar historicamente o papel


do assistente social nas políticas públicas no Brasil, identificar como as assistentes
sociais lidam com os desafios propostos no seu cotidiano de trabalho e analisar
quais os principais fatores que interferem na atuação dos referidos profissionais.
Tendo como a principal motivação para sustentar a presente
pesquisa, reside na importância que o tema possui para a sociedade atual pois as
Políticas públicas é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou
através de uma delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos.
Segundo a Constituição Federal de 1998 estabelece a Assistência
Social como política pública, integrante da Seguridade Social, reconhecida enquanto
direito do cidadão e dever do Estado.
Ao garantir a Assistência Social a condição de política pública a
Constituição estabelece uma mudança conceitual fundamental: a assistência social
deixa de ser favor, caridade ou concessão do Estado para tornar-se um direito
social.
De uma forma ainda mais abrangente, pode-se considerar as
14

Políticas Públicas como "o que o governo escolhe fazer ou não fazer"
As políticas sociais públicas (educação, saúde, assistência social,
habitação, Trabalho, previdência social, entre outras) são operacionalizadas através
de serviços, programas, projetos e benefícios, tendo como pressuposto a integração
das ações, destinadas a assegurar os direitos sociais.
Para a elaboração dessa pesquisa foi utilizada a pesquisa
bibliográfica exploratório e analítica.
Para os pesquisadores, a pesquisa bibliográfica é Um dos
problemas mais sérios a serem resolvidos pois para a pesquisa depende da
disponibilidade do banco de dados Bibliografia e um grande número de artigos
científicos, torna-se um grande impasse a escolha dos artigos mais adequados na
construção da argumentação teórica fundamental às pesquisas e textos
acadêmicos.
Portanto, cabe ao pesquisador determinar uma estratégia de
pesquisa bibliográfica facilite a identificação dos principais trabalhos em meio a uma
quantidade grande de possibilidades que permeiam a produção científica mundial,
como garanta a capacidade de estabelecer as fronteiras do conhecimento advindo
dos achados científicos.
Sendo assim, o uso do método de avaliação bibliométrica pode
ajudar a resolver essa problemática.
É sabido que o desenvolvimento de qualquer modalidade de
pesquisa, requer planejamento, o qual concretiza-se como uma “bússola" que
orienta todo o processo: entenda-se pesquisa como um processo que se constrói a
partir de etapas (não lineares)
1. Escolha do tema
2. Preparação da coleta de dados
3. Apropriação e problematização
4. Elaboração do projeto de pesquisa
5. Sistematização e socialização de resultados (PRATES, 2010, p.
04. Complementações entre colchetes nossa).
Para conseguir alcançar os objetivos da pesquisa proposta no
portfólio delineou-se o tipo de pesquisa a ser realizada, considerando a finalidade e
os procedimentos metodológicos. Essa pesquisa pode ser qualificada como
pesquisa investigativa, bibliográfica e teórica pois e elaborada a partir de material já
15

publicado.
16

2 DESINVOLVIMENTO

O assistente social é um dos profissionais requisitados a atuar na


gestão das políticas públicas. Trata-se de um dos campos profissionais onde exerce
função de planejamento e avaliação de programas, projetos e serviços das políticas
públicas, o início da profissão data do fim do século XIX na Europa e nos EUA, e da
década de 1930 no Brasil.
Quanto ao exercício profissional desenvolvido pelo assistente social
na gestão de políticas públicas.
Entende-se que o início do trabalho social está relacionado à relação
de ajuda, enfoque assistencialista, e sob a influência da Igreja Católica,
principalmente do humanismo cristão, e é “parte da ação católica”.
Verdes-Leroux (1986) destacou em sua análise que o serviço social
nasce da "especialização" da ajuda, acompanhada pela complexidade da natureza
do fenômeno e sua manifestação na realidade social e histórica.
Atualmente o Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão
sócio técnica do trabalho, regulamentada pela Lei nº 8662/93, de 7 de junho de
1993, com alterações determinadas pelas resoluções CFESS nº 290/94 e nº
293/94e balizada pelo Código de Ética, aprovado por meio da resolução CFESS nº
273/93, de 13 de março de 1993.
Para Vieira (1980), o reconhecimento dessa profissão significa a
necessidade de conferir às práticas filantrópicas um caráter técnico-científico.
Nesse sentido, o serviço social é considerado uma profissão de
ajuda, um processo de ajustamento moral do comportamento individual e de
desenvolvimento de suas potencialidades de forma a adaptá-lo à sociedade em que
vive.
No espaço da gestão das políticas públicas, essa compreensão do
exercício profissional do assistente social tem se configurado como um esforço no
sentido de garantir espaços democráticos na gestão social.
17

2.1 DIREITOS SOCIAIS NO CONTEXTO HISTÓRICO

Durante séculos, os direitos sociais foram conquistados, muitos dos


quais foram conquistados no século 20 por meio de movimentos sociais e pressão
dos trabalhadores. Sua característica é que pertencem a direitos básicos e devem
ser obedecidos pelo Estado. A demanda por direitos sociais teve origem no século
19, com o advento da revolução industrial. Eles foram estabelecidos pela primeira
vez pela Constituição Mexicana de 1917 e pela Constituição de Weimar de 1919.
A "Declaração Universal dos Direitos Humanos" proclamada pela
Assembleia Geral da ONU em 1948 foi confirmada internacionalmente e
posteriormente detalhada no Pacto Internacional dos Direitos Humanos de 1966
sobre a Sociedade e a Cultura.
Os direitos sociais foram o resultado do tratamento desumano
dispensado à classe trabalhadora durante a Revolução Industrial Européia nos
séculos XVIII e XIX.
A principal característica dessa revolução é que a produção em
massa por meio de máquinas substituiu o artesanato. Naquela época, os
proprietários de fábricas europeus estavam ansiosos para obter mais lucros e os
trabalhadores acabaram sendo explorados. Como sabemos agora, as horas de
trabalho eram exaustivas em troca de salários muito baixos.
Os “direitos liberais” – Liberdade, Igualdade, Fraternidade –
conquistados nesse mesmo período mostraram-se frágeis: as necessidades
primárias dos indivíduos como alimentar-se, vestir-se, morar, ter condições de
saúde, ter segurança diante da doença, da velhice, do desemprego e dos outros
percalços da vida não estavam sendo de fato assegurados.
O descontentamento da classe operária fortaleceu a conscientização
sobre a necessidade de “direitos sociais” que através do Estado iriam proteger essas
minorias.
Essa consciência foi ganhando força e sendo assegurada em
diversos países, como na “Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos” de
1917, que proibia a reeleição do Presidente da República, garantia as liberdades
individuais e políticas, quebrava o poder da Igreja Católica, expandia o sistema de
educação pública, a reforma agrária e a proteção do trabalho assalariado.
A Constituição Russa e a Alemã de 1919 – chamada de Constituição
18

de Weimar – também exerceram grande influência sobre a evolução dos direitos


sociais. A necessidade de garantia da dignidade da pessoa humana ficou ainda mais
evidente diante da eclosão e término das guerras mundiais na primeira metade do
século XX, já que neste período os indivíduos e seus direitos foram desvalorizados
diante dos interesses das maiores potências econômicas.
Em 1944, a Assembleia Geral da Organização Internacional do
Trabalho aprovou uma declaração enfatizando a dignidade humana, a liberdade de
expressão e de associação, a formação profissional e o direito à educação para
todos.
O Pacto Internacional das Nações Unidas de 1966 foi adotado pelo
Brasil em 1992 e refletiu-se na Constituição da República Federativa do Brasil de
1988 e na sua emenda constitucional de 2010, resultando nos direitos definidos por
seu Artigo 6º: Correspondentemente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948, um dos mais importantes documentos de direitos humanos, também
passou a proteger os direitos sociais e seus fundamentos com base nos princípios
da dignidade humana e da solidariedade, que envolviam os seguintes direitos:
• A educação
• A saúde
• A alimentação
• O trabalho
• A moradia
• O transporte
• O lazer
• A segurança
• A previdência social
• A proteção à maternidade e à infância
• A assistência aos desamparados
A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais são mais abrangentes e ao
mesmo tempo detalhados do que os direitos previstos no Artigo 5º da Constituição
Brasileira.
Os demais direitos estão positivados em outros artigos
constitucionais e regulamentados por outros complexos conjuntos de leis.
Estes são itens Elementares indispensáveis para a proteção das
19

classes ou grupos sociais mais fracos ou necessitados;


Seguindo esses preceitos, os direitos sociais assegurados em
âmbito internacional passaram a ser assegurados também em âmbito nacional e
estiveram presentes em todas as constituições que vigoraram em nosso país, desde
a do Império (1824) até a atual (1988).
Os direitos sociais buscam a qualidade de vida dos indivíduos assim
como os direitos individuais. No entanto, apesar de estarem interligados, é
necessário diferenciá-los para uma melhor compreensão:
• Direitos individuais e coletivos: são os direitos ligados ao
conceito de pessoa humana e à sua personalidade, tais como à vida, à igualdade, à
dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade. Estão previstos no
artigo 5º e seus incisos;
• Direitos sociais: o Estado Social de Direito deve garantir as
liberdades positivas aos indivíduos. Esses direitos são referentes à educação,
saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à
infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições
de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social. Estão
elencados a partir do artigo 6º
No Brasil, os Direitos Sociais são uma garantia constante na
Constituição Federal de 1988 e são definidos em dois títulos:
Direitos e garantias fundamentais: significa que eles são parte
essencial daquilo que o Estado deve garantir a seus indivíduos;
Ordem social: são uma necessidade para o estabelecimento de uma
sociedade capaz de perpetuar-se ao longo do tempo de maneira harmônica.
Estão prescritos no Art. 5º e Art. 6º da Constituição Federal uma
série de direitos sociais mais ou menos abstratos, que precisam ser regulamentados
por outras leis, mas que definem a essência daquilo que a nação se compromete a
garantir. Entre eles estão o direito à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho,
a moradia, ao lazer, a segurança, a previdência social, proteção à maternidade e à
infância e a assistência aos desamparados.
No direito ao trabalho se encaixam principalmente normas que
amparam e humanizam os trabalhos como:
13° Salário: valor pago no final do ano, no mesmo valor que a
remuneração do trabalhador;
20

FGTS: depósito pela empresa de 8% do salário bruto do trabalhador


com objetivo de garantir uma reserva de dinheiro em momentos em que o
trabalhador se encontrar em dificuldade, como demissão, diagnóstico de doenças,
ou outras eventualidades;
Seguro-desemprego: uma assistência em dinheiro dado ao
trabalhador em caso de demissão sem justa causa;
Vale Transporte: propiciar a locomoção entre o emprego e a sua
casa;
Abono salarial: benefício de salário mínimo a cada ano para quem
possui uma renda mensal de até dois salários mínimos;
Aviso Prévio: em caso de quebra de contrato, a outra parte deve ser
avisada com 30 dias de antecedência;
Adicional noturno: a remuneração deve ser 20% maior para pessoas
que trabalham entre 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do próximo dia;
O Lazer também é reconhecido como direito social, já que após as
revoluções industriais o ritmo de trabalho do homem passou a ser estabelecido pela
necessidade de produção cada vez maior e incansáveis horas de trabalho. Com a
conquista de direitos trabalhistas essa situação mudou e a jornada de trabalho foi
reduzida. No entanto, os salários também e com isso as pessoas começaram a
buscar formas alternativas de complementar a renda domiciliar, não utilizando o
tempo livre para descanso ou lazer.
Por isso hoje em lei está assegurado: um dia remunerado destinado
ao descanso e lazer que seja preferencialmente aos domingos, não podendo ser
vendido pelo empregado ao empregador;
Férias remuneradas após um período de 12 meses trabalhados, com
direito de até 30 dias de férias caso não tenha faltado sem justificativas mais de
cinco dias no ano;
A Educação ocupa um lugar de destaque no rol dos direitos
humanos por ser essencial e indispensável para o exercício da cidadania, assim
como a Segurança que é uma das garantias do exercício pleno dos outros direitos
sociais.
A Saúde também é um direito humano e passou a ser um direito
social de todo indivíduo, seja qual for sua condição social ou econômica, crença
religiosa ou política. Sua garantia deve buscar sempre o equilíbrio entre influências
21

ambientais, modos de vida e vários outros componentes para resguardar o bem-


estar físico, mental e consequentemente social, já que uma pessoa saudável é mais
participativa na sociedade.
A proteção da maternidade sempre foi uma preocupação da
Organização Internacional do Trabalho.
A intenção desde o início foi garantir que as mulheres pudessem
combinar seus papéis de trabalhadoras e de mães e prevenir um tratamento
desigual por parte do empregador em razão desse papel. Hoje, de acordo com a lei,
as mulheres têm direito:
À assistência médica e sanitária; salário maternidade e licença a
maternidade durante 120 dias;
O direito à previdência social visa valorizar a vida de pessoas que
atingiram determinada idade ou que, por algum motivo, tornaram-se incapazes de
trabalhar ou de sustentar sua família.
Estão previstas em dois tipos: adições: pagamentos em dinheiro
para aposentadoria por problemas de saúde, por idade e por tempo de colaboração,
nos auxílios doenças, funeral, reclusão e maternidade, no seguro-desemprego e na
renda por morte;
Benefícios: prestações continuadas como benefícios médicos,
farmacêuticos, odontológicos, hospitalares, sociais;
A assistência social, por sua vez, está ligada ao princípio da
solidariedade e, ao mesmo tempo, às garantias constantes em toda a Constituição
Federal, fazendo com que mesmo aqueles que não estão em condições de
sustentar-se de forma plena tenham condições dignas de viver em sociedade.

.
22

2.2 SOCIEDADE E DIREITOS SOCIAIS

Mesmo diante da importância dos direitos sociais é evidente que


nem todos os aproveitam com plenitude. O desemprego é uma questão preocupante
não somente em nosso país, mas em todo o mundo. Outro exemplo são os
trabalhadores informais – que não possuem carteira de trabalho. Sabe-se que a
população economicamente ativa no Brasil gira em torno de 72 milhões de pessoas,
mas somente 22 milhões têm emprego formal.
Assim, aproximadamente 50 milhões de homens e mulheres desta
população ativa estão sem carteira de trabalho, vivendo de atividades informais e
sem contar com seus direitos sociais.
Adotando como noção central o conceito de “classes sociais” e
considerando suas tensões nas disputas pelo poder político, Marshall apontou um
progresso em relação ao modelo liberal restrito de cidadania.
o reconhecimento de direitos: no século XVIII, dos direitos civis
(direito de propriedade, direitos de liberdade de expressão, pensamento, religião e
de contratar, direito à intimidade e à privacidade, etc.); no século XIX, dos direitos
políticos (direitos de votar e ser votado, de fiscalizar as condutas dos representantes
do povo, de formar e integrar partidos políticos, etc.); e, no século XX, dos direitos
sociais (direitos ao trabalho, à seguridade social, à educação, à saúde, à habitação,
à associação sindical, etc.).
Por fim, Marshall caracterizou sua visão institucional da
materialização dos direitos de cidadania em quatro entidades políticas que, em seu
entender, têm a responsabilidade de efetivá-los, a saber: os tribunais, os corpos
representativos, os serviços sociais e as escolas.

A educação é outro tema problemático. Apesar de todos os


compromissos feitos pelos governantes por meio de instrumentos
internacionais como a Carta da ONU e declarações de Direitos
Humanos e nacionais como as Constituições, preocupadas em
promover a educação para todos, especialmente a educação básica
de qualidade, milhões de crianças ainda permanecem privadas de
oportunidades educacionais, muitas delas devido à pobreza.
23

Assim como a educação, a questão do caos na saúde pública tem


grande evidência. A prestação de serviços de qualidade e com eficiência e
assistência ao cidadão por parte do Estado brasileiro é muito questionada
De forma simples poderíamos dizer que o assistente social tem a
função de garantir o cumprimento dos direitos dos cidadãos de uma sociedade. É
responsabilidade dele pensar, planejar e promover políticas públicas para prevenir
ou solucionar problemas ligados à habitação, emprego, educação e saúde. Isso
garante assistência a pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social ou
que tiveram seus direitos violados por ocorrência de casos de abandono, uso de
drogas, abuso sexual, entre outros.
A intenção é que o profissional seja capaz de entender e analisar as
dinâmicas sociais, percebendo tanto indivíduos em dificuldade, quanto suas
comunidades. Desse jeito, é possível pensar em formas de melhorar a vidas dos
cidadãos, tanto através de instituições públicas, quanto privadas.
24

2.3 AS POLITICAS QUE ASSEGURAM OS DIREITOS SOCIAIS

Existem muitas políticas que asseguram nossos direitos sociais. No


caso do desemprego, o Estado e suas políticas podem dar amparo e assistência por
meio da previdência social de acordo com o artigo 7° da Constituição, e aos não
empregados, a qualificação profissional e encaminhamento ao mercado de trabalho.
No caso da educação, o artigo 205 da Constituição Federal afirma a
educação como um direito de todos e dever do Estado e da família.
Assim como o artigo 208, que estabelece as obrigações que o Poder
Público tem que percorrer para que assim possa oferecer educação de qualidade a
todos os seus cidadãos.
A segurança pública é tratada no artigo 144 da Constituição e
corresponde a garantia, proteção e estabilidade de situações ou pessoas em
diversas áreas. Preservando a convivência social de maneira que todos possam
gozar e defender seus interesses.
Acredita-se que com esses direitos assegurados é possível exercer
com qualidade de vida o papel de cidadão em sociedade já que as desigualdades
sociais tendem a diminuir. E você, concorda com essa afirmação? Deixe sua
opinião!
Ora, para reforçar a ideia de extrema importância dada pela CF/88 à
concretização dos direitos fundamentais, observa-se que a dignidade da pessoa
humana é um dos fundamentos da república.
De semelhante modo, os direitos e garantias individuais são
cláusulas pétreas. Além disso, a própria CF/88 prevê que as normas definidoras dos
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (BRASIL, 1988).
Segundo Ingo Sarlet (2011), não existe consenso a respeito do
alcance desse dispositivo.

De qualquer modo, ficou consagrado o status jurídico diferenciado e


reforçado dos direitos fundamentais na Constituição vigente. Não
obstante, “os direitos fundamentais não são meramente normas
matrizes de outras normas, mas são também, e sobretudo, normas
diretamente reguladoras de relações jurídicas” (MENDES; BRANCO,
2014, p. 154).
25

Ainda que seja verdade a mitigação do princípio da aplicabilidade


imediata, de modo que ele deve ceder quando a norma de direito fundamental não
contiver os elementos mínimos indispensáveis que lhe assegurem a aplicabilidade,
tornando o art. 5º, § 1º da CF/88 uma norma princípio (MENDES; BRANCO, 2014),
permanece sua importância, pois ele vale “como indicador de aplicabilidade imediata
da norma constitucional, devendo-se presumir sua perfeição, quando possível”
(MENDES; BRANCO, 2014, p. 155).
Ademais, “o princípio da aplicabilidade imediata dos direitos e
garantias fundamentais investe os Poderes Públicos na atribuição constitucional de
promover as condições para que os direitos e garantias fundamentais sejam reais e
efetivos” (PIOVESAN, 2013, p. 92).
Ingo Sarlet diz, inclusive: “é possível afirmar-se que, pela primeira
vez na história do constitucionalismo pátrio, a matéria foi tratada com a merecida
relevância” (2011, p. 65). Portanto, está demonstrado que o Estado brasileiro, em
sua composição normativa mais elementar, deu a devida importância a essa
temática, tendo como fundamento e preceito a defesa dos direitos e garantias
fundamentais.

.
26

2.4 O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: BREVES CONSIDERAÇÕES


HISTÓRICAS

O assistente social atua nas mais diversas políticas sociais,


contratado para planejar, executar, monitorar e avaliar as ações além de garantir a
direção social necessária para execução das políticas públicas.
A avaliação de políticas e programas sociais se configura como um
Instrumento essencial de democratização das políticas sociais públicas.
Isso significa que " A produção e divulgação de avaliações rigorosas,
tecnicamente bem-feitas, permitem o exercício de um importante direito
democrático: o controle sobre as ações de governo" (ARRETCHE, 1998, p. 37).
A integração entre as políticas públicas é um imperatório para a
materialização dos direitos sociais. Estes se referem pela provisão das
necessidades sociais por um sistema de proteção social por parte do Estado.
Segundo Junqueira (2004, p.27) “cada política social encaminha a
seu modo uma solução, sem considerar o cidadão na sua totalidade e nem a ação
das outras políticas sociais[...]”.
Segundo Junqueira; Inojosa e Komatsu, (1997, p.22). As estruturas
tendem a tratar o cidadão e seus problemas de forma fragmentada, com serviços
executados solitariamente, embora as ações se dirijam à mesma criança, à mesma
família, ao mesmo trabalhador e ocorram no mesmo espaço territorial e meio
ambiente.
Ham e Hill (1993) afirmam que a preocupação com as políticas
públicas só surgiram no começo da década de 1960 e tiveram duas vertentes de
interesse: as dificuldades enfrentadas pelos formuladores de política diante da
complexidade cada vez maior dos problemas com que se deparavam fez com que
buscassem ajuda para a construção de alternativas e propostas para formulação de
novas soluções; e a atenção de pesquisadores acadêmicos que progressivamente
passaram a trabalhar com questões relacionadas às políticas públicas, construindo e
aplicando conhecimentos à resolução de problemas concretos do setor público.
No campo da política social, especialmente a Assistência Social traz
em sua agenda a necessidade de concretizar a intersetorialidade.
Nessa direção, entender como a intersetorialidade, posta no âmbito
da formulação das políticas, recai sobre o campo dos serviços, no qual atuam os
27

assistentes sociais.

Os autores destacam ainda o sentido de políticas públicas como


sendo uma análise, que tem o objetivo de desenvolver conhecimentos
sobre a elaboração de políticas em si, estudos políticos e
conhecimento de política, revelando, portanto, uma orientação
predominantemente descritiva; e um outro objetivo direcionado a
apoiar os formuladores de política, agregando conhecimento ao
processo de planejamento e envolvendo-se diretamente na tomada de
decisões, o que revela um caráter mais prescritivo ou propositivo.

Segundo Campos (1988, p. 13), a política social alçou um estatuto


teórico, no âmbito do Serviço Social, no Brasil, ao final da década de 1970, os
assistentes sociais já se posicionavam fortemente em relação à "formulação das
políticas sociais enquanto intervenção estatal". Essa trajetória lhes possibilitou o
diálogo com uma argumentação mais consistente junto aos defensores do
"produtivismo econômico" da tecnocracia brasileira. Isso foi possível, por um lado,
em razão da gênese da profissão vinculado ao contexto de enfrentamento da
questão social através das políticas sociais, assegurando as condições necessárias
para a expansão do capitalismo monopolista (CARVALHO; IAMAMOTO, 1982;
NETTO, 1992; MONTAÑO, 1998).
Além disso, tais decisões sofrem a influência do “loteamento político-
partidário e de grupos de interesse”, conforme destaca Inojosa (2001, p.104). Para a
autora, há neste espaço, a presença de uma disputa entre grupos de interesse.
Assim, as estruturas verticalizadas e hierarquizadas são permeadas
por interesses contraditórios que tornam desigual a própria distribuição de recursos
entre políticas sociais, serviços e departamentos.
A Constituição Federal de 1988 significou um importante avanço no
que diz respeito às políticas sociais brasileiras, ao institucionalizá-las como direito de
todos e dever do Estado.
Por outro lado, há o reconhecimento de que a política social se
reveste de um caráter contraditório, pois, ao mesmo tempo em que atende aos
interesses do capital, atende também às necessidades da classe trabalhadora.
Portanto, a sua expansão é marcada pela luta dos trabalhadores na perspectiva da
28

conquista e da consolidação dos direitos sociais (IAMAMOTO, 2003; YAZBEK, 2000;


PEREIRA, 2008)1.
No Brasil, foi instaurado o debate torno da profissão, do assistente
social e a relação aprofundada entre Serviço Social e política social, floresceu e
aprofundou-se significativamente ao longo das duas últimas décadas do século XX e
consolida-se no início do século XXI, e pode ser explicado pela alteração nos
sistemas de proteção social brasileiros, após o retorno do país ao Estado de Direito,
em 1985.
Esse período foi de intensa mobilização de segmentos da
sociedade civil, no sentido de ampliar e garantir direitos em setores de ponta, ou
seja, o núcleo duro da política social (saúde, previdência e assistência), e de forte
investimento nos marcos profissionais, para expandir os saberes sobre a relação
entre política pública e política social.
Além disso se estabelece um amplo processo de produção de
conhecimento em torno da política social, que tem se constituído em um pilar central
na consolidação do Serviço Social como área de conhecimento no campo das
ciências sociais. Este fato favoreceu tanto a inserção da profissão e de seus
profissionais no embate político da sociedade brasileira como, também, a discussão
sobre a intervenção profissional dos assistentes sociais no terreno da política social.
Em relação ao conhecimento produzido, Iamamoto (2004, p.11)
destaca que:
O privilégio de uma categoria profissional que atua "na
transversalidade das múltiplas expressões da questão social, na
defesa dos direitos sociais e humanos e das políticas públicas que os
materializam". Esta situação, de acordo com Simionatto (2004), não
significou unicamente o aumento da produção de conhecimento sobre
o tema, mas uma crescente qualificação em termos de rigor teórico-
metodológico e um sensível aprofundamento da discussão dos
processos sociais contemporâneos.

.
29

2.5 O SERVIÇO SOCIAL NA EFETIVIDADE DOS DIREITOS SOCIAIS

Antes de enfrentar diretamente a questão do papel da assistência


social, cabe refletir sobre a diferença entre a efetividade e a efetividade dos direitos
sociais, e se é possível alcançar a sua efetivação. Flávia Piovesan referiu-se à
Convenção sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, à Convenção Americana
e ao Protocolo de San Salvador ao falar sobre a proteção dos direitos sociais em
nível internacional, afirmando que:
Estabelecem esses instrumentos que os direitos sociais devem ser
aplicados progressivamente, sem recuos e retrocessos, cabendo aos Estados adotar
todas as medidas necessárias até o máximo dos recursos disponíveis visando à
plena efetividade destes direitos. (2014, p. 186)

Há, portanto, uma ligeira tensão entre a eficácia e a efetividade dos direitos
sociais. Em tese, a aplicação dos direitos sociais progressivamente deve
ter em vista sua efetividade, sendo que a aplicação é possível pela
garantia da sua eficácia. A esse respeito, Paulo Bonavides afirma que os
direitos sociais.

Ora, ainda que o ciclo de baixa normatividade dos direitos sociais


tenha passado e as respectivas normas constitucionais tenham adquirido a
prerrogativa de aplicabilidade imediata, o que lhes confere eficácia normativa no
texto Constitucional, ainda não acabou a referida crise de observância e execução,
que é justamente o problema da efetividade dos direitos sociais. E o problema se
apresenta mais complexo conforme o direito social analisado.
Tendo em vista essa peculiaridade, Ingo Sarlet (2011, p. 281) afirma
que os direitos a prestações podem ser em sentido amplo (direitos à proteção e
participação na organização e procedimento) e em sentido estrito, que são os
direitos a prestações materiais, estando em volta destes “os problemas mais
cruciantes, constituindo, de certa forma, o punctum dolens da problemática da
eficácia dos direitos a prestações sociais”.
(SARLET, 2011, p. 281) Fortalecendo o debate, insere-se a
discussão sobre o empoderamento dos indivíduos, de forma que, paralelamente ao
reconhecimento dos direitos sociais como normas dotadas de aplicabilidade
30

imediata, muito embora sem a devida efetividade, houve o fortalecimento dos


indivíduos titulares desses direitos, expresso pelo seu empoderamento, que tornou
possível encará-los como “sujeitos de direitos”. Esta ideia pode ser o fio condutor a
conectar a norma eficaz ao exercício efetivo do direito.
Julia Maurmann Ximenes, abordando o conceito de “sujeitos de
direitos”, e afirma que A abordagem sobre os “sujeitos de direitos” não é jurídica,
mas sim política, pois está atrelada à compreensão do “empoderamento”: de origem
inglesa, empowerment pode ser traduzido como fortalecimento, e conforme será
explicitado adiante pode ser definido como a autonomia e emancipação de
indivíduos submetidos a relações de tutela e poder. Isto porque o “sujeito de direito”
aqui é o right-holder, que literalmente significa “detentor de direito” o que não
expressa o significado aqui utilizado. Isto porque não estamos tratando apenas da
previsão normativa de direitos a “sujeitos”, mas sim a capacidade destes sujeitos de
exercer estes direitos. (2014, p. 82-83).
Da mesma forma que os direitos fundamentais cresceram em
abrangência conforme o surgimento das demandas por direitos, o conceito de
cidadania foi ampliado à medida que se reconfigurou o Estado e seu papel perante a
sociedade. De acordo com Sônia Fleury (2007, p. 76), houve, primeiramente, uma
“cidadania invertida”, baseada “na ideologia liberal, no individualismo, na liberdade e
na crença na autossuficiência do mercado” (FLEURY, 2007, p. 76), consistente em
uma condição resultante da proteção social somente aos ditos pobres ou indigentes
que fossem objetos de caridade.
Em seguida, “com o predomínio da ideologia corporativa que supõe
a colaboração entre capital e trabalho por meio da mediação do Estado” (FLEURY,
2007, p. 76), esteve presente a “cidadania regulada”, que estava condicionada pelo
trabalho, de forma que os direitos sociais eram condicionados à inserção das
pessoas no mercado de trabalho. Por fim, observa-se a origem da “cidadania
universal”, ocorrida no estado de bem-estar social. Nesse contexto, a proteção social
destina-se aos cidadãos, não mais aos pobres ou aos incluídos no mercado de
trabalho, o que torna esse modelo “inclusivo, já que todos e todas que pertencem a
essa comunidade política têm direitos sociais” (FLEURY, 2007, p. 76).
No Brasil, a seguridade social prevista na CF/88 pressupõe o
vínculo, ainda que meramente contributivo e não empregatício, para a participação
na previdência (art. 201), e a necessidade, independentemente de contribuição, para
31

a prestação da assistência (art. 203). Somente a saúde tem pressuposto expresso


de acesso universal e igualitário (art. 196).
Isso poderia conduzir à conclusão de que a assistência social seria
uma legitimação pelo texto constitucional da cidadania invertida, mas deve-se ter em
vista que a cidadania no Estado Social está relacionada ao empoderamento dos
“sujeitos de direitos”, garantindo-lhe o acesso à assistência social, que “envolve um
processo de conscientização das capacidades pessoais, de ruptura com fatores
sociais e estruturais pré-concebidos, estereotipados” (XIMENES, 2014, p. 90).

Portanto, os “sujeitos de direitos”, cidadãos, devem ter a garantia não


somente de eficácia dos direitos sociais, garantindo-se simplesmente
aplicação normativa, eles têm direito a não serem efetivamente
excluídos e abandonados, o que perpassa pela efetividade e
concretização de seus direitos fundamentais, mormente seus direitos
sociais.
32

2.6 O SERVIÇO SOCIAL: DIMENSÃO INTERVENTIVA E EXERCÍCIO


PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL

A assistência social faz parte do chamado tripé previdenciário, junto


com a previdência e a saúde. É gratuita, ou seja, deve servir a todos os que dela
necessitam, o Estado tem a responsabilidade de proporcionar a todos as condições
de cidadania e os assistentes sociais são os promotores ativos desta promoção.
No Brasil, cerca de 18 milhões das 55 pessoas citadas no início do
texto vivem em extrema pobreza. Esses dados apareceram em estudo realizado
pela Abrinq em 2016, com a temática criança e adolescente no Brasil em 2017.
O estudo também destacou o número de domicílios sem acesso a
água (17,15%) e esgoto doméstico (32,94%)., 2015 O número de denúncias
recebidas pelo telefone 100 a cada ano ultrapassou 153 mil, envolvendo autos de
infração de direitos de crianças e adolescentes em todo o país. Encontrar soluções
para reverter esses números é um dos desafios do profissional formado em Serviço
Social.
Para identificar o modo como os assistentes sociais executam o seu
exercício profissional, torna-se necessário reconhecer que o Serviço Social vem se
constituindo como profissão, inscrito na divisão social e técnica do trabalho6,
regulamentada pela Lei nº 8662/93, de 07 de junho de 1993, com alterações
determinadas pelas resoluções CFESS nº 290/94 e nº 293/94, e balizada pelo
Código de Ética, aprovado através da resolução CFESS nº 273/93, de 13 de março
de 1993.
Trata-se de uma profissão reconhecida pelo seu caráter analítico e
intervencionista, que permite aos assistentes sociais planejar e estabelecer
legalmente uma resposta profissional mediada pelas necessidades e experiências
sociais dos sujeitos que vivem nessas realidades social. Com base nas diretrizes
formativas estabelecidas pelo CFESS / CRESS e pela ABEPSS, a saber: teoria e
metodologia; ética profissional e política, os operadores técnicos reconhecem que
essas diretrizes são também a base da prática profissional, além de garantirem o
direcionamento social exigido pela profissão.
O assistente social atua nas mais diversas políticas sociais,
contratado pelo Estado para planejar, executar, monitorar e avaliar as ações ou seja,
o Serviço Social é uma profissão requisitada pelo Estado e suas instâncias para
33

atender as necessidades sociais -via políticas sociais - decorrentes das expressões


da "questão social".
Para a identificação dessas necessidades, toma como referência: o
reconhecimento das expressões da "questão social"; a análise da realidade social;
identifica demandas de atendimento e finca a atuação calcada na perspectiva dos
direitos.
Portanto, o assistente social atua nas contradições inerentes a
constituição da sociedade capitalista e ao mesmo tempo em que responde aos
interesses do empregador, interpreta o campo ocupacional no qual se insere como
trabalhador assalariado.
Por meio de um conjunto de saberes decorrentes do seu processo
formativo, constrói respostas profissionais direcionadas as demandas apresentadas
pela população usuária, bem como aquelas propostas pelo empregador.
Nesse sentido, a prática profissional fundamenta-se na
compreensão dos profissionais das dimensões que constituem sua prática
profissional-intervenção, política ética, análise e investigação. Observando o
trabalho realizado pelos assistentes sociais, vale ressaltar que ele deve ser
analisado a partir de sua particularidade, como os profissionais analisam as
contradições constitutivas da realidade social e realizam suas atividades.
Assim, a este profissional “[...] remete à compreensão do espaço
institucional, enquanto expressão das Segundo Iamamoto e Carvalho (1983), a
divisão social e técnica do trabalho "determina a vinculação de indivíduos em órbitas
profissionais específicas, tão logo o trabalho assume um caráter social, executado
na sociedade e através dela." (IAMAMOTO & CARVALHO, 1983, p. 16)
Para Netto (2001), "o desenvolvimento capitalista produz,
compulsoriamente, a "questão social" "[...]"A "questão social" é constitutiva do
desenvolvimento capitalista. Não se suprime a primeira conservando-se o segundo."
(NETTO, 2001, p. 45)
Contradições sociais, [...]” (Silva e Silva, 1995, p. 190), bem como as
implicações destas contradições nas condições objetivas de vida dos usuários que
buscam no trabalho deste profissional as respostas às suas necessidades.
Desde os primórdios da profissão, o trabalho desenvolvido pelos
assistentes sociais é direcionado majoritariamente à população que vive em
condição de pobreza.
34

Excluída do processo produtivo, da produção de bens e serviços,


essa população procura no assistente social o profissional que poderá ampará-la,
orientá-la para que possa superar suas necessidades sociais. Atua nas mais
diversas políticas públicas, sendo reconhecido como um dos protagonistas na
produção do conhecimento sobre: proteção social; contradições inerentes ao modo
de produção capitalista; implicações das desigualdades nas condições objetivas de
vida da população, entre outros temas essenciais para interpretar a realidade social.

A medida em é requisitado por quem o contratou para construir


respostas profissionais, o assistente social também tem reconhecido
seus saberes, o que legitima o seu fazer. Esta legitimação não está
somente na intervenção em si mas decorre do modo como aqueles
que requisitam o trabalho do assistente social reconhecem seus
saberes, sua capacidade argumentativa e, conferem e dão aval ao
fazer deste profissional.

Outro aspecto fundamental para o reconhecimento do exercício


profissional do assistente social é identificar as condições objetivas onde este
trabalho é realizado; ao mesmo tempo em que é necessário entender o porquê do
Serviço Social ser considerado uma profissão que colabora para dar vida e
visibilidade às organizações onde os profissionais executam suas ações. Assim, "as
condições que peculiarizam o exercício profissional são uma concretização da
dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade, em determinadas conjunturas
históricas [...] a atuação do assistente social é necessariamente polarizada pelos
interesses de tais classes, tendendo a ser cooptada por aqueles que têm uma
posição dominante (IAMAMOTO & CARVALHO, 1983, p. 75).
É perceptível o quanto essas relações estabelecidas no cotidiano
profissional bem como o conhecimento associado a elas colaboram para o
estabelecimento de uma cultura profissional, ora associada ao consenso, a
minimização dos conflitos, ora associada à defesa de um projeto societário em
consonância ao projeto ético-político.
A cultura profissional revela hoje as contradições experiências pelos
assistentes sociais no seu cotidiano profissional, o que reflete a luta pela hegemonia
da direção que se quer para o Serviço Social na contemporaneidade. Num certo
35

sentido os profissionais reconhecem que o Serviço Social vem ganhando visibilidade


e qualidade analítica quando se concretiza a partir de uma articulação de saberes
que lhe garantem consistência argumentativa.
O que se observa é que a discussão do conhecimento pode ser
identificada como algo distante do trabalho realizado pelo assistente social que se
reconhece como profissional da prática, ou seja, a dinâmica imposta nos campos
ocupacionais, as precárias condições de trabalho possibilitam pouco espaço para
que estes profissionais possam analisar do ponto de vista teórico metodológico
ético e político - seu exercício profissional. Isso favorece a reprodução das
atividades determinadas pela organização que contrata seus serviços, sem
questionamentos – não necessariamente com o objetivo de se contrapor a elas, mas
sim de analisar, com vistas a construção de respostas profissionais críticos e
criativas que de fato tenham relação com a realidade social, com o projeto ético-
político e com as condições objetivas de vida do usuário, sujeito desse processo.
Um primeiro indicativo é que esse conjunto de conhecimentos deve ser constitutivo
do exercício profissional e não visto como pano de fundo ou cenário onde o fazer
profissional se efetiva, ou seja, "[...] o conhecimento não é só um verniz que se
sobrepõe superficialmente à prática profissional, podendo ser dispensado; mas é um
meio pelo qual é possível decifrar a realidade e clarear a condução do trabalho a ser
realizado." (IAMAMOTO, 1998, p. 63).
Deste modo, identifica-se também que o conhecimento pode ser
fonte de um modo de explicitação do exercício profissional do assistente social. Esta
relação ganha corpo quando o profissional se apropria do conhecimento como um
dos elementos presentes na profissão e necessários para sua qualificação. Cabe
dizer que essa não é uma relação apriorística ou estabelecida independentemente
da vontade dos sujeitos; ao contrário, ela remete ao conhecimento e aos significados
que os assistentes sociais atribuem à relação no trato profissional.
O modo como os assistentes sociais entendem essa relação é
constituído de múltiplas determinações e visualizado no exercício profissional do
assistente social. Explicita a complexidade da rede de conhecimentos que os
assistentes sociais utilizam quando estão exercendo a profissão. Uma questão se
destaca: essa construção depende fundamentalmente do profissional, sendo de sua
responsabilidade construir e estabelecer essa relação e não necessariamente, um
desejo, anseio ou necessidade do empregador.
36

Para Guerra (1995), "[...] a posição dos sujeitos, ou o fator subjetivo,


no processo do conhecimento, na escolha de referências teóricas
capazes de proporcionar explicações mais aproximadas possíveis da
realidade não é de importância secundária. (GUERRA, 1995, p. 179).

Assim, a construção da relação teoria e prática também pode ser


determinada pelo modo como o profissional entende e se identifica com o exercício
profissional que realiza.
É oportuno dizer claramente que a compreensão de que o exercício
profissional requer conhecimento é papel preponderante do assistente social. Por
isso, não é fácil afirmar que esse conhecimento é apropriado de forma igualitária,
com a mesma intensidade ou identificada com a mesma importância por todos os
profissionais.
Levar em consideração os conhecimentos já existentes, associados
a análise da realidade, favorece não somente a identificação de demandas de
atendimento, mas também a construção de respostas interventivas de caráter crítico
e analítica.
Por esse caminho, a intervenção ganha em conteúdo, consistência e
visibilidade, porquanto demanda do profissional conhecimento sócio histórico, das
tendências teórico-metodológicas, dos componentes éticos e políticos e das
condições objetivas de vida do usuário.
37

3 CONCLUSÃO

A parti dessa pesquisa foi possível observa o papel do assistente


social no campo das políticas públicas e sociais e destacando que tivemos a
pretensão de aprofundar o conhecimento relacionados ao exercício profissional,
diante de tantos desafios, é concluímos que o papel do assistente social e muito
importante para que as políticas públicas sejam executadas corretamente e foi
possível analisar que para que aja uma melhor enfrentadas dessas políticas o
profissional tem que agir em conjunto entre o Estado para que, com essa relação
haja garantias de um fortalecimento da democratização dos serviços público.
Atribuindo-lhe uma missão de sistema correspondente à
salvaguarda de interesses Indisponibilidade social, legislador constitucional,
soberania da vontade Popular, convença o Ministério de Relações Públicas de que
será caracterizado como Guardiã dos direitos sociais. Portanto, é importante notar
que a sociedade brasileira só pode dizer incorporado ao Estado Democrático de
Direito desde o início os direitos sociais são efetivamente respeitados e realizados.
De outra forma, continuaremos a viver em uma democracia míope.
38

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