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GABARITO | Avaliação Final (Discursiva) - Individual (Cod.:824971)


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Prova 64160278
Qtd. de Questões 2
Nota 8,00

1 Uma pessoa fluente em Libras é aquela que consegue se comunicar de modo claro, adequado ao contexto de
enunciação e estabelecendo as relações sintáticas de forma precisa de acordo com aquilo que pretende comunicar.
Assim sendo, disserte sobre a direção do olhar e sua importância para a fluência em Libras.

Resposta esperada

*A direção do olhar é um dos elementos que permite recuperar referentes no espaço ou marcar distinções
discursivas, *por isso, é muito importante para a fluência em Libras, *pois é capaz de estabelecer relações
entre os elementos que compõem sentença de modo a determinar a posição sintática deles no espaço de
sinalização.

Minha resposta

O olhar desempenha um papel fundamental na fluência da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Como uma
língua visual, o olhar é uma das principais ferramentas utilizadas pelos usuários para transmitir informações
e estabelecer a coesão textual. Na Libras, o olhar é utilizado para indicar várias informações, como a pessoa
que está sendo referenciada, a direção do movimento, a localização de objetos ou pessoas, entre outras. Além
disso, o olhar pode ser utilizado para estabelecer relações de proximidade ou distância entre os elementos da
enunciação. Para ser fluente em Libras, é necessário utilizar o olhar de forma precisa e coerente com o
contexto da enunciação. Quando se refere a uma pessoa, é importante que o sinalizador olhe na direção do
espaço onde ela está localizada. Além disso, é essencial que o olhar seja utilizado de forma consistente ao
longo da enunciação, garantindo assim a clareza e a coesão do discurso. A direção do olhar também é crucial
para a compreensão da Libras pelos receptores. Ao acompanhar o olhar do sinalizador, o receptor pode
entender melhor as informações transmitidas e estabelecer relações entre os diferentes elementos da
enunciação. Portanto, é fundamental que o sinalizador seja consciente da direção do seu olhar e utilize-o
adequadamente para garantir a compreensão por parte do receptor. Em conclusão, o olhar é um aspecto
fundamental para a fluência na Libras. O sinalizador deve utilizar o olhar de forma precisa e coerente com o
contexto da enunciação, garantindo a clareza e a coesão do discurso. Além disso, o olhar é importante para a
compreensão da Libras pelos receptores, que utilizam a direção do olhar para acompanhar as informações
transmitidas.

Retorno da correção

Olá, acadêmico(a)! Sua resposta abordou alguns dos elementos da questão com base nos materiais
disponibilizados, porém, poderia ter explorado mais os conteúdos fundamentais da disciplina. Confira no
quadro "Resposta esperada" a sugestão de resposta para esta questão.

2 Tratando da aprendizagem de Libras por ouvintes, os autores Leite e McCleary (2009) partem da própria
experiência do primeiro deles. Assim, usando a metodologia de estudos em diário, Leite registrou cotidianamente
sua experiência de aprendiz de Libras como segunda língua em contextos formais e informais, e encontrou
algumas dificuldades que ouvintes têm na aquisição da Libras. As dificuldades que encontrou na área linguística
estava relacionada aos seguintes aspectos: modalidade, datilologia, morfossintaxe, classificadores, unidades não
manuais, uso do espaço, a semântica. Disserte sobre essas dificuldades.

FONTE: LEITE, T. A.; MCCLEARY, L. Estudo em diário: fatores complicadores e facilitadores no processo de
aprendizagem da Língua de Sinais Brasileira por um adulto ouvinte. In: QUADROS, R. M.; STUMPF, M. R.
Estudos Surdos IV. Petrópolis: Arara Azul, 2009.

Resposta esperada

Modalidade: normalmente, os iniciantes observam as mãos dos sinalizantes e isto faz com que percam
informações. Com o passar do tempo, tomam consciência de que é preciso focalizar o rosto, ganhando,
assim, na qualidade da captação e percepção.
Datilologia: parece fácil, entretanto, exige certo ritmo quando inserido no discurso espontâneo. Muitas vezes
é dado pouco espaço à prática de soletração manual nos cursos de Libras.
Morfossintaxe: incorre-se no erro de dar muita ênfase no ensino de vocabulário, sem contextualizar a
construção de sentenças, o que leva o ouvinte a produzir os sinais na estrutura linear de sua primeira língua
e, por isso, a realização daquilo que é chamado de uma interlíngua, chamada de Português sinalizado.
Classificadores: devido a uma abordagem muito simples sobre esses elementos por parte dos professores, os
ouvintes tendem a ficar confusos quanto ao seu uso e sua semelhança com as unidades lexicais estabilizadas
e, por vezes, tornam-se muito parecidos com pantomimas.
Unidades não manuais: essas unidades são difíceis de produzir, sobretudo porque, como os cursos focalizam
muito em ensinar lista de sinais e as expressões são apenas para a distinção de determinados itens lexicais, as
explicações para o uso prosódico e sintático ficam comprometidas.
O uso do espaço: no espaço ocorrem vários processos de recuperação referencial, e isto é de estabelecimento
das relações entre as unidades numa sentença, dispensando a necessidade de artigos e preposições no
estabelecimento de certas relações gramaticais e coesivas.
Semântica: o ensino de vocabulário geralmente compreende uma lista de sinais com sua tradução em
Português, levando a crer que todos os sinais têm um equivalente em Português, mas que também algumas
palavras do Português podem ter várias acepções de sinais, como no caso do verbo CAIR.

Minha resposta

No estudo de Leite e McCleary (2009), a aquisição da Libras por ouvintes é analisada a partir da experiência
pessoal de Leite. Ele utilizou a metodologia de estudos em diário para registrar diariamente a sua experiência
de aprendizagem da língua de sinais em contextos formais e informais, e identificou várias dificuldades que
os ouvintes enfrentam na aquisição da língua. Uma das dificuldades encontradas pelos ouvintes na
aprendizagem da Libras é a necessidade de processar informações visuais em vez de informações sonoras,
devido à modalidade visual da língua de sinais. Isso pode representar um desafio para os ouvintes, que estão
mais acostumados com o processamento de informações auditivas. Além disso, os ouvintes precisam
aprender a datilologia, que é o uso de sinais manuais para soletrar palavras ou identificar nomes próprios,
por exemplo. Outra dificuldade identificada por Leite está relacionada à morfossintaxe da Libras, que pode
ser diferente da língua materna dos ouvintes, incluindo a ordem das palavras na frase e o uso de
classificadores. Os classificadores podem ser uma dificuldade para os ouvintes, uma vez que representam
conceitos abstratos e não possuem uma tradução literal na língua falada. As unidades não manuais, tais como
as expressões faciais e o movimento do corpo, também podem ser um desafio para os ouvintes, já que são
importantes para a compreensão da mensagem. O uso do espaço é outra dificuldade que os ouvintes podem
enfrentar na aprendizagem da Libras, já que a língua utiliza o espaço para indicar relações espaciais entre
objetos e pessoas. Por último, a semântica da Libras pode ser uma dificuldade para os ouvintes, uma vez que
alguns sinais podem ter significados diferentes dependendo do contexto em que são utilizados. Em suma, o
estudo de Leite e McCleary (2009) destaca várias dificuldades que os ouvintes podem encontrar na aquisição
da Libras como segunda língua, incluindo a modalidade visual da língua, datilologia, morfossintaxe,
classificadores, unidades não manuais, uso do espaço e semântica. O reconhecimento dessas dificuldades
pode ser útil para a criação de estratégias pedagógicas mais eficazes para o ensino da Libras por ouvintes.

Retorno da correção
Olá, acadêmico(a)! Sua resposta abordou alguns dos elementos da questão com base nos materiais
disponibilizados, porém, poderia ter explorado mais os conteúdos fundamentais da disciplina. Confira no
quadro "Resposta esperada" a sugestão de resposta para esta questão.

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