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Cinesiologia do

Complexo do Ombro
Profª Victória Midlej
Movimentos da Escápula:
Cinemática – EC e AC

 Elevação e depressão – escápula seguindo inclinação da clavícula em torno da


EC
Cinemática – EC e AC

 Protração e Retração: rotações no plano horizontal das articulações EC e AC.


Escápula acompanha protação da clavícula. AC pode amplificar, compensar ou
ajustar a protação por meio de rotação interna.
Cinemática – EC e AC

 Rotação para cima e para baixo: Elevação da EC + rotação escapular pra cima
da AC. Essencial para os 60º completos da escapulotorácica.
Músculos do Manguito Rotador e Cabeça
Longa do Bíceps:
 Músculos reforçam a cápsula articular
 Protege e estabiliza a GU principalmente na dinâmica
 Tendões se fundem à cápsula
 Estabilidade mecânica da GU dependente da inervação, força e controle do
MR
 MR não cobre duas regiões – inferior e intervalo rotador
 Intervalo rotador – reforço do tendão da cabeça longa do bíceps e lig
coracoumeral
 Tendão da cabeça longa do bíceps braquial – resiste translação anterior e
resiste à migração superior da cabeça umeral (natural da abdução)
Postura Escapulotorácia e Estabilidade
estática:
 Mecanismo passivo
 Estruturas capsulares superiores – suporte ligamentar primário para a cabeça
umeral – Lig capsular superior, lig coracoumeral e o tendão do supraespinal
 Vetor de força capsular (ECS) + vetor de força da gravidade (G) = força
compressiva (FC) – resiste à descida do úmero
 Plano inclinado da glenóide – suporta parte do peso do braço
 Supraespinal e Deltóide Posterior – fonte secundária de estabilidade estática –
peso pra baixo
 Postura escapulotorácia – mantem a cavidade glenoide levemente rodada pra
cima.
 Perda da postura – deformação plástica das estruturas capsulares superiores
Postura Escapulotorácia e Estabilidade
estática:
Arco Coracoacromial e Bursa:

 Arco coracoacromial – ligamento


coracoacromial e acrômio – teto funcional
da articulação do ombro
 Espaço subacromial – musculo e tendão do
Supraespinal, Bursa subacromial, cabeça
longa do bíceps e parte da cápsula
superior.
 Bursas – situadas em regiões onde forças
friccionais significativas se desenvolvem
 Bursa subacromial – protege o músculo e
tendão do SP da superfície rígida abaixo
do acrômio
 Bursa subdeltoídea – extensão lateral da
subacromial – limita forças friccionais
entre o deltoide e o tendão do SP
subjacente e cabeça umeral.
Cinemática – Abdução e Adução:

 Rotação externa acompanha abdução – tubérculo maior passa posteriormente


ao processo do acrômio – evita aperto no espaço subacromial
 120º de abdução do ombro – 60º de rotação pra cima da escápula
 Cabeça do úmero – rola pra cima e desliza inferiormente
 Músculo supraespinal se funde com a cápsula superior da art GU – atividade
muscular – tensiona a cápsula superior – protege do pinçamento entre a
cabeça umeral e acrômio.
 120º de flexão – 180º flexão extrema – rotação pra cima da escápula
 Extensão – 65º ativa / 80º passiva
Cinemática – Rotação Interna e Externa:

 Rotação externa – cabeça umeral rola posteriormente e desliza anteriormente


 Rotação interna – cabeça umeral rola anteriormente e desliza posteriormente
 Associação com protração e retração da escápula
Abdução do Ombro: 6 princípios

 Ritmo ou timing cinemático natural entre abdução da GU e rotação


escapulotorácica
 Após 30º de abdução – 2:1 – 1º Princípio
 2º Princípio - rotação da escápula pra cima de 60º durante abdução completa do
ombro é resultado de elevação simultânea da clávicula na EC + rotação pra cima
da escápula na AC
 3º Princípio – clavícula se retrai na EC durante abdução completa do ombro. A
retração da clavícula ajuda a articulação AC a posicionar a escápula dentro do
plano horizontal de maneira ideal.
 4º Princípio – Escápula inclina posteriormente e roda externamente.
 5º Princípio – Clavícula roda posteriormente em torno de seu próprio eixo
 6º Princípio – úmero naturalmente roda externamente durante abdução do ombro.
Músculos da Articulação
Escapulotorácica:
Elevadores:

 Parte ascendente do músculo


trapézio
 Levantador da escápula
 Rombóide
- Suportam a postura da cintura
escapular e extremidade superior
- Postura ideal – escápula levemente
elevada e relativamente retraída,
com cavidade glenóide levemente
pra cima
Depressores:

 Parte descendente do músculo do


músculo trapézio (trapézio
inferior)
 Latíssimo do dorso
 Peitoral menor
 Subclávio
- LD – deprimi indiretamente puxando
o úmero para baixo
Protradores:

 Serrátil Anterior
Retratores:

 Parte transversa do músculo


trapézio (trapézio médio)
 Rombóides e parte descendente do
trapézio (secundários)
Músculos que elevam o braço:
Músculos que aduzem e estendem:

 Deltóide posterior
 Grande dorsal
 Redondo maior
 Cabeça longa do tríceps braquial
 Cabeça esternocostal do peitoral
maior
- Auxiliar: infraespinal e redondo
menor.
Rotadores Internos

 Subescapular
 Deltóide anterior
 Peitoral maior
 Grande dorsal
 Redondo maior
Rotadores Externos:

 Infraespinal
 Redondo menor
 Deltóide posterior
- Supraespinal pode auxiliar com a
rotação externa – neutra ou completa
Manguito Rotador:
Análise cinesiológica dos
exercícios
Puxada aberta para trás
Puxada frente x Puxada costas
Autor Ano Músculos Analisados Amostra Resultado
Sperandei et al 2009 peitoral maior, latíssimo do dorso, deltoide parte 24 sujeitos treinados, 5 rep 80% Peitoral maior ativação mais significativa
espinal e bíceps braquial 1RM durante a puxada frente Deltoide parte
espinal e bíceps braquial, a maior ativação
mioelétrica foi verificada durante a puxada
pelas costas. Latíssimo do dorso, não houve
diferenças na ativação mioelétrica em
nenhuma das técnicas utilizadas

Carpenter, Novaes & Batista 2007 bíceps braquial, tríceps braquial, latíssimo do 12 indivíduos treinados controle de Não foram verificadas diferenças na ativação
dorso, trapézio e peitoral maior cadência a 80% 1RM, sem controle dos músculos estudados para as diferentes
de cadência a 80%1RM e sem técnicas ou cargas impostas, exceto para o
controle de cadência a 70%1RM músculo trapézio na condição de controle de
cadência a 80%1RM

Signorile, Zink & Szwed 2002 músculos cabeça longa do tríceps braquial, latíssimo 10 sujeitos treinados utilizando-se latíssimo do dorso, deltoide parte espinal e
do dorso, deltoide parte espinal, redondo maior e 10RM cabeça longa do tríceps apresentaram maior
peitoral maior ação muscular durante o exercício de puxada
pela frente do que na puxada pelas costas. Os
músculos peitoral maior e redondo maior não
apresentaram diferenças significativas entre os
tipos de pegada
Puxada aberta por trás

 Puxada aberta para trás:


 Abdução + Rotação externa – ligamento glenoumeral inferior em tensão
 Menor amplitude de movimento do ombro e cotovelo – comparado com puxada
fechado pela frente - 50º ombro, 15º cotovelo a menos que fechada pela frente (DE
GRAAFF e KENT, 1995; LIPPER,1994)
 Lesões nos processos espinhosos – cervical baixa
 Menor recrutamento de unidades motoras – menor produção de força (SIGNORILE et
al., 2002; SOUTO MAIOR, 2004)
 Apesar de a puxada por trás proporcionar uma menor ativação dos rotadores
internos do ombro, esse exercício não parece ser o mais indicado. O aumento das
curvaturas cervical e lombar, o possível trauma provocado pela barra e o
tensionamento ligamentar e capsular,gerado pela amplitude exagerada do ombro,
acabam sendo mais agressivos ao indivíduo (Crate, 1997)
Puxada: Pegada pronada x supinada

Autor Ano Músculos analisados Amostra Resultado


Yodas et al 2010 trapézio parte ascendente, 21 indivíduos Latíssimo do dorso
latíssimo do dorso, infraespinal, treinado apresentou a maior ação
eretor da coluna, peitoral maior, muscular, variando
oblíquo externo e bíceps braquial em 117 ± 46% CVMI para a
pegada supinada
Lusk, Hale 2010 latíssimo do dorso, trapézio 12 sujeitos o músculo latíssimo do dorso;
& Russel parte transversa e bíceps treinados entretanto, foi encontrada
braquial maior participação deste
músculo na pegada pronada
em relação à supinada
Exercícios: Desenvolvimento de ombro
por trás
 Desenvolvimento de ombro por trás
 Extrema tensão no complexo do ombro
 Mais altas no supraespinhoso,
infraespinhoso e subescapular.
 Bursite – rotação da cabeça do úmero para
trás com movimento
repetitivos (HORRIGAN et al, 1999)
 Este exercício, apesar de ser muito
utilizado pela maioria dos, adeptos da
musculação, é um exercício que possui um
grande risco de lesão para a articulação do
ombro (Arruda, 200)
Desenvolvimento para trás:

 As forças translatórias são de


compressão articular durante todo
o movimento. No começo da
abdução, a força translatória
superior tende a aproximar a
cabeça do úmero do arco
coracoacromial. Esta força
translatória é interrompida pela
translação inferior causada pelos
músculos do manguito rotador
(Arruda, 2000)
Supino Reto

 adutores horizontais do ombro


[músculos peitoral maior(parte
clavicular e esternocostal),
deltóide (partes clavicular e
acromial) e coracobraquial,
abdutores do cíngulo( do membro
superior (músculos peitoral menor
e serrátil anterior e extensores dos
cotovelos(músculos tríceps braquial
e ancôneo)
Supino Reto:

 Posição basal – provoca uma restrição importante no


movimento das articulações escápulo-torácias, uma
vez que bloqueia os movimentos das escápulas
impedindo a sua retração. (Moura e Silva, 2015)
 A ausência de retração da escápula leva a que o
tendão do subescapular não tenha a tração necessária
para exercer contra-força estabilizadora e impedir a
translação anterior e rotação lateral excessivas da
cabeça umeral
 Combinação de rot. Lateral + hiperextensão e abdução
horizontal do ombro – translação anterior excessiva da
cabeça umeral – forças lesivas – instabilidade
glenoumeral anteior
 Como o peso acima do tronco pressiona-o contra o
apoio, a escápula tem que realizar uma adução
forçada entre a caixa torácica e o banco, aumentando
o risco de lesão desta articulação. Além disso, este
movimento causa um estresse excessivo nas estruturas
anteriores da articulação do ombro. (Arruda, 2000)
Exercícios: Abdução do ombro até 90º

 Abdução do Ombro até 90º


 Utilização progressiva – tendinopatia
pela compressão do manguito rotador
entre a cabeça umeral e o arco
coracoacromial.
 Realização segura – ângulos de 70-75º
(SOUTO MAIOR, 2004)
 Outro aspecto relevante é o aumento da
compressão articular, causada pela
redução do espaço articular à medida
que o movimento de abdução aproxima-
se de 90° (Peterson e Renstróm, 1997)
Exercícios: Remada em pé até altura do
queixo
 Remada em pé até a altura do queixo
 Ombros – acometimento da Bursa
 Abdução, rotação externa e elevação do membro
superior
 Melhor posicionamento – elevação da sobrecarga
até a região média do osso esterno (CIULLO e
ZARINS, 1983)
 KOLBER E COL (2014), sugerem uma modificação
nas empunhaduras curtas, não trazendo a barra
além da clavícula, por exemplo, na tentativa de
evitar lesões futuras.

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