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SUMARIO

Introdução xx

1. Uma visão geral da educação infantil xx

1.1 Um pouco de história xx

1.2 A educação infantil após as legislações específicas: o agora xx

2. Língua, leitura, literatura e educação infantil xx

3. xx

3.1 xx

3.2 xx

4. Considerações finais xx

Referências xx

Anexos [se houver] xx

INTRODUÇÃO
A afinidade foi o que me levou a escolher a Leitura como tema deste
trabalho. Sempre encontrei nos livros uma fonte inesgotável de diversão,
conselhos, emoções, conhecimento e uma gama de sensações e
aprendizagens. Por isso sempre quis dividir com outras pessoas esses
benefícios.
Sou professora de educação infantil e vivencio na prática a importância
da leitura para as crianças ainda pequenas e observo como o trabalho com
textos diversos influencia no desenvolvimento e na formação do educando.
Minhas experiências como profissional que utiliza a leitura como
requisito essencial para o desenvolvimento dos alunos sempre foram as
melhores possíveis, pois o crescimento intelectual, social, cognitivo, afetivo,
entre outros, são notáveis. Formar leitores é para mim um grande prazer.
Sendo a educação um ato político, a leitura pode contribuir com a
formação de cidadãos críticos e reflexivos que irão atuar na sociedade como
protagonistas da vida e não como reprodutores dos interesses dominantes. A
leitura tem a capacidade de levar o leitor a conhecer outros mundos e outras
formas de viver, a construir soluções para situações diversas, a ter momentos
de fruição e prazer. Tudo isto faz com que a capacidade de pensar se amplie.
Isto posto, quanto mais cedo nos tornarmos leitores, mais cedo
desenvolveremos as habilidades de convívio social e letramento.

A prática da leitura desperta emoções, e é através da leitura que a


criança libera a sua imaginação fazendo-a a criar, inventar, imitar e
construir novos saberes [...] O hábito de ler deve ser incentivado
desde cedo com a oferta de livros de boa qualidade e acesso a
bibliotecas publicas, no contexto infantil é tarefa da família a
construção de hábitos de leituras, sendo a escola a continuidade
deste processo. (PAIVA, 2012, p. 1)

A escola tem a responsabilidade de incentivar o gosto pela leitura desde


a mais tenra idade e o ambiente da creche é muito propício pois, geralmente,
as crianças permanecem em tempo integral, tendo a oportunidade de participar
de diversas atividades nas quais os textos escritos, as músicas e os desenhos
estejam presentes.

As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de


histórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que
frequentam, uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte
de informação sobre diversas formas culturais de lidar com as
emoções e com as questões éticas, contribuindo na construção da
subjetividade e da sensibilidade das crianças. (RCNEI, 2002, v. 3, p.
143).

A escola é a instituição formal para a construção do hábito de ler. Utilizar


textos que fazem parte do cotidiano das crianças e de seus familiares
incentiva-os a apreciar e a compreender a leitura como requisito essencial e
parte de suas vidas.
Garantir às crianças acesso à bons livros, à literatura destinada à sua
idade, aos autores diversos, dentre eles os nacionais, às obras reconhecidas
mundialmente, tudo isso é estimular e desenvolver práticas culturais e garantir
uma formação cidadã.
Não devemos tratar a leitura como algo funcional, cujo objetivo é apenas
educacional, utilitário. Pelo contrário, entregar-se ao prazer de ler é um direito
de todo leitor. Ler por fruição, sem compromisso de responder a questionários
de interpretação textual ou fazer provas sobre o que foi lido deve ser prioridade
nas escolas e em todos os ambientes em que se desejam formar leitores.
A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer
a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e
comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e
lugares que não o seu. (RCNEI, 2002, v.3, p.143).

A leitura fornece ao leitor a possibilidade de se colocar no lugar do outro.


Ao ler uma estória, nos imaginamos no lugar dos personagens e, sem
perceber, criamos estratégias para resolver os conflitos estabelecidos,
traçamos soluções, e isto nos faz interagir com o mundo e assumir posturas
críticas como atores sociais que somos.
A leitura faz, de forma prazerosa e lúdica, a aproximação da criança com
o mundo real em que está inserida, possibilitando que a mesma experimente
sensações e vivências e construa opiniões a cerca dos mais variados temas,
ampliando as possibilidades de convívio social e percebendo-se na sociedade
em que está inserida. A leitura funciona como um auxiliar no desenvolvimento
da autonomia.
Ao educador comprometido com a transformação da sociedade, práticas
de leitura desde a educação infantil, deverão ser prioridade, bem como todos
os demais cuidados dispensados às crianças, pois desta forma, estaremos
garantindo a formação plena do educando de modo que este seja, no futuro,
um cidadão crítico, reflexivo e autor de sua própria história.
E para aprofundar mais as questões sobre a Leitura na Educação
Infantil, busco por meio desse trabalho descrever a educação infantil desde o
seu início, no Brasil, até os dias atuais e como o trabalho com textos e leitura
podem auxiliar no desenvolvimento da criança ainda pequena, de modo que
este desenvolvimento influenciará na formação do aluno e no decorrer de sua
vida.
Para tanto, no primeiro capítulo pretendo tratar da educação infantil em
seu sentido amplo, recordando um pouco da história da mesma e dando ênfase
aos seus objetivos.
No segundo capítulo tratarei da leitura, da literatura e da educação
infantil, fazendo uma breve exposição a cerca dos conceitos, mas com o
objetivo de entrelaçar as práticas com o ambiente educacional.
E por fim, no terceiro capítulo farei uma pesquisa de campo, na qual
visitarei algumas creches e aplicarei um questionário a fim descobrir como é
trabalhada a leitura com as crianças de zero a três anos,
bem como conhecer os recursos disponíveis para o trabalho com textos
tentarei demonstrar como a leitura é um importante recurso para o pleno
desenvolvimento da criança e a necessidade de explorá-la no ambiente da
educação infantil. (estou com medo desse capítulo ficar muito parecido com o
anterior. O q acha??? Eu quero me reter à Ed. Infantil mesmo. O ambiente da
creche. Não vou falar de ensino fundamental pq tenho medo de me perder.)
(NESSE ÚLTIMO, VOCÊ PODERIA FAZER UMA PESQUISA DE CAMPO, IR
ATÉ ALGUMAS ESCOLAS E ENTREVISTAR OU APLICAR QUESTIONÁRIO
PARA VER COMO ESSA ESCOLA TRABALHA COM A LEITURA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL: VER SE ELA TEM BIBLIOTECA, LIVROS NA S
SALAS, SE A LEITURA FAZ PARTE DAS AULAS, COMO SE DÁ ESSA
LEITURA, SE OS ALUNOS TEM ACESSO A LIVROS, SE ELES OS
MANUSEIAM, SE HÁ NA ESCOLA ALGUM PROJETO DE LEITURA E ETC)
Uma visão geral da Educação Infantil

Um pouco de história

Para tratar da Educação Infantil, faz-se necessário recorrer à história e à


passagem do tempo, de modo que possamos traçar um paralelo da trajetória
que a mesma percorreu até os dias atuais. É importante ressaltar que existirá
sempre a tênue relação entre os acontecimentos políticos, sociais, econômicos
e a vida das pessoas. Nenhum fato histórico acontece isolado. Tudo está
interligado, influenciando e sendo influenciado, e assim temos a nossa
sociedade, a nossa história.
Neste capítulo tratarei da Educação Infantil, em particular da infância e
dos diversos momentos que se passaram até o que vivemos hoje em termos
de legislação e atendimento à criança.
A primeira forma de atendimento às crianças no Brasil surgiu logo
após o seu descobrimento com a chegada dos Jesuítas. Os Jesuítas
tinham o objetivo de civilizar os índios através do cristianismo e
voltaram-se para as crianças (curumins) que eram afastadas do
convívio familiar e passavam a viver na Casa dos Muchachos, local
onde aprendiam os hábitos da cultura europeia e eram catequizados.
(SEABRA; SOUZA, 2010, p. 74)

No Período Colonial,
[...]os filhos dos escravos eram incorporados ao trabalho a partir de 5
anos e com 12 já eram considerados adultos[...]as crianças brancas
em muitas famílias eram cuidadas por amas. A partir de 6 anos
frequentavam os colégios religiosos. ( SEABRA; SOUZA, 2010,p. 74)

No Brasil Independente “surgiu o primeiro Instituto de Menores, para


onde passaram a ser encaminhadas as crianças infratoras.” (SEABRA;
SOUZA, 2010,p. 75)
Nesse período houve grande aumento populacional e com ele o
aumento da violência. Antes da criação do Instituto de Menores, tanto adultos
como crianças infratores eram levados para o mesmo lugar.
No Brasil República,
[...] os juristas começavam a criar as primeiras leis para os ‘menores’.
Essas leis visavam regular a vida e a saúde dos recém-nascidos, os
serviços prestados pelas amas de leite, assim como velar pelos
menores infratores ou em situação de trabalho, amparar crianças
pobres, doentes, deficientes, maltratadas e abandonadas; criar
instituições como maternidades, creches e jardins de infância.
(SEABRA; SOUZA, 2010,p.76)

Na Era Vargas (Estado Novo) “foi criado em 1941 o Serviço de


Assistência ao Menor (SAM), que era um conjunto de normas e regras para
instituições públicas e particulares que atendem crianças. (SEABRA; SOUZA,
2010, p.78)
No período da Ditadura Militar,
[...] o Estado considerava o menor como ‘objeto de segurança
nacional’. O SAM foi extinto e criada a Funabem (Fundação Nacional
do Bem-Estar do Menor). (SEABRA; SOUZA, 2010, p. 78) [...] em
1989 surge uma legislação para a infância: Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) [...] hoje essa legislação que norteia todas as
instituições que trabalham com crianças. (SEABRA; SOUZA, 2010, p.
79)

Diante do exposto até aqui, podemos perceber que cada época,


mediante sua carga cultural, social, econômica e política, transformou os
conceitos de criança, infância e educação infantil. De crianças que foram
forçadas a assumir outros costumes e práticas, como as crianças indígenas,
até as filhas das mães operárias, o tratamento dispensado às crianças no
Brasil passou por várias etapas, embora com algumas características
presentes em quase todas: o assistencialismo e a responsabilidade estatal com
a tutela da criança pobre.
O Brasil adotou, em diversos momentos, formas de tratamento ao
menor, baseadas no modelo europeu da época. Havia altos índices de
mortalidade infantil e, somente no Brasil República, no fim do Século XIX, é
que através do Movimento Higienista foram pensadas as primeiras leis
específicas para amparar a criança.
A creche no Brasil surge acompanhando as modificações do
capitalismo, a urbanização em pleno crescimento e a necessidade de
aumento da força de trabalho [...] um grande número de mulheres foi
inserido nas fábricas, gerando o problema de onde deixar a prole
durante o horário de expediente. (SEABRA; SOUZA, 2010, p. 81)

“No final do Século XIX é trazido ao Brasil, através de influências


americana e europeia, o jardim de infância.” (SEABRA; SOUZA, 2010,p.82)
“A partir da década de 1950, houve um aumento no número de mulheres
de classe média no mercado de trabalho.” (SEABRA; SOUZA, 2010, p.83).
Sendo assim, as crianças filhas dessas mulheres também precisavam de
atendimento em instituições próprias enquanto as mães trabalhavam. Podemos
concluir então que, as modificações no atendimento às crianças foram
decorrentes da entrada da classe média neste cenário, pois antes, a clientela
era de crianças pobres, então o atendimento era totalmente assistencialista e
com intuito apenas de ter um lugar para a criança permanecer enquanto a mãe
trabalhava.
Com a procura de classes sociais mais favorecidas economicamente
por esse tipo de atendimento, houve uma preocupação maior com a
socialização, a criatividade e o desenvolvimento infantil como um
todo. A instituição de Educação Infantil começa a de ser pensada
como um ambiente estimulador. (SEABRA; SOUZA, 2010, p.84)

A partir da Constituição Federal de 1988 houve grandes mudanças no


que tange aos direitos da criança, tais como atendimento em instituições de
Educação Infantil às crianças de 0 a 6 anos, subordinação da creche às
Secretarias de Educação (e não mais à área da Assistência Social),e educação
infantil considerada como parte da Educação Básica (1º etapa). Tudo isso foi
confirmado também pela atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
a LDB 9394/96.
Existem outros documentos norteadores para a educação infantil no
Brasil. São eles:
[...] as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, de
uso obrigatório em todo território nacional, [...] o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), os Parâmetros Nacionais
de Qualidade para a Educação Infantil e os Parâmetros Básicos.
(SEABRA; SOUZA, 2010, p.103)

A Educação Infantil após as legislações específicas: o


agora.

Com as legislações apropriadas para o amparo e a educação da criança


pequena no Brasil, a creche passou a ser considerada como um local de
aprendizagens, desenvolvimento e cuidados e, não mais, como um local
assistencialista, ou seja, um lugar onde as mães deixariam seus filhos
simplesmente porque precisavam trabalhar, e não por entender que os
mesmos poderiam desenvolver habilidades e aprender.
A Constituição Federal de 1988 apresentou um salto de qualidade se
comparada à legislação anterior no que diz respeito ao direito à
educação, inclusive detalhando os instrumentos legais para sua
garantia nos artigos 205 ao 214. A criança passou a ser sujeito de
direitos e foi garantido o atendimento em Educação Infantil às
crianças de zero a seis anos. (SEABRA; SOUZA, 2010, p. 90)

Após a Constituição Federal, a promulgação da Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional, a LDB 9394/96, reafirmou o compromisso do
Estado com a educação, estabelecendo que a Educação Infantil é a primeira
etapa da Educação Básica. Recentemente o tempo de duração desta etapa foi
alterado mediante a Emenda Constitucional nº 59, ampliando para 9 anos ao
invés de 8 a abrangência do ensino fundamental :
Art 1º- Os incisos I e VII do art. 208 da Constituição Federal, passam
a vigorar com as seguintes alterações:
‘ Art 208- ...
I- educação básica obrigatória e gratuita dos 4(quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria.’ (EC nº 59, 11/11/09)
Sendo assim, a LDB também sofreu alterações, pois está subordinada à
Carta Magna, à lei maior do país. Hoje, o texto da LDB 9394/96, alterado pela
Lei nº 12.796/13 dispõe do seguinte:
Art. 4º ...
I- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma:
a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
c) ensino médio;

II- educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de


idade; (Lei nº 12.796, 04/04/13)

Com as alterações legais, vimos crescer a responsabilidade do


Estado com a educação e também a dos pais, pois os mesmos são
obrigados a efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir
dos 4 anos de idade. Ou seja, o que há alguns anos era uma opção num
momento em que os pais não tinham onde deixar os filhos para
trabalhar, hoje é uma obrigatoriedade para o desenvolvimento pleno das
crianças. O que antes soava como um “favor” do Estado, hoje é um
dever.
Em se tratando de Educação Infantil, em especial a creche, que é
o foco deste trabalho, ainda cabe discorrer sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEI), o Referencial
Nacional para Educação Infantil (RCNEI), os Parâmetros Nacionais de
qualidade para a Educação Infantil e os Parâmetros Básicos de
Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil.
O DCNEI é um documento obrigatório definido pelo Conselho
Nacional de Educação em 1999. Ele orienta as instituições que atendem
crianças de zero a seis anos de idade.
As diretrizes estabelecem, entre outros: orientações quanto ao
currículo e aos projetos pedagógicos; os princípios éticos, políticos e
estéticos que devem fundamentar as propostas pedagógicas; a
adoção de da metodologia do planejamento participativo; autonomia
das escolas na definição da abordagem curricular. Apontam para uma
nova visão da infância, integrando o cuidar e o educar na organização
das práticas cotidianas. (SEABRA; SOUZA, 2010, p. 97)

Vale destacar que este documento possibilitou aos envolvidos na


educação infantil terem autonomia para executar as suas práticas,
respeitando a realidade do aluno, sua cultura e suas reais necessidades.
Mais uma vez cuidar e educar aparecem como uma ação integrada em
que uma depende da outra para a aprendizagem.
Outro documento de suma importância para uma melhor
qualidade da Educação Infantil é o Referencial Curricular Nacional de
1998.
O RCNEI é um conjunto de referências e orientações pedagógicas
para a Educação infantil, respeitando a diversidade da sociedade
brasileira. É uma proposta aberta, flexível e não obrigatória.
Está organizado por idades: zero a três anos, quatro a seis anos,
distribuídos em objetivos e conteúdos. Os objetivos discutem as
intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças
devem desenvolver como conseqüência de ações do professor,
auxiliando na seleção de conteúdos e meio didáticos.
Os conteúdos sugerem que as diferentes aprendizagens se dão por
meio de sucessivas reorganizações do conhecimento, destacando o
fato de que eles devem estar ligados ao grau de significado que têm
para as crianças e para o professor [...] (SEABRA; SOUZA, 2010,
p.98)

O Referencial, embora de caráter não-obrigatório, é um


documento que possibilitou aos educadores e às instituições, elaborar
um trabalho ainda mais específico e autônomo com as crianças. Cada
vez mais a prática se aproxima do que está escrito nos textos legais e,
isso é o que realmente importa para as transformações que almejamos.
São objetivos gerais da Educação Infantil, segundo o RCNEI:
1- Desenvolver uma imagem positiva de si, levando à independência,
confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
2- Conhecer o próprio corpo, desenvolvendo hábitos de cuidado e
higiene;
3- Estabelecer vínculos afetivos, ampliando as possibilidades de
interação social;
4- Aprender a articular seus interesses com os demais, respeitando a
diversidade e desenvolvendo a colaboração;
5- Perceber-se como agente transformador do meio ambiente,
valorizando atitudes para sua conservação;
6- Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos,
desejos e necessidades;
7- Enriquecer sua capacidade expressiva utilizando as diferentes
linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita);
8- Conhecer, respeitar e participar de manifestações culturais.
(RCNEI, v.1, 2002, p.63)

Abrindo um parêntese para articular os objetivos descritos acima


com o tema deste trabalho, percebemos que inúmeras são as
possibilidades de, através da leitura, buscar alcançá-los. A literatura
infantil é uma rica fonte de faz de conta e imaginação. Através dela a
criança conhece a si mesmo e o outro, descobre o mundo e apropria-se
da linguagem.
Em 2006 o Ministério da Educação divulgou os Parâmetros
Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, cujo objetivo é que a
educação oferecida para as crianças de zero a seis anos seja de mais
qualidade. Assim como o Referencial, destaca a importância do respeito
à diversidade cultural e às diferenças.
Apresenta-se em dois volumes:
1) O primeiro aborada a concepção d criança e de Pedagogia da
Educação Infantil, debate sobre a qualidade da educação...
2) O segundo discute as competências dos sistemas de ensino.
(SEABRA; SOUZA, 2010, p.100).

Também datam do ano de 2006 os Parâmetros Básicos de


Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil.
Apresentam estudos e parâmetros nacionais relacionados à
qualidade dos ambientes das Instituições de Educação Infantil para
que estes se tornem promotores de aventuras, descobertas, desafios,
aprendizagem e facilitem interações (MEC) citado por SEABRA;
SOUZA ( 2010, p.101)

São estes os documentos específicos e as leis que regem


a Educação Infantil hoje no Brasil. Muitas mudanças ocorreram
desde a colonização até os dias atuais e, todas elas, serviram de
estímulo para que novas ideias tomassem força e pudessem virar
realidade. Saímos do modelo assistencialista para o do
desenvolvimento educacional pleno, vivemos a era da diversidade
e da necessidade do respeito às diferenças, e enxergamos a
criança como um cidadão ainda em formação, mas dotado de
capacidades e possibilidades de desenvolvimento. O ambiente da
creche transformou-se num espaço alfabetizador de interações e
crescimento. A criança que vai para esta instituição hoje, não é,
necessariamente, filha de pais que não têm outra opção de
guarda do menor enquanto trabalham. Pelo contrário, as creches
recebem crianças cujos pais compreendem a importância do
desenvolvimento infantil em contato com outras crianças, num
espaço de aprendizagens de acordo com a sua faixa etária.
Assumir a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação
Básica é compreender a criança como um agente transformador
do mundo que, precisa ser cuidado e educado integralmente.

CAPÍTULO 2- LÍNGUA, LEITURA, LITERATURA E EDUCAÇÃO


INFANTIL
Dando início à este capítulo, acredito ser pertinente fazer uma breve
reflexão sobre o conceitos de língua, leitura e literatura para que possamos
pensa-los à luz da educação infantil.
Segundo Almeida, a língua é produzida socialmente. Sua produção e
reprodução é fato cotidiano, localizado no tempo e no espaço da vida dos
homens. Sendo assim, a língua de um povo é o conjunto dos seus costumes,
das suas vivências e da própria passagem do tempo, afinal, com o tempo, a
língua sofre modificações e transformações, como é caso das gírias de um
determinado momento ou das palavras que caem em desuso. Enfim, a língua é
a representação oral e escrita de um povo, de uma comunidade, de uma
nação.
Se perguntarmos para uma pessoa ‘o que é leitura’ ou ainda, ‘se ela
sabe ler’, a resposta certamente virá da noção de codificar e decodificar letras
e sons. Ou seja, saberia ler aquele que é capaz de conhecer a grafia de
algumas palavras e de fazer a sua decodificação. Saberia ler aquele capaz de
assinar seu próprio nome, mesmo que esta seja uma das únicas palavras que
ele sabe grafar.
Esta seria o que Capello denomina Concepção Reduzida de Leitura na
qual é privilegiada a decodificação dos símbolos gráficos e a compreensão
mais imediata das palavras e expressões. Na verdade, segundo a mesma
autora, ler não é prática social totalmente autônoma; muito menos,
neutra...lemos de acordo com as concepções que construímos a partir de
nossas condições objetivas de vida. Partindo dessa premissa podemos deduzir
que para saber ler não é necessário saber codificar e decodificar as letras e
sons. Uma criança que ainda não sabe faze-lo, reconhece um rótulo de
refrigerante e o lê com certeza e convicção que trata-se de coca-cola, por
exemplo. É o mesmo caso de um adulto considerado analfabeto que conhece
dinheiro e consegue utiliza-lo nas mais diversas situações, dando troco,
pagando contas, etc.
A literatura por sua vez, apresenta diversas concepções, porém para a
finalidade deste trabalho, adotarei um sentido mais amplo, no qual estão
incluídos textos literários e não-literários. Quanto aos primeiros, seriam as
obras que segundo Capello envolvem emocionalmente; são engajadas;
trabalham com a linguagem, mas sob outra perspectiva. (MODIFIQUEI
ALGUMAS COISAS. ISSO PODE?). Já os textos não-lieterários seriam outros
textos sem finalidade artística, como por exemplo, os textos jornalísticos, cuja
finalidade é informar; as receitas culinárias, que pretendem ensinar como fazer
um determinado alimento; entre outros que não têm a finalidade específica de
entreter o leitor. A literatura aqui, neste trabalho, será tratada como toda
produção textual capaz de penetrar no ambiente escolar, logo, textos literários
como romance, poesia, versos, músicas, contos, novelas, etc; e textos não-
literários como notícias, receitas, manuais de instruções, bulas de remédios,
artigos científicos, textos didáticos, etc.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, é o ambiente
ideal para a formação de leitores. Neste trabalho em que estamos tratando dos
primeiros anos desta modalidade de ensino, é ainda mais interessante a meu
ver, por se tratar de crianças de zero a 3 anos, as quais ainda, em sua maioria,
não sabem falar, pois ainda estão estabelecendo os primeiros contatos com a
língua materna. Ora, se não sabem falar, como poderão ler? Que contatos
poderão estabelecer com a literatura?
Especialistas acreditam que, para alguém se interessar por livros na vida
adulta, é fundamental que a palavra escrita esteja ao seu alcance desde cedo.
Ou seja: estimular a leitura dentro do berçário, com bebês que ainda nem
aprenderam a falar, pode ser o caminho mais curto para a formação de um
futuro leitor. (revista nova escola)
A criança aprende a falar ouvindo os falantes que a cercam. Ao ler
histórias, cantar músicas e parlendas, conversar e interagir com a criança, o
professor cria um ambiente estimulante e propício à aprendizagens e
desenvolvimento. Para Paulo Freire a leitura da palavra é precedida pela leitura
de mundo, sendo assim, quanto mais a criança conhece sobre si mesma, sobre
o universo em que está inserida e sobre seus pares, mais fácil será a
aprendizagem dos códigos da língua. E antes mesmo de dominar esses
códigos, ela já será capaz de ler, pois conseguirá produzir sentido e
compreender diversos textos. Quanto mais oportunidades de experimentar, de
optar livremente por muitas possibilidades, mais aumentará a sua capacidade
de se comunicar de forma autêntica. (livro alafa vol 1). É bem verdade que não
é apenas na creche que a criança terá contato com a língua, com a leitura e
com a literatura. Esse contato começa no ambiente familiar e nele, pode e deve
ser fortalecido. Porém, é na creche que, de segunda à sexta-feira, ela passará
a maior parte do seu tempo, visto que as creches têm horário integral. Nesse
sentido a creche encontra-se em situação privilegiada, pois é considerada um
ambiente formal de educação. Nela o aluno deverá aprender e se desenvolver.
Daí a diferença, pois a responsabilidade está explícita.
A escola, dentre outros espaços educativos formais e informais,
desempenha também um papel privilegiado no processo de formação de
futuros leitores. Como instituição imersa no mundo das letras, que articula as
diferentes áreas do conhecimento, a escola assume a função de imprimir as
primeiras “marcas experienciais” que delineiam o perfil dos futuros leitores. (lit.
na form)
As crianças pequenas são muito curiosas, ativas e apresentam
facilidade para fazer leituras visuais. Trabalhar com imagens da realidade do
aluno, como por exemplo, a imagem do seu corpo, possibilita a socialização e o
domínio de um código que o auxiliará no processo de aquisição da linguagem
e, mais tarde, na alfabetização. Para Araújo, o trabalho com as crianças
pequenas demanda, necessariamente, atividades que envolvam objetos de
estudo concretos, lúdicos e contextualizados com a sua realidade. Dessa
maneira, os desafios que se impõem aos docentes que lidam com esse
cotidiano são maiores e mais amplos que a mera assistência e cuidado com
aspectos físicos e sociais.
A preparação da criança para alçar vôos mais altos inicia-se na creche.
Com as crianças que ainda não sabem falar, os livros com gravuras coloridas,
com texturas diferenciadas, as músicas com rimas e gestos, os recursos áudio-
visuais apropriados à faixa etária em questão, dentre outros, são formas
excelentes de estimular o desenvolvimento da fala. Mas, sobretudo, é preciso
deixar os alunos livres para criarem suas hipóteses, para segurar os livros,
toca-los e senti-los com as próprias mãos. Não podemos ter medo de danificar
ou rasgar o livro. O professor deve auxiliar a criança, lendo a história,
mostrando os personagens, cantando e gesticulando as parlendas, enfim,
funcionando como um facilitador para que o aluno amplie a sua percepção a
cerca do que está sendo trabalhado.
Como explica Araújo, se a Educação Infantil possui um trabalho de
desenvolvimento da criança em todos os aspectos de sua formação, as
habilidades necessárias para o processo de aprendizagem da leitura e da
escrita já estão previstas no decorrer do processo.
Quanto mais a criança cresce e se desenvolve, mais ampliam-se as
possibilidades de trabalho no ambiente escolar. Mais recursos poderão ser
explorados e o professor deverá trabalhar de maneira planejada, sempre
estabelecendo relações entre o que está sendo ensinado, de modo que o
desenvolvimento integral da criança seja o foco do processo. Ao tratarmos
neste trabalho da leitura, especificamente, não estamos descartando a
importância das demais aprendizagens, pelo contrário, estamos propondo que
através dos livros a criança possa descobrir novos caminhos para aprender e
assim, sucessivamente, visto que a aprendizagem acontece ao longo da vida.
O período da educação infantil é de suma importância para
“um futuro desconhecido” e por isso deveria ser cuidadosamente planejado e
visto seriamente, como talvez o mais importante estágio da educação, do qual
todos os demais dependem. (alfa pág 73)

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