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DESCRIÇÃO

As dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa como síntese da


competência na instrumentalidade do Serviço Social.

PROPÓSITO

Compreender a articulação das dimensões ético-política, teórico-metodológica e


técnico-
operativa no contexto da instrumentalidade e da intencionalidade do Serviço
Social e sua
dimensão investigativa na direção da efetivação dos direitos dos usuários
das políticas públicas
é uma análise crítica basilar para competência dessa categoria,
por discutir questões relativas
aos encaminhamentos das desigualdades sociais.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Identificar a dimensão ético-política na atuação profissional


no Serviço Social

MÓDULO 2

Identificar as dimensões teórico-metodológica e a


técnico-operativa no contexto do Serviço
Social

MÓDULO 3

Reconhecer o caráter investigativo na formação e prática


profissional no Serviço Social

INTRODUÇÃO

Vamos refletir sobre a importância da instrumentalidade e da intencionalidade do Serviço


Social,
especificamente no exercício profissional do assistente social. Por meio das
dimensões ético-
política, teórico-metodológicas, técnico-operativa e do caráter
investigativo, referentes ao uso dos
instrumentos necessários ao agir profissional,
somos chamados a compreender como esses
profissionais podem objetivar as finalidades das
demandas que lhes chegam.

A instrumentalidade dita aqui está associada à competência, propriedade e qualidade dos


serviços prestados. Não se trata apenas do uso de seus instrumentos técnicos, mas do
caráter
de análise crítica que a profissão desenvolveu no interior das relações sociais.
Constitui-se um
direcionamento concreto de reconhecimento social desse trabalho.

MÓDULO 1
 Identificar a
dimensão ético-política na atuação profissional no Serviço Social

ÉTICA PROFISSIONAL

Foto: Shutterstock.com.

Iniciemos nosso estudo percebendo como e por que a dimensão ético-política possibilita ao
profissional reconhecer princípios e valores ético-morais que balizem e deem sustentação
à
prática profissional. A base deste ponto é mostrar que o assistente social não é um
profissional
“neutro”; sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças
sociais da sociedade
capitalista, relações essas que são contraditórias.

Podemos ir mais além: mostra que esse profissional deve ser um mediador na definição das
finalidades e na escolha dos meios e instrumentos mais adequados ao alcance das
transformações sociais. Assim, seu posicionamento ético-político não pode ser dissociado
da
dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa. Isso porque não existem ações
pessoais no
cotidiano profissional, mas responsabilidades da categoria profissional.
Essa competência
remete à observância do Código de Ética do Assistente Social (BRASIL,
2012, p. 27):

Imagem: Shutterstock.com.

“É vedado ao/à assistente social:

(...) Transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de


Regulamentação da
Profissão (Art. 4º, a).”

A lei a que se refere o artigo é a lei que regulamenta a profissão (Lei 8.662/1993).
Nela, podemos
encontrar, de forma mais enfática, a importância desse projeto
ético-político profissional, quando
afirma, por exemplo (BRASIL, 1993):

Imagem: Shutterstock.com.

“Compete aos CRESS [Conselhos Regionais de Serviço Social], em


suas respectivas áreas de
jurisdição, na qualidade de órgão executivo e de
primeira instância, o exercício das seguintes
atribuições:

(...) zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como


Tribunais
Regionais de Ética Profissional (Art. 10. IV).”

DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA:
CONTEXTUALIZAÇÃO
A dimensão ético-política, juntamente às dimensões teórico-metodológica e
técnico-operativa
(ressaltando que ambas trabalham de forma intrínseca na tríade que
permeia a prática do Serviço
Social), constitui a base do trabalho dos assistentes
sociais, pautando-se nos princípios e valores
do código de ética profissional, na defesa
da nova ordem social, na luta pela democracia, pela
riqueza gerada pela sociedade
socializada de participação política e pela expansão da
cidadania, para que esta se
consolide.

Em particular, os assistentes sociais devem dar


contribuições efetivas no processo de
manutenção e expansão dos direitos sociais e
políticos da classe trabalhadora, redefinindo,
assim, a cidadania de forma mais
abrangente.

Em termos legais, referente à regulamentação, como vimos, este aspecto


está refletido
no
Código de Ética, que entrou em vigor em 1993, por meio da lei que
regulamenta a
profissão (Lei
8.662/1993), no roteiro Curriculum de diretrizes de 1996 e em outras
legislações relevantes da
área.

Para consolidar as três dimensões profissionais, o


assistente social não deve compreender cada
dimensão isoladamente, mas seu
desempenho
profissional deve ser explicado pela
indivisibilidade dessas dimensões que
constituem o
trabalho do assistente social, por meio do
conhecimento das ações realizadas sobre a
política ética da profissão.

O trabalho social é constituído democraticamente e tem o seu fundamento normativo a


partir do
seu nível moral e de debate, o que está expresso de forma evidente na lei de
regulamentação da
profissão (responsável por atribuir as competências e as atribuições
profissionais, além do
“Código de Ética do Assistente Social”). A lei estipula direitos
baseados nos princípios e valores
humanísticos que norteiam a prática cotidiana, nas
responsabilidades e obrigações dos
assistentes sociais, posiciona-os como profissionais
que defendem a liberdade, a universalidade
dos direitos, a democracia, a igualdade e a
qualidade dos serviços prestados ao povo e indica
outros princípios da ética
profissional.

Nessa perspectiva, os debates entre ética, política e a profissão do serviço social


refletem
práticas sociais voltadas para a criação de novos valores, que também é um
processo de criação
de uma nova hegemonia no contexto das relações sociais:

Imagem: Shutterstock.com.

“A história recente da sociedade brasileira, polarizada pela luta


dos setores democráticos contra
a ditadura e, em seguida, pela consolidação das
liberdades políticas, propiciou uma rica
experiência para todos os sujeitos
sociais. Valores e práticas até então secundarizados (a defesa
dos direitos
civis, o reconhecimento positivo das peculiaridades individuais e sociais, o
respeito
à diversidade etc.) adquiriram novos estatutos, adensando o elenco de
reivindicações da
cidadania. Particularmente para as categorias profissionais,
essa experiência ressituou as
questões do seu compromisso ético-político e da
avaliação da qualidade dos seus serviços”
(BRASIL, 2012, p. 19).

Essa dimensão também significa que a atuação desse profissional tem uma direção social
fundamental, e sua posição não é neutra.

Desse modo, ao mobilizarem os próprios saberes, os assistentes sociais irão identificar


formas
de reconhecer as necessidades profissionais, por exemplo, a forma indicada pelos
usuários dos
serviços prestados sobre a sua capacidade e a autonomia para atender às
necessidades
básicas desses indivíduos. Essas necessidades podem ser reconhecidas por
meio do cuidado
prestado, das condições objetivas de vida do usuário e da forma como
vive e se relaciona.

Imagem: Shutterstock.com.

Outra forma de determinar tais necessidades é analisar sistematicamente a realidade


social a
partir da própria prática profissional e sistematizar os dados gerados pelas
atividades realizadas.
Essa prática também apoia a implementação do processo de
avaliação, o que possibilitará aos
assistentes sociais reconhecer se a prática
profissional está efetivamente produzindo resultados.
Além disso, é preciso também
compreender, planejar, executar e analisar o comportamento dos
profissionais na
perspectiva dos profissionais, das organizações, dos usuários e da realidade
social.

ATUAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA DO
ASSISTENTE SOCIAL DIANTE DAS
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS

Foto: Shutterstock.com.m

Quanto à natureza do trabalho do assistente social, é de suma importância a observação de


que
ele está inserido em instituições prestadoras de serviços sociais ligadas às
políticas sociais, nas
quais o ajuste das relações sociais está relacionado, mas não de
forma direta, à produção
material. O trabalho desse profissional cria as condições
necessárias para o processo de
reprodução social, pois afeta as condições de vida dos
trabalhadores (por meio de bens e
serviços que complementam sua sobrevivência) e produz
efeitos ideológicos para potencializar
ou não as condições de compra e venda de mão de
obra.

A desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais, que, infelizmente,


marca a
realidade nacional, transfere a responsabilidade por tais ações para as
iniciativas privadas ou
individuais, cabendo a indivíduos isolados decidirem por conta
própria, em vez de contestarem a
responsabilidade pública do Estado.

ASSIM, QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DA


MUDANÇA DE
FOCO DE ATENÇÃO DO DOMÍNIO
PÚBLICO DOS DIREITOS PARA OS ASPECTOS
PRIVADOS DAS OBRIGAÇÕES
MORAIS?

VERIFICAR

A ruptura da universalidade dos direitos e a possibilidade de suas reivindicações


judiciais e a
desintegração da continuidade dos serviços prestados, sob a
condição de aceitar decisões
privadas.
A esse respeito, podemos entender ainda que:

A ANÁLISE DAS PARTICULARIDADES DO TRABALHO


DO SERVIÇO SOCIAL DESENVOLVIDO JUNTO ÀS
CLASSES SUBALTERNAS SITUA
NECESSARIAMENTE
ESTE TRABALHO NUMA
DIMENSÃO EMINENTEMENTE POLÍTICA,
COLOCANDO EM QUESTÃO O
SIGNIFICADO E A
DIREÇÃO SOCIAL DESTA AÇÃO PROFISSIONAL. O
QUE SE PRETENDE ASSINALAR
É QUE ESTE
SIGNIFICADO E A DIREÇÃO SOCIAL DO TRABALHO
PROFISSIONAL SE EXPLICAM A
PARTIR E NO
CONJUNTO DAS RELAÇÕES E DOS PROJETOS
COLOCADOS EM CONFRONTO NA TRAMA
SOCIAL.

(YAZBEK, 2009, p. 15).

Dessa forma, permite-se compreender qual é o principal dilema contemporâneo e como


transformá-lo tendo como base as peculiaridades do serviço social e expressá-lo em
termos de
exigências e competências sociais profissionais e na cultura a qual está
inserido. Neste contexto,
podem-se considerar para a devida reflexão as palavras abaixo:

A TEORIA NÃO É CAPAZ, POR SI SÓ, DE


PROCESSAR
QUALQUER ALTERAÇÃO NA REALIDADE
CONCRETA. CONTUDO, A PRÁTICA COMO
ATIVIDADE EFETIVA QUE PERMITA
TRANSFORMAÇÃO NA REALIDADE NATURAL OU
SOCIAL NÃO É UMA
ATIVIDADE QUALQUER, MAS
ATIVIDADE QUE POSSIBILITA AO SUJEITO
REFLEXÃO SOBRE SUA AÇÃO
E REVELAÇÕES
SOBRE A REALIDADE (...). É UMA AÇÃO CAPAZ DE
PROPORCIONAR
CONHECIMENTOS,
TRANSFORMANDO E QUALIFICANDO NOSSAS
IDEIAS SOBRE AS COISAS E NOS
FORNECER MEIOS,
CASO TENHAMOS INTENÇÃO DE MODIFICÁ-LAS.

(FORTI; GUERRA, 2009, p. 4).

O assistente social como trabalhador vivencia as consequências dessas mudanças, que geram
um processo de agravamento e instabilidade do seu emprego, uma vez que essa dinâmica
desencadeada pelas crises contemporâneas afeta todos os processos de produção e
serviços,
muda a imagem profissional e o espaço de trabalho das diferentes profissões.

SERVIÇO SOCIAL E O SEU CÓDIGO DE


ÉTICA

Foto: Shutterstock.com.

Como categoria profissional, o serviço social tem priorizado discussões e reflexões sobre
princípios filosóficos e visões éticas ao longo da trajetória histórica do Brasil. Esses
princípios
filosóficos e perspectivas éticas apoiam a visão das pessoas e do mundo e
orientam a
compreensão da realidade, portanto, também seu comportamento profissional.
Assim, a
finalidade de formular e posteriormente reeditar seu código de ética
profissional é atender às
expectativas da sociedade em relação ao seu comportamento
profissional e participar dos
exemplos profissionais mais específicos, o que em muitos
casos pode significar enfrentar
conflitos internos, por exemplo.

Como temática coletiva, a categoria profissional é composta por “sujeitos individuais” e,


quando
estes discutem os fundamentos éticos e filosóficos da profissão, trazem
motivações, interesses e
valores diferentes para a prática profissional. Com base nessa
suposição, é crucial que os
princípios da seleção sejam consciente e estritamente
incorporados por toda a categoria e pelos
indivíduos que a compõem.

No que se refere ao Código de Ética do assistente


social, a análise de sua formulação e revisão
sistemática mostra que, desde o surgimento
da profissão, os profissionais têm dado atenção
especial à definição e socialização de
visões éticas e filosóficas, estabelecendo a prática
profissional. Essa categoria tem
procurado refletir, debater e apresentar à sociedade os
princípios que norteiam a sua
conduta profissional.

Percebe-se que essa revisão das diretrizes contidas no Código de Ética do Assistente
Social ao
longo dos diversos períodos da trajetória profissional buscou acompanhar as
transformações da
sociedade brasileira, pois o código ético deve atender às situações
que os profissionais
enfrentam na prática diária.
LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A TRAJETÓRIA
HISTÓRICA DA PROFISSÃO NA SOCIEDADE
BRASILEIRA E, PORTANTO, OS ASPECTOS
IDEOLÓGICOS QUE
SUSTENTAM A PROFISSÃO, O
QUE PODEMOS OBSERVAR?

VERIFICAR

Em um primeiro momento, o princípio filosófico era compreender a realidade e a


consequente
atitude profissional na prática. Dessa forma, ao atingir a neutralidade
assumida e inatingível,
apesar das críticas, tais profissionais ainda tentam
responder às demandas da sociedade em
determinado momento histórico.

Ao analisar as características do Código de Ética do Assistente Social do Brasil, muitos


aspectos podem ser observados na construção e aplicação das recomendações. O código
destaca que é preciso retomar o pensamento sobre a ética profissional para consolidar
projetos
profissionais ligados ao projeto de sociedade democrática radical, e se opõe
claramente a um
projeto empresarial neoliberal para o país:

Imagem: Shutterstock.com.
“O Serviço Social experimentou, no Brasil, um profundo processo
de renovação. Na intercorrência
de mudanças ocorridas na sociedade brasileira
com o próprio acúmulo profissional, o Serviço
Social se desenvolveu teórica e
praticamente, laicizou-se, diferenciou-se e, na entrada dos anos
1990,
apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente”
(BRASIL, 2012, p. 19).

SERVIÇO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DE UM


PROJETO PROFISSIONAL
Assim como em outras situações que envolvem a prática profissional, por exemplo, a
formação
profissional e as normas de ética profissional, a elaboração de projetos
profissionais deve ser
acompanhada pelas mudanças vivenciadas pela sociedade onde se
insere a profissão. Para
alguns estudiosos, esses requisitos (GUERRA, 2007) se somam às
profissões que envolvem
normas legais, e por serem instituídos por sujeitos coletivos,
ou seja, categorias profissionais
organizadas e fortalecidas, esses requisitos são
necessários para que os projetos profissionais
sejam reconhecidos e respeitados.

Para poder enfrentar tais problemas, é necessário


refletir e discutir de acordo com as condições
específicas apresentadas pela formação
social, inferir a situação específica da categoria
profissional e buscar não só alcançar
a realidade vivida pelos profissionais, mas também a sua
situação além do serviço; além
de outras categorias profissionais, também são inseridos os
usuários de seus serviços e
as instituições que os abrigam.

Para que seja possível a aplicação de um projeto ético-político para esta categoria
profissional
(TEIXEIRA; BRAZ, 2009), é preciso que seus princípios e valores estejam
alinhados com três
componentes essenciais, como será visto a seguir.

Imagem: Shutterstock.com.

Produção do conhecimento de Serviço Social

Aqui se inserem e se sistematizam as variadas modalidades práticas da profissão, bem


como os
processos reflexivos do fazer profissional, especulativos, prospectivos e
combativos. Assim,
pode-se representar esse componente pelos trabalhos de conclusão
de curso, artigos científicos,
dissertações, teses, livros, grupos de discussão e
pesquisa etc.

Imagem: Shutterstock.com.

Instâncias político-organizativas da profissão

Componente formado pelas organizações profissionais, organizações sindicais e


estudantis.
Essas instituições são lugares onde é possível conformar, reformular e
reafirmar as
características gerais do projeto. Exemplos dessas instâncias são: o
Conselho Federal e os
conselhos regionais de Serviço Social, os sindicatos dos
assistentes sociais, a Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
(ABEPSS) e as várias outras associações.

Imagem: Shutterstock.com.

Dimensão jurídico-política

Neste componente encontra-se o conjunto de leis, resoluções, documentos políticos e


normativos
aprovados e recomendados para aplicação, tanto aqueles exclusivos da
profissão como as
legislações gerais que se referem à intervenção
profissional.


SAIBA MAIS

Além da legislação citada anteriormente, vale conferir,


entre outras:

Lei de Regulamentação Profissional.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Lei Orgânica da Saúde (LOAS).

Estatuto do Idoso.

Dessa forma, é possível compreender que, para a aplicação da dimensão ético-política na


atuação profissional do assistente social, bem como no projeto profissional da
categoria, é
preciso estar alinhado com as atuais configurações da sociedade, se
adaptando às suas
transformações, sem renunciar aos princípios e valores mais basilares.

NEUTRALIDADE PROFISSIONAL?

Vamos, agora, falar um pouco mais sobre a importância da


dimensão ético-política na atuação
profissional do assistente social.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERANDO A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE


SOCIAL, BEM COMO A DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA DO SERVIÇO
SOCIAL E SEUS FUNDAMENTOS, PRINCÍPIOS E VALORES, CABE A ESSE
PROFISSIONAL AS SEGUINTES AÇÕES, EXCETO:

A) Contribuir para a manutenção e expansão dos direitos sociais e políticos da classe

trabalhadora.

B) Ter posição e atuação neutras ao detectar uma situação de desigualdade.

C) Criar as condições necessárias para o processo de reprodução social, afetando as condições

de vida dos trabalhadores.

D) Defender a universalidade dos direitos e a democracia.


E) Priorizar a liberdade, a igualdade e a qualidade dos serviços prestados ao povo.

2. SEGUNDO TEIXEIRA E BRAZ (2009), PARA UMA PERSPECTIVA


CONCRETA E APLICÁVEL DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL, É PRECISO QUE OS PRINCÍPIOS E VALORES DA ÉTICA
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL ESTEJAM ASSOCIADOS A
OUTROS TRÊS COMPONENTES, COMPOSTOS PELA PRODUÇÃO DO
CONHECIMENTO DE SERVIÇO SOCIAL; PELAS INSTÂNCIAS POLÍTICO-
ORGANIZATIVAS DA PROFISSÃO E PELA DIMENSÃO JURÍDICO-
POLÍTICA. A PARTIR DESSE CONTEXTO, ASSINALE A SEGUIR A
ALTERNATIVA CORRETA.

A) A produção do conhecimento de Serviço Social não pode ser representada pelos trabalhos de
conclusão de curso, artigos científicos, dissertações, teses, livros, grupos de discussão e
pesquisa etc.

B) Não cabe ao componente “produção do conhecimento de Serviço Social” refletir sobre o fazer
profissional.

C) As instâncias político-organizativas da profissão são constituídas pelas organizações


profissionais, sindicais e estudantis.

D) A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) pode ser

inserida no componente “produção do conhecimento de Serviço Social”.

E) A dimensão jurídico-política não inclui as legislações gerais que subsidiam a intervenção


profissional.

GABARITO
1. Considerando a atuação profissional do assistente social, bem como a dimensão ético-
política do Serviço Social e seus fundamentos, princípios e valores, cabe a esse
profissional as seguintes ações, EXCETO:

A alternativa "B " está correta.

De acordo com o Código de Ética do Assistente Social e as demais legislações que


regulamentam a profissão, o assistente social NÃO deve ter uma posição neutra, visto que deve
estar comprometido com a democracia, a liberdade e a igualdade, para que, assim, garanta os
direitos sociais do povo, contribuindo para a execução das políticas públicas.

2. Segundo Teixeira e Braz (2009), para uma perspectiva concreta e aplicável do projeto
ético-político do exercício profissional, é preciso que os princípios e valores da ética
profissional do assistente social estejam associados a outros três componentes,
compostos pela produção do conhecimento de Serviço Social; pelas instâncias político-
organizativas da profissão e pela dimensão jurídico-política. A partir desse contexto,
assinale a seguir a alternativa correta.

A alternativa "C " está correta.

O componente “instâncias político-organizativas da profissão” diz respeito às organizações


profissionais, organizações sindicais e estudantis, nas quais podem ser conformadas,
reformuladas e reafirmadas as características gerais do projeto ético-político dessa categoria
profissional, a exemplo do conselho federal e os conselhos regionais de Serviço Social, os
sindicatos dos assistentes sociais, a ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em
Serviço Social) e as diversas outras associações.

MÓDULO 2

 Identificar as
dimensões teórico-metodológica e a técnico-operativa no contexto do
Serviço
Social

TEORIA OU PRÁTICA?

Imagem: Shutterstock.com.

TEORIA OU PRÁTICA?
Nosso desafio, agora, é encontrar ferramentas para relacionar as dimensões
teórico-
metodológicas e técnico-operativas, para que você seja capaz, ao final desse
estudo, de
absorver a ideia de união entre teoria e prática.

TAL DESVINCULAÇÃO, SE PERNAMECER, PODE


GERAR UMA INSERÇÃO DESQUALIFICADA DO
ASSISTENTE SOCIAL NO MERCADO DE TRABALHO.

Essa é uma condição central que deve permitir a você uma apreensão de todo e qualquer
processo social como totalidade e não fragmentar as ações sociais visualizando respostas
puramente imediatistas. Com isso, você terá um aparato teórico-metodológico em direção
de
alcançar leituras concretas acerca da realidade, com um olhar crítico sobre ela.

Afinal, a questão social deve ser vista em sua totalidade e dinâmica. Esse é o principal
objeto de
trabalho do assistente social, assim como o critério técnico-operativo: a
atuação profissional irá
permitir um melhor desempenho para criar instrumentos,
estratégias, técnicas e habilidades que
respondam às demandas colocadas à profissão.
CONCEITUANDO A DIMENSÃO TEÓRICO-
METODOLÓGICA

O Serviço Social historicamente se afirmou como necessário na sociedade na condição de um


exercício profissional, como um tipo de trabalho especializado que objetiva uma
intervenção no
processo social.

Nesse contexto, a dimensão teórico-metodológica refere-se à capacidade de compreender


métodos e teorias e sua relação com a prática profissional, a fim de interpretar
criticamente o
conjunto da realidade social e sua reflexão, o que deve ser expresso em
dimensões, como estas
expostas aqui, gerando conhecimento e contribuindo para a busca de
estratégias adequadas,
visando os interesses dos usuários das políticas sociais.

Imagem: Shutterstock.com.

Essa realidade é repleta de múltiplas decisões, pois é dinâmica e está sempre mudando.
Portanto, os procedimentos profissionais requerem reflexão crítica contínua, apoiada em
teorias
críticas, e objetivando avaliar quais os melhores instrumentos e técnicas para
utilizar em sua
prática profissional, de acordo com os objetivos propostos.

Nesse âmbito, é necessário esclarecer, portanto,


que os objetivos profissionais e o
posicionamento na prática profissional permitem a
este profissional tornar-se mediador das
mudanças necessárias para melhor enfrentamento
das expressões da questão social.
Assim, a metodologia teórica orienta a prática profissional do Serviço Social. Além
disso, permite
ainda que as pessoas entendam o significado e a direção social do
comportamento profissional,
explicando assim a dinâmica da vida social e analisando as
realidades concretas e contraditórias
da sociedade capitalista na direção social crítica
da principal corrente teórica que norteia a área
– o marxismo.

MAS O QUE É MARXISMO?

VEJA AQUI

O marxismo, também chamado de materialismo histórico


dialético, é
entendido como “a
filosofia oficial do comunismo enquanto teoria dialética da realidade, cujos
princípios foram
propostos por K. Marx e desenvolvidos por F. Engels. Com
esse nome,
Engels designou o cânon
de interpretação histórica proposto por Marx; mais
precisamente que consiste em atribuir aos
fatores econômicos peso
preponderante na
determinação dos acontecimentos históricos”
(ABBAGNANO, 1998, p. 651-652).

Foto: George Lester/ Wikimedia Commons, Domínio Público.


 Karl Marx e
Friedrich Engels.
Se tal corrente teórica não for considerada à luz de sua dimensão crítica, fará o
profissional
perceber a “questão social” – principal objeto de trabalho dos assistentes
sociais – como mera
consequência “natural” do não trabalho ou do não “esforço” deste; ou
seja, fora da lógica que a
gerou: a acumulação capitalista. É necessário que o
assistente social compreenda (GUERRA,
2009) o significado da profissão entendendo a
escolha dos aportes teórico-metodológicos
aliados à capacidade política de estabelecer
estratégias profissionais adequadas em seu
processo de intervenção.

Dessa maneira, não se deve atribuir uma estrutura de “metodologia” ao processamento da


atividade, visto que, para toda e qualquer referência teórico-metodológica, é
imprescindível a
capacidade de procedimentos estratégicos na implementação do fazer
profissional.

ASSIM, A DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA


DEVE IR ALÉM DE PAUTAS OU ETAPAS. NÃO É UMA
“APLICAÇÃO” NO REAL, MAS UMA ARTICULAÇÃO
COM
ELE.

É importante sabermos sobre a “teorização do Serviço Social” que: embora o Serviço Social
não
tenha atingido um ramo do “saber” entre as ciências, ou seja, não possua uma teoria
e uma
metodologia próprias, ele se constitui como uma área de produção de conhecimentos,
inserida
na grande área de Ciências Sociais Aplicadas, isto é, constrói
conhecimento
científico.

Imagem: Shutterstock.com.

Nesse processo de construção de conhecimentos, a profissão privilegia seu olhar com


suporte na
direção da análise da dialética marxista (no contexto conceitual indicado
acima) que fornece
subsídios e parâmetros coerentes para a sua prática interventiva.

Este é um suporte referencial-teórico que vai permitir um melhor aprofundamento e


interpretação
no processo de identificar e problematizar as condições do exercício
profissional, os fenômenos
existentes nas demandas que nos chegam, selecioná-las,
classificá-las, identificar suas
características, lacunas e demais ações que rompam com
um olhar imediatista no
reconhecimento das questões sociais nas suas relações e inúmeras
determinações. Tudo isso
para aceitar que a sociedade e suas contradições funcionam de
modo dinâmico e, portanto, para
entender que cada ação profissional merece uma análise
crítica em seu desempenho cotidiano e,
assim, ultrapassar o ângulo da singularidade e
ter visões mais amplas e complexas do real.

Para que o profissional tenha um guia referente aos pilares da tríade que permeia a
atuação do
assistente social, pode ser considerada a seguinte incursão:
A CAPACITAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA E
HISTÓRICA É QUE PERMITE UMA APREENSÃO DO
PROCESSO SOCIAL COMO TOTALIDADE,
REPRODUZINDO O MOVIMENTO DO REAL EM SUAS
MANIFESTAÇÕES UNIVERSAIS, PARTICULARES E
SINGULARES, EM SEUS COMPONENTES DE
OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE, EM SUAS
DIMENSÕES
ECONÔMICAS, POLÍTICAS, ÉTICAS,
IDEOLÓGICAS E CULTURAIS, FUNDAMENTADO EM
CATEGORIAS
QUE EMANAM DA ADOÇÃO DE UMA
TEORIA CRÍTICA.

(ABEPSS, 1996, p. 152).

Ressalta-se que, ao longo de seus anos de trajetória no Brasil, o serviço social busca
estabelecer
e consolidar um programa de formação profissional que atenda às exigências
profissionais,
especialmente a partir da compreensão de que o serviço social se baseia
em realidades
concretas e contraditórias.

Portanto, de acordo com as diretrizes curriculares de ABEPSS (1996), os requisitos


curriculares
para o processo de formação profissional podem apoiar contribuições
teóricas, metodológicas,
éticas, políticas e técnicas operacionais, de modo a construir
uma imagem profissional com
capacidades e competências críticas, políticas e
propositivas, sendo capaz de estabelecer
estratégias de enfrentamento coerentes com os
princípios e valores presentes no projeto ético-
político, estabelecendo os objetivos do
trabalho social no espaço socioprofissional.

Imagem: Shutterstock.com.

 ATENÇÃO

Além disso, nesse sentido, deve-se destacar que o


processo de reconhecimento e gestão no
âmbito do serviço social deve ter uma
finalidade ética e política centrada na ótica da democracia
e da liberdade. Em
outras palavras, não deve ser norteado apenas pelo processo de uso racional
dos
meios ou recursos necessários para o alcance efetivo das metas estabelecidas.
Essa visão
se baseia apenas nos aspectos técnicos e operacionais da gestão,
devendo também ser
fundamentada na metodologia teórica.

Os objetivos éticos e políticos expressos nos projetos profissionais são utilizados como
norteadores, que consideram as promessas e os valores eleitos pela hegemonia da
categoria
para construir uma sociedade democrática e emancipada e se conectar com os
projetos sociais
da classe trabalhadora.

Como a gestão é uma atividade exclusivamente humana, sua base teórico-metodológica é


construída, historicamente, através do acúmulo do conhecimento (BENEVIDES, 2018). Assim,
o
aporte teórico-metodológico tem uma dimensão ético-finalística que orienta as ações da
gestão
profissional, com o objetivo de atender aos interesses coletivos, efetivando e
ampliando os
direitos conquistados pela classe trabalhadora. Portanto, apresenta uma
finalidade democrática e
emancipadora:
NA SOCIEDADE ESTRUTURADA SOB AS RELAÇÕES
SOCIAIS CAPITALISTAS, A ATIVIDADE
ADMINISTRATIVA É SISTEMATIZADA E
RACIONALIZADA
PELA PERSPECTIVA FUNCIONAL,
NA QUAL SE CONSIDERAM APENAS OS INTERESSES
DE UMA
PEQUENA PARCELA DESSA SOCIEDADE, A
CLASSE QUE DETÉM OS MEIOS DE PRODUÇÃO E
QUE,
INTENCIONALMENTE, UTILIZA A GESTÃO
PARA GARANTIR A PRODUÇÃO DOS LUCROS E A
REPRODUÇÃO SOCIAL DA ORDEM VIGENTE.

(BENEVIDES, 2018, p. 3).

No serviço social, as visões democráticas e emancipatórias da gestão são inspiradas nos


objetivos éticos e políticos e nos princípios da profissão. Portanto, o processo de
gestão
realizado pelos assistentes sociais deve compreender os compromissos e objetivos
estabelecidos nessa dimensão, o que pode contribuir para a construção de uma sociedade
livre
do domínio do capital sobre o trabalho.

Para tanto, deve haver um alicerce – teorias,


métodos, políticas éticas e operadores técnicos do
serviço social – a fim de construir
um mecanismo de mediação para que as pessoas possam
compreender os elementos que
constituem os procedimentos administrativos dos assistentes
sociais nos diversos espaços
de ocupação social.

Assim sendo, de acordo com a teoria, o método, a política moral e os fundamentos do


funcionamento técnico da gestão de departamentos de serviços, a formação profissional se
consolida como um processo decisivo para determinar os objetivos democráticos e
emancipatórios e a possibilidade proposicional da gestão social por parte deste
profissional. A
este respeito, é importante perceber que:
AS DIMENSÕES TEÓRICO-PRÁTICAS DO SERVIÇO
SOCIAL SÃO FUNDAMENTAIS E MATERIALIZAM NO
TRABALHO PROFISSIONAL OS PRINCÍPIOS E AS
DIRETRIZES DA PROFISSÃO, CONFORME EXPRESSO
NO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL.
ARTICULADAS DIALETICAMENTE CONSTITUEM-SE
COMO MECANISMOS ESSENCIAIS PARA O
FORTALECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE
HABILIDADES TÉCNICAS E A COMPETÊNCIA
CRÍTICO-REFLEXIVA, ESSENCIAIS AO ASSISTENTE
SOCIAL NO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL.

(BENEVIDES, 2018, p. 6).

Como é possível observar, apesar de serem estudadas separadamente, para fins didáticos,
as
dimensões do Serviço Social fazem parte de um todo que compõe a atuação
ético-política do
profissional da área.

SERVIÇO SOCIAL E A DIMENSÃO TÉCNICO-


OPERATIVA

Foto: Shutterstock.com.

Já no que se refere à dimensão técnico-operativa, é possível afirmar que esta


relaciona-se aos
elementos técnicos e meios das medidas de intervenção, além das metas e
objetivos de trabalho
dos assistentes sociais. Portanto, essas ferramentas e tecnologias
são estratégias que podem
ser selecionadas de acordo com o ambiente e o conteúdo a ser
alcançado, analisando a
realidade e explicando desde os aspectos políticos, sociais,
morais, econômicos e culturais
como um todo.

 EXEMPLO

Dessa forma, os métodos técnicos comumente usados pelos


assistentes sociais se enquadram
nesta dimensão, por exemplo: entrevistas
familiares, relatórios técnicos, opinião pública,
relatórios sociais, perícia
social, reuniões, serviços sociais, trabalho em grupo, estudos de caso
etc.

Uma das principais características desta dimensão é a de gerar mobilização para atingir
os
objetivos de curto prazo, tendo a função de atender aos requisitos levantados, mesmo
que
apenas em um nível instantâneo e imediato. Nesse sentido, depende, então, da plena
utilização
das ferramentas para o fim pretendido.

Portanto, quando a heterogeneidade, espontaneidade, imediatismo e extensa


superficialidade do
cotidiano se tornarem as características, o habitual estabelecerá
uma conexão interna entre a
dinâmica do cotidiano e o espaço de intervenção profissional
social que requer a ação de
ferramentas. Essas características são únicas no dia a dia
profissional dos assistentes sociais e
tendem a focar na resposta rápida.
Sendo assim, os profissionais passam a responder mecanicamente às expectativas da
organização, de imediato. A intervenção que cabe ao profissional do serviço social não é
realizada sob as condições adequadas (GUERRA, 2012) e, por isso, muitos profissionais
acabam se limitando a apenas realizar suas tarefas, sendo, também, por vezes, consumidos
pelo
cotidiano profissional que não possibilita que ele enxergue todas as dimensões da
sua profissão.

Foto: Shutterstock.com.

Guerra (2012) coloca que se tem a impressão de que não há a influência de uma teoria, de
uma
racionalidade, de valores éticos e de uma direção política e social, sendo que, na
realidade, o
Serviço Social é norteado e baseado em aspectos como esses.

NO MOMENTO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL A


PRIORIDADE É RESPONDER AOS FENÔMENOS, NÃO
IMPORTA COMO, RESULTANDO EM UM CONJUNTO
DE
RESPOSTAS PROFISSIONAIS RÁPIDAS,
LIGEIRAS, IRREFLETIDAS, INSTRUMENTAIS (...), EM
OBEDIÊNCIA A LEIS E SUPERIORES, SEM A
QUALIFICAÇÃO NECESSÁRIA PARA DISTINGUI-LAS
DE
RESPOSTAS ATRIBUÍDAS POR LEIGOS.

(GUERRA, 2012, p. 46).

 ATENÇÃO

Esses fatores elencados podem gerar um sério impacto na


qualidade dos serviços prestados
pelos assistentes sociais, podendo torná-los
profissionais meramente performáticos, sem
priorizar a crítica à realidade e sem
enxergar a importância da dimensão técnico-operativa para a
sua atuação
profissional.

Ainda que a dimensão técnico-operativa se refira mais estritamente aos elementos técnicos
e
instrumentais para o desenvolvimento de sua intervenção, ou seja, o fazer ligado à
prática – a arte
mecânica de seus fatos –, o instrumental não deve portar única e
exclusivamente um aspecto
técnico. Isto porque demanda competência ao criar, selecionar
e aplicar as ações propostas,
portanto, imbuído e implicado em seus referenciais
ético-políticos e teórico-metodológicos para
que se tenha consciência das
intencionalidades investidas no exercício profissional rompendo
qualquer neutralidade
política, tornando-se um profissional técnico, mas também um intelectual,
por meio de
mediações crítico-analíticas capazes de fazer leituras e apreensões da realidade
social.

Imagem: Shutterstock.com.
DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA: A
CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

Ainda no contexto dessa dimensão, a técnico-operativa, na qual a utilização de


instrumentos é
essencial para o alcance dos objetivos propostos (SOUSA, 2008), é
possível classificá-los como
diretos e indiretos,
conforme pode ser observado a seguir.

INSTRUMENTOS DIRETOS
INSTRUMENTOS INDIRETOS

INSTRUMENTOS DIRETOS

Referem-se a meios que proporcionam interação direta, ou seja, são considerados meios
face a
face e contam com o diálogo e/ou contato entre os sujeitos envolvidos na
questão. Incluem visitas
familiares e institucionais, compromissos e reuniões, bem
como visitas em grupo ou individuais,
trabalho dinâmico e em grupo, entrevistas etc.

INSTRUMENTOS INDIRETOS

Incluem o registro das interações que ocorrem com


ferramentas/instrumentos face a face (ou seja,
instrumentos diretos),
independentemente do método usado. Nas ferramentas indiretas, é
possível citar
balanços sociais, atas de reuniões, laudos, laudos periciais e opiniões sociais,
registros ou cartas de responsabilidade social, diários de campo etc.

Os instrumentos de trabalho indiretos referem-se àqueles que são usados para


registrar
interações por meio do uso de ferramentas diretas. Nesse sentido, o uso de
instrumentos
indiretos sempre ocorre após o uso dos instrumentos diretos, para que
seja possível
compreender o papel dos diretos no registro das atividades práticas
elaboradas pelos
profissionais.

Dessa forma, o registro das ações é parte integrante dos documentos da área do serviço
social e
é essencial para o desempenho profissional, não podendo ser ignorado, pois
ajuda a
sistematizar a prática e permite o processo de reflexão da ação e compreensão
dos elementos
que facilitam a análise e a intervenção, a postura de crítica e
investigação, bem como o
aprimoramento da própria prática.

REFLETINDO SOBRE AS DIMENSÕES DO


SERVIÇO SOCIAL NA ATUAÇÃO
PROFISSIONAL
É necessário, portanto, refletir sobre as dimensões do trabalho profissional como base
para
nortear a formação e o trabalho dos assistentes sociais nos diferentes espaços
ocupacionais
sociais. Na contemporaneidade, os requisitos históricos para profissionais
e os requisitos
apresentados pela expressão de questões sociais no contexto das finanças
e do capital global
precisam ser considerados, requerendo apreensão, compreensão e
domínio destes
fundamentos, sendo esta a razão pela qual eles se tornam a base desta
dimensão, pois fornecem
suporte para a construção da estrutura necessária de habilidades
crítico-reflexivas e teórico-
práticas para a devida compreensão das realidades
contraditórias que se impõem na prática
deste profissional.

A COMPREENSÃO E ABRANGÊNCIA DAS


DIMENSÕES
QUE PERMEIAM O TRABALHO DO
ASSISTENTE SOCIAL É UM REQUISITO PARA
REFLETIR SOBRE OS
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,
TEÓRICOS, METODOLÓGICOS, ÉTICOS E POLÍTICOS
NO COTIDIANO DA
PRÁTICA PROFISSIONAL.

Desta forma, esse processo precisa romper com visões puramente burocráticas no cotidiano
das
atividades para realizar um trabalho verdadeiramente profissional, o que requer a
capacidade de
propor e negociar projetos e determinar as qualificações do trabalho, ou
seja, compreender as
mudanças da realidade para descobrir tendências e possibilidades
que possam ser adicionadas
ao fazer profissional.
DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E SEUS
INSTRUMENTOS
Fique atento ao conteúdo em destaque apresentado no vídeo!

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. LEIA O TRECHO A SEGUIR: “A DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA


PREVÊ UMA FORMAÇÃO CRÍTICA, REFLEXIVA E ANALÍTICA QUE
CONSISTE NO ENTENDIMENTO DA PESSOA, ENQUANTO SUJEITO DE
DIREITO, AUTÔNOMO, CAPAZ DE REALIZAR AS SUAS ESCOLHAS
CONFORME AS SUAS DEMANDAS. TENDO O PROJETO PROFISSIONAL,
COMO FINALIDADE EM POSSIBILITAR A CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO
SOCIETÁRIO DEMOCRÁTICO, PARTICIPATIVO, POR MEIO DA
SOCIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO CONJUNTA DE CONHECIMENTOS”
(TAVARES, 2020).

A RESPEITO DA DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA, MARQUE A


OPÇÃO CORRETA.

A) A dimensão teórico-metodológica refere-se à capacidade de compreender métodos e teorias

e sua relação com a prática profissional.


B) A dimensão teórico-metodológica tem uma visão parcial do processo social.

C) A dimensão teórico-metodológica refere-se apenas ao marxismo.

D) Por ser teórica, essa dimensão não ajuda a orientar a prática profissional do assistente social.

E) Não permite que as pessoas entendam o significado e a direção social do comportamento

profissional do assistente social.

2. O SERVIÇO SOCIAL É COMPOSTO POR ALGUMAS DIMENSÕES QUE


ALICERÇAM A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL, BEM COMO DÃO
BASE PARA AS DISCUSSÕES NA ÁREA. CONSIDERANDO O CONCEITO
APRESENTADO SOBRE A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA, ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA.

A) Entrevistas familiares, relatórios técnicos, opinião pública, relatórios sociais, perícia social,
reuniões, serviços sociais, reuniões, trabalho em grupo e estudos de caso não são métodos
técnicos comumente usados pelos assistentes sociais.

B) A dimensão técnica-operativa não gera mobilização para atingir os objetivos de curto prazo.

C) Os instrumentos de trabalho indiretos referem-se àqueles que são usados para registrar
interações por meio do uso das ferramentas indiretas.

D) O registro é parte integrante dos documentos da área do Serviço Social e é essencial para o

desempenho profissional.

E) Visitas familiares e institucionais, compromissos e reuniões, bem como visitas em grupo ou


individuais, trabalho dinâmico e em grupo e entrevistas são exemplos de instrumentos indiretos.

GABARITO
1. Leia o trecho a seguir: “A dimensão teórico-metodológica prevê uma formação crítica,
reflexiva e analítica que consiste no entendimento da pessoa, enquanto sujeito de direito,
autônomo, capaz de realizar as suas escolhas conforme as suas demandas. Tendo o
projeto profissional, como finalidade em possibilitar a criação de um espaço societário
democrático, participativo, por meio da socialização e construção conjunta de
conhecimentos” (TAVARES, 2020).

A respeito da dimensão teórico-metodológica, marque a opção correta.

A alternativa "A " está correta.

Segundo Tavares (2020), essa dimensão, interligada às demais, proporciona as ferramentas,


tanto teóricas quanto práticas, para interpretar criticamente o conjunto da realidade social e sua
reflexão, o que contribui para a busca de estratégias adequadas, visando aos interesses dos
usuários das políticas sociais.

2. O Serviço Social é composto por algumas dimensões que alicerçam a atuação do


assistente social, bem como dão base para as discussões na área. Considerando o
conceito apresentado sobre a dimensão técnico-operativa, assinale a alternativa correta.

A alternativa "D " está correta.

O registro das ações não pode ser ignorado, pois ajuda a sistematizar a prática e permite o
processo de reflexão e compreensão dos elementos que facilitam a análise e a intervenção, a
postura de crítica e investigação, bem como o aprimoramento da própria prática.

MÓDULO 3

 Reconhecer o
caráter investigativo na formação e prática profissional no Serviço

Social

INQUIETAÇÃO E SERVIÇO SOCIAL


Foto: Shutterstock.com.

O convite agora é para refletirmos sobre a dimensão investigativa, aqui entendida como
aquela
postura inquieta da permanente busca por algo novo, da essência dos fenômenos, e
não se
contentando com a manifestação da aparência dos fatos.

Assim, veremos que a importância de pesquisar um assunto, um acontecimento, não deve se


restringir a um processo apenas durante a formação acadêmica, mas deve ser um esforço
constante também durante a prática profissional para não nos descuidarmos da compreensão
e
do significado social e político das demandas que nos serão apresentadas,
reconstruindo-as
criticamente.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA DIMENSÃO
INVESTIGATIVA NO SERVIÇO SOCIAL

O Serviço Social brasileiro tem sua gênese na década de 1930, quando sua atuação estava
formulada junto aos dogmas da Igreja católica numa função de “ajustamento” dos
indivíduos ao
contexto social.

Esse caráter foi sendo modificado décadas seguintes junto ao processo de modernização da
sociedade, que fez com que o assistente social desempenhasse não mais um papel
caritativo,
mas que se adequasse a um perfil de profissional que combatesse as mazelas
sociais em prol
de um projeto de desenvolvimento nacional que servisse a setores
progressistas e que
classificava as expressões da questão social apenas como “problemas
sociais”.
POR MUITO TEMPO, ESSA FOI A VISÃO
PREDOMINANTE NA PROFISSÃO.

Porém, na metade da década de 1960, com o movimento de reconceituação do Serviço Social,


a
profissão começa a se repensar e se propõe a assumir um novo perfil profissional que
buscasse
romper com suas bases conservadoras e conhecer as suas demandas para além de
ações
imediatistas. O período compreendido foi marcado por transformações
político-econômicas que
afetaram todo o cenário da vida brasileira, inspecionado com a
instauração da ditadura militar e a
implantação dos atos institucionais, que reprimiam
todo aquele que fosse contrário às suas
exigências.

Em contrapartida, o último ciclo histórico do movimento de


reconceituação, chamado de “intenção
de ruptura”, que emerge na estrutura
universitária no país, é o momento em que a profissão
começa de fato a tecer uma
dura crítica ao conservadorismo profissional e passa a desenhar
uma postura que
tivesse posicionamento político ideológico de natureza crítica e/ou contestadora
em
face da ordem burguesa, para conquistar legitimidade profissional.

É a partir da “intenção de ruptura” que há uma


aproximação da profissão à teoria marxista e,
posteriormente, a uma visão
crítico-dialética da realidade, que permitiu ao Serviço Social ter um
norte sobre uma
visão de totalidade dos condicionantes que geram as desigualdades sociais.
Isso
evidenciou a necessidade de uma intervenção mais aprofundada no seu exercício e voltada
para o interesse da classe trabalhadora, na busca de desenvolver uma prática
profissional com
competência crítica.

Nos anos seguintes, já no contexto de redemocratização do país, o Serviço Social


fortalece seu
plano político-ideológico especialmente quanto à sua formação, havendo um
aumento dos cursos
de pós-graduação e na sua produção bibliográfica. Além disso,
direciona a reestruturação:

1993

Do código de ética profissional e da lei de regulamentação da


profissão.
1996

Das Diretrizes Curriculares.

É a partir da aprovação destas últimas que a dimensão investigativa


ganha ênfase sobre o
modo de pensar e agir na construção do fazer profissional, vista como uma postura
inerente a
maior parte das competências profissionais no âmbito da Associação Brasileira
de Ensino de
Serviço Social (ABESS), que, a partir de 1998, passou ser denominada
Associação Brasileira de
Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) devido às mudanças
na sua estrutura.

ESTE PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO CONTOU COM O


APOIO DECISIVO DA ENTIDADE NACIONAL
REPRESENTATIVA DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO
SOCIAL, ATRAVÉS DO CFESS — CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL —, BEM COMO DOS
ESTUDANTES, ATRAVÉS DA ENESSO — EXECUTIVA
NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SERVIÇO
SOCIAL.

(ABEPSS, 1996, p. 3).

A partir desse quadro de maturação profissional, com o estabelecimento das


Diretrizes
Curriculares, os cursos passam a seguir uma nova revisão curricular. Sua
base é o que
está

disposto nesse documento e que estabelece uma lógica de ensino que supera as
fragmentações
do processo de ensino e aprendizagem. Além disso, também abre caminhos
para a construção
de conhecimentos como experiência concreta durante a própria formação
profissional. A
dimensão investigativa do Serviço Social é, portanto, “o fomento básico
do exercício profissional
do assistente social que se refere ao movimento de
desocultamento do real” (FRAGA, 2010, p.
42).

Desse modo, a atitude investigativa possibilita construir enfrentamentos com base nos
valores
edificados a partir do movimento de reconceituação, via projeto ético-político
profissional, saindo
do campo do imediatismo e indo em busca da essência dos fenômenos
sociais. Resulta daí que
é traçado um perfil de profissional que prioriza três
competências, a saber:

Imagem: Shutterstock.com.

Competência técnica.

Imagem: Shutterstock.com.

Competência crítico-teórica.

Imagem: Shutterstock.com.

Compromissos ético-políticos.

 ATENÇÃO
É importante salientar que a dimensão
investigativa está
intrinsecamente relacionada com a
dimensão interventiva, ou
seja, o conhecimento
e o fazer profissional são articulados entre si, e

a qualidade de uma implica a


plena realização da outra.

A ação investigativa é compreendida aqui no âmbito da instrumentalidade do Serviço


Social, que,
por sua vez, não se reduz aos instrumentos e técnicas utilizados pelos
profissionais na
materialização de suas ações, mas movimenta-se por outras dimensões do
exercício profissional
que são articuladas entre si: a dimensão
ético-política , a
dimensão teórico-metodológica e
a dimensão
técnico-operativa.

MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO
SERVIÇO SOCIAL

Vamos entender um pouco mais sobre o contexto histórico que


deu origem ao caráter
investigativo do Serviço Social

LUGAR DA DIMENSÃO INVESTIGATIVA NA


FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Devemos compreender que a dimensão investigativa deve ser lida como ferramenta de
conhecimento e intervenção. Nesse sentido, necessitamos, ao longo da formação
profissional,
construir estratégias que fomentem uma aproximação do conhecimento e da
realidade,
desconfiando, questionando, problematizando e indo além do óbvio para não
cair no
conformismo de respostas imediatas (MORAES, 2015).

O estímulo a esse exercício desde a graduação poderá permitir ao estudante o


aprimoramento
de uma postura crítica interessante para que se possa ter clareza de “por
quê”, “para quê” e
“como” conhecer o movimento que gera as contradições do
sistema
capitalista, assim como
as expressões da questão social.

Quando não há o direcionamento de uma postura


investigativa referenciada pelos valores ético-
políticos de nosso projeto profissional,
visitas, entrevistas, laudos, pareceres e demais
instrumentos de trabalho do assistente
social passam a ter apenas significados burocráticos, o
que reduz, notavelmente, as
condições de garantia dos direitos dos usuários.

ESSA APREENSÃO NOS REMETE A TAL


QUESTIONAMENTO: “COMO A DIMENSÃO
INVESTIGATIVA DEVE SER TRABALHADA NA
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE
SOCIAL?”

VERIFICAR

Esta pergunta não nega o caráter da defesa de que ela deve ser
constituinte de tal formação.
Com isso, deve-se investir na capacitação
teórico-metodológica, ético-política e técnico-
operativa na formação profissional,
além de compreender a necessidade de criação de espaços,
ao longo da formação
profissional que estimule o pensamento crítico na consolidação de debates
e a
exposição de dúvidas como condição central para construção do pluralismo de ideias,
fortalecendo o debate político.

É necessário atuar na defesa “tanto da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e


extensão
quanto entre estágio, supervisão acadêmica e profissional capazes de
contribuir para a
apreensão do significado social da profissão” (MORAES, 2015, p.
302).

Podemos destacar ainda três pontos sobre essa reflexão (MORAES, 2015), encarados como
desafios, tendo por norte o traço “deve ser” do questionamento feito, que precisam ser
estudados
e enfrentados no âmbito da formação profissional:

PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO

PRIMEIRO

O primeiro envolve os condicionantes que perpassam a sociedade capitalista atual e


suas
implicações para o ensino superior, como as condições de trabalho dos docentes,
as pressões
por produtivismo, paralelamente a uma intensa jornada de trabalho
inclusive em fins de semana e
feriados – o que contribui, segundo o autor, para a
crítica de que há uma predisposição na
formação de acadêmicos em Serviço Social e
não de intelectuais que respondam ao projeto
ético-político.

SEGUNDO

O segundo ponto enfatiza que a dimensão investigativa deve ser estratégia de


conhecimento
constitutiva da formação e na intervenção profissional, pensando a
relação teoria e realidade,
para que não seja vista como um “espírito” que o
assistente social precisa “encarnar”.

TERCEIRO

O terceiro ponto destaca a necessidade de essa dimensão estar presente ao longo de


todo o
processo de aprendizagem, não só em uma disciplina específica; ou seja, deve
ser lida como um
processo de pesquisa num esforço constante para aguçar o aluno a
aprender e compreender
aquilo que ultrapassa as referências dadas, desenvolvendo
curiosidade sobre as informações.
CONTEXTUALIZANDO A DIMENSÃO
INVESTIGATIVA

Foto: Shutterstock.com.

A investigação como instrumento para intervenção profissional não está apenas no plano
teórico
no contexto da academia, mas é uma exigência à materialização da prática
profissional, a fim de
compreender os elementos sociais e históricos que compõem o nosso
principal objeto de
trabalho – a questão social – e, ainda, conhecer sobre o espaço
ocupacional, os usuários, as
políticas com as quais se trabalha, os recursos disponíveis
e os meios necessários para
efetivação do exercício profissional.

É a ação investigativa que vai permitir ao


profissional transcender as rotinas institucionais e
conhecer as demandas que chegam
para além da imediaticidade, compreendendo a totalidade e
subjetividade dos sujeitos
sociais.

Isso posto, vem à tona a relevância de que essa ação presente na instrumentalidade da
profissão
esteja voltada na direção ética, política e teórica defendia pela categoria,
ou seja, reflete um
profissional crítico-investigativo, com a capacidade de desvelar o
aparente.

A INVESTIGAÇÃO É INERENTE À NATUREZA DE


GRANDE PARTE DAS COMPETÊNCIAS
PROFISSIONAIS: COMPREENDER O SIGNIFICADO
SOCIAL DA
PROFISSÃO E DE SEU
DESENVOLVIMENTO SÓCIO-HISTÓRICO,
IDENTIFICAR AS DEMANDAS
PRESENTES NA
SOCIEDADE, REALIZAR PESQUISAS QUE SUBSIDIEM
A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS E
AÇÕES
PROFISSIONAIS, REALIZAR VISITAS, PERÍCIAS
TÉCNICAS, LAUDOS, INFORMAÇÕES E
PARECERES
SOBRE MATÉRIA DE SERVIÇO SOCIAL, IDENTIFICAR
RECURSOS. ESSAS COMPETÊNCIAS
REFEREM-SE
DIRETAMENTE AO ATO DE INVESTIGAR, DE MODO
QUE, DE POSTURA A SER
CONSTRUÍDA PELA VIA
DA FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
PERMANENTE (CUJA
IMPORTÂNCIA É
INQUESTIONÁVEL), A INVESTIGAÇÃO PARA O
SERVIÇO SOCIAL GANHA O ESTATUTO
DE
ELEMENTO CONSTITUTIVO DA PRÓPRIA
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL.

(GUERRA, 2009, p. 13).

Ao optar por rupturas com práticas conservadoras e tentar ultrapassar o caricato lugar
histórico
do assistente social como aquele que “faz tudo” – priorizando requisições e
interesses gestados
e determinados pelas instituições empregadoras e deixando de
direcionar sua atenção na defesa
dos direitos da população usuária, o assistente social,
como um eterno pesquisador da
realidade, deve lidar com múltiplas expressões das
relações sociais, assimilando o real
significado da profissão, tendo em vista a
importância dos aportes teórico-metodológicos aliados
à capacidade política de
estabelecer estratégias socioprofissionais adequadas.

E isso porque a parte conhecida das demandas que nos chegam não representa a totalidade
de
sua manifestação, de modo que devem ser negadas e analisadas pelas mediações
aprendidas
em seu processo.
DEVEMOS IR ALÉM, TER A CONVICÇÃO DE QUE
EXISTE ALGO A MAIS A SER CONHECIDO E
COMPREENDER A ESSÊNCIA DOS FENÔMENOS QUE
NOS SÃO
APRESENTADOS, EXERCITANDO SEMPRE
UMA POSTURA CRÍTICO-INVESTIGATIVA
COMPETENTE E
COMPROMISSADA COM A
CATEGORIA PROFISSIONAL.

CONHECIMENTO COMO AVENTURA PARA


TRANSFORMAÇÃO

Foto: Shutterstock.com.

O conhecimento é sem dúvida a principal ferramenta de trabalho de alguém,


independentemente
da área de atuação, pois permite que o profissional tenha uma real
dimensão das diversas
possibilidades de alcance para uma intervenção eficiente e eficaz.

No caso do Serviço Social, não seria diferente, já que se trata de uma profissão de
caráter
interventivo que coloca o assistente social como um agente capaz de atuar
diretamente na defesa
de direitos, ampliação e consolidação da cidadania dos sujeitos
sociais que recebem o serviço,
e que contribui para o desempenho emancipatório da classe
trabalhadora diante do processo
histórico e das contradições que se configuram no
interior das relações sociais.
Devemos saber que a pesquisa parte inicialmente de um entendimento aparente sobre algo,
uma
visão superficial. Logo, a parte conhecida não representa o todo. Nesse âmbito,
Guerra (2009)
destaca três níveis e graus de conhecimento:

Imagem: Shutterstock.com.

Primeiro nível

O conhecimento intuitivo (que se inicia pelos órgãos do sentido).


Imagem: Shutterstock.com.

Segundo nível

O entendimento (que provém do intelecto).

Imagem: Shutterstock.com.

Terceiro nível
A razão crítico-dialética (que aguça um olhar crítico sobre a realidade).

Apesar de ser complementares, é neste último nível que pesa a análise sobre as
transformações
que perpassam as expressões da questão social (nosso principal objeto de
trabalho – resultado
da exploração do capital sobre o trabalho, tais como: desemprego,
fome, violação de direitos
etc.), pois esse objeto não pode ser visto como algo
estancado por se modificar junto às
dinâmicas da sociedade.

Com isso, os direcionamentos numa intervenção nunca são fixos e lineares por sofrerem
transformações sempre que preciso devido às forças contrárias que atuam sobre as
demandas
que nos chegam o tempo todo, e por isso a atitude investigativa é um ciclo de
profunda
constância na atividade profissional.

Durante a investigação, é preciso que se façam mediações acerca de


nossas demandas como
uma ação privilegiada entre conhecimento e realidade, como
precondição de um exercício
qualificado. Isso significa entender que o conhecimento
é um motor que passa por aproximações
sucessivas, constrói e se reconstrói quantas
vezes forem necessárias para intervir na realidade
de modo mais abrangente – uma
totalidade composta por partes que devem ser analisadas
também como totalidades em
processo.

Portanto, o local de trabalho do assistente social como uma instituição e/ou organização
pode ser
visto como a totalidade mais ampla e complexa e suas partes (organograma,
hierarquia,
regulamentos, metas etc.). Seriam, então, totalidades de menor poder
explicativo (GUERRA,
2009). Assim, não há apenas “partes” num processo de análise, mas
totalidades parciais que só
se explicam com relação entre si.

De forma geral, a tradução das dimensões


teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-
política, ainda que traga questões
particulares em suas reflexões, também deve ser lida de modo
articulado como base na
dimensão investigativa, que é a permanente busca por algo novo.
Assim, a ausência dessa
postura tende a levar à estagnação do aprendizado profissional e,
consequentemente,
implicará compromisso dos serviços prestados aos sujeitos sociais.

Num movimento dialético, a realidade cria e recria novos e velhos elementos


constantemente. O
passado caminha com o presente e aponta um direcionamento para o
futuro. Cabe ao
pesquisador entender as tendências desse movimento, investigando e
agindo tanto sobre o real
quanto sobre sua transformação. Não existe uma lupa mágica
para ver o futuro; o que existe são
investigações sobre a realidade e como suas
contradições caminham para uma síntese futura.
Nas palavras de Yolanda Guerra (2009, p.
17), “ousar saber para ousar transformar”.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. LEIA A CITAÇÃO A SEGUIR: “CONSIDERAM-SE A INVESTIGAÇÃO E A


INTERVENÇÃO ELEMENTOS QUE, EMBORA DE NATUREZAS DISTINTAS,
COMPREENDEM A DIALÉTICA DO MODO DE SER DA PROFISSÃO,
CLARAMENTE EXPRESSO NAS COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES
PROFISSIONAIS. DO MESMO MODO, AFIRMAM-SE A ATITUDE
INVESTIGATIVA E A PESQUISA COMO PARTE CONSTITUTIVA DO
EXERCÍCIO DO ASSISTENTE SOCIAL, VISLUMBRAM-SE OS REQUISITOS
PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA, E, FINALMENTE,
O PAPEL DA INVESTIGAÇÃO DA REALIDADE NA FORMULAÇÃO DO
PROJETO DE INTERVENÇÃO E DA INTERVENÇÃO PROPRIAMENTE DITA”
(GUERRA, , 2009, P. 2).

POR DIMENSÃO INVESTIGATIVA, ENTENDE-SE QUE:

A) O processo investigativo do assistente social só tem relevância quando está associado ao


campo da pesquisa quantitativa e definida pelo seu campo de intervenção do agente
pesquisador, pois não está no âmbito do Serviço Social produzir conhecimento para além da sua
capacidade interventiva.

B) O Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência, tampouco produzir conhecimento.

C) A produção de conhecimento do Serviço Social se debruçou sobre a dimensão investigativa


desde a gênese da profissão, pois pensava na necessidade de trabalhar ações não imediatistas
na prática profissional como condição central norteada pelos seus princípios ético-políticos.

D) A ação investigativa é compreendida no âmbito da instrumentalidade do Serviço Social, que,


por sua vez, permite que a realização de entrevistas, estudo social e pareceres como processo
investigativo ocorra apenas em casos que apresentam alta vulnerabilidade social.

E) A partir da aprovação das Diretrizes Curriculares, em 1996, é que se estabelece uma base
comum no plano nacional de ensino para os cursos de graduação em Serviço Social, e a
profissão vê a necessidade de a dimensão investigativa abrir caminhos para construção de
conhecimentos como experiência concreta durante a sua própria formação.
2. “QUANDO REALIZAMOS ENTREVISTAS, ESTAMOS EXERCITANDO A
DIMENSÃO INVESTIGATIVA DA PROFISSÃO, POR MEIO DE
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DIRETAMENTE DA REALIDADE, MAS A SUA
PREPARAÇÃO, EM GRANDE MEDIDA, DEPENDEU DE CONHECIMENTOS
INDIRETOS SOBRE VÁRIOS TEMAS QUE NOS HABILITARAM A REALIZÁ-
LA (...) O CONHECIMENTO INDIRETO É AQUELE OBTIDO NA
BIBLIOGRAFIA, NAS PESQUISAS JÁ EXISTENTES SOBRE O OBJETO.
ESTE CONHECIMENTO É UMA MEDIAÇÃO QUE SE INTERPÕE ENTRE O
SUJEITO E A REALIDADE A SER CONHECIDA. ELE É TESTADO:
VALIDADO OU NÃO NA REALIDADE. DAÍ QUE A POSTURA INVESTIGATIVA
DO PROFISSIONAL SE EXPLICITA NA REALIZAÇÃO DAS SUAS
COMPETÊNCIAS COMO UM TODO: NAS FASES DE PLANEJAMENTO,
IMPLEMENTAÇÃO, AVALIAÇÃO E REVISÃO CRÍTICA DO PROCESSO”
(GUERRA, 2009, P. 14).

A RESPEITO DA MEDIAÇÃO COMO CATEGORIA INTELECTIVA, JULGUE A


ASSERTIVA CORRETA.

A) Segundo a compreensão crítico-dialética, quanto ao movimento apreendido pela razão das


categorias do ser social, é legítimo inferir que o recurso à categoria mediação no Serviço Social
favoreceu uma apreensão mais próxima do movimento da totalidade social do objeto de
intervenção profissional, seus fundamentos e sua capacidade de transformação.

B) É na superfície da singularidade que o exercício profissional se manifesta. No plano da


imediaticidade, as determinações e as mediações que dão sentido e concretude ao campo de
intervenções profissionais estão submetidas à positividade do real.

C) A pesquisa garante o estatuto de maioridade intelectual para a profissão, por possibilitar aos
seus protagonistas uma contribuição efetiva às diversas áreas de conhecimento, e permite que
nos conectemos (a partir de múltiplas mediações) às demandas da classe burguesa,
precondição para construir novas legitimidades profissionais.

D) A mediação possibilita a construção de práticas pelo Serviço Social no cotidiano das


instituições, negando a superação da dicotomia teoria-prática presente nos moldes da teoria
marxista, que encontra amplo suporte na prática profissional do(a) assistente social.

E) A incorporação da categoria de mediação nas análises teórico-metodológicas do Serviço


Social se apresenta com maior importância por permitir o desocultamento do real apenas quando
necessário.

GABARITO

1. Leia a citação a seguir: “Consideram-se a investigação e a intervenção elementos que,


embora de naturezas distintas, compreendem a dialética do modo de ser da profissão,
claramente expresso nas competências/atribuições profissionais. Do mesmo modo,
afirmam-se a atitude investigativa e a pesquisa como parte constitutiva do exercício do
assistente social, vislumbram-se os requisitos para o desenvolvimento da pesquisa
científica, e, finalmente, o papel da investigação da realidade na formulação do projeto de
intervenção e da intervenção propriamente dita” (GUERRA, , 2009, p. 2).

Por dimensão investigativa, entende-se que:

A alternativa "E " está correta.

A defesa do projeto de formação profissional construído e explicitado nas Diretrizes Curriculares


da ABEPSS em 1996 percebeu a importância da dimensão investigativa para a profissão do
Serviço Social por reconhecê-la como parte de uma tarefa de reafirmação do projeto ético-
político, que objetiva a construção de uma postura crítica analítica do assistente social na defesa
dos direitos dos sujeitos sociais e na qualidade dos serviços prestados, superando o olhar
imediatista sobre as ações no cotidiano profissional e enfatizando a unidade entre teoria e
prática.

2. “Quando realizamos entrevistas, estamos exercitando a dimensão investigativa da


profissão, por meio de informações extraídas diretamente da realidade, mas a sua
preparação, em grande medida, dependeu de conhecimentos indiretos sobre vários
temas que nos habilitaram a realizá-la (...) O conhecimento indireto é aquele obtido na
bibliografia, nas pesquisas já existentes sobre o objeto. Este conhecimento é uma
mediação que se interpõe entre o sujeito e a realidade a ser conhecida. Ele é testado:
validado ou não na realidade. Daí que a postura investigativa do profissional se explicita
na realização das suas competências como um todo: nas fases de planejamento,
implementação, avaliação e revisão crítica do processo” (GUERRA, 2009, p. 14).

A respeito da mediação como categoria intelectiva, julgue a assertiva correta.

A alternativa "A " está correta.


É por meio da relação crítico-dialética que se entende a necessidade de investigar para além do
aparente e ir em busca das representações que compõem o todo estudado. O assistente social
deve conceber que as mediações apreendidas nesse processo são expressas pelo conjunto de
instrumentos, recursos, técnicas e estratégias de que toma conhecimento, para poder adentrar
nas tramas da realidade com possibilidade de transformá-la.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nestes três módulos, organizamos uma explanação acerca do enriquecimento que a


instrumentalidade traz ao Serviço Social, sendo vista como as dimensões presentes na
profissão.
Por meio da competência de seu uso, vimos como os assistentes sociais podem
efetivamente
tornar suas finalidades resultados profissionais propriamente ditos.

É a partir dessas dimensões que podemos compreender também um pouco do significado


sócio-
histórico desse trabalho em sua gênese meramente operativa no modo de análise das
políticas
públicas como uma questão de natureza técnica, fragmentada, imediatista e
abstraída do sentido
de totalidade. Logo, nós nos permitimos reconhecer que o verdadeiro
sentido da utilidade social
dessa profissão, assim como preconiza seu código de ética,
está no direcionamento da
interpretação e do uso das dimensões ético-políticas,
teórico-metodológicas e técnico-operativas
articuladas e integradas à dimensão
investigativa e interventiva da categoria, que defende uma
visão crítica sobre as
dinâmicas das desigualdades sociais, exigindo mais que ações imediatas,
instrumentais e
manipulatórias.
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS

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ABEPSS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL.


Diretrizes
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eletrônico em: 15 jan. 2021.

BENEVIDES, G. de O. Trabalho profissional e gestão no serviço social:


subsídios teóricos
para compreensão da gestão como atividade inerente ao trabalho do assistente social.
Anais do
XVI ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM SERVIÇO SOCIAL, 16., Vitória, 2018.
Anais [...] Vitória: ABEPSS, 2018. Consultado em meio eletrônico em: 16 jan. 2021.

BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a


profissão do
assistente social e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 1993. Consultado em
meio
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regulamentação da
profissão. 10. ed. rev. e atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012.

FORTI, V.; GUERRA, Y. Na prática a teoria é outra? In: ___


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social: temas,
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FRAGA, C. K. A atitude investigativa no trabalho do assistente social.


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GUERRA, Y. O projeto profissional crítico: estratégia de enfrentamento das
condições
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n. 91, set. 2007.

GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional.


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CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; ABEPSS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E
PESQUISA EM
SERVIÇO SOCIAL. Serviço social: direitos sociais e competência profissionais.
Brasília,
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GUERRA, Y. A instrumentalidade do serviço social. São Paulo: Cortez,


2012.

MORAES, C. A. de S. A particularidade da dimensão investigativa na formação e


prática
profissional do assistente social. Serviço Social & Sociedade, São Paulo,
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294-316,
2015.

SOUSA, C. T. de. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade


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TAVARES, A.R. As dimensões teórico-metodológica, técnico-operativa e


ético-política do

serviço social no trabalho do assistente social. Serviço Social em


Perspectiva, v. 4, n.
Especial, p. 893-906, 3 set. 2020

TEIXEIRA, J. B.; BRAZ, M. O projeto ético-político do serviço social. O


projeto
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YAZBEK, M. C. Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço


social.
In:

CFESS
– CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (org.). Serviço social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília, DF: CFESS; ABEPSS, 2009.

EXPLORE+

Para entender mais sobre o estatuto jurídico do Serviço Social reconhecido em lei,
leia o
Código de Ética da Profissão (Lei nº 8.669, de 30 de junho de 1993),
disponível na internet.
A autora Marilda Villela Iamamoto é um nome de grande destaque entre os autores
que
mais discutem a temática da instrumentalidade do Serviço Social. Busque seu
artigo
Ensino e pesquisa no serviço social: desafios na construção de um projeto
e
formação
profissional, publicado no Caderno Abess, em 1998.

Acerca dos aspectos téorico-metodológicos da profissão e para entender melhor as


contradições sócio-históricas que marcam o caráter científico do Serviço Social,
busque o
artigo Serviço Social brasileiro: profissão e área do
conhecimento, de Ana
Elizabete Mota.

Para perceber o processo que definiu as Diretrizes Curriculares, vale consultar as


Diretrizes
Curriculares da ABEPSS, no próprio site da Instituição.

Para uma discussão mais detalhada quando o assunto é pensar em uma educação mais
libertadora e emancipatória, que direcione o fazer profissional para além de seus
requisitos
burocráticos, a literatura do filósofo húngaro István Mészáros,
intitulada A educação para
além do capital, é essencial para essa
compreensão.

Os textos de contraponto nos ajudam a formar uma visão pessoal, a


partir de
variados
pontos de vista apresentados sobre determinado assunto. É o caso, no
contexto do sistema
capitalista, do texto Nós não humanizamos o capitalismo: foi
o
capitalismo quem nos
humanizou, do economista Steve Horwitz.

CONTEUDISTA

Nataly Barros Pereira

 CURRÍCULO LATTES

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