Você está na página 1de 14

FACULDADE PAULISTA SÃO JOSÉ

Pós-Graduação em Alfabetização e Letramento

ANA LUCIA FERREIRA DOS SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS
DO ENSINO FUNDAMENTAL

São Paulo
2020
ANA LUCIA FERREIRA DOS SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS
DO ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia apresentada com o oxigênio


do curso de Pós-graduação para a
obtenção do título de especialista em
alfabetização e letramento, sob
orientação da professora Thereza Cristina
da Costa Jorge

São Paulo
2020
3

RESUMO
Este estudo busca apresentar a ludicidade como uma ferramenta que
possibilita a promoção da aprendizagem de alta qualidade para crianças nos
anos iniciais do ensino fundamental. Os métodos utilizados podem promover o
desenvolvimento de habilidades básicas no processo, como originalidade,
raciocínio e socialização. Deste modo, este estudo vem para responder sobre a
importância das atividades lúdica e como o professor pode se apoderam desta
ferramenta e qual seria a sua contribuição para o processo de alfabetização e
alfabetização. O objetivo deste artigo é de abrir uma reflexão e o debater sobre
o uso do lúdico no ambiente escolar, a metodologia utilizada é de cunho
bibliográfico e qualitativas para melhor compreensão do assunto. Esta pesquisa
inicia-se apresentando o brincar no ambiente escolar e os prós e contras do
emprego das ludicidades na alfabetização e no letramento, sugerindo, nesse
contexto, que se os professores tivessem uma formação acadêmica voltada
para a colocação do brincar como instrumento didático auxiliando no
alfabetização. Diante dessas reflexões, pode-se considerar que a utilização do
brincar como prática pedagógica nos primeiros anos é de grande benefício no
processo de ensino, permitindo aos indivíduos compreender melhor seu
desempenho pessoal e condições sociais.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. Lúdico. Alfabetização e Letramento.

INTRODUÇÃO
A brincadeira sempre esteve presente ao longo da história antigas para
passar conhecimentos e passou a fazer parte da vida das crianças. Essa
atividade dá às pessoas novos horizontes e ajuda a expandir o conhecimento,
seja educacional ou social. Seguindo este raciocínio, nas fases iniciais da
escola, o lúdico é utilizado como meio de contribuir para o aumento da taxa de
alfabetização e letramento para promover a aprendizagem, podendo se
apresentar e realizar ações positivas para a melhor absorção do conhecimento
educacional. Dentre elas, os professores consideram o lúdico um possível
método de promoção e orientação para a educação e a prática social, visando
desenvolver as competências naturais e potenciais dos alunos no campo
individual ou coletivo.

O interesse pela ludicidade vem da observação das dificuldades


encontradas pelos professores no uso de estratégias de ensino para a
alfabetização, pois, pesquisas na área doe desenvolvimento humano
demostram que problemas emocionais e cognitivos podem afetar diretamente
este processo.
4

Sendo assim, este estudo vem para responder as indagações: "Nos


primeiros estágios do ensino fundamental, qual a importância das atividades
lúdica para o desenvolvimento educacional e Como o uso da brincadeira
pode ajudar na alfabetização e na alfabetização?"

Portanto, o tema proposto busca propiciar evidências de que o lúdico


podem aflorar nas crianças o sentir, o perceber, o idealizar e adquirir
habilidades sociais, o estimular a criatividade, a autoestima, o interesse, a
independência, o aprimoramento da fala e do raciocínio decorrente de certos
jogos que neste caso desencadeiam a aceitação e o amadurecimento de novas
informações.

Alfabetização

Soares (2012), alfabetizar é o ato de ensinar o aluno a ler e escrever,


tornando-o um indivíduo alfabetizado que não só sabe ler e escrever, mas que
também sabe fazer o uso desse saber nas suas práticas sociais.

Portanto, alfabetização é o estado de quem sabe ler e escrever. Em


outras palavras: uma pessoa que aprende a ler e escrever se engaja em
práticas de alfabetização social que adquire habilidades de leitura, por outro
lado, a pessoa que não sabe ler e escrever , é analfabeto ou é alfabetizado
mas não sabe ler, não vive no estado ou condição de quem sabe ler e
escrever, e pratica a leitura e a escrita (SOARES, 2012).

A autora ainda esclarece que as pessoas alfabetizadas participam do


aprendizado social de forma mais eficaz por meio da leitura, escrita e fala.
Depois de aprender a ler e escrever, conseguem observar as mudanças no uso
da linguagem e do vocabulário. Uma vez que uma pessoa é alfabetizada, ela
se torna cognitivamente diferente, ou seja, reflete tendo perspectiva diferente,
para diferenciada de uma pessoa analfabeta.

Carvalho (2011) aponta que aprender a ler não é apenas conhecer as


letras e os sons que representam, mas, ser capaz de reconhecer os códigos
escritos, encontrar sentido e compreender o que está escrito é essencial.
Podemos perceber que além de poder ler sílabas e transformá-las em uma, a
alfabetização também reside na compreensão do que foi lido.

De acordo com Silva (2018) na década de 1980, o paradigma da


5

alfabetização mudou. As pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky


trouxeram novas perspectivas para a educação por meio de suas pesquisas,
que tiveram um profundo impacto na psicologia, e foram consideradas um
marco na pesquisa em letramento, pois enfoca os alunos como construtores de
hipóteses sobre a linguagem escrita e, portanto, sua própria aprendizagem.

Segundo esses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se


reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas e fonemas
(a decodificação e a codificação), mas se caracterizaria como um
processo ativo por meio do qual a criança, desde seus primeiros
contatos com a escrita, construiria e reconstruiria hipóteses sobre a
natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida como
um sistema de representação (BRASIL, 2008, p.10).

Silva (2018) esclarece que na década de 1990, novos termos surgiram


para conceituar a alfabetização. Por exemplo, termos funcionais foram usados
para caracterizar novas formas de se referir ao processo de alfabetização, o
objetivo é combinar leitura e escrita em situações sociais, pois, uma pessoa
que, mesmo sabendo ler e escrever, não utiliza esse conhecimento para lidar
com as situações do cotidiano é considerada analfabeta funcional.

Letramento

Santos (2019) indica que o termo letramento é um conceito amplamente


utilizado por teóricos e professores engajados na educação. Porém, sabemos
que muitos profissionais não têm certeza do significado desse conceito. O
letramento inicia muito antes de ocorrer a alfabetização. Mesmo quando as
crianças não identificam o código escrito, mas estão inseridas em uma cultura
grafocêntrica, elas podem ser consideradas indivíduos letrados, pois já estão
sabendo fazer uso da leitura e da escrita.

[...] só recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social


em que não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também
saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências
de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente – daí o
recente surgimento do termo letramento (que, como já foi dito, vem-se
tornando de uso corrente, em detrimento do termo alfabetismo)
(SOARES, 2012, p. 20).

Val (2006) afirma que o letramento pode ser definido como o processo
de introdução e participação em uma cultura escrita que se inicia quando a
criança passa a conviver com as diversas expressões da escrita na sociedade
(placas, rótulos, embalagens comerciais, revistas, etc.) e continua ao longo de
6

sua vida, com oportunidades crescentes de participação das práticas sociais


relacionadas à linguagem escrita, como ler e escrever contratos, livros
científicos e obras literárias.

Portanto, os autores enfatizam que não basta uma pessoa saber ler e
escrever ou reconhecer códigos escritos, é preciso que ela saiba fazer uso da
leitura e da escrita. Isso acontece quando esse indivíduo consegue trafegar,
por exemplo, por diferentes gêneros de textuais e identificar a real função
desses textos.

O lúdico
Segundo Cadorin ; Morandini (2014) a palavra “lúdico” origina-se do
latim ludos que significa brincar. Nesta atividade estão incluídos os jogos,
divertimentos, brinquedos e movimentos espontâneos. O brincar também pode
ser utilizado no contexto educacional, criando oportunidades de aprendizagem
para o indivíduo, ampliando seu conhecimento e conceito de homem e de
mundo. Brincar é obrigatório para pessoas de todas as idades e não deve ser
visto apenas como entretenimento. O brincar é a essência da infância, permite
a produção de conhecimento, estimula a emocionalidade, estabelecendo assim
uma relação natural com o brincar em extravagante angústia e paixão, alegria,
tristeza, agressividade.

Dessa forma, devido à espontaneidade, existe uma correlação entre o


brincar e o lazer, pois, o brincar está relacionado ao cotidiano e, portanto,
diretamente relacionado à evolução do ser humano, principalmente na infância.
Por outro lado, o lúdico pode ser conceituada como uma forma de expandir a
criatividade e a informação por meio de jogos, música e dança. Seu principal
objetivo é desenvolver, educar e interagir com outras pessoas.

Cadorin; Morandini (2014) indicam que a sala de aula também pode ser
um lugar de brincar, se o professor conseguir conciliar os objetivos
pedagógicos com os desejos dos alunos. Para isso, é necessário encontrar
equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas e
cumprir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser
humano autônomo e criativo. Creditar ao aluno, isto é, à sua ação, a parte de
responsabilidade no desenvolvimento.
7

Vygotsky (1989) afirma que é enorme a influência do brinquedo no


desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir
numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das
motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos
externos.

A importância da ludicidade

Nota-se que o uso do lúdico no contexto da educação e no processo de


aprendizagem é um tema que tem surgido cada vez mais na sociedade atual e
no debate sobre a metodologia de ensino utilizada. Este método era utilizado
apenas para a educação infantil, mas agora é empregado nas primeiras séries
do ensino fundamental e vem sendo empregado até mesmo no contexto
educacional de formação de graduandos, pois, foi demonstrado que uma
prática de trabalho docente pode facilitar o processo de aprendizagem
incluindo aprendizagem, conhecimento, brincadeiras e jogos.

Para Bemvenut et al. (2013) o lúdico é eminentemente educativo no


sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do
mundo e da vida, o princípio de toda descoberta e toda criação. É através do
lúdico que o sujeito toma consciência do seu meio, de tudo que está a sua
volta, estabelecendo relações com esse meio, aprendendo com ele e por meio
dele.

Segundo Kishimoto (2011) o uso de jogos educativos com fins


pedagógicos, nos leva para situações de ensino e aprendizagem visto que a
criança aprende de forma prazerosa e participativa.

Kiya; Dionisio (2014) na busca por alternativas para tornar o ensino


agradável tanto para os alunos quanto para os professores, o uso de jogos e
de outras atividades lúdicas, como recursos pedagógicos, pode ser a saída
para melhorar o processo de ensino e aprendizagem tornando o trabalho
educacional realizado em nossas escolas mais dinâmico e prazeroso.

Ainda as autoras enfatizam que por meio do lúdico, o professor tem a


chance de tornar sua prática pedagógica inovadora, pois além de desenvolver
atividades divertidas, o professor pode proporcionar situações de interação
entre os alunos melhorando a forma de relacionamentos entre os mesmos.
8

Nota-se que nas indicações dos Parâmetros Curriculares da Educação


Nacional, especialmente na educação básica sobre o temas transversais,
enfocam principalmente a formação da cidadania e do sujeito globalizado, ou
seja, os alunos devem não só absorver conteúdos, mas também desenvolver
Habilidades, atitudes, expressões e relacionamentos. De modo geral, jogos e
atividades de entretenimento podem ser os principais meios para atender a
essas recomendações, pois as diferentes combinações que os jogos podem
proporcionar acabam por esclarecer os desafios e a utilização de elementos
externos, além de participarem de jogos interativos entre indivíduos
relacionados.

Portanto , o uso de jogos e atividades lúdicas utilizadas como


ferramentas pedagógicas e como o intuito de facilitar o ensino e a
aprendizagem, é importante e vem para contribuir o aprimoramento da prática
pedagógica do professor ao despertar o interesse dos alunos pelas atividades
desenvolvidas em sala de aula e na escola em geral.

O Ambiente Lúdico

Sacchetto et al (2011) esclarece que o ambiente lúdico possibilita que a


criança enriqueça suas habilidades por meio do processo de incentivo,
iniciativa e aprimoramento da comunicação e da criatividade. Este é, sem
dúvida, o ambiente adequado e propícia características básicas para as
atividades lúdicas, que podem ser vivenciadas por crianças de diferentes
idades para se adaptarem a cada etapa do desenvolvimento. Essa criança
projeta seu próprio jeito de ser nas atividades malucas e, dessa forma, ajuda-a
a expressar mais facilmente seus conflitos e dificuldades.

Portanto, o ambiente lúdico possibilita às crianças o enriquecimento de


suas próprias capacidades mediante o estímulo, a iniciativa, a melhoria nos
processos de comunicação e criatividade que são, certamente, características
fundamentais da atividade lúdica, que pode ser vivenciada nas diferentes faixas
etárias adequando-se às metodologias e procedimentos em cada etapa do
desenvolvimento. A criança, na atividade lúdica, projeta seu modo de ser e por
meio dela, é auxiliada a expressar com maior facilidade os seus conflitos e
dificuldades.
9

Para Vigotski (2008), a participação de outras pessoas é imprescindível


para promover o desenvolvimento infantil e o brincar é essencial para o
desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e
representação a levam ao pensamento abstrato.

Diante disso, cabe ao profissional da educação proporcional um


ambiente lucido sempre que possível para o educando se expressar e colocar
em prática seu desenvolvimento seja intelectual, emocional, social e
educacional.

Lúdico e o trabalho do professor

Cadorin; Morandini (2014) indicam que a sala de aula pode ser um lugar
de brincar, se o professor conseguir conciliar os objetivos pedagógicos com os
desejos dos alunos. Para isso, é necessário encontrar equilíbrio sempre entre o
cumprimento de suas funções pedagógicas e o cumprir para o
desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser humano autônomo
e criativo, isto é, à sua ação, a parte de responsabilidade no desenvolvimento.
Mesmo procurando fazer sua parte, o professor e a escola vão respeitar a
possibilidade de que outra coisa aconteça.

Segundo Rufino (2014) a ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da


aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma
de ensinar relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer
tipo de aula.

A autora esclarece que o processo ensino-aprendizagem por meio do


lúdico deve constituir-se como algo dinâmico, possibilitando um movimento da
apreensão do conhecimento através da junção contínua de saberes. Sendo
assim, é fundamental que a idade da criança seja respeitada, pois se a
atividade lúdica proposta não estiver de acordo com a maturidade do aprendiz
servirá apenas como mais um elemento para tornar a aula cansativa e
desestimulante. Nesse caso, a ludicidade deve focalizar na criança no cotidiano
atual à vontade para então dar significado à sua aprendizagem. Assim, o uso
de atividades lúdicas devem ser uma constante na sala de aula, sob o foco de
objetivos determinados.

Portanto, as práticas lúdicas vêm se tornando um instrumento


10

pedagógico indispensáveis a serem introduzidas nos currículos escolares,


concebendo em outro método pedagógico, com o objetivo de auxiliar na
aptidão da inspiração e na formação do entendimento de princípios e
informações que as crianças levaram no decorrer da vida.

Evidencia-se assim, que a ludicidade proporciona aos alunos


oportunidades de se socializar e se comunicar, e ao mesmo tempo estabelece
as habilidades a serem aprendidas e ensinadas por meio de uma participação
real e fictícia, para que os alunos busquem descobrir e superar os obstáculos
que possam ser encontrados no caminho.

Essa metodologia, está em constante desenvolvimento, sua motivação


pessoal para aprender é inerente, por isso precisa de estratégias para
estimular essa motivação. Nessa perspectiva, percebe-se que o brincar é uma
atividade com valor educativo intrínseco, mas além do valor intrínseco, o
brincar também é utilizado como recurso didático (RUFINO, 2014).

Porém, os objetivos da ludicidade só serão garantidos se o professor


permanecer disposto para realizá-lo como Santos (2001, p.14) assegura que a
aceitação da ludicidade, por parte dos professores, não garante uma postura
lúdico-pedagógica na sua atuação.

A formação dos professores brincantes

Atualmente, os debates sobre o tema vêm tomando maiores proporções,


e importantes reflexões para as políticas públicas educacionais, isso acontece
em razão das dificuldades apresentadas pelas comunidades e levadas para as
escolas, exigindo a ampliação do trabalho educativo, buscando maiores
conhecimentos por parte das Universidades a qual deve oferecer uma
formação inicial e contínua ao graduando e por parte do docente se exige
aberturas para novas formas de passar e receber o aprendizado, buscando
sempre inovações nas metodologias pedagógicas.

A relação entre formação inicial e continuada, significa integrar, no


próprio currículo da formação inicial, professores já atuantes, que
desde logo se tornam agentes da formação dos futuros docentes. A
formação inicial deve fornecer ao futuro professor uma sólida
bagagem nos âmbitos científico, cultural, social, pedagógico para o
exercício profissional, ao passo que a formação continuada se centra
nas necessidades e situações vividas pelos docentes (VEIGA;
AMARAL 2003, p.86).
11

Logo, cabe ao professor se valer de novas metodologias e alternativas


para que o ensino envolva educativamente o aluno em todas as atividades
ministradas dentro do contexto escolar.

Na atual proposta da Base Nacional Comum para Formação de


Professores da Educação Básica deve ter uma visão sistêmica que inclua a
formação inicial, a formação continuada e a progressão na carreira. Nesse
sentido, alinhamento e articulação são requisitos indispensáveis em uma
política pública que envolve vários setores educacionais: MEC, instituições
formadoras, conselhos de educação, estados, Distrito Federal e municípios.
Cada ente com responsabilidades complementares no que diz respeito à
formação de professores (BRASIL, 2018).

Dentro desta perspectiva, encontra-se a fundamental discussão sobre os


métodos pedagógicos a serem empregados para a alfabetização e o
letramento no Ensino Fundamental, dentro da atual formação, muitos
professores, coordenadores e gestores ainda continuam com a antiga visão
metodológica para este fim. O que se reforçam nestes debates, foram as
mudanças ocorridas com a Lei federal nº 11.274 sancionada pelo governo, que
ampliou de oito para nove anos a duração do ensino fundamental no país, nível
de ensino que, pela legislação brasileira, deve ser universal e obrigatoriamente
ofertado pelo Estado.

Todavia, apesar destas mudanças, se faz necessário melhores


condições metodológicas para o ensino da alfabetização e do letramento no
Ensino Fundamental, principalmente uma reflexão mais ampliada e
particularizada dos educandos e acima de tudo respeitando o seu tempo e o
que já lhe foi ensinado pela família.

De acordo com os esclarecimentos de Chaguri, Jung (2012), no


momento atual vivenciamos o desenvolvimento das tecnologias de
comunicação eletrônica, que apresentam novas práticas de letramento e de
escrita, surge a cibercultura e o que hoje se aponta, o letramento digital.

De acordo com Soares (2002) o letramento na cibercultura, conduz a um


estado ou condição diferente daquele a que conduzem as práticas de leitura e
de escrita quirográficas e tipográficas, o letramento na cultura do papel. Uma
12

compreensão mais clara deste último pode advir de seu confronto e contraste
com o primeiro, replicando, em sentido inverso, quando busca compreender o
letramento pela via de seu confronto e contraste com a cultura oral.

Diante deste contexto, demonstra-se que a compreensão e reflexão das


antigas formas para ensinar o aluno a ler e escrever, conexas com as atuais
metodologias como o lúdico e a cibercultura são ferramentas eficazes no
auxílio do trabalho pedagógico com alunos em fase de desenvolvimento dentro
do Ensino Fundamental, porém cabe aos professores conhecer os processos,
estar aberto a novas práticas e com segurança exercitar essa tarefa de mediar
e oportunizar os processos de aprendizagem que acontecem na escola.

Considerações Finais

Por meio deste trabalho, pode-se perceber que as atividades lúdicas são
fundamentais para o desenvolvimento da alfabetização e do letramento no
ensino fundamental, pois, promove a absorção do conteúdo escolar pelas
crianças, pois aprendem muito divertido enquanto estudam. Brincar oferece às
crianças um mundo de conhecimento e permite que os profissionais da
educação cultivem o interesse pelo mundo e pelo ambiente em que as crianças
vivem, bem como informações relevantes e conteúdo educacional.

Nota-se que as atividades lúdicas no contexto educacional apresentam-


se como ferramentas importantes para promover a interação social das
crianças, a compreensão das normas e o respeito mútuo, que são de grande
benefício para o desenvolvimento geral dos indivíduos. Portanto, a
alfabetização e o letramento com a ludicidade tornam-se um tipo de atividade
divertida e de relaxamento, as crianças aprendem brincando e ao mesmo
tempo aprimoram sua capacidade de treino e aprendizagem. Porém, é
necessário planejar várias opções de atividades de entretenimento, ou seja,
utilizar atividades que desafiem os alunos e desenvolvam sua singularidade e
integridade, pois sob a mediação do professor, as crianças podem se aprimorar
e se desenvolver no seu aprendizado.

Portanto, é necessário aprofundar e ampliar o pensamento sobre o


tema, pois nas pesquisas futuras, ainda precisamos resolver o problema, e
aprofundar nossa compreensão do trabalho e ações conjuntas de professores,
13

escolas e comunidades.

Referências

BRASIL, Ministério da educação (MEC). Proposta de novas normas para a


formação do professor avança, 2018. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/72091-proposta-de-
novas-normas-para-a-formacao-do-professor-avanca. Acesso em: 23Nov.2020.

BEMVENUTI, Alice et al. O jogo na história: aspectos a desvelar. In Ulbra -


Universidade Luterana do Brasil (org.). O lúdico na prática pedagógica.
Curitiba: Ibpex, 2013.p.17-35.

BRASIL. Ministério da Educação. Alfabetização e Linguagem. Secretária de


Educação Básica. Edição revisada e ampliada. Brasília-DF, 2008. Disponível
em :http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 23 nov. 2020.

CADORIN, Caroline Tonin; MORANDINI, Luciana Pandolfi. Olhar


psicopedagógico na prática da ludicidade, 2014, Instituto de
Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai IDEAU. Disponivel em:
https://www.ideau.com.br. Acesso em: 25 nov. 2020.

CHAGURI, Jonathas de Paula; JUNG, Neiva Maria. Letramento no ensino


fundamental de nove anos no Brasil: ações legais e pedagógicas previstas nos
documentos oficiais 2012.. Educação e Pesquisa, São Paulo. Disponivel em:
http://www.scielo.br/pdf/ep/2012nahead/aop970.pdf. Acesso em: 20 nov.2020.

KIYA, Marcia Cristina da Silveira; DIONIZIO, Fátima Aparecida Queiroz. O uso


de jogos e de atividades lúdicas como recurso pedagógico facilitador da
aprendizagem, 2014. Governo do Estado do Paraná. Disponivel em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoe
s_pde/2014/2014_uepg_ped_artigo_marcia_cristina_da_silveira_kiya.pdf.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a Educação. 14 ed. São


Paulo: Cortez, 2011.

RUFINO, Terezinha Clementino da Silva. O lúdico na sala de aula em séries


iniciais do ensino fundamental, 2014. Specialization Dissertation, Guarabira:
Paraíba State University Disponivel em: http://dspace.bc.uepb.edu.br. Acesso
em: 22 nov.2020.

SACCHETTO, Karen Kaufmann; MADASCHI, Vanessa; BARBOSA, Geraldo


Henrique Lemos; SILVA, Priscilla Ludovico da; SILVA, Raquel Caetano Teixeira
da; FILIPE, Beatriz Tomás da Cruz; SILVA, João Roberto de Souza. O
ambiente lúdico como fator motivacional na aprendizagem escolar.
14

Universidade Presbiteriana Mackenzie, Cadernos de Pós-Graduação em


Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.11, n.1, p. 28-36, 2011.
Disponivel em: http://www.mackenzie.br. Acesso em 26 nov. 2020.

SANTOS, Isóldi dos. A ludicidade no processo de alfabetização,2019.


Univates. Disponível em:https://www.univates.br. Acesso em: 24 nov. 2020.

SILVA; Isadora da Silva e. Alfabetização e letramento nos anos iniciais do


ensino fundamental, 2018. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Disponível em : http://www.repositoriodigital.ufrb.edu.br. Acesso em: 25 nov.
2020.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3. ed. Belo


Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

________, Magda. Alfabetização e letramento. 6. ed. São Paulo: Contexto,


2014.

VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? Brasília:


Ministério da Educação, 2006. Disponível
em:http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/grades/salto_ple.pdf.
Acesso em: 25 nov. 2020.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro; AMARAL Ana Lúcia. Formação de


professores: políticas e debates, 2003. Papirus Editora.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos


processos psicológicos superiores. 3ª.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Você também pode gostar