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SERVIÇO SOCIAL

MIKAELLE DA SILVA PUJALS

CRIANÇAS E ADOLESCENTES E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

Santa Margarida MG
2022
MIKAELLE DA SILVA PUJALS

CRIANÇAS E ADOLESCENTES E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como


requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas norteadoras do semestre letivo.

Tutor (a): Mariana Barcellos Pinheiro

Santa Margarida MG
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
2.1 PESQUISA SOCIAL...............................................................................................4
2.2 GESTÃO E ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS...............................................4
2.3 POLÍTICAS SETORIAIS........................................................................................6
2.4 INSTRUMENTALIDADE EM SERVIÇO SOCIAL E ESTÁGIO EM SERVIÇO
SOCIAL II......................................................................................................................7
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................9
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

Esta produção busca chamar atenção para a atuação dos


assistentes sociais e sua relação com as políticas públicas voltadas para as crianças
e os adolescentes, os quais tem seus direitos a partir da instauração ECA em 1990 e
que ainda hoje encontra dificuldade para a sua materialização. Atualmente, as
políticas públicas voltadas para as crianças e adolescentes giram em torno da
assistência social, educação e saúde.
O Serviço Social atua nestas três esferas, lutando pela proteção dos
direitos das crianças e dos adolescentes. É importante destacar que por muito
tempo esse público foi submetido a provação da infância e hoje há uma luta para
que a infância e adolescência sejam protegidas, o que é viabilizado por meio de
políticas públicas. Assim, o assistente social atua para fortalecer um vínculo com
esses indivíduos e garantir um ambiente que seja acolhedor e protetivo.
Com o objetivo de elucidar esses pontos, esta produção se divida
em cinco partes. Na primeira, é abordada a importância da pesquisa social para a
atuação do serviço social, na medida em que é fundamental a realização de
pesquisas acerca da infância e ada adolescente para a manutenção das políticas
sociais. Em seguida, destaca-se o papel do assistente social na gestão e avaliação
de políticas públicas direcionadas para a assistência social e educação de crianças,
sendo um modo de garantir seus direitos.
Como terceira etapa, disserta-se sobre o papel do assistente social
junto a escola, com ênfase para sua importância e relação com a proteção social da
criança e do adolescente. Por fim, é falado sobre a relevância dos instrumentos
utilizados pelos assistentes sociais para a execução de um atendimento de
qualidade e eficaz para esse público estudado.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 PESQUISA SOCIAL

A pesquisa para o Serviço Social é de grande importância, pois


é através dela que o profissional consegue contribuir para a construção de
tipologias, diagnósticos e tratamento, por meio da transposição dos
conhecimentos construídos pelas ciências sociais para nortear a sua prática
profissional. Assim sendo, o serviço social volta suas pesquisas para o meio de
técnicas e não apenas para descrição e interpretação do mundo social.
Assim explica Araújo et al. (2020, p. 84)

Dessa maneira, podemos compreender que a pesquisa no âmbito das relações


do Serviço Social não está voltada apenas para a descrição ou reflexão em
si do mundo real, mas se constitui uma atividade transformadora, a qual tem
o objetivo de construir os diversos conhecimentos sobre as múltiplas
expressões da Questão Social por meio da aproximação, explicação e
apreensão dos aspectos sociais, econômicos, políticos e cultuais da
realidade social, buscando encontrar respostas diante os desafios que são
postos para a sociedade em geral.

Nesse contexto, a dimensão da pesquisa se mostra essencial


para o exercício profissional dos profissionais de Serviço Social, já que é
imprescindível a utilização de referenciais teóricos para se abordar e
compreender as realidades sociais que são investigadas. Dessa maneira, em
suas investigações, o Serviço Social faz uso de indagações, reflexões e
apreensão de conhecimentos, utilizando como base a capacidade teleológico do
agir e pensar (ARAÚJO et al., 2020).
Para isso, a pesquisa em Serviço Social faz uso dos métodos de
Marx para determinar uma dimensão ampliada da pesquisa, em que seja
possível compreender as relações em sua totalidade. teleológica do (agir e
pensar) abordado pela corrente teórica marxista. Quanto a finalidade da
pesquisa em Serviço Social, estas possibilitam a criação de um espaço que
permite construir e reconstruir conhecimentos, buscando questionar a realidade
social (ARAÚJO et al., 2020).
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2.2 GESTÃO E ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS

No campo da proteção a criança e ao adolescente, pode-se destacar


o papel do assistente social na gestão, análise e avaliação de políticas públicas que
visam fornecer e impulsionar o acesso destes aos seus direitos, como são o caso
das políticas de assistência social e políticas educacionais para as crianças e
adolescentes. Esse espaço de atuação possui uma gama sabres e experiências
acumulados, os quais são articupados ao desempenho da política de assistência, a
qual possui suas ações relacionadas as condições sociais, econômicas e políticas.
É importante destacar que essa atuação do assistente social dentro
da gestão é uma atuação interdisciplinar, na medida em que atua com outros
profissionais, tais como psicológicos e advogados. No que diz respeito a gestão de
políticas de assistência social, dentre os principais desafios vivenciados por eses,
destacam-se a tentativa de intergilar as políticas de assistência com as outras que
comproem a seguridade social, assim como desenvolver um diálogo com outras
áreas de políticas sociais. Assim explica Silva (2018, p. 1)
as atribuições e competências dos(as) assistentes sociais que conformam ações
tanto no campo da proteção social básica quanto na proteção social
especial, significará a partir da sua inserção nas atividades de gestão,
planejamento e avaliação uma contribuição fundamental para a reflexão
sobre o desempenho da política na articulação direta com as demandas
sociais que a originaram. Neste sentido ressalta-se a contribuição dos
estudos de avaliação na direção do aperfeiçoamento da gestão do estado
na adoção, operacionalização e redimensionamento das políticas sob sua
responsabilidade. No caso específico da assistência social representará a
contribuição no sentido do resgate de uma dívida social histórica com os
estratos sociais excluídos socialmente.

Em relação as ações realizadas por esses profissionais,


oFederal de Serviço Social afirma que a atuação deve serguir pas patrâmetros
do projeto ético político da profissão, visando o aprimoramento de sua qualidade
do serviço que é ofertado. Ou seja, é preciso contribuir para a eficácia da
política pública. Cabe destacar que na assistência social, os profissionais atuam
na proteção social, fornecendo atendimento assistencial aqueles se encontrem
situação de risco. Desse modo, a avaliação deve ser voltada para o
desempenho das políticas em garantir proteção para essas pessoas que
procuraram pela assistência.
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Já no campo gestão e avaliação das políticas de Educação, a


contribuição do Serviço Social com a educação se dá por meio da intensificação
promovida pelos profissionais na luta por uma educação enquanto direito
garantido ao cidadão, entendendo a educação como uma prática emancipatória
que é dever do Estado de garanti-la.
Assim, o Serviço Social atua para o reconhecimento da política
pública de educação considerando o seu contexto político. De acordo com o
Conselho Federal de Serviço Social (2013b, p. 50-55), os assistentes sociais na
gestão de políticas educacionais devem “assegurar processos de gestão
democráticos e participativos que potencializem o trabalho interdisciplinar e
democrático e que operem a intersetorialidade entre a política educacional e as
demais políticas públicas”.
Além disso, cabe destacar que ação do Serviço Social incluir
lutar pela efetivação de direitos sociais a uma educação de qualidade, pública e
laica; investigar as condições de vida, de trabalho e de educação dos indivíduos,
visando compreender a realidade social; e se inserir em espaços de controle
social da política educacional. Para Silva (2018, p. 1), há a seguinte relação
entre avaliação e a atuação do Serviço Social:
A avaliação de políticas públicas se constitui um campo de produção de
conhecimentos onde o Serviço Social tem conquistado reconhecimento e
acumulado experiências, sempre na perspectiva de dimensionar o alcance
social das políticas na relação direta com as demandas que motivaram a
sua adoção [...] a atividade da avaliação integra o movimento do processo
das políticas públicas, está articulada às etapas de formulação e
implementação da política, configurando um esforço de análise crítica sobre
a sua intencionalidade, seu alcance e sobre o jogo de interesses
contraditórios que a constitui.

Portanto, no que diz respeito a avaliação de políticas


educacionais, esses profissionais devem avaliar a política como um instrumento
de ação, os seus conceitos e perspectivas, sua formulação e implementação,
estando associados com a análise do desempenho das políticas educacionais.

2.3 POLÍTICAS SETORIAIS

Na escola se apresentam as mais variadas formas de expressão da


questão social, necessitando da intervenção do profissional de Serviço Social, uma
vez que o Assistente Social devido a sua formação generalista possui a capacidade
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de identificar esses problemas e intervir nos mais diversos tipos de relações sociais
familiares, buscando amenizar essas expressões da questão social e viabilizar a
garantia de direitos dessas crianças e adolescentes.
De acordo com o documento “Subsídios para a Atuação de
Assistentes Sociais na Política de Educação” (CFESS-CRESS, 2012, p. 16) isso
ocorre, pois:
A educação é um complexo constitutivo da vida social, que tem uma função
social importante na dinâmica da reprodução social, ou seja, nas formas de
reprodução do ser social, e que numa sociedade organizada a partir da
contradição básica entre aqueles que produzem a riqueza social e aqueles
que exploram os seus produtores e expropriam sua produção. Este
complexo assume predominantemente o caráter de assegurar a reprodução
dos contextos sociais, das formas de apreensão do real, [...] Sua função
social, portanto, é marcada pelas contradições, pelos projetos e pelas lutas
societárias e não se esgota nas instituições educacionais, embora tenha
nelas um espaço privilegiado de objetivação

Assim, o Serviço Social, tem sido reconhecido como profissão


fundamental na perspectiva curricular da educação e ocupado espaços importantes
no processo de execução da política educacional. Segundo Alarcão, Araújo e
Albarello (2020), seu trabalho consiste em identificar e propor alternativas de
enfrentamento aos fatores sociais, políticos, econômicos e culturais que interferem
no sistema educacional, de forma a cooperar com a efetivação da educação como
um direito para a conquista da cidadania.
A intervenção junto às famílias em algumas situações é de
fundamental importância para a manutenção e restauração dos vínculos familiares,
uma vez que é no convívio familiar que se apresentam as mais diferentes formas de
manifestação da questão social, e com a intervenção se consegue evitar que as
problemáticas encontradas se repitam novamente, evidenciando também a estas
famílias a importância da relação delas com a escola no desempenho escolar do
aluno, buscando uma participação maior destas famílias na escola (ALARCÃO;
ARAÚJO, ALBARELLO, 2020).

2.4 INSTRUMENTALIDADE EM SERVIÇO SOCIAL E ESTÁGIO EM


SERVIÇOSOCIAL II

Em sua atuação, assistente social faz uso de inúmeros instrumentos


e técnicas, variando conforme cada área de atuação. Para compreender quais
instrumentos são utilizados no caso da área da infância e adolescência, é
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preciso inicialmente entender que há dois tipos de instrumentos no serviço


social: os diretos e os indiretos (JUSTINO, 2019).
Os Instrumentos diretos são aqueles que proporcionam uma
interação face a face, como é o caso de uma visita domiciliar ou uma entrevista.
Já os instrumentos indiretos correspondem a registros que visam uma avaliação
conclusiva, teórica e técnica, por exemplo, um parecer social (JUSTINO,
2019).Acerca da importância desses instrumentos, Santos (2013, p. 28) pontua
que:
(...) os instrumentos são considerados meios de se alcançar uma finalidade,
ao escolher um determinado instrumento de ação o profissional deve ter
clareza da finalidade que pretende alcançar: se está coerente com as
finalidades da profissão e se o instrumento escolhido permitirá a efetividade
de tais finalidades (...) Por isso, o profissional deve estar em sintonia com o
movimento da realidade, considerando as particularidades dos diferentes
espaços em que intervém e, também, estar orientado pelos fundamentos e
princípios éticos que norteiam a profissão.

No atendimento a criança, é extremamente comum utilizar os


seguintes instrumentos: entrevista; atendimento individual e familiar e visita
domiciliar. Para Justino (2019), estes são de extrema relevância, pois
possibilitam uma melhor vinculação com a família e com a criança e o
adolescente, permitindo conhecer e compreender sua história, bem como
identificar a quais riscos estes podem ser expostos, como violências e o histórico
familiar.
Contudo, ressalta-se que a visita familiar deve realizada com
cautela, pois muitas vezes é vista como uma forma de vigiar a família, mas o
objetivo real é aproximar os vínculos e aproximar o contato com aquela família,
além de identificar de forma mais aprofundada a sua realidade social (JUSTINO,
2019).
Além disso, pode-se destacar a utilização de jogos enquanto
instrumentos durante o atendimento de crianças e adolescentes, pois os jogos
são um meio desses sujeitos traduzirem sua realidade, além de gerar um
espaço mais lúdico para o atendimento, conforme exposto por Justino (2019).
Vale pontuar que o uso dos jogos deve ser bem realizado, havendo uma
finalidade intencional, com aplicação adequada e adaptação as condições de
atendimento.
Ademais, salienta-se que no atendimento psicossocial a criança e
aos adolescentes podem ser trabalhos outros instrumentos interdisciplinares
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com a psicologia, como o genograma familiar, que consiste em um desenho da


vida familiar; a casa terapêutica com crianças, realizada por meio de atividades
lúdicas para trabalhar questões emocionais e desenvolver um vínculo com a
criança; fantoches e outras dinâmicas (JUSTINO, 2019)

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

À luz do exposto, pode-se observar que a atuação doa


assistente social é fundamental para a proteção dos direitos da criança e doa
adolescente, na medida em que não apenas fornece orientações e atua na
assistência social, como também é responsável pela gestão e avaliação das
políticas públicas, sendo se extrema importância esses processos para a
concretização dos direitos.
Observou-se também que a escola é um dos ambientes em que
essas políticas públicas de educação se concretizam, mas as relações sociais
que já se encontram acirradas e fragilizadas têm tendência a piorar, e podem
surgir novas expressões da questão social nesse ambiente, sendo
imprescindível a presença de uma assistente social no espaço educacional.
Conclui-se que o Assistente Social não transforma a realidade,
mas, no entanto, pode fazer a diferença na forma como os indivíduos enfrentam
essa realidade, e pode viabilizar meios para que as crianças e adolescentes
tenham os seus direitos garantidos. Portanto, pode-se afirmar que o papel do
assistente social, enquanto aquele que pesquisa múltiplas realidadespara
auxiliar na intervenção profissional, pode contribuir para melhorias na sociedade.
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REFERÊNCIAS

ALARCÃO, Micaelle Alves; ARAÚJO, Késia Miriam Santos; ALBARELLO, Beatriz


Amália. Atuação do assistente social na Educação Básica. Revista JRG de
Estudos Acadêmicos, v. 3, n. 6, p. 263-282, 2020. Disponível em:
http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/168.

ARAÚJO, Luciene et al. Serviço social e pesquisa científica: uma relação vital para a
formação profissional. Revista Katálysis [online], v. 23, n. 01, pp. 81-89, 2020.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-02592020v23n1p81.

CFESS-CRESS. Subsídios para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de


Educação. Brasília: CFESS, 2012.

DIGIÁCOMO, Murillo José. Diretrizes para a Política Destinada ao Atendimento


de Crianças e Adolescentes. ENCONTRO “PROGRAMA DE MOBILIZAÇÃO PARA
A INCLUSÃO ESCOLAR E VALORIZAÇÃO DA VIDA”. Faxinal do Céu, v. 17, 2019.

JUSTINO, E. Os instrumentos e ténicas utilizados pelo assistente social no


atendimento a criança e adolescente vítima de violência. Trabalho de Conclusão
de Curso (graduação em Serviço Social) - Centro Sócio Econômico, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/204049/Evelyn
%20Justino.pdf?sequence=1

SILVA, Maria do Rosário de Fátima. Atuação do Serviço Social no Processo de


Gestão e Avaliação de Políticas e Programas Sociais. Revista de Políticas
Públicas, v. 22, p. 561-578, 2018. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/3211/321158844026/html/.

SOUSA, Charles Toniolo. A prática do assistente social: conhecimento,


instrumentalidade e intervenção profissional (The social worker practice: knowledge,
instrumentality and professional intervention. Emancipação, v. 8, n. 1, 2008.

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