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ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL

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GUIA SEMINÁRIO OMBRO

I. GENERALIDADES OMBRO

REGRA DOS 4 DEDOS


MORFOLOGIA PALPATÓRIA DO OMBRO
TESTE DA PROTRAÇÃO ESCAPULAR
EFEITOS DA FACILITAÇÃO MEDULAR SEGUNDO IRWIN KORR
SINAIS CLÍNICOS DA FACILITAÇÃO MEDULAR
DISFUNÇÃO SOMÁTICA CERVICAL
METÂMEROS DO MEMBRO SUPERIOR
DISFUNÇÃO C5, C6 E RECIPROCIDADE TÔNICA AGONISTA-ANTAGONISTA NO NIVEL DO OMBRO
HIPOMOBILIDADE/HIPERMOBILIDADE DA CINTURA ESCAPULAR
EXPLORAÇÃO DO OMBRO
As zonas que se relacionam com o ombro produzem às vezes dor reflexa no mesmo.

GENERALIDADES SOBRE AS DISFUNÇÕES DA CINTURA ESCAPULAR

1) A GLENOUMERAL:
• As disfunções de superioridade possuem uma causa traumática primária ou secundária por
espasmos musculares.
• As disfunções de anterioridade resultam na não integridade tônica do manguito rotador.
• As disfunções de inferioridade são problemas ligamentares.
• As lesões do labrum glenóideo resultam da hipermobilidade glenoumeral.
• As 3 chaves musculares são: redondo maior, peitoral maior e subescapular.

2) A ACROMIOCLAVICULAR:
Estas disfunções acontecem pelo desequilíbrio tônico deltóide-trapézio superior:
• Espasmo do trapézio superior.
• Hipotonia do deltóide
• O músculo subclávio é a chave tônica que protege a clavícula.
• A torção das clavículas (rotações anterior e posterior) deve-se ao desequilíbrio tônico, é uma
disfunção muscular comparável com a torção de pelve ou de crânio.

3) A ESTERNOCLAVICULAR
Os dois músculos importantes são:
• Esternocleidomastoideo (relação com o crânio).
• Subclávio.
• As disfunções são do tipo subluxações anterior ou superior.

4) A ESCAPULOTORÁCICA:
A escápula está inteiramente sob influência dos músculos: é um osso sesamoide.
As chaves musculares são:
• Serrátil maior e peitoral menor em relação às costelas.
• Elevador da escápula em relação com a coluna cervical.
• Rombóide em relação com a coluna torácica.

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SINTOMAS DAS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DO OMBRO

Exceto no caso de traumatismo direto, as disfunções do ombro acontecem devido a uma coluna
cervical em disfunção: é a facilitação medular cervical que desequilibra o tônus muscular agonista-
antagonista.
O desequilíbrio postural possui igualmente um papel etiológico:
• Disfunções glenoumerais.
• Disfunções da clavícula.
• Disfunções da escápula e da coluna.

DIAGNÓSTICO ARTICULAR SEGUNDO CYRIAX


NOÇÃO DE ARCO DE MOVIMENTO DOLOROSO

AVALIAÇÃO ESTÁTICA DA REGIÃO DORSAL.


AVALIAÇÃO DINÂMICA DA REGIÃO DORSAL EM ABDUÇÃO.

CAUSAS MECÂNICAS DA DOR EM ANTEPULSÃO


CAUSAS MECÂNICAS DA DOR EM ABDUÇÃO
CAUSAS MECÂNICAS DE DORES AO MOVIMENTO MÃO-CABEÇA
CAUSAS MECÂNICAS DE DORES AO MOVIMENTO MÃO-COSTAS

II. ANATOMIA

ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL
LIGAMENTOS ANTERIORES GLENOUMERAIS
LIGAMENTOS CORACOUMERAIS
LIGAMENTO CORACOIDEO
LIGAMENTOS GLENOUMERAIS
LIGAMENTO UMERAL TRANSVERSO
LIGAMENOS ANTERIORES GLENOUMERAIS
BURSA SEROSA
ARTROGRAFIA DA BURSA SEROSA
LIGAMENTOS POSTERIORES GLENOUMERAIS
CÁPSULA POSTERIOR GLENOUMERAL
A CAVIDADE GLENOIDEA
O LABRUM GLENOIDEO
ARTROSCOPIA DO LABRUM GLENOIDEO
INSERÇÕES ANTERIORES DO ÚMERO
INSERÇÕES DA FACE POSTERIOR
INSERÇÕES DA FACE ANTERIOR
BÍCEPS
BURSA SUBACROMIODELTOIDEA
ELEMENTOS GLENOUMERAIS
CORACOBRAQUIAL
DELTÓIDE
PEITORAL MAIOR
SUPRAESPINHOSO

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DESFILADEIRO SUBACROMIODELTOIDEO
INERVAÇÃO DOS ABDUTORES
SUBESCAPULAR
MÚSCULOS POSTERIORES DA GLENOUMERAL
INFRAESPINHOSOS
REDONDO MAIOR E MENOR
CORTE TRANSVERSAL QUE PASSA PELA CABEÇA UMERAL
GRANDE DORSAL

III. BIOMECÂNICA

Três eixos:
• Flexão-Extensão.
• Abdução-Adução.
• Rotação longitudinal.
Em ABDUÇÃO completa, o membro superior é vertical.
Em meia ABDUÇÃO o membro superior é horizontal.

AMPLITUDES DE MOVIMENTOS
Extensão
Flexão
Extensão + rotação interna
Flexão + anteposição

Flexão horizontal
No plano horizontal:
A partir da retroposição 30º.
Até a máxima anteposição 140º.

Paradoxo de Codmann
A combinação sucessiva de abdução 180º e Extensão 180º produz uma rotação interna de 180º.

O ciclo ergonômico
A repetição sucessiva de movimentos idênticos, que nascem do ombro, permite um 3º grau de
liberdade no ombro: a Rotação adjunta.

VERSÃO ESTEREOSCOPICA
Os setores de mobilidade do membro superior estão localizados no setor da visão por razões de
eficácia.

OMBRO
É um complexo de 5 ARTICULAÇÕES:
3 articulações sinoviais:
• Escapuloumeral
• Acromioclavicular
• Esternoclavicular.
2 planos de deslizamento:

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• Escapulotorácico
• Subdeltoideo

ARTICULAÇÃO ESCAPULOUMERAL
ARTICULAÇÃO SUBACROMIODELTOIDEA
MANGUITO ROTADOR
DELTÓIDES

COAPTAÇÃO DA ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL


A articulação glenoumeral está sujeita a 2 tensões: para baixo pela gravidade e por levar cargas, para
cima pela ação dos músculos longitudinais que comprimem o tendão do supra-espinhoso.

ABDUÇÃO DO OMBRO
MÚSCULOS ROTADORES

ABDUÇÃO DO OMBRO
Inclui 3 etapas:
• Glenoumeral: Deltóide+supraespinhoso.
• Escapulotorácica: Trapézio+serrátil maior.
• Coluna: os músculos espinhais aumentam a lordose lombar para complementar a abdução.

ANTEPULSÃO
Inclui 3 etapas:
• Escapulo – umeral: deltóide + coracobraquial + peitoral maior.
• Escapulo - torácica: trapézio + serrátil anterior.
• Coluna: os músculos espinhais aumentam a lordose lombar.

ADUÇÃO DO OMBRO
Os adutores são numerosos: redondo maior + grande dorsal + peitoral maior+ rombóide.
A dupla: rombóide + redondo maior.
Outra dupla: grande dorsal + tríceps

TESTE DE PONTO TRIPLO


Escápula oposta através de 3 pontos
Scanning posterior
• Avalia extensão e rotação interna
➢ Glúteos
➢ Sacro
➢ Lombar
➢ Dorsal
➢ Escápula
Scanning homolateral
• Avalia flexão e rotação externa

Scanning contralateral
• Avalia antepulsão horizontal

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BIOMECÂNICA DA ANTEPULSÃO
FISIOLOGIA MUSCULAR DA ANTEPULSÃO
MÚSCULOS DA ANTEPULSÃO
MÚSCULOS DA RETROPULSÃO

BIOMECÂNICA DA ABDUÇÃO
FISIOLOGIA MUSCULAR DA ABDUÇÃO

MOVIMENTO MÃO-CABEÇA
MÚSCULOS ROTADORES EXTERNOS
MÚSCULOS ROTADORES INTERNOS

MOVIMENTO MÃO-COSTAS

IV. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

INCIDÊNCIA DE FRENTE EM ROTAÇÃO NEUTRA


INCIDÊNCIA DE FRENTE EM ROTAÇÃO INTERNA
INCIDÊNCIA DE FRENTE EM ROTAÇÃO EXTERNA
INCIDÊNCIA DE FRENTE EM ABDUÇÃO
FRTURA DO TUBÉRCULO MAIOR
LUXAÇÃO ANTEROINTERNA DA GLENOUMERAL
SINAIS CLÍNCOS DA LUXAÇÃO ANTEROINTERNA DA GLENOUMERAL
SINAIS RADIOLÓGICOS DA LUXAÇÃO ANTEROINTERNA DO OMBRO
TÉCNICA DE REDUÇÃO DE UMA LUXAÇÃO ANTEROINTERNA DE OMBRO
ARTROSE GLENOUMERAL
NECROSE VASCULAR DA CABEÇA UMERAL
POLIARTROSE REUMATÓIDE
OSTEOBLASTOMA
LESÃO DO LABRUM GLENOIDEO
CALCIFICAÇÕES
CÁPSULITE ADESIVA
TÉCNICA DESFIBROSANTE PARA A CÁPSULA ANTERIOR DA GLENOUMERAL EM DECÚBITO PRONO

V. PATOLOGIA

A. PATOLOGIA MUSCULAR GLENOUMERAL

CORACOBRAQUIAL

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Coracobraquial Ponta do processo coracóide Face e borda do úmero, em frente


à inserção do deltóide.
N. músculocutâneo (C6, C7)

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TESTE O MUSCULO CORACOBRAQUIAL
TÉCNICA DE JONES PARA O MÚSCULO CORACOBRAQUIAL

DELTÓIDE

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Deltóide (fibras anteriores) Borda anterior e face superior do Impressão deltóidea na metade da
terço externo da clavícula face externa do corpo do úmero.
N. circunflexo (C5-C6)

Deltóide (fibras médias) Borda externa e face superior do Impressão deltóidea próximo da
acrômio metade da diáfise umeral, em sua
N. circunflexo face externa.

Deltóide (fibras posteriores) Lábio inferior da borda posterior da Impressão deltóidea na parte medial
espinha da escápula da face externa umeral.
N. circunflexo (C5-C6)

PONTOS GATILHO E DORES REFERIDAS DO DELTÓIDE


TESTE DO DELTOIDE ANTERIOR
TESTE DO DELTÓIDE MÉDIO
TESTE DO DELTÓIDE POSTERIOR

PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE UM MÚSCULO


• Correção da informação neurológica: Disfunção somática vertebral (inervação radicular e
medular).
• Tratamento das inserções (Golgi, Pacini) osso, articulações.
• Tratamento da fáscia (aponeurose bombeio, stretching, posturas, relaxamento miofascial,
energia muscular – contrações isolíticas).
• Tratamento do músculo:
o Espasmo: fuso neuromuscular.
o Meta: diminuir a hiperatividade gamma.
▪ Stretching, energia muscular, spray and stretch
▪ Massagem (neuromuscular)
▪ Funcional
o Hipotonia:
o Meta: aumentar o tônus muscular, equilibrar o tônus agonista-antagonista (tratar os
espasmos dos antagonistas).
▪ Musculação: contrações concêntricas.
▪ Tratar a víscera associada ao músculo hipotônico.

PRINCÍPIOS DO SPRAY AND STRETCH

SPRAY AND STRETCH DO DELTÓIDE


STRETCHING DO DELTÓIDE ANTERIOR EM ROTAÇÃO INTERNA

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SUBESCAPULAR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Subescapular Os 2/3 internos da face dorsal da Tubérculo menor


escápula.
N. superior e inferior do subescapular Porção anterior da cápsula articular
(C5, C6) Os 2/3 inferiores do sulco da borda do ombro
lateral da escápula

DORES REFERIDAS E PONTOS GATILHO DO SUBESCAPULAR


SPRAY AND STRETCH DO SUBESCAPULAR
STRETCHING DO SUBESCAPULAR

SUPRAESPINHOSO

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Supraespinhoso Dois terços da fossa supraespinhosa Na mais alta das três impressões do
tubérculo maior
N. supraescapular (C5)

DORES REFERIDAS E PONTOS GATILHO DO SUPRAESPINHOSO


SPRAY AND STRETCH DO SUPRAESPINHOSO
ENERGIA MUSCULAR DO SUPRAESPINHOSO
CIRCULAÇÃO NOS TENDÕES DO MANGUITO: A ZONA CRÍTICA
PROGRESSO NATURAL DA TENDINITE CALCIFICADA
TENDINITE DO SUPRAESPINHOSO
ESTADOS DE DEGENERAÇÃO
OSTEÓFITO ACROMIAL
RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR
IRM DO OMBRO: RUPTURA DO MANGUITO
DROP ARM TEST (ruptura do manguito)

PEITORAL MAIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

PEITORAL MAIOR Face anterior da metade interna da Lábio anterior do sulco bicipital do
clavícula úmero.
N. plexo braquial (C5, C6, C7, C8, D1)
Metade da face anterior do esterno
até a 6ª ou 7ª costelas

Cartilagens das primeiras seis ou sete


costelas.

DORES REFERIDAS DO PEITORAL MAIOR

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TESTE MUSCULAR DO PEITORAL MAIOR
• Feixe superior
• Feixe médio
• Feixe inferior

STRETCHING DA PORÇÃO MÉDIA DO PEITORAL MAIOR


STRETCHING DA PORÇÃO INFERIOR DO PEITORAL MAIOR
SPRAY AND STRETCH DO PEITORAL MAIOR
AUTO-ALONGAMENTO DO PEITORAL MAIOR
• Feixe clavicular
• Feixe esternal médio
• Feixe esternal inferior

GRANDE DORSAL

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Grande dorsal Processos espinhosos das 6 últimas Fundo do sulco bicipital.


dorsais, aponeurose lombar, por meio
N. próprio ramo do plexo braquial da qual se une aos processos
(C6, C7, C8) espinhosos das vértebras lombares e
sacras, ao ligamento supraespinhoso
parte posterior da crista ilíaca.

Lábio posterior da crista ilíaca, por


fora dos espinhais.

Ultimas 3 ou 4 costelas

Algumas fibras do ângulo inferior da


escápula.

DOR REFERIDA DO GRANDE DORSAL


TESTE MUSCULAR DO GRANDE DORSAL
SPRAY AND STRETCH DO GRANDE DORSAL
STRETCHING GRANDE DORSAL

INFRAESPINHOSO

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Infraespinhoso Os 2/3 internos da fossa Na impressão média do tubérculo


infraespinhosa. maior.
N. supraescapular

(C5, C6)

PONTOS GATIHLO E TERRITÓRIO DE DORES REFERIDAS DO INFRAESPINHOSO

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SPRAY AND STRETCH DO INFRAESPINHOSO
STRETCHING DO INFRAESPINHOSO

REDONDO MENOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Redondo menor Os 2/3 superiores da borda lateral da A mais baixa das 3 eminências do
escápula tubérculo maior e na zona subjacente,
N. circunflexo (C5) unindo com a parte posterior da
cápsula articular do ombro.

TESTE DO REDONDO MENOR

REDONDO MAIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Redondo maior Face dorsal do ângulo inferior da Crista por baixo da tuberosidade
escápula menor do úmero, posteriormente ao
N. subescapular (C5, C6) grande dorsal.

DORES REFERIDAS E PONTOS GATILHO DO REDONDO MAIOR


STRETCHING DOS MÚSCULOS REDONDOS
SPRAY AND STRETCH

PAPÉIS DO BÍCEPS
RUPTURA DO TENDÃO DO BÍCEPS
PAPEL DA PORÇÃO LONGA DO BÍCEPS
LUXAÇÃO INTERNA DO TENDÃO DO BÍCEPS
REGRA DOS 4 DEDOS
PROVA DE YEGARSON
TESTE DE GILCHRIST
TÉCNICA DE REDUÇÃO DA LUXAÇÃO INTERNA DO TENDÃO DO BÍCEPS

VI. DISFUNÇÕES GLENOUMERAIS

DISFUNÇÃO ANTERIOR DA CABEÇA UMERAL

ETIOLOGIA:
Queda sobre a mão, transtornos posturais (cifose), movimento forçado de retropulsão ou de rotação
interna.

MECANISMOS:
É a mais frequente das disfunções glenoumerais devido à fraqueza anatômica dos elementos
capsulo-ligamentares anteriores.
A cabeça umeral está ANTERIOR em relação à cavidade glenóide da escápula e em ROTAÇÃO

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INTERNA pela obliquidade do plano articular, pelo espasmo do peitoral maior e do subescapular.
A perda da rotação externa automática durante a abdução aumenta o atrito e inflamam o tendão do
supra-espinhoso ou da bursa subacromial.

DESEQUILÍBRIOS TÔNICOS AGONISTA-ANTAGONISTA NA DISFUNÇÃO DA CABEÇA UMERAL.


FLEXORES EXTENSORES

1ª Possibilidade Inibição de SHERRINGTON Espasmo deltóide posterior

Hipotonia deltóide anterior e


coracobraquial

2ª Possibilidade Inibição de SHERRINGTON Espasmo deltóide posterior

Hipotonia coracobraquial

Hipertonia deltóide anterior

(sinérgico na flexão)

3ª Possibilidade Inibição de SHERRINGTON Espasmo deltóide posterior

Hipotonia deltóide anterior

Hipertonia coracobraquial (sinérgico


na flexão)

4ª Possibilidade Inibição de SHERRINGTON Hipotonia deltóide posterior e


anterior
Espasmo deltóide

Coracobraquial

Esta disfunção se associa à SUPERIORIDADE umeral (tendinite do supraespinhoso) ou à


INFERIORIDADE (tendinite da porção longa do bíceps): neste caso favorece a luxação interna da
porção longa do bíceps fora do sulco bicipital.

SINTOMAS:

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Dor na parte anterior do ombro.
Arco doloroso em abdução 90º.
Dor em antepulsão entre 60 e 90º, ao movimento mão-cabeça (tensão dos ligamentos coracoumeral
e glenoumerais anteriores).
Restrição de retroposição do complexo do ombro.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção:
• Posição anterior do ombro.
• Desequilíbrio postural (cifose).
Palpação:
• Cabeça umeral anterior.
• Dor à palpação do sulco bicipital e do tubérculo maior.
Teste de mobilidade: rejeição do deslizamento antero-posterior.

TESTE DE MOBILIDADE EM DESLIZAMENTO ANTERO-POSTERIOR DA CABEÇA UMERAL

TESTE DE GILCHRIST
THRUST PARA ANTERIORIDADE UMERAL

DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

ETIOLOGIA:
Queda sobre a mão ou o cotovelo.
Espasmos dos músculos do ombro (deltóide).
Ruptura do manguito rotador.

MECANISMO:
Produz uma ELEVAÇÃO da cabeça umeral com relação à cavidade glenóide.
Há sofrimento do tendão do supraespinhoso, da bursa subacromial e da borda superior do labrum
glenoidal.
Frequentemente se associa com a anterioridade umeral.

HOMBRO DO NADADOR
SINTOMAS:
Arco doloroso em abdução entre 80º e 100º pelo atrito sobre o tendão do supraespinhoso, da bursa
serosa.
Dor da parte externa do ombro.
Dor ao movimento mão-cabeça (abdução-rotação externa).
Crepitação articular possível em abdução pelo labrum glenoidal.

DIAGNÓSTICO:
INSPEÇÃO: ombro mais alto (espasmo sinérgico do trapézio superior).

PALPAÇÃO:
Elevação da cabeça umeral.
Diminuição do espaço entre acrômio e úmero.
Dor à palpação do tubérculo maior onde se insere o supraespinhoso.

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TESTE DE MOBILIDADE:
Restrição no deslizamento antero-posterior.
Rejeição na descida da cabeça umeral.

TESTE MUSCULAR: dores do deltóide médio e supraespinhoso.

RADIOLOGIA:
Espaço subacromio-deltoideo inferior a 7 mm.
Ruptura da linha escapuloumeral.
TESTE DE MOBILIDADE PARA SUPEROINFERIORIDADE

DISFUNÇÃO DE SUPERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL


NOTA: EM CASO DE TENDINITE DO SUPRAESPINHOSO SÃO POSITIVAS AS MANOBRAS DE JOBE E
HAWKINS.
MANOBRA DE JOBE
MANOBRA DE HAWKINS (DESFILADEIRO SUB-ACROMIO-DELTOIDEO).
THRUST PARA SUPERIORIDADE UMERAL
THRUST PARA SUPERIORIDADE DO UMERO

DISFUNÇÃO EM INFERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

MECANISMO:
Tração violenta sobre o membro superior, segurar peso importante com uma mão.

FISIOPATOLOGIA:
Produz-se uma DESCIDA da cabeça umeral em relação à cavidade glenóide da escápula
A dor se deve a colocação de tensão do ligamento coracoumeral e da porção longa do bíceps e ao
sofrimento da parte inferior do labrum glenoidal.

SINTOMAS:
Dor na parte anterior do ombro nos movimentos de ABDUÇÃO ou ANTEPULSÃO entre 0 e 90º: o
movimento mão-cabeça é doloroso.
Pode-se produzir uma crepitação articular pelo labrum durante estes movimentos.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção: ombro mais baixo, restrição de elevação do complexo do ombro.
Palpação:
Cabeça umeral mais baixa (aumento do tamanho do desfiladeiro sub-acromio-deltoideo).
Dor à palpação do sulco bicipital.
Teste de mobilidade: rejeição da imbricação, elevação articular no teste.
Teste muscular: fraqueza do supraespinhoso, deltóide, coracobraquial, peitoral maior.

RADIOLOGIA:
Aumento do espaço sub-acromio-deltoideo (superior a 11 mm), ruptura da linha escapulo umeral.
NOTA: no caso de tendinite da porção longa do bíceps o teste de GILCHIRST é positivo.

LIFTO-OFF PARA INFERIORIDADE UMERAL.

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DISFUNÇÃO POSTERIOR DA CABEÇA UMERAL

ETIOLOGIA:
Traumatismo direto, transtornos posturais do tipo inversão de curva.

MECANISMO:
A cabeça umeral é POSTERIOR com relação à cavidade glenóide.
Causada pela hipertonia do deltóide anterior e à hipotonia do deltóide posterior e do peitoral maior.
É a lesão glenoumeral menos frequente pela presença da espinha da escápula.
Há tensão da parte posterior da cápsula e do ligamento coracoumeral.
Associa-se a uma rotação externa do ombro.

SINTOMAS:
Dor na parte posterior do complexo do ombro.
Dor na retropulsão e ao movimento mão-costas.
Restrição da anteposição do complexo do ombro.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção: possível inversão da curva torácica.
Palpação:
Ombro mais posterior.
Dor da parte posterior do ombro.
Teste de mobilidade: rejeição do deslizamento anterior da cabeça umeral.
Teste muscular: fraqueza do deltóide posterior e do peitoral maior.
THRUST PARA A POSTERIORIDADE UMERAL.

VII. ACROMIOCLAVICULAR

OSTEOLOGIA DA CLAVÍCULA
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
INSERÇÕES DA FACE INTERNA DA CLAVÍCULA
INSERÇÕES DO PROCESSO CORACÓIDE
MEIOS DE UNIÃO DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
TRAPÉZIO SUPERIOR
FEIXE CLAVICULAR DO PEITORAL MAIOR
SUBCLAVIO
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

Esta articulação se move em 3 direções:


• Ante e retropulsão
• Elevação e descida
• Rotação longitudinal passiva.
Na mobilidade antero-posterior, a articulação se move ao redor de um eixo vertical Y” e os
ligamentos costo-claviculares controlam o deslocamento.

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FRATURA DO TERÇO INTERNO DA CLAVÍCULA
FRATURA DO TERÇO MÉDIO DA CLAVÍCULA
FRATURA DO TERÇO EXTERNO DA CLAVÍCULA
FRATURAS DA CLAVÍCULA
FRATURA DO ACRÔMIO
ENTORSES E LUXAÇÕES ACROMIOCLAVICULARES
LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
RADIOLOGIA ACROMIOCLAVICULAR
SINAIS RADIOLÓGICOS DA LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

DIFERENÇES GRAUS DA LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR


• Entorse
• Subluxação
• Luxação

ARTROSE ACROMIOCLAVICULAR

DISFUNÇÃO EM SEPARAÇÃO DA ACROMIOCLAVICULAR (GRAU 1)

ETIOLOGIA:
Queda sobre o complexo do ombro.

MECANISMO:
Produz-se um deslizamento superior da clavícula com relação ao acrômio responsável pela separação
articular e da lesão ligamentar. Há hipermobilidade articular.
A separação articular é mantida pelo espasmo do trapézio superior e do deltóide médio, o subclávio
está hipotônico.

SINTOMAS:
Dores em todos os movimentos superiores a 90º: a abdução é quase impossível.
Dor da parte supero-externa do ombro.

DIAGNÓSTICO:
Teste de mobilidade: hipermobilidade.
Teste muscular (se possível): hipotonia do subclávio e do peitoral maior.

TRAPÉZIO SUPERIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

TRAPÉZIO (fibras superiores) - Protuberância occipital externa. - Terço posterior da borda da


Terço medial da linha nucal superior, clavícula.
N. acessório e ramos de (C3 e C4) e parte superior do ligamento cervical
posterior.

DOR REFERIDO DO TRAPÉZIO SUPERIOR


TESTE DO TRAPÉZIO SUPERIOR

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TRAPÉZIO MÉDIO

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

TRAPÉZIO (fibras médias) Porção inferior do ligamento cervical Borda interna do acrômio.
posterior.
N. acessório e ramos de (C3 e C4) Lábio superior da borda posterior da
Processo espinhoso da 7ª vértebra espinha da escápula.
cervical e as 5 primeiras dorsais.

DOR REFERIDA DO TAPÉZIO MÉDIO


TESTE DO TRAPÉZIO MÉDIO

TRAPÉZIO INFERIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

TRAPÉZIO (fibras inferiores) Processos espinhosos de T5 a T12 e Por uma aponeurose que desliza
ligamentos supra-espinhosos sobre a espinha da escápula insere-se
N. acessório e ramos de (C3 e C4) correspondentes. no tubérculo da superfície triangular
lisa.

TESTE DO TRAPÉZIO INFERIOR

SUBCLÁVIO

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

SUBCLAVIO (C5-C6) Face inferior da clavícula Face superior da 1ª costela.

DORES REFERIDAS E PONTOS GATILHO DO SUBCLÁVIO


TESTE DO SUBCLÁVIO
TÉCNICA DE JONES PARA SUBCLAVIO

ADAPTAÇÃO EM TORÇÃO DA CINTURA ESCAPULAR A UMA DISFUNÇÃO C7-T1

DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO ANTERIOR DA CLAVÍCULA

ETIOLOGIA:
• Transtornos posturais (cifose torácica).
• Traumatismo na parte anterior do ombro (queda sobre o ombro).
• Retropulsão forçada (movimento mão-costas): a báscula interna da escápula obriga a
clavícula a bascular anteriormente.
• Saque no tênis (contração violenta do peitoral maior).

MECANISMO:

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A clavícula gira anteriormente sobre seu eixo longitudinal e bloqueia acromioclavicular e
esternoclavicular: associada frequentemente a uma disfunção anterior da esternoclavicular.
A disfunção é fixada pelo espasmo dos músculos:
• Trapézio superior
• Deltóide anterior
• Feixe clavicular do peitoral maior
• Subclávio
O deltóide posterior está hipotônico.
A 1ª costela retrocede pela diminuição de tensão sobre o ligamento costoclavicular: á restrição de
rotação contralateral e lateroflexão homolateral cervical no final da amplitude.

SINTOMAS:
Dor na parte ântero-externa do ombro pelo espasmo do deltóide anterior.
Movimentos dolorosos:
• Antepulsão, abdução.
• Acima de 90º.
• Movimento mão-cabeça.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção:
• Ombro mais anterior, desequilíbrio postural.
• Curva da clavícula menos pronunciada.
Palpação:
• Espaço posterior acromioclavicular maior.
• Zona plana externa da clavícula basculada anteriormente.
• Dor da parte superior da articulação acromioclavicular.
Teste de mobilidade:
• Restrição em rotação posterior (rotação externa do ombro, braço em abdução 90º).
• Restrição em deslizamento anteroposterior.
• Teste do rebote positivo (restrição de retroposição) do complexo do ombro por espasmo do
peitoral maior.
Teste muscular: hipotonia do deltóide posterior.
Esta disfunção se associa frequentemente a:
• Síndrome de Eden.
• A disfunção anterior da cabeça umeral
• A disfunção anterior esternoclavicular.

DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO POSTERIOR DA CLAVÍCULA


ETIOLOGIA:
• Transtornos posturais (inversão da curva torácica)
• Traumatismo na parte posterior do ombro.
• Movimento forçado mão-cabeça: a báscula externa da escápula obriga a clavícula a girar
posteriormente.

MECANISMO:

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A clavícula gira posteriormente sobre seu eixo longitudinal e bloqueia a acromioclavicular e
esternoclavicular: se associa frequentemente a uma disfunção em superioridade esternoclavicular.
A disfunção está fixa pelo espasmo dos músculos:
• Redondo maior, que fixa em báscula externa da escápula.
• Esternocleidomastóideo.
• Subclávio.
O feixe clavicular do peitoral maior, e às vezes o deltóide estão hipotônicos.
A 1ª costela adota uma posição relativamente anterior devido à tensão sobre o ligamento
costoclavicular: por isso é possível que estejam limitadas a rotação homolateral e a lateroflexão
contralateral cervicais no final da amplitude.

SINTOMAS:
Dor à retropulsão e ao movimento mão-costas. Restrição e dor em abdução acima de 90º.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção:
• Ombro mais posterior
• Curva da clavícula mais pronunciada.
Palpação:
• Espaço posterior acromioclavicular menor.
• Zona plana externa da clavícula basculada posteriormente.
• Dor da parte superior da articulação acromioclavicular.
Teste de mobilidade:
• Restrição de rotação anterior (rotação interna do ombro, braço em abdução 90º).
• Restrição em deslizamento posteroanterior.
• Teste muscular: hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior e às vezes do peitoral maior.
NOTA: esta disfunção se associa frequentemente com:
• A disfunção posterior da cabeça umeral.
• A disfunção em superioridade esternoclavicular.
Teste de cruzar o braço (desordem articular acromioclavicular)
Sensibilidade: 0,77
Especificidade: 0,79

TESTE DE MOBILIDADE EM DESLIZAMENTO ANTERIOR


TESTE DE MOBILIDADE EM ROTAÇÃO INTERNA-EXTERNA DA CLAVÍCULA

SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DE ROTAÇÃO DA CLAVÍCULA

DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO ANTERIOR DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO POSTERIOR

Teste de rotação interna livre Teste de rotação externa livre.

Restrição no teste de rotação externa Restrição no teste de rotação interna

Teste de gaveta anterior livre Teste da gaveta posterior livre.

Restrição no teste de gaveta posterior Restrição no teste da gaveta anterior.

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Triângulo acromioclavicular aberto. Triângulo acromioclavicular fechado.

Obliquidade da superfície externa aumentada. Obliquidade da superfície externa diminuída

Forma em “S”diminuída Forma em “S”aumentada.

TÉCNICA ARTICULATÓRIA ACROMIOCLAVICULAR


1º tempo: ANTEPULSÃO HORIZONTAL – TRAÇÃO.
2º tempo: ABDUÇÃO – ROTAÇÃO EXTERNA.
3º tempo: ARTICULAÇÃO EM ROTAÇÃO EXTERNA.

TÉCNICA ARTICULATÓRIA ACROMIOCLAVICULAR EM ANTEPULSÃO


LIFT-OFF ACROMIOCLAVICULAR
SNAP ACROMIOCLAVICULAR
ENERGIA MUSCULAR DA ACROMIOCLAVICULAR PARA DISFUNÇÃO DE ROTAÇÃO POSTERIOR
Rotação posterior da clavícula (braço em abdução 90º).
Barreira motora: rotação interna.
Contrações isométricas: rotação externa.

ENERGIA MUSCULAR DA ACROMIOCLAVICULAR PARA DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO ANTERIOR


Rotação anterior da clavícula (braço em abdução 90º)
Barreira motora: rotação externa.
Contrações isométricas: rotação interna

TÉCNICA FISIOLÓGICA PARA CORREÇÃO DA ROTAÇÃO ANTERIOR DA CLAVÍCULA.


TÉCNICA FISIOLÓGICA PARA CORREÇÃO DA ROTAÇÃO POSTERIOR DA CLAVÍCULA.
DOG TÉCNICA PARA ROTAÇÃO ANTERIOR DA CLAVÍCULA.
DOG TÉCNICA PARA ROTAÇÃO POSTERIOR DA CLAVÍCULA.
REDUÇÃO DE UMA SUBLUXAÇÃO SUPERIOR ACROMIOCLAVICULAR

VIII. ESTERNOCLAVICULAR

LIGAMENTOS ESTERNOCLAVICULARES
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO
MÚSCULOS QUE SE INSEREM SOBRE A EXTREMIDADE INTERNA DA CLAVÍCULA
FEIXE CLAVICULAR DO PEITORAL MAIOR
SUBCLAVIO
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
Esta articulação se move em 3 direções:
• Ante e retropulsão
• Elevação e descida
• Rotação longitudinal passiva.
Na mobilidade antero-posterior a articulação se movimenta ao redor de um eixo vertical Y’e os
ligamentos costo-claviculares controlam o deslocamento.

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ANTEPOSIÇÃO
ELEVAÇÃO

ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO Ventre esternal: Face lateral da mastóide do vértice à


borda superior.
N. espinhal (C2, C3) Parte superior da face anterior do
manúbrio. Por uma fina aponeurose na metade
externa da linha curva occipital.
Ventre clavicular: borda superior e
face anterior do terço médio da
clavícula.

DORES REFERIDAS DO ECOM


TESTE DOS ECOM
Unilateral
Bilateral

STRETCHING DO ECOM
SPRAY AND STRETCH DO ECOM

ENTORSES E LUXAÇÕES ESTERNOCLAVICULARES


Raras, passam despercebidas devido aos mínimos incômodos que provocam.

GRAU1: entorse simples

GRAU2: ruptura da cápsula e dos ligamentos esternoclaviculares, porém mantém a integridade do


ligamento costoclavicular.
Dor articular espontânea ou desencadeada pelo movimento.
Irradiação dolorosa para o pescoço.
Impotência funcional ligeira.

GRAU 3: LUXAÇÃO.
POSTERIOR ou retroesternal: riscos de compressão visceral ou vascular (choque antero-posterior)
ANTERIOR ou pré-esternal: a mais frequente (queda sobre a parte anterior do complexo do ombro)
SUPERIOR ou supraesternal: (queda ou choque sobre a parte superior do complexo do ombro)
ARTRITE ESTERNOCLAVICULAR

DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA ESTERNOCLAVICULAR

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ETIOLOGIA:
• Trauma sobre a parte supero-externa do ombro (queda).
• Tração violenta no braço para baixo (segurar um peso).
• O choque ou a tração violenta sobre a extremidade externa da clavícula na extremidade
externa da clavícula faz com que a extremidade interna suba: o espasmo dos músculos
esternocleidomastoideo e esternohioideo.
• A tração no ligamento costoclavicular arrasta a 1ª costela em disfunção posterosuperior.

SINTOMAS:
• Restrição ou dor na elevação do complexo do ombro e abdução acima de 120º.
• Restrição cervical na lateroflexão homolateral e rotação contralateral.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção: extremidade interna da clavícula mais alta do lado do ombro doloroso.
Palpação: idem, dores nos músculos:
Esternocleidomastoideo (fechamento do forame jugular).
Esternocleidohioideo.
Teste de mobilidade: restrição na descida da extremidade interna da clavícula quando o paciente
realiza uma elevação do complexo do ombro ou uma abdução de mais que 120º.
Teste muscular: hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior e do subclávio.

PALPAÇÃO DA ESTERNOCLAVICULAR NORMAL


As duas extremidades internas das clavículas estão na mesma altura: os dois dedos se encontram à
mesma altura.
O teste muscular do subclávio e do feixe clavicular do peitoral maior é normal.

PALPAÇÃO DE UMA SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR


Do lado lesionado, a extremidade interna da clavícula está mais alta uns 5 mm. Os dois dedos não se
encontram na mesma altura: o lado da disfunção é o lado do dedo mais alto.
Existe uma hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior, às vezes do subclávio, ao teste muscular.

DIAGNÓSTICO DE UMA SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR


TESTE DE MOBILIDADE ESTERNOCLAVICULAR EM ROTAÇÃO DA CLAVÍCULA (whiplash)
TESTE DE MOBILIDADE ESTERNOCLAVICULAR EM ROTAÇÃO DA CLAVÍCULA (whiplash)
RADIOLOGIA ESTERNOCLAVICULAR
SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR
NOTAS: associa-se frequentemente com as disfunções em rotação antero-posterior da clavícula.
Pode-se associar a uma síndrome crânio-mandibular (Síndrome Algo Disfuncional da Articulação
Temporo-Mandibular) ou a transtornos da deglutição.

THRUST DA ESTERNOCLAVICULAR
TÉCNICA DE THRUST PARA SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR
TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR PARA SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR
REDUÇÃO DE UMA DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR

DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE DA ESTERNOCLAVICULAR

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ETIOLOGIA:
• Choque direto anteroposterior sobre o ombro (queda): o choque violento sobre a
extremidade externa da clavícula arrasta para frente sua parte anterior.
• Whiplash posterior: a hiperflexão cervical, quando o pescoço está em rotação arrasta a 1ª
costela para frente, o que traciona o ligamento costo-clavicular e anterioriza a parte interna
da clavícula.

SINTOMAS:
• Dor difusa de ombro: dor em abdução-rotação externa (mão-cabeça)
• Restrição de anteposição do complexo do umbro.
• Restrição em lateroflexão contralateral e rotação homolateral do pescoço (final de
amplitude) quando a 1ª costela está em subluxação anterior (Whiplash).

DIAGNÓSTICO:
Inspeção: extremidade interna da clavícula mais anterior do lado doloroso.
Palpação: idem. Dor do subclávio e do esternocleidomastoideo.
Teste de mobilidade: restrição da anteposição do complexo do ombro: durante a anteposição do
ombro a extremidade interna não retrocede.

IRM ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR


TESTE DE MOBILIDADE GLOBAL DA ESTERNOCLAVICULAR
DIAGNÓSTICO DE UMA ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR
TÉCNICA DE THRUST PARA ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR
ENERGIA MUSCULAR PARA ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR (Greenman D.O)
Barreira motora: o terapeuta eleva o complexo do ombro em anteposição e realiza uma dupla de
força com as duas mãos.
Contração isométrica: retroposição do complexo do ombro (o paciente empurra o ombro para a
maca).
REDUÇÃO DE UMA DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR
ENERGIA MUSCULAR PARA ROTAÇÃO POSTERIOR DA CLAVÍCULA

IX. ESCAPULOTORÁCICA

INSERÇÕES DA FACE POSTERIOR


INSERÇÕES DA FACE ANTERIOR
INSERÇÕES DA FACE EXTERNA
PONTOS DE REFERÊNCIA DA ESCÁPULA
ARTICULAÇÃO ESCAPULO-TORÁCICA
MÚSCULOS DA ESCÁPULA
MÚSCULOS ESCAPULARES
ELEVADOR DA ESCÁPULA E ROMBÓIDE
SERRÁTIL ANTERIOR
PEITORAL MENOR
SUBESCAPULAR

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ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
O plano escapular é de:
• 30º com o plano Frontal
• 60º com a clavícula
O serrátil maior determina 2 espaços de deslizamento entre a escápula e o tórax, articulações.
A escápula se encontra 5-6 cm da linha dos processos espinhosos torácicos.
Guiada pelo trilho clavicular, a escápula realiza deslizamentos e movimentos interno-externo que
mudam sua orientação.
Durante a abdução se modifica continuamente sua orientação, o que altera a orientação da cavidade
glenóidea para superior.
Existem muitos músculos motores que movem a escápula.

MOVIMENTOS DA ESCÁPULA DURANTE A ABDUÇÃO DO OMBRO


Na abdução, a escápula realiza 4 movimentos:
Uma ELEVAÇÃO de 8 a 10 cm, associada a um deslocamento ANTERIOR.
Uma BASCULA EXTERNA.
Uma BÁSCULA ANTERIOR.
Uma ROTAÇÃO ao redor de um eixo vertical:
1º tempo:
Entre 0 e 90º a cavidade glenóide posterioriza.
2º tempo:
A partir de 90º a cavidade glenóide anterioriza.

MÚSCULOS DA ESCÁPULA
MÚSCULOS DA BÁSCULA EXTERNA DA ESCÁPULA

BÁSCULA EXTERNA DA ESCÁPULA


MÚSCULOS ELEVADORES DA ESCÁPULA

FRATURAS DA ESCÁPULA
FRATURAS DE COSTELAS E CAVIDADE GLENÓIDE DA ESCÁPULA
FRATURA DO COLO DA ESCÁPULA
FRATURA DO ACRÔMIO
FRATURA FOSSA INFRAESPINHOSA
FRATURA FOSSA SUPRAESPINHOSA
FRATURA BORDA EXTERNA DA ESCÁPULA

ROMBÓIDE

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Rombóide maior e menor Processos espinhosos da 7ª vértebra Borda medial da escápula entre o
cervical e as 5 primeiras dorsais. nascimento da espinha e o ângulo
N. ramos próprios (C5) inferior.

DOR REFERIDA DOS ROMBÓIDES


TESTE MUSCULAR DOS ROMBÓIDES

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STRETCHING DOS MÚSCULOS DA BORDA INTERNA DA ESCÁPULA
SPRAY AND STRETCH DO ROMBÓIDE

ELEVADOR DA ESCÁPULA

ORIGEM INSERÇÃO INERVAÇÃO

Processos transversos das quatro Ângulo superior da escápula N. C3-C4 e frequentemente do nervo
primeiras vértebras cervicais rombóide.

DORES REFERIDAS E PONTOS GATILHO A PARTIR DO ELEVADOR DA ESCÁPULA


TESTE DO ELEVADOR
STRETCHING DO ELEVADOR
SPRAY AND STRETCH DO ELEVADOR DA ESCÁPULA

SERRÁTIL ANTERIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

SERRÁTIL ANTERIOR Fascículos da face externa e borda Face anterior do ângulo superior.
superior das primeiras 8 ou 9
N. ramo próprio do plexo braquial costelas. Face anterior da borda vertebral da
(C5-C6-C7) escápula.

Os 5 ou 6 fascículos inferiores se
reúnem e inserem na face anterior do
ângulo inferior da escápula.

DORES REFERIDAS DO SERRÁTIL ANTERIOR


TESTE MUSCULAR DO SERRÁTIL ANTERIOR
HIPOTONIA DO SERRÁTIL ANTERIOR (escápula alada)
SPRAY AND STRETCH DO SERRÁTIL ANTERIOR

DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA ESCÁPULA

ETIOLOGIA:
Espasmos musculares:
• Elevador (C3 a C5)
• Peitoral menor (C6-T1)
• Trapézio superior (nervo acessório – XI, C3-C4)
• Desequilíbrio postural (escoliose)

SINTOMAS:
Dores isquêmicas destes músculos (trapezalgia).
Restrição de descida e retroposição do complexo do ombro.

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DIAGNÓSTICO:
Inspeção: ombro mais alto e mais anterior.
Palpação: ângulo inferior da escápula mais alta.
Pontos gatilhos.
Teste de mobilidade: restrição de descida do ombro e do movimento mão-costas.
Teste muscular: hipotonia trapézio inferior.
Ao teste muscular existe uma fraqueza do grande dorsal.

PALPAÇÃO DA SUPERIORIDADE DA ESCÁPULA


Ao teste muscular existe uma fraqueza do grande dorsal.

DISFUNÇÃO EM ADUÇÃO DA ESCÁPULA


MECANISMO:
A escápula está fixa em adução pelo espasmo dos músculos rombóides e trapézio médio.

SINTOMAS:
• Dor isquêmica da zona interescapular.
• Restrição em abdução e antepulsão acima de 140º.
• Restrição no movimento mão-cabeça.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção: borda interna da escápula mais próxima da linha do processo espinhoso.
Palpação: pontos gatilho.

DISFUNÇÃO EM BÁSCULA EXTERNA DA ESCÁPULA

ETIOLOGIA:
• Desequilíbrio postural.
• Capsulite.
• Disfunções vertebrais e da glenoumeral.

MECANISMO:
A báscula externa está fixa pelo espasmo dos músculos:
Elevador da escápula (C3 a C5)
Redondo maior (C5-C6)
Subescapular (C5-C6)
Parte inferior do serrátil maior (C5 a C8).
Há hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior e do rombóide.
A clavícula adapta em rotação posterior.

SINTOMAS:
Dor isquêmica dos músculos envolvidos.
Restrição na amplitude final de abdução e no movimento mão-costas.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção: ombro mais alto, ponta da escápula mais alta e mais externa.
Palpação: igual.

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Teste de mobilidade: restrição da báscula interna.
Teste muscular: fraqueza do feixe clavicular do peitoral maior e do rombóide.
TESTE EM BÁSCULA INTERNA (disfunção em báscula externa)

DISFUNÇÃO EM BÁSCULA INTERNA DA ESCÁPULA


MECANISMO:
• Raras, acontece por espasmos do trapézio inferior por disfunções vertebrais C2 a C4,
disfunção C0-C1, occipito-temporal (forame jugular) e a espasmos do rombóide ou grande
dorsal por disfunções torácicas.
• Produz uma adaptação em rotação anterior da clavícula.

SINTOMAS:
Dor isquêmica do trapézio inferior.
Restrição de abdução acima de 140º e do movimento mão-cabeça.

DIAGNÓSTICO:
Inspeção:
• Ombro mais baixo e mais posterior
• Ponta da escápula inferointerna.
Palpação:
• Báscula interna.
• Pontos gatilho do trapézio inferior.
Teste de mobilidade:
• Restrição de báscula externa.
• Ligeira restrição de rotação posterior da clavícula.
Teste muscular: hipotonia do elevador
THRUST EM BÁSCULA EXTERNA (disfunção em báscula interna)

X. RADIOLOGIA

ARTROSE
É a doença degenerativa mais frequente.
É uma das doenças mais antigas da espécie humana.
Maior freqüência a partir dos 40 anos, ainda que entre os 15-24 anos tenham encontrado 10% das
manifestações radiológicas.
Não existe correlação entre a presença de sinais radiológicos e manifestações clínicas.
Doença degenerativa e progressiva das articulações, na que podem ocorrer episódios inflamatórios e
agudização na sua evolução (osteoartrite).

SITOMAS:
Dor que aumenta com o uso articular.
Rigidez que aumenta com o repouso prolongado.
Limitação da mobilidade articular.
Espasmo e dor muscular.
Deformidade da articulação.
As duas grandes síndromes da patologia articular, artrose e artrite reumática.

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ARTRITE REUMÁTICA ARTROSE

Doença inflamatória do tecido conjuntivo que afeta Doença mecânica e degenerativa com predomínio sobre a
primeiro e principalmente a sinovial com frequente cartilagem sem manifestação visceral associada: doença
acometimento visceral: doença frequentemente sistêmica. com predomínio local.

De causa desconhecida, no geral por um mecanismo De causa mecânica, traumática ou ligada ao


infeccioso ou imunológico. envelhecimento.

Dor inflamatória, que aumenta com o repouso e diminui Dor mecânica, com a função articular, que diminui com o
com os primeiros movimentos. repouso.

Sinais locais de calor e de rubor, associados à tumefação. Nenhum sinal clínico inflamatório, mesmo que haja
tumefação (articulações frias)

Sinais de alteração do estado geral. Nenhuma modificação no estado geral

Sinais radiológicos: Sinais radiológicos:

Expressão radiológica tardia Precedem aos sinais clínicos

Pinçamento das interlinhas com: Pinçamento da interlinha articular associado a reações


osteofíticas.
Desmineralização das superfícies articulares
Condensação das margens articulares e geodas.
Erosão e irregularidades destas superfícies

Não há osteófitos.

Sinais laboratoriais: Sinais laboratoriais:

Sedimentação globular elevada. Sedimentação globular normal.

Os testes biológicos inflamatórios estão perturbados. Os exames complementares da inflamação são normais.

Líquido articular de fórmula inflamatória: Líquido articular de fórmula mecânica:

Mais de 2.000 células por milímetro cúbico com mais de Menos de 500 elementos por milímetro cúbico, menos de
50% de polinucleares. 25% polinucleares.

Albumina superior a trinta gramas por litro. Albumina claramente inferior a trinta gramas por litro.

OSTEOARTROSE

CARACTERÍSTICAS PATOLÓGICAS:
Representa um processo gradual de destruição e regeneração; precoce na doença a cartilagem
articular perde sua aparência reluzente.
Depois as capas da superfície se dividem em flocos enquanto que as capas mais profundas
desenvolvem sulcos longitudinais e zonas de fibrilação; a cartilagem afina.

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O OSSO SUBCONDRAL:
Espessa, esclerosa e erosiona.
O osso subcondral apresenta trabéculas mais espessas e microfraturas.

OS CISTOS:
Podem ser vistas no osso subcondral.
Devem-se aos aumentos na pressão intrasinovial.

OS OSTEOFITOS:
São bicos de papagaio ósseos cobertos por cartilagem hialina, podem desenvolver nas margens da
articulação e progressivamente crescer.
Pequenos pedaços de osso cobertos de cartilagem que podem aparecer dentro da articulação,
conhecidos como “ratos articulares”.

SINAIS RADIOLÓGICOS
• Estreitamento do espaço articular.
• Perda da congruência articular.
• Osteófitos marginais.
• Alterações no contorno dos ossos.
• Diminuição da espessura dos ossos.
• Esclerose óssea subcondral.
• Formação de cistos subcondrais.
• Calcificações periarticulares.
• Corpos livres intra-articulares.
• Cistos ósseos.

ARTROSE LOMBAR

ARTROPATIAS FACETÁRIAS
ARTROSE INTERFACETÁRIA
As pressões articulares são responsáveis por um desgaste da cartilagem articular, de uma
condropatia precoce. Quando as pressões chegam ao osso subcondral os nociceptores mandam
mensagens nociceptivas.
As margens articulares condensam e aparece a artrose articular posterior. Quando estas lesões
aumentam podem provocar estenose do canal medular e uma hipertrofia dos ligamentos amarelos.
Osteófitos anteriores podem provocar uma estenosa foraminal com irritação do nervo sinus
vertebral, das artérias e das veias peri-radiculares.
RETROLISTESE ARTRÓSICA:
Os meniscos sinoviais interfacetários podem estar pinçados: sua parte vascular desencadeia então
uma estimulação nociceptiva.
O forame de conjugação, pelo retrocesso vertebral, adota um aspecto curvo “em baioneta”. A tensão
capsuloligamentar nociceptiva se associa a espasmos da musculatura vertebral profunda.

ESPONDILOLISTESE LÍTICA
ESPONDILOLISTESE ARTRÓSICA
ARTROSE SACROILÍACA

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ARTROSE DORSAL
Afeta as articulações intervertebrais, interfacetárias e articulações costovertebrais.
Projeções AP e lateral. Os sinais costumam aparecer na região média e inferior.
O disco intervertebral pode conservar sua altura ou sofrer um pinçamento ligeiro. Aparecem
osteófitos anteriores e posteriores.
FENÔMENO DE VÁCUO DISCAL:
Aparecimento de uma imagem radiolúcida no espaço discal de morfologia linear. Corresponde com
uma coleção de gás, principalmente nitrogênio, que aparece em lugares com pressão negativa
subseqüente à degeneração discal (principalmente pelo acometimento do núcleo pulposo).

ARTROSE CERVICAL
A estenose artrósica provoca uma radiculalgia unilateral com parestesias, formigamentos, possíveis
transtornos periféricos.
PODE AFETAR A QUALQUER ARTICULAÇÃO EXISTENTE (interfacetárias, uncovertebrais).
As alterações radiológicas predominam na coluna cervical baixa.
O lugar mais frequente é C5-C5, seguido por C6-C7.
Deve-se solicitar projeções anteroposterior, lateral e oblíquas.

SÍNDROME DE BARRE-LIOU E MANIPULAÇÕES


A síndrome de Barre-Liou é uma contra-indicação formal à utilização das técnicas de thrust no nível
cervical.

ARTROSE CERVICAL E ESTENOSE FORAMINAL


ARTROSE CERVICAL
HÉRNIA DISCAL
NÓDULO DISCO-OSTEOFÍTICO
ESTENOSE VERTEBRAL

COLUNA CERVICAL
Em uma incidência de perfil mede-se a distância entre a borda posterior do corpo vertebral e a união
lâmina-processo espinhoso.
Esta distância não deve ser inferior a:
C1: 16 mm
C2: 14 mm
C3: 13 mm
C4 até C7: 12 mm

COLUNA LOMBAR
Em uma incidência de perfil mede-se da mesma maneira que para as cervicais: a distância da borda
posterior do corpo vertebral e união lâmina-espinhosa não deve ser inferior a 12 mm.
Em uma incidência de frente à distância interpedicular deve ser de 22 a 24 mm.
TAC
ESTENOSE MEDULAR
IRM SAGITAL
HIPEROSTOSE EXUBERANTE DE LE FOSTERIER

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XI. DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO DAS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS OSTEOPÁTICAS

DISFUNÇÃO CERVICAL
MEDIDAS CERVICAIS SUPERIORES
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO DO AXIS
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO DO ATLAS
DISFUNÇÕES DO ATLAS
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO DO ATLAS
DISFUNÇÕES DO OCCIPITAL
• Ângulo occipito-atlas normal (8º)
• Lesão de flexão do atlas (ângulo inferior a 8º)
• Disfunção em flexão do occipital
• Disfunção em extensão do occipital

DISFUNÇÕES LOMBARES
• Curva de Haldey
• Desdobramento da borda posterior do corpo vertebral traduzindo uma rotação.

MÚLTIPLAS DISFUNÇÕES LOMBARES


ANTERIORIDADE DORSAL T3-T4-T5
ANTERIORIDADE DORSAL T7-T8-T9-T10
MEDIDAS RADIOLÓGICAS PARA OS ILÍACOS – ROTAÇÃO ANTEROPOSTERIOR DO ILÍACO.
MEDIDAS RADIOLÓGICAS PARA OS ILÍACOS – ROTAÇÃO EXTERNA-INTERNA DO ILÍACO.
DISFUNÇÃO ANTERIOR DA BASE SACRA
DISFUNÇÃO ANTERIOR DA BASE SACRA E IMPORTANTE DESTRUIÇÃO DISCAL L5-S1
MEDIDAS RADIOLÓGICAS PARA O SACRO
TRANSTORNOS POSTURAIS
• Curva normal
• Hiperlordose lombar
• Inversão de curva cervical com importante artrose
• Inversão de curva cervical
• Medidas radiológicas para a glenoumeral
• Medidas radiológicas para a tibiotarsiana
• Pinçamento articular anterior por disfunção anterior da tíbia ou do tálus
• Medidas radiológicas craniais.

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BANDEIRAS VERMELHAS PARA OMBRO

Determinam se os sintomas do paciente evocam um transtorno visceral ou uma doença séria como
câncer ou fratura. Sintomas/sinais de alerta:

• Antecedentes de malignidade ou sintomas/sinais compatíveis com uma neoplasia. Por


exemplo, perda de peso, deformação, presença de uma massa ou inchaço, mal estar
abdominal.
• Em eritema subjacente de pele pode sugerir um tumor ou uma infecção.
• Sintomas/sinais de doença sistêmica: investigar especificamente sintomas que podem indicar
uma patologia reumática, polimialgia, arterite de células gigantes.
• A febre pode sugerir uma malignidade ou uma infecção.
• Um histórico de traumatismo, convulsões ou descarga elétrica recente podem sugerir
luxação não reduzida.
• Modificação dos contornos do ombro com perda das rotações que sugerem uma luxação.
• A presença de um déficit sensitivo ou motor significativo sugere uma lesão neurológica.

Modelos regionais de dor referida ao ombro:


- Ombro esquerdo:

• Infarto do miocárdio, um 68,7% de pacientes informam de uma dor do ombro durante um


infarto do miocárdio.
• Ruptura do baço.

- Os dois ombros:

• Tumor de Pancoast e Tobias

- Ombro direito

• Patologia hepática
• Carcinoma, cirrose, hepatite
• Estômago
• Hérnia de hiato
• Cirurgia pós-bariátrica.
• Perfuração gástrica.
• Úlcera péptica.
• Pancreatite.
• Câncer pancreático.
• Colecistite: tipicamente acompanhado de febre ou náusea/vômito.

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Fraturas

As fraturas podem resultar no traumatismo como quedas sobre a mão estendida. As conhecem como
lesões de Foosh.

• Fratura umeral proximal ou distal


• Fratura da clavícula

As fraturas da clavícula resultam habitualmente de um choque direto sobre o ombro que produz uma
compressão axial. Cerca de 80% das fraturas são da região de 1/3 médio da clavícula. As fraturas
distais da clavícula possuem uma incidência de 10-15% e as fraturas médias da clavícula possuem
uma incidência de 3 a 5%.

Indicações para o envio imediato ao hospital:

• Deformação inexplicada ou inchaço.


• Fraqueza muscular significativa não causada pela dor.
• Luxações de repetição, instabilidade.
• Tumores suspeitos.
• Febre/calafrios/mal estar.
• Déficit não explicado sensitivo ou motor.
• Sinais pulmonares ou vasculares.

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Indicações para envio à urgência

• Fratura deslocada ou instável.


• Luxação de ombro.
• Ruptura massiva do manguito rotador (>5 cm).
• Luxação acromioclavicular ou esternoclavicular.
• Dor severa do ombro não diagnosticado.

ALERTAS

• Cirurgia anterior significativa para traumatismo.


• Sinais de doença sistêmica (perda de peso, suores noturnos, febres).
• Dor severa.
• Dor noturna.
• Paciente jovem (55anos).
• Sinais de compressão da medula espinhal.
• Sensibilidade significativa de um corpo vertebral.
• Antecedentes de tuberculose, HIV, câncer ou artrite inflamatória.

Bandeiras Amarelas

• Depressão.
• Medos e comportamentos evasivos.
• Síndromes dolorosas.
• Doença psicológica convergente.
• Compensação por acidente de trabalho.
• Falta de apoio da família/comunidade.

Sempre deve eliminar a possibilidade de acometimento da coluna cervical.

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GENERALIDADES DO OMBRO

INFLUÊNCIAS

• MEMBRO SUPERIOR
• TÓRAX
• COLUNA CERVICAL, DORSAL E LOMBAR
• ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM)

Isto ocorre a través de cadeias musculares, fáscias, linhas de força, elementos de inervação,
vasculares e linfáticos, 1ª e 2ª costelas, esterno e restante do gradil costal.
No anel osteoligamentar da pelve, cada osso arrasta aos outros em qualquer movimento, já que
requer solidez por sua importante fincão estática.
Diferentemente o anel osteo-mio-ligamentar da cintura escapular pode atuar por metades QUASE
independentes, já que sua função é eminentemente dinâmica, sempre levando em conta o critério
de INTEGRIDADE ABSOLUTA do corpo humano.
Está unido ao tronco e pode-se considerar como parte dele, oferece sustentação para desenvolver a
coordenação específica. Através da cintura escapular passam elementos de inervação e
vascularização para os membros superiores de indiscutível importância.
A estática e dinâmica desta unidade funcional influencia e é influenciada por outras regiões.
Está constituída por úmero, escápula, clavícula, esterno, 1ª costela, 1ª vértebra dorsal e musculatura
de união das escápulas à coluna.

REGRA DOS 4 DEDOS

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MORFOLOGIA PALPATÓRIA DO OMBRO

Aspecto anterior da estrutura óssea do ombro.

TESTE DA PROTRAÇÃO ESCAPULAR

O levantamento das escápulas indica fraqueza do músculo serrátil anterior e se manifesta quando o
paciente realiza um impulso com os braços ou tenta empurrar a parede.

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35
EFEITOS DA FACILITAÇÃO MEDULAR SEGUNDO IRWIN KORR

A- Angiótomo. D- dermátomo. M- miótomo


S- Esclerótomo. V- Viscerótomo
1- Medula espinhal
2- Raiz posterior sensitiva
3- Raiz anterior motora
4- Gânglio simpático laterovertebral e ramos comunicantes.
5- Gânglio plexiforme visceral.

SINAIS CLÍNICOS DA FACILITAÇÃO MEDULAR

A LESÃO MAIOR, do ponto de vista neurológico, deve ser imperativamente tratada, é uma verdadeira
urgência osteopática.
Podemos encontrar, em caso de lesão maior:
• Uma dor à palpação do processo espinhoso ou faceta articular no mesmo ESCLERÓTOMO.
• Dermalgias reflexas no DERMÁTOMO.
• Desequilíbrios tônicos agonista-antagonista dentro do MIÓTOMO.
➢ Dores referidas e espasmos musculares (cordão miálgico à palpação).
➢ Hipotonia muscular dos músculos antagonistas dos músculos espasmados.

DISFUNÇÃO SOMÁTICA CERVICAL

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METÂMEROS DO MEMBRO SUPERIOR

DISFUNÇÃO C5-C6 E RECIPROCIDADE TÔNICA AGONISTA – ANTAGONISTA NO NÍVEL DO


OMBRO

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HIPOMOBILIDADE/HIPERMOBILIDAE DA CINTURA ESCAPULAR

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ESQUEMA LESIONAL DO OMBRO

Vias neurológicas da dor cardíaca

EXPLORAÇÃO DO OMBRO

A s zonas que se relacionam com o ombro produzem às vezes dores reflexas no mesmo.

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GENERALIDADES SOBRE AS DISFUNÇÕES DA CINTURA ESCAPULAR
Existem 4 articulações no ombro, não se deve esquecer nenhuma.

A GLENOUMERAL:

• As disfunções de superioridade possuem uma causa primária traumática ou secundária por


espasmos musculares.
• As disfunções de anterioridade são resultado do desequilíbrio tônico do manguito rotador.
• As disfunções de inferioridade são problemas ligamentares.
• As lesões do lábio glenoidal resultam da hipermobilidade glenoumeral.
• As 3 chaves musculares são: redondo maior, peitoral maior e subescapular.

A ACROMIOCLAVIVULAR:

• Estas disfunções acontecem devido ao desequilíbrio tônico DELTÓIDE-TRAPÉZIO SUPERIOR:


➢ Espasmo do trapézio superior
➢ Hipotonia do deltóide
• O músculo SUBCLAVIO é a chave tônica que protege a clavícula.
• A TORÇÃO das clavículas (rotações anterior e posterior) se deve ao desequilíbrio tônico, é
uma disfunção muscular. Comparável à torção da pelve ou do crânio.

A ESTERNOCLAVICULAR

• Os dois músculos importantes são:


➢ Esternocleidomastoideo (relação com o crânio).
➢ Subclávio.
• As disfunções são do tipo subluxações anterior ou superior.

A ESCAPULOTORÁCICA:

A escápula está inteiramente sob influência dos músculos: é um osso sesamoide.


As chaves musculares são:
• Serrátil maior e peitoral menor em relação às costelas.
• Elevador da escápula em relação com a coluna cervical.
• Rombóide em relação com a coluna torácica.

SINTOMAS DAS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DO OMBRO

Exceto no caso de traumatismo direto, as disfunções do ombro acontecem devido a uma coluna
cervical em disfunção: é a facilitação medular cervical que desequilibra o tônus muscular agonista-
antagonista.
O desequilíbrio postural possui igualmente um papel etiológico:

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DISFUNÇÕES GLENOUMERAIS

• Esclerótomo: C5-C6-C7
• Miótomo: deltóide, coracobraquial, supraespinhoso, infra-espinhosos, subescapular,
redondo maior, redondo menor, peitoral maior.
• Sintomas:
➢ Dores em ABDUÇÃO-ANTEPULSÃO entre 0 e 90º.
➢ Restrição em rotação, braço ao longo do corpo.

DISFUNÇÕES DA CLAVÍCULA

• Esclerótomo:
➢ Acrômioclavicular: C5-C6.
➢ Esternoclavicular: C4-C5
• Miótomo: deltóide, trapézio superior e inferior, subclávio, feixe clavicular do peitoral maior,
esternocleidomastoideo.
• Sintomas:
➢ Dores em ABDUÇÃO-ANTEPULSÃO entre 80º e 130º.
➢ Restrições em rotação, braço em abdução 90º
➢ Rotação interna= rotação anterior da clavícula.
➢ Rotação externa = rotação posterior da clavícula.
➢ Dores quando o paciente está deitado sobre o ombro lesionado ou ao carregar
pesos.

DISFUNÇÕES DA ESCÁPULA E DA COLUNA

• Esclerótomo: C5-C6-C7.
• Miótomo: rombóides, elevador da escápula, trapézio, serrátil anterior, espinhais.
• Sintomas: dores ao final de amplitudes: rotações, antepulsão, abdução.

DIAGNÓSTICO ARTICULAR SEGUNDO CYRIAX

A análise do movimento ativo e passivo é fonte de dados importantes.


NOÇÃO DE ARCO DE MOVIMENTO DOLOROSO:
Caso se produza uma dor durante o movimento, na ida e na volta, é porque algum tecido sensível
está comprimido entre duas estruturas duras.
Exemplo: um arco doloroso na abdução-adução indica uma compressão do supraespinhoso entre
tubérculo maior e acrômio.
• Uma dor durante um movimento ativo significa que há lesão de um músculo ou dos tecidos
periarticulares ligamentares.
• Se a dor desaparece ao movimento passivo e aumenta com a contração isométrica há
presença de tendinite.
• Uma dor durante o movimento passivo traduz uma hipermobilidade (amplitude normal) ou
uma retração (ligamentos, cápsulas).

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• Uma dor durante os movimentos passivos e ativos na mesma direção traduz uma lesão
articular ou uma retração.
• Uma dor durante os movimentos ativos e passivos em direções opostas indica uma
tendinite.

AVALIAÇÃO ESTÁTICA DO DORSO

• OMBRO MAIS ALTO


➢ Fraqueza do grande dorsal ou espasmo do trapézio superior
• OMBRO MAIS BAIXO
➢ Espasmo do grande dorsal.
➢ Hipotonia do trapézio superior
• ESPAÇO INTERESCAPULAR MAIOR
➢ Hipotonia do rombóide e trapézio superior
➢ Espasmo do peitoral menor
• ESCÁPULA ALADA
➢ Hipotonia do serrátil maior.
• ESCÁPULA MAIS ALTA
➢ Espasmo do elevador e do trapézio superior

AVALIAÇÃO DINÂMICA DO DORSO DURANTE A ABDUÇÃO

• DESVIO DO MOVIMENTO
➢ Disfunção glenoumeral ou clavicular
➢ Supraespinhoso (superioridade do úmero)
• BÁSCULA EXTERNA DA ESCÁPULA MAIOR COM ÂNGULO ENTRE ÚMERO E ESCÁPULA
DIMINUIDO
➢ Espasmo ou retração do redondo maior
➢ Hipotonia do rombóide.
• ESPAÇO INTERESCAPULAR MAIR; BBÁSCULA EXTERNA PRECOCE
➢ Idem supra.

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CAUSAS MECÂNICAS DA DOR NA ANTEPULSÃO

DE 0O A 80 O
A lesão é glenoumeral, há três lesões que podem produzir esta restrição:
• Lesão de anterioridade.
• Lesão de superioridade.
• Lesão de inferioridade.
A lesão que mais limita o movimento é a anterioridade associada com superioridade, já que a cabeça
não poderá descer.
Na lesão de inferioridade a dor aparece próximo dos 80 O e determina uma lesão ligamentar.

DE 80º A 120º.
A lesão encontra-se no nível da clavícula e podemos encontrar:
• Lesão em rotação anterior.
• Lesão de separação acromioclavicular
• Lesão de anterioridade esternoclavicular (próximo dos 120º).
Isto explica porque para o movimento de antepulsão, a clavícula deve rodar posteriormente e a
extremidade realizar uma retropulsão.

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DE 120º A 180ª.
Fundamentalmente deve-se a lesões esternoclaviculares e escapulotorácicas, podemos pensar
também em problemas da coluna cervical, dorsal ou das cinco primeiras costelas:
• Lesão de superioridade esternoclavicular.
• Lesão de báscula da escápula (por retração do elevador da escápula e rombóide).
• Lesão da coluna cervicotorácica e costelas (nos últimos graus de movimento).

CAUSAS MECÂNICAS DA DOR NA ABDUÇÃO

DE 0 A 80º
Lesão glenoumeral ou da cabeça do úmero. Há três tipos de lesões possíveis:
• A mais patógena é a lesão de superioridade que determina a tendinite do supraespinhoso
(diminuição do espaço subacromial que aumenta a fricção sobre o tendão). Quando o
aparecimento da dor é entre 80º a 90º (momento em que o úmero realiza rotação externa)
acontece pela compressão do tendão do supraespinhoso ou da bursa subacromial associada
a uma lesão de superioridade da cabeça umeral.
• Anterioridade
• Rotação interna.

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DE 80º A 130º.
• A lesão se encontra na articulação acromioclavicular sendo essencialmente a lesão de
separação (entorse ou hipermobilidade).
• A dor pode ser também por uma lesão de rotação anterior da clavícula devido a que durante
a abdução pelo impulso do acrômio a clavícula deveria rodar para posterior. A dor é pela
tensão ligamentar
• Espasmo do redondo maior.

DE 120º A 180º
• A lesão de superioridade esternoclavicular.
• Lesões escapulotorácicas (báscula interna).
• Lesões cervicotorácicas.
➢ ERS esquerda C7, T1 e T2.
➢ FRS esquerda C7, T1 e T2.
• Lesões costais.
➢ Superioridade 1ª costela.

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CAUSAS MECÂNICAS DA DOR MÃO-CABEÇA

ANTEPULSÃO:
• Superioridade, anterioridade da cabeça umeral.
• Rotação anterior da clavícula.
• Anterioridade esternoclavicular.

ABDUÇÃO:
• Idem, mais superioridade esternoclavicular e redondo maior.
ROTAÇÃO EXTERNA
• ROTAÇÃO INTERNA (peitoral maior, subescapular, grande dorsal, rotação anterior da
clavícula).

EXTENSÃO DA COLUNA
• Disfunções em flexão
• Subluxação posterior da 1ª costela.
• Subluxações posteriores das costelas.

VAGO DO COTOVELO
• Lateralidade externa do cotovelo.

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CAUSAS MECÂNICAS DA DOR MÃO-COSTAS

RETROPULSÃO:
• Superioridade
• Posterioridade do úmero.

ROTAÇÃO INTERNA
• RORAÇÃO EXTERNA (rotação posterior da clavícula)

DESCIDA DO COMPLEXO DO COTOVELO


• Trapézio superior.
• Elevador da escápula

FLEXÃO DA COLUNA
• Disfunções de extensão da coluna
• Subluxações anteriores das costelas

COTOVELO
• Lateralidade interna.

LIVRO DE REFERÊNCIA:

• François Ricard, Jean-Luc Sallé. Tratado de osteopatía. 3ème ed., Panamericana; 2003
• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura escapular y hombro. Ed.
Escuela de Osteopatía de Madrid, 2011.

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CINTURA ESCAPULAR: BIOMECÂNICA

No ombro existem 4 movimentos:


• Flexão-Extensão no plano sagital e no plano horizontal.
• Abdução-adução
• Rotação longitudinal.

Existem 4 eixos de movimento:


• Eixo transversal: incluindo no plano frontal: Permite os movimentos de flexo-extensão no
plano sagital.
• Eixo anteroposterior: Permite os movimentos de abdução e adução no plano frontal.
• Eixo vertical: Dirige os movimentos de flexão e extensão realizados no plano horizontal.
• Eixo longitudinal do úmero: Permite a rotação externa/interna do braço e do membro
superior de 2 formas:
➢ A rotação voluntária.
➢ A rotação automática.

O ombro é um complexo de 5 ARTICULAÇÕES:


3 articulações sinoviais:
• Escapuloumeral
• Acromioclavicular
• Esternoclavicular.

2 planos de deslizamento:
• Escapulotorácico
• Subdeltoideo

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A ARTICULAÇÃO ESCAPULOUMERAL

É uma articulação do tipo Enartrose que apresenta um modelo mecânico esférico, articulação de 3
eixos e 3 graus de liberdade. Está composto por:
• Cabeça umeral: orientada para cima, para dentro e para trás.
• Cavidade glenóide da escápula: orientada para fora, para frente e ligeiramente para cima.
• O labrum (ou lábio) glenóideo: é um anel fibrocartilaginoso localizado na borda glenóidea de
forma que recobre toda a articulação glenóidea. (COAPTA E ENCAIXA).

Constituída por duas superfícies unidas por uma fraca cápsula reforçada por ligamentos que
integram o labrum glenóideo. Apresenta dois sistemas de ligamentos: uns anteriores (glenoumerais e
coracoumerais) e outras posteriores que não são tão fortes.

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• O coracoumeral com seus 2 feixes

• O glenoumeral com seus 3 feixes: superior, médio, inferior e seus pontos fracos são; Forame
de Weitbrecht, forame de Rouviere e o tendão da porção curta do bíceps.

A pseudoesfera da cabeça umeral apresenta vários centros de rotação segundo os movimentos


localizados em duas zonas.

FUNÇÃO DO LIGAMENTO GLENOUMERAL:

Durante a abdução há tensão do feixe médio e inferior do ligamento glenoumeral, enquanto que o
feixe superior e o ligamento coracoumeral se distendem.

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Durante a rotação sobre o eixo longitudinal
• A R.E tensiona os três feixes do lig. Glenoumeral
• A R.I os distende.

FUNÇÃO DOS LIGAMENTOS CORACOUMERAIS:

Limita a flexão-extensão, suspensão da cabeça umeral.


• Posição anatômica: 2 feixes um no tubérculo maior por trás e outro no tubérculo menor pela
frente.
• Durante a extensão a tensão predomina no feixe do tubérculo menor.
• Durante a flexão a tensão predomina do feixe do tubérculo maior.

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A R.I do úmero que aparece ao final da flexão distende os lig. Coracoumeral e glenoumeral
possibilitando uma maior amplitude de movimento.

A ARTICULAÇÃO SUBACROMIODELTOIDEA

Falsa articulação. Entre deltóide e manguito rotador existe uma superfície de deslizamento na face
profunda do deltóide e o manguito rotador. A bolsa serosa facilita a mobilidade da cabeça umeral.

AMPLITUDE DE MOVIMENTOS DO OMBRO

ABDUÇÃO

Em uma abdução de 90º encontramos o braço em posição horizontal, enquanto que quando a
abdução é completa o membro se encontra em posição vertical. Para ter uma orientação dos graus
de separação podemos ter como referências as seguintes posturas: mão sobre o vértice corresponde
a uma abdução de 120º, enquanto que a posição mão quadril corresponde a aproximadamente 45º
de separação.

FLEXÃO

A flexão completa o ombro corresponde a 170º, para poder chegar aos 180º necessitamos de
extensão lombar. Outras referências são os movimentos mão no queixo que corresponde a 60º e a
mão no vértice que corresponde a 120º de flexão.

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DE MODO GERAL

Podemos falar de diferentes graus de movimentos:


• Extensão: 50º
• Flexão: 170º + 10º = 180º
• Abdução: 180º
• Flexão horizontal:
• A partir da retroposição 30:
• Até a máxima anteposição 140º.
• Rotação externa: 80º.
• Rotação interna: 30º
• Rotação interna com extensão do braço: 95º.

O Paradoxo de Codmann: A combinação sucessiva de abdução 180º e Extensão 180º produz uma
rotação interna de 180º.
Efetua-se da seguinte maneira:

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• Partindo da posição anatômica (de costas) o movimento superior vertical ao longo do corpo,
a palma da mão olhando para frente, o polegar dirigindo-se para frente.
• Em primeiro lugar o M.S realiza um movimento de abdução de 180º da posição vertical, com
a palma da mão olhando para fora o M.S realiza uma extensão de 180º, no plano sagital
deste modo volta a sua posição inicial ao longo do corpo com palma da mão olhando para
fora e o polegar dirigido para trás.

O ciclo ergonômico: a repetição sucessiva de movimentos idênticos, que nascem do ombro, permite
um 3º grau de liberdade no ombro: a rotação adjunta.

Os planos articulares da articulação glenoumeral estão dispostos de tal maneira que os setores de
mobilidade do membro superior estão localizados campo de visão por razões de eficácia.

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MIOLOGIA DO OMBRO

MANGUITO ROTADOR

Formado por uma rafe muscular contínua ao redor da cabeça umeral:


• Infraespinhoso e redondo menor são rotadores externos.
• Subescapular é rotador interno.
• Supraespinhoso e porção longa do bíceps do braço são coaptadores do complexo do ombro.

BÍCEPS BRAQUIAL

O tendão do bíceps, muito próximo à cabeça umeral, é ao mesmo tempo coaptador e abdutor do
ombro: é um elemento importante do manguito. O tendão longo do bíceps para inserir no tubérculo
supraglenoideo segue um caminho intracapsular e extrasinovial e dá fibras para o labrum glenóideo.

SUPRAESPINHOSO

A partir da fossa supraespinhal, o tendão do supraespinhoso passa debaixo do arco coracoacromial e


se insere sobre o tubérculo maior.

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DELTÓIDE

Principal abdutor apresenta 3 partes:


• Externa: abdução.
• Anterior: flexão.
• Posterior: extensão.

COAPTAÇÃO DO OMBRO

A articulação glenoumeral está sujeita a 2 tensões: para baixo pela gravidade e por levar cargas, para
cima pela ação dos músculos longitudinais que comprimem o tendão supra espinhoso.

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BIOMECÂNICA DO OMBRO

ABDUÇÃO DO OMBRO

É o resultado da ação combinada do deltóide, do supraespinhoso e do trapézio para atuar na


escápula.

DE 0 A 90º:
A cabeça do úmero baixa em relação à cavidade glenóide da escápula. Existe rotação externa
automática do úmero. O movimento se realiza na articulação glenoumeral. É o primeiro tempo do
movimento.
Os músculos que atuam são:
• Deltóide.
• Supraespinhoso.

DE 90º A 150º:
O movimento se realiza na articulação acromioclavicular e esternoclavicular. É o segundo tempo do
movimento. Observamos os seguintes fenômenos:
• Rotação externa automática do ombro.
• Articulação esternoclavicular: a extremidade interna da clavícula baixa.
• Articulação acromioclavicular produz uma elevação do complexo do ombro: a extremidade
externa da clavícula sobe, a clavícula realiza uma rotação posterior.
• Articulação escapulotorácica: báscula externa da escápula.

Os músculos que atuam são:


• Deltóide médio
• Trapézio superior
• Serrátil anterior
• Trapézio inferior.

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DE 150º A 180º:
O movimento se realiza na articulação escapulotorácica, e é necessário que a coluna participe no
movimento. É o terceiro tempo do movimento. Além disso, numa segunda fase observamos:
lateroflexão contralateral da coluna torácica e lateroflexão homolateral da coluna cervical.
Os músculos que atuam são:
• Deltóide médio.
• Trapézio superior.
• Trapézio inferior.
• Serrátil anterior.
• Músculos da coluna contralateral.

ANTEPULSÃO DO OMBRO

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DE 0º A 80º:
O movimento se realiza na articulação glenoumeral. É o primeiro tempo do movimento. Cabeça do
úmero baixa no arco de circulo em relação à cavidade glenóide: posterioriza.

Os músculos que atuam são:


• Deltóide anterior.
• Coracobraquial
• Feixe clavicular do peitoral maior.

DE 80º 120º:
O movimento se realiza na articulação acromioclavicular e esternoclavicular. É o segundo tempo do
movimento. Observamos:

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• A extremidade externa da clavícula anterioriza.
• A extremidade interna da clavícula retrocede.
• A escápula se aproxima da parede costal.

Os músculos que atuam são:


• Trapézio superior.
• Trapézio inferior.
• Serrátil anterior.

DE 120º A 180º:
O movimento se realiza na articulação escapulotorácica. É o terceiro tempo do movimento.
Observamos:
• Rotação posterior da clavícula.
• Extensão e lateroflexão contralateral da coluna.
• A extremidade externa da clavícula sobre.
• A extremidade interna da clavícula desce.
• Báscula externa da escápula.

Os músculos que atuam são:


• Trapézio inferior.
• Serrátil anterior.
• Músculos da coluna.

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MÚSCULOS DA ADUÇÃO DO OMBRO:

Músculos da Ante pulsão:


• Feixe clavicular do peitoral maior.
• Deltóide anterior.
• Coracobraquial.
• Bíceps.

Os adutores são numerosos e podemos agrupá-los por grupos:


• Redondo maior + grande dorsal + peitoral maior + rombóide.
• Dupla: rombóide + redondo maior
• Outra dupla: grande dorsal + tríceps

MÚSCULOS DA RETROPULSÃO:

• Porção longa do tríceps.


• Deltóide posterior.
• Redondo menor.
• Grande dorsal.

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• Feixe esternal do peitoral.

MÚSCULOS ROTADORES EXTERNOS:

• Deltóide posterior
• Infraespinhoso
• Redondo menor

MÚSCULOS ROTADORES INTERNOS:


• Peitoral maior
• Deltóide anterior
• Redondo maior
• Grande dorsal
• Subescapular

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62
MOVIMENTOS COMBINADOS

MOVIMENTO MÃO-CABEÇA

Este movimento complexo precisa da combinação de várias articulações e a associação de vários


movimentos:
• Antepulsão/abdução das articulações glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular.
• Rotação externa do úmero e rotação posterior da clavícula.
• Elevação do complexo do ombro e RETROPOSIÇÃO (a extremidade interna da clavícula
anterioriza e a extremidade externa retrocede).
• Báscula externa e abdução da escápula.
• Extensão da coluna torácica
• Valgo e flexão de cotovelo.

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MOVIMENTO MÃO-COSTAS:

Este movimento complexo precisa da combinação de várias articulações e a associação de vários


movimentos:
• Retropulsão glenoumeral (a cabeça umeral se anterioriza com relação à cavidade glenóide).
• Adução rotação interna do ombro.
• Anteposição do complexo do ombro (a extremidade interna da clavícula retrocede enquanto
que a extremidade externa se anterioriza).
• Rotação anterior da clavícula.
• Descida do complexo do ombro (a extremidade interna da clavícula sobe enquanto que a
extremidade externa desce).
• Báscula interna e adução da escápula.
• Flexão da coluna torácica.
• Flexão e varo do cotovelo.

MOVIMENTOS DE EXPLORAÇÃO GLOBAL DO OMBRO

O TESTE DOS TRÊS PONTOS (THE TRIPLE)

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POSSUI 5 ETAPAS.

• Via anterior contralateral: passa pelo lado oposto da cabeça. Avalia a adução (ou flexão
horizontal).
• Via anterior homolateral: passa pelo mesmo lado da cabeça. Avalia a rotação externa.
Máxima na etapa 5.

• Via posterior: partindo da posição 0 (face externa da coxa). Avalia a rotação interna, que é
máxima no estágio 5.

• Vista posterior, mão atrás da cabeça: avalia a extensão rotação externa.

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LIVRO DE REFERÊNCIA:

• François Ricard, Jean-Luc Sallé. Tratado de osteopatía. 3ème ed., Panamericana; 2003
• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura escapular y hombro. Ed

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66
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO OMBRO

INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS MAIS HABITUAIS DO OMBRO

OMBRO AP VERDADEIRO OU PROJEÇÃO DE GRASHEY.

Apresenta a glenoide em perfil. Paciente em pé ou em decúbito. Rotação de 40º com o ombro


comprometido.

OMBRO AP COM ROTAÇÃO INTERNA

Paciente em decúbito supino ou em pé, com o braço ao lado do corpo em rotação interna. O raio
dirigido ao centro da cabeça umeral. Na imagem radiográfica a cabeça umeral se sobrepõe
parcialmente à glenóide escapular.

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OMBRO AP COM ROTAÇÃO EXTERNA.

Paciente em decúbito supino ou em pé, com o braço ao lado do corpo em rotação externa. O raio
está dirigido ao centro da cabeça umeral. Na imagem radiográfica a cabeça umeral se sobrepõe
parcialmente à glenóide escapular.

OMBRO AXIAL OU AXILAR (INCIDÊNCIA DE FRENTE EM ABDUÇÃO).

Paciente sentado ao lado da mesa radiográfica, com o braço abduzido de maneira que a axila fique
sobre o chassi radiográfico. O tubo de raios está dirigido para baixo, a articulação glenoumeral,
angulado 5º a 10º para a lateral.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

FRATURA DO TUBÉRCULO MAIOR

Refere-se basicamente à fratura da tuberosidade maior onde se insere o músculo supra espinhoso. É
descrito três tipos de fraturas do tubérculo maior:
• Fratura cominutiva com grande comprometimento ósseo.
• Fratura sem deslocamento de fragmento.
• Fratura com deslocamento de fragmento.

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68
LUXAÇÃO ANTEROINTERNA GLENOUMERAL

O mecanismo mais frequente é uma queda sobre a mão: a abdução-rotação externa forçada também
pode produzir a mesma lesão.

Sinal clínico: descida da cabeça umeral encontrando-se em posição subcoracoidea


Sinais radiológicos:
• Posição anterointerna da cabeça umeral no côncavo axilar.
• Saliência do acrômio formando o sinal de dragona.
• Sulco externo devido ao deslocamento da glenóide.
• Aumento do espaço acrômio-umeral.

TÉCNICAS DE REDUÇÃO DE LUXAÇÃO INTERNA GLENOUMERAL


• TÉCNICA DE HIPOCRATES: O pé no côncavo axilar realiza tração axial com ligeira rotação
interna e externa da extremidade.

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ARTROSE GLENOUMERAL

A artrose é uma doença degenerativa com perda da cartilagem que recobre as superfícies articulares,
de forma que desaparece o espaço da articulação. Produz perda da cartilagem articular e um
endurecimento das superfícies ósseas com formação de osteócitos (crescimento ósseo na periferia
da articulação).
Geralmente são bem toleradas e dão pouca sintomatologia. Em ocasiões se pode sentir dor irradiada
na face lateral do braço. A sintomatologia piora a noite ou ao realizar esforço, pode acompanhar
crepitação. Com o decorrer do tempo haverá uma diminuição importante da mobilidade da
articulação.

NECROSE AVASCULAR DA CBEÇA UMERAL

(Osteonecrose, necrose isquêmica do osso, necrose asséptica, osteocondrite dissecante)

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Infarto ósseo local que pode ser idiopático ou secundário a diferentes causas. As mudanças
patológicas se caracterizam pela morte celular no osso, devido a um comprometimento da
vascularização. A magnitude da necrose avascular está em função do grau de comprometimento
circulatório.

POLIARTRITE REUMATÓIDE GLENOUMERAL

Artrite reumatoide: este tipo de artrite pode afetar a pessoas de qualquer idade e geralmente afeta
várias articulações do corpo. É uma patologia de natureza autoimune que provoca inflamação
articular. O sintoma mais frequentemente associada à artrite do ombro é a dor. A dor de ombro
vinculada à artrite pode culminar em longos períodos de dor de moderada intensidade a períodos de
dor intensa e súbita do ombro. A dor geralmente intensifica e agrava com a atividade e piora
progressivamente.

OSTEOBLASTOMA

O osteoblastoma é um tumor benigno que cria osso e tecido osteoide. As lesões se encontram
comumente na face dorsal das vértebras ou ossos longos.
Ocorre com maior frequência em adultos jovens com pico de incidência na idade de 20 anos.
Os sintomas incluem dor aguda, inflamação e dor. Os tumores espinhais podem causar escoliose e
sintomas neurológicos. A lesão aparece com defeito radiolúcido com a densidade central. Tumoral
também mostra aumento da captação de isótopos.

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LESÃO DE LABRUM GLENOIDEO

ETIOLOGIA:

Traumatismo durante a prática de esportes, queda, movimentos repetitivos de retro pulsão


horizontal ou de abdução-rotação externa.
Hipermobilidade do labrum e instabilidade glenoumeral por disfunções em:
• Superioridade da cabeça umeral.
• Inferioridade da cabeça umeral.
• Anterioridade da cabeça umeral.

Anatomia Lesão do labrum

Lesão de Perthes do labrum Lesão de Bankart

ARTROSCOPIA NOMAL LABRUM E TENDÃO BICIPITAL

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LESÃO DO LABRUM POR
RUPTURA DO LABRUM GLENOIDEO FRATURA DA BORDA
ÓSSEA DA GLENA

LESÃO DO LABRUM GLENOIDEO LESÃO DO LABRUM GLENOIDEO

MECANISMO:

A hipermobilidade deteriora o labrum.

SINTOMAS:

• Dor difusa do ombro que diminui com o aquecimento dos músculos: a contração isométrica
não dói.
• Amplitudes maiores do lado lesionado.
• Sensação de crepitação quando o paciente movimenta o ombro.

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DIAGNÓSTICO:

• Teste: fraqueza muscular.


• CLUNK GLENOID teste positivo.

RADIOLOGIA DA BORDA GLENOIDEA

Radiologia: achatamento da borda glenoidea da escápula.

Normal Lesão em Pan cortado

IRM: põe em evidência a lesão do labrum.

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Aspecto normal

Aspecto cortado da borda glenoidea, sinal de instabilidade.

Lesão do lábio glenoideo.

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Ruptura do labrum posterior

Ruptura parcial do labrum e do manguito rotador

PROTOCOLO DE TRATAMENTO:

• Tratar as disfunções da cintura escapular e cervicotorácica.


• Musculação do ombro: trabalho dos músculos rotadores internos.

INSTABILIDADE ESCAPULOUMERAL (IRM)

LESÃO DE BANKART:

Lesão do labrum glenoideo anteroinferior (aspecto triangular)


No casso de associação com fratura marginal da cavidade glenoidea: Bankart ósseo.

CALCIFICAÇÕES

A calcificação do ombro se produz por um gradual acúmulo de cálcio na articulação do ombro.


Geralmente, a zona de formação de uma calcificação de ombro costuma estar na parte superior do
braço, coincidindo com a área onde se encontram os tendões do manguito rotador, em particular o
supra espinhoso.
Estas formações possuem uma dimensão variável de 2/3 milímetros a alguns centímetros,
dependendo de quando a calcificação começou a ser depositada.

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Calcificação do tendão bicipital calcificação do supra espinhoso

CAPSULITE ADESIVA

É uma forma de alterada de neurodistrofia dolorosa do ombro caracterizada por uma retração da
cápsula articular com desaparecimento dos recessos capsulares.
Sua origem pode ser:
• Uma tendinite.
• Uma ruptura do manguito rotador.
• Uma fratura ou luxação glenoumeral.
• Uso de certas drogas (barbitúricos).
Desenvolve-se classicamente em 3 fases:
• Etapa 1: dor intensa sem retração Peri articular.
• Etapa 2: diminuição da dor e aparecimento das retrações.
• Etapa 3: retração da cápsula com limitação importante das rotações e impossibilidade de
abdução ou ante pulsão acima de 70º.
A recuperação progressiva da função dura de 8 a 16 meses.
• A reeducação diminui este prazo.

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• Na etapa 1 do tratamento a utilização de calcitonina oferece bons resultados.

Artrografia normal (15cc) Capsulite (8 cc)

Capsulite importante

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PATOLOGIA MUSCULAR GLENOUMERAL

PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE UM MÚSCULO

• Correção da informação neurológica: Disfunção somática vertebral (inervação radicular e


medular).
• Tratamento das inserções (Golgi, Pacini) osso, articulações.
• Tratamento da fáscia (aponeurose bombeio, stretching, posturas, relaxamento miofascial,
energia muscular – contrações isolíticas).
• Tratamento do músculo:
➢ Espasmo: fuso neuromuscular.
➢ Meta: diminuir a hiperatividade gamma.
▪ Stretching, energia muscular, spray and stretch
▪ Massagem (neuromuscular)
▪ Funcional
➢ Hipotonia:
➢ Meta: aumentar o tônus muscular, equilibrar o tônus agonista-antagonista (tratar os
espasmos dos antagonistas).
▪ Musculação: contrações concêntricas.
▪ Tratar a víscera associada ao músculo hipotônico.

MÚSCULOS DO OMBRO E PATOLOGIA

CORACOBRAQUIAL
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Coracobraquial Ponta do processo coracóide Face e borda do úmero, em


frente à inserção do deltóide.
N. músculocutâneo (C6, C7)

TESTE DO MÚSCULO CORACOBRAQUIAL


PACIENTE: sentado, braço em flexão de 30º, cotovelo em flexão, punho sobre o ombro.
TERAPEUTA: exerce uma pressão no sentido do solo sobre a face anterior do úmero.
O teste é positivo para tendinopatia ou lesão muscular se há dor. E para fraqueza se está fraco.

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DELTÓIDE
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Deltóide (fibras anteriores) Borda anterior e face superior do Impressão deltóidea na metade da
terço externo da clavícula face externa do corpo do úmero.
N. circunflexo (C5-C6)

Deltóide (fibras médias) Borda externa e face superior do Impressão deltóidea próximo da
acrômio metade da diáfise umeral, em sua
N. circunflexo face externa.

Deltóide (fibras posteriores) Lábio inferior da borda posterior da Impressão deltóidea na parte medial
espinha da escápula da face externa umeral.
N. circunflexo (C5-C6)

TESTE DO DELTÓIDE
O teste é positivo para tendinopatia ou lesão muscular se há presença de dor. E para fraqueza na
dificuldade em realizar o movimento.

Deltóide anterior Deltóide médio Deltóide posterior

SUBESCAPULAR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Subescapular Os 2/3 internos da face dorsal da Tubérculo menor


escápula.
N. superior e inferior do subescapular Porção anterior da cápsula articular
(C5, C6) Os 2/3 inferiores do sulco da borda do ombro
lateral da escápula

TESTE MUSCULAR SUBESCAPULAR


O teste é positivo para tendinopatia ou lesão muscular se há presença de dor. E para fraqueza
muscular se estiver fraco.

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TESTE DE GERBER
Paciente sentado, com a mão nas costas, o ombro em rotação interna.
Resistimos à rotação interna, pedindo ao paciente que separe a mão do tronco.
O teste é positivo para tendinopatia ou lesão muscular na presença de dor e para fraqueza se estiver
fraco.

SUPRAESPINHOSO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Supraespinhoso Dois terços da fossa supraespinhosa Na mais alta das três impressões do
tubérculo maior
N. supraescapular (C5)

TESTE DO SUPRAESPINHOSO. MANOBRA DE JOBE


PACIENTE: sentado com o ombro em abdução de 90º, antepulsão de 30º e rotação interna (também
pode ser realizado em rotação externa).
TERAPEUTA: pressiona sobre o antebraço para o solo, o paciente resiste. O teste é positivo par
tendinopatia ou lesão muscular na presença de dor. E para fraqueza caso o paciente tenha
dificuldade em executar o movimento.

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• ESPARZA FERRERA y RICARD Kappa 0.844, Sensibilidade 93%
• GUANCHE JONES Sensibilidade 0,72, Especificidade: 0,38

TESTE DE ABDUÇÃO RESISTIDA


O teste é positivo para tendinopatia ou lesão muscular se há dor. E para fraqueza no caso de
dificuldade em realizar o teste.

TESTE DA “LATA VAZIA”


Paciente sentado. Os ombros em abdução de 90º e uns 30º de antepulsão.
As mãos e antebraço em pronação.
Contato sobre a extremidade distal do antebraço. Resistimos à abdução do ombro.

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RMN DE TENDINTE DO SUPRAESPINHOSO

TESTE PARA BUSRITE SUBACROMIAL (SIGNO DEL TIMBRE SUBACROMIAL)


Paciente com o braço em extensão.
Terapeuta exerce uma pressão sobre a parte superior do úmero.
O teste é positivo na presença de dor.

CIRCULAÇÃO NOS TENDÕES DO MANGUITO: ZONA CRÍTICA

O tendão do manguito possui uma zona média pouco vascularizada. Onde se anastomosam os vasos
procedentes do músculo com os do osso. Esta zona critica vascularmente é onde se produz mais
força tensional e onde se comprime o tendão entre o úmero e o acrômio. Também é a área que
acumula depósitos de cálcio. Devido a estes fatores é o lugar onde são mais frequentes as lesões e as
rupturas do manguito.

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IMAGEM: o ramo da artéria circunflexa anterior (ACA) entra a partir do osso. O ramo supraescapular
e subescapular emergem para entrar a partir do músculo. A zona crítica do tendão é uma
anastomose que é visível quando o braço está apoiado e inativo.

IMAGEM: a tração sobre o manguito no braço em repouso ou a tração dos músculos do manguito em
contração alonga o tendão e produz uma isquemia relativa na zona crítica (flechas).

TENDINITE CALCIFICADA

PROGRESSO NATURAL DA TENDINITE CALCIFICADA

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Segue na fase assintomática com progressão ate a presença de uma protuberância sintomática.
A compressão por qualquer causa externa resulta na ingurgitação a través da circulação do tendão.
A posterior irritação faz com que a calcificação se acumule. O processo é reversível, a calcificação
pode desaparecer.

IMPIGMET

É um sinal que pode estar causando por várias patologias. Estas incluem as que diminuem o espaço
subacromial, tendinites do manguito rotador, tendinites da porção longa do bíceps, calcificações,
osteofitoses da articulação acromioclavicular e glenoumeral.

IMAGEM: acima, as tuberosidades desaparecem e são substituídas por esporões ósseos.


Abaixo, além das alterações hipertróficas da cabeça do úmero e do acrômio, há alterações na
articulação acromioclavicular que incluem a formação de esporões.

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IMAGEM DE OSTEOFITO

MANOBR DE HAWKINS (DESFILADEIRO SUBACROMIODELTOIDEO)


O paciente coloca o ombro em rotação interna e flexão de mais de 90º com o cotovelo flexionado.
O terapeuta com a mão fixa a clavícula e a escápula enquanto que com a outra a partir do cotovelo
força a flexão de ombro.
O teste é positivo em caso de dor. E indica uma diminuição do espaço subacromial.

• Sensibilidade: 0,92
• Especificidade: 0,44

MANOBRA DE IMPIGMENT (DESFILADEIRO SUBACROMIAL)


O paciente apóia sua mão sobre o ombro contrário de forma que deixa o ombro em rotação interna
e flexão de ombro a 90º.
O osteopata faz contato sobre o cotovelo e resiste à flexão do ombro.
O teste é positivo na presença de dor e indica uma diminuição do espaço subacromial.

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• Sensibilidade: 0,78

TESTE DE NEER. DESFILADEIRO SUBACROMIO DELTOIDEO


Paciente sentado com o braço ao longo do corpo.
O osteopata fixa a escápula e a clavícula e com a outra mão segura na extremidade distal do
antebraço e leva passivamente o braço do paciente em abdução e rotação interna de ombro.
O teste é positivo na presença de dor.

• Sensibilidade: 0,75
• Especificidade: 0,48

RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR

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Se o paciente possui uma ruptura do manguito não pode realizar uma abdução ativa. Um sinal típico
é que para realizar uma abdução de ombro o paciente compensa com uma elevação do complexo do
ombro. O drop arm test é positivo. A mobilidade passiva é normal (exceto se acompanhado de uma
neurodistrofia dolorosa).

IMAGEM: ruptura parcial do manguito rotador.

RMN ruptura do manguito rotador.


Rx: elevação da cabeça umeral, a IRM confirma o diagnóstico.

DROP ARM TEST


Paciente em pé ou sentado.
Terapeuta eleva passivamente o ombro do paciente aos 90º de abdução. Solicitamos ao paciente que
mantenha o ombro nessa posição e soltamos o braço do paciente. O teste é positivo se o paciente é
incapaz de manter i braço.

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• Sensibilidade: 0,36
• Especificidade: 1,00

PEITORAL MAIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO


PEITORAL MAIOR Face anterior da metade interna Lábio anterior do sulco bicipital do
N. plexo braquial (C5, C6, C7, C8, da clavícula úmero.
T1) Metade da face anterior do
esterno até a 6ª ou 7ª costelas
Cartilagens das primeiras seis ou
sete costelas.

TESTE MUSCULAR DO PEITORAL MAIOR


Paciente em decúbito supino, braço em flexão e rotação interna.
Terapeuta realiza contato na face interna do antebraço e empurra para abrir os braços.
O feixe superior de testa com uma flexão menor que 90º, o médio e o inferior com mais de 90º.

Feixe superior Feixe médio Feixe inferior

GRANDE DORSAL

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO


Grande dorsal Processos espinhosos das 6 últimas Fundo do sulco bicipital.
N. próprio ramo do plexo braquial dorsais, aponeurose lombar, por meio
(C6, C7, C8) da qual se une aos processos
espinhosos das vértebras lombares e
sacras, ao ligamento supraespinhoso
parte posterior da crista ilíaca.
Lábio posterior da crista ilíaca, por
fora dos espinhais.
Ultimas 3 ou 4 costelas
Algumas fibras do ângulo inferior da
escápula.

TESTE DO GRANDE DORSAL


Paciente em decúbito prono ou em pé. Braço em rotação interna e abdução de 20º.
Terapeuta realiza contato na face interna da extremidade distal do antebraço e empurra para
separar o braço.

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INFRAESPINHOSO

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO


Infraespinhoso Os 2/3 internos da fossa Na impressão média do tubérculo
N. supraescapular infraespinhosa. maior.
(C5, C6)

TESTE MUSCULAR DO INFRAESPINHOSO


Paciente com o ombro em rotação interna, nós resistimos para a rotação externa.

MANOBRA DE PATTE
Paciente sentado. Braço em abdução de 90º com rotação máxima. Terapeuta realiza contato na
parte posterior da extremidade distal do antebraço, resistimos à rotação externa.
O teste é positivo na presença de dor.

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• Sensibilidade: 0,57.
• Especificidade: 0,71.

REDONDO MENOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO


Redondo menor Os 2/3 superiores da borda lateral da A mais baixa das 3 eminências do
N. circunflexo (C5) escápula tubérculo maior e na zona subjacente,
unindo com a parte posterior da
cápsula articular do ombro.

TESTE DE ROTAÇÃO EXTERNA CONTRA RESISTÊNCIA (REDONDO MENOR E INFRAESPINHOSO)


Paciente posiciona o ombro em rotação externa. Terapeuta empurra no sentido da rotação interna
enquanto que o paciente resiste no sentido da rotação externa.
O teste é positivo no caso de dor.

REDONDO MAIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO


Redondo maior Face dorsal do ângulo inferior da Crista por baixo da tuberosidade
N. subescapular (C5, C6) escápula menor do úmero, posteriormente ao
grande dorsal.

TESTE MUSCULAR REDONDO MAIOR


Paciente em decúbito prono coloca sua mão sobre as lombares e o cotovelo elevado.
De tal modo que o ombro está em extensão e rotação interna.
Terapeuta realiza uma pressão sobre o cotovelo em direção ao solo. O paciente resiste à pressão.

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TESTE DE EXTENSÃO CONTRA RESISTÊNCIA. REDONDO MAIOR E DELTÓIDE POSTERIOR
Paciente sentado coloca o ombro em extensão com o cotovelo flexionado.
O terapeuta realiza contato no cotovelo e exerce uma pressão no sentido da flexão de ombro,
enquanto que o paciente resiste à extensão.

BÍCEPS BRAQUIAL

• Inserção: tuberosidade do rádio.


• Origem: porção longa, tubérculo supraglenoideo. Passa pelo tubérculo maior e menor.
• Porção curta. Coracóide.
• Inervação: nervo musculocutâneo C5-C6.

TESTE DE GILCHRIST
Paciente sentado, com o ombro e flexão de 90º.
Terapeuta realiza contato com a extremidade distal do antebraço e empurra em direção ao solo.
Teste positivo para tendinite do bíceps na presença de dor.

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MANOBRA DE ESTIRAMENTO DA PORÇÃO LONGA DO BÍCEPS
Paciente sentado com o cotovelo e ombro em extensão.
Terapeuta segura a extremidade distal do antebraço e força para a extensão do ombro, enquanto
que com a outra mão fixa o ombro do paciente.
Teste positivo para tendinite no caso de dor.

MANOBRA DE SPEED
Paciente sentado com cotovelo em supinação e braço na lateral do corpo.
Terapeuta em pé realiza contato na extremidade distal do antebraço e resiste à flexão de ombro com
o antebraço em supinação, porém deixamos ao paciente que levante e flexione o ombro até os 100º
de flexão.
Repete-se o teste com pronação de antebraço.
Repete-se o teste começando em flexão de 90º e realizando uma contração excêntrica até os 0o,
enquanto abaixa braço.
O teste é positivo para uma tendinite ou lesão do bíceps no caso de dor.

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• Sensibilidade: 0,90
• Especificidade: 0,14

LUXAÇÃO INTERNA DA PORÇÃO LONGA DO BÍCEPS

• MECANISMO:

➢ O ligamento umeral transverso do sulco bicipital está degenerado por micro


traumatismos: durante um movimento forçado mão-dorso que aumenta a rotação
interna, o tendão luxa para dentro.
➢ As disfunções associadas da cabeça umeral são a anterioridade e a inferioridade.
➢ Produz-se uma tendinite da porção longa do bíceps.

• SINTOMAS:

➢ Dor da parte anterior do ombro.


➢ Dor na antepulsão, diminuição da força em abdução.

• DIAGNÓSTICO:

➢ Palpação: luxação interna do tendão.


➢ Teste de Gilchrist positivo (tendinite da porção longa do bíceps).

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TESTE DE YEGARSON
O paciente coloca o braço ao longo do corpo com flexão a 90º e pronação de cotovelo e com rotação
interna de ombro.
O terapeuta realiza contato no ombro entre o tubérculo maior e menor, no sulco bicipital.
O teste é positivo se aparece a luxação do tendão abaixo de nossos dedos que estão no sulco
bicipital.

• Sensibilidade: 0,74
• Especificidade: 0,58

TESTE DE ABBOT-SAUNDERS
Paciente sentado com o ombro em abdução máxima e rotação externa.
Terapeuta desce lentamente o braço do paciente. Realiza contato no sulco bicipital.
O teste é positivo se o tendão luxa.

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TESTE DO LIGAMENTO TRANSVERSO DO ÚMERO
Paciente sentado, braço em abdução de 90º e rotação interna.
Terapeuta mantém passivamente os 90º de abdução apoiando o braço no joelho, segura a
extremidade distal do antebraço e realiza uma rotação externa passiva. A outra mão realiza contato
no sulco bicipital.
O teste é positivo no caso de luxar o tendão.

RUPTURA DO TENDÃO DO BÍCEPS

RUPTURA DO LABIO GLENOIDAL

CLICK GLENOID TEST

Paciente em decúbito supino com o ombro em rotação externa, abdução de 90º e flexão de cotovelo.
Terapeuta realiza contato com uma mão sobre a face anterior da cabeça umeral e a outra na
extremidade distal do antebraço. Levamos o ombro para a rotação externa máxima. Repetimos o
teste exercendo uma pressão sobre a face anterior do úmero.
O teste é positivo caso a dor seja na primeira parte do teste e não na segunda.

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TESTE DE REBOTE E TRAÇÃO
Paciente sentado, braço em abdução de 90º.
Terapeuta sentado olhando para o paciente. Realiza contato com seu ombro apoiando o braço do
paciente, e com suas mãos entrecruzadas sobre a cabeça do úmero. O teste consiste em tracionar o
ombro enquanto exerce uma pressão para o solo com as mãos.
O teste é positivo em caso de dor.

TESTE DE TRAÇÃO E IMPULSO


Paciente em decúbito supino braço a 90º de abdução.
Terapeuta em pé na altura do ombro com a mão externa segura o braço do paciente, enquanto com
a mão interna realizamos contato com a face anterior do úmero. O teste consiste em empurrar a
cabeça o úmero em direção ao solo. O teste é positivo na presença de dor.

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97
ARTROSE ACROMIOCLAVICULAR

TESTE DE CRUZAR O BRAÇO


Paciente sentado, solicitamos uma adução horizontal.
O teste é positivo em caso de dor.

MÚSCULOS E OSTEOPATIA

O músculo que se apresenta patológico com maior freqüência é o supraespinhoso. Quando existe
uma fixação em rotação interna da cabeça do úmero, se produz uma fricção do tendão provocando
uma tendinite. Isto acontece devido a tal fixação, não se pode produzir uma rotação externa
automática que evita o choque do tubérculo maior com o acrômio. Devemos levar em conta que o
redondo maior e o peitoral menor são dois músculos que fazem geralmente lesões fasciais
(encurtamento), enquanto que os demais músculos sofrem alterações de tônus (hiper-hipotonia).
Cada vez que se apresente uma dor em abdução, deve-se estudar a báscula externa da escápula. Se
um báscula mais rapidamente, poderia estar indicando a existência de um encurtamento do redondo
maior que traz como consequência uma inibição dos músculos fixadores da escápula (trapézio
médio-rombóide), que não poderão manter seu tônus normal. Esta fixação por espasmo do redondo
maior favorece a hipermobilidade reativa da articulação acromioclavicular na ausência de trauma.

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98
CARACTERÍSTICA DE ALGUNS MÚSCULOS

SUBESCAPULAR
Pode apresentar uma tendinite dor atrito sobre o gradil costal.

SUPRAESPINHOSO
Pode apresentar dois tipos de patologia:
Na inserção (inflamação-ruptura parcial) por atrito do tendão contra a região acromiocoracoidea.
Isto acontece no caso de lesão de superioridade da cabeça umeral ou um espasmo do peitoral maior
que impediria a rotação externa automática necessária para evitar o atrito do tubérculo maior no
sulco subacromial durante o movimento de abdução. O espasmo do peitoral maior geralmente está
acompanhado por um espasmo do músculo subescapular que fixa a cabeça umeral em rotação
interna, o que aumenta a fricção em abdução.
No ventre muscular: espasmo (pontos gatilho e dor referida).

PORÇÃO LONGA DO BÍCEPS


As patologias que se apresentam mais frequentemente são as luxações (mais a interna) do tendão do
sulco e a inflamação do tendão (tendinite).
A causa mais frequente de tendinite é a irritação do tendo dentro do sulco por uma lesão de
anterioridade ou de superioridade da cabeça do úmero que exerce uma compressão sobre o mesmo.
A causa mais frequente da luxação do tendão é provocada pela lesão anterioridade da cabeça
umeral, que determina um estado de pretensão permanece por ruptura do ligamento transverso. Os
sintomas são similares à tendinite da porção longa do bíceps (dor na face anterior do ombro, dor em
antepulsão e diminuição da força em abdução).

PEITORAL MENOR
Este músculo é frequente de muitas patologias principalmente posturais. Não se apresenta
espasmado, senão que sofre encurtamento (fibrose). Comporta-se como um ligamento. Pode
produzir lesões costais, escapulotorácicas, compressão do plexo braquial.

PEITORAL MAIOR
Apresenta frequentemente um espasmo do feixe clavicular fixando a clavícula em lesão de rotação
anterior, o que impede a rotação posterior necessária que este osso para flexão completa de ombro.

LIVRO DE REFERÊNCIA:

• François Ricard, Jean-Luc Sallé. Tratado de osteopatía. 3ème ed., Panamericana; 2003
• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura escapular y hombro. Ed.
Escuela de Osteopatía de Madrid, 2011.

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99
ANATOMIA DA CINTURA ESCAPULAR
CLAVÍCULA

É um osso chave que rege a escápula e o membro superior, o pescoço e a mobilidade superior da
caixa torácica. Por ser um osso chave de inserção de longos músculos e fasciais, desempenha um
importante objetivo de EQUILÍBRIO e a HARMONIA do corpo, pelo que deve avaliar antes de todo
tratamento. Seus movimentos menores governam os grandes movimentos de todas as articulações
as quais pertencem.
Caracteriza-se por sua forma de “S” itálica.

Suas superfícies articulares:


• Interna ou costoesternal: de forma triangular, côncava no sentido anteroposterior e convexa
verticalmente, corresponde com as superfícies articulares do manúbrio esternal e da
primeira cartilagem costal.
• Externa ou acromial: de forma elíptica, alongada de frente para trás e esculpida em bisel. A
face inferior se apóia sobre a superfície superior articular do acrômio, inversamente
orientada.

Suas inserções musculares:


• Trapézio
• Deltóide
• Esternocleidomastoideo.
• Subclávio
• Peitoral maior
• Esternocleidohioideo
• Platisma

Suas inserções aponeuróticas e fáscias:


• Cervicais
• Torácicas

Seus ligamentos:
• Ligamento conóide e trapezóide (extremo externo).
• Acromioclavicular (extremo externo).
• Costoclavicular (extremo interno).
• Esternoclaviculares (extremo interno).

ESCÁPULA

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É um osso suspenso e como tal se caracteriza por dar inserção a numerosos músculos e poderosos
ligamentos, assim como possuir influência articular ou ligamentar com um osso chave (clavícula).
Forma a parte posterior da cintura escapular. É um osso par com forma triangular de base superior,
com duas faces, três bordas e três ângulos.

Participa na:
• Articulação escapuloumeral (ENARTROSE) favorecendo com seus movimentos a correta
posição da cavidade glenóide com a cabeça do úmero.
• Articulação acromioclavicular (ARTRODIA) denominador comum de toda lesão do conjunto
escapular.
• Articulação escapulotorácica (SINSARCOSE) pode estar alterada como conseqüência de
anomalias no gradil costal.

ESTERNO

Osso plano e alongado, formado primitivamente pela fusão das ESTERNEBRAS.


Apresenta três partes:
• Manúbrio
• Corpo
• Processo xifoide.

Sua face anterior é convexa de cima para baixo com cristas transversais, sendo a mais importante o
ângulo de Louis constituído entre o manúbrio e o corpo (ponto de referência para localizar a 2ª
costela). Inserem-se nesta face o ECOM, peitoral maior e reto abdominal.
Sua face posterior é ponto de inserção: esternocleidohioideo, esternotiroideo, triangular do esterno,
diafragma e ligamento esternopericardico superior e inferior.
É importante lembrar todas as estruturas que se inserem nele, assim como os ligamentos que unem
o esterno ao coração, já que toda tensão fascial anormal neste nível influenciará no mecanismo
craniossacro e consequentemente em todo o organismo.

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A CABEÇA UMERAL

A cabeça é lisa, com forma esférica e se articula com a cavidade glenóide da escápula. Na
proximidade da cabeça se encontram o tubérculo maior e menor onde se inserem os músculos que
envolvem e movimentam a articulação escapuloumeral. O tubérculo menor está separado pelo sulco
intertubercular.
O colo anatômico separa a cabeça dos tubérculos.
O colo cirúrgico se encontra distal ao colo anatômico, separa a cabeça umeral da diáfise umeral, é o
lugar mais frequente de fraturas da extremidade proximal do úmero.

TOPOGRAFIA

A cintura escapular está localizada em uma zona de transição: a região cervicotorácica, que
representa a passagem de uma curva secundária muito móvel (coluna cervical), a uma curva primária
pouco móvel (coluna dorsal). Isto determina que seja uma zona de estresse.
Esta região delimita vários orifícios:
• A axila.
• O arco acrômio-coracóideo.
• O triângulo costoclavicular,
• O anel torácico.

AXILA

Cruzamento músculo aponeurótico entre ombro, pescoço e tórax. Possui forma de pirâmide dirigida
para cima e para dentro. Está limitada por:
• Posterior: subescapular, redondo maior e grande dorsal.
• Anterior: peitoral maior e peitoral menor.
• Interno: serrátil anterior.
• Externo: coracobraquial e bíceps.
• Abaixo: ligamentos suspensórios e tecido adiposo.
O ápice está formado por:
• Anterior: clavícula.
• Interno: 1ª costela.
• Posterior: borda superior da escápula.
As fáscias desta região são uma continuidade das fáscias cervicais e braquiais. Os gânglios linfáticos
axilares recebem os vasos linfáticos do ombro, braço, antebraço, mão, parede anterolateral do tórax
e a região supra-umbilical do abdômen. Por esta região transcorre a artéria axilar, veia axilar e os
ramos terminais do plexo braquial.

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ENTRADA TORÁCICA:

Assim denominado pelo triângulo formado pelas articulações esternocostoclavicular,


acromioclavicular, escapulotorácica, costoesternal e costovertebral. Por ele transitam artérias, veias
e nervos provenientes da cabeça e do pescoço dirigidos ao tórax e vice-versa, que serão afetados
diante de alterações biomecânicas, musculares, fasciais, etc. As fáscias neste nível possuem
orientação predominantemente transversal, formando um verdadeiro diafragma, onde se deduz que
tensões miofasciais influenciarão nos intercâmbios sanguíneos, linfáticos, nervosos da cabeça com o
tronco e os membros superiores. Nesta região e protegido por este triângulo se encontra o vértice
do pulmão envolvido por sua fáscia e o gânglio simpático cervical inferior (estrelado).

FÁSCIAS IMPORTANTES DA REGIÃO

A fáscia cervical média se divide em duas camadas:


Uma superficial, que envolve os músculos esternohioideo e omohioideo.
Uma profunda que envolve ao músculo tirohioideo e forma o complexo vasculonervoso cervical
(carótida primitiva, jugular interna e nervo vago).
Esta camada também forma expansões para o ECOM e a clavícula.
A fáscia cervical média se insere na face posterior do manúbrio esternal, continuando por baixo com
a fáscia mediastinal, que forma expansões pericárdicas e se inserem na face posterior do processo
xifóide.
A fáscia pré-vertebral se estende desde a base do crânio ao cóccix envolvendo a coluna e seus
músculos, continuando com a fáscia torácica. Envia fibras para o vértice do pulmão, formando um
cone que recebe o nome de fáscia de Sibson.

GRUPOS GANGLIONARES LINFÁTICOS

• GRUPO BRAQUIAL: linfáticos superficiais e profundos do membro superior.


• GRUPO SUBCLAVICULAR: linfáticos profundos da mama.
• GRUPO INTERMÉDIO: é central.
• GRUPO PARAESTERNAL: linfáticos da mama, pleura costal e parede abdominal supra-
umbilical.
• GRUPO INTERCOSTAL: linfáticos da ama e paredes laterais do tórax.
• GRUPO ESCAPULAR: linfáticos superficiais e profundos da região superior do dorso e
posterior do ombro.
A veia subclávia esquerda desemboca no conduto torácico, onde drena todo o que vem dos
membros inferiores, abdômen, metade esquerda do tórax, membro superior esquerdo e metade
esquerda do crânio e pescoço. Na veia subclávia direita desemboca a grande veia linfática onde
drena a metade direita do tórax, crânio, pescoço e membro superior direito.

PLEXO BRAQUIAL

Formado pela união dos ramos anteriores das quatro últimas raízes cervicais e a primeira dorsal que
dão origem aos três troncos primários:

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C5-C6: Tronco primário superior.
C7: Tronco primário médio.
C8-T1: Tronco primário inferior.

Cada um destes troncos divide-se em um ramo anterior e um posterior. Os três ramos posteriores se
unem formando o tronco secundário posterior, que dará origem ao nervo circunflexo ou axilar e ao
nervo radial. O ramo anterior do tronco primário inferior forma o tronco secundário anterointerno
ou medial, que dará origem a raiz interna do nervo mediano, nervo ulnar, nervo braquial cutâneo
interno e seu acessório. O ramo anterior do tronco primário superior junto com o mesmo ramo do
tronco primário médio formará o tronco secundário lateral, que dará origem a raiz lateral do nervo
mediano e ao nervo musculocutâneo.
Assim formado o plexo, se encontra localizado na região supraclavicular e na parte alta da região
axilar adotando uma forma de ampulheta (triângulos opostos por seus vértices). A base do triângulo
corresponde à coluna cervical, enquanto que a base do triângulo inferior corresponde à axila.
A partir da origem o plexo atravessa diferentes compartimentos osteo-mio-aponeuróticos e inter-
mio-aponeuróticos (desfiladeiros):
CADA RAIZ: FORAME DE CONJUGAÇÃO.
RAÍZES: HIATO INTERESCALÊNICO.
TRONCOS PRIMÁRIOS: TRIÂNGULO RETROCLAVICULAR.
RAMOS: ESPAÇO COSTOCLAVICULAR.
TRONCOS SECUNDÁRIOS: DESFILADEIRO DO PEITORAL MENOR (atrás do músculo).
RAMOS TERMINAIS: AXILA.

MIOLOGIA

ELEVADOR DA ESCÁPULA
ORIGEM INSERÇÃO INERVAÇÃO

Processos transversos das quatro Ângulo superior da escápula N. C3-C4 e frequentemente do nervo
primeiras vértebras cervicais rombóide.

CORACOBRAQUIAL
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Coracobraquial Ponta do processo coracóide Face e borda do úmero, em frente à


inserção do deltóide.
N. músculocutâneo (C6, C7)

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DELTÓIDE
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Deltóide (fibras anteriores) Borda anterior e face superior do Impressão deltóidea na metade da
terço externo da clavícula face externa do corpo do úmero.
N. circunflexo (C5-C6)

Deltóide (fibras médias) Borda externa e face superior do Impressão deltóidea próximo da
acrômio metade da diáfise umeral, em sua
N. circunflexo face externa.

Deltóide (fibras posteriores) Lábio inferior da borda posterior da Impressão deltóidea na parte medial
espinha da escápula da face externa umeral.
N. circunflexo (C5-C6)

GRANDE DORSAL
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Grande dorsal Processos espinhosos das 6 últimas Fundo do sulco bicipital.


dorsais, aponeurose lombar, por meio
N. próprio ramo do plexo braquial da qual se une aos processos
(C6, C7, C8) espinhosos das vértebras lombares e
sacras, ao ligamento supraespinhoso
parte posterior da crista ilíaca.

Lábio posterior da crista ilíaca, por


fora dos espinhais.

Ultimas 3 ou 4 costelas

Algumas fibras do ângulo inferior da


escápula.

ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO Ventre esternal: Face lateral da mastóide do vértice à


borda superior.
N. espinhal (C2, C3) Parte superior da face anterior do
manúbrio. Por uma fina aponeurose na metade
externa da linha curva occipital.
Ventre clavicular: borda superior e
face anterior do terço médio da
clavícula.

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INFRAESPINHOSO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Infraespinhoso Os 2/3 internos da fossa Na impressão média do tubérculo


infraespinhosa. maior.
N. supraescapular

(C5, C6)

REDONDO MENOR
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Redondo menor Os 2/3 superiores da borda lateral da A mais baixa das 3 eminências do
escápula tubérculo maior e na zona subjacente,
N. circunflexo (C5) unindo com a parte posterior da
cápsula articular do ombro.

REDONDO MAIOR
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Redondo maior Face dorsal do ângulo inferior da Crista por baixo da tuberosidade
escápula menor do úmero, posteriormente ao
N. subescapular (C5, C6) grande dorsal.

ROMBÓIDE MAIOR E MENOR


MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Rombóide maior e menor Processos espinhosos da 7ª vértebra Borda medial da escápula entre o
cervical e as 5 primeiras dorsais. nascimento da espinha e o ângulo
N. ramos próprios (C5) inferior.

SERRÁTIL ANTERIOR
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

SERRÁTIL ANTERIOR Fascículos da face externa e borda Face anterior do ângulo superior.
superior das primeiras 8 ou 9
N. ramo próprio do plexo braquial costelas. Face anterior da borda vertebral da
(C5-C6-C7) escápula.

Os 5 ou 6 fascículos inferiores se
reúnem e inserem na face anterior do
ângulo inferior da escápula.

SUBCLÁVIO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

SUBCLAVIO (C5-C6) Face inferior da clavícula Face superior da 1ª costela.

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SUBESCAPULAR
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Subescapular Os 2/3 internos da face dorsal da Tubérculo menor


escápula.
N. superior e inferior do subescapular Porção anterior da cápsula articular
(C5, C6) Os 2/3 inferiores do sulco da borda do ombro
lateral da escápula

SUPRAESPINHOSO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Supraespinhoso Dois terços da fossa supraespinhosa Na mais alta das três impressões do
tubérculo maior
N. supraescapular (C5)

TRAPÉZIO SUPERIOR
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

TRAPÉZIO (fibras superiores) - Protuberância occipital externa. - Terço posterior da borda da


Terço medial da linha nucal superior, clavícula.
N. acessório e ramos de (C3 e C4) e parte superior do ligamento cervical
posterior.

TRAPÉZIO MÉDIO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

TRAPÉZIO (fibras médias) Porção inferior do ligamento cervical Borda interna do acrômio.
posterior.
N. acessório e ramos de (C3 e C4) Lábio superior da borda posterior da
Processo espinhoso da 7ª vértebra espinha da escápula.
cervical e as 5 primeiras dorsais.

TRAPÉZIO INFERIOR
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

TRAPÉZIO (fibras inferiores) Processos espinhosos de T5 a T12 e Por uma aponeurose que desliza
ligamentos supra-espinhosos sobre a espinha da escápula insere-se
N. acessório e ramos de (C3 e C4) correspondentes. no tubérculo da superfície triangular
lisa.

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DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL

DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

ETIOLOGIA:

Queda sobre a mão, transtornos posturais (cifose), movimento forçado de retropulsão ou de rotação
interna.

MECANISMOS:

É a mais frequente das disfunções glenoumerais devido à fraqueza anatômica dos elementos
capsulo-ligamentares anteriores.
A cabeça umeral está ANTERIOR em relação à cavidade glenóide da escápula e em ROTAÇÃO
INTERNA pela obliquidade do plano articular, pelo espasmo do peitoral maior e do subescapular.
Esta lesão se deve ao espasmo do deltóide posterior, à hipotonia do deltóide anterior e do
coracobraquial que não centralizam a cabeça do úmero no centro da cavidade glenóide da escápula.
A perda da rotação externa automática durante a abdução aumenta o atrito e inflamam o tendão do
supraespinhoso ou da bursa subacromial.
Esta disfunção se associa à SUPERIORIDADE umeral (tendinite do supraespinhoso) ou à
INFERIORIDADE (tendinite da porção longa do bíceps): neste caso favorece a luxação interna da
porção longa do bíceps fora do sulco bicipital.

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SINTOMAS:

Dor na parte anterior do ombro.


Arco doloroso em abdução 90º.
Dor em antepulsão entre 60 e 90º, ao movimento mão-cabeça (tensão dos ligamentos coracoumeral
e glenoumerais anteriores).
Restrição de retroposição do complexo do ombro.

DIAGNÓSTICO DA DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE GLENOUMERAL:

INSPEÇÃO:
• Posição anterior do ombro.
• Desequilíbrio postural (cifose, escapulum posterior).

PALPAÇÃO:
• Cabeça umeral anterior.
• Dor à palpação do sulco bicipital e do tubérculo maior.

TESTE DE MOBILIDADE EM ANTERIORIDADE DE POSTERIORIDADE

INDICAÇÕES
Avalia a capacidade de deslizamento anteroposterior da cabeça umeral em relação à glenóide.

PACIENTE
Sentado na maca.

OSTEOPATA
Atrás do paciente

AÇÃO
O osteopata com a mão interna fixa a escápula e clavícula, enquanto que com a mão externa, realiza
um deslizamento anteroposterior da cabeça do úmero. A rejeição ao deslizamento anteroposterior
dos dará a positividade (lesão em anterioridade) e a falta de rebote posteroanterior igualmente nos
dará a positividade ao teste, sendo que neste caso para lesão em posterioridade.
É necessário comprovar bilateralmente os dois ombros.
Tal teste pode-se realizar bilateralmente como está exemplificado na fotografia.

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TESTE MUSCULAR:

Hipotonia do deltóide anterior do coracobraquial ou do grande dorsal.


No caso de tendinite do bíceps, o teste de GILCHRIST será positivo. No caso de tendinite do
supraespinhoso os testes de JOBE e HAWKINS serão positivos. Associa-se a síndrome de
hiperabdução de WRIGTH.

DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

ETIOLOGIA:

Queda sobre a mão ou o cotovelo.


Espasmos dos músculos do ombro (deltóide).
Ruptura do manguito rotador.

MECANISMO:

Produz uma ELEVAÇÃO da cabeça umeral com relação à cavidade glenóide.


Há sofrimento do tendão do supraespinhoso, da bursa subacromial e da borda superior do labrum
glenoidal.
Frequentemente se associa com a anterioridade umeral.

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SINTOMAS:

Arco doloroso em abdução entre 80º e 100º pelo atrito sobre o tendão do supraespinhoso, da bursa
serosa.
Dor da parte externa do ombro.
Dor ao movimento mão-cabeça (abdução-rotação externa).
Crepitação articular possível em abdução pelo labrum glenoidal.

DIAGNÓSTICO DA DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

INSPEÇÃO:
Ombro mais alto (espasmo sinérgico do trapézio superior).

PALPAÇÃO:
Elevação da cabeça umeral.
Diminuição do espaço entre acrômio e úmero.
Dor à palpação do tubérculo maior onde se insere o supraespinhoso.

TESTE DE MOBILIDADE:

Indicações:
Avalia a capacidade de deslizamento craniocaudal da cabeça umeral com relação à glenóide.

Paciente:
Sentado na maca.

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Osteopata:
Atrás do paciente.

Ação:
O osteopata com a mão interna fixa a escápula e clavícula, enquanto que com a mão externa desde a
borda superior do tubérculo maior realiza um deslizamento craniocaudal da cabeça umeral.
A restrição de deslizamento caudal determina uma lesão de superioridade enquanto que a rejeição
ao rebote no sentido cranial determina uma lesão de inferioridade da cabeça do úmero.
É necessário comprovar bilateralmente os dois ombros.
Tal teste pode ser realizado bilateralmente como mostra a foto.
Rejeição de desimbricação, de descida da cabeça umeral.

TESTE MUSCULAR:
Dores do deltóide médio e supraespinhoso.

RADIOLOGIA:
Espaço subacromio-deltoideo inferior a 7 mm.
Ruptura da linha escapuloumeral.

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Ruptura da linha escapuloumeral. Superioridade glenoumeral.

DISFUNÇÃO EM INFERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

MECANISMO:

Tração violenta sobre o membro superior, segurar peso importante com uma mão.

FISIOPATOLOGIA:

Produz-se uma DESCIDA da cabeça umeral em relação à cavidade glenóide da escápula


A dor se deve a colocação de tensão do ligamento coracoumeral e da porção longa do bíceps e ao
sofrimento da parte inferior do labrum glenoidal.
Associa-se frequentemente à anterioridade umeral.
SINTOMAS:

• Dor na parte anterior do ombro nos movimentos de ABDUÇÃO ou ANTEPULSÃO entre 0 e


90º: o movimento mão-cabeça é doloroso.
• Pode-se produzir uma crepitação articular pelo labrum durante estes movimentos.

DIAGNÓSTICO DA DISFUNÇÃO EM INFERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL

INSPEÇÃO:
• Ombro mais baixo
• Restrição de elevação do complexo do ombro.

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PALPAÇÃO:
• Cabeça umeral mais baixa (aumento do tamanho do desfiladeiro sub-acromio-deltoideo).
• Dor à palpação do sulco bicipital.

TESTE DE MOBILIDADE:
• Rejeição da imbricação (ver superioridade).

TESTE MUSCULAR:
Fraqueza do supraespinhoso, deltóide, coracobraquial, peitoral maior.

RADIOLOGIA:
Aumento do espaço sub-acromio-deltoideo (superior a 11 mm), ruptura da linha escapulo umeral.

Inferioridade da glenoumeral. Na radiografia uma ruptura da linha escapuloumeral e um aumento do


espaço subacromiodeltoideo.

DISFUNÇÃO POSTERIOR DA CABEÇA UMERAL

ETIOLOGIA:

Traumatismo direto, transtornos posturais do tipo inversão de curva.

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MECANISMO:

A cabeça umeral é POSTERIOR com relação à cavidade glenóide.


Causada pela hipertonia do deltóide anterior e à hipotonia do deltóide posterior e do peitoral maior.
É a lesão glenoumeral menos frequente pela presença da espinha da escápula.
Há tensão da parte posterior da cápsula e do ligamento coracoumeral.
Associa-se a uma rotação externa do ombro.

SINTOMAS:

Dor na parte posterior do complexo do ombro.


Dor na retropulsão e ao movimento mão-costas.
Restrição da anteposição do complexo do ombro.

DIAGNÓSTICO DA DISFUNÇÃO EM POSTERIORIDADE DA CABEÇA UMERAL:

INSPEÇÃO:
Possível inversão da curva torácica.

PALPAÇÃO:
• Ombro mais posterior.
• Dor da parte posterior do ombro.

TESTE DE MOBILIDADE:
Rejeição do deslizamento anterior da cabeça umeral (ver anterioridade).

TESTE MUSCULAR:
Fraqueza do deltóide posterior e do peitoral maior.

LIVRO DE REFERÊNCIA:

• François Ricard, Jean-Luc Sallé. Tratado de osteopatía. 3ª ed., Panamericana; 2003


• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura escapular y hombro. Ed.
Escuela de Osteopatía de Madrid, 2011.

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115
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

Formada pela borda anterointerna do acrômio e o extremo externo da clavícula. É uma articulação
do tipo artródia. Suas superfícies são planas ou ligeiramente convexas, existindo um disco
(fibrocartilagem interarticular) interposto que restabelece a congruência das superfícies articulares.
Está recoberta por uma cápsula fraca e reforçada por um potente ligamento acromioclavicular
(superior e inferior). Os verdadeiros ligamentos que aderem a clavícula à escápula são os ligamentos
coracoclaviculares:

LIGAMENTO CONOIDE (POSTEROINTERNO):

Possui forma triangular e estende desde o vértice da coracóide à borda posterior da face inferior da
clavícula. Está situado em um plano frontal. Limita a rotação anterior da clavícula.

LIGAMENTO TRAPEZÓIDE (ANTERO-EXTERNO):

Possui forma quadrilátera e se estende desde a borda interna do processo coracóide à borda anterior
da face inferior da clavícula seguindo uma direção para cima e para fora. Está localizado em um plano
sagital. Limita a rotação posterior da clavícula.

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Ligamento coracoclavicular interno ou Ligamento de Caldani: realiza as mesmas funções dos dois
anteriores.

Ligamento acromiocoracoideo: carente de função mecânica contribui para formar o sulco do


supraespinhoso.
A cobertura aponeurótica do deltóide e do trapézio desempenha uma função importante na
coaptação da articulação.

BIOMECÂNICA DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

Por ser uma artrodia realiza movimentos de deslizamento, acompanhados pela rotação automática
que realiza a clavícula pela sua forma em “S”. Esta articulação se movimenta em 3 direções:
• Ante e retroposição
• Elevação e descida
• Rotação longitudinal passiva.
Na mobilidade anteroposterior, a articulação se movimenta ao redor de um eixo vertical Y e os
ligamentos costo-claviculares controlam o deslocamento.

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117
DISFUNÇÕES DA ARTCULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

DISFUNÇÃO EM SEPARAÇÃO DA ACROMIOCLAVICULAR (GRAU 1)

ETIOLOGIA:
Queda sobre o complexo do ombro.

MECANISMO:
Produz-se um deslizamento superior da clavícula com relação ao acrômio responsável pela separação
articular e da lesão ligamentar. Há hipermobilidade articular.
A separação articular é mantida pelo espasmo do trapézio superior e do deltóide médio, o subclávio
está hipotônico.

SINTOMAS:
• Dores em todos os movimentos superiores a 90º: a abdução é quase impossível.
• Dor na parte supero-externa do ombro.

DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO ANTERIOR DA CLAVÍCULA

ETIOLOGIA:
Transtornos posturais (cifose torácica).
Traumatismo na parte anterior do ombro (queda sobre o ombro).
Retropulsão forçada (movimento mão-costas): a báscula interna da escápula obriga a clavícula a
bascular anteriormente.
Saque no tênis (contração violenta do peitoral maior).

MECANISMO:
A clavícula gira anteriormente sobre seu eixo longitudinal e bloqueia acromioclavicular e
esternoclavicular: associada frequentemente a uma disfunção anterior da esternoclavicular.
A disfunção é fixada pelo espasmo dos músculos:
• Trapézio superior
• Deltóide anterior
• Feixe clavicular do peitoral maior
• Subclávio

O deltóide posterior está hipotônico.


A 1ª costela retrocede pela diminuição de tensão sobre o ligamento costoclavicular: á restrição de
rotação contralateral e lateroflexão homolateral cervical no final da amplitude.

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SINTOMAS:
Dor na parte ântero-externa do ombro pelo espasmo do deltóide anterior.
Movimentos dolorosos:
• Antepulsão, abdução.
• Acima de 90º.
• Movimento mão-cabeça.

DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO POSTERIOR DA CLAVÍCULA

ETIOLOGIA:
Transtornos posturais (inversão da curva torácica)
Traumatismo na parte posterior do ombro.
Movimento forçado mão-cabeça: a báscula externa da escápula obriga a clavícula a girar
posteriormente.

MECANISMO:
A clavícula gira posteriormente sobre seu eixo longitudinal e bloqueia a acromioclavicular e
esternoclavicular: se associa frequentemente a uma disfunção em superioridade esternoclavicular.
A disfunção está fixa pelo espasmo dos músculos:
• Redondo maior, que fixa em báscula externa da escápula.
• Esternocleidomastóideo.
• Subclávio.

O feixe clavicular do peitoral maior, e às vezes o deltóide estão hipotônicos.


A 1ª costela adota uma posição relativamente anterior devido à tensão sobre o ligamento
costoclavicular: por isso é possível que estejam limitadas a rotação homolateral e a lateroflexão
contralateral cervicais no final da amplitude.

SINTOMAS:
• Dor à retropulsão e ao movimento mão-costas.
• Restrição e dor em abdução acima de 90º.

DIAGNÓSTICO DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

DISFUNÇÃO EM SEPARAÇÃO DA ACROMIOCLAVICULAR (GRAU 1)

TESTE DE MOBILIDADE:
• Hipermobilidade.
• Teste muscular (se possível): hipotonia do subclávio e do peitoral maior.

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119
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO ANTERIOR DA CLAVÍCULA

INSPEÇÃO:
• Ombro mais anterior, desequilíbrio postural.
• Curva da clavícula menos pronunciada.

PALPAÇÃO:
Espaço posterior acromioclavicular maior.
Zona plana externa da clavícula basculada anteriormente.
Dor da parte superior da articulação acromioclavicular.

TESTE DE MOBILIDADE:
Restrição em rotação posterior (rotação externa do ombro, braço em abdução 90º).
Realiza-se de forma passiva uma rotação externa do ombro e avaliar se a clavícula aceita a rotação
posterior. Caso não aceite tal movimento a clavícula estará em disfunção anterior.

Restrição em deslizamento anteroposterior. Fixando a espinha da escápula, realizar um deslizamento


no sentido posterior da extremidade externa da clavícula. O teste é positivo caso a clavícula não
aceite o movimento. Ou seja, rotação anterior da clavícula.

Teste do rebote positivo (restrição de retroposição) do complexo do ombro por espasmo do peitoral
maior.

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120
TESTE MUSCULAR:
Hipotonia do deltóide posterior.
Esta disfunção se associa frequentemente a:
• Síndrome de Eden.
• A disfunção anterior da cabeça umeral
• A disfunção anterior esternoclavicular.

DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO POSTERIOR DA CLAVÍCULA

INSPEÇÃO:
• Ombro mais posterior
• Curva da clavícula mais pronunciada.

PALPAÇÃO:
Espaço posterior acromioclavicular menor.
Zona plana externa da clavícula basculada posteriormente.
Dor da parte superior da articulação acromioclavicular.

TESTE DE MOBILIDADE:
Restrição de rotação anterior (rotação interna do ombro, braço em abdução 90º). A clavícula não
aceita ir ao sentido anterior.

Restrição em deslizamento posteroanterior. A clavícula não aceita ir ao sentido posterior.

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121
Teste muscular:
Hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior e às vezes do peitoral maior.

PARA SABER MAIS

Esta disfunção se associa frequentemente com:


• A disfunção posterior da cabeça umeral.
• A disfunção em superioridade esternoclavicular.

LIVRO DE REFERÊNCIA:

• François Ricard, Jean-Luc Sallé. Tratado de osteopatía. 3ª ed., Panamericana; 2003


• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura escapular y hombro. Ed.
Escuela de Osteopatía de Madrid, 2011.

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ARTICULAÇÃO ESTERNOCOSTOCLAVICULAR

É uma articulação do tipo diartrodial, formada pela extremidade proximal da clavícula que se une à
porção supero-externa do manúbrio esternal e se prolonga com uma pequena articulação na borda
superior da primeira cartilagem costal.

As superfícies articulares apresentam uma dupla curvatura no sentido inverso, em forma de sela. A
extremidade da clavícula é côncava no sentido vertical e um pouco convexa no sentido
anteroposterior até os 20 anos, posteriormente se aplana e uniformiza. Entre ambas as superfícies
existe um disco articular que forma duas cavidades funcionalmente separadas. Uma cavidade
superior, entre o menisco e a clavícula, que permite movimentos de deslizamento crânio-caudal e
outra inferior, entre o menisco e o esterno que permite movimentos de deslizamento
anteroposterior.

Está envolvida por uma cápsula fibrosa frouxa reforçada pelos ligamentos esternoclavicular superior,
anterior e posterior. Junto a eles existe um ligamento inferior, costoclavicular, que partindo da
porção interna da primeira costela se dirige obliquamente para cima e para fora para inserir na face
inferior da clavícula. Este ligamento, que é o mais potente deles estabiliza a clavícula contra a ação
muscular e atua como base para os movimentos da cintura escapular. A ruptura do ligamento
costoclavicular permite a luxação da articulação.

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Ligamentos Posteriores Ligamentos anteriores

Ligamento interclavicular Ligamentos anteriores

O músculo subclávio está muito próximo da articulação e traciona para baixo a clavícula. Os
ligamentos costoclaviculares reforçam os fracos ligamentos Peri articulares.

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MIOLOGIA
MÚSCULOS QUE SE INSEREM NA CLAVÍCULA

VISTA SUPERIOR Face superior: esternocleidomastoideo

Face supero-anterior: Deltóide e peitoral maior

Face supero-posterior: Trapézio.

VISTA INFERIOR Face inferior: subclávio

Face ínfero-anterior: Deltóide e peitoral maior

Face ínfero-posterior: esternohioideo

MÚSCULOS QUE SE INSEREM NA EXTREMIDADE INTERNA DA CLAVÍCULA

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FEIXE CLAVICULAR DO PEITORAL MAIOR

SUBCLAVIO

BIOMECÂNICA DA ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR

Nesta articulação encontramos dois movimentos principais e um movimento automático.

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NO PLANO FRONTAL:

Eixo anteroposterior, ligeiramente oblíquo para frente e para fora.


Elevação: produzido pela descida da porção distal da clavícula. Limitado pela tensão do ligamento
superior e o contato da clavícula com a 1ª costela.
Descida (deslizamento para baixo e para fora): produz-se quando a porção distal da clavícula se
eleva. Limitado pela tensão do ligamento costoclavicular e pelo tônus do subclávio.
Na mobilidade anteroposterior, a articulação se movimenta ao redor de um eixo vertical Y’e os
ligamentos costoclaviculares controlam do deslocamento.

NO PLANO HORIZONTAL:

• Eixo vertical obliquo para baixo e ligeiramente para fora, que passa pela parte média do
ligamento costoclavicular.
• Anteposição: limitada pela tensão do ligamento costoclavicular e esternocostoclavicular
anterior.
• Retroposição: limitada pela tensão do ligamento costoclavicular e esternocostoclavicular
posterior.

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Movimento automático de rotação axial da clavícula (30º):
Este movimento não se produz isoladamente. Como todas as articulações de dois graus de liberdade,
esta articulação produz uma rotação conjunta em torno de dois eixos. Isto fica claro quando
observamos que sempre aparece associado a um dos movimentos de elevação-retro posição ou
descida-anteposição.

PATOLOGIA MUSCULAR

ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO Ventre esternal: Face lateral da mastóide do vértice à


borda superior.
N. espinhal (C2, C3) Parte superior da face anterior do
manúbrio. Por uma fina aponeurose na metade
externa da linha curva occipital.
Ventre clavicular: borda superior e
face anterior do terço médio da
clavícula.

PONTOS GATILHO E DOR REFERIDA

• Da região esternal: o extremo inferior pode referir dor para a parte superior do esterno, a
parte medial refere dor para a bochecha, maxilar superior e a borda supraorbitaria,
enquanto que a parte superior projeta dor para a borda occipital.
• Pontos gatilho da região clavicular: os pontos gatilho situados na região medial projetam dor
sobre a zona frontal e a porção superior projeta dor para o ouvido e região auricular
posterior.

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TESTE

Teste unilateral Teste bilateral

Paciente colocado em decúbito supino.

Para o teste unilateral colocamos o paciente com rotação contralateral e lateroflexão homolateral
ao músculo que queremos testar.
Terapeuta exerce com sua mão uma pressão no sentido contrário à posição do paciente tentando
levar a cabeça para a posição neutra.

Para o teste bilateral o paciente realizará uma flexão cervical.


Terapeuta exerce uma força no sentido oposto.
Em ambos os casos devemos avaliar a resistência do músculo.

TRATAMENTO

Stretching do ECOM

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Spray and stretch do ECOM

ENTORSES E LUXAÇÕES ESTERNOCLAVICULARES

Raras, passam despercebidas devido aos mínimos incômodos que provocam. Podemos encontrar
diferentes graus:

• GRAU 1:
➢ Entorse simples

• GRAU 2:
➢ Ruptura da cápsula e dos ligamentos esternoclaviculares, porém mantém a
integridade do ligamento costoclavicular.
➢ Dor articular espontânea ou desencadeada pelo movimento.
➢ Irradiação dolorosa para o pescoço.
➢ Impotência funcional ligeira.

• GRAU 3: Luxação, que pode ser:


➢ POSTERIOR ou retroesternal: riscos de compressão visceral ou vascular (choque
anteroposterior)
➢ ANTERIOR ou pré-esternal: a mais frequente (queda sobre a parte anterior do
complexo do ombro)
➢ SUPERIOR ou supraesternal: (queda ou choque sobre a parte superior do complexo
do ombro)

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ARTRITE:

A artrite é uma inflamação e degradação da cartilagem articular como conseqüência de fatores


imunológicos, fraturas, desgaste ou deterioração por uma infecção viral ou bacteriana.

PARA SABER MAIS

Artrite MedlinePlus:
https://medlineplus.gov/spanish/ency/article/001243.htm
Artrite Séptica:
• Martínez-Morillo, M., Soria, L. M., Frutos, A. R., Segura, B. T., Pérez, S. H., &
Marqués, A. O. (2014). Artritis séptica de la articulación acromioclavicular:
una localización atípica. Reumatología Clínica, 10(1), 37-42.

DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR

DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA ESTERNOCLAVICULAR

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ETIOLOGIA:
Trauma sobre a parte supero-externa do ombro (queda).
Tração violenta no braço para baixo (segurar um peso).
O choque ou a tração violenta sobre a extremidade externa da clavícula na extremidade externa da
clavícula faz com que a extremidade interna suba: o espasmo dos músculos esternocleidomastoideo
e esternohioideo.
A tração no ligamento costoclavicular arrasta a 1ª costela em disfunção posterosuperior.

SINTOMAS:
Restrição ou dor na elevação do complexo do ombro e abdução acima de 120º.
Restrição cervical na lateroflexão homolateral e rotação contralateral.
Encontramos a zona cervical em lateroflexão homolateral e rotação contralateral por contração do
ECOM.

DIAGNÓSTICO:
• Inspeção: extremidade interna da clavícula mais alta do lado do ombro doloroso.

• Palpação: idem, dores nos músculos:


➢ Esternocleidomastoideo (fechamento do forame jugular).
➢ Esternocleidohioideo.

• Teste de mobilidade: restrição na descida da extremidade interna da clavícula quando o


paciente realiza uma elevação do complexo do ombro ou uma abdução de mais que 120º.

• Teste muscular: hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior e do subclávio.

PALPAÇÃO DA ESTERNOCLAVICULAR NORMAL

As duas extremidades internas das clavículas estão na mesma altura: os dois dedos se encontram à
mesma altura.

Especificidade e sensibilidade desconhecida.

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O teste muscular do subclávio e do feixe clavicular do peitoral maior é normal.

PALPAÇÃO DE UMA SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR

Do lado lesionado, a extremidade interna da clavícula está mais alta uns 5 mm. Os dois dedos não se
encontram na mesma altura: o lado da disfunção é o lado do dedo mais alto.

Especificidade e sensibilidade desconhecida.

Existe uma hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior, às vezes do subclávio, ao teste muscular.

DIAGNÓSTICO DE UMA SUPERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR

Especificidade e sensibilidade desconhecida.

Indicações: diagnóstico de lesão de superioridade esternoclavicular.

Paciente: sentado na maca.

Osteopata: a frente do paciente.

Ação: o osteopata realiza contato bilateral sobre os extremos internos da clavícula, com a face
palmar dos dedos.
Solicita-se ao paciente que eleve os ombros, o que faz uma descida do extremo interno da clavícula.
O teste será positivo onde a clavícula não desça ou desça menos.

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TESTE DE MOBILIDADE ESTERNOCLAVICULAR EM ROTAÇÃO DA CLAVÍCULA (whiplash)

FLEXÃO CERVICAL: Rotação anterior EXTENSÃO CERVICAL: Rotação posterior


Especificidade e sensibilidade desconhecida

Indicações: diagnóstico de disfunções de rotação clavicular.

Paciente: sentado na maca.

Osteopata: adiante do paciente.

Ação: osteopata realiza contato bilateral sobre os extremos internos da clavícula com os dedos.
Solicita-se ao paciente que flexione a cabeça e assim a clavícula realiza rotação anterior, e que
estenda a cabeça onde a clavícula realiza rotação posterior.
Ex: se ao realizar extensão da cabeça a clavícula não realiza rotação posterior, diremos que a
clavícula se encontra em disfunção de rotação anterior.

RX ESTERNOCLAVICULAR

Vista normal disfunção de superioridade:


Extremidade interna mais alta, 5 mm.

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PARA SABER MAIS

• Associa-se frequentemente com as disfunções em rotação antero-


posterior da clavícula.
• Pode-se associar a uma síndrome crânio-mandibular (Síndrome Algo
Disfuncional da Articulação Temporo-Mandibular) ou a transtornos da
deglutição.

DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE DA ESTERNOCLAVICULAR

ETIOLOGIA:

Choque direto anteroposterior sobre o ombro (queda): o choque violento sobre a extremidade
externa da clavícula arrasta para frente sua parte anterior.
Whiplash posterior: a hiperflexão cervical, quando o pescoço está em rotação arrasta a 1ª costela
para frente, o que traciona o ligamento costo-clavicular e anterioriza a parte interna da clavícula.

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SINTOMAS:

• Dor difusa de ombro: dor em abdução-rotação externa (mão-cabeça)


• Restrição de anteposição do complexo do umbro.
• Restrição em lateroflexão contralateral e rotação homolateral do pescoço (final de
amplitude) quando a 1ª costela está em subluxação anterior (Whiplash).

DIAGNÓSTICO:

• Inspeção: extremidade interna da clavícula mais anterior do lado doloroso.


• Palpação: idem. Dor do subclávio e do esternocleidomastoideo.
• Teste de mobilidade: restrição da anteposição do complexo do ombro: durante a
anteposição do ombro a extremidade interna não retrocede.

RM ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR

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TESTE DE MOBILIDADE GLOBAL DA ESTERNOCLAVICULAR

Especificidade e sensibilidade desconhecida

Indicações: Teste de mobilidade da articulação esternoclavicular.

Paciente: sentado na maca, com o braço em abdução a 90º.

Osteopata: atrás do paciente, com o joelho externo sobre a maca, para sustentar o braço do
paciente.

Ação: osteopata realiza contato da mão interna com os dedos, sobre a articulação esternoclavicular.
A mão externa sobre a mão do paciente. Realizam-se movimentos de rotação, elevação e antepulsão,
verificando a mobilidade da articulação esternoclavicular.

DIAGNÓSTICO DE UMA ANTERIORIDADE ESTERNOCLAVICULAR

Especificidade e sensibilidade desconhecida.

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Indicações: diagnóstico de lesões de anterioridade esternoclavicular.

Paciente: decúbito supino, com os braços em flexão de 90º.

Osteopata: em pé em frente ao paciente.

Ação: osteopata realiza contato bilateral no extremo interno da clavícula. Solicita ao paciente que
leve os braços para o teto, o que provoca um retrocesso do extremo interno da clavícula. O extremo
externo que não retroceda ou que retroceda em menor amplitude se encontrará em disfunção de
anterioridade esternoclavicular.

LIVRO DE REFERÊNCIA:

• François Ricard, Jean-Luc Sallé. Tratado de osteopatía. 3ème ed., Panamericana; 2003
• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura

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ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
É uma articulação especial já que a escápula é um osso sesamóide mantido e mobilizado pelo
sistema muscular onde qualquer alteração dos músculos alterará esta articulação. Portanto:
qualquer disfunção na coluna dos níveis que levem inervação ou inserção a estes músculos alterará a
articulação. Não é uma verdadeira articulação (sinartrose).

Está formada pela face anterior da escápula, recoberta pelo músculo subescapular e o gradil costal.
Entre ambas as superfícies e como meio de união se encontra o músculo serrátil anterior, criando
dois espaços ou falsas articulações que será o espaço entre o tórax e o serrátil (1) e entre o serrátil e
o gradil costal (2). Os dois músculos principais e que mais influenciam na articulação é o serrátil
anterior e o peitoral menor.
Pontos de referência anatômica da escápula:
A espinha da escápula está na altura do processo espinhoso de T3, o ângulo inferior se encontra na
altura dos processos espinhosos de T7-T8, enquanto que a distância média entre os processos
espinhosos e a borda interna da escápula é de 5 a 6 cm. Encontra-se em posição normal entre a 2ª e
a 7ª costela.

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A escápula com relação ao plano frontal se encontra a 30º de obliquidade. Entre a escápula e a
clavícula encontramos um ângulo de 60º.

MÚSCULOS QUE SE INSEREM NA ESCÁPULA

Serrátil anterior Bíceps

Subescapular Deltóide

Peitoral menor Omohióideo

Trapézio Redondo menor

Tríceps porção longa Redondo maior

Infraespinhoso Rombóide

Supraespinhoso Elevador da escápula

BIOMECÂNICA DA ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA

Guiada pelo trilho clavicular, a escápula realiza deslizamentos e movimentos interno-externo que
mudam sua orientação.
A escápula pode realizar movimentos de subida, descida, deslizamento para frente ou externo, para
trás ou interno e movimentos de báscula. Todos eles se combinam e são possíveis graças à contração
e relaxamento coordenado dos diferentes grupos musculares.
A escápula no plano horizontal se desliza para frente pela ação do serrátil anterior e o relaxamento
dos músculos fixadores (elevador, romboides, fascículos do trapézio), no deslizamento para trás
inverte-se a ação destes músculos.
No plano frontal este osso realiza um movimento de báscula, que é quando atuam os romboides,
elevador e fascículo médio do trapézio, assim aproxima-se da linha média, o ângulo superointerno se
eleva e a cavidade glenóidea desce e o ângulo inferior se aproxima da coluna (báscula espinhal).
Durante a abdução se modifica continuamente sua orientação, o que altera a orientação da cavidade
glenóide para cima.

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Na abdução, a escápula realiza 4 movimentos:
• Uma ELEVAÇÃO de 8 a 10 cm, associada a um deslocamento ANTERIOR.
• Uma BASCULA EXTERNA.
• Uma BÁSCULA ANTERIOR.
• Uma ROTAÇÃO ao redor de um eixo vertical:
➢ 1º tempo: Entre 0 e 90º a cavidade glenóide posterioriza.
➢ 2º tempo: A partir de 90º a cavidade glenóide anterioriza.

MÚSCULOS MOTORES DA ESCÁPULA

ELEVAÇÃO DESCIDA EXTERNO INTERNO BÁSCULA BÁSCULA


EXTERNA INTERNA

Trapézio Peitoral menor Serrátil anterior Romboides Trapézio Elevador da


superior superior escápula

Elevador da Serrátil anterior Peitoral menor Trapézio porção Serrátil anterior Peitoral menor
escápula porção inferior média

Romboide
porção inferior

Romboides Trapézio inferior Redondo maior Subclávio

Subclávio

Grande dorsal

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ROMBÓIDE MAIOR E MENOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

Romboide maior e menor Processos espinhosos da 7ª vértebra Borda medial da escápula entre o
cervical e as 5 primeiras dorsais. nascimento da espinha e o ângulo
N. ramos próprios (C5) inferior.

PONTO GATILHO E DOR REFERIDA

TESTE MUSCULAR

Posição do paciente: Decúbito prono, braço em rotação interna.


Posição do terapeuta: em pé ao lado oposto a testar.
Contatos: mão cefálica sobre o ombro e mão caudal sobre o cotovelo do paciente.
Teste: pede-se ao paciente que levante o braço da maca.

TRATAMENTO:
• Stretching dos músculos da borda interna da escápula.
• Spray and stretch.

ELEVADOR DA ESCÁPULA

ORIGEM INSERÇÃO INERVAÇÃO

Processos transversos das quatro Ângulo superior da escápula N. C3-C4 e frequentemente do nervo
primeiras vértebras cervicais romboide.

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PONTO GATILHO E DOR REFERIDA

TESTE MUSCULAR

Posição do paciente: sentado.


Posição do terapeuta: em pé atrás do paciente.
Contatos: Mao interna sobre o ombro e mão externa sobre o cotovelo do paciente.
Teste: pede-se ao paciente que levante o ombro e abdução do braço.

TRATAMENTO:

• Stretching.
• Spray and stretch.

SERRÁTIL ANTERIOR

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO

SERRÁTIL ANTERIOR Fascículos da face externa e borda Face anterior do ângulo superior.
superior das primeiras 8 ou 9
N. ramo próprio do plexo braquial costelas. Face anterior da borda vertebral da
(C5-C6-C7) escápula.

Os 5 ou 6 fascículos inferiores se
reúnem e inserem na face anterior
do ângulo inferior da escápula.

PONTO GATILHO E DOR REFERIDA

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TESTE MUSCULAR

Posição do paciente: sentado.


Posição do terapeuta: em pé na frente do paciente.
Contatos: mão interna sobre o terço distal do antebraço e mão externa palpa o ângulo inferior da
escápula.
Teste: pede-se ao paciente que levante o braço em flexão.

TRATAMENTO:
• Spray and stretch.

PATOLOGIA DA ESCÁPULA

FRATURAS DA ESCÁPULA

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144
FRATURA DE COSTELAS E GLENA DA ESCÁPULA

FRATURA DO COLO DA ESCÁPULA

FRATURA DO ACRÔMIO

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145
FRATURA DE FOSSA INFRAESPINHAL

FRATURA DA BORDA EXTERNA DA ESCÁPULA

DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA

DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DA ESCÁPULA

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146
ETIOLOGIA:
• Espasmos musculares:
➢ Elevador (C3 a C5)
➢ Peitoral menor (C6-T1)
➢ Trapézio superior (nervo acessório – XI, C3-C4)
• Desequilíbrio postural (escoliose, encurtamento do membro inferior homolateral)

SINTOMAS:
• Dores isquêmicas destes músculos (trapezalgia).
• Restrição de descida e retroposição do complexo do ombro.

DIAGNÓSTICO:
• Inspeção: ombro mais alto e mais anterior.
• Palpação:
➢ Ângulo inferior da escápula mais alta.
➢ Pontos gatilhos.
• Teste de mobilidade:
➢ Restrição de descida do ombro e do movimento mão-costas.
• Teste muscular:
➢ Hipotonia trapézio inferior.
➢ Ao teste muscular existe uma fraqueza do grande dorsal.

DISFUNÇÃO EM ADUÇÃO DA ESCÁPULA

MECANISMO:

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A escápula está fixa em adução pelo espasmo dos músculos romboides e trapézio médio.

SINTOMAS:
• Dor isquêmica da zona interescapular.
• Restrição em abdução e antepulsão acima de 140º.
• Restrição no movimento mão-cabeça.

DIAGNÓSTICO:
• Inspeção: borda interna da escápula mais próxima da linha do processo espinhoso.
• Palpação: pontos gatilhos.

DISFUNÇÃO EM BÁSCULA EXTERNA DA ESCÁPULA

ETIOLOGIA:
• Desequilíbrio postural.
• Capsulite.
• Disfunções vertebrais e da glenoumeral.

MECANISMO:
• A báscula externa está fixa pelo espasmo dos músculos:
➢ Elevador da escápula (C3 a C5)
➢ Redondo maior (C5-C6)
➢ Subescapular (C5-C6)
➢ Parte inferior do serrátil maior (C5 a C8).
• Há hipotonia do feixe clavicular do peitoral maior e do romboide.
• A clavícula adapta em rotação posterior.

SINTOMAS:
• Dor isquêmica dos músculos envolvidos.
• Restrição na amplitude final de abdução e no movimento mão-costas.

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DIAGNÓSTICO:
• Inspeção:
➢ Ombro mais alto, ponta da escápula mais alta e mais externa.
• Palpação:
➢ Igual.
• Teste de mobilidade:
➢ Restrição da báscula interna.
• Teste muscular:
➢ Fraqueza do feixe clavicular do peitoral maior e do romboide.

DISFUNÇÃO EM BÁSCULA INTERNA DA ESCÁPULA

MECANISMO:
• Raras, acontece por espasmos do trapézio inferior por disfunções vertebrais C2 a C4,
disfunção C0-C1, occipito-temporal (forame jugular) e a espasmos do romboide ou grande
dorsal por disfunções torácicas.
• Produz uma adaptação em rotação anterior da clavícula.

SINTOMAS:
• Dor isquêmica do trapézio inferior.
• Restrição de abdução acima de 140º e do movimento mão-cabeça.

DIAGNÓSTICO:
• Inspeção:
➢ Ombro mais baixo e mais posterior
➢ Ponta da escápula inferointerna.
• Palpação:
➢ Báscula interna.
➢ Pontos gatilho do trapézio inferior.
• Teste de mobilidade:
➢ Restrição de báscula externa.
➢ Ligeira restrição de rotação posterior da clavícula.
• Teste muscular:
➢ Hipotonia do elevador

BIBLIOGRAFIA:
• François Ricard. Medicina osteopática y miembro superior, cintura escapular y hombro. Ed. Escuela
de Osteopatía de Madrid, 2011.
• Hislop Helen J. Pruebas Funcionales Musculares. Daniels - Worthingham´s. Ed. Marban. 1999

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