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Apresentação
As línguas de sinais são consideradas línguas naturais e compartilham uma série de características
que lhes atribui caráter específico e as distingue dos demais sistemas de comunicação. Essa
afirmação vem ao encontro da discussão a respeito da língua de sinais ser considerada uma língua
por possuir os elementos necessários para isso: léxico, morfologia e sintaxe. Ela possui também
uma estrutura gramatical própria e características específicas que lhe dão esse status.
A língua brasileira de sinais, além de ser utilizada por surdos como língua materna ou primeira
língua, é utilizada por familiares, amigos e profissionais que se dedicam ao aprendizado e uso como
segunda língua. Pode-se dizer que existem duas formas de sinalização utilizando a Libras: a primeira
seria a que segue os princípios de léxico, morfologia e sintaxe próprios da Libras, ou seja, a frase é
construída dentro de um sistema específico com regras; a segunda seria o português sinalizado que
é comumente utilizado por falantes que dominam os sinais, mas não conhecem a estrutura da
língua.
Dentre essas duas formas, a mais comum der ser vista em escolas e diferentes espaços acaba sendo
o português sinalizado, pois a pessoa aprende os sinais e os usa para passar mensagens, mas sem
aprender regras gramaticais básicas. Para que esse aprendizado seja mais rico e facilitado, pode-se
agregar como apoio o uso de recursos audiovisuais, ajudando na compreensão dessas diferenças
entre Libras e português sinalizado.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá analisar a estrutura da Libras em relação aos sistemas
léxico, morfológico e sintático, identificará a estrutura gramatical da Libras e conhecerá a
importância dos recursos audiovisuais para o ensino de Libras.
Bons estudos.
Destacam-se três aspectos a serem detalhados: para a composição de palavras, usam-se três regras
para criar novas unidades: regra de contato, regra de sequência única e regra da antecipação da
mão-dominante; para a incorporação de numeral e a incorporação de negação.
Muitos ouvintes usuários da Libras acabam usando o português sinalizado e nem se dão conta, ou
seja, usam sinais, mas os fazem dentro da estrutura do português. Você já deve ter ouvido: “a língua
de sinais não usa pronome, artigo, preposição e os verbos estão sempre no infinitivo, é muito fácil
se comunicar usando a Libras”.
Engana-se quem ouve isso e acredita, pois para ser um usuário efetivo, é preciso muito treino e o
domínio de diferentes aspectos que nas línguas orais não desempenham papeis tão importantes. É
o caso das expressões não-manuais, por exemplo, que na Libras são fundamentais para passar o
verdadeiro sentido de uma frase ou expressão, enquanto que nas línguas orais, elas não causariam
falta de entendimento por quem recebe a mensagem se forem eliminadas.
Boa leitura!
LÍNGUA
BRASILEIRA
DE SINAIS
Fernanda Cristina Falkoski
Noções de léxico, de
morfologia e de sintaxe
com apoio de recursos
audiovisuais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer a estrutura da Libras e os seus principais
componentes: léxico, morfologia e sintaxe. Você também vai ver quais
são as diferenças entre uma frase construída em Libras e sinalizada e uma
construída a partir do português, mas também sinalizada. Além disso, vai
reconhecer alguns dos benefícios de utilizar recursos audiovisuais para o
ensino da Libras, tanto para ouvintes quanto para surdos.
Embora existam cursos de formação que envolvem o aprendizado da
Libras, nem todos se dedicam ao estudo das suas propriedades linguís-
ticas. Contudo, aprender uma língua não é apenas adquirir vocabulário;
também é fundamental conhecer e compreender regras de estrutura e
combinação de palavras/sinais. Pensar na estrutura gramatical de uma
língua envolve compreender os seus princípios básicos de formação, por
exemplo, saber o que é um sujeito, um verbo e um objeto e como eles
podem se combinar a fim de compor uma sentença.
Um surdo que aprende a Libras precisa dominar todos esses aspectos,
pensando na sua língua como forma de expressão e recepção de informa-
2 Noções de léxico, de morfologia e de sintaxe com apoio de recursos audiovisuais
Fonologia ou léxico
De acordo com Quadros e Karnopp (2004, p. 47), a fonologia tem como objetivo
“[...] determinar quais são as unidades mínimas que formam os sinais [...]” e
“estabelecer quais são os padrões possíveis de combinação entre essas unidades
e as variações possíveis”. Ou seja, a fonologia se dedica a estudar a composição
do sinal. O sinal se compõe a partir de cinco parâmetros: configuração de mão
(CM), movimento (M), locação (L), orientação da mão (Or) e expressões não
manuais (ENM). Pensar em um sinal sem um desses componentes é praticamente
impossível, pois cada um exerce uma função primordial. Separados, eles não
Noções de léxico, de morfologia e de sintaxe com apoio de recursos audiovisuais 3
Morfologia
Em relação à morfologia, Quadros e Karnopp (2004, p. 86) afirmam ser o “[...]
estudo da estrutura interna das palavras ou dos sinais, assim como das regras
que determinam a formação das palavras [...]”. Portanto, existem as palavras
base e outras que vão sendo criadas a partir delas. É possível formar um novo
sinal ou criar um a partir da união de outros.
Os classificados são um importante recurso na Libras. Normalmente, são
usados para indicar movimento de pessoas ou objetos, para posicionar pessoas
e objetos na situação enunciativa, ou ainda para descrever aspectos de forma
mais clara. Nem sempre existe um sinal que pode ser usado para descrever
um objeto. Por exemplo, no caso do português, pode-se dizer “uma jarra
oval”, mas na Libras ficaria muito estranho sinalizar “um jarro oval”. Assim,
recorre-se ao uso de um classificador que dê conta desses três sinais e deixe
visível a indicação de como é o jarro.
Para sinalizar uma música ou poesia, que são gêneros que exploram muito as
emoções, também se costumam usar os classificadores. Eles transmitem sentido
e significado para quem recebe a informação de forma mais compreensível.
Os movimentos são importantes pois a partir deles é possível mudar uma
palavra de classe gramatical. Por exemplo, o verbo “sentar” apresenta movi-
mento repetitivo, já o substantivo “cadeira” não necessita do movimento. O
verbo “ouvir” também é uma palavra com movimento de repetição, enquanto
o substantivo “ouvinte” é feito apenas uma vez. A partir de algumas regras
morfológicas, novas palavras são criadas:
No caso dos numerais e negativos, na maioria das vezes, eles podem ser
incorporados ao sinal que está sendo feito inicialmente, então não é preciso
utilizar dois sinais. Por exemplo, no caso de “um dia” e “dois dias”, é possível
fazer o sinal “dia” já com o número incorporado. No caso de “muitas pessoas”,
não é preciso usar os sinais para “muitas” e para “pessoas”; pode-se usar um
classificador que dê conta dessas duas informações. Em relação ao “ter” e
ao “não ter”, usa-se o sinal incorporado ao movimento facial negativo. Ou
seja, não são feitos dois sinais (“não” e “ter”), mas um único que dá conta da
informação por completo.
Sintaxe
A sintaxe, segundo Quadros e Karnopp (2004, p. 127), se refere ao “[...] espaço
em que são realizados os sinais, [então] o estabelecimento nominal e o uso do
sistema pronominal são fundamentais para tais relações sintáticas [...]”. Ou
seja, é possível posicionar pessoas e elementos no espaço e retomá-los durante
o discurso sem ter de mencioná-los novamente, usando apenas um movimento
corporal ou o apontamento. Costuma-se iniciar a explicação colocando os
personagens em locais do espaço.
Inicialmente, a sinalização conta com a distribuição dos objetos e pessoas
na cena. Depois, enquanto a conversa ou tradução vai acontecendo, recorre-
-se ao recurso de apontamento, que costuma ser muito utilizado durante
qualquer situação, pois evita que os sinais se sobreponham um ao outro. Por
exemplo, quando se está contando a história dos três porquinhos, inicialmente
se distribuem as casas e os personagens no espaço. O porco com a casa de
palha poderia ficar mais à direita; o porco com a casa de madeira, mais no
meio; e o porco com a casa de tijolos, mais à esquerda. Coloca-se o lobo no
enredo e a narração se inicia. Cada vez que um porco for retomado, não é
preciso sinalizar quem ele é, apenas apontar e usar alguma característica,
talvez. Mas a história será melhor compreendida se for feita dessa forma, sem
confundir quem assiste.
Por exemplo, no caso de um diálogo entre uma mãe e um filho, é possível
posicionar um à esquerda e outro à direita. Cada vez que um tomar o turno
de fala, pode-se apontar ou fazer um leve movimento de corpo, virando-se
para o lado em que o falante está.
Noções de léxico, de morfologia e de sintaxe com apoio de recursos audiovisuais 7
Os elementos que você viu até aqui são aspectos que tornam a Libras uma língua.
Conhecer cada um deles favorece a sua correta utilização. Como você já viu, para saber
Libras, não basta conhecer sinais; é preciso ir além e entender a estrutura da língua.
Estrutura gramatical:
aspectos próprios da Libras
A Libras segue alguns dos princípios básicos de qualquer outra língua no que
diz respeito à sua estrutura gramatical. Porém, como conta com diferentes
recursos, como classificadores e expressões não manuais, algumas mudanças
são possíveis e aceitáveis.
É importante você levar em conta que existe uma ordem básica para a
narrativa ser estabelecida; os sinais tendem a ser feitos seguindo essa ordem.
Costuma-se sinalizar iniciando pelo sujeito (S), seguido pelo verbo (V) e pelo
objeto (O). Porém, mudanças são possíveis, dados todos os aspectos mencio-
nados anteriormente. Na língua portuguesa, algumas frases são consideradas
agramaticais e não pronunciáveis, mas na Libras, dependendo dos recursos
utilizados, essas frases podem ser aceitas e até melhor compreendidas. Con-
sidere os exemplos a seguir.
Ambas as frases são possíveis e permitidas, cada uma na sua língua. Caso
a primeira frase seja sinalizada da forma como está escrita, tem-se o caso do
português sinalizado. Porém, quando a segunda é sinalizada, respeita-se o
uso geral da Libras.
Em alguns casos, é necessário repetir um sinal para que ele seja com-
preendido e reforçado: “futebol João gostar futebol”. Nesse caso, a palavra
“futebol” possui um significado muito importante e a sua repetição oferece
essa ideia ao interlocutor que recebe a mensagem. Mas isso depende da situ-
ação comunicativa e da intenção da frase; esta pode ser afirmativa, negativa
ou interrogativa.
8 Noções de léxico, de morfologia e de sintaxe com apoio de recursos audiovisuais
Advérbios temporais
O uso de advérbios temporais também permite algumas mudanças. Eles
podem estar antes ou depois da oração. Por exemplo: “Felipe comprar casa
amanhã” ou “Amanhã Felipe comprar casa”. Essas duas possibilidades de
frases são aceitas na Libras. Porém, o advérbio de frequência pode ocorrer
na frase de três formas diferentes:
Verbos
Para se referir a tempos verbais na estrutura da Libras, são usadas algumas
marcas: passado, presente e futuro, ontem, hoje e amanhã. Por exemplo:
Noções de léxico, de morfologia e de sintaxe com apoio de recursos audiovisuais 9
Tópicos
Nas sentenças com tópico, a ordem da frase pode variar. Considere, por exem-
plo, a frase “Pesquisar ela não-gostar”. A palavra “pesquisar” aqui entra como
um tópico que logo em seguida será explicado pelo comentário “ela não-gostar”.
Esse tipo de construção costuma favorecer o entendimento de quem recebe
a informação. Primeiro se informa sobre o que será dito e em seguida vem a
informação propriamente dita em Libras.
Alguns casos apresentam outra estrutura, por exemplo, o verbo “convidar”.
Sinaliza-se “Você convidar ele”, porém as marcações de “você” e “ele” não
são feitas pelo apontamento, mas por um movimento das mãos de um lado
em direção ao outro.
Sintaxe espacial
Quadros e Karnopp (2004) apresentam alguns mecanismos usados para ex-
plicar como a Libras se organiza espacialmente, ou seja, como os sinais são
organizados a fim de favorecer a compreensão por parte de quem os vê. Tais
mecanismos incluem:
10 Noções de léxico, de morfologia e de sintaxe com apoio de recursos audiovisuais
Como você viu, a Libras possui uma estrutura gramatical própria, embora siga algumas
regras utilizadas também por outras línguas. Esse conhecimento é o que favorece a
verdadeira compreensão da Libras e a sua distinção do português.
diferentes etapas de ensino até compreender que existem regras que devem
ser seguidas, que algumas vezes é possível criar novas palavras, mas outras
vezes, não.
Já as crianças surdas, em sua maioria, não têm contato com a Libras desde
que nascem, principalmente se forem de uma família de ouvintes. Pense na
situação de uma criança com 4 anos, idade na qual hoje é obrigatório estar
numa escola, que nunca teve contato com a sua língua. Ao chegar à escola, a
sua primeira aprendizagem precisa ser dos sinais; é necessário construir um
vocabulário ao qual a criança possa recorrer para organizar e criar frases.
Quando estiver no 1º ano, ela terá quatro anos de atraso em relação ao léxico
que uma criança ouvinte possui, o que trará consequências significativas para
o seu desenvolvimento.
Veja o que afirma Fernandes (2007, documento on-line):
Dessa forma, quanto mais cedo a criança com surdez for colocada em
contato com a sua língua e receber estímulos visuais, mais fácil e rapidamente
se desenvolverá. O ideal seria a existência de espaços de educação infantil
que dessem conta desse contato inicial que a criança surda precisa ter, usando
recursos e materiais audiovisuais que facilitassem o seu desenvolvimento.
Falkoski e Witchs (2010) apresentam uma proposta de trabalho voltada a
crianças da educação infantil, mas que poderia ser utilizada em diferentes
momentos do desenvolvimento do sujeito surdo. Note que os aspectos men-
cionados não são difíceis de serem colocados em prática em sala de aula:
Considerações finais
A Libras apresenta basicamente os mesmos componentes das línguas orais,
tendo assim o mesmo status de outras línguas. Como você viu, os aspec-
tos fonológicos da Libras envolvem os sinais; os aspectos morfológicos, os
mecanismos de mudança de um sinal para outro; e os aspectos sintáticos, a
estrutura da frase.
Compreender a estrutura e as possibilidades específicas da Libras favorece
o aprendizado dessa língua, evitando o chamado “português sinalizado”.
A incorporação de numerais e negativos e o uso de tópicos são elementos
da Libras que tornam a frase sinalizada mais compreensível por quem está
recebendo a mensagem. Além disso, a Libras possui recursos que as línguas
orais não têm, como os classificadores. O uso desses recursos faz com que
a Libras seja sinalizada e entendida por surdos e ouvintes e também facilita
a comunicação.
Em sala de aula, o professor, mesmo que esteja se desenvolvendo na língua
e ainda não seja fluente, pode recorrer a metodologias e recursos visuais que
facilitarão o aprendizado dos seus alunos surdos e também dos seus alunos
ouvintes. Aprender Libras interagindo visualmente torna a língua mais sig-
nificativa e compreensível.
BRASIL. Decreto nº 9.656. Altera o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que
regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasi-
leira de Sinais - Libras. Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9656.htm. Acesso em:
7 jun. 2022.
BRITO, L. F. Uma abordagem fonológica dos sinais da LSCB. Espaço, Rio de Janeiro, v.
1, n. 1, p. 20–43, 1990.
FALKOSKI, F. C.; WITCHS, P. H. Inclusão de surdos na educação infantil: aquisição e
desenvolvimento da língua de sinais. Arqueiro, Rio de Janeiro, v. 24, p. 7–14, 2010.
FERNANDES, S. Avaliação em Língua portuguesa para alunos surdos: algumas conside-
rações. Curitiba: SEED, 2007. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/
arquivos/File/janeiro2013/otp_artigos/sueli_fernandes.pdf. Acesso em: 07 ago. 2019.
QUADROS, R. M. Língua de herança: língua brasileira de sinais. Porto Alegre: Penso, 2017.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
Dica do professor
A sintaxe tem como função pensar a respeito da organização e estrutura da frase, quais são as
possibilidades de combinar os sinais e formar mensagens que possam ser compreendidas por quem
as recebe. É interessante que a libras tem algumas formas de se apresentar que as línguas orais não
aceitam, trocar palavras de lugar na frase, buscando seu melhor entendimento é uma delas.
Tempos verbais, uso do tópico, advérbios temporais são algumas situações que permitem
mudanças que nas línguas orais não são possíveis.
Se você tem interesse em saber mais sobre esse assunto, assista ao vídeo da Dica do Professor e
conheça algumas regras a partir dessas situações.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
1) Os sinais são compostos por cinco parâmetros: Configuração de mão (CM), Movimento (M),
Locação (L), Orientação da mão (Or) e Expressões não-manuais (ENM).
A imagem abaixo apresenta dois homens sentados, um senhor a esquerda e o outro a direita. O
homem a direita faz o sinal de “QUERER”, indique qual resposta apresenta corretamente a
explicação desses parâmetros.
A) Configuração de mão: mão em formato meio aberto; Movimento: parado; Locação: em frente
ao corpo; Orientação da mão: palma para o corpo e Expressões não-manuais: interrogativa.
B) Configuração de mão: mão em formato meio aberto; Movimento: de empurrar para a pessoa
a frente; Locação: perto do corpo; Orientação da mão: e Expressões não-manuais: negativa.
C) Configuração de mão: mão em formato fechado; Movimento: puxar para si; Locação: mais
abaixo do tronco; Orientação da mão: palma para frente e Expressões não-manuais:
afirmativa sorrindo.
D) Configuração de mão: mão em formato levemente aberto; Movimento: de puxar para si;
Locação: em frente ao corpo; Orientação da mão: palma virada para cima e Expressões não-
manuais: interrogativa.
E) Configuração de mão: mão fechada; Movimento: empurrar; Locação: mais acima no peito;
Orientação da mão: palma para cima e Expressões não-manuais: afirmação.
2) Os sinais abaixo podem indicar a frase: “ELE QUER EXPLICAR” (SVV), porém foram feitas seguindo
apenas a configuração de mão e não indicam outros aspectos componentes do sinal.
Você concorda que apenas vendo essas informações de configurações de mão é possível
compreender o contexto onde foram usadas, ou ainda, compreender o verdadeiro significado que
cada sinal carrega sem usar os outros parâmetros que o compõe?
A) Nessa frase, faltam informações como a expressão fácil, indicando o motivo da explicação, ou
então contextualizando porque deve ser explicado algo a alguém, também faltam a locação e
o ponto de articulação.
B) Pode-se dizer que a frase está completa, apresenta sujeito e verbos, nesse caso, não existe a
necessidade de um objeto ou dos outros elementos que compõem o sinal para que haja a
correta compreensão.
C) A frase necessitaria de outro sujeito, pois se alguém explica algo, deve fazer a alguém. Porém,
não necessita de outros elementos que compõem o sinal, apenas a configuração de mão e a
orientação da mão são suficientes.
D) Os sinais apresentados dão conta de indicar a frase, pois os elementos são suficientes para
indicar o significado da frase.
E) As configurações de mão e orientação da mão são os primeiros indicativos da composição do
sinal, porém, eles precisam ser realizados juntamente com o movimento, a locação e as
expressões não-manuais a fim de indicar o sentido da frase e cada palavra ser composto
como um sinal.
3) Na imagem a seguir, a professora está oferecendo diferentes recursos visuais a uma aluna surda,
por meio de vídeos, imagens ou até mesmo um programa no computador. Possivelmente ela utiliza
esse material pois sua explicação oral ou sinalizada pode não estar dando conta de passar todos os
conhecimentos necessários.
A imagem apresentada indica uma cena de sala de aula. O ensino da Libras, que é uma língua visual
e espacial, pode se dar apenas por meio de recursos comuns em sala de aula?
A) A imagem é adequada, pois mostra que a professora está preocupada em oferecer diferentes
recursos à sua aluna. No caso, usar o computador poderá favorecer o acesso a explicações e
complementações sobre o assunto estudado.
B) A imagem apresenta uma proposta adequada, visto que a professora oferece recursos
diversos à sua aluna, porém, as oferece apenas para essa aluna, podendo fazer com que se
sinta excluída da turma.
C) A imagem mostra uma preocupação da professora em relação à sua aluna, porém, a aluna
dará conta se o conteúdo estiver apenas sendo reproduzido pelo computador, sem o uso de
recursos visuais diferenciados.
D) A professora não demonstra muita preocupação com seus alunos, mesmo que esteja
oferecendo um recurso visual por meio do computador, se não souber a língua, não adiantará
de nada sua dedicação.
E) A professora, mesmo oferecendo recursos diferenciados, não proporciona que seus alunos
ouvintes ofereçam as respostas para os desafios propostos.
Agora, analise as frases apresentadas em cada alternativa e indique a que está correta.
A) A frase “ANIMAIS GOSTAR MARIANA?” está correta, pois indica uma interrogação que
coloca o tópico no início.
B) A frase “ANIMAIS NÃO MARIANA GOSTAR” está correta, pois indica uma negativa com
tópico no início.
C) A frase “ANIMAIS MARIANA NÃO-GOSTAR” está correta, pois indica uma negativa com
tópico no início, sujeito no meio e verbo no final.
D) A frase “ANIMAIS GOSTAR MARIANA” está correta, pois indica uma afirmativa com tópico
no início.
E) A frase “MARIANA NÃO ANIMAIS GOSTAR” está correta, pois indica uma negativa onde o
tópico está logo em seguida do sujeito da frase.
O professor, preocupado com seu aluno, deve permitir que seu aluno se sente onde quiser ou
precisa estar sempre sentado na primeira fileira?
A) A imagem não condiz com uma proposta inclusiva, pois o aluno surdo precisa se sentar na
primeira fileira da sala sempre para que possa fazer a leitura labial do que a professora fala.
B) A imagem seria mais adequada se a organização da sala permitisse que os alunos sentassem
em um semicírculo ou em formato de “U”, assim, todos iriam se enxergar e o aluno surdo não
perderia informações oferecidas pelos seus colegas.
C) A imagem não mostra uma preocupação da professora com o local onde seu aluno vai se
sentar, como o deixa escolher o local parece que não está dando a atenção devida ao seu
aluno.
D) A professora não demonstra muita preocupação com seus alunos, parece não querer deixa-lo
constrangido então deixa ser o único que pode escolher onde sentar.
E) A imagem demonstra uma cena muito comum em sala de aula, alunos surdos sentarem no
final da sala para que possam sinalizar sem atrapalhar o aprendizado dos outros alunos.
Na prática
Ensinar a língua de sinais, tanto para ouvintes, quanto para surdos, por vezes se torna um desafio,
visto que ela não é utilizada pela maioria das pessoas. São poucos os que a utilizam como forma de
comunicação. Também se faz necessário ensinar ao aluno que além de dominar os sinais é preciso
pensar em libras, não adianta apenas ter um bom vocabulário de sinais se você não sabe como
organizar e estruturar a frase.
Dessa forma, o vídeo apresenta uma possibilidade de a língua de sinais ser trabalhar com materiais
do cotidiano que apresentam sinais, mas que nem todos conseguem ver dessa maneira.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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