Você está na página 1de 14

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

CLEUDENORA DE SOUZA SILVA

O TRABALHO PROFISSIONAL

INSTRUMENTAÇÃO PARA A INTERVENÇÃO

2016
CLEUDENORA DE SOUZA SILVA

O TRABALHO PROFISSIONAL

INSTRUMENTAÇÃO PARA A INTERVENÇÃO

Trabalho de Grupo apresentado à Universidade Norte do


Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção de média nas disciplinas Gestão Social,
Serviço Social, Terceiro Setor e Oficina de Formação
Pesquisa Social - TCC

Professores: Maria Angela Santini, Clarice da Luz


kernkamp, Maria Lucimar Pereira

2016
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3

2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................4

3 CONCLUSÃO.........................................................................................................10

REFERENCIAS..........................................................................................................12
3

INTRODUÇÃO

O objetivo desse trabalho é proporcionar ao discente a reflexão


sobre o exercício profissional do assistente social no que se refere à gestão social a
fim de aprofundar os elementos constituintes do 8°Semestre. A primeira vista, o
tema instrumentalidade no exercício profissional do assistente social parece ser algo
referente ao uso daqueles instrumentos necessários ao agir profissional, através dos
quais os assistentes sociais podem efetivamente objetivar suas finalidades em
resultados profissionais propriamente ditos. Porém, uma reflexão mais apurada
sobre o termo instrumentalidade nos faria perceber que o sufixo “idade” tem a ver
com a capacidade, qualidade ou propriedade de algo. Com isso podemos afirmar
que a instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de
instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma
determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e
reconstruída no processo sócio histórico.
O assistente social é um dos profissionais requisitados a atuar na
gestão das políticas públicas. Trata-se de um dos campos profissionais onde exerce
função de planejamento e avaliação de programas, projetos e serviços das políticas
públicas.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (1995), o Serviço Social é uma
profissão inserida e legitimada na divisão sócio técnica do trabalho como
especialização do trabalho coletivo cuja prática profissional é a intervenção direta
nas expressões da questão social, inserida num projeto societário. É uma profissão
determinada pela dinâmica das relações sociais e da interferência nestas.
O assistente social insere-se em processos de trabalho voltados
diretamente a defesa de direitos, ampliação e consolidação da cidadania, diante do
processo histórico e das contradições que se configuram no interior das relações
sociais. Estas demandas sociais requerem uma intervenção crítica, criativa,
propositiva, sensível diante das manifestações da Questão Social que vivenciamos
na atualidade.
4

DESENVOLVIMENTO

É essencial entender as Políticas Sociais como sendo um processo


e resultado de lutas e relações conflituosas entre o Estado e a sociedade que
reivindicou direitos de proteção social, direitos coletivos. O Estado capitalista é
desigual em sua estrutura e não permitiu oportunidade e divisão de riquezas em
igualdade. Foram criadas então as Políticas Sociais, para atender a uma camada da
população que não participa do processo produtivo.
No conjunto de sua funcionalidade ao modo capitalista de produção
da vida social, as políticas sociais são apresentadas como ajuda, como preocupação
do Estado com as desigualdades sociais. O estado tem uma função central na
gestão e controle da classe trabalhadora. Compete ao estado garantir as condições
necessárias para a manutenção do sistema.
A expansão da política de assistência social vem demandando cada
vez mais a inserção de assistentes sociais comprometidos (as) com a consolidação
do Estado democrático dos direitos, a universalização da seguridade social e das
políticas públicas e o fortalecimento dos espaços de controle social democrático.
Isso requer o fortalecimento de uma intervenção profissional crítica, autônoma, ética
e politicamente comprometida com a classe trabalhadora e com as organizações
populares de defesa de direitos. Esses parâmetros têm como pressuposto que a
definição de estratégias e procedimentos no exercício do trabalho deve ser
prerrogativa dos assistentes sociais, de acordo com sua competência e autonomia
profissional.
Não se pode pensar o Serviço Social apenas como resultado da
questão social e nem tampouco como uma profissão nascida das exigências e
demandas próprias à ordem burguesa. Se faz necessário a leitura da profissão como
inserida nas peculiaridades da sociedade burguesa consolidada na organização
monopólica em que há na verdade uma correlação de forças que no início da
profissão pouco se faz observar devido aos contexto sócio histórico e indicativos
profissionais do período, mas que em seu desenvolvimento se fazem visíveis e
indispensáveis para a construção profissional.
Atualmente é fundamental que o profissional do Serviço Social seja
crítico e questionador para que possa conhecer a realidade tal como ela realmente
é, rompendo com a mera aparência. De posse desse conhecimento, o profissional
5

pode planejar sua ação com muito mais propriedade, visando à mudança dessa
mesma realidade. Com isso na ação profissional, o assistente social constrói suas
metodologias de ação instrumentos e técnicas de intervenção social, porém são os
objetivos profissionais construídos a partir de uma reflexão teórica, ética e política e
um método de investigação que definem os instrumentos e técnicas que serão
utilizados, e não o contrário.
Os instrumentos são os elementos mediadores e potencializadores
do trabalho, ou seja, é a estratégia por meio da qual se realiza a ação. As técnicas
dizem respeito a habilidade humana de fabricar, construir e utilizar instrumentos para
que ele se torne o mais utilizável possível. O que se coloca para o assistente social,
então, é sua capacidade criativa.
Segundo Carvalho e Iamamoto (2005), o Serviço Social é
requisitado pelas complexas estruturas do estado e das empresas, de modo a
promover o controle e a reprodução (material e ideológica) das classes subalternas.
Assim a dimensão prática (técnico-operativa) tende a ser objeto privilegiado de
estudos no âmbito da profissão. Que de início eram funções meramente executivas
das políticas sociais. Ficando ao cargo de outras categorias profissionais e dos
Governos. Ao Serviço Social cabia apenas excuta-las, na relação direta com os
usuários.
O Estado necessita adquirir um modo de gestão para administrar o
sistema público, pois sem uma gestão não é possível gerenciar suas políticas de
atendimento ao cidadão. Portanto a gestão caracteriza-se pelo ato de gerir,
administrar, e para isso supõe a interpretação de objetivos tais como, delimitar as
atividades necessárias para um bom gerenciamento, agrupar as atividades em uma
estrutura lógica, designar atividades as pessoas especificas e organizar para a
interdisciplinaridade.
A gestão surge a partir das mudanças ocorridas no mundo do
trabalho, na economia, na política e culturalmente, também podemos citar fatores
como o intenso processo de globalização, o rápido desenvolvimento informacional, a
precarização das relações de trabalho em meio ao aumento da pobreza e das
desigualdades sociais. Nos dizeres de Dowbor (1996) temos um “sistema que sabe
produzir, mas não sabe distribuir” e por isso “se não houver investimento no ser
humano, na sua formação, na sua saúde, na sua cultura, no seu lazer, na sua
informação”, vamos acabar por ter uma sociedade de trabalhadores produtivos, mas
6

que vivem insatisfeitos com suas condições de vida.


A gestão social não é apenas mais uma inovação com novas
tecnologias de gestão, mas sim uma gestão democrática que seja capaz de construir
uma nova cultura política, organizacional e gerencial. Esta nova forma de gestão
envolve componente como a participação, liberdade, controle, composição de
interesses, poder compartilhados, sujeitos autônomos, eficiência, eficácia e
efetividade. Trata-se de uma gestão que combina o institucional com o
compromisso, criatividade, ética e iniciativa do gestor.
A gestão social requer do profissional o exercício da democracia,
acesso aos direitos sociais, quer para si e para seus usuários, um planejamento
social, efetuando respostas sustentáveis, com gerenciamento de ação pública,
através de programas, projetos, serviços, gestão coletiva, objetivo claro, direção
social e sujeitos com conhecimento de direitos.
Segundo Nogueira (p. 145) A gestão participativa busca
modificar a articulação entre governantes e governados. O
gestor governamental relaciona-se com o cidadão de modo
não só “amigável”, mas também “interativo”, superando
distâncias, atritos e unilateralidades. Sua função é “trazer” o
cidadão para órbita do governo da comunidade, envolvê-lo nos
assuntos governamentais.
Diante desta forma de gestão participativa, é possível observar que
o cidadão como portador de direitos e deveres, deve estar inserido nos processos de
decisão das políticas públicas a quem ele mesmo deve ser atendido. Mas apesar de
haver uma luta constante, e o empenho de muitos profissionais da área em defesa
desta questão, é evidente encontrarmos na sociedade atual, a destruição dos
direitos humanos e o crescente aumento da pobreza e desigualdade social.
O Serviço Social é uma profissão de natureza eminentemente
interventiva que atua no campo das relações humano-sociais. É uma forma de
especialização do trabalho coletivo, socialmente construído. Participa do processo
global de trabalho, e tem, portanto, uma dimensão sócio histórica e política que lhe é
constitutiva e constituinte.
Como área de conhecimento e de intervenção profissional o Serviço
Social se consolida em suas relações com as demais profissões e com as práticas
societárias mais amplas. O exercício profissional, expressão material e concreta do
7

processo de trabalho do Assistente Social, explicita a natureza interventiva da


profissão, cujo fim último é sempre a emancipação social dos sujeitos com quem
atua. Para tanto, em cada ato profissional são mobilizados conhecimentos, saberes
e práticas que, mediante uma ampla cadeia de mediações e do uso adequado de
instrumentais de trabalho, visam a alcançar os resultados estabelecidos.
Cada um desses momentos é saturado de determinações políticas,
econômicas, históricas, culturais que estão presentes no atendimento demandado e
nas respostas oferecidas, pautadas sempre em valores éticos que informam e
conformam a prática do Serviço Social, emanando de nosso Projeto ético-político,
como síntese que é do Código de Ética, aprovado pela Resolução do CFESS nº.
273/93, da Lei nº. 8662, de junho de 1993, que regulamenta o exercício profissional,
bem como das diretrizes curriculares, aprovadas pelo Parecer CNE/CES nº. 492/91,
de abril de 2001.
Os instrumentos de gestão podem contribuir para o desenvolvimento
de competências e habilidades profissionais no âmbito da Assistência Social,
considerando que esses instrumentos podem favorecer a construção de planos de
trabalho nas diferentes etapas da Política de Assistência Social. No entanto, o
profissional deve estar aberto às possibilidades de incorporar os princípios da gestão
no cotidiano. Mas, compreende-se que este processo de apropriação, perpassa pela
necessária aquisição ou aperfeiçoamento de conhecimentos sobre os conceitos e
princípios que fundamentam a gestão enquanto metodologia de realização do
trabalho profissional, agregando-os enquanto recurso legal no desenvolvimento do
trabalho.
O processo de formulação e implementação das políticas sociais
é uma dimensão privilegiada de atuação do assistente social e a instrumentação
propositiva do profissional, fundamentada em princípios teóricos e práticos da
gestão podem contribuir para o desenvolvimento técnico-operacional dos assistentes
sociais inseridos no processo de formulação e implementação dos serviços públicos.
Sob esta perspectiva, a apropriação dos instrumentos de gestão
para a realização do trabalho profissional, no âmbito da Assistência Social, tornam-
se estratégia e recurso legal no enfrentamento das demandas apresentadas ao
assistente social, tanto pela população usuária dos serviços públicos como pelo
Estado, enquanto instituição empregadora.
Reconhecer a instrumentalidade como mediação significa tomar o
8

Serviço Social como totalidade constituída de múltiplas dimensões: técnico-


instrumental, teórico-intelectual, ético-política e formativa (Guerra, 1997), e a
instrumentalidade como uma particularidade e como tal, campo de mediações que
porta a capacidade tanto de articular estas dimensões quanto de ser o conduto pelo
qual as mesmas traduzem-se em respostas profissionais. No primeiro caso a
instrumentalidade articula as dimensões da profissão e é a síntese das mesmas. No
segundo, ela possibilita a passagem dos referenciais técnicos, teóricos, valorativos e
políticos e sua concretização, de modo que estes se traduzam em ações
profissionais, em estratégias políticas, em instrumentos técnico-operativos. Em
outros termos, ela permite que os sujeitos, face a sua intencionalidade, invistam na
criação e articulação dos meios e instrumentos necessários à consecução das suas
finalidades profissionais.
O trabalho do assistente social na Política de Assistência Social,
como em qualquer outra área, demanda competências e habilidades para construir
planos de trabalho condizentes com as demandas emergentes no cotidiano
profissional. Os instrumentos de gestão podem contribuir para o desenvolvimento de
competências e habilidades profissionais, ponderando que estes instrumentos
favorecem a construção de planos de trabalho nas diferentes etapas de
operacionalização e implementação da Política de Assistência Social. Entretanto, o
profissional deve estar aberto a incorporar os princípios da gestão no cotidiano de
trabalho. Visando assim, contribuir para a construção de um novo perfil profissional,
capaz de responder conscientemente as demandas emergentes na sociedade,
através do exercício profissional propositivo pautado em ações previamente
planejada, fundada no conhecimento e domínio dos princípios de gestão, bem como
sobre as dimensões teórico-prático postulados pelo Serviço Social e que
fundamentam o exercício profissional.
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição, de
maneira que possibilite a participação, transparência e democracia, assim deve
produzir resultados diante das demandas que se formam na sociedade, e que se
aprofundam a cada dia no cotidiano do profissional, que precisa estar munido de
competências teóricas e metodológicas para gerir esse processo. Por isso essa
gestão tende a impulsionar a participação popular e incluir os sujeitos nos processos
de gestão da política social, de forma a integrá-los nos processos de tomada de
decisões, e ampliar o poder de pressão sobre as reivindicações que se pretende
9

incluir nas arenas decisórias políticas.Com as mudanças no mundo do trabalho o


assistente social, como qualquer outro trabalhador que vende sua força de trabalho,
fica à mercê das novas regras e impactos que recaem sobre as formas de inserção
e de permanência em postos de trabalho, observados nos contratos temporários,
nas reduções de salário, na precarização das condições de trabalho entre outros,
que refletem profundamente no exercício profissional. Como o Serviço Social tem
sua essência de atuação na intervenção da realidade, a categoria da mediação se
torna fundamental para o “desvendamento dos fenômenos reais e a intervenção do
assistente social” (PONTES, 2000, p. 43), através da tríade singularidade –
particularidade – universalidade (PONTES, 2007), necessárias para apreensão de
mediações nas determinações dos complexos sociais.
A intencionalidade dos assistentes sociais, presente na
instrumentalidade, é mediada pela lógica da instituição em que está inserido e na
qual em muitos casos o profissional fica submetido. Mas, exatamente por tratar a
instrumentalidade enquanto prática de mediação e como campo da cultura
profissional é que se possibilita, contraditoriamente, ao assistente social usar os
conhecimentos disponíveis e construir um modo de fazer que lhe é próprio. Assim,
produz elementos novos e reconstrói sua prática profissional composta de
referenciais teóricos e metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos que
possibilitam a negação da prática puramente imediata e espontânea, reelaborando
novas respostas sócio profissionais. (GUERRA, 2011).
Sendo assim, compreender as transformações da sociedade é
também perceber que o Serviço Social precisa responder e antecipar essas novas
demandas, e para isso os espaços de atuação do assistente social exigem um
profissional cada vez mais qualificado e especializado, que analise criticamente a
realidade social e que faça uso das mediações no exercício profissional; que seja
um profissional não apenas interventivo, mas também propositivo e pesquisador
diante dessas demandas, requisitos necessários para inserção, permanência e
identificação de novos espaços de ocupação deste profissional no mercado de
trabalho.
10

CONCLUSÃO

Podemos concluir que “novas possibilidades de trabalho se


apresentam e necessitam ser apropriadas, decifradas e desenvolvidas; se os
assistentes sociais não o fizerem, outros o farão absorvendo progressivamente
espaços ocupacionais até então a eles reservados” (IAMAMOTO, 2001, p. 48).
A responsabilidade da compreensão e, mesmo, do enfrentamento
desse contexto desafiante do qual os assistentes sociais vivenciam deve partir de
uma ação coletiva do conjunto da categoria. Ao compreendermos que o Serviço
Social é uma profissão historicamente constituída, percebemos também que ela é
mutável e, portanto, suas determinações estão dadas na realidade.
Sendo assim, o aprofundamento das expressões da questão social
tem colocado novas demandas para o Serviço Social e consequentemente novos
espaços sócio ocupacionais estão surgindo. Estes espaços já são pré-definidos pela
Lei de Regulamentação da Profissão (8.662 de 7 de junho de 1993) que prevê em
seu artigo 4º o exercício profissional do assistente social em “entidades e
organizações populares”, “em órgãos de administração pública direta e indireta”,
“aos movimentos sociais” e “outras entidades”.
No entanto, é preciso ainda entendermos e analisarmos esses novos
espaços, a sua representatividade, suas condições de trabalho, os interesses que
permeiam a reprodução das relações sociais e até mesmo de que forma esses
novos espaços oportunizam um exercício profissional tendo em vista o Código de
Ética da Profissão. Este que preconiza a liberdade como valor ético central e o
compromisso com autonomia e valores emancipatórios dos indivíduos.
A própria compreensão da função do assistente social nesses novos
espaços já se configura como um desafio para a profissão, de forma que os mesmos
sejam conscientemente ocupados e sirvam de instrumentos de consolidação dos
princípios de ética profissional e de superação da ordem social do capital.
A intervenção engloba também o campo das habilidades
profissionais. Essas habilidades são percebidas no modo e na direção que o
assistente social dá ao seu exercício profissional. A postura assumida revela
inclusive a compreensão acerca do protagonismo do usuário no trato interventivo.
Reconhecer esse protagonismo pode ser uma via de superação do paternalismo que
ainda se faz presente no exercício profissional de parcela dos assistentes sociais,
11

como se os usuários precisassem ser ouvidos somente por suas queixas e não por
sua capacidade e autonomia de decisão. Garantir condições de expressão aos
usuários significa também defender seus interesses, explicitar seu projeto societário,
a sua auto percepção acerca de suas condições objetivas de vida e de sua própria
concepção de mundo. O reconhecimento dos resultados do trabalho interventivo é
visível quando o assistente social analisa tanto as condições objetivas de vida do
usuário, como os impactos deste na qualidade de vida do usuário. Esse conjunto de
elementos e características do processo interventivo reforça a visão de que o
exercício profissional não é auto explicável ou ainda auto referenciado, ou seja,
“adquire seu sentido, descobre suas alternativas na história da sociedade da qual é
parte”. (IAMAMOTO, 1992, p. 120).
O assistente social atua nessa correlação de forças: a organização
determina o seu fazer e o profissional entende que pode exercer suas ações
tomando também como referência o projeto da profissão. Ao colocar em movimentos
seus saberes na realização do exercício profissional, o assistente social identifica o
quanto é heterogêneo seu campo de trabalho, bem como as atividades que realiza.
O campo da prestação de serviços requer do profissional que ele reconheça o lugar
que ocupa no espaço sócio organizacional. Esse posicionamento requer dele uma
competência política, na defesa de ideias e ações que de fato favoreçam a
construção de um projeto societário democrático.
12

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional


de Assistência Social - PNAS/2004. Brasília. 2004.

COSAC, Claudia Maria Daher; MAIA, Maria Ambrosina Cardoso. Trabalho e


Iniciação Científica Normas, Estruturas, Estética – Franca: UNESP – FHDSS, 2007.
(94p.).

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche. São Paulo:
Cortez, 2007.

MINAYO, Maria Cecília de Souza, et al. Pesquisa Social Teoria, Método e


Criatividade. 23 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

PAIVA, Beatriz Augusto. reflexões sobre pesquisa e processos de formulação e


gestão .In. Capacitação em Serviço Social e Política Social: Módulo 4: O trabalho do
assistente social e as Políticas Sociais. Brasília: CEAD, 1999.

SARMENTO, Helder Boska de Moraes. Serviço Social, das tradicionais formas de


regulação sociopolítica ao redimensionamento de suas funções sociais.In.
Capacitação em Serviço Social e Política Social: Módulo 4: O trabalho do assistente
social e as Políticas Sociais. Brasília: CEAD, 1999.

GUERRA, Yolanda. Instrumentalidade do processo de trabalho e Serviço Social. In:


Revista Serviço Social e Sociedade n. 62. São Paulo: Cortez, 2000.

IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul de. Relações sociais e serviço social no


Brasil - esboço de uma interpretação histórico metodológica. 2a. Ed. São Paulo:
Cortez, 1982.
13

NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez,
1992.

________. “Razão, Ontologia e Práxis”. In: Serviço Social e Sociedade n. 44, ANO
XV. São Paulo: Cortez, 1994.

________. “Para a crítica da vida cotidiana”. In: Netto e Falcão. Cotidiano:


conhecimento e crítica. São Paulo: Cortez, 1987.

COSTA, M. D. H. da. O trabalho nos serviços de saúde e a inserção dos (as)


assistentes sociais; Revista Serviço Social e Sociedade, São Paulo: Cortez, n. 62, p.
35 – 72, 2000.

GUERRA, Y. A instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995.

IAMAMOTO, M. V. & CARVALHO, R. Relações sociais e Serviço Social no Brasil:


esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1983.

Você também pode gostar