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PROPÓSITO
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
MÓDULO 1
Identificar a
dimensão ético-política na atuação profissional no Serviço Social
ÉTICA PROFISSIONAL
Foto: Shutterstock.com.
Iniciemos nosso estudo percebendo como e por que a dimensão ético-política possibilita ao
profissional reconhecer princípios e valores ético-morais que balizem e deem sustentação
à
prática profissional. A base deste ponto é mostrar que o assistente social não é um
profissional
“neutro”; sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças
sociais da sociedade
capitalista, relações essas que são contraditórias.
Podemos ir mais além: mostra que esse profissional deve ser um mediador na definição das
finalidades e na escolha dos meios e instrumentos mais adequados ao alcance das
transformações sociais. Assim, seu posicionamento ético-político não pode ser dissociado
da
dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa. Isso porque não existem ações
pessoais no
cotidiano profissional, mas responsabilidades da categoria profissional.
Essa competência
remete à observância do Código de Ética do Assistente Social (BRASIL,
2012, p. 27):
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A lei a que se refere o artigo é a lei que regulamenta a profissão (Lei 8.662/1993).
Nela, podemos
encontrar, de forma mais enfática, a importância desse projeto
ético-político profissional, quando
afirma, por exemplo (BRASIL, 1993):
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DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA:
CONTEXTUALIZAÇÃO
A dimensão ético-política, juntamente às dimensões teórico-metodológica e
técnico-operativa
(ressaltando que ambas trabalham de forma intrínseca na tríade que
permeia a prática do Serviço
Social), constitui a base do trabalho dos assistentes
sociais, pautando-se nos princípios e valores
do código de ética profissional, na defesa
da nova ordem social, na luta pela democracia, pela
riqueza gerada pela sociedade
socializada de participação política e pela expansão da
cidadania, para que esta se
consolide.
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Essa dimensão também significa que a atuação desse profissional tem uma direção social
fundamental, e sua posição não é neutra.
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ATUAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA DO
ASSISTENTE SOCIAL DIANTE DAS
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS
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VERIFICAR
O assistente social como trabalhador vivencia as consequências dessas mudanças, que geram
um processo de agravamento e instabilidade do seu emprego, uma vez que essa dinâmica
desencadeada pelas crises contemporâneas afeta todos os processos de produção e
serviços,
muda a imagem profissional e o espaço de trabalho das diferentes profissões.
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Como categoria profissional, o serviço social tem priorizado discussões e reflexões sobre
princípios filosóficos e visões éticas ao longo da trajetória histórica do Brasil. Esses
princípios
filosóficos e perspectivas éticas apoiam a visão das pessoas e do mundo e
orientam a
compreensão da realidade, portanto, também seu comportamento profissional.
Assim, a
finalidade de formular e posteriormente reeditar seu código de ética
profissional é atender às
expectativas da sociedade em relação ao seu comportamento
profissional e participar dos
exemplos profissionais mais específicos, o que em muitos
casos pode significar enfrentar
conflitos internos, por exemplo.
Percebe-se que essa revisão das diretrizes contidas no Código de Ética do Assistente
Social ao
longo dos diversos períodos da trajetória profissional buscou acompanhar as
transformações da
sociedade brasileira, pois o código ético deve atender às situações
que os profissionais
enfrentam na prática diária.
LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A TRAJETÓRIA
HISTÓRICA DA PROFISSÃO NA SOCIEDADE
BRASILEIRA E, PORTANTO, OS ASPECTOS
IDEOLÓGICOS QUE
SUSTENTAM A PROFISSÃO, O
QUE PODEMOS OBSERVAR?
VERIFICAR
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“O Serviço Social experimentou, no Brasil, um profundo processo
de renovação. Na intercorrência
de mudanças ocorridas na sociedade brasileira
com o próprio acúmulo profissional, o Serviço
Social se desenvolveu teórica e
praticamente, laicizou-se, diferenciou-se e, na entrada dos anos
1990,
apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente”
(BRASIL, 2012, p. 19).
Para que seja possível a aplicação de um projeto ético-político para esta categoria
profissional
(TEIXEIRA; BRAZ, 2009), é preciso que seus princípios e valores estejam
alinhados com três
componentes essenciais, como será visto a seguir.
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Dimensão jurídico-política
SAIBA MAIS
Estatuto do Idoso.
NEUTRALIDADE PROFISSIONAL?
VERIFICANDO O APRENDIZADO
trabalhadora.
A) A produção do conhecimento de Serviço Social não pode ser representada pelos trabalhos de
conclusão de curso, artigos científicos, dissertações, teses, livros, grupos de discussão e
pesquisa etc.
B) Não cabe ao componente “produção do conhecimento de Serviço Social” refletir sobre o fazer
profissional.
GABARITO
1. Considerando a atuação profissional do assistente social, bem como a dimensão ético-
política do Serviço Social e seus fundamentos, princípios e valores, cabe a esse
profissional as seguintes ações, EXCETO:
2. Segundo Teixeira e Braz (2009), para uma perspectiva concreta e aplicável do projeto
ético-político do exercício profissional, é preciso que os princípios e valores da ética
profissional do assistente social estejam associados a outros três componentes,
compostos pela produção do conhecimento de Serviço Social; pelas instâncias político-
organizativas da profissão e pela dimensão jurídico-política. A partir desse contexto,
assinale a seguir a alternativa correta.
MÓDULO 2
Identificar as
dimensões teórico-metodológica e a técnico-operativa no contexto do
Serviço
Social
TEORIA OU PRÁTICA?
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TEORIA OU PRÁTICA?
Nosso desafio, agora, é encontrar ferramentas para relacionar as dimensões
teórico-
metodológicas e técnico-operativas, para que você seja capaz, ao final desse
estudo, de
absorver a ideia de união entre teoria e prática.
Essa é uma condição central que deve permitir a você uma apreensão de todo e qualquer
processo social como totalidade e não fragmentar as ações sociais visualizando respostas
puramente imediatistas. Com isso, você terá um aparato teórico-metodológico em direção
de
alcançar leituras concretas acerca da realidade, com um olhar crítico sobre ela.
Afinal, a questão social deve ser vista em sua totalidade e dinâmica. Esse é o principal
objeto de
trabalho do assistente social, assim como o critério técnico-operativo: a
atuação profissional irá
permitir um melhor desempenho para criar instrumentos,
estratégias, técnicas e habilidades que
respondam às demandas colocadas à profissão.
CONCEITUANDO A DIMENSÃO TEÓRICO-
METODOLÓGICA
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Essa realidade é repleta de múltiplas decisões, pois é dinâmica e está sempre mudando.
Portanto, os procedimentos profissionais requerem reflexão crítica contínua, apoiada em
teorias
críticas, e objetivando avaliar quais os melhores instrumentos e técnicas para
utilizar em sua
prática profissional, de acordo com os objetivos propostos.
VEJA AQUI
É importante sabermos sobre a “teorização do Serviço Social” que: embora o Serviço Social
não
tenha atingido um ramo do “saber” entre as ciências, ou seja, não possua uma teoria
e uma
metodologia próprias, ele se constitui como uma área de produção de conhecimentos,
inserida
na grande área de Ciências Sociais Aplicadas, isto é, constrói
conhecimento
científico.
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Para que o profissional tenha um guia referente aos pilares da tríade que permeia a
atuação do
assistente social, pode ser considerada a seguinte incursão:
A CAPACITAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA E
HISTÓRICA É QUE PERMITE UMA APREENSÃO DO
PROCESSO SOCIAL COMO TOTALIDADE,
REPRODUZINDO O MOVIMENTO DO REAL EM SUAS
MANIFESTAÇÕES UNIVERSAIS, PARTICULARES E
SINGULARES, EM SEUS COMPONENTES DE
OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE, EM SUAS
DIMENSÕES
ECONÔMICAS, POLÍTICAS, ÉTICAS,
IDEOLÓGICAS E CULTURAIS, FUNDAMENTADO EM
CATEGORIAS
QUE EMANAM DA ADOÇÃO DE UMA
TEORIA CRÍTICA.
Ressalta-se que, ao longo de seus anos de trajetória no Brasil, o serviço social busca
estabelecer
e consolidar um programa de formação profissional que atenda às exigências
profissionais,
especialmente a partir da compreensão de que o serviço social se baseia
em realidades
concretas e contraditórias.
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ATENÇÃO
Os objetivos éticos e políticos expressos nos projetos profissionais são utilizados como
norteadores, que consideram as promessas e os valores eleitos pela hegemonia da
categoria
para construir uma sociedade democrática e emancipada e se conectar com os
projetos sociais
da classe trabalhadora.
Como é possível observar, apesar de serem estudadas separadamente, para fins didáticos,
as
dimensões do Serviço Social fazem parte de um todo que compõe a atuação
ético-política do
profissional da área.
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EXEMPLO
Uma das principais características desta dimensão é a de gerar mobilização para atingir
os
objetivos de curto prazo, tendo a função de atender aos requisitos levantados, mesmo
que
apenas em um nível instantâneo e imediato. Nesse sentido, depende, então, da plena
utilização
das ferramentas para o fim pretendido.
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Guerra (2012) coloca que se tem a impressão de que não há a influência de uma teoria, de
uma
racionalidade, de valores éticos e de uma direção política e social, sendo que, na
realidade, o
Serviço Social é norteado e baseado em aspectos como esses.
ATENÇÃO
Ainda que a dimensão técnico-operativa se refira mais estritamente aos elementos técnicos
e
instrumentais para o desenvolvimento de sua intervenção, ou seja, o fazer ligado à
prática – a arte
mecânica de seus fatos –, o instrumental não deve portar única e
exclusivamente um aspecto
técnico. Isto porque demanda competência ao criar, selecionar
e aplicar as ações propostas,
portanto, imbuído e implicado em seus referenciais
ético-políticos e teórico-metodológicos para
que se tenha consciência das
intencionalidades investidas no exercício profissional rompendo
qualquer neutralidade
política, tornando-se um profissional técnico, mas também um intelectual,
por meio de
mediações crítico-analíticas capazes de fazer leituras e apreensões da realidade
social.
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DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA: A
CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
INSTRUMENTOS DIRETOS
INSTRUMENTOS INDIRETOS
INSTRUMENTOS DIRETOS
Referem-se a meios que proporcionam interação direta, ou seja, são considerados meios
face a
face e contam com o diálogo e/ou contato entre os sujeitos envolvidos na
questão. Incluem visitas
familiares e institucionais, compromissos e reuniões, bem
como visitas em grupo ou individuais,
trabalho dinâmico e em grupo, entrevistas etc.
INSTRUMENTOS INDIRETOS
Dessa forma, o registro das ações é parte integrante dos documentos da área do serviço
social e
é essencial para o desempenho profissional, não podendo ser ignorado, pois
ajuda a
sistematizar a prática e permite o processo de reflexão da ação e compreensão
dos elementos
que facilitam a análise e a intervenção, a postura de crítica e
investigação, bem como o
aprimoramento da própria prática.
Desta forma, esse processo precisa romper com visões puramente burocráticas no cotidiano
das
atividades para realizar um trabalho verdadeiramente profissional, o que requer a
capacidade de
propor e negociar projetos e determinar as qualificações do trabalho, ou
seja, compreender as
mudanças da realidade para descobrir tendências e possibilidades
que possam ser adicionadas
ao fazer profissional.
DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E SEUS
INSTRUMENTOS
Fique atento ao conteúdo em destaque apresentado no vídeo!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) Por ser teórica, essa dimensão não ajuda a orientar a prática profissional do assistente social.
A) Entrevistas familiares, relatórios técnicos, opinião pública, relatórios sociais, perícia social,
reuniões, serviços sociais, reuniões, trabalho em grupo e estudos de caso não são métodos
técnicos comumente usados pelos assistentes sociais.
B) A dimensão técnica-operativa não gera mobilização para atingir os objetivos de curto prazo.
C) Os instrumentos de trabalho indiretos referem-se àqueles que são usados para registrar
interações por meio do uso das ferramentas indiretas.
D) O registro é parte integrante dos documentos da área do Serviço Social e é essencial para o
desempenho profissional.
GABARITO
1. Leia o trecho a seguir: “A dimensão teórico-metodológica prevê uma formação crítica,
reflexiva e analítica que consiste no entendimento da pessoa, enquanto sujeito de direito,
autônomo, capaz de realizar as suas escolhas conforme as suas demandas. Tendo o
projeto profissional, como finalidade em possibilitar a criação de um espaço societário
democrático, participativo, por meio da socialização e construção conjunta de
conhecimentos” (TAVARES, 2020).
O registro das ações não pode ser ignorado, pois ajuda a sistematizar a prática e permite o
processo de reflexão e compreensão dos elementos que facilitam a análise e a intervenção, a
postura de crítica e investigação, bem como o aprimoramento da própria prática.
MÓDULO 3
Reconhecer o
caráter investigativo na formação e prática profissional no Serviço
Social
Foto: Shutterstock.com.
O convite agora é para refletirmos sobre a dimensão investigativa, aqui entendida como
aquela
postura inquieta da permanente busca por algo novo, da essência dos fenômenos, e
não se
contentando com a manifestação da aparência dos fatos.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DIMENSÃO
INVESTIGATIVA NO SERVIÇO SOCIAL
O Serviço Social brasileiro tem sua gênese na década de 1930, quando sua atuação estava
formulada junto aos dogmas da Igreja católica numa função de “ajustamento” dos
indivíduos ao
contexto social.
Esse caráter foi sendo modificado décadas seguintes junto ao processo de modernização da
sociedade, que fez com que o assistente social desempenhasse não mais um papel
caritativo,
mas que se adequasse a um perfil de profissional que combatesse as mazelas
sociais em prol
de um projeto de desenvolvimento nacional que servisse a setores
progressistas e que
classificava as expressões da questão social apenas como “problemas
sociais”.
POR MUITO TEMPO, ESSA FOI A VISÃO
PREDOMINANTE NA PROFISSÃO.
1993
disposto nesse documento e que estabelece uma lógica de ensino que supera as
fragmentações
do processo de ensino e aprendizagem. Além disso, também abre caminhos
para a construção
de conhecimentos como experiência concreta durante a própria formação
profissional. A
dimensão investigativa do Serviço Social é, portanto, “o fomento básico
do exercício profissional
do assistente social que se refere ao movimento de
desocultamento do real” (FRAGA, 2010, p.
42).
Desse modo, a atitude investigativa possibilita construir enfrentamentos com base nos
valores
edificados a partir do movimento de reconceituação, via projeto ético-político
profissional, saindo
do campo do imediatismo e indo em busca da essência dos fenômenos
sociais. Resulta daí que
é traçado um perfil de profissional que prioriza três
competências, a saber:
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Competência técnica.
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Competência crítico-teórica.
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Compromissos ético-políticos.
ATENÇÃO
É importante salientar que a dimensão
investigativa está
intrinsecamente relacionada com a
dimensão interventiva, ou
seja, o conhecimento
e o fazer profissional são articulados entre si, e
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO
SERVIÇO SOCIAL
Devemos compreender que a dimensão investigativa deve ser lida como ferramenta de
conhecimento e intervenção. Nesse sentido, necessitamos, ao longo da formação
profissional,
construir estratégias que fomentem uma aproximação do conhecimento e da
realidade,
desconfiando, questionando, problematizando e indo além do óbvio para não
cair no
conformismo de respostas imediatas (MORAES, 2015).
VERIFICAR
Esta pergunta não nega o caráter da defesa de que ela deve ser
constituinte de tal formação.
Com isso, deve-se investir na capacitação
teórico-metodológica, ético-política e técnico-
operativa na formação profissional,
além de compreender a necessidade de criação de espaços,
ao longo da formação
profissional que estimule o pensamento crítico na consolidação de debates
e a
exposição de dúvidas como condição central para construção do pluralismo de ideias,
fortalecendo o debate político.
Podemos destacar ainda três pontos sobre essa reflexão (MORAES, 2015), encarados como
desafios, tendo por norte o traço “deve ser” do questionamento feito, que precisam ser
estudados
e enfrentados no âmbito da formação profissional:
PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO
PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO
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A investigação como instrumento para intervenção profissional não está apenas no plano
teórico
no contexto da academia, mas é uma exigência à materialização da prática
profissional, a fim de
compreender os elementos sociais e históricos que compõem o nosso
principal objeto de
trabalho – a questão social – e, ainda, conhecer sobre o espaço
ocupacional, os usuários, as
políticas com as quais se trabalha, os recursos disponíveis
e os meios necessários para
efetivação do exercício profissional.
Isso posto, vem à tona a relevância de que essa ação presente na instrumentalidade da
profissão
esteja voltada na direção ética, política e teórica defendia pela categoria,
ou seja, reflete um
profissional crítico-investigativo, com a capacidade de desvelar o
aparente.
Ao optar por rupturas com práticas conservadoras e tentar ultrapassar o caricato lugar
histórico
do assistente social como aquele que “faz tudo” – priorizando requisições e
interesses gestados
e determinados pelas instituições empregadoras e deixando de
direcionar sua atenção na defesa
dos direitos da população usuária, o assistente social,
como um eterno pesquisador da
realidade, deve lidar com múltiplas expressões das
relações sociais, assimilando o real
significado da profissão, tendo em vista a
importância dos aportes teórico-metodológicos aliados
à capacidade política de
estabelecer estratégias socioprofissionais adequadas.
E isso porque a parte conhecida das demandas que nos chegam não representa a totalidade
de
sua manifestação, de modo que devem ser negadas e analisadas pelas mediações
aprendidas
em seu processo.
DEVEMOS IR ALÉM, TER A CONVICÇÃO DE QUE
EXISTE ALGO A MAIS A SER CONHECIDO E
COMPREENDER A ESSÊNCIA DOS FENÔMENOS QUE
NOS SÃO
APRESENTADOS, EXERCITANDO SEMPRE
UMA POSTURA CRÍTICO-INVESTIGATIVA
COMPETENTE E
COMPROMISSADA COM A
CATEGORIA PROFISSIONAL.
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No caso do Serviço Social, não seria diferente, já que se trata de uma profissão de
caráter
interventivo que coloca o assistente social como um agente capaz de atuar
diretamente na defesa
de direitos, ampliação e consolidação da cidadania dos sujeitos
sociais que recebem o serviço,
e que contribui para o desempenho emancipatório da classe
trabalhadora diante do processo
histórico e das contradições que se configuram no
interior das relações sociais.
Devemos saber que a pesquisa parte inicialmente de um entendimento aparente sobre algo,
uma
visão superficial. Logo, a parte conhecida não representa o todo. Nesse âmbito,
Guerra (2009)
destaca três níveis e graus de conhecimento:
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Primeiro nível
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Segundo nível
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Terceiro nível
A razão crítico-dialética (que aguça um olhar crítico sobre a realidade).
Apesar de ser complementares, é neste último nível que pesa a análise sobre as
transformações
que perpassam as expressões da questão social (nosso principal objeto de
trabalho – resultado
da exploração do capital sobre o trabalho, tais como: desemprego,
fome, violação de direitos
etc.), pois esse objeto não pode ser visto como algo
estancado por se modificar junto às
dinâmicas da sociedade.
Com isso, os direcionamentos numa intervenção nunca são fixos e lineares por sofrerem
transformações sempre que preciso devido às forças contrárias que atuam sobre as
demandas
que nos chegam o tempo todo, e por isso a atitude investigativa é um ciclo de
profunda
constância na atividade profissional.
Portanto, o local de trabalho do assistente social como uma instituição e/ou organização
pode ser
visto como a totalidade mais ampla e complexa e suas partes (organograma,
hierarquia,
regulamentos, metas etc.). Seriam, então, totalidades de menor poder
explicativo (GUERRA,
2009). Assim, não há apenas “partes” num processo de análise, mas
totalidades parciais que só
se explicam com relação entre si.
B) O Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência, tampouco produzir conhecimento.
E) A partir da aprovação das Diretrizes Curriculares, em 1996, é que se estabelece uma base
comum no plano nacional de ensino para os cursos de graduação em Serviço Social, e a
profissão vê a necessidade de a dimensão investigativa abrir caminhos para construção de
conhecimentos como experiência concreta durante a sua própria formação.
2. “QUANDO REALIZAMOS ENTREVISTAS, ESTAMOS EXERCITANDO A
DIMENSÃO INVESTIGATIVA DA PROFISSÃO, POR MEIO DE
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DIRETAMENTE DA REALIDADE, MAS A SUA
PREPARAÇÃO, EM GRANDE MEDIDA, DEPENDEU DE CONHECIMENTOS
INDIRETOS SOBRE VÁRIOS TEMAS QUE NOS HABILITARAM A REALIZÁ-
LA (...) O CONHECIMENTO INDIRETO É AQUELE OBTIDO NA
BIBLIOGRAFIA, NAS PESQUISAS JÁ EXISTENTES SOBRE O OBJETO.
ESTE CONHECIMENTO É UMA MEDIAÇÃO QUE SE INTERPÕE ENTRE O
SUJEITO E A REALIDADE A SER CONHECIDA. ELE É TESTADO:
VALIDADO OU NÃO NA REALIDADE. DAÍ QUE A POSTURA INVESTIGATIVA
DO PROFISSIONAL SE EXPLICITA NA REALIZAÇÃO DAS SUAS
COMPETÊNCIAS COMO UM TODO: NAS FASES DE PLANEJAMENTO,
IMPLEMENTAÇÃO, AVALIAÇÃO E REVISÃO CRÍTICA DO PROCESSO”
(GUERRA, 2009, P. 14).
C) A pesquisa garante o estatuto de maioridade intelectual para a profissão, por possibilitar aos
seus protagonistas uma contribuição efetiva às diversas áreas de conhecimento, e permite que
nos conectemos (a partir de múltiplas mediações) às demandas da classe burguesa,
precondição para construir novas legitimidades profissionais.
GABARITO
É por meio da relação crítico-dialética que se entende a necessidade de investigar para além do
aparente e ir em busca das representações que compõem o todo estudado. O assistente social
deve conceber que as mediações apreendidas nesse processo são expressas pelo conjunto de
instrumentos, recursos, técnicas e estratégias de que toma conhecimento, para poder adentrar
nas tramas da realidade com possibilidade de transformá-la.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CFESS
– CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (org.). Serviço social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília, DF: CFESS; ABEPSS, 2009.
EXPLORE+
Para entender mais sobre o estatuto jurídico do Serviço Social reconhecido em lei,
leia o
Código de Ética da Profissão (Lei nº 8.669, de 30 de junho de 1993),
disponível na internet.
A autora Marilda Villela Iamamoto é um nome de grande destaque entre os autores
que
mais discutem a temática da instrumentalidade do Serviço Social. Busque seu
artigo
Ensino e pesquisa no serviço social: desafios na construção de um projeto
e
formação
profissional, publicado no Caderno Abess, em 1998.
Para uma discussão mais detalhada quando o assunto é pensar em uma educação mais
libertadora e emancipatória, que direcione o fazer profissional para além de seus
requisitos
burocráticos, a literatura do filósofo húngaro István Mészáros,
intitulada A educação para
além do capital, é essencial para essa
compreensão.
CONTEUDISTA
CURRÍCULO LATTES