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A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

NomeCleria dos Santos

RU12121097

Professor orientador

1. INTRODUÇÃO

Brincar é uma forma que a criança utiliza para secomunicar com os outros e
com o mundo, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano.O
ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a
aprendizagem das mesmas, através do brincar existe a construção do eu e do outro,
melhorando a auto estima da criança a convivência em sociedade e um avanço
enorme em sua aprendizagem em sala de aula, com regras e limites estabelecidos.
A brincadeira e essencial para o melhor desenvolvimento do ser humano
como um todo, por isso a importância de se proporcionar o brincar na Educação
infantil e em todo o Ensino Fundamental, desenvolvendo assim os aspectos físico,
social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Neste contexto, o brincar na educação
infantil faz com que as crianças vivenciem regras e limites na brincadeira, na
convivência com o outro e assim melhore vários aspectos de sua vida cotidiana e
principalmente em sociedade, respeitando e sendo capaz de opinar em diversas
situações do seu dia-a-dia como conflitos, compreensão do outro....Portando o
brincar deve ser estimulado constantemente na Educação Infantil, pois melhora o
seu relacionamento com os demais e eles começam a perceber o mundo de uma
forma mais logica e global. A educação Infantil é fundamental no desenvolvimento
da criança por isso deve ser trabalhada da melhor forma possível, pois a mesma se
constitui etapa fundamental na sua formação enquanto ser humano.
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2. ATO DE BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é "divertir-se, recrear-se,


entreter-se, distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou
seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria ser.
O brincar na educação infantil não deve ser vista apenas como um passa
tempo, sendo que vários autores ressaltam a importância das atividades lúdicas
nessa fase do desenvolvimento, pois a mesma vai facilitar o trabalho do professor,
pois, várias habilidades são desenvolvidas com o simples ato debrincar, desde que
esse brincar seja planejado e direcionado a fim de sanar as dificuldades para cada
fase do desenvolvimento infantil, pois o lúdico se faz indispensável em sala de aula.
Portanto esse ato é uma forma de interação com o mundo adulto,o qual possibilita
um maior conhecimento de si e do outro com o qual a criança interage. A brincadeira
tem a função de despertar na sujeito envolvido o seu mundo imaginário,
possibilitando a ela novos conhecimentos, capacidades, repensando suas atitudes,
relacionamentos, facilitando assim a convivência social.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL,
1998, p. 27, v.01):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que
assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as
crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e
substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel
assumido, utilizando-se de objetos substitutos.

O processo do brincar é de fundamental importância para o desenvolvimento


integral da criança, pois a partir da brincadeira ela passa a atribuir vários significados
ao que esta a sua volta, o brincar estimula o desenvolvimento do raciocínio, atenção
e interação com o meio a qual ela pertence.
Para Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de
comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Portanto capacidades
importantíssimas como a concentração, memorização, raciocínio e coordenação são
desenvolvidas significativamente, a personalidade, inteligência, afetividade entre
outros também se desenvolvem com mais significado quando esse trabalho é
proporcionado aos nossos pequenos.
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Zanluchi (2005, p. 89) também contribui ao reafirmar que “Quando brinca, a


criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo
contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e
como funcionam as coisas.” Ao brincar acriança se sente mais madura e com
certeza conseguira solucionar sus conflitos pessoais e coletivos com mais facilidade.
A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações
entre as crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem,
possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente,
desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de
regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas
e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de
cuidado para consigo e para com os outros (BRASIL, 1998, p.43).

Por meio do ato de brincar o educador passa a conhecer mais sobre o


universo individual de cada criança, pois os mesmos tem atitudes, vocabulário
conforme o ambiente em que esta inserido, portanto fica fácil diagnosticar e refletir
sobre como encaminhar o trabalho com essas crianças. Dessa forma percebe-se
que o professor possui um papel fundamental na vida da criança, podendo orientar
as atividades lúdicas, fazendo com que as crianças se responsabilizem mais por
suas atitudes com o brinquedo e com o colega, dessa forma respeitando regras e
aprendendo a conviver e aceitar a opinião dos colegas. Faz-se necessário que o
professor estimule e incentive a criança a sentir gosto e prazer pelo ato de brincar, e
isso só será possível quando o educador orientar de forma correta essas
brincadeiras e escolher a brincadeira adequada a cada faixa etária a ser
trabalhada/explorada. O educador deve também interferir sempre que necessário,
mas também deixar livre para que as crianças explorem esse material, mexam,
monte, desmontem, troquem, criem, dando espaço para que a criança vivencie de
forma significativa esse brincar.
As crianças precisam aprender a ter autonomia e criatividade desde cedo, ou
seja desde a educação infantil o educador deve priorizar essa aprendizagem, e as
crianças só vão despertar isso se o professor propiciar momentos de interação e
troca, sempre observando orientando e auxiliando para que eles cresçam em
relação a sua aprendizagem por meio dos jogos e brincadeiras disponibilizadas para
cada faixa etária. O professor não deve podar a imaginação da criança e sim orienta-
la da melhor forma possível, pois toda brincadeira orientada ou espontânea ajuda no
desenvolvimento das crianças, ajudando-as e orientando-as para a vida adulta. Por
meio da brincadeira a criança enxerga o mundo a sua volta, por isso o educador
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deve aproveitar-se desse momento para fazer com que a criança desenvolva ao
máximo o seu potencial lúdico e cognitivo.

3. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Carvalho (1992, p.14) afirma que:

(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental


importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que
está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir
coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real
valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.

O brincar é de fundamentalimportância, pois o desenvolvimento da criança


depende desse momento lúdico, para facilitar sua aprendizagem, sua coordenação
motora, compreender as questões de regras e limites, aprendendo assim a conviver
socialmente, dividir seus brinquedos e atividades diárias. O brincar é um excelente
recurso para facilitar a aprendizagem.

Oliveira (2000) aponta o ato de brincar, como sendo um processo de


humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva,
criando vínculos mais duradouros. Sendo assim o brincar faz parte da Educação
infantil e de toda nossa vida adulta, porem se esse “brincar” não é desenvolvido de
forma significativa na vida da criança, corremos sérios riscos de ter um adulto em
conflitos futuramente.
Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante:

(...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto


significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da
criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato
transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.

O jogo se faz importante tanto no ambiente familiar como no escolar, pois


fornece várias informações a criança, faz com que ela se descubra enquanto ser
pensante e criativo e perceba também o outro como tal. Quando a criança brinca ela
faz novas descobertas, respeita e cria regras para proporcionar um resultado melhor.
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O brincar faz com que a criança respeite o outro e se veja no outro,


respeitando suas opiniões e observando que as opiniões podem e devem ser
diferentes das suas, para que haja uma melhor interação e desenvolvimento de
novos saberes e conhecimentos, tudo isso devido ao estudo de regras vistas e
analisadas em cada jogo diferente que é proposto para a turma. Quando esse
trabalho não é desenvolvido com seriedade podemos observar uma turma mais
quieta, murcha, sem opiniões o que é muito triste dentro de uma instituição escolar,
onde todos deveriam participar, dar suas opiniões e construir conhecimentos juntos.
Devemos estar atentos ao nível de desenvolvimento de cada turma para
poder propor atividades mais significativas para a turma, observar quais itens
enfocar e desenvolver por meio do jogo e da brincadeira, verificar se é a parte
afetiva, emocional, capacidade de aprendizagem, para então pensar o lúdico a fim
de desenvolver essa dificuldade.As brincadeira e os jogos são atividades
extremamente ligadas a infância, portanto não deve ficar de forma alguma fora do
planejamento da educação infantil, o simples fato de se pular corda com as crianças,
já facilita nossa observação para seu desenvolvimento do raciocínio, atenção,
concentração, coordenação motora fina, espacial, pois uma criança que não
consegue pular corda deve ser muito bem trabalhada pois possui seu
desenvolvimento de aprendizagem totalmente comprometido, necessitando com
urgência de atividades, jogos e brincadeiras que venham a melhoras essas
defasagens observadas.
Dependendo do trabalho realizado pelo professor, a criança poderá mudar
totalmente sua vida e o seu dia-a-dia, pois a mesma passará aperceber e encarar as
situações do seu dia-a-dia de uma forma mais aberta e percebendo que tudo tem
solução, e essas situações permearão sua vida ao longo de sua existência.
Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):

O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o
fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e
até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca,
por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura
materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos,
e de ser uma mãe boa, forte e confiável.

A brincadeira é uma importante forma de se comunicar. O ato de brincar


possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da
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reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação


estreita entre jogo e aprendizagem.
Para Antunes (2008):
Compreender o jogo como uma atividade que contém em si mesma o
objetivo de decifrar os enigmas da vida e de construir um momento de
entusiasmo e alegria na aridez da aprendizagem e da caminhada humana
pela evolução biológica. [...] Em síntese, o jogo é o melhor caminho de
iniciação ao prazer estético, à descoberta da individualidade e à meditação
individual (ANTUNES, 2008, p. 38).

Infelizmente podemos observar hoje em dia em nossas instituições escolares,


um ensino deficitário, onde adultos não sabem ler e escrever de forma significativa,
se formos analisar com clareza o porque da educação estar nesse caos, infelizmente
vamos ver essa falha na formação de nossos alunos e professores. Portanto deve-
se investir na base ou seja no inicio da educação infantil, com investimento na
formação do educador e reflexão a cerca de que sociedade queremos para nossas
crianças.
Goés (2008, p 37), afirma ainda que:
(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser
melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido
como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda
sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes
mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos
nesse processo.

A citação de Goés é importantíssima para nossa reflexão e nos da a certeza


que devemos investir nas turmas de Educação infantil, pois é ali que está a base da
educação, e está se bem trabalhada resultara em uma educação de maior qualidade
para o Brasil, pois a brincadeira e o jogo bem trabalhado, fara que as crianças
tenham uma maior percepção da vida, das regras, do criar e recriar entre outros
fatores importantes para seu desenvolvimento.

É nesse período que o educador pode fazer a diferença e intervir na


educação do seu alunado, pois os jogos e brincadeiras desenvolvem um
conhecimento único o qual contribui para inúmeras aprendizagens, tanto pessoal
como social.
Oliveira (1997, p. 57) acrescenta o fato que a:

Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações,


habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o
meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos
fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o
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indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da


informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky,
justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de
aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no
processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um significado mais abrangente,
sempre envolvendo interação social.

O brincar na Educação infantil auxilia a aprendizagem, proporcionando as


crianças a imaginação, com isso ela passara a se tornar uma criança mais ativa,
mais feliz e conhecedora do seu mundo e do próximo e com certeza refletira
positivamente na sua vida escolar, a criança precisa brincar, porem o educador
precisa mediar essa brincadeira, fazendo-a perceber o porque da mesma. Todo esse
trabalho bem realizado nos garantira um adulto mais realizado e satisfeito.
A esse respeito, Fortuna (2011, p. 9) afirma que:

A brincadeira é tão importante para o desenvolvimento humano que até


mesmo quando ocorrem brigas ela contribui para o crescimento e a
aprendizagem. Negociar perspectivas, convencer o opositor, conquistar
adesões para uma causa, ceder, abrir mão, lutar por um ponto de vista –
tudo isso ensina a viver.

O brincar é uma pratica pedagógica indispensável no ambiente escolar, a


brincadeiraé um recurso riquíssimo que contribui para um melhor desenvolvimento
do sujeito, onde professor e aluno aprendem e se socializam juntos, preparando
esses cidadãos para a vida tanto social/publica como a vida privada. Como pode-
seobservar, a vida da criança gira em torno do brincar, é por isso que o brincar se
faz indispensável no dia-a-dia na educação, pois a mesma se caracteriza como uma
peça chave ou seja fundamental para a formação dessa criança.
Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para
aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das
diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando
necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as
crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.

Hoje nas instituições escolares, temos professores e professores, temos


aqueles que estão interessados em uma boa aprendizagem de seus alunos e
investem diariamente em atividades e brincadeiras significativas, garantindo assim
um ensino de qualidade para a sua turma, mas infelizmente ainda temos aqueles
que não estão nem ai pro que a turma necessita ara aprender com significado, estão
na escola simplesmente por estar, apenas pelo salario, essa realidade é triste mas
faz parte dos nossos ambientes escolares. Quando a instituição se da conta desse
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tipo de educador, faz-se necessário uma conversa para que o mesmo mude suas
metodologias e seu modo de pensar, para que dessa forma garanta um bom
rendimento da turma.De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação
Infantil (BRASIL, 1998, p. 23, v.01)

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e


aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para
o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser
e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da
realidade social e cultural.

Portanto o educador é a peça fundamental para um ensino de qualidade,


educar não é fácil pois implica em fazer com que a criança conheça a si próprio e
principalmente a sociedade da qual faz parte, para que dessa forma possa viver
harmoniosamente e atuando nela sempre que necessário. O educador deve
proporcionar diferentes ferramentas para que a criança possa escolher o caminho
que deseja trilhar, aquele que for parecido com seus valores individuais e familiares.
Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(BRASIL, 1998, p. 30, v.01):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento,
organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que
articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e
cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos
conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na
instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro
mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um
ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências
educativas e sociais variadas.

Faz-se necessário que o professor tenha em mente que os conteúdos


precisam de inovação e criatividade constantemente, para que de fato surta o efeito
esperado, sabemos que a criança aprende por meio da interação e socialização, faz-
se então necessário que o educador no momento das atividades lúdicas, deixe que
os alunos interajam entre si, abrir espaço para que os mesmos deem ideia e criem
novos jogos e regras partindo do que estão vendo. É necessário também que a
afetividade esteja presente durante esses momentos de interação, pois sabemos
que a mesma é importantíssimo durante o ato de brincar e durante todo processo
educativo. Quando o educador ensina com amor, tudo se torna mais fácil e
gratificante e com a criança isso funciona de uma forma espetacular, pois ela se
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sente querida e sabe que o educador faz de tudo para que ela se realize em sua
aprendizagem.
De acordo com Rau (2012a, p. 34):
Quando você entra na ação do jogo, elabora metas (seus objetivos),
prepara estratégias (sua ação cognitiva e motora no jogo), escolhe
caminhos (elabora hipóteses), brinca de faz-de-conta (vivencia papéis),
raciocina e enfrenta desafios (tenta superar os obstáculos) vivencia
emoções e conflitos (alegria, ansiedade), organiza o pensamento (supera os
problemas, percebe erros e acertos), e sintetiza (compreende resultados,
vencendo ou perdendo)

Segundo o autor Rau, o brincar nos proporciona ativar várias estratégias em


nossa memória, ente elas a de concentração, memorização, agilidade, organização
do pensamento entre muitas outras. Essas questões que o jogo desperta na criança,
são atitudes que o ser humano vai necessitar para o resto de sua vida, tanto
profissional quanto pessoal. Portanto o brincar é indispensável em qualquer etapa
de nossa vida e principalmente na Educação infantil, onde a criança está formando
conceitos sobre tudo a sua volta, sendo assim os jogos e brincadeiras são meios de
se alcançar a aprendizagem de forma significativa, proporcionando mudanças no
dia-a-dia das crianças e do adulto.
O ato de aprender brincando envolve vários fatores, entre eles o brincar por
brincar, porém sem deixar de lado o respeito pelo colega e o respeito as regras do
jogo, a parte afetiva também tem grandes implicações positivas nesse brincar pois a
criança aprende a ganhar e a perder e assim como também o jogo coletivo, onde ele
percebe que necessita do colega e que o colega também precisa dele para que os
mesmos possam concluir e até mesmo ganhar o jogo. Nesse mundo individualista
em que vivemos hoje, os jogos cooperativos são de fundamental importância nessa
idade, para que desde pequenos eles aprendam a dividir responsabilidades e
enxergar o outro como colega e não como adversário, conceito básico e que levara
também por toda sua vida adulta
Para o autor Raul (2012, p. 110):

O lúdico como recurso pedagógico direcionado às áreas de


desenvolvimento e aprendizagem pode ser muito significativo no sentido de
encorajar as crianças a tomar consciência dos conhecimentos sociais que
são desenvolvidos durante o jogo os quais podem ser usados para ajudá-
las no desenvolvimento de compreensão positiva da sociedade e na
aquisição de habilidades.

Quando esse trabalho lúdico é realizado com seriedade e com um proposito


na Educação Infantil, e fácil observar como a criança aprende a lidar melhor com o
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mundo a sua volta, ela possui mais facilidade na resolução de problemas


corriqueiros do seu dia-a-dia, deixa de ser agressiva, angustiada, pois desde
pequena trabalha com regras e limites, respeitando os colegas e professores de
forma crítica e compreensiva.
Santos (2002, p. 12) relata sobre a ludicidade como sendo:
“(...) uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser
vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para
uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os
processos de socialização, comunicação, expressão e construção de
conhecimento.”

Santos nos deixa claro a importância do lúdico na vida da criança e nos diz
com clareza o crescimento que há no desenvolvimento desse aluno que tem a parte
lúdica bem desenvolvida nos anos iniciais, ele nos fala no quanto o desenvolvimento
pessoal, social e cultural dessa criança melhora, fala de como ela se prepara com
facilidade nas socializações, comunicação, expressão e como formula e adquire
novos conhecimento por meio dessas habilidade que o jogo proporciona. Grassi
(2013. p. 45), nos diz que:

O brinquedo, que pode ser desde um sofisticado produto industrial até uma
simples caixa de fósforos, funciona como um suporte para o brincar, para a
brincadeira. Se num brinquedo é muito mais difícil brincar, mas não é
impossível fazê-lo. Ele é um meio pelo qual a criança demonstra suas
emoções, cria e imagina, desenvolve-se, aprende e apreende. Cada
brinquedo apresentado à criança desperta nela uma infinidade de
possibilidades. Desperta seu interesse, sua criatividade, possibilita
momentos de prazer, realizações e felicidades, bem como permite a
vivência de sentimentos de angústias, desprazer, frustações, medo, tristeza,
que poderão ser simbolizados e elaborados (GRASSI, 2013, p. 45).

O fato da instituição escolar, não apresentar uma grande variedade de jogos e


materiais para o desenvolvimento de atividades lúdicas na escola, não é motivo para
que o trabalho não seja realizado, pois atualmente contamos com vários cursos e
materiais disponíveis na internet e em livros que dá conta do professor se preparar
com materiais reciclados e produzidos pela sua criatividade. O que não dá é para o
educador ficar de braços cruzados e deixar passar batido essa fase essencial na
construção de um ser humano mais autônomo e atuante socialmente. Portanto o
educador deve ser um mediador desse conhecimento, devendo ele motivar e
proporcionar uma aula prazerosa e significativa para seus alunos, onde os mesmos
sejam capazes de dividir e realizar tarefas da melhor forma possível.
Oliveira (1997, p. 61) afirma que:
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A implicação dessa concepção de Vygotsky para o ensino escolar é


imediata. Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola
tem um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos
indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas. Mas o desempenho
desse papel só se dará adequadamente quando, conhecendo o nível de
desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino não para as etapas de
desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos, funcionando
realmente como um motor de novas conquistas psicológicas. Para a criança
que frequenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central no seu
desenvolvimento.

Segundo a citação de Vygotsky, o professor deve realizar seu trabalho o mais


próximo da realidade do seu aluno, pois só dessa forma ele terá uma aprendizagem
adequada com a sua realidade de aprendizagem, tanto o professor quanto a
instituição escolar devem ter bem claro o que querem para seu alunado, criando
metas e estabelecendo prazos e acima de tudo verificar se o trabalho está realmente
sendo realizado. O educador tem o papel de avaliar se o aluno está avançando em
seu processo de aprendizagem, se não é necessário que os conteúdos, jogos e
brincadeiras sejam refeitos para que ele de conta de aprender o conteúdo planejado,
ou seja o planejamento deve ser flexível e revisto sempre que necessário.
Enfim, o papel do educador e estar ao lado do aluno, acompanhando seu
desenvolvimento, e fazendo o evoluir constantemente, por isso deve proporcionar
aos mesmos o maior número de desafios possível para cada fase e etapa do ensino,
deve ter em mente quais são as atividades e brinquedos apropriados para cada
faze, para que de fato venha a proporcionar um ensino de qualidade aos mesmos.
A partir dos autores pesquisados e estudados, ficou claro o quando a
ludicidade se faz importante em todas as etapas de nossa vida, mas principalmente
na Educação Infantil, pois é o momento em que os mesmos estão se descobrindo e
descobrindo o mundo a sua volta, os autores nos dão suporte para a realização
desse trabalho lúdico em sala de aula.

4. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foi utilizado a pesquisa bibliográfica, analise


em sala, estudo de artigos e principalmente leituras voltadas para grandes escritores
que falam sobre o assunto, como Carvalho, Ferreira, Morais e vários outros descritos
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nas referências. Tendo como objetivo levar a uma reflexão maior sobre a
importância do brincar, principalmente nas series iniciais.

5. REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. O jogo e o brinquedo na escola. In: SANTOS, Santa Marli Pires
dos. (Org.). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. 6. ed. Petrópolis:
Vozes, 2008. Cap. 4, p. 37-42.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério
da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília:
MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. SECRETARIA DE


EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Referencial curricular nacional para a educação
infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, v.01 e 02.1998. 85p.

CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura:viajando pelo Brasil que


brinca.São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

FORTUNA, Tânia Ramos. O lugar do brincar na educação infantil. Revista Pátio


Educação Infantil, ano IX, n. 27, p. 8-10, abr./jun. 2011.

GÓES, M. C. A formação do indivíduo nas relações sociais: Contribuições


teóricas de Lev Vigotski e Pierre Janet. Educação e Sociedade. Campinas,
Unicamp, 2008.

Gonzaga. Rúbia Renata das Neves. A importância da formação lúdica para


professores de educação infantil. Revista Maringá Ensina nº 10 – fevereiro/abril
2009. (p. 36-39)

GRASSI, Tania Mara. Oficinas psicopedagógicas. Curitiba: InterSaberes, 2013.


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OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um


processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1997.

OLIVEIRA, Vera Barros de (org). O brincar e a criança do nascimento aos seis


anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação: uma atitude


pedagógica. Curitiba: Inter Saberes, 2012a.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. 5 ed. Vozes,
Petrópolis, 2002.

ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade


lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005.

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