Libras

Conceito de Comunicação e
Linguagem
 Sumário
Desenvolvimento do material Conceito de Comunicação e Linguagem
Jadson Abraão
Para início de conversa... ................................................................................. 3
Objetivos .......................................................................................................... 4
1ª Edição 1. Os Parâmetros da Libras e as Expressões Não Manuais .................. 4
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2. Saudações e Forma de Tratamento ......................................................... 8
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Para início de conversa...
Apesar de todos os avanços da tecnologia no mundo, a comunicação,
em muitos lugares, ainda é um grande desafio. Quando envolvemos a
linguagem, seja ela de qualquer natureza (verbal ou não verbal), o nosso
desafio aumenta mais ainda, pois sempre dependeremos de quem faz ou
emite o conteúdo.
Nesta unidade de aprendizagem, estudaremos alguns sinais relacionados
às saudações e formas de tratamento. Veremos, também, um pouco da
gramática da Libras (os cinco parâmetros), como os sinais são formados,
o que são esses parâmetro que norteiam o uso da Libras, o que comprova
as unidades mínimas da língua de sinais e a importância de cada um
dos parâmetros para o estudo e compreensão da língua.

Comunicação é uma palavra que vem do termo latino communicare,

que quer dizer “partilhar algo” ou “tornar algo comum”. Já a linguagem é
qualquer meio sistemático (por sinais, símbolos, gestos, escritos, mímicas
e outros) utilizados para comunicar ideias e/ou sentimentos.

Segundo Fernandes (2012, p.107), “A forma mais adequada para

estabelecer a comunicação com pessoas surdas seria por meio da língua
de sinais”.

A comunidade surda é um grupo que tem sua comunicação muito

peculiar e até mesmo muito estudada por vários linguistas e teóricos.
Houve um tempo em que os surdos foram até proibidos de utilizar
da língua de sinais em sua comunicação; nesse período, os surdos
utilizavam outras estratégias para manter viva a língua de sinais entre
eles, pois não podiam deixar essa língua morrer.

Libras 3
Objetivos
▪ Conhecer o processo de formação das palavras na Língua de Sinais.
▪ Reconhecer cada um dos parâmetros que compõe a Língua de Sinais.
▪ Identificar os pontos de articulação nos sinais.
▪ Reconhecer os sinais de saudações.
▪ Reproduzir os sinais de saudações.
Libras
1. Os Parâmetros da Libras e as Expressões Não
Manuais
As línguas, de um modo geral, estão divididas em duas modalidades:
▪ Oral: Auditiva (por exemplo, Português)
▪ Visual: Espacial ou Visual - Gestual (por exemplo, a Libras)
Isso se dá por conta do modo como é utilizada cada língua, por quais
canais esses códigos serão realizados, recebidos e interpretados. No
Português falado, por exemplo, os canais utilizados são a boca e o
ouvido, estando, assim, no grupo das línguas Orais - Auditivas.
Já no caso da Libras, a comunidade surda utiliza as mãos para falar e os
olhos para ouvir, ou seja, ver os sinais, estando, assim, no outro grupo
das línguas que existem atualmente: Visual - Gestual.
Segundo Quadros (2004, p.47-48), “as línguas de sinais são denominadas
línguas de modalidade gestual-visual (ou espacial-visual), pois a
informação linguística é recebida pelos olhos e produzida pelas mãos”.
Pode até parecer esquisito afirmar que a pessoa surda “fala”, pois as
pessoas associam a fala à audição, mas são dois canais independentes.
Por isso, vamos entender o conceito e a etimologia da palavra “falar”
para prosseguir no conteúdo.
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Falar é transmitir uma ideia, um raciocínio, uma opinião, seja por escrito,
por gestos, pela oralidade ou por símbolos. Logo, podemos perceber que
os surdos conseguem fazer isso por meio da Libras e, por isso, o uso do
termo “os surdos falam”.
Para a comunidade surda, não existe pessoa “surda muda” – e esse termo
é considerado uma ofensa às pessoas surdas. O termo correto para se
referir a eles é: surdos.
Agora, estudaremos como se dá a comunicação na Libras e quais são os
signos utilizados por esse grupo de pessoas.
Os estudos linguísticos da língua de sinais começaram com Willian
Stokoe, em 1960, quando ele lançou uma análise descritiva sobre a língua
de sinais americana. Por conta disso, as línguas de sinais passaram a ser
vistas como uma língua de fato. Stokoe apresenta um estudo fonológico
e morfológico da língua de sinais. No Brasil, tivemos alguns teóricos se
aprofundando em explicar a gramática da Libras, como Lucinda Brito,
Ronice Muller, Ana Regina e outros. Esses estudos provaram que, na
Libras, há estruturas linguísticas encontradas em outras línguas orais,
como: a sintaxe, a semântica, a pragmática, a fonologia e a morfologia.
Os parâmetros da Libras são sinais formados por diversas combinações
de posição, movimento, localidade e expressões, feitas em cada palavra
(sinal) realizada.
Esses parâmetros estão divididos em cincos grupos. São eles:
▪ Configuração das Mãos
▪ Ponto de Articulação
▪ Movimento
▪ Orientação / Direção
▪ Expressões Não Manuais (Corporal e/ou Facial)
Vejamos cada uma delas e suas peculiaridades.
Configuração das Mãos
Configuração das mãos é toda e qualquer forma das mãos, podendo
ser da datilologia (alfabeto manual), dos numerais ou uma outra forma
que não esteja em nenhum desses dois grupos. Pode ser realizada por
qualquer umas das mãos. Observe a Figura 1:

O que chamamos de “palavra” na língua portuguesa, podemos denominar

como “sinal” na Libras.

Cada sinal pode ser composto por até cinco parâmetros que, associados
e modificados, alteram o significado do sinal (palavra).

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 Ponto de Articulação

É o local onde será feito (realizado) o sinal, podendo esse sinal tocar ou
não em alguma parte do corpo.

1 2 1 2

Configuração Aprender Sábado

em “S” Ponto de articulação Ponto de articulação

Figura 2: Exemplo de ponto de articulação.

Quando o sinal não toca nenhuma parte do corpo, chamamos esse

local de espaço neutro, sendo o espaço à frente do nosso corpo, na
altura do tronco.

Espaço Neutro Fazer Trabalhar

Figura 3: Exemplo de espaço neutro.
Figura 1: Alfabeto manual.

Libras 6
Movimento Expressões Não Manuais (Corporal e/ou Facial)

O movimento refere-se aos sinais que podem ter ou não algum tipo de É o que dará intensidade (sentido) aos sinais.
movimento. Observe a Figura 4:

1 2
Movimento /
Orientação para
representação do sinal
de “Abrir a porta”

Figura 4: Exemplo de movimento.

Orientação e Direção

A orientação e direção dirão como e para onde deverá ser feito (realizado)
o sinal, indicando o local de início e término de cada sinal.

1 2
Movimento /
Orientação para
representação do sinal
de “Abrir a porta”
Desculpa Triste

Figura 5: Exemplo de movimento. Figura 6: Expressões não manuais da Libras.

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 ▪
2. Saudações e Forma de Tratamento ▪
Desculpa
Obrigado
Em todas as línguas há algum tipo de saudação, seja quando você chega ▪ Por favor
em algum lugar ou quando você está saindo. Independentemente de ser ▪ Licença
um cumprimento formal ou informal, a verdade é que sempre há algum ▪ Boa sorte
tipo de saudação a ser feita. ▪ Aceita água
▪ Aguarde um momento
Na Libras não seria diferente de outra língua. Então, veremos, aqui,
algumas das saudações mais comuns na Língua de Sinais. ▪ Boa aula!
▪ Bons estudos!
Vocabulário de Saudações: ▪ Eu sei Libras
▪ Oi ▪ Eu estou aprendendo Libras!
▪ Tudo bem!? ▪ Fique à vontade
▪ Posso ajudar?
▪ Bom dia!
▪ Precisa de algo?
▪ Boa tarde!
▪ Você se comunica em Libras ou leitura labial?
▪ Boa noite!
▪ Você é surdo ou ouvinte?
▪ Qual é o seu nome?
▪ Tchau!
▪ Meu nome é...
▪ Qual é o seu sinal? Nesta unidade de aprendizagem, vimos um pouco da gramática da Língua
▪ Meu sinal é... Brasileira de Sinais, como se dá a formação das palavras conhecidas
como sinais na Libras e como são representadas as unidades mínimas
▪ Conhecer
na língua (os cinco parâmetros). Vimos, também, um pouco mais da parte
▪ Prazer em conhecê-lo
prática de nossa disciplina, abordando as saudações.

Libras 8
É importante que você pratique e estude todos os conteúdos
apresentados dentro de nossa unidade, para melhor aproveitar nossa
disciplina.
Por ser uma língua, a Libras deve ser praticada habitualmente, para que
você aprenda e esteja pronto para ampliar o seu vocabulário dentro
desse universo de sinais, em que “um gesto, fala mais que muitas
palavras”.
Libras
Referências
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua
Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm>. Acesso em: 14
dez. 2018.
FELIPE, T. A e MONTEIRO, M. S. Libras em contexto: curso básico: livro
do professor.– Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Especial, 6ª Edição, 2007.
FERNANDES, S. Educação de surdos. Curitiba: InterSaberes, 2012.
IBGE. Censo 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/>.
Acesso em: 14 dez. 2018.
QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto
Alegre: Artmed, 1997.
ROCHA, S. O INES e a educação de surdos no Brasil: aspectos da trajetória
do Instituto Nacional de Educação de Surdos em seu percurso de 150
anos. Rio de Janeiro: INES, 2008.
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