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Tradução autorizada do idioma inglês da ediç.-'ío publicada por Saunders - um selo editorial Elsevier
© 2009 Elsevier Editora Ltda.
ISBN: 978-85-352-3 137-3
Cap a
Interface Designers
NOTA
O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados nOlmais de segurança devem ser seguidos; mas, como
as novas pesquisas e a experiência clúuca ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e terapia à base de fármacos
podem ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados a checar informações mais atuais dos produtos, fornecidas
pelos fabricantes de cada fármaco a ser admitústrado, para verificar a dose recomendada, o método e a duração da adnulustração
e as contra-indicações. f: responsabilidade do médico, com base na experiência e contando com o conhecimento do paciente,
determinar as dosagens e o melhor tratamento para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer
responsabilidade por eventual dano ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta publicação.
O Editor
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
C 161u
Callen, Peter W.
Ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia / Peter W. Callen ; [tradução
Maurício Saito ... et al.). - Rio deJaneiro : Elsevier, 2009.
il.
TRADUÇÃO
Andréa de Jesus Rodrigues (Caps. 26 a 31)
Médica Radiologista do Centro de Imagem Pinheiro Machado (CIPM), R]
Médica Radiologista do DASA - Diagnóstico da América - R]
vii
viii COLABORADORES
Este livro começou há cerca de vinte e seis anos como uma periente que usa este livro como referência. Assim, os capí-
edição da Radiologic Clinics ri North Arnerica de mesmo título. tulos podem ser lidos em sua totalidade do início ao fim ou
Aquela edição de quase 400 páginas, que tinha imagens ser usados como um texto de referência. Além das diver-
excelentes, agora parece pálida em comparação com as sas tabelas e figuras presentes a cada capítulo, um extenso
imagens de alta resolução e as informações apresentadas apêndice está disponível para referência. Do mesmo modo ,
no livro atual com mais de l.200 páginas. Foram quase além das imagens ultrassonográficas de alta qualidade, ao
8 anos desde a última edição deste livro. Frequentemente longo do livro há numerosas ilustrações médicas coloridas
sou questionado sobre o motivo de ter esperado tanto para que ajudam a esclarecer conceitos específicos.
atualizar este livro. A resposta é bastante direta. Eu esperei São várias as pessoas a quem devo agradecer. Para
até que os avanços tecnológicos e nosso conhecimento de começar, os autores fizeram um maravilhoso trabalho de
imagem em pacientes obstétricos e ginecológicos tivessem produzir capítulos de muita competência e clareza no tem-
aumentado o suficiente para justificar uma nova edição. po adequado. A equipe da Elsevier, em particular, Manha
Qyase dois terços dos capítulos deste livro foram escritos Limbach e Todd Hummel, fez deste um processo simples e
por novos autores, e os demais capítulos foram significati- prazeroso. Dr.James Cooper fez um magnífico trabalho em
vamente revisados. A exemplo das edições anteriores , con- fornecer belas e claras ilustrações médicas para este livro.
videi autores especialistas em suas respectivas áreas e com Sou grato aos meus colegas, ultrassonografistas e estagiá-
estilo de escrita competente e claro. Se por um lado procu- rios, que me deram sugestões úteis ao longo desses anos.
rei editar meticulosamente este livro, por outro, não tentei De modo especial, sou grato pelo apoio de minha família,
assegurar que houvesse uma uniformidade de opinião em que tolerou uma sucessão interminável de papéis e livros
questões controversas. Acredito que seja proveitoso ler opi- espalhados pela casa, bem como um marido e pai que fi-
niões divergentes sobre um assunto e por fim decidir o que cava no computador tarde da noite e cedo pela manhã.
funciona melhor em sua prática. Muitos leitores pediram Minha esposa Karen foi uma fonte de estímulo e apoio,
um livro mais completo na área de imagens em mulheres e, como médica atuante, ajudou-me no entendimento de
em vez de um livro de ultrassom puro. Assim sendo, há questões obstétricas e ginecológicas. Por fim, sou grato a
capítulos sobre tomografia computadorizada, imagens por vocês leitores que me deram tanto prazer com seu enulsias-
ressonância magnética e, pela primeira vez, um capítulo so- mo em compreender esse campo que passei a amar.
bre ultrassom da mama. Tentei garantir que a informação
em cada capítulo fosse interessante tanto para o iniciante
PETER W. CALLEN, MO
em imagens ultrassonográficas como para o profissional ex-
xi
Para
mamãe e
Karen) Melanie) Brooke) Andy e Daniel
SUMÁRIO
12. Sistema Musculoesquelé tico Feta l 419 25. O Cuidado Pré-natal do Feto com um Defeito Corrigível
Luís F. Gonçalves, MD,Juan Pedro Kusanovic, MD, Francesca 867
Gotsch, MD,Jimmy Espinoza, MD, e Roberto Romero, MD Robert H. Ball, MD, eJ an Depres t, MD, PhD
13. Avaliação Ultrassonográfica do T órax Fetal 493 SEÇÃO 11. Ultrassonografia Ginecológica
Juriy W. WladimirofT, M D, PhD, FRCOe, Titia E. Cohen-
Overbeek, MD, eJacqueline A. M. Laudy, MD, PhD 26. Anatomia Normal da Pelve Feminina e U ltrassonografia
Transvaginal 887
14. Avaliação U ltrassonográfica do Coração Fetal 511 ClifTord S. Levi, MD, Edward A. Lyol1S , MD, Susan C. H olt,
Yoo, MD, FRCPC, e Edgar Jaeggi, MD MD, e Sidney M. Dashefsky, MD
xiii
xiv SUMÁRIO
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
)
Conteúdo da Seção
Exame Ultrassonográfico Obstétrico . ... .. . .. .. .. . . 3 Trato Gastrointestinal e Parede Abdomi nal . . .. . . 587
Genética e Diagnóstico Pré-Natal . . . .. . . . . . . . .... 26 Trato Gastrointestinal Fetal ....... ....... . . ... . 640
Triagem de Aneuploidia no Primeiro Trimestre ..... 60 Avaliação Ultrassonográfica de Hidropisia Fetal. 676
Ultrassonografia Genética no Segundo Trimestre .. 70 Avaliação Ultrassonográfica do Colo Uterino .... 698
Sindromes Feta is . ... . . . ..... . . . . .. . .... .. . . . . . 112 Avaliação Ultrassonográfi ca da Placenta e
Ava liaçã o Ultrassonográfica Durante o Corda Umbilical .. . . . . .... . . . . ........ . .. . . . . . 721
Pri meiro Trimestre de Gestação . . . . . . ... . . . .. . 181 Volume do Líquido Amniótico : na Saúde e
Avalia çã o Ultrassonográfica da Biometria Fetal e Doença Fetal . .. . . .. .. .. . . ... . . ... . ... . .. . .... 758
Cresc imento Fetal Normal e Anormal .. . .. . . ... 225 Avaliação Fetal pela Ultrassonografi a no
Avalia çã o Ultrassonográfica de Gestações Pré -parto : o Perfil Biofísico Fetal . . . . . . . .. ..... 780
M últiplas . .. ..... . . . ... . . . . . .. . . ...... . . .. . .. 266 O Papel da Ultrassonografia Doppler em
Avalia çã o Ultrassonográfica da Anatomia Obstetrícia . .. .. . . .... .. . . . . ........ ..... . .. . 794
Fe tal Normal . . . . .. . . . . . . .... ... .. . . . . . .. . . . .. 297 O Papel da Tomorafia Computadorizada e das
Av ali açã o Ultrassonográfica do Imagens da Ressonância M agn étic a em
Eixo Neural do Feto . .. . .. . .. . . .... . ... . .. ... . 363 Obstetrícia . . . ... .. .. . . .. . .......... . . . . .. . .. 808
Avalia çã o Ultrassonográfica da Face e O Papel do Ultrassom em Três Dimensõe s na
Pesco ço Fetal .. . .. . ... . .. . .. . .. . . . . . . . . . .. . . 392 Avaliação do Feto . .. .. . ... ... . . ... . . . . . ..... . 830
Sistema Musculoesquelético Fetal . . . .. . . . .. ... 419 O Cuidado Pré-natal do Feto com um Defeito
Avaliação Ultrassonográfica do Tórax Fetal ... .. 493 Corrigível . . . . . . . . . . . . . . . .. ... . . .. . . . . .. . .... . 867
Avalia ç ão Ultrassonográfica do Coração Fetal .. .511
1
EXAME ULTRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
Peter W. Callen, MD
faz quase 4 décadas desde que a ultrassonografia foi sonográfico obstétrico. Entretanto, ainda há diferenças na
usada pela primeira vez para avaliar a paciente obstétrica. conduta do exame ulu'assonográfico obstétrico de um grupo
o princípio, as perguntas que essa modalidade procurava para outro. Algumas questões muito básicas, tais como o que
responder eram básicas: Há uma gravidez? O feto está vivo? constitui um exame ultrassonográfico básico, que estruturas
Há uma gestação única ou gemelar? Qyal é a localização da devem ser avaliadas, o tempo de realização do exame, quem
placenta? Qyal é a idade gestacional? Provavelmente, poucos deve executar e interpretar o exame, quão seguro é o ultras-
imaginavam que chegaria o dia em que a ulo'assonografia seria som, como ele deve ser registrado e documentado, como deve
usada para responder a questões como a presença de defeitos ser dado o laudo e, por ültimo, como relatar à paciente os
anatômicos sutis como uma fenda labial ou palatina ou sugerir resultados do exame, muitas vezes são calorosamente deba-
a presença de uma anOlmalidade cromossômica. Do mesmo tidas. Essas questões são consideradas mais tarde no texto, e
modo, no começo, foi difícil convencer os cwucos da utilidade algumas, discutidas aqui.
dessa nova modalidade diagnóstica. Agora, é comum uma
paciente fazer um ou mesmo válios exames ultrassonográficos
durante sua gTavidez. Os avanços tecnológicos recentes em SEGURANÇA DO EXAME
sistemas de imagem de ulo'assom, o uso de transdutores ULTRASSONOGRÁFICO
transvaginais de alta frequência e o potencial da oi.agem
cromossômica na gravidez inicial (p. ex. , translucência nucal) só Não muito tempo depois do advento do exame ultrassonográ-
ampliaran1 o interesse pelo uso do exame ultrassonográfico na fico, surgiram düvidas quanto à segurança dessa nova moda-
paciente obstétrica. lidade. Apesar de numerosas afirmativas quanto à segurança
Desde a ültima edição deste livTO, houve avanços dra, do ultrassom para a mãe e o feto , houve vários estudos que
máticos na tecnologia de ultrassom, incluindo melhora da observaram possíveis efeitos adversos do ultrassom diagnós-
resolução espacial e de contraste, formação de imagem tridi- tico sobre o feto em desenvolvimento . Esses estudos focaliza-
mensional e tetradimensional, exame com harmônica, novos ram principalmente mecanismos ténnicos e de cavitação que
e refmados transdutores de ulo'assom e aparelhos digitais levali.am a possíveis lesões do feto em desenvolvimento. 1.5
aperfeiçoados, para citar apenas alguns. Do mesmo modo, A absorção da energia das ondas de u[trassom pelo tecido
nosso conhecimento da anatomia normal e patologia fetais , e mole e o osso, e sua conversão em calor, são medidas pelo
da fisiopatologia das doenças aumentou substancialmente. A índice térmico. Um índice térnuco de 1 sigIUfica um aumento
Internet tornou mais fácil a comunicação entre os pesquisado- de 1 grau centígrado. Diversos estudos sugeriram um limiar
res. Similarmente, tem havido muitos estudos colaborativos e geral de elevação de temperatura de 1,5 a 2° C acima da
refinamentos das diretrizes para a realização do exame ultras- temperatura corporal materna antes que ocorra qualquer evi-
3
4 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRI CO
dência de um efeito no desenvolvimento. Com as modemas A informação sobre uma associação entre ultrassom e
máquinas de ultrassom, há apenas uma elevação desprezível de malformações congênitas é limitada. Estudos que avaliaram
temperatura, usualmente menos de 10 C. A "Vorld Federation aberração cromossônuca e exposição a ultrassom demonstra-
for Ultrasound in Medicille and Biologl declarou que "uma ram pequena ou nenhuma alteração.l.Io.15
exposição diagl1óstica que produz uma elevação máxima de As principais dificuldades com os estudos que investi-
temperatura !lI situ de não mais que 1,5 0 C acima dos lúveis garam um possível efeito deletério da avaliação com ultras-
fisiológicos normais pode ser usada sem reservas, em bases som diagllóstico são tríplices: (1) os níveis de exposição ou
térmicas". Além disso, eles declararanl que "uma exposição tempo de exposição ao ultrassom experimental muitas vezes
diagnóstica que eleva a temperatura in situ embrionária e excederam muitissimo aqueles que normalmente são usados
fetal acima de 41 0 C durante 5 minutos deve ser considerada diagllosticamente; (2) os sistemas usados para mostrar efeito
potenciahnente perigosa".6 Como resultado dessas conclusões, de ultrassom (plantas, cultura celular, animais de laboratório)
é improvável que haja um efeito deletério do ultrassom no pri- podem não ser aplicáveis aos humanos ; e (3) muitos estudos
meiro trimesn-e durante a embriogênese com ultrassonog-rafia que demonSU'aranl efeitos adversos in vitro não foram repro-
de rotina em escala de cinza. dutíveis. IG
Entretanto, quando é usado Doppler durante o primeiro Um estudo recente avaliando o efeito do ultrassom diagnós-
trimestre, é provável que possam ocorrer elevações de tempe- tico sobre a migração neuronal em canmndongos, mais uma vez,
ratura acima de 1,5 0 C .l Estudos do efeito do Doppler sobre levantou muita atenção no meio. 17 Embora este seja um estudo
os tecidos moles adjacentes ao osso e aos condutos nervosos interessante em camundongos, pelas razões anteriormente des-
demonstraram uma elevação importante na temperatura CI-itas, ele tem pouca ou nenhuma aplicabilidade em humanos.
quando o feixe de Doppler foi mantido durante mais de 30 Há duas críticas principais a esse estudo. Embora o estudo tenha
segundos.l.i A European Federation for Societies in Medicine usado equipamento comercialmente disponível no qual uma
and Biology concluiu, em 1998, que "até que esteja disponí- frequência de ultrassom apenas ligeiramente maior que o nor-
vel informação científica adicional, as investigações usando mal foi usada (6,7 MHz versus 3,5-5,0 MHz), a duração fIxa da
Doppler pulsado ou em cores devem ser realizadas com con- exposição excedeu muitíssimo a que seria usada normalmente.
trole cuidadoso dos níveis de emissão".1.8 O estudo não demonsn'ou resultados anormais estatisticanlente
Embora exista o potencial de efeitos embrionários do significativos até 30 minutos de exposição (2 x 15 minutos). Há
exame com Doppler, há pouca evidência de que o ultrassom mais de 10 anos, quando um ultrassonogl'afista queria determi-
seja teratogênico. Conforme declarado em um editorial recen- nar que um emblião era inviável, a avaliação recomendada do
te sobre o assunto, "Muitos dos estudos até agora mostraram emblião era 3 minutos de observaÇ<'ío, demonstrando ausência
que o embrião é notavelmente resistente à exposição ao de evidência de atividade embrionillia ou cardíaca. Dois minu-
ultrassom. A lógica sugere que as técnicas Doppler não devem tos de avaliação, quanto mais 3 minutos, pareciam uma eter-
afetar o embrião se os pulsos forem aplicados com um lÚVel nidade, e a maioria dos examinadores, na minha experiência,
baixo"9 Um estudo em animais por Zhu el alIO examinou o parava após 1 minuto. No embrião ligeiramente mais velho e
efeito genético do Doppler colorido diagnóstico. Os pesqui- no feto inicial, mais do que 5 a 10 minutos de avaliação susten-
sadores insonaram em ratas grávidas Iúveis de energia de tada do cérebro fetal selia excessivo. a maioria dos casos, o
Doppler em cores diagnóstico, e estudaram os ciclos celulares transdutor estaria se movendo em torno do cérebro em vez de
dos ratos recém-nascidos por citometria de fluxo e análise estar fIxo durante o exame. A segunda crítica se relaciona com
fatorial. Observaram que o conteúdo de ácido desoxirribonu- a cronologia da embriologia e o tamanho do cérebro do camun-
cleico não foi afetado em qualquer fase do ciclo celular nos dongo e do humano. Como disseranl os autores desse estudo:
ratos recém-nascidos, por qualquer um dos diferentes tempos "A duração da produção neuronal e da fase migratólia dos
e frequências de insonação. neurôluos corticais no feto humano dura aproximadamente 18
A cavitação siglufica a ocorrência da formação de bolhas vezes mais tempo que em camundongos (entre 6 e 24 semanas
gasosas em uma interface ar-água. I A preocupação é que de gestação, com o máximo oCOl-rendo enn'e 11 e 15 semanas),
o estresse produzido no liquido adjacente ao corpo gasoso em comparação com a duração de apenas aproximadamente 1
durante o processo de cavitação possa romper membranas semana (enn'e Ell e E18) em um camundongoY'19 Logo, uma
celulares. 1I1 Entretanto, cavitação tem sido dificil de doclilllen- exposição de 30 minutos representa um tempo muito menor
tar em fetos manúferos, porque, na maior parte dos casos, não dedicado ao desenvolvimento do córtex cerebral no humano
existe uma interface ar-ág1.Ia, necessária para o mecanismo de que no camundongo, e, assim, poderia ter um menor efeito
cavitação. l global, tornando a corticogênese humana menos vulnerável às
Vários estudos avaliaram o efeito de uln-assonografia ondas de uIn-assom."
pré-natal sobre a evolução neonatal e do lactente em modelos A declaração do American Institute of Ultrasound in
animais. Embora alg1.lI1s estudos tenham documentado pesos Medicine (AlUM) sobre a segurança clÍIuca da ultrassono-
mais baixos ao nascer, comprimentos mais curtos e contagens grafIa diagl1óstica reitera achados precedentes de que nenhum
din1inuídas de leucócitos em recém-nascidos que foram esca- bioefeito confirmado causado pela exposição a intensidades
neados in lItera, em comparação com controles, as diferenças tipicas dos instrumentos diagllósticos atuais jamais foi rela-
de tamanho desapareceram quando estudadas após 3 meses. tado em pacientes ou operadores dos instrumentos.z° Essa
Além disso, os parâmetros hematológicos normalizaram-se a declaração reconhece a possibilidade de que bioefeitos possam
essa altura. 12 Estudos do neurodesenvolvimento não revela- ser identificados no futuro, mas enfatiza os dados atuais que
ram diferenças sigluficativas em tarefas motoras ou cOgllitivas, indicam que os benefícios do uso prudente da ultrassonogra-
ou nas habilidades de aprendizado.1.l 2 Estudos que avaliaram fia diagnóstica superam os riscos, se os houver. 20 .21 Conforme
fetos e recém-nascidos humanos chegaram a conclusões seme- afi1\.mou Kremk au, 22 " mesmo se esse rISCO
. c
101' - n1ll1lmo
tao ,. que
lhantes. Os estudos ou não encontraram nenhuma diferença seja difícil de identificar, a prática prudente obriga a que medi-
em peso ao nascimento entre fetos expostos e não expostos, das de rotina sejam implementadas para mininuzar o risco,
ou observaram uma diferença que, embora estivesse presente enquanto se obtém a informação necessária para alcançar o
ao nascer, não estava presente aos 6 a 7 anos de idade. 13 . 1-l benefício diagnóstico. Esse é o princípio ALARA (as low as rea-
EXA ME UL TRASSO NOGRÁFICO OBSTÉTRICO 5
sonably adzievable = tão baixo quanto razoavelmente realizável) l OS países onde é praticado exame ultrassonográfico
do exame prudente" (Fig. l -I ). pré-natal de rotina, os pesquisadores observaram que o
O conhecimento do ultrassom e da sua segurança pelo exame ultrassônico é benéfico para deleclar malformações
ultrassonogralista é crucial para a implementação segura dessa congênitas, para diagnosticar gêmeos e placenta prévia, e para
modalidade. Merritt, em um editorial , melhor resumiu isso: identificar pacientes em risco de pós-maturidade e restrição do
"Em vista do crescimento rápido da ultrassonografia, e da crescimento intrauterino.24 .27 Embora essas observações sejam
sua proliferação nas mãos de Clúlicos minimamente treinados , claramente importantes , a principal questão ainda não respon-
é provávcl que mais paciente ejam lesadas a eada dia pelo dida é se a evolução das paciemes é melhorada de modo sig-
diagnóstico errado resultante de indicações inadequadas, má nificativo por exames ullrassol1ográficos de triagem. Em um
técnica de exame e erros na interpretação, do que por todos estudo no qual o uso de rotina do exame com ultrassom pré-
os bioefeitos."21 natal foi avaliado, os pesquisadores não encontraram benefí-
cio do uso de rotina da "ultrassonografia de consultório"28 A
maioria dos erros importantes de idade gestacional e a maio-
INDICAÇÕES DO EXAME ria das gestações gemelares foram suspeitadas clinicamente e
ULTRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO diagnosticadas por uma ulu"assonografia indicada, em oposi-
Em alguns países, 900f0 a 1000f0 das mulheres que procuram assis- ção a uma ultrassonografia de u"iagem. 28 Em um dos maiores
tência obstétrica fazem pelo menos um exame ultrassonográfico estudos do seu tipo, o estudo RADIUS (Routine Amenatal
durante a gravidez. 23 .24 Em Glasgow, Escócia, onde é empregado Diagnostic Imaging with Ultrasound) avaliou mais de 15.000
exame de rotina, o número médio de uJo-assonografias por pacientes de baLxo lisco em uma tentativa de determinar a
gravidez é 2,8. 25 Na Alemanha, três uJo-assonografias (semanas eficácia da ultrassonografia de triagem sobre a evolução peri·
9-12, 19-22 e 29-32) são realizadas rotineiramente durante a natal. 29 Pacientes de baLxo risco foram designadas aleatoria-
gravidez. 26 mente para fazer duas u ltrassonografias de triagem (com 15 a
Se a avaliação com ultrassom é relativamente segura e não 22 semanas e 31 a 35 semanas) ou para tratamento obstétrico
invasiva, e tem o potencial de fornecer importante informação convencional com ulu"assom usado apenas quando considera-
diagn óstica, então por que não usar essa modalidade em toda do clinicamente necessário. A conclusão do estudo foi que as
paciente grávida? Como se poderia imaginar, há muita contro- ultrassonograftas de triagem não melhoraram a evolução peri-
vérsia sobre essa única questão. natal e não tiveranl um benefício clinicamente significativo.
Os resultados do estudo RADIUS documentaram uma baixa
taxa de detecção de fetos anômalos (3 50f0 no grupo rastreado
versus 11 Ofo no grupo não rastreado) bem como uma baixa taxa
IMinimizar o risco de aborto (9 abortos por anomalias enu"e 7.685 fetos no grupo
triado, enquanto quatro gestações foranl interrompidas por
anomalias fetais detectadas entre 7.596 pacientes do grupo-
T ão controle).30 De modo semelhante, muitos estudos sinli1ares
I Minimizar a exposição I avaliando a eficácia da ultrassonografia de triagem também
B aixa examinaram a sensibilidade da avaliação com ultrassom para
a detecção de anomalias congênitas. 3 1 Esses estudos demons-
Q uanto
+
Usar somen- Minimizar
+
Minimizar a R azoavelmente
traram que em uma população de baLxo risco a sensibilidade
é baLxa, variando de 170f0 a 350f0, enquanto a especificidade
te quando o tempo de intensidade é bastante alta, de 990f0.32 .33 Qyando são efetuados exames
indicado exposição de exposição R ealizável direcionados em uma população de alto risco, a sensibilidade
A B
é significativamente melhorada, para mais de 900f0. 34.35 As
FIGURA 1-1. A minimização do risco pela minimização da exposição
(A ) c onstitui a base do prin c ípio TBQRR (8). IDe: Kremkau FW fedI:
principais críticas dos estudos RADIUS e outros semelhantes
Diagnostic Ultrasound: Principies and Instruments, 7th ed. Philadelphia, foram a baixa detecção de anomalias e abono em comparação
W8 Saunders, 2006. ) com estudos europeus e de outros países (Tabelas l -I e 1-2).
"Ult rassonografias realizadas antes de 24 semanas de ges tação em todas as séries exceto Robc n s fI al.S2
' 88 casos de d ilatação renal foram deduzidos do número publicado pelo autOr.
De: Andersoll N. Bom'd l O . DnfT G : Prcnatal sonograph)" fo r the de tcction o f fetal anomal ies : Results of a prospecti ve stnel)' and comparisoll \Vilh prior series . AJR Am J
Roelllgellol J65:943. 1995.
6 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
Taxa de Detecção de Anomalias Fetais Antes de 24 Semanas de Gestação em Comparação com Estudos
Publicados
N!!. de Anomalias na N!!. de Anomalias Porcentagem de Taxa de Detecçã o
Nome do Estudo População Detectadas Anomalias Detectadas por 1.000 Rastreadas
De: Anderson N, BosweU 0 , Duff G : Prenatal sonography for the detection of felal anomalies: Results of a prospective stud y and comparison with p,ior scries. AJR AmJ
Roentgenol 165:943, 1995.
Possíveis explicações para a variação na taxa de detecção uma lista de indicações pal'a a ultrassonografia obstétrica e
de fetos anômalos podem incluir (1) diferenças na avaliação ginecológi.ca. 37
neonatal, (2) diferenças na definição de uma grande anomalia,
(3) um status diferente de risco da população, (4) diferenças Estimativa da idade gestacional por avaliação ultrassono-
sobre o que é considerado uma ultrassonografia de rotina ou gráfica para confirmação da data para pacientes que serão
padrão, e (5) a perícia do examinador. 36 submetidas a partos cesarianos eletivos repetidos , indução
Mesmo se concluirmos que as ultrassonografias de tria- do trabalho de parto, ou interrupção eletiva da gravidez.
gem são uma empreitada valiosa, duas questões importantes Avaliação do crescimento fetal (quando a paciente tiver uma
ainda precisam ser analisadas. Primeiro, o custo dessa tarefa etiologia identificada pal'a insuficiência uteroplacentária,
seria grande. Com aproximadamente 4 milhões de partos como pré-eclâmpsia grave, hipertensão o'ônica, doença renal
nos Estados Unidos anualmente, o custo de se rastrear cada crônica importante, ou diohetes me/Litus grave, ou pal<t outras
mulher, com uma estimativa conservadora de $200 por complicações médicas da gravidez quando for suspeitada
exame, seria de $800 milhões. Se acrescentarmos o custo adi- desnutrição fetal, isto é, restriç.:'io do crescinlento intrauterino
cional de múltiplos exames, os custos adicionais de assistência ou macrossomia).
à saúde seriam acima de $1 bilhão. Dois argumentos principais Sangramento vaginal de etiologia indeterminada na gravi-
são frequentemente propostos para se contrapor à preocupa- dez.
ção com o custo da ultrassonografia de triagem. Primeiro, um Detem1inação da apresentação fetal quando a apresenta-
número importante de pacientes em hospitais públicos estaria ção não puder ser adequadanlente avaliada no trabalho de
em alto risco e, assim, provavelmente exigiriam avaliação parto.
ultrassonográfica de qualquer modo. Esse número pode ser Suspeita de gestação múltipla.
tão alto quanto 40% a 60% das pacientes. Segundo, uma críti-
Sujeito à alrulÍocentese (biópsia vilocorial).
ca importante do problema do custo relaciona-se com o custo
Discrepância importante tamanho uterino/datas clínicas.
do tratamento dos fetos anômalos não abortados. Argumenta-
Massa pélvica detectada cliIlÍcanlente.
se que, se o nascimento de uma criança com espinha bífida,
Suspeita de mola hidatiforme.
coração esquerdo hipoplástico ou trissomia 21 for evitado,
Adjunta à cerclagem cervical.
o custo poupado pagaria a triagem da população inteira de
baixo risco em uma área. 36 Além das discussões a respeito do Suspeita de gravidez ectópica.
custo, poderia ser proposto um argumento relacionado com a Adjunta a procedinlentos especiais.
qualidade de vida e ao benefício para a mulher grávida obti- Suspeita de morte fetal.
dos com um resultado de ultrassom normal. Suspeita de anormalidade uterina.
A segunda questão envolve as pessoas que executam os Localização de dispositivo intrauterino anticoncepcional.
exames de triagem. Muitos acreditam que a melhor soluç.:'io Vigilância de desenvolvimento de folículo ovariano.
seria ter virtualmente qualquer ultrassonografista para fazer a Perfil biofísico qUallto ao bem-estalo fetal (depois de 28
triagem, contanto que ele ou ela de bom grado se dispusesse semanas de gestação).
a encaminhar todas as anormalidades questionáveis a pessoas Observação de eventos intrapal"to (p. ex., versão/extração
mais experientes. Embora isso possa concebivelmente alivial' de segundo gêmeo, remoção manual da placenta).
o problema do exame falso-positivo, não atacal'ia as questões Suspeita de poli-hidrânmio ou oligo-hidrâmnio.
de uma anormalidade passal' despercebida devido à inexperi- Suspeita de descolanlento prematuro da placenta.
ência do examinador e de um grande número de exames de Adjunta à versão externa de apresentação pélvica para
"segunda vista" desnecessários. cefálica.
Como resultado da explosão no número de exanles ultras- Estimativa do peso e/ou apresentação fetal na ruptura pre-
sonográficos, diversas pessoas e organizações começaram o matura das membranas ou trabalho de parto prematuro.
processo de desenvolver um consenso de indicações para a Valor anormal de alfafetoproteína sérica (AFP) pal'a a
realização da ultrassonografia. Em 1983 a 1984, um painel dos idade gestacional cwlÍca quando colhida.
National LlStitutes ofHealth reuniu-se e, depois de obter infor- Acompanhamento de anomalia fetal identificada.
mação de vários ultrassonografistas experientes, desenvolveu História de anomalia congênita prévia.
EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO 7
Avaliação seriada do crescimento fetal em gestações múlti- exames eram diferentes de médico para médico. Havia a pre-
plas. ocupação de que com o número de exames aumentando dra-
Estimativa da idade gcstacional em registros tardios para maticamente, sua qualidade estivesse diminuindo. Em uma
tratamento pré-natal. tentativa de atacar esse problema, a Comissão de Ultrassom
do Colégio Americano de Radiologia, com pequena modi-
Embora possa haver algumas exceções, essa lista serve como ficação pelo AlUM, desenvolveu diretrizes para servirem
uma dirctriz útil para encaminhamento à ultrassonografia na como padrão para a efetivação do exame ultrassonográfico
avaliação da paciente obstétrica e ginecológica. obstétrico. 42 Essas diretrizes foram Ligeiramente modificadas
várias vezes, a última em 2003. 43 Embora possa haver ultras-
sonografistas que excedam essas diretrizes, elas servem como
QUEM DEVE EFETUAR O EXAME um padrão mínimo para todos os profissionais de ultrasso-
ULTRASSONOGRÁFICO E COMO ELE nografia obstétrica. 44 De uma maneira semelliante, o ACOG
DEVE SER REALIZADO? publicou um boletim técnico em 1988, foi revisado em
1993, com padrões muito semell1antes. 40 , 5
Teoricamente, a resposta a quem deve executar o exame ultras- Antes de discutir a execução do exame ultrassonográfico,
sonográfico deveria ser extremamente fácil. De fato, é uma das é necessário detalhar a termÍnologia que é usada para descre-
questões mais controvertidas relacionadas com a ultrassono-
ver o exame realizado na ultrassonografia obstétrica.
grafia. A resposta deveria ser que apenas pessoas que tenham
tido treinamento adequado (incluindo experiência didática
bem como "hands-on" [prática) supervisionadas) devem reali- Terminologia
zar e interpretar um exame ultrassonográlico.
A mais recente classificaçã043 dos exames
Há mais de 20 anos, o Grupo-Tarefa sobre
fetais pelo AlUM, ACR e ACOG agrupa os exames em
Treinamento para Diag11óstico em Ultrassonografia Obstétrica
quatro categorias principais: (A) O Exame U1trassonográfico
e Ginecológica elaborou diretrizes para o médico pós-residen-
te que completava programas de residência em radiologia do Primeiro Trimestre, (B) O Exame Padrão do Segundo ou
ou obstetrícia e ginecologia que não forneciam treinamento Terceiro Trimestre, (C) O Exame LinUtado e (D) Exames
formal em avaliação ultrassonográfica obstétrica e ginecoló- Especializados. Parece que a principal confusão sobre como
gica. 38 Essas diretrizes incluíam uma recomendação de um denon1Ínar esses exames é centrada nas categorias B e D.
múumo de 3 meses de experiência em avaliação de ultrassom O exame ultrassonográfico obstétrico padrão do segundo e
obstétrico e ginecológico. Além disso, foi recomendado que terceiro trimestres é frequentemente chamado exame de rotina,
esse treinamento incluísse 1 mês de treinamento supervisio- exame básico, exame Nível 1 ou exame ultrassonogr4fi.co completo.
nado e documentado em um serviço estabelecido de ultrasso- Embora alguns desses termos sejam aceitáveis, é necessário
nogTafia. Esse treinamento devia incluir física básica, téCIuca, algum esclarecimento dos exames Nível 1 e 2. Esses termos,
execução e interpretação. Ademais, o médico deveria obter 2 descrevendo exames ultrassonográficos, foram elaborados no
meses de experiência prática (pelo menos 200 exames) antes fim dos anos 1970 para avaliar mais profundamente as pacien-
de oferecer serviços como um médico competente em exame tes nas quais concentrações elevadas de alfafetoproteína (AFP)
ultrassonográfico diagnóstico. 38 ão há razão para acreditar foram detectadas em testes para defeitos do tubo neural. As
que nos 20 anos subsequentes, com a complexidade aumen- ultrassonografias Nível 1 eram efetuadas predomÍnantemente
tada desse campo, essas diretrizes não devam ser ainda mais para detec[ar problemas obstétricos que resultam em níveis
ngorosas. de AFP sérica matcrnos elcvados (gêmeos, gestações errone-
As batalhas por "campo de atividade" entre radiologistas amente datadas, morte fetal). Ultrassonografias Nível 2 eram
e obstetras sobre quem deve realizar o exame são desafortu- realizadas para identificar as anormalidades fetais (defeitos de
nadas. Contanto que o médico que realiza o exame seja ade- tubo neural aberto, defeitos da parede abdomÍnal) que esses
quadamente treinado e efetue o exame ultrassonográfico obs- programas eram projetados para detectar. 46 É importante
tétrico padrão mínimo, conforme as diretrizes do American assinalar que enquanto os indivíduos que fazem exames Nível
College of Radiology (ACR), AlUM e American College of 2 são usualmente proficientes em avaliar pacientes quanto a
Obstetricians and Gynecologists (ACOG), a especialidade do anomalias congênitas, isso não que dizer que o examinador do
examinador não in1porta. 39 AO Eu, no entanto, não acredito Nível 1 não seja experiente. 46 Em um excelente editorial sobre
na prática do autoencamÍnhamento. Exames por autoenca- o assunto, Filly"6 assinala que infelizmente alguns examinado-
minhamento tendem a ser efetuados cada vez mais frequen- res escolheram lIsar o termo "Nível 1" como um escudo para
temente,H e são, n1uitas vezes , menos "completos" e de uma incompetência. Como observa ele, a ultrassonografia Nível 1
qualidade mais baL--m do que quando são realizados por um não é definida pela capacidade téCIuca do examinador, nem
ultrassonografista dedicado. Exceto em localidades onde não pelo custo da instrumentação ultrassonográfica empregada.
há especialistas em ultrassom diagnóstico, as pacientes devem De fato , o exame Nível 1 "exige um alto grau de competência,
ser encaminhadas aos médicos cuja prática principal seja e é para todas as intenções e finalidades o exame ultrasso-
ultrassonografia diária. Os problemas potenciais de inconve- nográlico obstétrico padrão do 212 ou 3 Q trimestre, conforme
niência e diliculdade para marcar exames indubitavelmente descrito nas diretrizes do AlUM /ACRJACOG" recentemente
serão sempre remediados pelos médicos ultrassonografistas publicadas em 2003. 43
ansiosos por encanunhamentos. O exame especializado é muitas vezes designado Exame Nível
Embora a lista precedente de indica-;:ões clúucas aborde as 2 ou exam.e de escrutínio, ou exame direcionado. Como afirmam
circunstâncias nas quais a ultrassonografia deve ser efetuada, as dil'etrizes do AlUM /ACRJACOG, este é um exame ana-
não aborda o problema de como o exame deve ser executado. tômÍco detalhado que é realizado quando uma anomalia é
No começo dos anos 1980, tornou-se claro que os estudos de suspeitada com base na lustória, anormalidades bioquímÍcas ,
ultrassom obstétrico estavam sendo efetuados por uma varie- ou resultados de um exame linUtado ou padrão previamente
dade de pessoas com níveis díspares de treinamento e que os realizado .'13
8 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
Os indivíduos que efetuam o exame ultrassonográfico Neste livro, os termos idade gestacional e idadc menstmal são
são chamados sonognifistas ou sonoLogistas. Tradicionalmente, usados intercambiavelmente. O ponto importante a ser lembra-
o componente técnico e a produção inicial de imagens têm do por qualquer examinador não é qual termo necessariamen·
sido responsabilidade do sonografista (não médico), e o com- te é preferível, mas sim que a pessoa interpretando o exame e
ponente profissional e a interpretação das imagens têm sido o médico que o pediu usem ambos a mesma tenninologia.
responsabilidade do sonologista (médico). O grau de colabo- Outro termo frequentemente mal utilizado é polo fitaI.
ração entre os dois e o seu grau de envolvimento no exame Esse é um termo que deve ser abandonado. Ele é mais fre-
ultrassonográfico variam de localidade para localidade. Em quentemente usado para descrever a presença do emlmdo no
muitas partes do mundo, os exames são realizados predomi- exame do começo do primei.ro trimestre. O período embrio·
nantemente por médicos. Embora a contribuição dos sono- nário dura até o fim da 10a semana menstrual; durante esse
grafistas para o exame ultrassonográfico seja valiosa, deve tempo o concepto em desenvolvimento deve ser denominado
ser lembrado, conforme declarado pelo AlUM, que "Estudos embrião.
ultrassonográficos serão supervisionados e interpretados por
um médico com treinamento e experiência na área específica DIRETRIZES
da ultrassonografia. Os achados devem ser registrados e os
resultados comunicados de modo oportuno ao profissional de Em 2003 , foi desenvolvida a Practice Guidelillcjõr lhe Perjõmzance
saüde responsável pelo tratamento . Embora um sonografista 0/an Anteparlum Obstetnc Ullrasound Examination (Diretriz Prática
possa desempenhar um papel crítico em extrair a informação para Realização de um Exame Ultrassonográfico Obstétrico
essencial para derivar um diagnóstico, o fornecimento do Pré-Parto) peJo AlUM em colaboração com o ACR e o
diagnóstico final dos estudos com ultrassom representa prá- ACOG.43 Essa é uma modificação de diretrizes desenvolvi-
tica de medicina, e, portanto, constitui responsabilidade do das anteriormente que foram publicadas pela primeira vez
médico que supervisiona o caSO·'.47 em 1986. Essa diretriz é muitas vezes chamada diretrizes
Talvez o aspecto menos controverso dessa discussão seja da AlUM ou diretrizes. As diretrizes reais do ACRJAlUM/
quem deve interpretar O exame ulrrassonográfico. Isso, acre- ACOG estão apresentadas na Tabela 1-3. O que se segue é o
meu próprio conceito do que constitui um exame ultrassono-
dito eu, é simples. Só aqueles com treinamento adequado em
gráfico apropriado. Sob alguns aspectos, isso é uma expansão
um programa convencional de treinamento (p. ex., residên-
das diretrizes previamente mencionadas. Uma vez que esse
cia) no qual há palestras didáticas, exame com as próprias
texto de multiautoria é essencialmente uma revisão detalhada
mãos, e supervisão médica na execução e interpretação de
do exame ultrassonográlico obstétrico, reconheço que o meu
ultrassonografia devem efetuar e interpretar ultrassonografia.
ponto de vista neste capítulo e aqueles dos autores dos capítu-
Treinamento pelos especialistas em treinamento do fabricante los subsequentes podem diferir.
ou rninicursos de 1 a 2 semanas não constituem treinamento
adequado em ultrassonografia.
EQUIPAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DE
Léxico de Ultrassonografia ULTRASSONOGRAFIA
Sem düvida há centenas de termos usados em obstetrícia e Parece que sempre haverá diferenças de opinião sobre quais
ultrassonografia que são incorretos ou confusos. Muitos des- máquinas de ultrassom produzem as melhores imagens.
ses termos serão considerados mais adiante neste capítulo e Com o estado atual da tecnologia de ultrassonografia , essas
diferenças são frequentemente subjetivas, particularmente
em outros capítulos neste livro. Duas áreas nas quais a termi-
quando se discutem máquinas no estado da arte. A maioria
nologia frequentemente é mal urilizada ou mal compreendida
das máquinas de ultrassom usa tecnologia de tempo real em
em ultrassonografia obstétrica são vitalidade e idade fetais. O
arranjo de fase. A tecnologia u'idimensionaJltetradimensional
termo viabilidade é definido como a capacidade de sobreviver
de ultrassom ainda está na sua infância, e o seu papel no
no ambiente extrauterino. Mesmo em casos de exames no
exame ultrassonográfico está aumentando, mas ainda neces-
terceiro trimestre muito adiantado, essa afirmação não pode sita ser avaliado.
ser usada com certeza completa. Eu prefiro afirmar que o Uma questão controversa é qual transdutor deve ser
embrião ou feto está vivo) se este for o caso, e usar o termo usado para o exame ultrassonográfico. A resposta é: tantos
inviável para os embriões ou fetos que estão mortos ou não transdutores quantos forem necessários usar para responder
são capazes de sobreviver no ambiente extrauterino. Falência à pergunta pela qual a paciente é encaminhada. Há uma con-
gestacional precoce é outra maneira, talvez melhor, de comu- cepção errada de que o mais novo transdutor introduzido por
nicar essa informação. um fabricante pode ser o ünico que é necessário. Qy ando os
O segundo termo frequentemente causador de confusão transdutores setoriais e, finalmente, os transvaginais foram
é idade gestacional. Tomado como dito, esse termo parece sig- apresentados pela primeira vez, muitos clínicos acreditaram
nificar a idade real do feto desde a concepção até o presente. que esses transdutores , unicamente, poderiam ser usados
De fato, esse termo, que é amplamente usado pelos obstetras para o exame inteiro. Muitos descobri.ran1 que usar um único
e ultrassonografistas, mais frequentemente é tomado como transdu tor restringe o campo de visão ou a visualização de
sinônimo de idadc menstrual. Idade menstrua! refere-se à duração detalhe, tornando mais difícil o diagnóstico.
de tempo calculada desde o primeiro dia da ültima menstrua- O s transdutores mais comuns, que são os burros de carga
ção até o ponto no qual a gravidez está sendo avaliada . A do laboratório de ultrassom, são um transdutor linear, um
idade verdadeira do embrião ou feto , a idade fitaL, raramente transdutor setorial (3 a 5 M H z) e um transdutor transvaginal
é conhecida com exatidão, a não ser que a paciente tenha (5 a 10 MHz). Os transdutores de frequências mais altas são
se submetido a fertilização assistida ou tenha menstruações mais üteis para obter imagens de alta resolução, particular-
extremamente regulares e o dia da concepção seja conhecido. mente no campo proximal, e os transdutores de frequências
Alguns examinadores subtraem 2 semanas da idade menstrual mais baixas são üteis nas circunstâncias em que é necessária
para chegar à idade fitaL. uma penetração maior do fei.xe de ultrassom. Variações da
EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO 9
Os aspectos clinicos desta di.retriz (Especificações do Exame e Especificações do Equipamento) foram desenvolvidos com colaboração de A.1llerican
Institute of Ultrasound in Medicine (AIUM), Amcrican CoUcgc of Radiology (ACR) e American CoUege of Obstetricians and Gynecologists
(ACOG). As recomendações quanto aos requisitos dos médicos, documentação do procedimento e conu'ole da qualidade variam entre essas
organizações e sào consideradas por cada uma separadamente
Esta diretriz foi desenvolvida para uso por médicos quc realizam estudos ultrassonográficos obstélricos. Ultrassonografia fetal deve ser efetuada
apenas quando há uma razão médica válida, e os mais baixos possíveis de exposição ulo-assonográfica devem ser usados para captar a
informação diagnóstica necessária. Um exame limitado pode ser realizado em emergências clinicas ou para uma finalidade limitada, como avaliação
da atividade cardíaca fetal ou embrionária, situação fetal ou volume de liquido amniótico. Um exame limitado de acompanhamento pode ser
apropriado para reavaliação do tamanho fetal , ou crescimento de intervalo, ou para reavaliar anormalidades uotadas previamente, se um exame
precedente estiver gravado
Embora esta di.retriz descreva os elementos-chave de exames ulu'assonográficos padrão no primeiro rrimesrre e no segundo e terceiro trimesrres ,
um exame anarômico mais detalhado do feto pode ser nccessário cm alguns casos, como quando uma anormalidade é encontrada ou suspeitada
no exame padrão ou em gestações de altO risco para anomalias fetais . Em alguns casos, ourros exames especializados podem ser rambém
necessános
Embora não seja possível detectar todas as anomalias congênitas esmlrurais com uln-assonografia diagnóstica, a adesão às diretrizes seguintes
maximizará a possibilidade de detecção de muitas anormalidades fetais
Parte I
Especificações do Exame
A. Exame Ultrassonográfico no Primeiro Trimesrre
1. Indicações
Um exame ultrassonográfico pode ser de benefício em muiras circunstâncias no primeiro rrimestre da gravidez, incluindo, mas não limirado
a, as seguintes indicações;
a. Confu'mar a presença de uma gravidez imrauterina
b. Avaliar uma suspeita de gravidez ectópica
c. Definir a causa de sangramento vaginal
d. Avaliar dor pélvica
e. Estimar a idade gestacional (menstrual)
f. Diagnosricar ou avaliar gestações mültiplas
g. Confirmar atividade cardíaca
h. Como adjunto a biópsia vilocorial, transferência de embrião e localização e remoção de um dispositivo intrauterino (DIU)
J. Avaliar massas pélvicas maternas e/ou anormalidades uterinas
j. Avaliar suspeira de mola hidatiforme
Comentário
Um exame limitado pode ser realizado para avaliar intervalo de crescimento, esrimar volume de líquido amniótico, avaliar o colo do ürero e
avaliar a presença de atividade cardíaca
2. Parâmetros de exame
Comentário Global
O exame no primeiro rrimeso'e pode ser realizado transabdominalmente ou n·ansvagi.nalmeme. Se um exame transabdominal não for
defmitivo, um exame ll·ansvagi.nal ou o'ansperineal deve ser realizado sempre que possível
a. O ütero e a.nexos devem ser avaliados quanto à presença de um saco gestacional. Se um saco gestacional for visto, sua localização
deve ser documentada. O saco gestacional deve ser avaliado quanto à presença ou ausência de uma vesícula vitelina ou embrião, e o
comprimento cabeça-nádega deve ser registrado, quando possível
Comentário
O comprimento cabeça-nádega é um indicador mais exato da idade gestacional que o diâmetro do saco gestacional. Entretanto, o
diâmetro médio do saco gestacional deve ser regisll'ado quando um embrião não for identificado
Cuidado deve ser aplicado ao fazer o diagnóstico presuntivo de um saco gestacional na ausência de um embrião ou vesícula vitelina
definida. Sem esses achados, uma coleção liquida intrauterina poderia representa.r um pseudossaco gestacional associado a uma gravidez
ectópica
b. Presença ou ausência de atividade cardíaca deve ser registrada
Comentário
Com exames rransvaginais, barimento cardíaco usualmente é observado quando o embrião tem 5 nun ou mais de comprimento. Se um
embrião com menos de 5 Inm de comprimento for visto sem atividade carruaca, um exame adicional em um momento subsequente
pode ser necessário para documentar atividade cardíaca
Continna
10 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
[ Tabela 1-3 [ Diretrizes para Realização do Exame Ultrassonográfico Obstétrico Pré-parto - continuação
c. Número fetal deve ser relatado
ComentiÍl;o
Amnionicidade e corionicidade devem ser documentadas em todas as gestações múltiplas quando possível
d. Avaliação do útero, das estruturas anexiais e do fundo·de-saco deve ser realizada
Comentário
Presença, localização e tanlanho de leiomiomas e massas anexiais devem ser regisu·ados. O fundo-de-saco deve ser investigado quamo à
presença ou ausência de líquido
B. Exame no Segundo e Terceiro Trimestres
1. Indicações
Ulnassonografia pode ser um benefício em muitas situações no segundo e terceiro trimestres, incluindo, mas não limitada a, as seguintes
circunstâncias: (adaptado de National Institutes of Health. Diagnostic Ultrasound Imaging in Pregnancy: Report of a Consensus. NIH
Publication 84-667. Washington, DC : US Govemment Printing Oflice; 1984)
a. Estimativa da idade gestacional
b. Avaliação do crescinlento fetal
c. Sangramento vaginal
d. Dor abdominalJpélvica
e. Colo uterino incompetente
f. Determinação da apresentação fetal
g. Suspeita de gestação múltipla
h. Adjunto à amniocentese
I. Discrepância importante entre tamanho uterino e datas clínicas
j. Massa pélvica
k. Suspeita de mola hidatiforme
l. Adjunto à cerclagem cervical
m. Suspeita de gravidez ectópica
n. Suspeita de morte fetal
o. Suspeita de anormalidade uterina
p. Avaliação do bem-estar fetal
q. Suspeita de anormalidade do líquido amniótico
r. Suspeita de descolamento da placenta
s. Adjunto à versão cefálica externa
t. Rupmra premamra das membranas e/ou trabalho de parto premamro
u. Marcadores bioquímicos anormais
v. Avaliação de acompanhamento de uma anomalia fetal
w. Avaliação de acompanhamento de localização placentária quanto a placenta prévia
x. História de anomalia congênita prévia
y. Avaliação da condição fetal em pacientes que iniciam o tratamento pré-natal tardiamente
Em certas circunstâncias clínicas, pode estar indicado um exame mais detalhado da anatomia fetal
2. Parâmetros de imagem para um exame fetal padrão
a. Atividade cardíaca, número e apresentação fetais devem ser relatados
Comentário
Frequência e/ou ritmo ca.rdíaco anormal devem ser relatados
Gestações múltiplas exigem a documentação de informação adicional: corionicidade, amnionicidade, comparação de tamanhos fetais ,
estÍn1ativa do volume de líquido amniótico (aumentado, diminuído ou normal) em cada lado da membrana e genitália fetal (quando
visualizada)
b. Uma estimativa qualitativa ou semiquantitativa do volume de líquido amniótico deve ser relatada
Comentário
Embora seja aceitável examinadores experientes estimarem qualitativamente o volume de líquido anmiótico, métodos semiquantitativos
também foram descritos para essa finalidade (p. ex., índice de líquido anmiótico, bolsão isolado mais profundo, diâmetros de 2 bolsões)
c. A localização, aparência e relação da placenta com o orifício interno do colo devem ser registradas. O cordão umbilical deve ser
examinado, e o número de vasos no cordão deve ser avaliado quando possível
Comentário
f reconhecido que a posição placentária aparente no começo da gravidez pode não se correlacionar bem com a sua 10calizaç.1.0 na época
do parto
Vistas transabdonúnais, transperineais ou transvaginais podem ser úteis para visualizar o orifício interno do colo e sua relação com a
placenta
Ulnassonografia transvaginal ou transperineal pode ser considerada se o colo parecer encurtado ou se a paciente se queixar de
conrrações uterinas regulares
d . Avaliação da idade gestacional
Medição cabeça-nádega no primeiro trimestre é o meio mais preciso de datação ultrassonográfica da gravidez. Além desse período, uma
variedade de parâmetros ultrassonográficos, como diâmeno biparietal, circunferência abdominal e comprimento da diáfise femoral , pode,
ser usada para estimar a idade gestacional. A variabilidade das estimativas da idade gestacional, 110 entanto, aumenta com o avanço
Gol/til/ua
EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO 11
Collt11l11a
12 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
Modificado de Guideline for the antepanum obstelricaJ ultrasound exanúnaúon.J Ultrasound Mcd 22 :116, 2003.
tecnologia de transdutores incluem transdutores lineares que usavam filme radiográfico. Essas câmeras acrescentaram
convexos e sondas multifrequenciais, bem como sondas que alguma !1exibilidade, mas não eram isentas dos seus próprios
permitem imagem com harmônica e tridimensional, e exame problemas, incluindo a inconstância e o tempo de manutenção
Doppler de fluxo. dessas câmeras, bem como a complicação adicional do tempo
Q11alquer que seja a tecnologia usada, o exame deve ser e materiais de processamento. Alguns laboratórios escolheram
documentado em alguma forma de cópia permanente. A videoteipe como meio de documentação para evitar algumas
finalidade da documentação é dupla. Primeiro, a identificação dessas dificuldades. A dificuldade com esta metodologia é
das estruturas normais é importante para que elas possam o tempo exigido para ver e comparar planos individuais de
ser vistas retrospectivamente e comparadas com imagens corte, particularmente quando são demonstrados processos
subsequentes, se processos patológicos forem posteriormente patológicos. Na ültima década, muitos centros de imagem
demonstrados. Segundo, se um problema patológico for iden- implementaram sistemas de arquivamento e comunicação
tificado, ele pode ser mostrado a examinadores de referência, de imagens (PAeS, picture archiving al1d communicatiol1s Sjstems).
que farão exames adicionais. Esses sistemas possibilitam o armazenamento de imagens
Inicialmente, os laboratórios usavam filme de processa- ultrassonográlicas digitais em computadores e a transmissão
mento rápido do tipo Polaroid para documentação em cópia de estudos completos para estações de trabalho de computa-
permanente. O custo e a dificuldade de montar essas imagens dor para análise e interpretação. A qualidade das imagens é
tornaram impraticável esse método. Muitos laboratórios excelente com esses sistemas. A economia em custos de filmes
então se voltaram para câmeras eletrônicas de multiformato e tempos de revelação frequentemente compensa o custo das
EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO 13
estações de análise em computador. Similarmente, imagens cional deve ser feita quando um exame ultrassonográfico
digitais também podem ser transmitidas a localidades distan- é efetuado no primeiro trimestre. Os dois métodos mais
tes (telemedicina) para revisão e assessoria. 48 comuns de estimar a idade gestacional são o diâmetro médio
Além do filme em cópia permanente, ou imagens arma- do saco gestacional e o comprimento cabeça-nádega. Durante
zenadas digitalmente, um laudo escrito do exame ultrassono- muitos anos, o comprimento cabeça-nádega tem sido acla-
gráfico deve ser incluído no prontuário médico da paciente. mado como o método mais confiável para estimar a idade
Qyando estão presentes processos patológicos importantes, gestacional intraútero. O comprimento cabeça-nádega é um
o médico encaminhador deve ser notificado imediatamente, método altamente exato de estimativa da idade gestacional
antes que a paciente deL'(e a área de exame. Essa comunicação usando-se avaliação ultrassonográfica (precisão de 3 a 7
imediata deve ocorrer não apenas em casos de malformações dias). Olmas medições , como a circunferência cefálica ou o
fetais mas também em casos de oligo-hidrânmio, movimento comprimento do fêmur, efetuadas no segundo trimestre, são
retal diminuído e macrossomia. A notificação ao médico deve quase ig'ualmente exatas e têm o benefício adicional de per-
ser documentada. mitir a avaliação da morfologia fetal com maior proveito em
um feto maior. Eu acredito que o exame ultrassonográfico no
primeiro trimestre não deve ser feito com a única finalidade
o EXAME ULTRASSONOGRÁFICO NO de obter medidas mais exatas , se não houver uma razão clí-
PRIMEIRO TRIMESTRE nica pela qual ele não possa ser feito no segundo trimestre.
Indicações clínicas , tais como estimativa correta da idade
Identificação de uma Gravidez gestacional para saber quando administrar outros testes
Intrauterina subsequentes, como triagem sérica mate rna e anmiocentese,
são exemplos.
As pacientes encaminhadas para avaliação ultrassonográfica
no primeiro trimestre muitas vezes têm sangramento vaginal,
o qual levanta a questão de uma gravidez ectópica ou uma
ameaça de aborto . O principal objetivo da avaliação ultras- Anormalidades Morfológicas
sonográfica no primeiro trinlestre é determinar se a gravidez
é intrauterina e se o embrião está vivo. Com o equipamento Desde o advento dos transdutores transvaginais, apareceram
dos dias presentes , particularmente transdutores transvaginais, numerosos relatos documentando anormalidades morfológi-
essas tarefas devem ser facilmente realizadas nos estágios cas detectadas no estágio embrionário no primeiro u-imestre.
muito iniciais da gestação. O mesmo cuidado tomado para Foram descritas anormalidades comprometendo virtualmente
concluir que uma gravidez no segundo ou terceiro trimestre todos os sistemas de órgãos. À luz desses relatos, frequente-
tem uma malformação letal deve ser aplicado para decidir que mente me perguntam quando é o momento mais inicial em
uma gTavidez inicial é inviável. Se houver dúvida razoável que uma anormalidade particular pode ser detectada. Minha
sobre a vitalidade embrionária, uma repetição do exame em 7 resposta é muitas vezes que, embora a detecção precoce de
a 10 dias invariavelmente tornará inquestionável a conclusão. uma anormalidade morfológica seja útil, a detecção inequívo-
ca confiável de uma anormalidade é ainda mais importante.
A menos que se esteja extremamente confiante da existência
Número Embrionário/Fetal de uma anormalidade no primeiro trimestre, um exame de
Não há nen huma dúvida de que, com um exanle cuidadoso, acompanhamento deve ser efemado.
O número verdadeiro de embriões pode ser determinado com Embora haja vários pesquisadores que advogam exame
precisão no primeiro trimestre. A literatura tem enfatizado mais precoce das gestações quanto a anormalidades, há pou-
que é importante não superestimar o número de gestações em cos que acreditam que isso deva ocorrer no primeiro trimestre.
desenvolvimento interpretando erradamente achados como Devemos nos precaver COl1O-a quatro armadilhas potenciais
"sinal de duplo saco", líquido na cavidade uterina, a vesícula no diagnóstico no primeiro trimestre: (1) a posição normal
vitelina, ou a presença do âmnio como evidência de múltiplos extra-abdominal do intestino embrionário simulando um
sacos ou embriões e assim gestações múltiplas. Enu'etanto, defeito da parede abdominal , (2) a proeminência das vesículas
o examinador pode do mesmo modo subestimar o número cerebrais em desenvolvimento (rombencéfalo), (3) o potencial
de gestações e embriões em desenvolvimento, se uma ava- diagnóstico falso-negativo de anencefalia e (4) o diagnóstico
liação completa do saco gestacional não for feita para todos falso-positivo de anormalidades do verme cerebelar e do
os Minha experiência é que, quando gestações corpo caloso por não es.tarem essas
múltiplas passam despercebidas usando-se avaliação ultras- desenvolVidas em uma Idade gestaclOnalll1IClal.'o-,
sonográfica, isso se deve usualmente por causa de um exame
abaixo de ótimo no primeiro trimestre. A cabeça (coroa) de
um embrião pode ser acrescentada ao corpo (nádega) de um Placenta
embrião adjacente e serem medidas como um único embrião.
Esse erro de diagnóstico, evidentemente, só ocorre em gesta- Em gestações muito iniciais , pode ser difícil averiguar o local
ções monocoriônicas. É por essas razões que alguns investiga- da placenta em desenvolvinlento. Se, no entanto , o examina-
dores preferem que, se um exame ultrassonográfico for feito dor puder identificar com confiança o local da inserção, se
concentrando-se no número fetal , ele seja feito do começo ao anterior ou posterior, essa informação deve ser documentada.
meio do segundo u-imestre da gravidez. Há vários casos nos quais o exame ultrassonográfico no início
do primeiro trimestre é o ünico exame obtido durante a gra-
videz. Mais tarde, na gravidez, se uma anmiocentese ou uma
Estimativa da Idade Gestacional
cesariana for planejada e nenhum equipamento de ultrassom
O assunto da estimativa da idade gestacional é coberto de estiver dispOlúvel, seria útil saber a localização da placenta a
detalhes no Capímlo 7. Alguma estimativa da idade gesta- partir de um exame antecedente.
14 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
A
p
B
FIGURA 1-2. A. Ilustração de um plano transversal de corte do útero grávido. O feto está em apresentação cefálica, de modo que este corte
transec iona o abdome fetal transversalmente. B. Plano longitudinal de corte do mesmo feto. Estas imagens são vistas com a cabeça materna
à esquerda da imagem gravada.
16 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
B Situação Longitudinal
A Situação longitudinal
Apresentação Pélvica
Apresentação cefálica
Estômago
Veia umbilical
Coluna vertebral
rI
Vesícula biliar
A B
FIGURA 1-3. o conhecimento do plano de corte através do abdome materno (longitudinal ou transversal) , bem como da posi ção da coluna
vertebral fetal e estruturas esquerdas lestômago) e direitas Ivesícula biliar) , pode ser usado para determinar a situação fetal e a apresentação.
A. Est a varredura transversal do útero grávido demonstra a coluna vertebral fetal à direita da mãe, com o feto deitado com o seu lado direito
para baixo lestômago anterior , vesícula biliar posterior). Como estas imagens são vistas olhando-se a partir dos pés da paciente, o feto deve
estar em uma situação longitudinal e apresentação cefálica. B. Quando o útero grávido é escaneado transversalmente e a coluna vertebral
fetal está à esquerda da mãe, com o lado direito para baixo, o feto está em uma situação longitudinal e apresenta ção pélvica . C. Quando um
plano de corte longitudinal demonstra o corpo fetal transecionado transversalmente e a coluna vertebral fetal está mais próxima do segmento
inferior do útero com o lado direito fetal para baixo , o feto está em uma situação transversa com a cabeça fetal à esquerda da mãe . D. Quando
um plano de corte longitudinal demonstra o corpo fetal transecionado transversalmente e a coluna vertebral fetal está mais próxima do fundo
do útero com o lado direito fetal para baixo , o feto está em uma situação transversa com a cabeça fetal à direita da mãe. Embora o exame
em tempo real do útero grávido rapidamente permita ao observador determinar situação e apresentação fetais , esta manobra de identificar
estruturas específicas direitas e esquerdas dentro do corpo fetal obriga a determinar com exatidão a situação fetal e a identificar a anatomia
fetal normal e patológica .
pode submeter a paciente a restnçoes importantes do estilo com ulrrassom tornou necessário que a detecção de anomalia,
de vida que não ocorreriam se não houvesse uma placenta de mancira geral, seja um exame di1-igido. Examinar todas as
prévia. Entretanto, se depois de uma variedade de manobras pacientes quanto a todas as anomalias seria altan1ente imprati-
e transdutores (posição de Trendelenburg, esvaziamento da cável. Felizmente, a maioria das grandes anomalias é detectada
bexiga, exame transperineal ou transvaginal) ainda houver como parte de uma avaliação de rotina com várias pequenas
i.nsegurança em relação à margem da placenta com o orifício modificações.
interno do colo, a placenta deve ser interpretada como de Malformações congênitas importantes são diagnosticadas
inserção baixa, e uma placenta prévia não pode ser excluída. em 40/0 a 80/0 dos lactentes durante o primeiro ano de vida.26
Eu prefiro relatar a distância da margem inferior da placenta Malformações congênitas são a principal causa isolada de
ao orifício interno, em vez de confiar em termos que podem mortalidade de lactentes nos Estados Unidos, responsabilizan-
ter significados diferentes (p. ex., placenta marginal). do-se por mais de 21 % de todas as mortes de lactentes ?6 Nos
Descolamento prematuro da placenta é um diagnóstico Estados Unidos, foi estimado que 100.000 a 150.000 crianças
que muitas vezes é difícil de fazer usando-se ultrassonografia. nascem a cada ano com gTandes malformações congênitas , e
Deve ser lembrado que o miométrio e seus vasos, bem como aproximadamente 8.000 desses bebês morrem antes de com-
uma contração miometrial transitória, podem simular um pletar seu primeiro ano de vida .26 Crianças com malforma-
hematoma, e que esses potenciais diagnósticos falso-positivos ções congênitas são responsáveis por aproximadamente 30%
devem ser evitados. Uma vez que a maioria dos médicos das internações pediátricas, e o custo total da assistência à
sabe que descolamento da placenta é um diagnóstico difícil, saúde é estimado em mais de $1,4 bilhão anualmente.26 ,61.62
eles frequentemente encaminhan1 as pacientes para avaliação Conforme foi mencionado na discussão do exame ultras-
ultrassonográfica a fim de excluir uma placenta prévia, e não sonográfico no primeiro trin1estre, anomalias fetais foram
paTa ver especificamente o descolamento. Pacientes com um descritas em virtualmente todo sistema de órgãos em quase
descolamento placentário verdadeiro podem nunca ser vistas toda idade gestacional. Há muita controvérsia sobre quando
no laboratório de ulu'assom, e iT direto para o trabalho de deve ocorrer um exame abrangente de uma gravidez. Houve
pano e o parto. um desejo de muitos de realizar essa tarefa em uma época
Vasa jm:via, que é uma variação da anatomia do cordão imediatamente antes de uma amniocentese (14 a 16 semanas)
umbilical em vez de uma anormalidade placentária, é uma ou mesmo mais cedo, na época da medição da translucência
condição séria e muitas vezes despercebida. Isso ocorre quan- nucal. 63 Em particular, três vantagens foram citadas com
do vasos fetais cruzam o orifício intemo do colo em uma frequência: (1) anormalidades transitórias como translucência
tentativa de alcançar a substância principal da placenta. Pode nucal aumentada e intestino ecogênico (que podem servir
resultar em exsanguinação fetal durante o pano, e deve ser como marcadores de anormalidades cromossômicas e eSU'utu-
suspeitado em casos de uma inserção velamentosa do cordão rais) podem desaparecer se o exame for feito pela primeira vez
ou um lobo acessório da placenta. após 16 semanas;64 (2) estruturas como as mãos fetais podem
ser vistas mais facilmente, particularmente com dedos estendi-
dos, do que mais tarde na gravidez 64 e (3) se necessário, uma
Malformações Fetais interrupção pode ser mais facilmente aceita e menos perigosa
o assunto de malformações fetais está entre as questões mais do que no fmal da gestação. 64 Embora seja verdade que
agravantes, emocionalmente, que os pais ou o examinador muitas anormalidades morfológicas serão detectadas particu-
podem ter de enfrentar. É de interesse que esse assunto seja larmente quando se usa uma sonda transvaginal, certas anor-
dominante na mente dos pais durante o exame ultrassonográ- malidades da face, coração e esqueleto não serão detectadas
fico apesar das indicações ou do aconselhan1ento pré-ultras- em idades gestacionais iniciais. Similarmente, certos estágios
sono gráfico que eles possam ter recebido. Um estudo inte- do desenvolvimento embriológico, como O desenvolvimento
ressante de Eurenius et al. 60 avaliou 303 mulheres grávidas e do verme cerebelar e do corpo caloso, não estão completos até
seus parceiros em uma tentativa de avaliar o aconselhamento o meio ao fim do segundo trimestre. Se houver luxo econô-
pré-exame e o fornecimento de informação e suas expectati- mico em efetuar diversos exames ultrassonográficos durante a
vas antes, e experiências durante e depois de uma ulu'assono- gravidez, um exan1e de 11 a 16 semanas de gestação, seguido
grafia de rotina no segundo trimestre. Embora a informação por um exame de 22 a 24 semanas de gestação, poderia ser °
dada antes do exame declarasse claramente que as principais ideal. Certamente é razoável excluir anormalidades grosseiras
finalidades do exame eran1 a datação e a detecção de gestação e potencialmente letais durante a época do exan1e de translu-
múltipla, 89% das mulheres e 84% dos homens pensavam que cência nucal. Isso obvian1ente afetaria a cronologia do exame
a finalidade do exame era detectar anomalias. "A preocupação seguinte. Entretanto, minha recomendação é que se um único
predominante dos pais é que o bebê seja sadio e não tenha exame ultrassonográfico ou um exame direcionado (n.ível 2)
malformações, e, apesar da informação de que 'algumas mal- for efetuado, ele deve ser feito com a idade gestacional de 20
formações sérias podem ser detectadas', muitos pensam que o semanas. A razão para isso é que o feto terá tamanho suficiente
procedimento é para detecção de malformações fetais, e um para excluir a maioria das anorn1alidades e ainda daria tempo
tipo de atestado de saúde."60 para um exame de acompanhamento, se necessário. Tenho
Durante os últimos 10 anos, a avaliação ultrassonográ- observado frequentemente que anormalidades que não eram
fica sofreu uma transformação que nos permitiu responder vistas com 16 a 18 semanas de idade gestacional se tornan1
não apenas à pergunta básica sobre a paciente estar grávida, aparentes com 19 a 20 semanas. A leve perda de precisão ao
mas também a de uma anomalia fetal estar presente. Como atribuir a idade gestacional a essa altura vale bem a pena pelo
anormalidades de tamanho cada vez menor são identificadas, ganho na visibilidade da anatomia e patologia fetais.
agora a questão se torna o grau de tranquilização que uma A paciente e o médico encaminhador devem ser infor-
paciente deve esperar de um relatório, quando nenhuma mados de que durante o exame ultrassonográfico padrão,
anomalia foi vista durante um exame ultrassonográfico de embora muitas anormalidades possam ser detectadas fortui-
rotina. Essa é uma questão complexa. O grande número de tamente, lesões mais sutis tendem a ser detectadas somente
estruturas anatômicas que podem ser detectadas pelos estudos quando se sabe que o feto está em risco de uma malformação
EXAME UL TRASSONOGRAFICO OBSTÉTRICO 19
específica. Malformações anatômicas tendem a crescer duran- sar, pela qual a corionicidade não possa ser determinada neste
te a gravidez à medida que o feto cresce; um defeito visto tempo. O mesmo é verdade quanto à visualização dos tratos
ao nascimento pode ter sido demasiado pequeno para ser de ejeção cardíacos no segundo e terceiro trimestres. Não há
detectado na gravidez. Algumas lesões , como atresia duodenal dúvida de que a demonstração dos tratos de ejeção tem uma
e acondroplasia heterozigótica, podem não se manifestar até curva de aprendizado defmida que é necessário conquistar.
tarde no segundo trimestre. Finalmente, é importante os sono- Entretanto, uma vez aprendida, os tratos de ejeção devem
logistas conhecerem os limites da sua experiência. Se uma ser demonstrados em mais de 90% das pacientes.66 a seção
malformação for suspeitada e o examinador tiver tido pouca sobre as extremidades, as pernas e os braços são menciona-
experiência com a anormalidade em questão, o caso deve ser dos . Medicamente, isso significaria somente a tíbia/fíbula e o
encaminhado a um examinador mais experiente. Só dessa úmero. Acredito que a intenção era que o fêmur, úmero, tíbia,
maneira as pacientes serão mais bem assistidas. fíbula , rádio e ui na fossem avaliados.
O sexo do concepto foi dito como, "Medicamente indi-
cado em gestações de baixo risco apenas para avaliação de
Útero e Anexos gestações múltiplas". Penso que conheço a intenção, mas
A avaliação do útero e anexos torna-se mais difícil quanto teria dito diferentemente. Eu teria dito que o sexo deve ser
mais tarde na gestação ocorrer o exame. As anormalidades demonstrado em gestações simples quando medicamente
mais comuns que tendem a ser detectadas são miomas ute- indicado para diagnóstico e aconselhamento. Exemplos desse
rinos. Conforme assinalado anteriormente, é in1ponante tipo de indicação incluiriam hemofilia ou obstrução urinária
medir o tamanho do mioma, registrar a localização e defmir distal , tentando fazer uma diferenciação (válvulas da ure-
a sua relação com o colo. Se anormalidades ovarianas forem tra posterior [transtorno predominantemente masculino] de
suspeitadas e não vistas, as pacientes deverão fazer um exame uma anormalidade cloacal [transtorno predominantemente
pós-parto. feminino]) . Qyamo às gestações múltiplas, há muitos que
contestariam dizer que alguma gravidez múltipla é de baL'{o
risco . Deveria ter sido dito que, quando a corionicidade é
Verbosidade Usada nas Diretrizes do difícil de determinar em gestação múltipla, a determinação do
AIUM/ACRlACOG sexo, quando diferente entre os gêmeos, será útil para excluir
As comissões e os membros individuais do AIUM, ACR e monocorionicidade.
ACOG que ajudaran1 a desenvolver as diretrizes descritas Qyanto à determinação do peso, é feita uma declaração
anteriormente fizeram um excelente trabalho. Não é fácil que "Atualmente, mesmo os melhores métodos de predição
produzir um documento como este que seja amplamente do peso fetal podem fornecer erros tão altos quanto ±15%".
aplicável aos médicos ultrassonografistas. Há algumas áreas Embora eu concorde com isso em conceito, eu não teria
em que eu acredito que a escolha das palavras não foi clara colocado, como parece ser, um limite superior aos erros
e gostaria de dar minha própria sugestão de interpretação. O na estimativa do peso. Isso parece significar que números
leitor deve ler o editorial a respeito desse assunto concernente maiores que este estariam abaixo do padrão de tratamento.
a dois dos pontos levantados pelas diretrizes. 65 Particularmente em fetos macrossômicos, eu tenho visto erros
E compreensível que as diretrizes tenham tentado dar tão altos quanto 25% a 30% daquilo que pareceu ser biome-
ao médico uma ampla latitude nos requisitos para o exame tria razoável.
ultrassonográfico obstétrico. Elas tentaram levar em conta Uma declaração a respeito de dificuldades técnicas diz:
as diferenças em anatomia materna e fetal de uma paciente "Um exame no segundo ou no terceiro trimestre pode impor
para outra, bem como às vezes limitações técnicas. Há vários limitações técnicas a uma avaliação anatômica devido a arte-
casos nos quais as diretrizes afirmam que uma estrutura ou fatos de imagem por sombra acústica. Qyando isso ocorrer, o
estruturas devem ser examinadas. Infelizmente, adicionalmen- laudo do exame ultrassonográfico deve documentar a nature-
te são acrescentadas declarações como "quando possível" ou za dessa limitação técnica. Um exame de acompanhamento
"pode também ser tentado" ou mesmo "quando tecnicamente pode ser útil." Embora eu compreenda completamente essa
exequível". Como dissemos no editorial antes mencionado, limitação, que todos nós temos encontrado, a recomendação é
"Pode-se afirmar razoavelmente que qualquer das vistas problemática. Há certas estruturas anatômicas ou situações nas
deftnidas nas diretrizes só pode ser obtida 'se tecnicamente quais a anatomia tem de ser examinada ou uma anormalidade
exequível"'. De fato , a introdução ao "Exame Anatômico descrita. A afirmativa "exame de acompanhamento pode ser
Fetal" afirma que podem ser esperadas limitações técnicas: útil" é inaceitável. Eu vi casos demais nos quais a anatomia
". . . algumas estruturas podem ser difíceis de visualizar cerebral ou cardíaca não foi bem vista devido a limitações
devido ao tamanho fetal , posição, movimento, cicatrizes técnicas. O obstetra encaminhador não leu o laudo até a visita
abdominais e espessura aumentada da parede materna".65 seguinte da paciente. Na época em que a paciente voltou para
O acréscimo dessas declarações adicionais, mencionado reavaliação, estava com 25 semanas ou mais, impedindo a
anteriormente, dá ao examinador uma "desculpa" para não opção pela interrupção de uma anormalidade, se desejada.
examinar anatomia importante fetal ou materna. Isso ocorre Se o cérebro, coração, ou rins e bexiga (na presença de oligo-
na discussão do primeiro trimestre, quando essas afirmativas hidrâmnio) não forem vistos, a paciente deve ser vista mais
modificadoras são feitas a respeito do colo do útero, e an1nio- tarde nesse dia ou na mariliã seguinte, e só então o relatório
nicidade e corionicidade, em gestações múltiplas. Eu não fmal ser enviado. Se a estrutura ainda não for vista, o obstetra
conheço nenhuma razão pela qual o colo não possa ser avalia- encaminhador deve ser notificado e a conversa, documentada.
do no primeiro trimestre em qualquer paciente usando-se uma
variedade de métodos disponíveis. Talvez o único tempo em Interpretação do Exame
que a corionicidade e a amnionicidade possam ser mais bem
Ultrassonográfico
avaliadas seja realmente no primeiro trimestre da gravidez.
Embora a diferenciação de gêmeos mono de diamnióticos Este é, evidentemente, o foco restante deste livro· entretanto
possa ser difícil, não há nenhuma razão, que eu consiga pen- eu gostaIia de fazer vários comentários. Embora; subespecia:
20 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
lidade da ultrassonografia obstétrica pareça atrair novas aplica- Entretanto, é controverso. Com relação a recomendações de
ções biométricas diariamente, eu nunca advoguei inteiramente várias orgaluzações, por exemplo, AIUM, ACR, ACOG, um
o único uso de medidas para chegar a um diagnóstico. Parece relato escrito deve ser produzido ao completar-se o exame
que todo dia eu leio em uma revista que alguém desenvolveu ultrassonográfico e deve ser colocado no prontuário médico
um novo plano para a medição de uma estrutura anatômica da paciente. À medida que o prontuário médico eleu-ôlucO
fetal. Reconheço por completo que há muitas medições que se torna uma realidade, este relato pode evidentemente ser
são necessárias para interpretação precisa da ultrassonografia; digital. Diversos tipos de pacotes de laudo (tecnologias) foram
biometria fetal para tamanho e peso, comprimento cervical, desenvolvidos para tornar mais fácil a emissão de laudo: estes
e tamanho ventricular, para citar algumas . Para muitas das incluem, mas não estão limitados, a plan.il.has ou cheddisls
anormalidades que podem ser reconhecidas ultrassonografica- (listas de verificação) obstén-icas, gabaritos de computador
mente, eu prefiro que o sonologista dê mais crédito ao seu olho ou laudos prontos, reconhecimento da voz por computador,
subjetivo do que a uma medida, quando imagens ou estruturas sistemas de transcrição digital acessados por telefone ou com-
individuais "simplesmente não parecem certas". Embora uma putador, e ditado vocal tradicional que é digitado por trans-
medida possa parecer dentro dos limites normais, há vezes em cricionistas (no local ou a distância). Todos estes métodos têm
que a subjetividade, na minha opinião, sai vencedora. É acei- o potencial de produzir um laudo exato e legível. Entretanto,
tável dizer que, apesar de um índice de líquido arnniótico de na minha própria experiência, quanto mais fácil o método de
6, há oligo-hidrâmnio ou que o intestino fetal parece dilatado, laudo é mais provável que observações feitas durante o eXallle
sem uma medida objetiva da luz intestinal. não sejam transnutidas acuradamente. Demasiado frequen-
Outra armadilha é fazer uma medição de uma estrutura temente, tenho obsel-vado ultrassonografistas e sonologistas
anatômica e não interpretar o significado da medida. Por ternlÍnarem um exame e rapidamente marcar quadrículas
exemplo, alguns laboratórios de ultrassom acreditam que em uma planilha, indicando que uma estrutura particular foi
adicionar numerosas medidas, por exemplo, medidas transce- observada ou estava normal . E inconcebível pal-a minl, obser-
rebelares, renais ou intra-orbitárias, além da biometria padrão vando a velocidade com a qual a planilha é completada, que
(diâmetro biparietal [DBP] , circunferência cefálica [CC), cir- eles jamais se fizeram a pergunta - eu realmente vi essas estru-
cunferência abdominal [CA] , comprimento do fêmur [CF]) , turas? Embora estejam se tornando antiquados , os sistemas
tornará o exame mais completo. Embora eu não conteste a convencionais de ditado que exigem que o examinador pegue
necessidade destas medições adicionais, o que é desconcer- o aparelho de gravação e diga "as seguintes estruturas foranl
tante é que frequentemente o interpretador do exame não vistas . . .", ou algum aparelho ou mecanismo semelhante, pare-
verificará estas medidas em relação a tabelas padrão ou nomo- cem ter uma probabilidade melhor de sucesso em transmitir
gramas, para determinar se elas são normais ou anormais. Na informação exata.
minha mente, este é um erro sério. Eu tenho emoções misturadas a respeito de gabaritos que
Sem partir para uma discussão de estatística, é suficiente contêm pal-ágrafos padrão tais como: as seguintes estruturas
dizer que nenhuma medição provavelmente será 100% exata, foraln vistas: "ventrículos laterais, cerebelo e assim por diante."
sem resultados falso-positivos ou falso-negativos. Há algumas Embora esta informação possa ser necessária pal-a finalidades
situações em que resultados falso-positivos podem ser aceitáveis de pagalnento, ainda estou por ver um sonologista ou médico
(p. ex. , exames de triagem para uma anormalidade séria). Todo encal11.inhador que alguma vez leia estes parágrafos. Eles tam-
médico abomina a noção de ser rotulado um "leitor exagerado" bém têm o potencial de ser confusos quando anormalidades
de exames. Eu tenho duas sugestões: (1) consultar o clúuco são detectadas, particularmente se o parágrafo terminar com
encaminhador a respeito da importância de um diagnóstico " .. .e estas estruturas estavanl normais". Se não for alterado
específico. Perguntar-lhe se o objetivo é o de não passar desper- o parágrafo, o médico encaminhador lerá neste parágrafo
cebida qualquer paciente com uma condição (assim resultando padrão uma sentença que diz: "os rins fetais estavam normais"
em mais resultados falso-positivos potenciais), o que pode e no parágrafo seguinte uma sentença que diz "foi observada
significar teste ou intervenção adicional, ou se ele quer menos hidronefrose fetal bilateral".
resultados falso-positivos e assim correr o risco de perder a Constitui minha prática e recomendação que, quando
detecção de LUna anormalidade em algumas pacientes. Com anormalidades fetais são detectadas, o médico encalrunhador
isto em mente, pode-se ajustar o nível limiar para o teste, mais seja contatado em pessoa ou por telefone e a discussão seja
baixo ou mais alto. (2) Se o sonologista estiver ligando para um documentada no relato.
clúUco encaminhado r quau-o a seis vezes por semana com uma Uma dúvida frequentemente levantada é o que fazer quan-
suspeita de anormalidade (p. ex., pielectasia, intestino ecogêluco do uma estrutura que apal-ece normalmente em exames (bási-
e assim por diante), deve-se talvez reavaliar os critérios usados cos) de rotina (e listada nas diretrizes) não é vista. Ou, o que
para definir alguma coisa como anormal. Entretanto, se telefo- fazer quando se identifica uma estrutura que tem um aspecto
nar a um médico encamirthador uma vez cada 2 a 4 semanas incomum, mas que se suspeita provavelmente ser normal.
quando está "preocupado" com um achado, e deseja chamar Muitas vezes, adnute-se que a falha em ver uma estrutura ou
atenção para ele, não deve se sentir como se estivesse "decla- estruturas é secundária a linUtações técnicas, como má situação
rando exageradamente" uma anormalidade. SinUlannente, não fetal ou fisiologia fetal (o feto acabou de urinar, ou líquido no
se deve ficar consu-angi.do de telefonar ao médico encanunha- estômago passou para o duodeno). Se o exanle for realizado
dor sobre uma preocupação de que alguma coisa possa estar no começo do segundo trimestre, a paciente deve retornar
anormal, mesmo se afmal se comprovar estar nOlmal. Só desta dentro de 2 a 4 semanas pal-a outra avaliação. Conforme
maneira as pacientes serão mais bem sel-vidas. foi mencionado anteriormente, se uma estrutura em questão
relacional--se ao coração ou cérebro ou rins e bexiga (quando
Laudo dos Resultados de oligo-hidrânuuo está presente), o estudo deve ser considerado
Ultrassonografia Íluompleto e não deve ser laudado até que a estrutura seja vista
mais tal-de nesse dia ou na maliliã seguinte. Se um exame de
Seria de esperar que este pudesse ser o tópico menos con- acompal1.hamento estiver justificado, o médico encamitiliador
tencioso ao discutir o exame ultrassonográfico obstétrico. deve ser contatado e a conversa documentada. O fLUldamento
EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO 21
para essas recomendações é a preocupação de que acompanha- cas frequentemente têm uma conotação pior. Trissomia soa
mento e a avaliação adequados não ocorram, ou se ocorrerem, pior para a maioria das pacientes do que um cromossomo
não sejam realizados de uma maneira oportuna. Declarações extra. 69 Cistos de plexo coróide (CPCs) e focos intracardía-
indicando "correlação clínica recomendada" são apropriadas cos ecogênicos (FIEs) são discutidos no Capítulo 4. Deve-se
quando a anormalidade vista necessita ser correlacionada com saber que mesmo que o sonologista acredite firmemente que
a condição médica da paciente, testes laboratoriais, o achado de um CPC ou um FIE é provavelmente uma
familiar e a idade da paciente, mas não quando é vista uma variante normal e sem nenhuma conscquência, o fato dc cssas
<monnalidade isolada (alça imestinal dilatada). estruturas estarem no cérebro e no coração não é de pequena
monta. O fato de que pode não haver um risco aumentado
importante na paciente individual, com base em outros acha-
Discussão do Exame com a Paciente dos e a anormalidade ser de pequeno tamarmo, pode não
Este tópico também é controverso. A paciente obviamente aliviar a ansiedade da paciente, uma vez ela seja informada
quer ouvir que o feto é saudável e saber os resultados no desses achados.
momento do exame. Como regra geral, o obstetra encami- Tem havido muito debate a respeito de os médicos deve-
nhador conhece melhor a paciente e também tem infOl-ma- rem revelar que um Ilzarcador leve (laca) de uma anormalidade
ção importante sobre a histól-ia menstrual, familiar, cromossômica foi detectado em um feto na ausência de
valores laboratoriais e estado emocional da paciente. Assim, outros fatores de risco de aneuploidia. 7o- 72 Um estudo recente
o médico da paciente frequentemente está mais capacitado de Lee et al 73 observou que a detecção e comunicação de
a explicar os resultados à paciente e a aconselhá-la efetiva- marcadores isolados de aneuploidia (cistos de plexo coróide),
mente. Em casos de suspeita de anormalidades morfológicas focos intracardíacos ecogênicos, pielectasia renal, intestino
ou genéticas, o conselho de um geneticista reprodutivo ou ecogênico) está associada à ansiedade materna aumenta-
perinatologista pode se comprovar valioso. Há situações em da e amniocentese desnecessária. Sua conclusão: "dada a
que o sonologista é solicitado pelo obstetra encaminhador a quantidade de ansiedade materna gerada com a detecção de
explicar os resultados à paciente. Conforme discutido antes, marcadores de aneuploidia, séria consideração deve ser dada
muitas vezes as primeiras coisas que são ditas à paciente são a oferecer aconselhamento genético pré e pós-ultrassonogra-
as coisas de que ela se lembra. Apesar do que é dito posterior- fia, ou, de outro modo, nada deve ser mencionado acerca
mente, pode ser difícil desfazer o que foi dito inicialmente. É de marcadores ultrassonográficos que podem ser variantes
apropriado dizer que o interpretador necessita avaliar todas normais em que não têm outros fatores de risco de
as imagens juntas e possivelmente compará-las com estudos aneuploidia". 3
antigos. Nesse momento é que o relatório final será gerado. A probabilidade de ter um filho normal quando uma
Aconselhamento muitas vezes é simples se o caso for anormalidade é detectada é quase sempre recebida mais favo-
normal ou quando o diagnóstico for inequivocamente letal ravelmente pela família do que ser informada da pequena por-
(anencefalia).67 Ele se torna mais complexo em casos nos centagem de probabilidade de ter um filho anormal quando
quais o resultado é menos que 100% seguro (p. ex., uma anormalidade é detectada . (Uma probabilidade de 99%
culomegalia leve isolada). É importante não introduzir o seu de normal soa menos preocupante do que uma probabilidade
próprio preconceito e valores a respeito de crieu: fUhos com de 1% de anormal.) o risco é informado em forma
incapacidades. Não se pode supor que, se uma malformação de proporção, ele muitas vezes soa pior do que quando é
séria for detectada, a paciente desejará um aborto em vez informado como porcentagem (I /X soa pior do que X Ofo).G9
de dar à luz um bebê com deficiências. Em alguns casos , a Deve-se ter em mente que uma grande parte do público não
pessoa que informa a paciente sobre os resultado está inse- possui conhecimento funcional de frações , números inteiros
gura do sig11ificado dos achados,67.69 e a prin1eira informação ou porcentagens. 74 .7S Em um estudo,78 um tcrço das mulheres
que a paciente ouve pode não ser clara ou estar equivocada. adultas com educação abaLxo de não reconheceu
Isso pode influenciar o modo como as pacientes percebem a que 111.000 é menos que 10f0. É interessante que embora na
informação mais tarde, e pode resultar em insatisfação com o maioria das especialidades médicas o risco ou prog11óstico seja
portador das notícias .67.69 dado em porcentagem, por exemplo, 10% de probabilidade
Frequentemente se supõe que as mulheres ponderam de de cura ou de mau resultado, em aconselhamento genético
igual maneira o risco de dar à luz um bebê com uma anorma- pré-natal o risco é muitas vezes dado em forma de proporção,
lidade congênita versus um abortamento relacionado com um o que a maioria das pacientes não compreende inteiran1ente.
procedimento (anmiocentese). De fato, estudos demonstra- Em um estudo por Grimes et a}/4 mulheres de várias idades ,
ram que a maioria das mulheres vê as consequências a longo educação e linguagem foram solicitadas a identificar que
prazo de criar um filho com deficiência como pior que um proporção de infecção vesical era mais alta: 1 em 384 ou
abort<?, embora as mulheres variem amplamente a esse respei- 1 em 112 pessoas. As mesmas mulheres foram em seguida
to. 68 E importante lembrar que nós não sabemos melhor que solicitadas a identificar que taxa de infecção era mais alta : 2,6
as nossas pacientes o que é melhor para elas. Nosso desafio é por 1.000 mulheres ou 8,9 por 1.000 mulheres. Globalmente,
ajudá-las a chegar a uma decisão que seja a melhor para elas, 73% identificaram corretamente o risco mais alto em formato
considerada sua criação, experiência e valores particulares. de taxa (Xl1.000 ), em contraste com 56% que responderam
Mesmo quando informação precisa e correta é transmitida corretamente à mesma pergunta montada como proporções
em uma sessão de aconselhamento, ela pode não ser inter- (l/X).74 Claramente, as mulheres compreenderam taxas
pretada pela paciente com o mesmo significado pretendido. melhor que proporções.
Certas palavras tendem a ter conotações mais sérias e piores Talvez o ponto mais importante dessa discussão seja o que
para a paciente do que palavras alternativas. 69 As palavras fazer quando se observa uma ligeira variação do normal ou
anormalidade rara são frequentemente interpretadas como um achado incomum. A primeira resposta seria consultar os
séria (mesmo que seja uma anormalidade leve). A palavra seus colegas. Se isso não responder à questão, então se deve
anonnalidade é muitas vezes interpretada como pior que uma discutir o caso mais a fundo com peritos mais experientes,
va.n"ação do nomzal. Do mesmo modo, palavras genéticas técni- por exemplo, perinatologistas ou geneticistas, ou encaminhar
22 EXAME ULTRASSONOGRÁFICO OBST ÉTRICO
c D
E F G
FIGURA 1-6. Este é um excelente exemplo de como a observação de todos os sinais ultrassonográficos permite c hegar ao diagnóstico
correto. A paciente foi encaminhada porque um cisto foi visto na cabeça fetal no exame ultrassonográfico inicial. A, Imagem axial transversal
ligeiramente angulada da cabeça fetal demonstra ventriculomegalia moderada. (Os ventrículos dilatados foram o que incorretamente se
interpretou como um cisto intracraniano fetal.) B. A planilha da ultrassonografia revela medidas da cabeça fetal (diâmetro biparietal [biparietal
diameter, BPDj, circunferência cefálica Ihead circumference, HCI!' abdome (abdominal circumferenc e [AC]) e fêmur (femur length [FLJ) que são
todas diferentes umas das outras . A principal diferença a esta altura é que ou a cabeça está aumentada e o fêmur e o abdome representam mais
corretamente a idade gestacional , ou as medidas da cabeça são normais e o abdome fetal é pequeno por restrição do crescimento. Poder-se-ia
supor que as medidas da cabeça estão anormalmente grandes devido à dilatação ventricular. De fato , a cabeça fetal usualmente não aumenta
até que a dilatação ventricular seja significativamente mais pronunciada. 79 C. O passo seguinte seria avaliar os centros de ossificação epifisária.
Neste feto, ambos os centros epifisário femoral distai (DFEI e epifisário tibial proximal (PTEI (setas) mostram calcificação , indicando um feto
com uma idade gestacional mrnima provável de 34 a 35 semanas. O. Estas imagens divididas ajuntadas no eixo longo do útero demonstram
pouco líquido amniótico. A informação das imagens C e O parece indicar que este provavelmente tem 34 a 35 semanas de gestação com um
abdome pequeno (gestação de 31 semanas!, pouco líquido amniótico e provável restrição de crescimento. E e F. Planos de corte transversal
e coronal do abdome fetal mostram um baço aumentado ('1. G. Uma ultrassonografia pós-natal confirma a esplenomegalia (SI. Ao nascer, o
recém-nascido tinha restrição do crescimento , e os títulos de anticorpo confirmaram o diagnóstico de infecção por citomegalovírus.
24 EXAME UL TRASSONOGRÁFICO OBSTÉTRICO
guiá-los para decisões apropriadas de tratamento. Entretanto, 20. Bioeffecrs coos ielerations for lhe safel)' of eliagl10sLic ullrasollnel.
há vezes em que uma anormalidade é forteme nte suspeitada American Institute ofUlu-asounel in Meclicine. Bioeffecrs C Oll1rninee.
mas pode ser duvidosa ou pode não se encaixar em uma cate- J Ultrasounel Med 7:S1 , 1988.
2 1. Men;tt CR: Ulrrasollnel safety : what are the issues? Raeliology
goria específica. Nessas circunstân cias, o melhor caminho para
173:304, 1989.
o sonologista seguir é fazer um exame de acompanhamento 22. KJ'emkau n,v: DiagnosLic Ultrasollnel : PrincipIes and Practice, 7th
e procurar assessoria. Se o tempo não permitir um exame de ed. Philadelphia, "\TB Saunelers, 2006.
acompanllamento, então o sonologista deve comunicar ao 23 . RepOr! of the Royal CoUege or O bstetricians anel Gynaecologists'
médico encaminh ador e à paciente que uma resposta defmi ti- Working Part)' on Routine Clrrasolllld ExmninaLion in Pregnanc)'.
va não é possível e que as decisões terão de ser tomadas com London, 1984.
informação abaL"<o de perfeita . 24. Eik-Nes SH , O kland O , Aure JC, ct al: Ultrasouncl screening in
Eu tenho a esperança de que este livro venha a servir a pregnancy: a randomisecl comrollecl uia!. Lancet 1:1 347, 1984.
duas finalidades: educar e estimular. Se aqueles que lerem este 25 . vVh itficlel C R : The routine ulu-asound sca n in ali pregnancies_"Vorlel
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texto mantiverem o mesmo entusiasmo pela ultrassonografia
26. Q teisser-Luft A, Stopfkuchen H, SlOlz G , ct ai: Prenatal diagnosis
obstétrica e ginecológica que eu conservo, terei alcançado of major malformations: quality control of rominc ultrasounel cxami-
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2
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Mary E. Norton , MO
26
GEN ÉTICA E DIAGNÓST ICO PRÉ-NATAL 27
Cromossômicas
INTRODUÇÃO 10%
Malformação
Etiologia Estrutura em
desenvolvimento
Cromossômica
Genética
Teratogênica
Erro
morfogênico -+1
Desconhecida Defeito estrutural
primário Falha do fechamento Mielomeningocele·
do tubo neural (malformação)
Malformação. Defeito estrutural primário resultante de erro
na formação de tecido
Deformação
...
Destruição
--1
Vascular vascular
Compressiva
Força
Laceração anormal Forças destrutivas Déficit de redução
Destruição
tecidual de membro
(destruição)
Destruição. Destruição de estrutura normalmente
desenvolvida previamente
FIGURA 2- 2. Erros de morfogênese . (Reproduzido com permissão de Nyhan WL: Structural Abnormalities: Clinicai Symposia. CIBA-GElGY,
Vol. 42, No. 2, 1990, Plate 1.)
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 29
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De: Harper P5: Practical Genetic COllnscling, 6th cd. London, Amold PlIblishcrs, 2004, p 69.
Aneuploidia dos Cromossomos Sexuais de 10 a 15 pomos abaixo daquele dos irmãos não afetados ,
embora os homens com síndrome de Klinefelter não tenham
Entre os nascidos vivos, cerca de 1/400 homens e 1/650 em geral retardo mental. Uma vez que o transtorno muitas
mulheres têm alguma forma de aneuploidia dos cromossomos vezes é sutil, os homens muitas vezes são diagnosticados pela
sexuais. As consequências dessa classe de anormalidades cro- primeira vez em clÍlúcas de infertilidade.
mossômicas em geral são menos graves que as das aneuploi-
dias autossômicas (Tabela 2-5) .
47,XXX e 47,XYY
Síndrome de Turner O cariótipo 47,XXX ocorre em cerca de 1/1.000 mulheres.
Anormalidades físicas francas não estão associadas a essa
Embora monossornia de um cromossomo inteiro seja quase afecção, mas essas mulheres podem ter incapacidades de
sempre letal, uma exceção importante é a monossomia do aprendizado ou retardo mental brando. Homens com um
X (45 ,X), que resulta na síndrome de Turner. Estima-se que cariótipo 47,XYY tendem a ser altos , com dificuldades leves
ocorra síndrome de Turner em 10f0 a 2% de todas as concep- de aprendizado e Q! 10 a 15 pontos abaL'{o dos seus irmãos. A
ções, mas a maioria tem morte pré-natal, resultando em uma condição não está associada a defeitos estruturais congênitos,
frequência de 1/2.000 a 1/3.000 nascidos vivos. A síndrome
mas esses meninos podem ter problemas de comportamento.
de Turner causa um fenótipo característico, que inclui estaUlra Indivíduos com números maiores de cromossomos X (i. e. ,
baL'{a, disgenesia ovariana com falha de desenvolvimento de 48,XXXX ou 48,)G'{XY) também foram descritos . O grau de
características sexuais secundárias e infertilidade, bem como
deficiência mental e anormalidades físicas tende a aumentar a
características físicas, como prega nucal, linfedema periférico cada cromossomo X adicional.
ao nascimento, cardiopatia congênita e anormalidades renais.
Antes do nascimento, os fetos com síndrome de Turner em
geral têm uma translucência nucal aumentada ou higroma
Poliploidia
cístico, linfangiectasia, anormalidades estruturais renais e
defeitos cardíacos congênitos, particularmente lesões obstru- Na poliploidia (i. e., triploidia e tetraploidia) há um ou mais
tivas esquerdas, como coarctação da aorta. As mulheres com conjuntos extras de cromossomos. Uma célula triploide
sÚldrome de Tumer usualmente têm inteligência normal, tem 69 cromossomos (um extra), e uma célula
embora possam ter dificuldades específicas de aprendizado. tetraploide tem 92 cromossomos (dois extras).
Os tipos de anormalidades cromossômicas específicas vis- Tanto a triploidia quanto a tetraploidia foram observadas em
tos nas mulheres com síndrome de Turner são bastante variá- fetos, embora sejanl letais e raramente descritas em nascidos
veis. Apenas cerca de 50% das pacientes têm um cariótipo vivos. Dos fetos com triploidia que nasceram vivos , não há
simples 45,X. Aproximadamente 30% a 40% dos casos envol- sobreviventes descritos além de 10,5 meses. Anormalidades
vem mosaicismo, mais 45,X/46,XX ou 45,X/46,XY. Pacientes congênitas vistas na triploidia incluem micrognatia, testa proe-
com um cromossomo Y podem ter genitália ambígua e têm núnente, ossos cralúanos displásicos, orelhas malformadas
risco de desenvolver gonadoblastoma nas suas gônadas dis- em posição baixa, núcroftalmia, hipertelorismo, fenda labial
genéticas. Anormalidades estruturais do cromossomo X são e pala tina, macroglossia, onfalocele, sindactilia e desenvolvi-
vistas em 10% a 20% dos casos e também envolvem frequen- mento assimétrico.
temente mosaicismo . O fato de essas pacientes terem mais de O extra de cromossomos nas gestações triploides
uma linhagem celular pode ser responsável pela variabilidade pode ser de origem materna ou paterna. A triploidia de ori-
em fenótipo das mulheres afetadas por síndrome de Tu rne r. gem materna resulta da fertilização de um óvulo diploide por
um espermatozoide haploide e pode resultar em um cariótipo
Síndrome de Klinefelter XXX ou XXY. A triploidia de origem paterna pode resultar
da fertilização de um óvulo haploide por um espermatozoide
Síndrome de Klinefelter ocorre em cerca de 111.000 homens diploide ou por dois espermatozoides haploides, e pode resul-
nascidos vivos e é uma causa comum de hipogonadismo pri- tar em um cariótipo XXX, XXY ou XYY.
mário. Os homens com síndrome de Klinefelter tendem a ser Foi descrito que o fenótipo de gestação triploide depende
altos, com braços e pernas longos . Eles têm testículos peque- da origem familiar do conjunto extra de cromossomos. Os
nos e são estéreis devido à atrofia dos túbulos semllúferos. triploides com um extra de cromossomos paternos
Ginecomastia ocorre em cerca de 30%. Há um risco aumenta- têm um feto bem-formado com uma placenta anormal e mui-
do de dificuldades de aprendizado, com Q! tipicamente cerca tas vezes resultam em mola hidatiforme parcial. Aqueles com
32 GEN ÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Reproduzido com permissão de Harper PS: Practical Genetic Counseling, 6th ed. London. Arnold Publishers. 2004, p 74.
TRANSTORNOS MONOGENÉTICOS
Média da
1x
Muitas doenças genéticas importantes ocorrem como resul- população
tado de uma mutação em um único gene. A edição de 2006
do Online Mendelian Inlzerilance in l'v[an (OM IM ) lista mais de
13.000 caracteres monogenéticos conhecidos em humallos.
Destes, mais de 12.000 são em autossomos e 655 são no 0 1 - - - - , - - - , - - - , - -- ,- - - , -
cromossomo X IO • Muitos foram mapeados para localizações o 25 30 35 40 45
cromossômicas específicas , cio nados e sequenciados. Idade paterna (anos)
Gregor Mendel descreveu pela primeira vez os princípios FIGURA 2-3. Idade paterna e risco de transtornos aUlOssômicos
da segregação e distribuição independente dos genes nos seus dominantes. (Modificado de Carlson BM: Human Embry%gy and
bem-conhecidos experimentos com ervilhas de jardim. Esse Deve/opmenta/ Bi%gy, 3rd ed. Philade/phia, Mosby/ Elsevier, 2004.)
trabalho levou às descrições clássicas da herança autossômica
dominante (AD) e autossômica recessiva (AR). Classicamente,
herallça AD refere-se a condições em que um alelo assegura
seu efeito tanto na forma homozigota quanto na heterozigota,
enquanto herança AR exige mutações em ambos os alelos.
Herança ligada ao X ocorre com condições codificadas no casos os homozigotos pOSSalTI ter o mesmo fenótipo que os
cromossomo X, e pode ser recessiva ou dominante. heterozigotos (p. ex. , doença de Huntington). Em casais com
O completamento do projeto genoma humano em 2003 a mesma doença AD, como acondroplasia, 25% das gestações
constituiu um capítulo épico para lançar os alicerces para serão afetadas pela forma homozigota letal, 50% por acondro-
estudo, diagnóstico e tratamento dos genes humanos e das pias ia heterozigota, e 25% da prole será normal.
doenças genéticas. Embora o genoma humano já tenha sido Em teoria, a herança AD é simples, mas na realidade
sequenciado, ainda não sabemos como a maioria dos genes há numerosos fatores que afetanl a expressão genética que
opera na saúde ou na doença. Ganhamos uma apreciação podem tornar muito complexa a avaliação desses casos. O
aumentada, no entanto, quanto à complexidade da genética aconselhamento de famílias a respeito de transtornos AD
humana. O que é relevante para a genética clínica é que exige a consideração de mecanismos, tais como a t<Lxa de
aumentamos muito nossa compreensão da heterogeneidade novas mutações, mosaicismo, condições com idade de ilúcio
genética, e a associação menos nitida de um gene a uma tardia ou variável, penetrância incompleta e val-iação na
doença. Agora compreendemos que mutações em mais de expressividade.
um lócus genético podem levar ao mesmo fenótipo, e que As doenças AD podem ser herdadas de um dos pais afe-
múltiplos fenótipos diferentes podem resultar de mutações tado, ou pode resultar de uma mutação nova . A maioria dos
no mesmo lócus . Fenótipos também resultall1 da interação do casos de acondroplasia resulta de novas mutações , do mesmo
genótipo com o ambiente (inclusive outros genes), e há nume- modo que cerca da metade dos casos de neurofibromatose. A
rosos fenômenos que nossos avanços em tecnologia genética idade paterna tem um efeito demonstrável sobre a taxa des-
revelaram que tornam a genética muito mais fascinante, ainda sas novas mutações (Fig. 2-3). Se uma doença ocorrer devido
que muito mais complexa. a uma nova mutação, o risco de recorrência em um irmão
é geralmente muito baixo. Emretallto, um indivíduo pode
ser mosaico para uma mutação AD, significando que estão
Herança Autossômica Dominante presentes células de mais de uma constituição genética. Nesse
caso, toda ou uma parte da linha germinai de uma pessoa
Na herança AD, os indivíduos afetados são heterozigotos para pode ser afetada, enquanto as células somáticas não o são
um alelo anormal, que eles transmitem a 50% da sua prole, e, portanto, o indivíduo é assi.ntomático. Se estiver presente
independentemente do sexo. Em geral, cerca de 11200 i.ndi- mosaicismo da linha germinai, um indivíduo aparentemente
víduos é afetado com uma condição AD, embora qualquer não afetado terá um risco aumentado de ter a prole afetada.
condição individual seja tipicamente rara. Casamentos entre l\tlosaicismo na linha germinal foi demonstrado em até 6%
dois indivíduos afetados com a mesma condição AD são rela- dos casos da doença letal perinatal osteogenesiJ impeiflcta tipo
tivamente incomuns, e homozigotos para condições AD são rI , bem como em transtornos ligados ao X como distrofia
raros. A exceção a isso ocorre com doenças nas quais pode muscular de Duchenne e hemofIlia A. Para fUlalidades
haver razões culturais ou sociais que leValll os indivíduos a práticas, é razoável considerar um risco de recorrência de
casar preferencialmente, como na acondroplasia. O estado cerca de 1% como provável para qualquer nova mutação
homozigoto é frequentemente mais grave (p. ex ., hipercoleste- aparente, a menos que estejam disponíveis estimativas mais
rolemia familiar) ou letal (acondroplasia), embora em alguns específicas. I I
34 GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
A síndrome do X frágil, a mais comum forma herdada completa têm retardo mental moderado a grave e problemas
de retardo mental, é uma doença importante que foi descrita de comportamento, como autismo, enquanto muUleres são
como scrnidominante ligada ao X. A sÚldrome do X frágil afetadas por um fenótipo muito mais va.riável, variando desde
é caractcrizada por retardo mental, problemas de compor- nonnal a tão grave quanto os homens afetados . As mulheres
tamento e características dismórficas específicas . A condição portadoras de pré-mutação têm uma taxa relativamente alta
afeta homens (aproximadamente 1/4.000) com mais frequên- de menopausa prematura (150/0 a 25%) , enquanto portadores
cia e de maneira mais acentuada que nas mulheres, e tem homens de pré-mutação podem ter uma condição de tremor e
um padrão complicado de herança. Os portadores têm um ataxia com uúcio mais tarde na vida 13 · '4 .
número intermediário de repetições de trinucleotídeos (CGG)
na região 5' não traduzida do gene (pré-mutação) que pode
aumentar durante a oogênese para um número maior de repe- Imprinting e Outros Novos Mecanismos
tições (mutação completa) (Fig. 2-5) . Homens com mutação Genéticos
Foi observado que algumas mutações genéticas têm um efei-
to muito diferente dependendo do parente de origem, um
fenômeno conhecido como imprinting genético. Imjmntillg pro-
vavelmente é causado e controlado por me tilação diferencial,
11 com os impnnts sendo estabelecidos muito cedo na embriogê-
nese (Fig. 2-6). Diversos transtornos genéticos, incluu1do a
síndrome de Prader Willi (SPW) e a síndrome de Beckwith
WeidemarLJ1 (SBW) , ocorrem devido a anormalidades de
III genes com impnnting. Na SPW, o distúrbio ocorre quando
4
ambas as cópias do gene SNRPN, no cromossomo 15, são
herdadas da mãe, e nenhuma cópia paterna está presente.
IV
Diversos relatos recentes indicaram uma possível associa-
ção de transtornos de imprinting à fertilização in vi/ro (FIV).
FIGURA 2-4. Árvore genealógica de um caso isolado de doença Um número excessivo de casos de síndrome de Beckwith
letal ligada ao X (p . ex" distrofia muscular de Duchenne). Ver o texto Wiedemarul foi descrito na prole de crianças concebidas com
para discussão da estimativa do risco. FIV, mas a magnitude dessa associação é u1certa hoje l5 .
t, ti t_ " 1I
do X frágil é portada no cromossomo sexual X. B.
Na síndrome do X frágil há uma expansão de repeti-
ções do trinucleotídeo CGG. O efeito dessa repetição
expandida do trinucleotídeo é a metilação de proteí-
nas essenciais. IImagens desenhadas por Don Bailey,
RTI Intema tional e renderizadas por Publications Unit
" It ti tt ti It
of the FPG Child Development Institute, University
of North Carolina em Chapel Hill. Reimpresso com
permissão do autor.)
ti .. tt ti tt t. [H]- sexual X
X Y (fvlascul,no)
ou
X '(
B
36 GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PR É- NATAL
Expresso paternamente
Expresso maternamente
FIGURA 2 - 6. Imprinting genômico e dissomia uniparental (D UP). Esquema de um par de cromossomos hipotético representando imprinting
genômico . O cromossomo materno é indicado pela linha vermelha , e a cópia paterna pela linha azul. Os genes são representados por círculos ,
os círculos coloridos indicam genes que são expressos, e os círculos bran cos representam genes que são inativos . Os círculos verdes são genes
que não sofreram imp rinting, enquanto os círculos vermelhos indicam genes nos quais só a cópia materna é ativa e os círculos azuis , genes
nos quais apenas a cópia paterna está ativa. A. Estado normal, com um cromossomo herdado de cada progenitor. O gene que não sofreu
imprinting é expresso de ambos os pais, enquanto apenas uma cópia do gene vermelho ou azul (imprinting ) é expressa. B. DUP paterna. Com
duas cópias do cromossomo paterno presentes, há uma dupla dose do gene paternamente expresso (azul), e ausência de expressão do gene
materna mente expresso. C. DUP materna. Há uma ausência de produto do gene paternamente expressos (azul) e uma dose dupla dos produtos
materna mente expressos (vermelho).
uma notável descoberta que o maior fator isolado causador 2-7). A fase pré-organogênica, da concepção até a formação
de OTN é uma deficiência de ácido fólico sérico materno, que dos sonutos, é conhecida como período de tudo ou nada,
se responsabiliza por cerca de 70% desses defeitos congênitos. quando ataques ao embrião tendem a resultar ou na morte
Agentes amiepilépticos , como valproato e carbamazepina, são do concepto e aborto (ou reabsorção) ou na sobrevida intac-
tidos C01110 elevadores do risco de OTN por interferirem no ta I9 esse estágio, o embrião é indiferenciado, e reparação e
metabolismo do folata. O risco de OTN está inversamente recuperação são possíveis pela multiplicação das células ainda
correlacionado com as concentrações séricas maternas de ácido totipotentes para substituir as que foram perdidas. A exposi-
fólico na gravidez, com um limiar de 200 flgll , abaixo do qual ção de embriões a teratógenos durante o pré-somítico
o risco é muito importame l6. Os lúveis de ácido fólico são for- em geral não causa malformações congên itas 2 , a não ser que
temente influenciados pela ingestão dietética e podem se tornar o agente persista no corpo além desse período.
deprimidos durante a gravidez, mesmo com ingestão alimentar O período embrionário, entre as semanas três e oito pós-
normal. O impacto da deficiência de ácido fólico é exacerbado concepção, é o período quando ocorrem os passos básicos
por uma variedade genética da enzima 5,l0-metilenoterraidro- na organogênese. Esse é o período de sensibilidade máxima
folato redutase (MlliFR), que catalisa a conversão de 5,10- à teratogenicidade, porque os tecidos estão se diferenciando
metilenotetraidrofolato em 5-merilterraidrofolato, a principal rapidamente e o dano a eles se torna irreparável. Exposição
forma circulante de folato . O alelo C677T do gene MlliFR a agentes teratogêlucos durante esse período tem a m<L'{ima
causa uma disfunção enzimática que resulta em homocisteine- probabilidade de causar uma anomalia es o-utural. Como os
mia branda em pessoas cujo status de folato não é ótimo. As teratógenos são capazes de afetar muitos sistemas de órgãos,
mães de lactentes com OTN têm duas vezes mais probabilidade o padrão das anomalias produzidas depende de quais sistemas
de ser homozigotas para o alelo mutante, embora ele seja tão estão se diferenciando na época da exposição teratogên ica.
comum em muitas populações que até 15% são homozigotas. Em geral, os órgãos que se formam primeiro tendem a ser
Uma vez que mutações do MlliFR não estão presentes nas sensíveis mais cedo, e os órgãos muito complexos tendem a
mães de todas as Clianças com OTN, parece que outros fatores ter períodos prolongados de alta suscetibilidade à destruição.
genéticos ou deficiência dietética isolada também podem causar A fase fetal, do fim da fase embrionária ao termo, é o
OTN. A suplementação de ácido fólico demonso'ou diminuir período em que ocorre o crescimento e a maturação funcional
em 80% o risco de OTN I ? Luciarivas de saúde pública para dos órgãos e sistemas já formados. Exposição a teratógenos
educar as muU1eres em idade reprodutiva acerca da impor- nesse período afetará principalmente o crescimento fetal , ou
tância do folato e o enriquecimento do suprimento alimentar o tamanho ou função de um órgão específico. O cérebro, em
(cereais e pães) com ácido fólico foram instituídos nos Estados particular, pode ser funcionalmente afetado durante quase a
Unidos com o objetivo de diminuir a incidência de OTN. gravidez inteira. Teratógenos raras vezes causam anomalias
estruturais grosseiras durante essa época.2 1
Síndromes Devidas a Função
Desordenada de Genes Específicos de Agentes Teratogênicos Reconhecidos
Desenvolvi mento Um gTande nümero de fatores ambientais [oi descrito como
A identificação dos genes específicos envolvidos em síndro- estando associado a defeitos congênitos. Estes incluem terató-
mes individuais de malformação é uma área em desenvolvi- genos quínlicos , incluindo medicações , hormônios, infecções
mento rápido da genética médica. Muitos genes específicos de
maternas e fatores nutricionais . Embora a lista de medicações
desenvolvimento foram identificados, e eles podem oferecer suspeitas de teratogelucidacle seja longa, bem poucos agentes
a possibilidade de diagnóstico pré-natal precoce de algumas foram demonstrados causando inquestionavel.mente defeitos
dessas cond ições. Uma vez que muitos genes de desenvol-
vimento são conservados entre as espécies, descobertas em
modelos experimentais levaram a descobertas importantes em Base Molecular de Algumas Malformações
contrapartes humanas. Curiosamente, muitos genes envolvi- I Tabela 2-11
Congênitas
dos em defeitos do desenvolvimento estão se comprovando Transtorno Gene
importantes também em neoplasia (Tabela 2-11).
Síndrome de Apen Fator de crescimento de fibroblastos
Displasia campomélica SOX9 (gene de desenvolvimento
TERATOLOGIA relacionado com a SRY)
Um dos primeiros marcos na teratologia humana ocorreu em Doença de Hirschsprung Oncogene RET (também envolvido
1941, quando um australiano de nome Norman Gregg obser- na NEM2)
vou a associação entre infecção materna pela rubéola no pri- SÚ1drome de H olt-Oram Gene espedfico, 12q (fator de
meiro trimestre e defeitos congênitos sérios 18. Vinte anos mais transcrição)
tarde, o desastre da talidonuda sensibilizou a comunidade Síndrome de Opitz MID 1 (gene de desenvolvimento
médica para os riscos das medicações na gravidez. A talidonli- (ligada ao X) mediano)
SÚ1drome de Proteú1a ligadora CREB (16p)
da, um sedativo muito eficaz, foi amplamente usada durante
vários anos na Alemanha O cidental, Austrália e outros países Rubenstein-Taybi
até que a associação entre a exposição pré-natal e focomelia e Craniossinostose de TW1ST (homólogo de DrosoPhila)
amelia fosse reconhecida. Seguindo-se ao reconhecimento da Seathre-Chotzen
Displas ia canatofórica Fator de a -esci.memo fibroblástico
potente teratogelucidade dessa droga, investigações intensas
da segurança de várias medicações na gravidez anunciaram a (FGFR3)
era moderna da teratologia. Síndrome de Gene específico 5q (função
ll'eacher-ColJjns desconhecida)
Os embliões são mais suscetíveis a agentes teratogêlucos
Síndrome de vVaardenburg PAX3 (homólogo do camundongo)
em períodos críticos específicos do desenvolvimento (Fig,
38 GEN ÉTICA E DIAGNÓSTICO PR É-NATAL
Coração
I
Sistema nervoso central
I Olhos
Resposta
a teratógenos I l-
Orelhas
I 1-
lábios e face média
Morte ou
regulação I Palato
r Dentes
I J Membros superiores
I 1-
Membros inferiores
I Genltálla externa
FIGURA 2-7. Períodos e graus de suscetibilidade dos órgãos embrionários a teratógenos. (Reproduzido com permissão de Carlson 8M: Human
Embry%gy and Oeve/opmenta/ 8i%gy, 3rd ed. Phi/ade/phia, Mosby/ E/sevier, 2004. )
congênitos em humanos (Tabela 2-12). Há casos nos quais A infecção do feto pode ocorrer devido à disseminação
essas medicações ainda têm de ser usadas durante a gravidez, hematogênica através da barreira placentária ou por meio
uma vez que o benefício supera o I;SCO que elas impõem. de infecção ascendente através das membranas fetais com
Muitas vezes, doenças maternas não controladas são mais contaminação direta do líquido anmiótico. Nos casos de
nocivas para o feto do que a droga administrada. infecções intrauterinas por citomegalovírus e toxoplasmose,
manifestações clínicas específicas são vistas apenas raramente
Infecções Maternas na mãe. Casos de infecções intrauterinas suspeitadas podem
A incidência de infecções intrauterinas varia entre 3% e 15%. ser avaliados pela medição das concentrações séricas de
A rubéola foi um dos primeiros agentes infecciosos reconhe- anticorpos específicos maternos, mas o significado dos lúveis
cidos como causadores de defeitos congênitos em humanos, e de anticorpos frequentemente é incerto. Além disso, uma
antes era um dos mais comuns. Hoje, por causa dos progra- elevação nos níveis de anticorpos maternos é diagnóstica para
mas efetivos de imunização contra rubéola, a infecção mais infecção materna, mas não necessariamente para a infecção
comum é a aparentemente causada por citomegalovírus. fetal . Para diagnosticar infecção fetal, o agente infeccioso deve
As infecções intrauterinas com sequelas fetais a longo ser identificado no líquido anmiótico por cultura ou reação de
prazo podem ser virais , parasitárias ou bacterianas (Tabela cadeia de polinlerase (RCP) ou por imunoglobulina M (IgM)
2-12). As infecções intrauterinas mais comuns são virais, específica no sangue fetal. No nascimento, IgM específica no
embora a toxoplasmose seja causada por um protozoário sangue do cordão ou achados clínicos típicos (ou ambos) são
(7óxoplasma gondil) e a sífilis por um espiroqueta (7i-eponema as ferramentas diagnósticas mais relevantes.
pallidum). A época da infecção materna pode influenciar a
gravidade e a probabilidade de infecção fetal . A rubéola causa Medicamentos
uma alta porcentagem de malformações no primeiro trimes-
tre, enquanto a toxoplasmose causa infecção fetal mais no Embora muitos medicamentos tenham sido suspeitados de ser
terceiro trimestre, porém com consequências mais graves se teratógenos humanos, há apenas um número relativamente
contraída mais cedo. pequeno em relação aos quais há evidência convincente Iigan-
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 39
Infecções intrauterinas
Citomegalovírus Doença de inclusão citomegálica: restrição do crescimento intrauterino, microcefalia, coriorretinite,
convulsões, cegueira, atrofia 6ptica. Hepatoesplenomegalia, icterícia e trombocitopenia neonatais
Rubéola Abono espontâneo, sÚ1drome de rubéola congênita: cardiopatia, surdez, cataratas, resmção do crescimento
intrauterino, encefalite, ossos longos anormais. Hepatoesplenomegalia, icterícia obstrutiva e púrpura
trombocitopênica neonatais, retardo mental, déficits neurol6gicos e anormalidades comportamentais
Sifilis Malformações congênitas, prematuridade, natimorto, hepatoesplenomegalia, osteocondrite ou periostite,
icterícia, petéquias ou lesões cutâneas purpúricas, linfadenopatia, hidropisia, edema, ascite, rinite,
pneumonia, miocardite, nefrose e paralisia pseudobulbar
Toxoplasmose Encefalite, hidrocefalia, calcificações intracranianas, coriorretinite, eritroblastose, anemia, icterícia,
hepatoesplenomegalia, glomerulite, mÍocardite e miosite. Lesão do sistema nervoso central, convulsões,
retardo mental, paralisia cerebral, surdez e cegueira
Vírus varicela-z6ster Lesões cutâneas, retardo do crescimento fetal, hipoplasia de membros, defeitos cerebrais e oculares, atrofia
cerebral e cerebelar, convulsões, retardo do desenvolvimento e paralisias nervosas
do a substância diretamente a malformações congemtas em nitas , com o risco para o embrião diretamente relacionado
humanos. Testar drogas quanto à teratogenicidade é difícil, com o grau de controle glicêmico matern0 27.2R . As anorma-
porque os agentes podem causar uma alta incidência dc defei- lidades mais comuns incluem cardiopatia congênita e DTN,
tos graves em animais, mas podem não causar malformações enquanto regressão caudal é rara, mas dc frequência muito
em outras espécies ou em humanos (p. ex., cortisona causa aumentada em lactentes de mães diabéticas. O fenótipo
fenda palatina em camundongos, mas não em humanos). do lactente de mãe diabética também inclui macrossomia,
Em contraposição , a talidomida é um exemplo trágico de um poli-hidrâmnio e natimorto, com hipoglicemia e eritroblas-
agente que é altamente teratogênico em humanos, mas não é tose sendo complicações neonatais comuns . Fenilcetonüria
comumente estudado em roedores de laboratório. materna não tratada é também um leratógeno potente e
resulta em microcefalia, retardo mental, cardiopatia congêni-
ta e muito baixo peso ao nascimento. Os riscos para o feto
Fatores Físicos estão relacionados com a concentração materna de fenilala -
Radiação nina e são quase inteiramente eliminados com tratamento
dietético materno e retirada da fenilalanina na dieta das
Radiação ionizante é um teratógeno potente, com a resposta mulheres afetadas, durante a gravidez 29
dependendo da dose bem como da idade gestacional na qual
o embrião/feto é irradiado. A experiência com os sobreviven-
tes japoneses da bomba atômica, bem como com mulheres
Fatores Mecânicos
tratadas com radiação terapêutica na gravidez, fornece evi- Ruptura mecânica pode resultar em vários transtornos
dência dos efeitos lesivos de grandes doses de radiação ioni- sequenciais reconhecíveis e característicos. Muitas vezes, a
zante em humanos. Em contraste, não há evidência de que causa subjacente é menos importante que a via comum de
exposição à radiação em lúveis diagnósticos típicos (alguns ruptura. A sequência de Poner, por exemplo, é resultado
milirrads) imponha uma ameaça importante ao embrião, e de oligo-hidrânmio precoce, de longa duração, de qualquer
efeitos não cancerosos na saüde não são evidentes para doses causa, e consiste em hipoplasia pulmonar, pés tortos , luxação
fetais de menos de 5 rads. Radiação ionizante em doses altas congênita do quadril, orelhas em posição baixa, micrognatia
(> 5 a 10 rads) pode causar uma variedade de anomalias em e fácies achatada. Esse mesmo fenótipo pode resultar de
vários sistemas de órgãos . As anormalidades mais proemi- diferentes causas de ausência de líquido amniótico, incluindo
nentes associadas à radiação são defeitos no SNC, variando agenesia renal bilateral e ruptura prematura da membrana
de DTN a transtornos funcionais, como retardo mental. 22 Em amniótica.
fetos expostos entre oito e 15 semanas de gestação, dados
dos sobreviventes da bomba atômica indicam que o declínio
na pontuação do Q1 é aproximadamente 25 a 31 pontos por TRIAGEM GENÉTICA NA GRAVIDEZ
100 rads, com doses acima de 10 rads. Com 16 a 25 semanas
Triagem é atualmente recomendada na gravidez para várias
de gestação, a perda média de Q1 é quase 13 a 21 pontos por
doenças genéticas (monogenéticas ou mendelianas), anor-
100 rads , em doses acima de 70 rads. Depois de 26 semanas,
malidades cromossômicas e defeitos congênitos estruturais
a doses acima de 100 rads aumentam os riscos de natimorto
no feto. Triagem de defeitos monogenéticos é oferecida
e morte neonatal 22 .23 .
essencialmente a todas as pacientes, embora os testes precisos
Parece haver um risco ligeiramente aumentado de câncer
oferecidos variem de acordo com a etnia. Triagem de anor-
na infância com doses de radiação no feto acin1a de 1 rad.
malidades cromossômicas também é recomendada para todas
Não há evidência de que esse efeito dependa da idade ges-
as pacientes, com uma avassaladora variedade de opções
tacional. O risco absoluto de câncer fatal em O a 15 anos de
ultrassonográficas e bioquímicas agora disponíveis para efe-
idade após exposição pré-natal à radiação foi estimado em
tuar essa u·iagem. Triagem de defeitos congênitos estruturais,
0,006% por 100 ml"ad. Para uma inteira de vida, esse
como DTN, pode envolver triagem bioquímica bem como
risco é cerca de 0,015% por 100 nu-ad' 3.
ultrassonografia maternas.
Extremos de Temperatura
Em animais , foi documentado que temperaturas corporais Triagem de Portador (Heterozigoto)
excessivas causam malformações; DTN estão entre os mais A principal finalidade da triagem de portador na gravidez é
frequentemente descritos. Em humanos, os dados são incon- identificar indivíduos que são eles próprios sadios, mas cor-
clusivos e muitas vezes conflitantes. Uma grande revisão rem risco de ter filhos com um transtorno genético. A maioria
e metanálise, publicada em 2005, descreveu uma razão de dos transtornos nessa categoria são doenças AR, nas quais
risco de 1,9 para DTN associada à hipertermia materna, e ambos os pais têm de ser portadores do gene, mas tipicamen-
os autores concluíram que hipertermia materna no começo te não são afetados. Na maioria dos casos, não há histórico
da gTavidez parece ser um teratógeno human0 24 . Outras familiar da doença.
grandes experiências confirmaram a associação com DTNs Concorda-se de modo geral que os seguintes critérios
e outros defeitos congênitos, que foram relatados com febre devem ser satisfeitos para que programas de triagem de hete-
materna bem como o uso de aparelhos como banheira quente rozigoto sejam eficazes: (1) transtorno de suficiente gravidade
e sauna 25 .26 para justificar triagem, (2) alta frequência de portadores na
população rastreada, (3) disponibilidade de um teste barato
Fatores Maternos e confiável com baixos resultados falso-positivos e falso-nega-
tivos, (4) acesso a aconselhamento genético para os casais
Várias doenças maternas e transtornos metabólicos foram identificados como heterozigotos, (5) disponibilidade de diag-
implicados na gênese de malformações congênitas. Diabetes nóstico pré-natal, (6) aceitação e participação voluntária pela
materno está fortemente associado a malformações congê- população visada para rastreamento.
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 41
10.000
- Soro fetal
1.000 - Liquido amniótico
_ Soro materno
100
E
a,
c 10
Il.
u.
«
0,1
de DTN é 16 a 18 semanas de gestação. Antes de 16 sema- Se a ultrassonografia de triagem não identificm' a etiologia
nas, há mais superposição entre gestações afetadas e não da AFPSM elevada, é indicada avaliação adicional com ultras-
afetadas . Embora a data da última menstruação (DUM) seja sonografia mais sofisticada e amniocentese. A sensibilidade
suficientemente precisa para triagem de DTN, a determinação aumentada da ultrassonografia para a detecção de DTN e
ultrassonográfica da data é mais exata e seu uso melhora a outras anormalidades estruturais importantes associadas a
sensibilidade e especificidade da triagem. Além disso, como AFPSM foi descrita como tão alta quanto 94% a 100oW". Um
as medidas do diâmetro bipmieml no segundo trimestre são estudo recente de fato indicou que a ultrassonografia isolada
usualmente menores em fetos com cspinha bífida, a AFPSM é mais sensível que AFPSM para a detecção inicial de DTN;
parecerá mais alta, e esse artefato melhora a taxa de detec- isso varia com a experiência e a proficiência do examinador
ção dessa lesão. Outras medidas ultrassonográficas (p. ex., ultrassonografista55 . Ultrassom é menos caro que amniocen-
comprimento cabeça-nádega ou biometria composta) podem tese e não acarreta o risco de abortamento.
determinar confiavelmente a data da gravidez, mas não têm A amniocentese permite a medição da AFP e da acetilco-
essa vantagem única da determinação da data pelo DBP. Por linesterase (AChE) no líquido amniótico. Em alguns progra-
essas razões, no segundo trimestre, a determinação ultras- mas , AChE só é medida quando a AFPLA é maior que 2,0
sonográfica da data baseada no DBP só é recomendada em MdM, uma abordagem que fornece o melhor equilíbrio entre
gestações com 14 semanas ou mais tarde para as finalidades sensibilidade e especificidadé ú • O casionalmente, AChE é feita
de rastreamento de AFP. A maioria dos laboratórios tem con- quando há um risco prévio aumentado (p. ex., AFPSM eleva-
juntos separados de parâmetros de distribuição para gestações da, ulu'assonografia anormal ou um histórico familiar positi-
com determinação da data por ultrassom versus DUM. vo). A medição da AFPLA e AChE tem uma taxa de detecção
Há diversos fatores outros que não idade gestacional de 970/0 para DTN, com uma taxa falso-positiva de 0,5 0/?
que afetam os níveis de AFPSM , incluindo peso matern0 40 , Embora haja muitos transtornos que podem resultar em uma
raça4J ,42, diabetes mellitus insulinodependente (DM ID)43.H e o AFPLA elevada, AChE é mais específica do tecido neural.
número de fetos. Estudos mmbém sugeriram que a AFPSM Detecção de AChE no líquido mTIniótico geralmente indica
no segundo trimestre está constantemente elevada depois de que um DTN aberto está presente, embora uma AChE posi-
redução transabdominal de gravidez multifetal (RGMF) no tiva também tenha sido descrita com onfalocele, gastrosquise,
primeiro trimestre, e não deve ser realizada nesse contexto 45 . higroma cístico, lesões da pele fetal e hidropisia fetal 58 .59 .
Uma vez que o maior tamanho materno resulta em maior Uma causa importante de elevações limítrofes da AFP
diluição da AFP derivada do feto, as mulheres obesas têm no líquido amniótico e resultados falso-positivos de AChE
lúveis mais baixos de AFPSM. Mulheres negras e asiáticas é contaminação da amostra com sangue fetal. Os níveis de
têm níveis 10% a 15% mais altos que as não negras, e as AFP no sangue fetal são mais de 100 vezes mais altos que os
muUleres diabéticas insulinodependentes têm concentrações níveis no LA. Resultados falso-positivos de AChE ocorrem
mais baixas que a população geral. Enquanto a relação entre em cerca de 2% das amostras visivelmente coradas de sangue
AFP e DMID há muito foi admitida, a magnitude da asso- e 0,2% das amostras que não são visivelmente coradas com
ciação tem sido discutida·16 Inicialmente, achou-se que os sangue. Realização de teste para a presença de hemoglobina
níveis de AFP eram 60% a 70Ofo dos controles. Mais tarde, fetal é indicada em amostras com AFPLA elevada, contami-
com correção para idade, raça e peso, isso foi ajustado para nação eritrocítica visível e algumas outras indicações (p. ex.,
800f047. A base fisiológica para esse valor mais baL"(o não está AFPSM inexplicavelmente elevada, LA avermelhado). A
clara. Parece haver uma associação enu-e o grau de conu'ole taxa falso-positiva de AChE quando é efetuada muniocentese
da glicemia, conforme determinado por medições da hemo- precoce (entre 10 e 15 semanas) é quatro vezes mais alta que
globina glicosilada, e a AFPSM 48 ,49 . Dados recentes indicam com anmiocentese com 15 semanas ou mais 60 .
que talvez ? nas gestações de DMI D não seja mais Um estudo comparando estratégias de avaliação de
apropriad0 4/. E possível que melhores métodos laboratoriais, AFPSM elevada indicou que um programa que usou ultras-
vigilância e controle diabéticos aperfeiçoados , e meUlOr MdM sonografia direcionada e um ponto de corte da AFPSM de
ajustado ao peso possam ter resultado em valores de DMID 2,0 MdM detectaria 90/100 fetos estruturalmente anormais
mais próximos dos controles. Alguma correção ainda é apro- em uma coorte de 100.000 hipotéticas gestações simples, sem
priada, embora seja menor que no passado. perda fetal iatrogênica, a um custo de $ 5.700 por feto anôma-
Cada um desses fatores é levado em conta no cálculo do lo. Os autores colocam isso em contraste com uma estratégia
risco. Embora outros fatores , como fumo maternoóO .5 1 e FIV de amniocentese com cariotipagem para AFPSM de 2,5
(fertilização in vitro),52.53 tenham um pequeno impacto sobre MdM ou mais alta, o que detectaria mais 15 fetos anormais
os níveis de AFPSM e outros marcadores bioquímicos, essas (incluindo algumas anormalidades cromossômicas), mas com
diferenças não são de suficiente magnitude para justificar nove abortos iatropênicos e um aumento de custo de $ 46.100
correção. por feto anômal0 6 .
Vários pesquisadores relataram uma associação entre
AFPSM elevada e um risco aumentado de aneuploidia fetal,
Acompanhamento Quando a AFPSM um argumento adicional para amniocentese. Esses estudos
estimaram a prevalência de aneuploidia clinicamente signi-
Está Elevada ficante nesse contexto em 1%, com aproximadamente 55%
Qyando o nível de AFPSM está próximo do ponto de corte dessas sendo aneuploidias autossôlnicas e 45% anormalidades
(ou 2,0 ou 2,5 MdM), é avaliada a exatidão da determinação dos cromossomos sexuais ú2M .
da data. Se foi usada baseada na DUM para o cálculo origi-
nal, uma ultrassonografia deve ser realizada para confirmar a Outras Anormalidades e AFP Elevada
data e excluir gestação múltipla e morte fetal , ambas podendo
causar AFPSM elevada. Cada programa determina a discre- Uma AFPSM elevada pode estar associada a defeitos fetais
pância de datas em que é efetuado recálculo, geralmente entre ouu'os que não DT s (ver Fig. 2-10, Tabela 2-15). Essas doen-
sete e 14 dias. ças incluem outros defeitos fetais abertos, como onfalocele e
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 45
1Tabela 2-15 1Causas de uma AFPSM Elevada Padrões de Resultados Vistos com Triagem
Tabela 2-16 Expandida de AFP em Transtornos Fetais
Gestação múltipla
Morte fetal AFP uE J hCG Inibi na A
Hemorragia fetomaterna DTN aberto 11 Sem AlleraÇ<'io Sem Alteração Sem Alteração
Anormalidades placentálias
Anormalidades uterinas
Síndrome ele U U 11 11
Down
Tumores ovarianos ou hepáticos
Trisomia do 18 11 U U. Sem AIle ração
Defeitos congênitos fetais
Defeitos de tubo neural AFP, alfafeloprolcÍna; hCG , gonadolrofina eOl'iônica humana; OTN. defeitos de
Espinha bífida tubo neural; uE31 estria l não conjugado,
Anencefali a
Encefalocele
Defeitos de parede ventral aberta Marcadores Bioquímicos e
Onfalocele
Gastrosquise
Anormalidades Cromossômicas Fetais
efrose congênita Logo depois da introdução da triagem de AFPSM para DT ,
Triploidia foi reconllecido que os fetos com SD tinham uma AFPSM
Agenesia renal bilateral mais baixa no segundo trimestre, estimada em 0,74 MdM G8 .G9 •
Transtornos congênitos ela pele Investigações subsequentes relataram que os níveis de no
Epiele1l11ólise bolhosa
soro materno, líquido amniótico G9 e soro do cordão fetal 'o são
Aplas ia cuns
todos mais baixos nas gestações em que o feto tem SD. Isto
Doença renal policística autossômica recessiva
Teratoma sacrococcígeo
pode ser devido à produção diminuída de AFP pelo fígado
Malformação adenomatóide cística do pulmão
fetal ou remoção mais rápida da AFP da circulação fetal ' l.
V ários outros marcadores bioquímicos também foram
AFPSM. alfafc loproleína sériea malem a.
estudados para uso em triagem de aneuploidia. Embora
alguns destes marcadores não tenham sido úteis , o estrial não
conjugado (uE3)72, gonadotropina cOl-iônica humana (hCG)73
e dímero de inibina A 74 -76 acrescentam sensibilidade e especi-
ficidade à triagem bioquímica no segundo trimestre para SD.
De maneira similar à AFP, uE3 é 25% a 30% mais baixo na
gravidez de SD, enquanto hCG e inibina A estão aumentadas,
gastrosquise. Além disso, alguns transtornos cutâneos fetais com um valor médio cerca do dobro daquele em controles
permitem difusão aumentada de AFP para dentro do liquido normais (Tabela 2-16fl .
anmiótico, resultando em uma AFPSM elevada. Nefrose E3 é um hormônio esteroide que é produzido pelo sincicio-
congênita pode causar níveis muito altos de AFP devido a trofoblasto. A biossíntese do estriol exige produção de sulfato
proteinúria fetal e é suspeitada com uma ultrassonografia nor- de dehidroepiandrosterona (DHEAS) pela glândula suprarre-
mal e AFPSM pronunciadamente elevada (com frequência > nal fetal e subsequente conversão do DHEAS em 16a-OH-
10 MdM). Este transtorno AR resulta em insuficiência renal DHEAS no fígado fetal. Na placenta, 16a-OH-DHEAS é a
precoce, e as crianças muitas vezes morrem na fase de lactente seguir desconjugado por uma sulfatase e a molécula resultante
ou no começo da infância. Ela é relativamente rara exceto é aromatizada para produzir estriol não conjugado. Distúrbios
na Finlândia, onde a incidência relatada de 1/2.600 nascidos fetais que afetam os precursores ou as enzimas envolvidas
vivos torna a doença um foco primordial do programa de nesta via podem influenciar as concentrações de UE3 na tria-
triagem de AFP. Exame de DNA para nefrose finlandesa está gem materna e podem ser detectados com triagem de múlti-
agora disponível, embora de menos uso em famílias que plos marcadores no segundo trimestre (ver adiante).
não têm origem finlandesa3g:64.65 HCG é secretada pelo sinciciotrofoblasto. Outros produ-
tos secretados pela placenta como progesterona, lactogênio
placentário humano (hPL) e betaglicoproteína específica de
gravidez são mais altos em amostras de gestações de SD. Este
AFPLA Elevada achado sugere uma placenta hiperssecretora ou imatura como
Diversos estudos abordaram o risco de uma anormalidade característica da SD fetal 73 .77.
quando é detectada uma AFPLA elevada. Em um estudo de
85.000 amostras consecutivas do programa de rastreamento Programas de Triagem para
do estado da Califórnia, 2,2% tinha uma AFPLA acima de 2,0
Aneuploidia Fetal
MdM. Metade media 2,0 a 2,4 MdM, e 93% destas tiveram
um resultado normal . Sessenta e sete por cento daquelas com Uma vez que AFP, uE3, hCG e inibina A são todos indepen-
níveis mais altos tiveram anormal idades . Com uma AChE dentes da idade materna e apenas fracamente correia cio nados
positiva, a probabilidade de um feto anormal foi 67% para um com o outro, eles podem ser usados em combinação para
os níveis entre 2,0 e 2,4 MdM e 99% com mais de 5,0 MdM . estimar o risco de SD fetal. No segundo trimestre, triagem
Depois de um uma ultrassonografia e cariótipo normais, o para SD agora envolve mais triagem tríplice com os marcado-
risco de uma anormalidade fetal foi 10f0 para AFPLA medin- res AFPSM, UE3 e hCG, ou triagem quádrupla com esses três
do 2,0 a 2,4 MdM e 3% para níveis mais altos 66 . De maneira marcadores mais inibina A 7G .78 .
similar à AFPSM, uma AFPLA inexplicada também tem sido Além de usar diferentes combinações de marcadores para
associada a pré-eclâmpsia e trabalho de parto prematur0 6? triagem, os laboratórios usam diferentes níveis de con e para o
46 GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
aperfeiçoamentos na disponibilidade de triagem sérica mater- tes de evolução da gravidez. Esse estudo de mais de 38.000
na no segundo trimestre, do uso difundido da ultrassonogra- mulheres identificou numerosas associações entre marcadores
fia para identificar achados associados a aneuploidia fetal, do séricos e resultados adversos. Houve um risco relativanlente
desempenho demonstrado da triagem no primeiro trimestre baixo, mas significativo, de ter uma complicação obstétl;ca
e do potencial de combinações dessas condutas 87• À medida quando uma paciente tinha um único marcador anormal.
que aperfeiçoamentos na triagem têm fornecido estimativas Entretanto, o risco de ter um resultado adverso aumentava
de risco muito melhores que as disponíveis usando-se a idade significativamente quando a paciente tinha dois ou mais mar-
unicamente, cada vez mais mulheres de 35 anos de idade ou cadores anormais 96 .
mais estão escolhendo fazer o rastreamento antes de tomar Outro estudo comparou os riscos de evolução adversa em
uma decisão a respeito da amniocentese. Entretanto, numero- mulheres com hCG ou AFP elevada inexplicada, e se esses
sos editoriais recentes questionaram se permanece justificado riscos variam conforme a situação de risco pré-gravidez (com-
o uso da idade materna como único critério para avaliação do plicações médicas ou obstétricas precedentes). Esses pesqui-
risco de aneuploidia 88 . sadores observaram que rastreamento sérico anormal estava
Todas as pacientes que consideram diagnósli.co pré-natal associado independentemente a pré-eclâmpsia, restrição do
devem aceitar aconselhamento genético para discutir as crescimento intrauterino, morte fetal e parto prematuro em
opções disponíveis e os riscos, benefícios e limitações de cada mulheres de alto e de baixo risc0 97. Em pacientes com restri-
escolha de exame. ção do crescimento intrauterino (RClU) , aquelas que também
tinham hCG elevada ou uEs dinlinuído eram associadas a um
risco aumentado de evolução adversa, em comparação com
pacientes com RClU e marcadores normais 98 .
Complicações da Gravidez no Terceiro O tratamento ótimo das pacientes com triagem bioquími-
Trimestre após Triagem Sérica ca anormal inexplicada, no entanto, permanece controverso.
Anormal De modo geral, muitos estudiosos concluíram que, à parte o
risco seis a sete vezes aumentado quando ambas AFP e hCG
Níveis extremos de marcador, tanto baixos quanto altos, tam-
estão elevadas, a utilidade clínica das diferenças em um mar-
bém têm sido associados a complicações da gravidez no ter-
cador provavelmente é baixa 99 .
ceiro trimestre, tais como transtornos hipertensivos , restrição
do crescimento intrauterino e parto prematuro. A maioria dos
casos, no entanto, não é devida a patologia fetal ou materna, Estriol Baixo
e afinal resulta em um desfecho normal.
1àmbém foi observado que as mulheres com estriol baixo
Numerosos estudos demonstraram que as mulheres com
« 0,75 MdM) têm um risco aumentado de evolução ruim,
níveis elevados de AFPSM têm um risco aumentado de com- incluindo RClU, oligo-hidrâmnio e parto de lactente pequeno
plicações , como aborto espontâneo, lactentes pequenos para para a idade gestacional, um risco que parece independente
a idade gestacional, distúrbios hipertensivos associados à gra- de hCG oU AFP elevadas 100. Cerca de 0,27% das mulheres
videz e parto prematuro. A magnitude do risco aumenta com terá um uE3 muito baixo « 0,15 MdM), um achado que
concentrações séricas maternas crescentes, de um risco de foi associado a vários distúrbios metabólicos e genéticos,
19% com níveis de 2,5 a 2,9 MdM a 67%, com uma AFPSM incluindo síndrome de Smith-Lemli-Opitz (SLO), deficiência
acima de 6,0 MdM 89 de esteróide sulfatase, sínclrome de KalLnan, hiperplasia
Em casos de aumento inexplicável de AFPSM, a transfe- suprarrenal congênita e outros transtornos associados à dis-
rência transplacentária aumentada é responsável pelo valor função supranenal. SLO é um transtorno AR que resulta em
elevado. Essa transferência aumentada ocorre com várias malformações múltiplas, incluindo defeitos cardíacos congê-
anormalidades placentárias, e essas mesmas anormalidades nitos, retardo mental e genitália ambígua em homens. Uma
placentárias mais tarde resultam em complicações perinatais. vez que a anormalidade primária envolve a biossÍl1tese do
Anormalidades tais como placenta acreta, increta e perCl-eta colesterol, uma falta de precursores de colesterol do feto torna
também foram descritas com uma AFP elevada 9o , e anomalias a placenta incapaz de produzir UE 3IOI . Diagnóstico pré-natal é
uterinas foram descritas como 22 vezes mais comuns também possível pela detecção de lúveis elevados de 7-0H-dehidroco-
nessas pacientes 9 1. Em virtude do gradiente muito grande de lesterol no líquido aJ11nÍótico ou na urina materna lO2 . Alguns
concentração entre concentTações séricas fetais e maternas programas de triagem, incluindo o programa expandido de
de AFP, mesmo um ligeiro comprometinlento na integridade AFP no estado da Califórnia, proveem avaliação do risco de
SLOI 03.106. Embora a detecção da SLO tenha se comprovado
uteroplacentária permitirá transporte detectavelmente aumen-
rara nesses programas, as pacientes identificadas com risco
tado de AFP através da placenta.
aumentado para SLO revelaram ter um risco muito alto para
Ouu·os marcadores bioquímicos e combinações de marca-
vários resultados perinatais adversos, excedendo 50%104.
dores tanlbém foram estudados em relação a resultado adver-
A outra causa, mais comum, de estriol muito baixo é a
so na gravidez avançada. A hCG elevada, em particular, foi presença de esteroide sulfatase ligada ao X no feto. A falta
associada a um risco aumentado de restrição do crescimento dessa enzima na placenta tanlbém resulta na incapacidade de
intrauterino, hipertensão/pré-eclâmpsia, malformações fetais, produzir estriol não Essa afecção é uma condição
anormalidades cromossômicas e evolução perinatal adversa. ligada ao X que leva à ictiose como sintoma principal na
Como no caso da AFPSM, os mais altos níveis de hCG estão prole, e um histórico [anuliar cuidadoso frequentemente reve-
associados ao mais alto risco de mau resultad0 92 . Gestações lará sintomas em um parente homem (avô ou irmão) previa-
únicas e gemelares com hCG e AFP elevadas foram associa- mente não diagllosticado. O diagnóstico pode ser confu·mado
das a desfechos obstétricos adversos 93 .95 . por prova molecular quanto à microdeleção causadora, no
A experiência FASTER recentemente completada foi uma liquido anmiótico. Embora a doença seja relativamente rara, o
grande experiência prospectiva de triagem bioquímica para diagnóstico pré-natal pode tranquilizar a fanúlia de que outra
anormalidades cromossômicas que incluiu dados abrangen- condição mais sét;a não está presenteI 06.I08.
48 GENÉTICA E DIAGNÓSTI CO PRÉ-NATAL
y Transdutor de ultrassonografia
Transdulor de ullrassonografia
Parede uterina
®
Perda do Perda do
cromossomo cromossomo
extra materno paterno
- "resgate"
Cromossomo Cromossomo
materno paterno
de AFP não possam ser avaliados nos vilocoriais. Portanto, as Uma característica importante da BVC é o risco de mos ai-
mulheres que fazem BVC necessitam triagem de DTN com cismo placentário limitado, que ocorre em 1% a 2% dos casos.
medição de AFP no soro matemo ou ultrassonografia mais O mosaicismo placentário linutado (MPL) representa uma
tarde na gravidez. discrepância enu'e a constituição cromossônuca da placenta e o
Há duas condutas usadas de BVC, transcervical e tran- feto, e é diagnosticado quando uma l1ustura de células trissômi-
sabdominal. Ambas são efetuadas sob orientação ultrassono- cas e normais é detectada pela BVC, enquanto apenas células
gráfica, que é usada para documentar vitalidade fetal, idade normais são encontradas em uma amnlocentese subsequente
gestacional, número fetal, localização do trofoblasto e determi- ou no lactente ao nascer. Mais comumente, MPL representa
nação do melhor acesso e caminho de biópsia. Na BVC trans- uma llllliagem celular trissôl1uca presente apenas na placenta,
cervical, a paciente é colocada na posição dorsal de litotomia, com um complemento cromossômico diploide normal no
um espéculo é inserido, e a vagina e o colo preparados com feto ll B. Entretanto, o feto é verdadeiramente mosaico em cerca
antisséptico de iodo. Um cateter de polietileno 16G com um de 10% dos casos1l 9 , embora o risco seja um pouco dependente
obturador flexível de aço inoxidável é inserido através do colo da trissomia específica identificada. 120 Embora alguns casos de
e para dentro da placenta em desenvolvimento. Com uma via MPL estejam associados à má função placentária e compli-
de acesso transabdominal, uma agulha calibre 20 é inserida cações perinatais como RCIU e lupertensão matema, mais
na placenta de uma maneira semelhante à amniocentese. Em frequentemente o resultado é normal.
qualquer das condutas, uma seringa de 20 mL é usada para MPL pode originar-se após o chan1ado resgate de tI'isso-
aplicar pressão negativa e obter uma amostra. l1ua de uma concepção originalmente trissôl1uca (Fig. 2-13).
Os riscos da BVC foram comparados com os da amnio- isso ocorre, o feto pode ser dissônuco mas ter dis-
centese em várias experiências efetuadas logo depois da um-o- somia uniparental (DUP), uma condição na qual ambos os
dução da técnica na década de 1980. Um estudo colaborativo cromossomos foram herdados do mesmo progelutor. Por
nos Estados Unidos demonstrou uma taxa de perda 0,8% exemplo, se um embrião tiver trissol1ua do 15 devido à não
mais alta que a de uma amnlocentese no trimestre intermediá- disjunção materna, uma ou mais células na massa celular
rio, uma diferença que não foi estatisticamente significativa ll5 . interna, destinada a se tornar o feto, pode ser "resgatada" pela
Uma experiência canadense também demonstrou um aumen- perda de um cromossomo 15. Se por acaso a cópia paterna for
to não significativo nas perdas de 0,6% acin1a da amnlocente- perdida, haverá um número normal de cromossomos no feto ,
se (canadense)Y6 Desde a conclusão dessas experiências, há mas DUP 15 materna. Resgate de trissomia e DUP podem
mais de 20 anos, houve uma dinllnuição nas taxas de perda potencialmente afetar qualquer cromossomo, mas se os genes
de ambos os procedimentos. Um estudo recente completado que sofreram impn'nting estiverem presentes no cromossomo
na Universidade da Califórnia em San Francisco concluiu que particular envolvido, isso pode ter consequências para o feto.
a dinúnuição no risco de perdas relacionadas com BVC foi DUP 15 materna é uma causa de SPW, uma condição carac-
maior que com amniocentese . Isso resultou no fechamento do terizada por retardo mental , obesidade e hipogonadismo. Por-
espaço do risco, e agora citamos taxas comparáveis de aborto tanto, testar quanto à DUP é indicado como acompanhamen-
subsequente à BVC ou amniocentese no nosso centro ll2 . to a MPL detectada por BVC quando um cromossomo con-
Entretanto, BVC tem uma curva longa de aprendizado e os tendo genes que sofreram imprintz'ngconhecidos está envolvido
riscos são muito dependentes do médico, portanto essa taxa (cromossomos 7, 11 , 14 e 15). Se o cromossomo envolvido na
equivalente de perda não ser generalizável a todos os trissomia original não contiver genes que sofreram imprinting,
centros e prestadores ll . nenhum resultado fenotípico para o feto é suspeitado.
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ- NATAL 51
No começo da década de 1990, houve vanos relatos preocupação com a CI;ação de uma gTavidez gemelaI' mono-
de defeitos de redução de membros fetais subsequentes à aInniótica ialTogênica com potencial de emaraIlhaIuento dos
BVC I21.1 22 . Os procedimentos nos lactentes afetados foram cordões umbilicais tanlbém são preocupações.
predominantemente executados entre 55 e 66 dias de gesta- Na BVC, o procedimento cxige cuidadosa determinação
ção, e estudos subseguentes indicaram que idade gestacional ultrassonogTáfica da inserção da placenta, porque estudos com
precoce « 10 semanas completas) quando da biópsia aumen- corante para marcar a amostra não são possíveis. Colocar a
tava o risco dessa complicação. Depois de muita investigação, ponta do dispositivo de aspiração (cateter ou agulha) próxi-
inclusive um grande estudo de mais de 140.000 casos de BVC mo à inserção pode minimizar a possibilidade de biopsiar o
submetidos ao registro da Organização Mundial de Saúde, foi mesmo feto duas vezes. Um risco de menos de 2% de erro de
concluído que não há lisco aumentado de defeitos de redução amostragem foi descrito com BVC em gestações múltiplas l3l .
de membros a BVC realizada em gestaÇ<1.o de No caso de BVC ou de anlniocentese, descrição detalhada
mais de 10 semanas 23 . das localizações relativas dos fetos e placentas é importante,
particulaI'mente se caI'iótipos discordantes estiverem presen-
tes e tiver de ser considerada interrupção seletiva. Observar
Gestações Múltiplas quaisquer aIlormalidades estruturais ou outros achados que
Se uma gestação gemelar estiver presente, o lisco de uma anor- possam diferenciar os fetos também é útil.
malidade cromossômica está aumentado em comparação com
uma gravidez única. A probabilidade de que um ou ambos os Taxas de Aborto Pós-procedimento em
fetos tenham uma anormalidade cromossômica é dependente
da zigosidade. Há três possibilidades que resultariam em um Gestações Múltiplas
ou ambos os gêmeos serem afetados: (1) gêmeos dizigóticos Embora anlniocentese genética frequentemente seja efetua-
com um feto afetado, (2) gêmeos dizigóticos com ambos os da em gestações múltiplas, os menores números linUtanl a
fetos afetados, e (3) gêmeos monozigóticos com ambos os disponibilidade de dados concernentes a amniocentese ou
fetos afetados. Erros pós-zigóticos também podem resultar em BVC. Diversos estudos foram l'ealizados para avaliaI' a taxa
cariótipos discordantes em gêmeos monozigóticos, embora de abortaInento subsequente à anlniocentese em gêmeos. A
isso seja raro. Usando tabelas existentes de riscos estimados faixa citada de taxas de perda de 2,7% a 8,1% é comparável à
para anormalidades cromossômicas em gestações únicas e taxa de perda de base de 6% de gêmeos relatada por Yaron et
fórmulas derivadas matematicamente, foram determinados os al I31.1 32. Embora alguns estudos sugiram uma taxa de aborto
riscos de anormalidades cromossômicas em gestações gemela- pós-procedimento mais alta em gestações gemelaI'es quando
res relacionados com a idade. De acordo com esses cálculos, comparadas com únicas, nem todos explicam a taxa de aborto
uma paciente de 31 anos de idade ou mais com uma gestação mais alta de gêmeos. Estudo adicional é necessário para ava-
gemelar tem um risco de uma anormalidade cromossômica
liaI' o risco associado a arnniocentese multifetal.
em pelo menos um dos seus gêmeos equivalente ao de uma
Na BVC, dados ainda mais linUtados estão disponíveis
mulher de 35 anos com uma gestação única 124. Exame gené-
para determinar a segurança e precisão desse procedimento
tico pré-natal deve, portanto, ser oferecido às mulheres com
em gestações múltiplas. As taxas de aborto de gravidez rela-
gêmeos em idade mais jovem que os tradicionais 35 anos de
tadas nas maiores experiências recentes descritas na literatura
idade.
Conhecimento da corionicidade é fundamental quando variam de 0,6% a 4,0%, outra vez compaI'ando-se favoravel-
se executa procedimentos invasivos em gestações múltiplas. mente com a taxa de abono de base de 6% descritas paI'a
gestações gemelaresI31.135.
Isso é mais bem determinado por ultrassom no primeiro
trimestre, época na qual a detenninação da corionicidade é A escolha entre efetuar anlniocentese oU BVC em uma
altamente exata l25. Diagnóstico pré-natal em gestações mono- gravidez múltipla depende de muitos fatores, como a pro-
coriônicas teoricamente requer apenas uma amostra, porque babilidade de proceder à redução de gravidez multifetal, a
os fetos devem ser cromossomicamente idênticos. Entretanto, idade gestacional à apresentação, a expel;ência do operador
há uma pequena probabilidade de mutação pós-zigóticas e as dificuldades técnicas do caso específico, incluindo a
levando a caI;ótipo discordaIlte, ou atribuição incorreta da compleição corporal materna e posições relativas dos sacos
corionicidade. Por essa razão, em geral aInbos os gêmeos são gestacionais e placentas. Vários estudos mostraram que BVC,
aInostrados. nas mãos de operadores experientes, é pelo menos tão segura
Tanto BVC quanto anlniocentese são usadas em amostra- quanto anlniocentese no segundo trimestre com taxas de
gem de gestações múltiplas. A técnica da amniocentese envol- perda comparáveis a gêmeos controlesl31.135
ve visualizaI' a membrana divisória e identificar uma bolsa de
líquido anlniótico em cada saco. A fun de ter certeza de que Interrupção Seletiva de Gestações
cada saco aIllniótico seja amostrado, 0,5 ml de corante índigo Multifetais
CaI'mim é instilado depois da remoção de líquido do primeiro
saco. Aspiração de liquido claI'o do segundo saco garante O achado de um único feto afetado em uma gestação múltipla
colocação adequada. Indigo carmim não foi associado a riscos pode representar uma situação complexa de aconselhanlento.
para o feto, enqUaIlto coraIlte azul de metileno não deve ser As opções de u'atamento incluem a interrupção da gravidez
usado devido a relatos de hemólise fetal, atresia intestinal e toda, a continuação da gravidez ou interrupção seletiva.
morte fetal quando injetado intra-aInniotiCaIllenteI26.128 Tanl- Interrupção seletiva em uma gravidez gemelaI' rucoriônica
bém foi desclita uma técnica de inserção com agulha única pode ser realizada com intraCaI"díaca fetal de cloreto
paI'a amniocentese, com punção da membraIla divis6ria para de potássio. Essa conduta é eficaz, mas acarreta uma taxa de
ter acesso ao segundo saco l29 . Isso leVaIlta o potencial de mis- perda de 4% a 12% para o feto ou fetos restantes, dependendo
tura de amostras com resultados mosaicos, bem como ruptura da idade gestacional da gravidez, número inicial de fetos e
da membrana entre os gêmeos. Relatos de anormalidades localização do feto afetado 136,137. Se a gravidez for monocoriô-
fetais em gestações gemelares após ruptura da membraIla 130 e nica, mas discordante para uma anormalidade cromossômica
52 GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Célu la biopsiada
Afetado Afetado
I I
Afetado
OU estruUlral, a presença ubíqua de anastomoses entre os dimento é realizado, é fe ito sob orientação ultrassonográfica
gêmeos torna a injeção intracardíaca insegura para o gêmeo contínua. A inserção do cordão umbilical na placenta é
normal. Se a interrupção seletiva for desejada nessa situação, identificada; essa é a área ótima para amostragem, porque o
oclusão do cordão umbilical usando lase!; ligadura ou coagu- cordão é fixo nessa localização. A inserção do cordão no feto
lação bipolar constitui a única opção. Poucos dados existem ou uma alça livre do cordão também podem ser acessadas ,
quanto aos riscos para a gravidez e o gêmeo restante se essa no entanto isto pode ser mais difícil devido a movimento do
conduta for escolhida. cordão e do feto. A mãe pode receber sedação parenteral
para seu conforto e para diminuir o movimento fetal. Inje-
ção intramuscular ou intravascular de curare ou Pavulon
Coleta de Sangue Fetal e Outras também é usada ocasionalmente para eliminar movimento
Biópsias de Tecidos Fetais fetal , embora os efeitos a longo prazo da paralisia fetal sejam
Embora existam teoricamente muitas indicações para obter desconhecidos 138.139 .
acesso à circulação fetal diretamente, os avanços na tecnolo- Uma vez que o local ótimo para acessar o cordão tenha
gia genética molecular diminuú-am muito a necessidade de sido identificado, o abdome materno é preparado e colocados
amostragem percutânea de sangue fetal (APSF) bem como os campos, o local da inserção é infiltrado com um anestésico
para efeular biópsia de tecidos como músculo fetal , pele ou local. Sob orientação ultrassonográfica, uma agulha espinhal
fígado. APSF tem sido feita também infrequentemente para calibre 20 ou 22 é avançada para dentro da veia umbilical.
obter sangue fetal para caáotipagem rápida, mas, novamente, Amostras de sangue fetal são aspiradas por seringas hepari-
a disponibilidade do FISH para detectar as trissomias mais nizadas.
comuns diminuiu a necessidade dessa técnica. Transtornos DGP (diagnóstico genético pré-implantação) é uma técni-
como hemofilia, hemoglobinopatias , imunodeficiências e ca de exame pré-natal pela qual embriões iniciais, concebidos
doenças expressadas no músculo, pele e fígado que no passa- por meio de FIV, são submetidos a exame genético enquanto
do exigiam avaliação bioquímica direta de tecido fetal podem estão sendo cultivados in vitro, antes da reimplantação no
agora ser detectadas por análise ele mutação do DNA em útero (Fig. 2-14). Só os embriões com resultados normais são
amniócitos ou vilocoriais. transferidos. Essa técnica pode ser usada para testar quanto à
Presentemente, APSF é mais usada na avaliação e maioria dos transtornos genéticos nos quais uma mutação foi
tratamento da isoimunização fetal , quando se suspeita da identificada, e pode ser útil para casais em alto risco de ter um
necessidade de uma transfusão in Idem . Qyando esse proce- feto afetado por uma doença genética para a qual a eliminação
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ·NATAL 53
2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18
,.. .
19 20 21 22 23 24
de um feto após BVC ou amniocentese não é uma opção. Lhada visando à detecção ou elucidação de defeitos congênitos
DGP também é usado para selecionar embriões aneuploides fetais específicos.
em casais com abonamento recorrente suspeitado de ser Tal como em todas as demais áreas da medicina, pro-
devido a aneuploidia recorrente, portadores de translocações ver informação e tratamento apropriados depende de um
equilibradas, e para otimizar a eficiência da FIV especialmente diagnóstico correto. No diagnóstico pré-natal de transtornos
em casos de falha recorrente da FIV 140 . Uma porcentagem congênitos, fornecer informação prognóstica ou avaliar uma
surpreendentemente alta de embriões demonstrou ser aneu- possível recorrência em uma gravidez futura depende primei-
ploide e/ou mosaico nesses casos , e não está claro que a ra e predominantemente de assegura ,' o diagn6stico correto
biópsia de uma ou mesmo duas células seja indicadora da da criança afetada original (ou outro parente). Embora muitas
constituição cromossômica do embrião A utilidade malformações congênitas sejam características isoladas, elas
da DGP nesses casos não foi demonstrada em grandes séries também podem ocorrer como parte de uma síndrome, na
controladas. qual um padrão de malformações e feições resulta de uma
Uma vez que o exame genético em casos de DGP tem etiologia única. A etiologia de uma síndrome pode envolver
de ser realizado usando-se apenas uma ou duas células destes um cromossomo inteiro (p. ex., trissomia), deleção de uma
embriões iniciais, com tempo de renovação muito rápido pequena região cromossômica, ou uma mutação em um único
(geralmente menos de 24 horas), a técnica é complexa e erros gene. Frequentemente as outras características da síndrome
podem ocorrer. A taxa de erro é em geral citada como menos não podem ser detectadas por ultrassonografia, e por essa
de sendo recomendado que BVC ou amniocentese razão é importante o aconselhamento cuidadoso da família ,
sejam usadas para confIrmar os resultados do DGP. Repetin- bem como consideração de outros testes.
do, c1ararnente são necessários estudos grandes para determi- Como exemplo, cardiopatia congênita (CC) identificada
nar a exatidão e eficácia da em ultrassonografia pré-natal comumente é um achado isola-
do. Entretanto, ela pode ocorrer como parte de uma sÍndrome
na qual estão presentes outras anormalidades, como retardo
TESTE PRÉ-NATAL PARA mental. CCs são heterogêneas em etiologia, causadas em
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS alguns casos por um mecanismo cromossômico de um único
gene, e em outros por teratógenos como infecção pela rubéola
Anomalias, como DTN, fenda labial e palatina, e cardiopatia ou diabetes materno malcontrolado. A causa na maioria dos
congênita usualmente ocorrem como características mul- casos é desconhecida, e a maioria é considerada de origem
tifatoriais, causadas por uma interação de múltiplos genes multifatorial. O s parentes em primeiro grau têm um risco de
com [atores ambientais . Uma vez que esses transtornos têm recorrência aumentado de 2% a 4%. Ultrassonografia pré-
um elevado risco de recorrência nas famílias, teste pré-natal natal (ecocardiografia) é em geral oferecida aos casais com um
frequentemente é soLicitado. Devido às suas causas genéticas forte histórico de família ou um feto precedente com Cc. Em
complexas, malformações congênitas não podem ser identi- casos nos quais CC é detectada inesperadamente por ultras-
ficadas por amniocentese ou BVC. Na maioria dos casos , o som, amniocentese é oferecida para testar quanto a anorma-
exame pré-natal consiste na avaliação ultrassonográfica deta- lidades cromossômicas, as quais estão subjacentes em 100f0 a
54 GEN ÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
A B
FIGURA 2- 16. A. Hibridizacão fluorescência in situ em células na interfase. Sondas para o cromossomo 21 (em teste) são vermelhas , e para
o cromossomo 13 (controle) ·são verdes. Presença de três sinais vermelhos indica a presença de trissomia do 21. 8. Hibridização fluorescente
in situ em células na metáfase. Sondas para o cromossomo 22q11 (em teste) são vermelhas, e para 22q13 (controle) são verdes. Presença
de um único sinal vermelho indica uma deleção de 22q11 e a presença de síndrome de DiGeorge .
15% da CC fetal. Amniocentese também pode testar quanto nalmente aceito de classificação dos cromossomos , as bandas
a anormalidades genéticas que aumentam o risco de Cc. Por escuras e claras em cada cromossomo são numeradas. Esse
exemplo, CC é associada a uma rnicrodeleção relativamente sistema de numeração permite que a localização de qualquer
comum no cromossomo 22 (22q.ll) que pode ser detectada banda particular e seu comprometimento em qualquer anor-
com o uso de FISH em tecido fetal obtido por amnlocentese malidade cromossônúca sejam descritos com exatidão e sem
(Fig. 2-15). Essa microdeleção é associada a um espectro de ambiguidade.
resultados, incluindo sequência de DiGeorge e síndrome velo-
cardiofacial. Anormalidades ou deleções cromossômicas têm
implicações importantes para o aconselhamento genético, por- Hibridização Fluorescente In Situ
que uma criança com uma anormalidade dessas tipicanlente
tem outros problemas físicos e de desenvolvimento, além do FISH é uma técnica que permite a visualização de uma peque-
defeito cardíaco. na região cromossônúca, geralmente demasiado pequena para
ser vista com cariotipagem. FISH também pode ser usada
para identificação rápida dos cromossomos, porque pode ser
Técnicas de Análise Genética efetuada em células na interfase e, portanto, não é necessália
cultura para análise. FISH é realizada usando-se um pequeno
Durante as últÍl11as duas décadas, os avanços na genética fragmento de DNA (chamado sonda de DNA) com a mesma
incluíram aumentos na nossa compreensão de novos mecanis- sequência nucleotídica que o segmento de DNA cromossô-
mos genéticos. Grande parte dessa compreensão aumentada mico de interesse. A sonda de DNA é fixada covalentemente
aconteceu em virtude de melhoras na tecnologia genética, per- em um rótu lo fluorescente, lúbridizada com cromossomos da
mitindo investigação mais detalhada dos mecanismos metáfase, prófase ou interfase e em seguida visualizada com
de mutação e variação genética na população. A medida que um núcroscópio de fluorescência. FISH é usada para determi-
essas técnicas são usadas e investigadas, um número cada vez nar se uma pequena porção de um cromossomo (demasiado
maior de testes cwúcos disponíveis é oferecido, cada vez mais pequena para ser vista no cariótipo) foi deletada e identificar
sendo aplicáveis e úteis para avaliação do feto. translocações e cromossomos marcadores. Ela também é
usada para identificar fragmentos de material cromossômico
Identificação Cromossômica que são demasiado pequenos ou demasiado ambíguos para
ser localizados por téclúcas de bandeamento. ormalmente,
Diagnóstico pré-natal padrão envolve a avaliação dos cromos- uma sonda se lúbridará em dois lugares, refletindo a pre-
somos individuais que constituem o cariótipo fetal. Coloração sença de dois cromossomos homólogos. Se uma sonda do
de Giemsa, que produz um padrão de bandas específico segmento cromossômico em questão se lúbridar com apenas
chanlado bandeamento G, é a téCIÚca mais usada nos labo- um dos cromossomos do paciente, então provavelmente o
ratólios de citogenética clÍIúca para análise cromossôn1Íca. paciente tem uma deleção no outro. Material cromossôn1Íco
Cada cromossomo se cora em um padrão característico de em excesso também pode ser detectado com FISH, caso no
bandas claras e escuras (Fig. 2-15). Em um sistema internacio- qual a sonda se lúbridará em mais de dois locais. Como uma
GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL 55
avaliação rápida para trissomia (ou outra aneuploidia), células DNA genõmico em teste DNA genõmico de referência
em interfase podem ser analisadas com sondas de FISH que
se hibridam em regiões centroméricas de cromossomos espe-
cíficos, possibilitando desse modo uma contagem rápida do
número de cópias de um cromossomo específico (p. ex., 021
para excluir SD) (Fig. 2-16).
y
Técnicas Moleculares para Análise de •
DNA
É surpreendentemente fácil isolar DNA puro, que em geral
é muito estável quando comparado com enzimas e outras Ganho de cópias de DNA Perda de cópias de DNA
moléculas. DNA pode ser extraído de qualquer tipo de célula
que tenha um núcleo , incluindo leucócitos, células bucais,
ammócitos, vilocoriais e fibroblastos da pele. O DNA é essen-
cialmente o mesmo, independentemente do tecido de OI-igem.
RCP pode ser usada para amplificar quantidades muito
pequenas de DNA, permitindo que pequenas amostras sejam
usadas para a detecção de mutações específicas.
As mutações genéticas geralmente ocorrem devido a Posição na sequência
mutações, deleções ou duplicações pontuais. RCP e southem FIGURA 2-17. Técnica de HGC. HGC, hibridização genõmica com -
blotting são técnicas usadas para identificação de mutações parativa. DNA a ser testado é marcado com verde, e DNA controle ,
genéticas em amostras de DNA. Também estão dispOlúveis referência vermelha . DNA marcado é hibridizado em um microarranjo
contendo centenas de milhares de clones de DNA, e o número de
técnicas automáticas de sequenciação do DNA; essa sequen-
cópias analisado para cada clone . A proporção de DNA de teste para
ciação foi usada para completar o projeto genoma humano em referência indica duplicação ou trissomia, e diminuição na proporção
2003. O uso da sequenciação na prática clínica é complicado indica deleção ou monossomia de cada clone .
pelo potencial de identificação de mutações previamente não
descritas de significado clínico incerto.
Qyer um defeito seja uma deleção quer uma mutação
pontual, sua identificação permite que um teste específico seja
aplicado nos parentes em risco para diagnóstico pré-natal. Em testes amplificam pequenas sequências repetidas umas depois
casos nos quais a condição foi mapeada, mas o próprio gene das outras ou marcadores microssatélites com quantificação
permanece desconhecido, ou uma mutação específica não dos produtos. RCP-FC pode identificar rapidamente aneu-
tenha sido identificada, marcadores de DNA ligados podem ploidia e é usada em alguns centros como uma alternativa
ser usados em alguns casos para seguir o gene na família e para a FISH para detecção pré-natal rápida de aneuploidias
comparar indivíduos afetados e não afetados. Essa análise envolvendo os cromossomos 21 , 18 e 13 , e os cromossomos
é limitada em sua exatidão pelo potencial de recombinação sexuais 147,148.
entre o marcador e a mutação, o potencial de heterogeneidade HGC é uma técnica pela qual D A de um indivíduo de
genética e a possibilidade de que marcadores informativos não teste é hibridizado com DNA controle. A rotulação diferencial
sejam identificados na família. Com análise direta de mutação do DNA de teste versus o controle permite análise comparativa
ou linkage, é fundamental que exista prova ftrme do diag11ós- do número de cópias, assim fazendo triagem quanto à dinú-
tico, e que a mutação identificada seja conhecida como causa- nuição ou ao aumento no número de cópias através do geno-
dora. Além disso, a detecção de uma mutação em uma pessoa ma. HGC é agora mais realizada usando-se microarranjos, ou
(ou feto) em risco não faz um diagnóstico de uma doença lâminas às quais D A controle marcado foi aplicado. O DNA
clínica, e todas as precauções previamente descritas são essen- de teste é a seguir hibridizado e feita análise de computador
ciais para diagnóstico e tratamento precisos dos transtornos para identificar as proporções de cada sonda individual. Em
genéticos , particularmente no contexto pré-natal. termos simplistas, HGC comparativa oferece a capacidade de
executar múltiplas análises FISH ao mesmo tempo. Original-
mente desenvolvida para uso em câncer, a HGC tem grande
DIREÇÕES FUTURAS EM ANÁLISE utilidade em casos constitucionais e pré-natais, nos quais as
GENÉTICA características sugerem uma anormalidade cromossômica mas
não são suficientemente específicas para indicar uma análise
RCP Fluorescente Quantitativa e FISH única (Figs. 2-17 e 2_18)149.
Hibridização Genômica Comparativa
Outras novas técnicas para avaliação molecular do genoma,
DNA Fetal Livre
como RCP fluorescente quantitativa e hibridização genômica
comparativa (HGC), foram recentemente desenvolvidas e Enquanto os métodos de análise de células fetais intactas continu-
introduzidas em uso clínico. Essas técnicas estão sendo cada am a ser aperfeiçoados, continuam a ser procurados métodos
vez mais usadas para avaliação pré-natal dos cromossomos não invasivos de obter anlostras fetais ISO. Em 1998, Lo et al
e anormalidades cromossômicas no feto. 145.l46 Os ensaios de demonsu-aram que DNA fetal livre de células está presente no
RCP fluorescente quantitativa (RCP-FQ) são baseados na plasma de mulheres grávidas sadias IS1. Concentrações surpre-
amplificação de sequências de DNA exclusivas de cada par de endentemente altas de DNA fetal , quase 5% do DNA mater-
cromossomos e foram desenvolvidas para estabelecer o núme- no total, foram detectadas no plasma de grávidas , usando
ro de cromossomos específicos presentes em uma célula. Esses quantificação por meio de RCP. Esse DNA fetal acelular que
56 GENÉTICA E DIAGNÓSTICO PRÉ -NATAL
-1
-1 ,5
-2
é constantemente detectado no sangue materno durante a 8. Yu S, Baker E, Hinton L, et ai: Frequency of truly cryptic
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mitido pelo pai (p . ex., um feto com doença de hemoglobina National Libral')' of Medicine (BetI1esda, MD), 7/9/2006. World
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3
TRIAGEM DE A NEUPLOIDIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE
Fergal D. Malon e, MO , FACOG , FRCPI
AFP. alraIetOprotcína: hC G . go nadotropina coriônica humana : OTN. de reitO de TN. lranslucência nucal; PAll P-A. prOteína plas málica A associada à gravidez;
tubo neural: estriol nâo gonadolrop,na coriônica humana livre.
60
TRIAGEM DE ANEUPLOIDIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE 61
o
FIGURA 3-1. A. Medição convencional para
determinar a translucência nucal. Embora
esta ilustração demonstre a colocação reco-
mendada do caliper, muitos pesquisadores
usam uma medição "de interna a interna".
(Ilustrações por James A. Cooper, MD, San
Diego, CA.) B. Otimização da técnica de
ultrassonografia da translucência nucal no
primeiro trimestre: Medição da translucência
nucal em um feto normal com 1 2 semanas
de gestação. Os componentes de um bom
protocolo de triagem ultrassonográfica são
evidentes, incluindo ampliação adequada da
imagem, plano sagital mediano, posição neu-
tra do pescoço fetal, colocação correta do
caliper. Seta, âmnio.
Medição convencional
sonográfica no primeiro trimestre do espaço de translucência Obedecendo a uma técnica ultrassonográfica-padrão, é possí-
nucal. A translucência nucal refere-se ao espaço subcutâneo vel obter medidas exatas dessa área na vasta maioria dos fetos
normal cheio de líquido entre o dorso do pescoço fetal e a pele entre 10 e 14 semanas de gestação (CCN [comprimento cabe-
sobrejacente (Fig. 3-1). Normalmente, esse espaço é pequeno; ça-nádega] de 36-84 mm). Quando se efetua ultrassonografia
entretanto, em muitos fetos com síndrome de Down, esse de u-anslucência nucal, é essencial assegu rar técnica ótima, a
espaço pode estar significativamente aumentado (Fig. 3-2). qual pode ser atingida focalizando-se nos seguintes critérios 4 :
62 TRIAGEM DE ANEUPLOIDIA NO PRIMEIRO T RIMESTRE
100
95
E
Q)
CJ)
co
90
l:!
o
o..
85
80
11 semanas 12 semanas
20
E
Q)
CJ) 15
co
c
o
ê 10
o..
O ...L.....J...._L...-_..L-----L_ _L...-....J...._----L_..L-_
TN isolada Tr. sérica isolada Combinada 15-18 semanas
Triagem Quádrupla
1° trimestre 2° trimestre
B
FIGURA 3-3. A. Comparação da triagem no primeiro e segundo trimes-
tres para síndrome de Down: Taxas de detecção da triagem combinada
no primeiro trimestre com 11, 12 e 13 semanas de gestação, compara-
das com triagem sérica com marcadores quádruplos no primeiro trimes-
tre efetuada com 15 a 18 semanas de gestação (cada uma com uma
taxa de 5% de falso-positivos) . 8. Comparação da triagem no primeiro
e segundo trimestres para síndrome de Down: taxas de falso-positivos
da translucência nucal no primeiro trimestre isolada, PAPP-A e f-phCG
isoladas, e triagem combinada no primeiro trimestre com 12 semanas de
B
gestação, comparadas com triagem sérica por marcadores quádruplos FIGURA 3-4. A. Higroma cístico septado com 12 semanas de ges-
no segundo trimestre efetuada com 15 a 18 semanas de gestação (cada tação : corte ultrassonográfico mediossagital de um feto com higroma
uma para uma taxa de detecção de 85%). (Dados de Malone FD, Canick cístico septado , demonstrando espaço aumentado de translucência
JA, 8all RH, et aI: A comparison of first-trimester screening, second-tri-
nucal (caliper) estendendo-se ao longo do comprimento inteiro do
mester screening, and the combination of both for evaluation of risk for feto. 8. Higroma cístico septado com 12 semanas gestação: corte
Down syndrome. N Engl J Med 353:2001, 2005.)
transversal através do pescoço fetal do mesmo feto, demonstrando
septações óbvias (setas).
anterior, e o coração fetal deve receber o feixe de ultrassom necer um risco específico da gravidez em gêmeos, é calculada
paralelamente ao septo ventricular. Um volume de amostra uma razão de probabilidade para a medida de u-anslucência
Doppler pulsado de quase 3 mm é a seguir colocado através nucal de cada feto, essas duas razões de probabilidade são a
da valva n;cúspide, com cuidado para assegurar que o ângulo seguir adicionadas, e isso é a seguir multiplicado pela razão
com a direção do fluxo seja tão próximo de zero quanto possí- de probabilidade bioquÍl11ica para fornecer um cálculo final de
vel (Fig. 3-7). Regurgitação tricúspide importante é considera- "pseudorrisco"26. Embora pesquisa adicional sobre a eficácia
da presente se um jato regurgitante de pelo menos 60 crn/s for dessa triagem combinada no primeiro trinlestre em gestações
notado estendendo-se a mais de metade da sístole23 . múltiplas ainda seja necessária, a medição da translucência
Em uma série de 1.557 gestações de alto risco com II a 13 nu cal deve pelo menos representar um aperfeiçoamento sobre
semanas de gestação, regurgitação tricúspide importante foi a triagem sérica em gestações múltiplas. No presente, alguns
notada em apenas 4% dos fetos cromossomicamente normais, centros usam ultrassonografia de translucência nucal para
mas estava presente em 77 de 114 casos (68%) de síndrome ajudar a selecionar fetos para redução em gestações múltiplas
de Down e 14 de 42 casos (33%) de trissomia do 18 23 . Esses de mais alta ordem.
pesquisadores conseguiranl obter traçados Doppler adequa-
dos da valva tricúspide em 99% dos casos e houve baixa
variabilidade das medições interobservadores. IMPLEMENTAÇÃO DA TRIAGEM
Embora esses dados sejam animadores a respeito de uma BASEADA NA TRANSLUCÊNCIA
associação entre regurgitação tricúspide no primeiro trimesu-e NUCAL NA PRÁTICA CLíNICA
e anormalidades cromossômicas, como a avaliação do ducto
venoso, não está claro se essa forma de u-iagem terá algum GERAL
papel em rastreamento da população geral. A extrapolação A ulu'assonografia da translucência nucal empurrou para
dos resultados de um teste de triagem de uma população de o primeiro u-imestre a u-iagem pré-natal quanto a síndrome
alto risco, efetuado nas mãos de peritos, para a implementa- de Down e outras aneuploidias. Isso tem o potencial de
ção na população geral provavelmente exagerará o desempe- proporcionar importantes vantagens às pacientes, como tran-
nho verdadeiro do teste. É provável que a ultrassonografia quilização mais cedo quando os resultados são normais ou
no primeiro trimestre para regurgitação u-icúspide possa ter interrupção mais segura da gravidez se forem encontrados
um papel como teste de segunda linha, seguindo-se a uma resultados anormais. Entretanto, há diversas questões práticas
triagem por u-anslucência nucal e triagem sérica de alto risco que devem ser resolvidas antes que todos os obstetras devam
iniciais. Nesse contexto, ela pode ter um papel de reduzir a considerar implementar essa forma de triagem na prática
taxa de falso-positivos da triagem. Em uma série de 75.821 obstétrica de rotina27.
gestações no primeiro trimestre, a adição de regurgitação tri-
cúspide como teste de triagem de segunda linha seguindo-se
à translucência nucal e triagem sérica resultou em uma Controle de Qualidade da
de detecção de síndrome de Down de 920/0 com uma taxa de Translucência Nucal
falso-positivos de apenas 2,7%22.
A extensão de medidas de controle da qualidade entre os estu-
dos iniciais da triagem de translucência nucal provavelmente
TRIAGEM DE TRANSLUCÊNCIA se responsabiliza pelas grandes inconsistências nas taxas cita-
NUCAL EM GESTAÇÕES MÚLTIPLAS das de detecção de síndrome de Down8 . Ultrassonografia de
translucência nucal é muito dependente do operador e será
A avaliação pré-natal do risco de sÚldrome de Down em uma má técnica para triagem da população geral se não forem
gestações múltiplas foi limitada antes do advento da triagem mantidas diretl;zes estritas e sistemas continuados de controle
baseada na translucência nucal. Triagem sé rica materna não da qualidade 28 Em um estudo multicêntrico no qual treina-
foi amplamente usada no contexto de gestações múltiplas por mento adequado e controle da qualidade não foram feitos, a
causa do potencial de discordância entre gêmeos e o impacto sensibilidade global para síndrome de Down foi de apenas
de diferentes placentas sobre os vários análitos. As medidas 31 0f028 . Treinamento apropriado, adesão a uma técnica-padrão
de translucência nucal são amplanlente semelhantes entre e experiência são a chave para o seu sucesso como ferramenta
gestações únicas e gemelares , dando a entender que as taxas confiável de triagem.
de detecção de sÚldrome de Down devem ser semelhantes. A O treinamento inicial em ultrassonografia de translucência
taxa de falso-positivos da triagem de translucência nucal pode- nucal, no entanto, é apenas um elemento do controle de qua-
ria ser mais alta em gêmeos monocoriônicos porque algumas lidade necessário para otimizar essa técnica. Sistemas também
complicações exclusivas de gestações monocoriônicas, como têm de ser postos em ação, em cada local de prática de ultras-
síndrome de transfusão feto-fetal, poderiam se apresentar sonografia, para assegurar que seja mantida garantia continua-
com medida aumentada de translucência nucal 24 . da da qualidade. O método ótimo para assegurar controle
As opções para triagem no prinleiro trimestre para síndro- de qualidade adequado de translucência nucal no Iúvel da
me de Down, portanto, incluem fornecer um risco feto-espe- população provavelmente será rastrear as medidas médias e
cífico baseado na translucência nu cal isolada, ou fornecer um desvios-padrão de translucência nucal dos ultl-assonografistas
ósco global da gravidez baseado em marcadores combinados individuais ao longo do tempo. Essa técnica de garantia da
séócos e ultrassonográficos. Em uma série de 448 gestações qualidade tem a vantagem de ser mais prática para u-iagem
gemelares, a translucência nucal forneceu uma taxa de detec- nacional . o Reino Unido e outros países , a Fetal Medicine
ção de 88% para uma taxa de falso-positivos de 7%24. Em outra Foundation (www.fetalmedicine.com) tem um sistema estabe-
série de 206 gestações gemelares triadas usando-se translucên- lecido de credenciamento de ultrassonologistas, juntamente
cia nucal e marcadores sé ricos no prinleiro trimestre, a taxa de com auditoria contúlUa das medições. Nos Estados Unidos, a
detecção de síndrome de Down foi estimada em Society for Maternal Fetal Medicine (www.ntqr.org) desenvol-
mente 75% para uma taxa de 5% de falso-positivos 5. Para for- veu um sistema semelhante para treulanlento inicial e interage
TRIAGEM DE ANEUPLOIDIA NO PRIMEIRO T RIMESTRE 67
com ultrassonologistas e prestadores de laboratórios para preditivo positivo desses marcadores brandos ultrassonográ-
manter um programa continuado de revisão da qualidade em ficos para aneuploidia diminuirá porque o nümero de fetos
translucência nucal. aneuploides entrando no segundo nimestre será reduzido. No
momento, não se sabe qual será a relevância desses marcado-
res brandos em uma população de fetos que já sofreu triagem
Interpretação da Translucência Nucal baseada na translucência nucal. Se o "ultrassonograma genéti-
As medidas de translucência nucal médias aumentam cerca co" continuar, sem levar em consideração a prevalência mais
de 15% a 20% a cada semana de 10 a 14 semanas de ges- baixa de fetos aneuploides no segundo trimestre, é provável
tação 1.2 .29 . Portanto, é inapropriado usar um corte limítrofe que mais amniocenteses desnecessárias sejam efetuadas, sem
ünico em milímetros para definir uma translucência nucal melhora significativa nas taxas de detecção. A melhor maneira
normal ou uma gravidez que é normal. O pções mais apropria- de incorporar o "ultrassonograma genético" em uma clínica
das incluem usar o 95° percentil para uma idade gestacional na qual triagem no primeiro trimestre já foi realizada é confiar
particular ou mültiplos da média (MdM). Infelizmente, o em razões de probabilidade. Se um marcador brando de sín-
cálculo desses valores de corte exige um siffware para integrar drome de D own for visto em um exame ultrassonográflco no
adequadamente outros dados, como idade materna e resulta- segundo trimeso-e, a razão de probabilidade apropriada desse
dos dos marcadores séricos maternos, na avaliação do risco. marcador deve ser multiplicada pelo risco fmal de síndrome
Além disso, ainda não está claro se é válido usar médias de Down citado da o-iagem no primeiro trimestre, em vez de
genéricas da população para interpretar medidas de translu- multiplicar pelo risco relacionado com a idade materna.
cência nucal, ou se essas médias para cálculos de risco devem
ser específicas de cada centro ou de cada ultrassonografista.
Disponibilidade para Diagnóstico Pré-natal
Na recentemente completada experiência SURUSS do Reino
Unido, o uso de médias específicas dos ultrassonografistas Precoce
resultou em uma melhora de 5% nas taxas globais de detecção Um dos argumentos mais coativos em favor da triagem
de síndrome de Down, em comparação com o uso de médias baseada na translucência nucal para síndrome de Down
específicas dos centros 2 . Em outro estudo que lidou com a é a mudança para diagnóstico mais precoce por meio de
importância das diferenças nas médias centro-específicas, uma BVC com 10 a 13 semanas de gestação. BVC não está tão
experiência escocesa de 15 centros avaliando 17.229 pacientes amplamente disponível quanto amniocentese em termos
teve MdMs médias de translucência nu cal dos centros indivi- nacionais3. Amniocentese precoce no primeiro trimestre não
duais de 0,7 a 1,4 MdMs 3 0 . Idealmente, a MdM média deve é mais considerada uma alternativa aceitável à BVC, devido
ser 1,0. As consequências dessa gTande variabilidade nas à sua associação mais alta ao aborto, pé torto fetal e falha do
MdMs entre os centros a respeito dos riscos reais citados para procediment031. Se as pacientes positivas na triagem no pri-
as pacientes individuais poderianl ser enormes. meiro trimestre não tiverem fácil acesso à BVC, elas poderiam
sofrer grande ansiedade, aguardando três a quatro semanas
Implicações da Triagem Sérica no Segundo por uma oportunidade de se submeter à amniocentese com
15 semanas. Por essas razões, uma política de triagem no pri-
Trimestre
meiro trimestre para aneuploidia não deve ser implementada
Implementar um programa nacional de triagem de translu- a não ser que diagnóstico no primeiro trimestre com BVC seja
cência nucal isolada provavelmente terá um impacto negativo localmente disponível. Se uma paciente desejar o benefício de
sobre os atuais programas de triagem sérica no segundo triagem no primeiro trimestre mas BVC não estiver facilmen-
trimestre, porque o valor preditivo positivo da triagem no te disponível, então a conduta ótima poderia ser fornecer o
segundo trimestre poderia ser reduzido até seis vezes depois resultado do primeiro trimestre com 16 semanas como parte
da triagem no primeiro trimestre 27. O nümero de fetos com de um ünico resultado de triagem integrada em combinação
síndrome de Down ainda vivos durante o segundo trimestre com marcadores séricos do segundo trimestre 2.2?
será significativamente reduzido porque muitos desses fetos
já terão sido diagnosticados no primeiro trimestre. Triagem
sequencial sem modificações apropriadas dos pontos de corte
Escolha da Combinação Correta de Testes
dos marcadores séricos no segundo trimestre aumentará a de Triagem
taxa global de falso-positivos, resultando em um nümero Com a crescente variedade de testes de triagem de síndrome
aumentado de abortos relacionados com amniocenteses e de Down disponíveis para os profissionais obstétricos hoje, há
procedimentos 1. uma necessidade de dados comparativos exatos para avaliar a
melhor combinação de testes para implementar na clínica. O
Implicações da Ultrassonografia no desempenho comparativo de cada tipo de triagem de síndrome
Segundo Trimestre de Down foi descrito recentemente no FASTER Trial 1. Esses
resultados mostraram que o teste mais ineficiente, associado à
Triagem de translucência nucal não evitará a necessidade de mais alta taxa de triagem positiva, é a ultrassonografia de trans-
ultrassonografia no segundo trimestre para a detecção de anor- lucência nucal efetuada isoladamente. A triagem no primeiro
malidades fetais estruturais. O "ultrassonograma genético", trimestre parece derivar grande parte da sua eficiência pela
que avalia quanto a malformações estruturais e uma variedade combinação de translucência nucal com avaliação da proteína
de marcadores brandos do segundo oi.mestre para aneu- plasmática A associada a gravidez e subunidade livre da
ploidia, tais como fêmures curtos, intestino ecogênico, focos hCC. Uma triagem integrada, incorporando translucência
intracardíacos ecogênicos e prega nucal aumentada, ganhou nucal e proteína plasmática associada à gravidez no primeiro
aceitação generalizada. Uma orientação nacional de o-iagem trimestre, junto com AFP, hCC, E3 não conjugado e inibina
no primeiro trimestre provavelmente terá um impacto negativo A no segundo trimestre, parece constituir o teste isolado mais
sobre o desempenho do "ultrassonograma genético". O valor eficiente. Em um centro sem fácil acesso à ultrassonografla de
68 TRIAGEM DE ANEUPLOIDIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE
Exame da anato-
mia e ecocardio-
grafia fetal com
18-20 semanas
translucência nucal de alta qualidade, uma alternativa razoá- a triagem no primeiro trimestre; para essas pacientes, deve
vel poderia ser um teste somente sérico, incorporando proteí- haver a opção de triagem sérica e ultrassonografia genética
na plasmática A associada à gravidez no primeiro trimestre no segundo trimestre.
com AFP, hCG, E3 não e inibina A no segundo As direções futuras em triagem de síndrome de Down
u·imestre. com um ünico risco sendo citado. também poderão usar combinações mais sofisticadas de tes-
É improvável que um ünico teste de triagem seja ade- tes 27. Tliagem sequencial gradativa envolve fornecer um resul-
quado para todos os clínicos e suas pacientes. A decisão tado de risco após triagem combinada no primeiro trimestre.
sobre qual teste de triagem incorporar na prática clínica local As pacientes de alto risco fazem exame diagnóstico usando
será baseada em fatores tais como a idade gestacional na BVC, enquanto as pacientes de mais baixo risco retornam
apresentação, disponibilidade de ultrassonografia de trans- com 15 semanas de gestação para triagem adicional, como os
lucência nucal de alta qualidade e disponibilidade de exame marcadores quádruplos no segundo trimestre, e têm a opção
invasivo no primeiro trimestre com BVC (Fig. 3-8). Algumas de, então, se submeter à amniocentese. Esses ültimos testes,
pacientes poderiam estar mais interessadas no resultado de no entanto, são interpretados usando-se os resultados de mar-
triagem mais precoce possível; para essas pacientes, seria cadores no Plimeiro trimestre, para assegurar a mais exata
desejável translucência nucal combinada com triagem sérica estimativa de risco e minimizar a taxa global de falso-positivos .
no primeiro trimestre. Outras pacientes poderiam estar mais Outra opção pode ser triagem de contingência, que envolve
interessadas no teste mais eficiente, ma,ximizando sua taxa de classificar as pacientes em três grupos depois de triagem com-
detecção e minimizando a necessidade de amniocentese; para binada no primeiro trimestre. As pacientes com resultados de
essas pacientes, um resultado ünico de triagem integrada, muito alto risco, como um em 30 ou mais alto, por exemplo,
combinando abordagens do primeiro e segundo trimestres, fazem exame diagnóstico usando BVC, enquanto as pacientes
seria desejável. Ainda outras pacientes poderiam não se apre- com resultados de muito baixo risco, como um em 1.500 ou
sentar para tratamento suficientemente cedo para aproveitar menos, são tranquilizadas e não fazem exame adicional. As
TRIAGEM DE ANEUPLOIDIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE 69
pacientes intermediárias com riscos enu-e esses dois pontos de 14. ComstOck CH, Malone FD, Ball RH, et ai: Is there a nuchal
corte retornam com 15 semanas de gestação para marcadores translucency millimeter measurement above which there is no added
séricos quádruplos do segundo trimestre _ Outra vez, esses bene1/zt from I/zrst-nimester serum screening? Amj Obstet Gynecol
últimos testes devem, no entanto, ser interpretados usando-se 195 :843, 2006.
os resultados de marcadores no primeiro trimestre para asse- 15. Cicero S, Curcio P, Papageorghiou A, et ai: Absence of nasal bone in
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global de falso-positiva_ Modelos iniciais sugeriram que esse 16. Cicero S, Longo O, Rembouskos G, et al: Absent nasal bone at 11-
programa de triagem de contingência poderia fornecer taxas 14 weeks of gestation anel chromosomal elefecLs. Uhrasollnd Obstet
de detecção tão altas quanto 95% para uma taxa de 5% de GynecoI22:3 1, 2003.
falso-positivos, mas com apenas 15% das pacientes necessitan- 17. 1alone FO, Ball RH, Tyberg OA, et al: Li2rst-trimcster nasal bone
do retornar no segundo trimestre para testes adicionais 32 _ evaluation for aneuploiely in the general pop"lation. Obstet Gynecol
Consentimento informado a respeito dessa grande varie- 104:1222,2004.
dade de opções de triagem pré-natal para aneuploidia deve 18. Prefumo F, Sairam S. Bhide A, Thilaganathan B: li2rst-trimester
constituir parte integrante do próprio processo de triagem. nuchal translucency, nasal bones, anel uisomy 21 in sclecteel anel
unselected populations. Amj Obstet GynecoI194:828, 2006.
Em virtude da complexidade das escolhas a respeito das dife- 19. Ramos-Corpas O, Santiago jC, Montoya F: Ultrasonographic
rentes opções de triagem, e em virtude da variedade de resul- evaluation of fetal nasal bone in a low-risk population at 11 - 13 + 6
tados anormais associados à translucência nucal aumentada, gestational wceks. Prenat Oiagn 26:112, 2006.
será vital prover a todas as pacientes aconselhamento genético 20. Matias A, Gomes C , Flack N, et al : Screening for chromosomal
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4
ULTRASSON OGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE
Lami Yeo , MO e Anthony M. Vintzileos , MO
materna (MPSM) nas gestações de síndrome de Down era dos casos de síndrome de Down fetal em mulheres com menos
0,7 múltiplo da mediana normal (MdM) 7-9 . Depois, também de 35 anos de idade, com uma taxa de positivo da triagem de
foi percebido que nas gestações de síndrome de Down as 5% ou menosI 9,20.
concentrações de estriol não conjugado eram mais baixas Q.tanto a gestações múltiplas, as opções diagnósticas são
(0,79 MdM) e as concentrações de gonadotrogina coriônica um pouco restritas. Com gêmeos, o risco de síndrome de
humana (hCG) eram mais altas (2,04 MdM) 10- 3 . MP, estriol Down deve ser calculado considerando-se o risco de sÚ1drome
não conjugado e hCG são independentes da idade materna de Down relacionado com a idade materna e a probabilidade
e apenas fracamente correlacionadas umas com as ouU-as. de que um ou ambos os fetos possa estar afetado. O lisco no
Portanto, podem ser usados em combinação para estimar trimeslTe intermediáIio de que pelo menos um feto tenha SÚ1-
os riscos de síndrome de Down. Usando os riscos relativos drome de Down em uma gestação gemelar em mulheres de 33
derivados dos níveis sé ricos maternos desses três análitos, o anos é aproximadamente o mesmo risco de uma gravidez única
risco relacionado com a idade materna pode ser modificado, em mulheres de 35 anos de idade, portanto justiftcando discus-
e para cada paciente individual um risco de "rastreio tríplice" são a respeito de exame invasivo sob essas circunstâncias21.
pode então ser derivado.
A triagem de tríplices marcadores tem sido o teste preferi-
do de triagem para síndrome de Down fetal em mulheres com CARACTERíSTICAS
menos de 35 anos de idade, e foi rotineiramente oferecido na ULTRASSONOGRÁFICAS DE
gravidez durante os últimos anos I3 -16 . Triagem de múltiplos
marcadores tem uma sensibilidade significativamente mais ANEUPLOIDIA FETAL
alta que triagem de AFPSM isolada. Na população de mulhe- Todas as gestações teoricamente estão em risco de aneuploidia
res com menos de 35 anos de idade, o rastreio por marcadores fetal. Fatores de risco adicionais incluem idade materna avan-
tríplices identifICa cerca de 60% de todas as gestações de sín- çada, resultados anormais de triagem bioquúnica, histórico
drome de Down, com uma taxa de quase 5% de positivo do de aneuploidia fetal , translocação equilibrada conhecida, ou
teste. Em mulheres com 35 anos de idade ou mais, ele detec- outros rearranjos estruturais em um dos pais e anormali-
tará 75% ou mais de todos os casos de síndrome de Down, e dades visualizadas em ultrassonografia pré-natal. Em fetos
também algumas outras aneuploidias l7. Uma vez que a idade aneuploides, a ultrassonografta pode revelar anormalidades
materna é a base do protocolo de triagem sérica, a taxa de estruturais, outros achados (como restrição do crescimento
detecção de síndrome de Down e a taxa de positivo do teste intrauterino, poli-hidrân1nio), ou marcadores de aneuploidia.
aumentam com a idade materna 18 Diferentes cortes de teste Os marcadores ultrassonográficos "brandos" são variações na
positivo podem ser usados, dependendo do laboratório_ Por anatomia normal que, excetuada sua relação com aneuploidia
exemplo, alguns usarão o risco de síndrome de Down no (especialmente u-issomia do 21), não tendem a ser clinican1ente
trimestre intermediário de uma mulher de 35 anos como o importantes. Em comparação com anomalias estruturais, os
corte de positivo do teste (1/270), enquanto ouu-os selecionam marcadores são muitas vezes achados transitórios e inespecífi-
um corte de positivo do teste que resulta em um equilibrio cos que também ocorrem frequentemente em fetos euploides.
aceitável entre a taxa de detecção e a taxa de teste positivo Alguns dos marcadores mais comuns vistos no segun-
(em geral 1/190 ou 1/200). do trimestre incluem espessamento da prega nucal, foco
A amostragem do soro materno pode ser feita entre 15 e ecogênico intracal-díaco, ossos longos encurtados , intestino
20 semanas de gestação; entretanto, ela é mais exata quando hiperecoico, pielectasia renal, cistos de plexo coróide (CPCs),
efetuada entre 16 e 18 semanas. A determinação da data da clinodactilia e osso nasal hipoplástico ou ausente. Como
gravidez precisa ser exata, porque datas incorretas afetarão o declaração geral, à medida que aumenta o número de marca-
risco atribuído da tríplice triagem, e podem levar a resultados dores identificados, também aumenta o risco de aneuploidia
falso-positivos ou falso-negativos. Q.tando há detenninação no feto. Em fetos aneuploides, embora as características
errada da data (por exemplo, depois de a ultrassonografia possam ser altamente variáveis de um feto para o seguinte,
ter sido feita), é essencial recalcular os resultados , ou colher existem certos padrões de anomalias e características comuns
uma nova amostra de sangue se o espécime original tiver sido (Tabelas 4-1 , 4-2 e 4-3).
tirado com menos de 15 semanas de gestação. Peso, raça, Descobrir características de aneuploidia fetal em ultras-
diabetes materno e o número de fetos presentes são todos sonografta pré-natal e as taxas de detecção depende de
incorporados no cálculo do risco. váI-ios fatores. Estes incluem as indicações do exame, idade
Embora triagem sérica seja usada principalmente para gestacional, a população exa!11inada (de alto risco versus de
detecção de síndrome de Down, ela pode detectar outros tipos baixo risco), qualidade do exame de imagem, critérios para
de aneuploidia fetal , como trissomia do 18. Alguns outros um escaneamento anormal, o tipo de anormalidade cromos-
tipos de aneuploidia que tendem a passar despercebidos pela sômica e a experiência do examinador. Por exemplo, embora
triagem séric<1. podem ser letais (por exemplo, trissomia do 13) altas sensibilidades de detecção tenham sido descritas por
ou anormalidades dos cromossomos sexuais que não foram exa!11inadores experientes em populações de alto risco, baixas
constatadas associadas a retardo mental profundo ou limita- sensibilidades podem ser esperadas de ulu-assonograftstas
ções físicas ou desenvolvimentais graves. menos experientes em populações de baixo risc0 22 .
Alguns acreditam que as subunidades beta livres da
hCG (l3-hCG) são superiores à molécula intacta da hCG, Anormalidades Estruturais
mas nenhuma foi deftnitivamente provada como superior.
Recentemente, houve também o exame e aparecimento de um Anomalias estruturais ou importantes que podem ser vistas
novo análito, a inibina A Esse tem sido o novo aná- em fetos aneuploides incluem anomalias do sistema nervoso
lito mais promissor do segundo trimestre e é hoje usado por central, anormalidades faciais , higroma cístico, hérnia diafrag-
muitos laboratórios comerciais em combinação com os três mática, defeitos cardíacos, anorn1alidades gastrointestinais,
análitos mais tradicionais. Essa nova combinação de quatro anomalias geniturinárias, hidropisia não imune e anorma-
análitos, ou "u-iagem quádrupla", parece detectar 67% a 76% lidades das extremidades. Muitos fetos com trissomias do
72 UlTRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE
Características Ultrassonográficas
Pré-natais da Trissomia do 13
Trissomia do 13
A
não síndrome de Down; por essa razão, uma vez que uma
medida anormal de prega nucal seja obtida, uma amluocen-
tese deve ser oferecida, independentemente de a espessura da
pele nucal se resolver 6s .
A B
FIGURA 4-37. Três pacientes com cistos de plexo coróide. A.
Corte axial transversal da cabeça mostra um cisto isolado do plexo
coróide. Cromossomos normais. B. Vários cistos de plexo foram
vistos. Cromossomos normais. C. Grandes cistos bilaterais de plexo
coróide. O paciente tinha trissomia do 18. Houve múltiplas outras
anormalidades ultrassonográficas também visualizadas.
lução perinatal, tal como morte fetal , restrição do crescimento invasivo para canoopo fetal e exames de imagens seriados
intrauterino e complicações relacionadas com a placenta 120. durante toda a gravidez para excluir reso;ção do crescimento
Foi demonstrado que o risco de fibrose cística e aneuploidia intrauterino e malformações/atresias intestinais (que podem
aumenta com o grau d e ecogeruCl "d acIe do 'l11teswlO
. let
r al11 6 "12 1 não ser evidentes até o terceiro trimestre). Em geral, o
De 145 casos de intestino hiperecoico no segundo trimestre, prognóstico é favorável uma vez que aneuploidia, anomalias
um estudo mostrou que fibrose cística foi encontrada em 0%, estruturais, infecção, fibrose cística e restrição do crescimento
2,5% e 20 ,8% dos fetos com intestino dos graus 1, 2 e 3, res- intrauterino tenham sido excluídas.
pectivanlente J2 J . Síndrome de DoWJ1 foi encontrada também
em 0%, 2,5% e 25% dos fetos com intestino dos graus 1, 2 e Cistos de Plexo Coróide
3, respectivamente.
É importante distinguir intestino hiperecogênico de peri- Os ventrículos laterais cerebrais contêm líquido cerebroes-
tonite por mecônio, na qual o achado mais comum e caracte- pinhal sonolucente. Dentro dos ventrículos laterais reside o
rístico em ultrassonogTafia pré-natal é calcificação peritonial. brilhantemente ecogênico plexo coróide que normalmente
Intestino hiperecogênico também é diferente de mecônio enche o átrio, e pode conter cistos (Fig. 4-37). CPCs são um
hiperecoico visto durante o terceiro trimestre, o qual pode ser achado relativamente comum durante o segundo trimestre,
normal mas em geral está limitado ao cólon. em especial com a atual tecnologia e resolução ultrassonográ-
De uma súmula dos maiores estudos de intestino hipere- ficas aperfeiçoadas. A prevalência relatada em fetos normais
coico e seus resultados, Nyberg relatou que os dados indica- é variável e vai de 0,3% a 3,6%1 23. 124. Essa variabilidade pode
ranl um risco aumentado de morte fetal ou neonatal (3%-4%), ser explicada por vários fatores , tais como as indicações do
aneuploidia (cerca de 3%), outras anomalias (30/0) , complica- encanunhanlento, exame completo, critérios de tanlanho para
ção intestinal (1%-2%), fibrose cística (1%-2%) e infecção con- diagnosticar cistos e idade gestacional. CPCs por si próprios
gênita (1%-2%)122. Portanto, quando intestino hiperecogênico não têm nenhum efeito conhecido sobre o desenvolvimento
é visualizado, deve-se considerar estudos maternos quanto a fetal e são essencialmente belugnos. Além disso, diferente-
infecção congênita, estado portador de fibrose cística, exanle mente de outros marcadores de aneuploidia (p. ex ., intestino
Ul TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE 87
B
FIGURA 4-41. Osso nasal hipoplásico. A. Perfil facial de feto
afetado com aneuploidia de duplicação/deleção. Há um osso nasal
hipoplásico (seta). B. Perfil facial de outro feto mostrando um osso
nasal pequeno (seta).
S;nsi-bilidade e de Falso-Positivos
(Segundo iTrimestre) para Detectar Síndrome de Down . .-
Síndrome de Down Idades Gestacionais
Autor/Ano INúmero de Casos) ISemanas) Sensibilidade TFP Comentários
Sonek 2002 162 3 19-22 66% NO Terceiro feto tinha comprimento ON < 2,5%
para idade gestacional
BromJey 2002 162 16 15-20 37% 0,5%
Cicero 2003 163 34 15-22 62% 1.2% Hipoplásico definido como ON ausente
ou < 2.5 rruTI
Lee 2003 164 20 *21 ,8±3,0 40-45% 10-20% Ultrassonografia 3D
Vintzileos 2003 63 40 *19,2±1 ,5 41 % 0%
Odibo 2004 165 18 15-22 28% 2%
Goncalves 2004 '66 26 19,6-25,2 34,6% 3,7% Ultrassonografia 3D
Zelop 2004 '67 12 15-22 33% 0%
Freire-Lizama 2004 168 7 15-23 42,8% 0% 28,5% tinham ON pequeno < 10%
Viora 2005 1fi9 18 15-21 55,5% 0,47% Outros 22,2% tinham ON hipoplásico
Benoit 2005 17U 14 17-26 57% ND
Bergann 2006 ' 7' 17 18-26 41 0f0 0% Ultrassonografia 3D
TfP. taxa de falso-positivos: NO. não disponível: ON. osso nasal: 3D. tridimensional.
*JvIédia ± desvio-padrão.
90 UL TRASSONOGR AFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE
0%). Mais importante, a sensibilidade da ultrassonografia osso nasal ausente fosse um marcador poderoso de trissomia
genética foi aumentada de 83% para 90% acrescentando-se do 21, um osso nasal curto foi também associado a uma pro-
osso nasal ausente aos outros marcadores ultrassonográficos babilidade aumentada de trissomia do 21 em uma população
de aneuploidia 63. Desde 2003, portanto, acrescentamos esse de alto risco. Usando uma razão DBP/CON maior que lO,
marcador à lista de outros marcadores ultrassonográficos de houve uma sensibilidade de 81% para síndrome de Down,
aneuploidia avaliados durante um exanle ultrassonográfico com uma taxa de falso-positivos de 11%162 . Outro estudo
genético. No que concerne a osso nasal ausente, uma vez que recente, em 2005, observou que de 18 fetos com síndrome de
a especificidade é muito alta (com taxas correspondentemen- Down, 55,5% tinham osso nasal ausente e adicionais 22,2%
te baixas de falso-positivos), ele é um marcador ideal para tinham osso nasal com a taxa de falso-positivos
ser acrescentado aos outros marcadores mais "tradicionais" sendo apenas 0,47% 69. Além disso, DBP/CON foi 10 ou
avaliados durante ultrassonografia genética, porque não mais em 62,5% dos fetos afetados por síndrome de Down, e
aumenta a taxa de falso-positivos. Outros tanlbém sugeriram em 9,8% dos fetos euploides. Eles concluíram que a inclusão
que a associação do comprimento do osso nasal a outros do CON no protocolo de triagem no segundo trimestre pode-
marcadores ultrassonográficos pode melhorar ainda mais a ria potencialmente evitar os casos falso-negativos de outros
sensibilidade e reduzir a taxa de falso-positivos para trisso- testes de triagem. Portanto, a medição do CON no segundo
mia do 21 fetal, permitindo evitar procedimentos invasivos trimestre pareceu trazer benefícios adicionais além da avalia-
desnecessários 173. ção da presença ou ausência do osso nasal l69 .
Em 2005, relatamos que a adição de osso nasal ausente Recentemente, ultrassonografia tridimensional (3D) foi
como um marcador de aneuploidia aumentou a sensibilidade da usada no segundo trimestre para permitir visualização mais
ultrassonografia genética no segundo trimestre para síndrome precisa da face óssea fetal e do osso nasalI64.166.17o. Um grupo
de Down de 87% (antes de incluir osso nasal ausente como observou que ausência ou hipoplasia unilateral do osso nasal
marcador) para 92 ,8%, sem aumentar a taxa de falso-positi- é uma observação importante em fetos com síndrome de
VOSI 74 . Esse aumento significativo na detecção de trissomia Down, e que essa diferenciação pode ser mais bem demons-
do 21 com a adição de osso nasal ausente como marcador trada em exame 3D 170 . Embora muitos fetos com trissomia
enfatiza a necessidade de incluir esse marcador na lista dos do 21 tivessem ossos nasais ausentes concordantemente em
marcadores de aneuploidia avaliados durante urna ultras- exame bidimensional (2D) e subsequente 3D, houve três
sonografia genética. Similar ao nosso achado, Gonçalves fetos com uma discrepância entre as modalidades de exame.
observou que três dos seus 26 fetos com síndrome de Down Nesses três fetos com síndrome de Down, todos tiveram ossos
nasais ausentes por exame 2D, entretanto a ultrassonografia
não tinham marcadores ultrassonográficos dessa condição
3D mostrou ausência de um osso nasal unilateral em todos
no momento do exame l66 . Entretanto, entre esses fetos , dois
os três, e hipoplasia (n = 2) ou osso nasal normal (n = 1).
tinham osso nasal ausente, embora um tivesse um osso nasal
Os autores assinalam que o achado de hipoplasia unilateral
normal. Bromley el at 62 também observaram que nos seus do osso nasal não foi desO'ito previamente em estudos de
16 casos de síndrome de Down, embora 13 tivessem outros exame 2D, porque o osso nasal normalmente é visto em um
marcadores ultrassonográficos sugerindo aneuploidia, três único corte parassagital l70 . Os achados poderiam explicar
não tinhanl outros marcadores. Não obstante, desses três fetos alguns achados discrepantes quando há "ausência" do osso
com síndrome de Down que não possuíam outros marcadores nasal no exame 2D, mas presença em radiografias de autóp-
ultrassonográficos, dois tinham osso nasal ausente. sia. Essa nova informação sugere que quando equipamento
Hoje usamos a presença ou ausência de osso nasal como ultrassonográfico 3D estiver disponível, achados suspeitos
marcador ultrassonográfico de aneuploidia, e mostramos de osso nasal hipoplásico/ausente devem ser examinados por
100% de concordância entre os examinadores com relação à meio dessa modalidade, e os volumes podem ser salvos para
presença ou ausência de osso nasal. Entretanto, acreditamos avaliação e rendel;zação mais tarde l7o. A esperança e previsão
que se osso nasal curto ou hipoplásico for utilizado como mar- é que isso pode melhorar a exatidão dos achados pré-natais
cador para detectar síndrome de Down, cada unidade deve ultrassonográficos e, por conseguinte, a sensibilidade para
estabelecer seus próprios nomogramas de comprimento do síndrome de Down.
osso nasal (CON) no segundo trimestre que são específicos Por último, quando osso nasal ausente é visualizado, isso
para as suas respectivas populações de pacientes. Somente não é necessariamente um marcador apenas de síndrome de
então é que o exame dos vários níveis de corte e avaliação das Down fetal. Lee descreveu que pelo menos 58 síndromes
suas respectivas eficácias pode estabelecer que grau de osso genéticas (inclusive trissomia do 18) podem ser associadas
nasal hipoplásico (ou CON) tem a eficácia mais apropriada à ausência do osso nasal l64 . Outro estudo observou que em
para detectar síndrome de Down e aneuploidia fetais. Isso já 41 % de todos os fetos aneuploides, o osso nasal era ausente
foi realizado por alguns grupos 173.175. Com os dados norma- ou hipoplásico (Fig. 4-41) 165.
tivos de CONs que criamos, foi mostrado que o CON fetal
aumenta linearmente com o avanço da idade gestacional li3 ,175.
Também parece haver algumas diferenças étnicas/raciais nos
Ângulo da Asa llíaca
CONs. Um estudo piloto examinando o osso nasal fetal na As crianças com trissomia do 21 têm displasia pélvica e uma
população chinesa descobriu que o comprimento é mais curto envergadura lateral mais larga da asa iüaca em comparação
que o de brancos e negrosli6. com crianças normais , causando assim um ângulo iüaco alar-
CONs médios são mais curtos e razões DBP/CON são gado. Por conseguinte, foram feitas tentativas para usar isso
maiores em fetos com trissomia do 21, em comparação com como um possível marcador ultrassonográfico de síndrome
fetos euploides 177• Em um estudo que examinou 16 fetos com de Down fetal no segundo trimestre. Ao se examinar um
síndrome de Down, 37% não tinham osso nasal detectável, corte transversal da pelve fetal , o ângulo ilíaco feito pelas
em comparação com 0,5% dos fetos euploides. Foi descoberto duas cristas iüacas no ponto axial da coluna vertebral sacra
que um osso nasal ausente confere uma razão de probabilida- pode ser medido (Fig. 4-42) . Um estudo examinou 19 fetos
de de 83 para síndrome de Down fetal J62 . Além disso, embora com trissomia do 21, e observou que o ângulo ilíaco médio
ULTRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE 91
da cabeça sejam identificadas, está justificada uma pesquisa em ultrassonografia no segundo trimestre (Fig. 4-38). Esse
cuidadosa do restante do feto quanto a achados ultrassono- conhecinlento levou ao desenvolvimento da ultrassonografia
gráficos anormais. genética, que é essencialmente uma ferramenta de avaliação
Dão invasiva para síndrome de Down.
TRISSOMIA DO 21 (SíNDROME DE
DOWN) ULTRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO
SEGUNDO TRIMESTRE
As tJissooúas autossômicas são principalmente o resultado de
não disjunção meiótica, a qual aumenta com a idade materna. Durante os últimos anos, com o aparecinlento da ultrassono-
A mais comum trissomia autossôoúca em lactentes nascidos grafia sofisticada e de alta resolução, e uma proporção maior
vivos é a síndrome de Down, ou uissomia do 21. As carac- da população obtendo gestações em uma idade materna
terísticas clínicas da síndrome de Down foram descritas pela avançada, a capacidade de rastrear quanto a aneuploidia
primei.ra vez pelo dr. Jolm Langdon Down em 1866 157• Não fetal e outras anormalidades fetais alcançou monumental
foi senão quase um século mais tarde que a anormalidade cro- importância no tratamento das pacientes obstétricas. Essa
mossôoúca foi descoberta em 1959. No total, uma criança em tarefa pode ser realizada por meio de várias modalidades de
800 nasce com sÚldrome de Down224 . Nos Estados Unidos, exame no segundo trimestre, tais como triagem bioquínúca de
ela ocorre em 1/504 gestações durante o segundo trimestre 225 , marcadores séricos conforme discutido previamente, ultrasso-
com a prevalência variando significativamente com a idade nOgI"afia detalhada, e, se indicado, exame invasivo. As formas
materna. O risco específico de trissooúa do 21 no momento invasivas de exame, como anm.iocentese, biópsia de vilocorial
da anuúocentese no segundo trimestre valia de 1/274 para e cordocentese, são testes diagnósticos que fornecem uma exa-
mulheres com 35 anos de idade, a 1/10 para mulheres com 48 tidão diagnóstica de quase 100% sobre a presença ou ausência
anos de idade 226 . Muitas outras anormalidades cromossônú- de aneuploidia. Exame por arruúocentese genética tradicional-
cas também são associadas à idade materna cada vez maior, mente tem sido oferecida às pacientes que são consideradas
incluindo as trissomias do 13 e do 18. O lisco de sÚldrome de em alto risco de sÚldrome de Down fetal. Estas são mulheres
Down fetal também muda dependendo da idade gestacional cuja idade no momento do parto é pelo menos 35 anos de
na época do exame, devido a abortos intrauterinos de con- idade, ou têm uma triagem de marcador sérico anormal, ou
ceptos cromossonúcamente anormais. ASSinl, no nascimento, ambas. Triagem bioquínúca e ultrassonografia, para a fmali-
a incidência específica pela idade materna de sÚldrome de dade de detecção de aneuploidia, são testes de tJ"iagem asso-
Down é 33% mais baixa do que com 15 a 20 semanas, e é ciados a um alto número de resultados falso-positivos. Não
54% mais baixa ao nascer do que com 9 a 14 semanas 226 . obstante, devido aos inlportantes riscos potenciais do exame
O significado da trissooúa do 21 reside no fato de que ela invasivo, como aborto, ruptura de membranas , sangramento
é a causa genética isolada mais comum de recardo mental. e infecção, muitas pacientes escolhem fazer vigilância por tria-
A trissooúa do 21 é devida à adição de todo ou uma parte gem inicialmente e então decidir quanto a formas adicionais
crítica do cromossomo 21 , levando a um estado de triplicaca mais invasivas de diagnóstico, se necessário.
ou trissôoúco. A zona crítica para produzir as características O primeiro método de tIiagem para sÚldrome de Down
feno típicas típicas da síndrome de Down parece ser 21q22.3. fetal foi introduzido no começo da década de 1970 e era basea-
Estudos que exanÚI1aram as origens parentais do cromosso- do na idade materna; anmiocentese era oferecida às mulheres
mo 21 na síndrome de Down moso"aram que 95% dos casos com 35 anos de idade ou mais. Isso acontece porque aos 35
de trissooúa do 21 são devidos a não disjunção materna, e anos de idade, o risco de síndrome de Down fetal no trimes-
apenas cerca de 5% dos casos contêm um 21 extra paterno. tre intermediário se aproxima do risco de aborto devido à
Noventa e ci.nco por cento dos individuos com tlissooúa do anm.iocentese (1/270). Durante as últimas três décadas, houve
21 têm três cópias do cromossomo 21, enquanto os restantes uma mudança fundamental nas tendências observadas nos
são devidos a mosaicismo ou translocação robertsoniana (a nascimentos, com mais fsartos ocorrendo em mulheres de 35
maioria envolvendo o cromossomo 14 ou o 21 ). Em geral, o anos de idade ou mais 2 " . As mulheres no grupo de 35 a 49
risco de recorrência da síndrome de Down é quase 10/0. anos de idade constituíram 4,7% dos nascidos vivos em 1974,
A sobrevida média é aproximadamente 55 anos de idade, em comparação com 12,6% em 1997225 . Como resultado, a
com a mortalidade precoce sendo devida à gravidade das prevalência de síndrome de Down fetal durante o segundo
anomalias (em especial cardíacas). Invariavelmente, retardo trimestre aumentou de 1/740, em 1974, para 1/504, em 1997.
mental está presente nos adultos, com Q!s médios de 50 a Entretanto, embora a idade materna esteja fortemente correla-
6030. Pessoas afetadas com síndrome de Down também têm cionada com o risco de síndrome de Down fetal , a maioria das
riscos aumentados de início prematuro de doença de Alzhei- crianças com síndrome de Down na realidade nasce de mães
mer, perda auditiva, estrabismo, hipotireoidismo, leucemia e de gmpo etário mais jovem.
envelhecimento prematuro. Uma riqueza de informação foi publicada na literatura
As pessoas com síndrome de Down muitas vezes exibem concernente ao uso específico de ulu"assonografia genética no
características clínicas típicas , como: estatura baixa, pele nucal segundo trimestre para detectar síndrome de Down antes do
redundante, nariz chato e pequeno, orelhas pequenas, c1ino- nascimento pelo exame de múltiplos marcadores de aneuploi-
dactilia ou curvatura para dentro do dedo mínimo (hipoplasia dia, e agora ela ganhou uso generalizado. Atualmente ofere-
da falange média), sulco simiesco (sulco palmar único), bra- cemos ultrassonografia genética no segundo trimestre a todas
quicefalia, occipital plano, pregas epicânticas, IÚlgua protrusa, (e apenas) as pacientes de alto risco (idade materna avançada
defonnidade da sandália de dedo (espaço largo eno"e o hálux no momento do parto, resultados anormais de triagem sérica
e o segundo dedo), defeitos cardíacos, dilatação ventricular/ no segundo trimestre, ou resultados anormais de triagem no
lúdrocefalia e anormalidades gastrointestinais. Por conse- primeiro trimestre). Muitas mulheres usam a informação deri-
guinte, com exame cuidadoso, foi demonstrado que muitas vada dessa ultrassonografia para guiar sua decisão a respeito
dessas feições dismórficas também podem ser visualizadas de amniocentese genética, em vez de escolher o exame inva-
UL TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE 99
Exatidão da Ultrassonografia Genética* para Detecção de Síndrome de Down Fetal (de acordo com a
Tabela 4-11
Indicação para o Exame) e Risco de Síndrome de Down depois de Ultrassonografia Genética Normal
Risco para Síndrome de Down depois
de Ultrassonografia Genética Normal
ultrassonografia genética) diminuiu de 99 ,6%, em 1993, para Down nessa população, e todos tiveram ultrassonografia
32%, em 2002 . Isso é uma redução de 680/0 no número total genética anormal . Os riscos da triagem tríplice materna nesses
de amniocenteses genéticas desde 1993. quatro fetos com síndrome de Down variaram entre 1/319 e
Muitos outros estudos mostraram que a ultrassonogralia 1/833. Assim, a ultrassonografia genética pode na realidade
genética normal no segundo trimestre, de fato , reduz o risco aumentar a taxa de detecção de síndrome de Down fetal em
de síndrome de Down fetal, e por essa razão reduz a neces- mulheres com idade materna avançada e riscos moderados na
sidade de amniocente e em pacientes de alto risco246.248. Em triagem tríplice (entre 1/275 e 1/1.000).
2001 , um grupo estudou 1.556 pacientes de alto risco (idade Embora ultrassonografia genética no segundo trimes-
materna avançada e/ou triagem tríplice anormal) entre 1993 tre tenha sido defendida para triagem da população geral ,
e Eles observaram que a sensibilidade do ultrassom constitui nossa opinião que isso deve ser efetuado e aplicado
genético para síndrome de Down foi 87% (27/3 1) com uma somente à população de alto risco, por várias razões. Primeira,
reduÇ<'1o na necessidade de amruocentese de 61 %. considerável perícia é necessária para excluir malformações
Em 1999, examinamos se houve quaisquer variações fetais ultrassonográficas (especialmente defeitos cardíacos
indicação-específicas clinicamente importantes na exatidão sutis), e essa expertise não está an1plamente disponível. Aplica-
da ultrassonografia genética para trissomia do 21249. As indi- ção da ultrassonografia genética à população de baixo lisco
cações para ultrassom genético foram agrupadas em quatro pode ser inapropriada e mesmo perigosa, devido às altas taxas
categorias: (1) idade materna avançada (independentemente falso-positivas de 12% a 15% na população de alto risco (que
dos resultados do rastreio [ríplice), (2) resultados anormais provavelmente é mais alta nas populações de baixo risco). Se a
do rastreio tríplice (independentemente da idade materna), presença de qualquer marcador for considerada uma triagem
(3) resultados anormais do rastreio tríplice em mulheres com positiva na paciente de baixo risco, a alta taxa de falso-positivos
menos de 35 anos de idade, e (4) resultados anormais do ras- levará a considerável ansiedade nessas pacientes. Em pacientes
treio tríplice em mulheres com mais de 35 anos de idade. Não de baixo risco, o risco a priori de síndrome de Down fetal pode
encontramos variações importantes específicas de indicação. ser tão baixo que a presença de só um marcador de aneuploi-
Ao observar os dados atualizados com um número mais dia (por exemplo, pielectasia) em geral não eleva o risco o
alto de pacientes (Tabela 4-11), a probabilidade de trissomia suficiente para justificar anmiocentese. Por essa razão, prevê-se
do 21 fetal é reduzida de 82% a 88% depois de um ultrassom que o valor preditivo positivo, e talvez mesmo a sensibilidade
genético normal, dependendo da indicação para o exame 250 . do ultrassom genético para síndrome de Down fetal, pode ser
Assim, o grau de ajuste do risco depois de um ultrassom diminuído na paciente de baixo risco. Também é importante
genético normal parece ser independente da indicação para perceber que a exatidão dos marcadores de aneuploidia no
o exame, incluindo idade materna avançada, rastreio tríplice segundo trimestre foi principalmente estudada em populações
anormal ou alguma combinação das duas. Observamos que de alto risco e a extrapolação dessa exatidão para a paciente
a sensibilidade da ultrassonogralia genética varia de 84% em de baixo lisco não é apropriada. Na população de baixo risco,
mulheres com idade materna avançada a 90% em mulheres marcadores isolados (outros que não espessura aumentada
com menos de 35 anos de idade que tiveram um rastreio da prega nucal, osso nasal ausente ou anomalias estruturais)
tríplice anormal. Mais uma vez, não houve variações impor- não devem ser usados como uma indicação para exame por
tantes especificas de indicação na exatidão da ultrassonografia amniocentese. Entretanto, com frequência se pode descobrir
genética. incidentalmente um ou mais marcadores ultrassonográficos
Recentemente, analisamos o valor da ultrassonografia anormais na população de baL'(o risco. A Figura 4-58 revela
genética na população específica de mulheres _ com idade o algOlitmo que seguin10s na nossa instituição como diretriz
materna avançada e triagem tdplice normaV,I. Em 768 prática clúllca. É vital lembrar que uma vez que a sensibilidade
pacientes que satisfizeram esses critérios, observanlOs que o de um marcador isolado (com a possível exceção de espessura
risco de sÚ1drome de Down foi 0% (0/673) com um ultrassom aumentada da prega nucal ou osso nasal ausente) é muito
genético normal, e o risco foi 4,2% (4/95) quando o ultrassom baixa, os clínicos não devem recomendar amniocentese em
genético foi anormal. Houve quatro fetos com síndrome de pacientes de baL'(o risco 252 . Todas as anormalidades ultrasso-
102 Ul TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEG UNDO TRIM EST RE
Oferecer amnio-
centese genética
;>: 2 marcadores, OU a primi porque a maioria dos nossos achados é baseada em
prega nucal espessa, OU
osso nasal ausente, OU pacientes de alto risco que fIzeram exame sérico.
anomalia estrutural Oferecer amnio- Acreditamos que em pacientes de alto risco, uma ultras-
centese genética sonografIa normal pode reduzir consideravelmente o risco de
síndrome de Down. Hobbins et aP52 sustentaram a posição de
FIGURA 4-58. Algoritmo para tratamento clínico baseado nos
que a aplicação mais importante da ultrassonogTafIa genética
resultados da ultrassonografia no segundo trimestre (presença ou
ausência de marcadores ultrassonográficos). Idade materna mais é que quando é normal, ela diminui a possibilidade de sín-
jovem que 35 anos de idade, resultado da triagem sérica menor drome de Down e, consequentemente, reduz o número de
que 1/274, ou ambos (asterisco). Idade materna 35 anos ou mais, procedimentos invasivos em pacientes de alto risco. O grau
resultado da triagem sérica 1/ 274 e acima, ou ambos (adaga). de redução do risco depende de vários fatores, como os cri-
(Redesenhado de Yeo L, Vintzi/eos AM: The use of genetic sonogra-
phy to reduce the need for amniocentesis in women at high risk for térios e o número de marcadores de aneuploidia procurados,
Down syndrome. Semin Perinato/27:158, 2003. ) e a sensibilidade do ultrassom. Estudos mais recentes usam
uma razão de probabilidade negativa variando entre 0,2 e 0,4
após um ultrassom genético normal, correspondendo a uma
redução de 60% a 80% no risco.
nográficas que comprometem um órgão importante/anomalias Ouu'os centros têm usado um sistema de índice de escore
estruturais (com algumas exceções), prega nucal espessada, para otimizar o tratamento clínico de marcadores ultrassono-
osso nasal ausente ou a presença de dois ou mais marcado- gráficos 253 . A principal vantagem desse método particular é
res de aneuploidia (ou pequenas anormalidades estruturais) a facilidade de uso e compreensão. Esse índice é baseado na
indicam um alto risco de aneuploidia fetal , e exame invasivo pressuposição de que os marcadores individuais de aneuploi-
deve ser oferecido, mesmo na paciente de baixo risco. Certas dia não são igualmente importantes. Nesse sistema, dois pon-
anormalidades fetais ultrassonográficas isoladas (por exemplo, tos são atribuídos quando anormalidades estruturais ou espes-
gastrosquise) que não são usualmente associadas à aneuploidia samento nucal é identifIcado, embora um ponto seja atribuído
podem não exigi.r exame invasivo adicional. pelos outros marcadores. Nas pacientes que têm um escore
Em pacientes de alto risco, usamos ultrassonografia gené- de dois ou mais, arnniocentese é então oferecida. Usando um
tica como um adjunto à idade materna e triagem sérica para escore de dois ou mais , foi possível aos autores detectar 81 %
ajustar o risco de síndrome de Down fetal de cada paciente dos fetos com síndrome de Down, com uma taxa de falso-
individual, com base na nossa exatidão. O risco a priori pode positivos de 4,4%23 1 Depois, o sistema de índice de escore
ser baseado em triagem combinada no primeiro trimestre, em foi modificado para incorporar a idade materna, dando-se um
triagem tríplice/quádrupla, ou na idade materna (se resultados ponto por idade maior do que ou igual a 40 anos de idade254 .
de triagem no primeiro ou segundo trimestre não estiverem Os autores enfatizam que o uso isolado clinicamente mais
disponíveis ou não tiverem sido realizados). Multiplicamos o importante da ultrassonografia genética no segundo trimestre
risco a prWri pela razão de probabilidade negativa, se o exame reside na redução de risco que é conferida por um ultrassom
for normal. Por exemplo, se o risco de síndrome de Down normal (escore O), porque ele concede a oportunidade de mui-
fetal pela idade materna for 1/274 e o exame genético for nor- tas mulheres de alto risco evitarem anm.iocentese.
mal, o novo risco ajustado para síndrome de Down fetal será Outro método que tem sido usado é integrar o risco dos
1/274 vezes 0,20 (ou 1/l.370) (redução de pelo menos 80%). marcadores ultrassonográfIcos com o risco a priori baseado na
Se apenas um marcador estiver presente (exceto anomalia idade matema 255 . Isso é chamado ajuste do risco do ultrassom
estrutural, prega nucal espessa ou osso nasal ausente), reco- pela idade (ARUSI) para síndrome de Down e é usado para
mendamos exame invasivo apenas se a paciente for de alto mulheres de todas as idades. Ao usar esse método, os marcado-
risco. Por sua vez, quando dois ou mais marcadores forem res ultrassonográficos são "ponderados" pela força dos acha-
visualizados, oferecemos exame invasivo, independentemente dos individuais, expressados como razões de probabilidade.
da situação de risco. Deve-se manter em mente e avisar as Os autores baseiam a avaliação de risco individual de síndro-
pacientes que o exame de imagem genético nunca pode redu- me de Down fetal na idade materna e na presença ou ausência
zir a 0% o seu risco de ter um feto com síndrome de Down. de cada um dos marcadores ultrassonográficos em termos de
Uma triagem tríplice ou quádrupla é aceitável como um risco razões de probabilidade. As razões de probabilidade dos mar-
UL TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE 103
cadores isolados foram descritas em diversos estudos (Tabela do 18 é muito mais comum na concepção, porque 95% desses
4-12). Usando razões de probabilidade, então o risco pós-priori casos resultam em aborto espontâneo ou natimorto. Trissomia
é a seguir estimado. Não usamos essas razões de probabilidade do 18 é a segunda trissomia autossômica mais comum e tem
porque na nossa experiência a imensa maioria dos fetos com um prognóstico uniformemente sombrio. Morte intrauterina
trissomia do 21 tem múltiplos marcadores em combinação, é comum, e se estima que dos fetos vivos com 16 semanas,
não em isolamento. Portanto, não conseguimos gerar razões 50% a 90% não sobrevivem ao nascimento 26 1. A sobrevida
de probabilidade positivas estáveis e confiáveis de marcadores pós-natal é muito precária, a maioria morrendo durante o iní-
isolados. Todavia, alguns investigadores estão usando ARUSI, cio da lactância. Aqueles que sobrevivem são profundamente
e relatam que a sensibilidade da detecção de síndrome de retardados mental e fisicamente, e problemas comuns incluem
Down fetal e a taxa de falso-positivos aumentam com a idade falta de crescimento, hipotonia e dificuldades de alimentação.
materna. Isso é considerado apropriado, porque as mulheres As gestações afetadas com trissomia do 18 fetal têm um
mais velhas desejam uma alta sensibilidade, e a alternativa, padrão característico de triagem bioquímica sérica materna
clinicamente, é amniocentese para todas as mulheres com 35 no segundo trimestre. Todos os três marcadores séricos são
anos de idade ou mais (taxa de falso-positivos 100%)30. Ao mais baixos que o normal, com os valores médios seguintes:
mesmo tempo, ARUSI também minimiza a taxa falso-positiva AFP, 0,6 MclM; estriol não conjugado, 0,5 MdM; e hCG,
para mulheres mais jovens (4% de taxa falso-positiva) com 0,3 MdM. A triagem por marcadores tríplices é capaz de
uma sensibilidade satisfatória (61 ,5%r. Os autores também identificar aproximadamente 60% a 75% dos fetos com tris-
acreditam que como os achados ultrassonográficos são em somia do 18 quando é efetuada uma análise separada que
grande parte independentes da idade materna e dos análitos procura baixos níveis de todos os três análitos, com ou sem
bioquímicos, o risco da triagem bioquímica (marcadores séri- consideração da idade materna 262 ,263 . Entretanto, em virtude
cos mais risco da idade materna) pode ser usado substituindo da baixa prevalência da trissomia do 18, ultrassonografia
o risco da idade materna isolado, quando conhecid0 3o . ainda é recomendada em seguida a uma triagem positiva para
É imperativo que todo centro que efetua ultrassonografia trissomia do 18. Um estudo sugeriu que ultrassom foi supe-
genética monitore sua sensibilidade para detectar síndrome rior à bioquímica para detecção de trissomia do 18, embora
de Down fetal a fim de fornecer às pacientes aconselhamento ambos os testes identificassem fetos afetados não percebidos
exato, detalhado e atualizado a respeito do seu grau de redução pelo outro 264 •
de risco quando o exame é normal. Monitoramos continua- Está bem-estabelecido que aqueles afetados com trissomia
mente nossa exatidão em detectar síndrome de Down fetal em do 18 têm muitas anomalias estruturais importantes. De fato,
mulheres de alto risco. Nós e outros pesquisadores acreditamos mais de 100 anormalidades diferentes comprometendo quase
que o ajuste de risco para síndrome de Down é específico de todos os sistemas de órgãos foram observadas em associação
cada instituição e que os dados podem não se aplicar a outros a uissomia do 18 265 . Os recém-nascidos com trissomia do 18
centros 256 Alguns consideram também que o uso de ultrasso- têm muitos aspectos clínicos característicos, como defeitos
nografia genética deve ser limitado a centros especializados 257. cardíacos, restrição do crescimento, occipital proeminente,
Outro problema a abordar é se a ultrassonografia genética boca pequena, micrognatia, orelhas baixas e pontudas, retar-
no segundo trimestre vale o custo. Recentemente analisamos do mental, mãos cerradas com dedos superpostos, esterno
o custo entre amniocentese universal e ultrassonografia gené- curto e pés de cadeira de balanço. Superposição de dedos
tica e observamos que a ultrassonografia genética era econô- ocorre mais frequentemente com o indicador sobreposto ao
mica se a sensibilidade para detectar síndrome de Down fosse médio, e o mínimo curvado para dentro. Como resultado, há
maior que 74%258 Também observamos que a ultrassono- uma variedade de anormalidades/malformações ultrassono-
grafia genética resultou em uma poupança para o sistema de gráficas que podem ser visualizadas antes do nascimento (ver
assistência à saúde de 9%, e diminuiu a taxa de aborto de fetos Tabela 4-2). Estas incluem higroma cístico, defeitos cardíacos,
normais necessitando arnniocemese em 87%258. A ultrassono- espinha bífida, hérnia diafragmática, anormalidades genitu-
grafia genética também é econômica em mulheres com menos rinárias , anormalidades do líquido amniótico, CPCs, artéria
de 35 anos de idade que estão em risco moderado de síndro- umbilical única, cistos de cordão umbilical e comprimento
me de Down com base em resultados de tríplice rastreio, bem curto das orelhas. Um ponto importante é que os fetos com
como em pacientes de idade materna avançada, que recusam trissomia do 18 podem mostrar um início de restrição do cres-
cimento intrauterino tão cedo como no segundo ou mesmo
amniocentese depois de aconselhamento genético no segundo
. 259 O OlereClmento de u Itrassonogra fiIa geneuca
' . a primeiro trimestre. Pelo terceiro trimestre, quase todos são sig-
tnmestre. C'
nificativamente restritos no crescimento ; infelizmente, alguns
essas pacientes está associado a economia de custo por pre-
fetos com trissomia do 18 são partejados por cesariana antes
cisões mais aceitáveis dessas ultrassonografias. Finalmente,
de qualquer descoberta ou conhecimento da aneuploidia266 .
dados recentes indicam que combinar ultrassonografia genéti-
Nyberg observou que restrição do crescimento intrauterino
ca no segundo trimestre com marcadores séricos tradicionais
estava presente em metade dos fetos com menos de 24 sema-
pode melhorar significativamente a precisão diagnóstica dos
nas de gestação, e em 89% daqueles com mais de 24 semanas
fetos com síndrome de Down 260 . Vários algoritmos integrados
de gestaçã03. Qyando é visualizada restrição do crescimento,
combinando análitos séricos e marcadores ultrassonográficos
poli-hidrâmnio e postura anormal das mãos, isso é altamente
foram gerados (por exemplo, espessura nucal, comprimento
preditivo de trissomia do 18 no terceiro trimestre.
do úmero, AFP sérica, hCG). Entretanto, esses algoritmos
A ultrassonografia demonstrou ter sensibilidade variá-
não foram validados prospectivamente.
vel porém alta para detectar trissomia do 18 (64% a 100%)
(Tabela 4-13), particularmente quando se executa uma análise
TRISSOMIA DO 18 (SíNDROME DE anatômica completa. Um gTupO encontrou sensibilidade de
EDWARDS) 100% da ultrassonografia para detectar anomalias estruturais
fetais , mas também incluiu medidas anormais 268 . Em uma
A trissomia do 18 (síndrome de Edwards, ou trissomia E) amostra de 15 fetos com trissomia do 18, Benacerraf et aP08
ocorre em aproximadamente 1/8.000 nascimentos. Trissomia observaram que 80% tinham uma ou mais anormalidades
104 Ul TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE
CPC, cis to de plexo coróidc ; RelU. restrição do crescimento intrautcrino ; NO. não disponível; US, uhrassonografia.
+ desvio-padrão o u mediana dada quando disponível.
também inclui> lima medida anonnal ; não apenas anomalias es trtllurais.
ultrassonográficas (variação 0-5). Três dos fetos não tinham cer os tipos de malformações que são associados a essa
qualquer achado ultrassonográfico; enu-etanto, esses exames aneuploidia, a fim de direciomu- apropriadamente o exame
foram efetuados entre 16 e 17 semanas. Ao examinar fetos ultrassonográfico. De maneira similar ao conceito da ultras-
com trissomia do 18 durante o começo do segundo trimestre sonografia genética no rastreamento de síndrome de Down
unicamente, Shields eL apo observaram que a maioria mas fetal , acreditamos que achados normais de um levantamento
não todos (86%) os fetos teve uma ou mais anormalidades anatômico completo em mãos experientes deve "diminuir" o
detectadas na ultrassonografia, com O número médio de anor- risco de trissomia do 18 de uma paciente (independentemente
malidades por feto sendo três (faL"a zero a seis). Em 1993 , da presença/ausência de CPC ou resultados anormais de tria-
Nyberg observou que quando excluiu CPCs , 83% (39/47) dos gem sérica) a um nível extremamente baixo suficiente para
fetos com trissomia do 18 tiveram mais de uma anormalidade evitar amniocentese genética após aconselhamento apropria-
ultrassonográfica identificada (variação zero a seis)3. OeVore27 do à paciente4 . Por sua vez, quando são visualizados achados
observou que em 30 fetos com trissomia do 18 entre 14 e 23 ultrassonográficos que são compatíveis com trissomia do 18,
semanas, ultrassom teve uma sensibilidade muito alta de 97%. deve ser oferecida cariotipagem fetal , juntan1ente com aconse-
A anormalidade ultrassonográfica mais frequente foi defeitos lhamento apropriado.
cardíacos estruturais (80%) . Outros encontral"am uma sensibi- Tal como no caso da trissomia do 13 , há pouca informa-
ljdade mais baixa do ultrassom para detecção de trissomia do ção a respeito do risco de recolTência da trissornia do 18.
18 27 \. Nesse estudo, ultrassom foi relatado como normal em Em geral, um risco empírico de quase 1% é informado às
35% de 23 fetos afetados com trissomia do 18. pacientes 272 .
Em um estudo recente, observamos que realizando uma
análise ultrassonográfica completa, todos os fetos com trissomia
do 18 tinham quatro ou mais anomalias uln-assonográficas (um TRISSOMIA DO 13 (SíNDROME DE
paciente teve 19 anomalias fetais Observamos PATAU)
que a presença ultrassonogTáfica de comprimento curto das
orelhas (96%), mãos cerradas ou fechadas bilaterais ou dedos T1-issomia do 13 e suas anormalidades congênitas foran1 descri-
superpostos (95%) e anormalidades do sistema nervoso central tas pela primeira vez por Patau em 1960265 . A prevalência ao nas-
(87%) foran1 os marcadores mais sensíveis para trissomia do cimento é estimada entre 1/5.000 e 1/20.000 nascimentos 273 .
18 fetal. Também constatanlOs que 92% dos fetos com trisso- Ela se responsabiliza por cerca de 1% dos abortos espontâneos
mia do 18 tinham pelo menos duas de quatro anormalidades no primeiro trimestre e tem um prognóstico muito ruim. A
ultrassonogTáficas menores (extremidades superiores/mãos, maioria das crianças com essa anormalidade cromossômica
extremidades inferiores/pé, face, orelhat Esse fato dá ênfase morre na fase de lactente; a sobrevida média é 2,5 dias 265 Dos
à importância do exame uln-assonográfico pré-natal completo recém-nascidos com trissomia do 13 , 82% morrem no primei-
dos fetos, com atenção ao detalhe fino além do exame de todos ro mês e apenas 5% sobrevivem aos primeiros seis meses 265 .
os sistemas de órgãos depois de 18 semanas de gestação. Os sobreviventes têm defeitos mentais graves , muitas vezes
Nos fetos em risco de trissomia do 18, é indicado um têm convulsões, apneia, dificuldades de alimentação e retardo
exame pré-natal completo e detalhado. É imperativo conJ1e- de crescimento. O fenótipo é frequentemente tão característico
UL TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE 105
US ) ultrassonografia.
que um diagnóstico pode ser feito muitas vezes com base ape·
nas nos as pectos clínicos. As características incluem rnicroce·
falia, anormalidades sérias do sistema nervoso central (como
fossa posterior anormal, ventriculomegalia, agenesia do corpo
caloso), defeitos cardíacos (> 80%), restrição do crescimento,
testa recuada, anomalias oculares, fenda labial e palatina (60%
a 70%) , deficiências dos membros , pés de cadeira de balanço
ou pés tortos, mãos cerradas com dedos sobrepostos, polidac·
tilia pós·axial (75%), onfalocele e anormalidades renais (como
rins policísticos). Em particular, holoprosencefalia alobar é
um achado comum que muitas vezes é associado a defeitos
faciais medianos graves, como fenda mediana, rnicroftalmia,
hipotelorismo, ciclopia e ausência do nariz.
Como os fetos com trissornia do 13 têm anormalidades
graves, a sensibilidade da ultrassonografia pré· natal para a
detecção dessa an euploidia é muito alta (Tabela 4-14), com
a maioria dos estudos descrevendo sensibilidades acima de FIGURA 4-59. Corte coronal do abdome fetal mostrando rins eco·
90%5.m.27s Um grande estudo que examinou dados de 11 gênicos bilaterais.
países europeus relatou uma sensibilidade de apenas 68,2%
em 85 casos de trissomia do 13 276 Entretanto, o estudo foca·
lizou a detecção de grandes malformações, porque nem todos
os registros registraram marcadores brandos. Além disso, o
estudo foi efetuado por meio de exame de rotina, e os autores anomalias do sistema nervoso central (58%), defeitos cardía·
acreditam que se fosse efetuado exame detalhado, o desempe· cos (48%), anomalias faciais (48%), restrição do crescimento
nho seria melhor276 . C om o objetivo de alcançar um alto grau (48%), holoprosencefalia (39%), anormalidades renais (33%)
de sensibilidade, deve ser realizada uma análise ultrassonográ- (Fig. 4-59) e anormalidades das extrenudades (33%). Impor·
fica detalhada e sistemática. Aspectos característicos da tris· tante, FE l , que é um marcador de aneuploidia, também foi
sonua do 13 que podem ser visualizados na ultrassonografia visto em 30% dos casos.
pré-natal estão descritos na Tabela 4-3. Em uma das maiores É importante distinguir a trissomia do 13 da síndrome de
séries de 33 fetos com trissomia do 13, um ou mais achados Meckel·Gruber, que é um transtorno recessivo autossôrnico
ultrassonográficos pré-natais foram encontrados em 91 % que compartilha alguns aspectos característicos com a trisso·
globalmente5 . Alguns dos achados mais comuns incluíram mia do 13. Isso tem implicações no aconselhamento porque
106 UL TRASSONOGRAFIA GENÉTICA NO SEGUNDO TRIMESTRE
esse transtorno recessivo autossômico, diversamente da trisso- 7. Cuckle HS , Wald NJ, Lindenbaum RH: Maternal serum alpha-
mia do 13, tem um risco de recorrência de 25%. Síndrome de fetoprotein measurement: A screening test for Down syndrome.
Meckel-Gruber é caracterizada por rins policísticos, polidacti- Lancet 1:926, 1984.
lia, malformações de linha média do sistema nervoso central 8. Cuckle HS, Wald NJ, Thompson SG: Estimating a woman's risk
of having a pregnancy associated with Down's syndrome using heI'
(como encefalocele occipital, malformação de Dandy-Walker)
age and serum alpha-fetoprotein leveI. Br J Obstet Gynaecol 94:387,
e outros aspectos . 1987.
Há pouca informação a respeito do risco de recorrência da 9. New England Regional Genetics Group Prenatal Collaborative
trissomia do 13. Em geral, um risco empírico de quase 1% é StlIdy of Down Syndrome Screening: Combining maternal serum
em geral citado às pacientes 272 . a-fetoprotein measurements and age to screen for Down syndrome
in pregnant women under age 35. Arn J Obstet Gynecol 160:575,
1989.
CONCLUSÃO 10. Bogart MH, Pandian MR,Jones OW: Abnormal maternal serum
chorionic gonadotropin leveIs in pregnancies with fetal chromosome
No momento não há uniformidade na u-iagem baseada abnormalities. Prenat Diagn 7:623, 1987.
na população para síndrome de Down fetal nos Estados 11. Wald NJ, Cuckle HS, Densem ]VV, el ai: Maternal serum uncon-
Unidos. Há muitas variações, incluindo triagem no primei- jugated oestriol as an antenatal screening test for Down's syndrome.
ro trimestre e/ou marcadores séricos no segundo trimestre. BrJ Obstet Gynaecol 95:334, 1988.
12. vVald NJ, Cuckle HS, Densem]W, el ai: Maternal serum screening
Independentemente do método usado, alta sensibilidade for Oown's syndrome in early pregnancy. BMJ 297:883, 1988.
é importante para essas mulheres que estão em alto risco, 13. Haddow JE, Palomaki GE, KJught GJ, et ai: Prenatal screening for
embora baixas taxas falso-positivas sejam mais desejáveis Down's syndrome with use of maternal serum markers. N Engl J
em mulheres de baixo risco. A ulu'assonografia genética nos Med 327:588, 1992.
permitiu detectar aneuploidia fetal e diagnosticar muitas ano- 14. Cheng EY, Luthy DA, Zebelman AM, el ai: A prospective evaluation
malias congênitas fetais em todos os trimestres da gravidez. of a second-trin1ester screening test for fetal Down syndrome using
maternal serum alpha-fetoprotein, hCG, and unconjugated estriol.
Percorremos um longo caminho no que se refere às opções
Obstet Gynecol 81 :72, 1993.
potenciais que podem ser dadas às pacientes de alto risco. De 15. Burron BK, Prins GS, Verp MS: A prospective trial of prenatal
acordo com muitas mulheres grávidas , idade materna avança- screening for Down syndrome by means of maternal serum
da isolada ou triagem sérica materna anormal isolada podem a-fetoprotein, human chorionic gonadotropin, and unconjugated
não ser mais indicações para exame invasivo, e está claro que estriol. ArnJ Obstet Gynecol 169:526, 1993.
para essas pacientes a ultrassonografia pré-natal é de capital 16. Wenstrom KD , Williamson RA, Grant SS, el ai: Evaluation of
importância. Com o aparecimento da triagem no primeiro tri- multiple-marker screening for Down syndrome in a statewide
mestre (ultrassonográfica e sérica), isso também acrescentará population. ArnJ Obstet Gynecol 169:793, 1993.
17. Arnerican College of Obsterricians and Gynecologists: Prenatal
informação adicional que no futuro poderá ser incorporada diagnosis of fetal chromosomal abnormalities. 2003 Compendium
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de síndrome de Down às pacientes. A aplicação mais apro- 18. Haddow JE, Palomak.i GE, Knight GJ, el ai: Reducing the need
priada da ultrassonografia relaciona-se com as mulheres de for anmiocentesis in women 35 years of age or older with serum
alto risco que procmam tranquilização, e, portanto, redução markers for screening. N EnglJ Med 330:114, 1994.
do risco por um exame genético normal. A força da ultrasso- 19. \oVald NJ, Densem]W, George L, el ai: Prenatal screening for
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vidas fetais ao evitar muitos procedimentos desnecessários de 20. Wensrrom KD, Owen j , Chu DC, el ai: Prospective evaluation of
amniocentese. Constatamos que embora muitos clínicos pre- free beta-subunit of human chorionic gonadotropin and dimeric
firam encaminhar as pacientes para ultrassonografia genética, inhibin A for aneuploidy detection. ArnJ Obstet Gynecol 181 :887,
na nossa experiência, ao longo dos anos ela tem sido princi- 1999.
palmente um serviço impulsionado pelas pacientes. Há muitas 21 . Rodis J F, Egan J F, Craffey A, el ai: Calculated risk of chromosomal
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5
SÍNDROMES FETAIS
juliana M. Leite , MO, Roberta Granese , MO , Philippe j eanty, MO , PhO e Sandra Silva Herbst , MO
112
SíNDROMES FETAIS 113
Malform ação. É um defeito morfológico de um órgão, pitar e fazer uma amniocentese, alguma revisão das grandes
parte de um órgão ou região maior do corpo que resulta de bases de dados em geral é indicada para sugerir diagnósticos
um processo de desenvolvimento intrinsecamente anormal. O diferenciais e testes adicionais (pergunte ao laboratório quais
termo intrínseco implica que o potencial de desenvolvimento os testes de ensaio de que dispõem). O banco de dados Landon
do primórdio é anormal desde o início. As malformações Dysmorp/lOlof!)' Database geralmente é o padrão, mas o OM IM
podem ser únicas ou múltiplas. é o mais fácil de utilizar atualmente. Mesmo o Medline, com
Deformação. A deformação se refere a um contorno, o uso de operadores booleanos (pesqu isa avançada), é uma
forma ou posição anormal de parte do corpo causada por ferramenta excelente para identificar condições raras. Essas
forças mecânicas anteriores ao nascimento, quase sempre ferramentas devem estar prontamente disponíveis .
como resultado de moldagem ou restrição intrauterina. As O utro aspecto do diagnóstico pré-natal das sÚldromes que
forças que causam as deformações podem ser extrínsecas, se deve ter em mente é o progresso da genética molecular.
como as anomalias uterinas , ou fatores intrúlsecos, como o Desde o reconhecimento dos transtornos do receptor do fator
oligo·hidrâmnio. de crescimento do fibroblasto (FG FR). a classificação das
Rompimento. Um defeito morfológico de um órgão, displasias esqueléticas (veja a Acondroplasia mais adiante) foi
parte de um órgão ou região maior do corpo que resulta do completamente reorganizada. Essas fontes devem ser consul-
desarranjo de um tecido previamente normal. Ele é causado tadas porque é provável que possa ser feito um teste genético
por uma força extrínseca ou interferência interna com um ou bioquínUco (veja a sÚldrome de Smith-Lemli-Opitz mais
processo de desenvolvimento ou uma lesão vascular. Os fato- adiante) que estabeleça o diagnóstico com certeza para esses
res extrúlsecos, tais como infecção, teratógeno ou trauma, são transtornos.
considerados disruptivos. Acidentes vasculares intrauterinos Finalmente, um aspecto importante do diagnóstico pré-
são a principal causa de rompimento. natal é a assistência aos pais para tomar decisões de conduta.
Displasia . Corresponde a uma organização anormal de Isso é feito mais apropriadamente proporcionando a eles o
células em tecidos e seus resultados morfológicos. A displa- contato com grupos de apoio, e aqui a internet revolucionou
sia é o processo e a consequência da fOI-mação anormal de a comunicação entre pais anteriormente isolados em peque-
tecidos. Ela é casualmente inespecífica e frequentemente afeta nos grupos em todo o mundo. Um bom recurso é o NORD
vários órgãos devido à natureza dos transtornos celulares (N ational O rganization for Rare Disorders), mas com frequên-
subjacentes. cia uma boa pesquisa com uma ferramenta de busca na inter-
mais de uma anomalia fetal é identificada, vários net identificará muitos outros sites de interesse.
termos são usados para descrever a causa e a patogênese. Ao longo dos últimos cinco anos, a função dos técnicos
Sequência . Um padrão de múltiplas anomalias que resulta em ultrassom modificou-se significativamente, partindo de
de uma única anomalia ou fator mecânico. Também chamada apenas identificar alguns achados para uma postura muito
de anomalLu!e. Os problemas secundários resultantes podem ser mais pró-ativa na realização do diagnóstico diferencial e no
devidos a uma malformação, rompimento ou deformação. estabelecimento dos planos de conduta. Qyase sempre, o
Associação. A ocorrência não randômica, em dois ou ultrassonografista é o primeiro a identificar o transtorno, e
mais indivíduos, de múltiplas anomalias não reconhecidas aquele que estabelece os contatos com o departamento de
como sequência ou sÚldrome. genética, os especialistas em dismorfologia e vários caI-dio-
Síndrome. Um padrão de anomalias múltiplas considera- logistas e cimrgiões. A capacidade de proporcionar um dire-
do patogeneticamente relacionado e não reconhecido como cionamento claI-o para os pais é importante, e nessa época de
uma sequência única. tumulto para a família, tornar-se um ponto de referência ao
as páginas seguintes revisaremos vál;as síndromes que qual eles possam recorrer é importaIlte. Proporcionamos de
deveriam ser familiares para ultrassonografistas e técnicos em modo rotineiro pesquisas e referências para os nossos pacien-
ultrassonogTafia porque são razoavelmente características ou tes e tentamos identificar grupos de suporte de modo que
comuns , ou porque seu reconhecimento afetará a conduta na pOSSaIll obter informações de outros pais , o que em geral é
gravidez. A seleção das síndromes incluídas é um tanto artifi- mais realista do que a informação proporcionada pelo sistema
cial, mas todas podem ser detectadas antes do nascimento ou de cuidados à saúde.
afetarão a gestação. Logicamente, esta revisão não pretende
ser completa. A Birth Ddéct Encyclopedia contém cerca de 2.000
síndromes e o Onfine Mendelian Inheritance in Man (OM IM) Referências
recentemente ultrapassou a marca das 10.000 síndromes. Moore KL, Persaud DTN: The Developing Human: Clinically Oriented
Mesmo para os médicos dedicados ao tema essa é uma quanti- Embryology. Philadelphia, WB Saunders, 2002
dade inimaginável de informação para se dominar. Em vez de Nyhan WL: Strucrural abnormalities : A systematic approach 10 diagnosis.
tentar ler (quanto mais memorizar) essa grande quantidade de Clin Symp 42:2 , 1990
conhecimentos, é mais importante aprender como investigar Buyse IL (ed): Birth Defects Encyclopedia. Blackwell Scientific
Publication , 1990.
casos incomuns. Quais são os achados mais notáveis e prin- Imp://www.ncbi.nlm.nih.gov/enrrezJquery.fcgi?db=OMI M&cmd=Limits
cipais? E quase tão importante, quais são os achados secun- http://w..vw.ncbi.nlm.nill.gov/ PubMed/
dários ou mais sutis? Uma vez que as observações são feitas, lmp://www.csmc.edu/genetics/skeldys/nomenclarure.hrrnl
existe outra informação clínica importante? Antes de se preci- http://w\vw.rarediseases.org/
114 SíNDROMES FETAIS
mal é capturado e o lado distal é coberto pelo lado proximal. apresentam com desmineralização, mas o encurtamento de
O tipo II também se apresenta com os mesmos achados, mas membro geralmente não é tão grave. A mineralização anor-
o déficit de mineralização é menos gTave e os ossos longos mal e o comprimento do tronco encurtado a distinguem da
menos curtos. Dois casos de grandes higromas císticos em displasia tanatofórica, na qual essas medidas são normais.
associação de acondrogênese foram reportados. Prognóstico. Letal.
Anomalias Genéticas. Tipo lA: desconhecidas. Tipo IB: Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
mutação no gene transportador de sulfato da displasia diastró- antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é alte-
fica (DTDST) no braço longo Oócus 32-33) do cromossomo 5. rado quando se opta pela continuação da gestação. A confir-
O gene do transportador de sulfato da displasia diastrófica é mação do diagnóstico após o nascimento é importante para o
transmitido de modo recessivo e é um alelo do gene da displa- aconselhamento genético.
sia diastrófica. Isso é importante porque o tipo II (ver a seguir) é
uma mutação autossômica dominante (e, portanto, envolve uma
mutação nova para cada caso, uma vez que a doença é letal) e, Referências
portanto, tem uma probabilidade muito menor de reconência
Knowlton 5, Craves C, Tiller CE: Achondrogenesis. Fetus 2:7564,
do que o risco de 25% do tipo IB. O diagnóstico pode ser feito 1992.
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tipo II é o tipo Langer·Saldino e é causada por uma mutação ultrasonography at 13 weeks' gestation. Am J Obstet Cynecol
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II e ocasionalmente tipo IIIC) e a hipofosfatasia também se Cynecol 13 :75, 1999.
ACONDROPLASIA idade pelo D BP; o mesmo não é esperado dos fetos com acon-
Definição. MicromeJia rizomélica associada a bossa fron- droplasia homozigótica. Espera-se que os fetos com intervalo
tal e ponte nasal baixa. de crescimento normal no comprimento femoral durante o
Sinônimos. Nenhum. segundo trimestre não sejam afetados , e o ultrassom obtido
Prevalência. Comum: 0,5 a 1,5:10.000. após 26 semanas deve auxiliar na conftrmação dessa predição.
Etiologia. Moldagem cartilaginosa defeituosa do precur- A bossa frontal e a ponte nasal deprimida podem também
sor ósseo. ser reconhecidas. O casionalmente, anomalias mais sutis , tais
Diagnóstico. Essa displasia esquelética pode se mani- como a mão em tlidente (um espaço aumentado entre o ter-
festar como acondroplasia homozigótica ou heterozigótica. ceiro e quarto dígitos) ou a ausência do alargamento do canal
Patel e Filly descreveram a metodologia para distinguir as lombar, também podem ser identificadas.
duas manifestações genéticas dessa displasia. Seus res ultados Anomalias Genéticas. A acondroplasia é uma displasia
indicaram que os fetos com comprimentos femorais que estão esquelética autossômica dominante causada por mutação no
abaixo do 3 Q percentil padrão comparados com o diâmet.ro gene do receptor 3 do fator de O"escimento do fibroblasto,
biparietal (DBP) em 17 semanas de idade pelo DBP e que
demonstram encurtamento progressivo em 20 a 23 semanas
de idade pelo DBP possuem acondroplasia homozigótica,
enquanto os fetos nos quais é visto um decréscimo no com-
primento femoral em 17 a 23 semanas de idade pelo DBP
possuem acondroplasia heterozigótica. Além disso, espera-se
que os fetos com acondroplasia heterozigótica tenham um
comprimento femoral superior a 34 mm em 26 semanas de
FIGURA 5-5 . Fêmur curto em um paciente com acondroplasia FIGURA 5-6. Acondroplasia. Bossa frontal.
homozigótica.
116 SíNDROMES FETAIS
que está localizado no braço curto do cromossomo 4 no Displasias diastróficas nas quais a micromelia está associada
lócus 16.3. Bellus demonstrou que a anomalia era devida a a contratu ras articulares, em particular, posições anormais
uma substitu ição de glicina por arginina no códon 380. Essas dos dedos dos pés e das mãos.
publicações constituem marcos no nosso conhecimento acerca Prognóstico. Crianças com acondroplasia possuem
das displasias esqueléticas. Antes desses registros, as displasias alcance intelectual normal. Os problemas principais são orto-
esqueléticas eram quase estritamente classificadas por crité- pédicos (canal espinhal e forame magno estreitados). Existe
rios radiológicos. Esses registros marcaram o iJúcio de uma um grupo de apoio muito atuante nos Estados Unidos ('Ihe
intensa e bem-sucedida pesquisa no mapeamento gên.ico das Little Peop/c ri Amen"ca) que procura resolver os problemas dos
displasias esqueléticas, muitas das quais foram subsequente- indivíduos afetados.
mente reconhecidas como resultantes de alterações dos fatores Conduta. Embora a interrupção da gestação possa ser
de crescimento do fibroblasto (I-III). oferecida antes da viabilidade, a maioria dessas crianças se
Diagnóstico Diferencial. O diagnóstico diferencial é adapta bem em sociedade e leva uma vida produtiva.
feito em relação a várias condições, tais como:
Displasia tanatofórica (peito estreitado, platispondilia, Referências
micromelia mais grave, sem mãos em tridente, poli-
hidrâmnio mais grave). Patel MO, Filly RA: H omozygolls achondroplasia: US distinction
between homozygous , heterozygous and unaITected fetuses m the
Acondrogênese (mineralização muito ruim, com ausência second u;mester. Radiology 196:541 , 1995.
de ecogenicidade dos ossos , micromelia mais grave e poli- Moeglin O, Benoit B: Tlu'ee-dimensional sonographic aspects in the
hidrâmnio mais grave). amcnatal diagnosis of achondroplasia. Ultrasound Obstet Gynecol
18:81 , 200l.
Osteogênese imperfeita tipo II (mineralização ruim , VeLinov M, Slaugenhaupt SA, Stoilov !, et ai: The gene for achond.roplasia
fi-equentemente o aspecto proximal do cérebro é bem-visto maps to the telomeric region of cluumosome 4p. Nat Genet 6:318, 1994.
através do crânio "transparente", m.icromelia variável, Le Merrer M , ROllsseau F, Legeai-Mallet L, et ai: A gene for
achondroplasia-hypochondroplasia maps to chromosome 4p. at
algumas vezes angulações ósseas de fraturas visíveis, peito Genet 6:314, 1994.
em formato de sino).
Investigar a possibilidade de consanguinidade dos pais . mação do diagnóstico após o nascimento é importante para o
Aumento do nível de interferon-alfa no sangue e líquido aconselhamento genético.
cerebroespinhal fetais .
Excluir uma etiologia infecciosa. Referências
Avaliar o recém-nascido imediatamente após o nascimento.
Ali M, Highet LJ, Lacombe D , ct al: A second locus for Aicardi-Goutieres
Diagnóstico Diferencial. Disgenesia do corpo caloso. syndrome at chromosome 13q14-21.j Med Genet 43 :444, 2005 .
Bromlev B, KrislU1amoorth KS , Benacerraf BR: Aicardi svndrome:
Prognóstico. Reservado, com a maioria das crianças
sonographic fUldings. A report of two cases. Diagn
morrendo durante os primeiros anos de vida. As que sobrevi- 20:344. 2000
vem apresentam retardo mental profundo mais tarde. Le Garrec M, Doret M , Pasquier jC, et al: Prenatal diagnosis sis of
Risco de Recorrência. A doença é de natureza esporádi- Aicardi-Goutieres syndrome. Prenat Diagn 25:28. 2005 .
ca e afeta apenas fetos femininos. NeiddichjA , NussbauIl1 RL, Packer l\J. et aI: Heterogeneity of clinical
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida severityand molecular lesions in Aicardi syndrome.j Pediar 116:911 ,
antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é alte- 1990.
rado quando se opta pela continuação da gestação. A confir-
FIGURA 5-8. Síndrome de Alagille. Artéria pulmonar principal aumen- FIGURA 5-9. Síndrome de Alagille. Valva pulmonar espessada e este-
tada (setal. (Cortesia de Francis Duchatel. 2002. thefetus.net.) nótica. (Cortesia de Francis Duchatel. 2002. thefetus.net.)
118 SíNDROMES FETAIS
posterior no exame ocular, xantomas generalizados , incluindo in A1agille syndrome with a novel]AGl mutation.] NephroI18 :3 12,
xantomas orais e hipodontia acentuada. O grau de hipoplasia 2005.
biliar é variável. Alguns pacientes podem ter colestase grave, Ho NC, Lacbawan F, Francomano CA, et al : Severe hypodontia and oral
progredir para cirrose e necessitar de transplante hepático. xanthomas in A1agille syndrome. Am] Med Genet 93:250, 2000.
Kamath BM, SpirU1er NB, Emerick KM, et al: Vascular anomalies in
Conduta. Esse transtorno deve ser suspeitado em todos A1agille syndrome: a significam cause of morbidity and mon aliry.
os bebês com colestase. É importante avaliar o recém-nascido Circulation 109:1354, 2004. Epub 2004 Mar 1. Commem in Circulation
também com um exanle ultrassonográfico renal. Sep 28;1l0:e327, 2004; author reply e327.
Lykavieris P, Hadchouel M, Chardot C , et al : Outcome ofliver disease in
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H arendza S, Hubner CA, Glaser C , et ai: Renal failure and hypertension
FIGURA 5-10. Fisiopatologia da srndrome da banda amniótica . A banda amniótica envolvendo a extremidade e a cabeça resultando em anomalias
não embriológicas, tais como amputação do membro distai e encefalocele não central. (Ilustração por James A. Cooper, Dr., San Diego, CA. 1
SiNDROMES FETAIS 119
Conduta. Se diagnosticada antes da viabilidade, a inter- Parem P, Le Gucrn H, Munck MR , et ai: Apen syndrome, an amenatal
rupção da gestação pode ser oferecida. Após a viabilidade, o ultrasound detected case. Genet Counsel 5 :297, 1994.
Kaufmann K, Baldinger 5, Pratt L: Ultrasound detection of Apen
tratamento obstétrico padrão não é alterado. O parto em um syndrome: a case repon and literarure review. Am J Perinatal 14:427,
centro terciário é recomendado . 1997.
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1995.
MALFORMAÇÃO DE ARNOLD-CHIARI
.. ... . ., -
Definição. A malformação de Arnold-Chiari foi primeira-
mente identificada em 1883 por Cleland. Ela é caracterizada
por prolapso das estruturas do rombencéfalo abaixo do nível
do forame magno. Pode estar associada a anomalias esquelé-
ticas e disfunção neurológica. Existem três tipos de malforma-
ção de Arnold-Chiari (ver também a Tabela 5-1 ):
Tipo 1: Deslocanlento para baL'{o das tonsilas cerebelares
sob o forame magno maior do que 4 mm. O quarto
ventrículo permanece na fossa posterior. Esse tipo é
descoberto principalmente em tomografia computadorizada
incidental.
Tipo II : Visto invariavelmente antes do nascimento
como uma deformidade congênita caracterizada por
deslocamento das tonsilas cerebelares, partes do cerebelo,
quarto ventrículo, ponte e medula oblonga através do
forame magllo para dentro do canal espinhal. Em 950/0
dos casos é acompanhada por uma mielomeningocele e
frequentemente hidrocefalia.
Tipo III: essa forma mais grave, a condição está
associada a uma grande herniação dos conteúdos da fossa
posterior, com mielomeningocele e hidrocefalia.
Cérebro Geralmente normal Disgenesia do corpo caloso, Pode haver similaridade com os
heteroropia e polimicrogiria achados de Chiari II
Ventriculos Hidrocefalia (leve a moderada em Hidrocefalia (90% dos casos) Pode haver similaridade com os
20% dos casos) achados de Chiari II
Qyarto ventrículo é pequeno, alongado
e com deslocanlento inferior
Cordão espinhal Hidrosiringomielia (em 30% a 60% Mielomeningocele (quase 100% Pode haver similaridade com os
dos casos) dos casos) achados de Chiari II
Hidrosir ingotnielia (em 50% a
60% dos casos)
Diastematomielia
Malformações Avaliação pré-natal difícil Avaliação pré-natal difícil Espinha bífida posterior em
associadas Anomalias ósseas da base do crânio topografia de Cl e C2
ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA
CONGÊNITA
Definição. Este grupo heterogêneo de condições compar-
tilha limitações dos movimentos e anquilose articular como
achados principais.
Sinônimos. Contraturas congênitas , sequência de acine-
sia fetal, síndrome de Pena-Shokeir.
Incidência. 1 a 3 :10.000 .
Etiologia. Possivelmente autossômica dominante.
Patogênese. A artrogripose resulta da diminuição da
mobilidade in utero, de origem neural, muscular, do tecido FIGURA 5-19. A imagem pós-natal de um feto com artrogripose
múltipla. (Cortesia de S. Manohar, Dr., 2004, thefetus.net.l
conectivo ou iIúecciosa.
Diagnóstico. Embora as anomalias sejam óbvias quando
reconhecidas ao nascimento, o diagnóstico pré-natal pode ser
desafiador quando o líquido está diminuído e o membro com
posição anormal parece atribuível ao oligo-hidrâmnio. Algu-
mas formas estão associadas a poli-hidrâmnio, e a posição
anormal do membro Goelho batido, joelho recurvado, pés to r-
Referência
FIGURA 5-18. Artrog ripose múltipla . Deformidade em flexão fixa Larrunens M, Moerman P, FrynsJP, et ai: Fetal akinesia seqllence callsed
dos quadris. Também se observa pé torto equinovaro congênito bila- by nemaline myopathy. ellropediatrics 28: 116, 1997.
teral. (Cortesia de S. Manohar, Dr. , 2004, thefetus.net.l
124 SíNDROMES FETAIS
Ca rdíacas:
Interrupção da VCI com continuação da ázigos FIGURA 5-21. Desenho esquemático dos achados
SAD-SND na poliesplenia. (Cortesia de P. Jeanty, 1999, thefe-
VCSs bilaterais tus.net. )
Defeitos do coxim endocárdico
Retorno venoso pulmonar anômalo
Obstrução do fiuxo esquerdo/direito
Átrio esquerdo bilateral
Pulmões:
Lobos bilobados
Brônquios hipoarteriais
Brônquios com morfologia de lado esquerdo
Trato Gastrointestinal :
Figado simétrico na linha média
Ausência de vesicula biliar
Heterotaxia abdominal
Estômago lateralizado direito/esquerdo
Má rotação
Polisplenia
SíNDROMES FETAIS 125
Cardiovasculares Veia cava superior bilateral, conexões anômalas Retorno venoso pulmonar anômalo, VCI interrompida
da veia pulmonar, ausência do seio coronariano, com continuação da (hemi)ázigos, defeitos septais arriais
defeito do coxim endocárdico, obsu'uções no e venu'iculares, estenose pulmonar, defeitos do coxim
trato de fluxo de ejeção ventricular direito, endocárdico (menos grave do que na asplen ia)
transposição das grandes artérias,
dos átTios (ambos lembram um átrio direito),
defeitos septais arriais; o ápice do coração pode
estar em qualquer direção
Baço Agenesia esplênica ou mais comumente Vários esplênulos
hiporrofia
PubniJes Pulmões rrilobados com brônquio epiarterial Pulmões bilobados com brônquio hipoarterial
Fzgadn Diminuição da diferença de tamanho normal
entre os lobos direito e esquerdo, veia hepática
independente no lado oposto da VCI
Est6mago Lateralizado à direita ou na linha média
hltesww Má rotação (o cólon é posterior ao intestino
delgado)
ComPlicações Infecções
ralidade esquerda e um lado direito isoméu'ico (polisplenia: Anomalias Genéticas. Embora no passado a síndrome
um feto cujo lado direito é uma imagem especular de seu lado fosse considerada como resultado de uma possível mutação
esquerdo). Esses fetos são geralmente reconhecidos devidos às do gene que codifica a conexina 43 (CX43), isso não foi con-
anomalias cardíacas associadas. firmado em outros estudos.
Sinônimos. Síndrome de Ivemark, heterotaxia, síndrome Diagnóstico Difere ncial. As anomalias cardíacas (em
cardioesplênica. particular, o defeito do coxim endocárdico) sem a síndrome,
Incid ê ncia. A incidência é muito baixa, estimada em 1 assinl como a trissomia do 18, podem ser incluídas no diag-
em 10.000 a 20.000 nascidos vivos. nóstico diferencial.
Etiologia. Herança autossômica recessiva com prepon· Anomalias Associadas. As anomalias estão listadas na
derância masculina na maioria dos casos, mas existem relatos Tabela 5-2.
também de herança autossômica dominante e ligada ao X. As Prognóstico. A asplenia tende a ser uma doença mais
síndromes de heterotaxia podem também ocorrer em u·anslo· grave devido às lesões cardíacas cianóticas e às infecções
cação cromossômica ou deleção em casos esporádicos. sobrepostas. Embora a morbidade e a mortalidade no período
Diagn óstico. O diagnóstico geralmente é feito pelo reco- neonatal sejam determinadas principalmente pelos defeitos
nhecimento de anomalias cardíacas, em particular, a presença cardíacos cardinais, as anomalias viscerais podem afetar forte-
de defeito do septo atrioventricular, mesocardia (o eixo do mente a sobrevida de longo prazo desses pacientes.
septo interventricular sendo quase ânrero-posterior) com um Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
defeito no coxim endocárdico, um segmento intra-hepático da antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é alte-
veia umbilical que também é orientado ântero-posteriormen- rado quando se opta pela continuação da gestação. A confir-
te, e um estômago de aparência bizarra. A lobulação anormal mação do diagnóstico após o nascimento é importante para
dos pulmões é difícil de reconhecer e o único caso em que o aconselhamento genético. O u'atamento do bebê é ditado
isso pode ser feito é quando um pouco de liquido pleUl'al está pelos defeitos cardíacos.
infiltrado entre os lobos. Outro achado típico é a interrupção
da veia cava inferior com continuação da ázigos. Os achados Referências
típicos incluem uma veia cava inferior que é posterior no Noack F, Sayk F, Ressel A, et ai: Ivemark syndrome with agenesis of the
abdome superior (em vez de se curvar anteriormente para corpus callosum: a case report with a review of the literature. Prenat
enu'ar no átrio direito) e a diminuição abrupta de tamanho Diagn 22:1011, 2002.
da veia cava inferior próximo ao diafragma. Um arco da Manon T, Cesko I, H ajduJ, et al: Heterotaxy syndrome, analysis of 13
cases and review of the literature. Orv H etil143:299, 2002.
ázigo aumentado na junção com a veia cava superior também
Abuhan1ad AZ, Robinson JN, Bogdan D , et ai : Color Doppler of lhe
pode ser reconhecido. A presença de uma veia cava superior splenic anery in lhe prenatal diagnosis of heterotaxic syndromes. Am
esquerda persistente é raramente encontrada, não porque seja J Perinatol 16:469, 1999.
um desafio enconaá-Ia, mas porque ela não é procurada. Um Cesko I, H ajdu j , Manon T, et aI: Familial heterotaxy syndrome. C ase
Doppler colorido e pulsado da artéria esplênica foi sugerido repon and review of the international literature. Orv H etil 139 :2775,
1998.
como auxiliar no diagnóstico pré-natal da síndrome. Outros Berg C, Geipel A, Snu'cek j , et ai: Prenatal diagnosis of cardiosplenic
achados incluem agenesia do corpo caloso com paquigiria e syndromes: a lO-year experience. UIu-asound Obstet Gynecol 22:451 ,
hidrocefalia. 2003.
126 SíNDROMES FETAIS
SíNDROME DE BECKWITH-WIEDEMANN
Defini ção. A síndrome de Beckwith-vViedemann é um
transtorno descrito primeiramente por Beckwith em 1963 e
------------_.
Wiedemann em 1964. Ela é caracterizada pela o'Jade clássica
de macrossomia, onfaloceJe e macroglossia.
Sinô nimo. Síndrome do exonfalia-macroglossia-gigantis-
mo.
Incid ên cia. A incidência foi estimada em 0,72:10.000
nascimentos e mais de quinhentos casos estão relatados na
literatura.
Etiologia. A condição é esporádica na maioria dos casos.
A síndrome de Beckwith-Wiedemann possui uma heran-
ça autossômica dominante, com penetrância incompleta e
expressividade variável. O rearranjo envolvendo a região
./
. .----,-... ....
/"
DISPLASIA CAMPOMÉLlCA
Definição. A displasia campomélica é um transtorno "membros curtos" - dependendo do tipo de membros envol-
congênito caracterizado pelo desenvolvimento de curvatura vidos no processo patológico.
anormal dos ossos longos, particularmente as extremidades Sinônimos. Displasia cmnptomélica, síndrome campo-
inferiores, tais como o fêmur e a tíbia. Alguns autores clas- mélica, nmúsmo cmnpomélico, m'queamento congênito dos
sificm-anl a doença em duas variantes - "membros longos" e membros.
128 SíNDROMES FETAIS
SíNDROME CÉREBRO-HEPATORRENAL
Definição. Uma das quatro síndromes dos "transtornos
de biogênese do peroxissomo" ou grupo heterogêneo de
doenças neurodegenerativas humanas que resulta no dano
às muitas vias metabólicas , especialmente da beta-oxidação
dos ácidos graxos de cadeia muito longa (VLCFAs), devido à
deficiência de peroxissomos no fígado ou nos rins.
Sinônimo. Síndrome de Zellweger.
Incidência. 0,2 a 0,25:10.000. A proporção entre fetos
masculinos e fetos femininos é 1:1. O lócus provável está no
braço longo do cromossomo 7 nas regiões 21-22.
Etiologia. H erança autossômica recessiva com expressão
variável.
Patogênese. O s peroxissomos são organelas celulares
envoltas por uma única membrana que desempenham nume-
rosas funções metabólicas. O s transtornos peroxissômicos
hereditários aparecem quando essas organelas deixam de
desempenhar uma ou mais de suas funções e ficam detenora-
das. Embora vários órgãos sejam afetados, o sistema nervoso
central é o mais afetado deles.
Achados Ultrassonográficos . Os fetos demonstram
restrição de crescimento, hipotonicidade com movimentos
di.minuídos e aumento na translucênc.ia nucal. O formato
anormal da cabeça (testa protuberante, sutura metópica
larga), dismorfismo facial (micrognatia e cis.tos FIGURA 5-32. Ultrassonografia renal de um paciente pediátrico
periventriculares no sistema nervoso central (Iudrocefalm), com sínd rome de Zellweger . Vários pequenos cistos (setas) são vistos
ventriculomegalia, hepatomegalia com disgenesia, anomalias por todo o rim.
cardíacas, clinodactilia e pregas sirniescas podem também ser
detectadas antes do nascimento. e com um exame ultrassonográfico detalhado. A cultura
Diagnóstico Diferencial. Muitas aneuploidias podem se da biópsia de vilocorial e a amniocentese com detecção de
apresentar com achados semelhantes. A síndrome de D own peroxissomos reduzidos e metabolismo lipídico anormal são
é comumente diagnosticada de modo equivocado devido à essenciais para uma classificação completa e para confirmar o
sobreposição de vários achados estruturais. diagnóstico presumido. Alguns estudos recentes relatam tam-
Implicações dos Exames Direcionados. O diagnóstico bém um Iúvel bai..xo de estriol e baixas concentrações de gona-
laboratorial inicial é suspeitado pela demonstração dos Iúveis don"ofma coriônica humana na triagem do soro materno.
de ácidos graxos de cadeia muito longa elevados no plasma Prognóstico. A maioria dos bebês com esse transtorno
morre durante o primeiro ano.
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é alte-
rado quando se opta pela continuação da gestação. A conlir-
mação do diagnóstico após o nascimento é importante para o
aconselhamento genético.
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FIGURA 5-31. Síndrome cérebro-hepatorrenal. Buftalmia . Observe
and biochemical studies in 15 children and prenata! diagnosis in 7
o tamanho aumentado do olho (seta).
families. AmJ Med Genet 85 :502,1999.
SíNDROMES FETAIS 131
ASSOCIAÇÃO CHARGE
----------------
Definição. Coloboma do olho, defeitos cardíacos, atresia
Genética. Uma grande porcentagem de crianças com a
síndrome CHARGE possui uma mutação no gene CHD7
da coana, retardo no desenvolvimento mental e no crescimen- do cromossomo 8. Mutações nesse gene podem confirmar o
to, anomalias genitais e anomalias do ouvido com ou sem diagnóstico _de CHARGE naqueles casos. Não encontrar a
surdez (Tabela 5-3). mutação NAO exclui a síndrome CHARGE.
Diagnóstico. Hall (1979) reportou primeiramente um Etiologia. Não esclarecida.
conjunto de malformações associadas de modo não aleatório Recorrê ncia. O risco de recorrência é baixo. O nsco
que ocorrem com atresia da coana. Outros autores, a seguir, empírico de recorrência é no máximo 1% a 2%.
validaram a associação CHARGE e sugeriram a inclusão Diagnóstico Diferencial. Espectro de deleção 22qll/sú1-
de fendas oro faciais e atresia esofágica como características drome VCF (velocardiofacial, algumas vezes chamada SÚ1dro-
principais. A tetralogia de Fallot é o defeito cardíaco mais fre- me de DiGeorge) possui características faciais e auditivas dife-
quente relatado na associação CHARGE. Tellier et al (1998) rentes; associação VACTERL, mutação em PAXa (coloboma,
avaliaram 47 pacientes com CHARGE quanto à frequência perda auditiva e anomalias renais); embriopatia retinóica.
das anomalias principais, a saber, coloboma (79%), malforma- Prognóstico. A mortalidade nos primeiros dois anos de
ção cardíaca (85%), atresia coanal (57%), retardamento mental vida é de 20% a 25%. A atresia da coana é ameaçadora à vida
e do crescimento (100%), anomalias genitais (34%), anomalias porque crianças pequenas não podem estabelecer o hábito de
dos ouvidos (91%) e surdez (62%). Além disso, eles comenta- respirar pela boca.
ram sobre anomalias observadas frequentemente em neonatos
e bebês com a síndrome CHARGE, incluindo anomalias Referências
faciais menores, disfunção do tronco cerebral neonatal com
paralisia no nervo craniano e anomalias da orelha interna, tais Thc CHARGE Foundation. http://v,,ww.chargesyndrome.org/index.asp
como hipoplasia do canal semicircular, a qual foi encontrada Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM) http ://www.ncbi.nlm.
em cada um dos pacientes que pôde ser testado . Entre os nih.gov/Omim/searchomim.html
Hall BD: Choanal atresia and associated multiple anomalies. J Pediatr
critérios para a baixa sobrevida foram considerados o sexo
95:395,1979.
masculino, as malformações do sistema nervoso central e eso- Koletzko B, Majewski F: Congenital anomalies in patients with choanal
fágicas e atresia bilateral da coana. Uma idade paterna média atresia: CHARGE-association. Em J Pediatr 142:271 , 1984,
significativamente mais elevada na época da concepção, TeUier AL, Cormier-Daire V, Abadie V, et ai: CHARGE syndrome:
juntamente com a concordância em gêmeos monozigóticos report of 47 cases and review. AmJ Med Genet 76:402, 1998.
e a existência de raros casos familiares, sustentou o papel de Gorlin RJ: Personal Communication. Minneapolis, MN, 1982.
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rearranjos cromossômicos submicroscópicos sutis.
Coloboma do olho Coloboma da íris, retina, coroides, disco, não incluindo colobomas da 80%-90%
pálpebra; microftalmia (OUlOS pequenos) ou cripwftalmia (olho ausente)
Atresia ou estenose coanal Unilateral ou bilateral: óssea ou membranosa. Atresia unilateral ou 50%-60%
estenose pode ser difícil de diagnosticar
Disfunção ou anomalia do I - Falta de olfato (anosmia) Frequente
nervo craniano IXJX - Dificuldades de deglutição 70%-90%
VII - Paralisa facial - (unilateral ou bilateral) 40%
OreU1a característica na CHARGE Orelha curra, larga, com pouco ou nenhum lobo, hélice "cortada fora ", Frequente
anti-hélice proeminente que é descontínua com o tragus, concha
triangular, cartilagem diminuída, frequentemente saliente,
normalmente assiméu'ica
Ouvido médio: malformações dos ossículos vistas na RM Frequente
Ouvido interno malformado (defeito de Mondini) com cóclea e 80%-90%
vestíbulos deformados vistos na RM
Dobras epicànticas
gênica comum da exposição a várias substâncias que ocorre Conduta. O tratamento dessas gestações deve objetivar
durante um período defmido do desenvolvimento fetal. uma redução no consumo de álcool; poucos progranlas apre-
Diagnóstico Diferencial. O utras condições que envol- sentanl u ma eficácia considerável.
vem restrição do crescimento e microcefalia, tais como toxo-
plasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simples (fORC H ) Referências
e anomalias cromossômicas.
Benrand J, Floyd RL, Weber MK, ct ai : National Task Force on FAS /
Prognóstico. Retardamento mental e atraso no cres- FAE. Fetal Alcohol Synelrome: GlIidelines For Referral and Diagnosis.
cimento que persistem após o nascimento. A maioria das Atlanta, GA. Centers for Disease Control and Prevention. 2004
crianças com SAF é leve a moderadamente retardada, mas Stromland K, Mattson SN, Adnams CM, et al: Fetal Alcohol Spectrum
a capacidade intelectual varia amplamente. A gravidade do Disorders: An International Perspective [proceedings or Symposia at
retardamento mental parece estar relacionada com a gravida- the 2004 ISBRA Meeting]. Alcoholism 29:1121 , 2005.
de do déficit de crescimento e da dismorfogênese, de tal modo Jouitteau B, Massias C, Sanyas P: Fetal alcohol syndrome. J Radiol
81 :1709,2000.
que os indivíduos fenotipicamente mais afetados possuem um Larroqlle B, Kaminski M: Prenatal alcohol exposure and development at
QI. mais baLxo. A hiperatividade é frequentemente observa- preschool age: ma in rcsults or a French srudy. Alcohol Clin Exp Res
da. Quando adultos, a doença mental é altamente prevalente 22:295. 1998.
com a SAF, afetando mais de 70% em um estudo no qual Floyd RL, O'Connor MJ, Sokol RJ, et al: Recognition and prcvel1lion of
60% tinha dependência de álcool ou drogas, 44% depressão fetal alcohol syndrome. Obstet Gynecoll06 :1059, 2005.
e 40% psicose. Chiriboga CA: Fetal elrug anel ethanol eITects. Learn NeUl"011O:l51 , 2004.
infecção congemta por citomegalovírus não está certa. Os Risco de Recorrê ncia. Considerando que a infecção
fatores que contribuem podem incluir níveis baixos de pro- viral confere imunidade na maioria, existe um risco teórico
teína sérica devido à disfunção hepática e obstrução portal, muito pequeno de reinfecção em outra gestação.
resultante de inflamação periportal. Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
Anomalias Associadas. A ascite isolada é um achado antes da viabilidade. Se a continuação da gestação for esco-
incomum nos fetos com infecção por citomegalovú-us, mas lhida, um acompanhamento mensal com ultrassonografia é
pode ocorrer. Lesões cardiovascular, gastrointestinal, museu- recomendado para monitorar a restrição do crescimento, a
loesquelética e oeular podem ser encontradas em associação hidropisia e outras manifestações fetais . A descompressão
das características clássicas. Petéquias, perda auditiva neuros- com paracentese para remover a ascite fetal pode impedir a
sensorial e um baixo desenvolvimento intelectual também hipoplasia pulmonar e melhorar o sistema circulatório nos
podem ocorrer após o nascin1ento. casos gravemente afetados .
Diagnóstico Diferencial. Como a ascite é com frequên-
cia a primeira manifestação da hidropisia, o diagnóstico Referências
diferencial para as cite fetal é essencialmente o mesmo que
para a hidropisia generalizada, que inclui sobretudo todas as Daiminger A, Bader U , Enders G: Pre- and periconceptional primary
cylOmegalovirlls infection: risk of vertical transnússion and congen ital
i.nfecções congênitas. As condições que se apresentam com disease. Obstet Gynecol SlIrv 60:420, 2005.
calcificações inu-acranianas (tais como esclerose tuberosa), Liesnard C , Donner C, Brancan F, et ai: Prenatal diagnosis of congenital
intestino hiperecoico (fibrose cística e síndrome de Down) e cYlOmegalovirus i,úection: prospective study of 237 pregnancies at risk.
hepatomegalia (doença hepática primária ou hematopoiese Obstet Gynecol 95:881, 2000.
Guiballd L, Attia-Sobol j , BlIenerd A, et ai: Focal sonographic peri-
extramedular) devem ser consideradas. ventricular pattem associated with núld ventriculomegaly in fetal
Prognóstico. Em geral, neonatos com infecção por cylOmegalic itúection revealing cylOmegalic encephalitis in the third
citomegalovírus sintomática evoluem mal, com um ú1dice tritnester of pregnancy. Prenat Diagn 24 :727, 2004.
de mortalidade neonatal da ordem de 30% e uma alta taxa Ortiz jU, Ostermayer E, Fischer T , et ai: Severe fetal cylOmegalovit'lIs
infection associated with cerebellar hemorrhage. Ultrasollnd Obstet
de déficit neurológico nos sobreviventes. A hepatite por cito- Gynecol 23:402, 2004.
megalovírus é reversível nos que sobrevivem, mas o retardo Moinllddin A, McKinstry RC, Martin KA, et aI: Intracranial hemol'rhage
mental, a deficiência motora e a perda auditiva são sequelas progressing to porencephaly as a reslllt of congetútally acqllired
de longo prazo esperadas. Sequei as tardias tais como perda cylOmegalovirlls infection-an illllsu'ative report. Prenat Diagn 23:797,
auditiva neurossensorial e transtorno do desenvolvimento 2003.
Mali.nger G, Lev D, Zahalka N, et ai: Fetal cylOmegalovirlls itúection
neurológico ocorrem em 10% a 15% dos bebês que não apre- of lhe brain: the SpeCU'Lllll of sonograplúc lindit1gs. AjNR Am j
sentam sintomas ao nascimento. A morbidade neurológica Nellroradiol 24:28. 2003.
pediátrica está relacionada com o grau de ventriculomegalia Graham E, DlIhI A, Ural S, et aI: The degree of amenatal ventriculomegaly
pré-natal e, quando esta é maior do que 15 mm, está associada is related 10 pediatric nellrological morbidity. j Matem Fetal Med
10:258,200 1.
a um aumento no desenvolvimento neurológico anormal.
VARICELA ZOSTER FETAL de uma síndrome congênita caracterizada por hipoplasia dos
Defini ção. A varicela zoster fetal é uma combinação de membros, cicatrizes cutâneas, catarata, microcefalia e atrofia
anomalias de vários órgãos, causada por contaminação fetal cortical.
pela infecção materna com o vírus da catapora. Etiologia. H erpes vírus.
Sinônimos. Síndrome da varicela congênita, embriopatia Risco de Recorrência. Menos de 1%.
por varicela, catapora, herpes zoster. Diagnóstico. A infecção materna em qualquer época
Incidência. A incidência de infecção materna pelo herpes da gravidez expõe o feto a um alto risco de contaminação
vírus varicela é 7:10.000 gestações. O risco de comprometi- transplacentária e é indicativa de acompanhamento fetal. O
mento fetal entre todas as mulheres grávidas infectadas com risco de anomalias fetais , entretanto, é mais elevado durante
varicela durante suas gestações varia de 10/0 a 20%. Infecções o primeiro e o segundo trimestre. Os sinais ultrassonográficos
por varicela no primeiro trimestre têm sido associadas a um de doença fetal incluem morte fetal , restrição do crescimento,
risco aumentado de aborto espontâneo. Infecções por varicela anomalias musculoesqueléticas, tais como pés tortos congêni-
no segundo trimestre têm sido associadas a um risco de 2% tos e posição anormal das mãos (causada tanto por necrose
SíNDROMES FETAIS 137
SíNDROME DE FRASER
Defini ção. A síndrome de Fraser é uma síndrome gené- Etiologia. Provavelmente transnussão autossômica reces-
tica rara com anomalias da cabeça, pulmões, rins e membros. siva, pois uma proporção incomum de bebês é descendente
Ela combina malformações acrofacíais e urogenitais com ou de pais consanguíneos.
sem criptoftalmia. Risco de Recorrência. A silldrome de Fraser tem um
Sinô nimo. SÚ1drome de criptoftalmia-sindactilia. risco de recorrência de 25% entre irmãos e, portanto, o diag-
Incidê nc ia. 0,043:10.000 bebês nascidos vivos e nóstico pré-natal e o aconselhamento genético das famílias
1,1:10.000 natimortos. afetadas são importantes.
138 SíNDROMES FETAIS
A B
FIGURA 5-40. Um caso de sfndrome de Fraser diagnosticado com
16 semanas de gestação. Megacistos, sindactilia e oligo-hidrâmnio
podem ser vistos. A. Ultrassonografia demonstrando megacistos (BI) e
ascite (asterisco). 8. Imagem neonatal. Obse rve a distensão da parede
abdominal. C. Figura do pé post-mortem mostrando a sindactilia entre
os dedos I, II e 111. (A. 8, C cortesia de Fabrice Cullier, 2005, thefetus.
net.)
Criptoftalmia.
Sindactilia.
Anomalias genitais.
Irmão com síndrome de Fraser.
FIGURA 5-41. Ultrassonografia de outro feto com atresia da larin-
As características secundárias são: ge e sindrome de Fraser. Pulmões hiperecogênicos , aumentados bila-
teralmente e brônquios cheios de liquido (setas) são vistos. A ascite
(asterisco) está presente.
Alterações do nariz.
Alterações das orelhas .
Alterações da laringe.
Fendas orais (fenda labial e/ou palatina). Achados Ultrassonográficos. Pulmões hiperecogênicos ,
Hérnia umbilical. estenose/atresia da laringe, oligo-hidrâmnio, ascite, agene-
Agenesia renal (unilateral ou bilateral) . sia/displasia renal, microftalmia/hipertelorismo, hidrocefalia,
Anomalias esqueléticas. sindactilia, defeitos da orelha, genitália ambígua.
Patogênese. Um defeito da apoptose foi sugerido devido
O diagnóstico pré-natal da síndrome de Fraser pode ser às várias anomalias resultantes da falha na morre celular pro-
suspeitado, mas devido à grande variedade de malformações, gramada (fusão das pálpebras, dedos, laringe e vagina).
o diagnóstico permanecerá duvidoso a menos que uma crian- Anomalias Genéticas. O gene da síndrome de Fraser
ça anterior seja afetada . está localizado em 4q21.
SíNDROMES FETAIS 139
Anomalias Associadas. Criptoftalmia, ductos lacrimais ruim (20/200 e 20/360) nos raros casos em que houver possi-
malformados ou ausentes, orelha média e externa malfor- bilidade de correção.
madas , palato alto, clivagem ao longo do plano médio das Conduta. Depende das anomalias predominantes associa-
narinas e da língua, hipertelorismo, estenose da laringe, sin- das. A interrupção da gestação pode ser recomendada quando
dactilia, ampla separação da súúise púbica, deslocamento do a agenesia renal ou a atresia da laringe estiverem presentes.
umbigo e mamilos, mesentério primitivo no intestino delgado,
rins maldesenvolvidos, fusão dos lábios e aumento do clitóris,
e útero bicorno e tubas de Falópio malformadas. Referências
Diagnóstico Diferencial. O diagnóstico diferencial dos
pulmões hiperecogênicos inclui hérnia diafragmática congê- Okumus N, Onal EE, Turkyilmaz C, et al: Resuscitation failure due to
Fraser syndrome in a newborn undiagnosed in the prenatal period.
nita, malformação adenomatóide cística (tipo lU), sequestro Resuscitation 65:221, 2005.
puhnonar e atresia traqueal ou brônquica. O diagnóstico Lesniewicz R, Sulik M, Midro AT: Microphthalmos and hypertelorism as
diferencial da criptoftalmia inclui holoprosencefalia alobar, ctiagnostic index in ultrasound diagnosis of Fraser sindrome. Ginekol
que pode ser facilmente reconhecível da hidrocefalia simples Pol 76 :147, 2005.
dos fetos de Fraser. Berg C , Geipel A, Germer U , et al: Prenatal detection ofFraser syndrome
Prognóstico. É fatal se a atresia da laringe ou a agenesia without cryptophthalmos: case report and review of the literature.
Ulnasow1d Obstet Gynecol 18:76,2001.
renal estiverem presentes. Se a criptoftalmia for o principal
sinal, mesmo o reparo cirúrgico resultará em uma visão muito
SíNDROME DE GOLDENHAR
Diagnóstico. O diagnóstico é feito em geral por obser-
Definição. Microssomia hemifacial, dermoide epibulbar, vação da assimetria facial (provavehnente tornando-se mais
apêndices pré-auriculares, orellia hipoplásica, fendas faciais comum com a ultrassonografia tridimensional) ou uma fenda
transversais, assimetria do crânio e anomalias espinhais (erros maxilar em associação de microftahnia w1ilateral. Outros
de segmentação das vértebras). achados incluem anoftalrnia, anomalias cardíaca ou urinária e
Incidência. Essa sÚ1drome tem uma frequência estimada lipoma do corpo caloso.
de 1/3.000 a 1/5.000 neonatos, com uma pequena predomi- Patogênese. Possível hemorragia fetal na região do pri-
meiro e segundo arcos branquiais na hora que o suprimento
nância homem-mulher (3/2).
sanguíneo desses arcos muda da artéria esta pé dica para a
Sinônimos. Espectro óculo-aurículo-vertebral, síndrome artéria carótida externa.
de Goldenhar-Gorlin, displasia fácio-aurículo-vertebral. Anomalias Genéticas. Desconhecidas .
Etiologia. Provavehnente esporádica, com raros casos Anomalias Associadas. Fístula traqueoesofágica, der-
sugerindo uma herança autossômica recessiva ou autossômica moide epibulbar, siringo-hidromielia, atraso no desenvolvi-
dominante. mento neurológico, meningoencefalocele occipital, tetralogia
140 SINDROM ES FEl AIS
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A B
FIGURA 5-43. A e B. Ultrassonografias bidimensional e tridimensional de um feto com linfedema primário demonstrando o edema das extre-
midades inferiores e do pé. (Cortesia de Montse Alegre, 2005, thefetus.net.)
142 SíNDROMES FETAIS
Síndrome de Turner.
SÚldrome de Noonan.
Síndrome do linfedema-distiquíase (duas fileiras de cílios).
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INFECÇÃO POR HERPES SIMPLES Anomalias Associadas. Hérnias inguinais, aplasia cutânea.
Defini ção. Infecção pré-natal pelo vírus do herpes suu- Diagnóstico Difere ncial. Outras infecções TORCH.
pies do tipo 11, raramente do tipo I. Risco de Recorrência. Desconhecido ; não foram relata-
Sinô nimos. Nenhum. dos casos de irmãos infectados.
Incidê ncia. Desconhecida. Prognóstico. A maioria desses bebês nasce prematura-
Etiologia/Patogênese. Passagem transplacentária ou mente. O s índices de mortalidade e morbidade são elevados,
transcervical do VÚ<'IS. Qyase todas as infecções neonatais embora hoje esteja disponível uma terapia antiviral eficaz.
por vírus do herpes simples são res ultado de um primeiro Conduta. O isolamento do vírus na cultura do líquido
episódio de infecção materna próximo à época do parto, a.mniótico não significa necessariamente infecção do feto. O
quando o nascimento ocorre antes do desenvolvimento de u-atamento com aciclovir e vidarabina pode ser tentado. Estudos
anticorpos maternos protetores. Está claro que a maioria dos com o uso de aciclovir em mulheres gestantes sugerem que o tra-
recém-nascidos adquire o vírus por contato com secreções tamento oral com essa droga, próximo ao término da gestação,
genitais infectadas. Como a maioria dos casos de primeiro reduz a taxa de parto abdominal em mulheres que apresentan1
episódio de herpes genital durante a gestação é assintomática recorrência frequente devido à diminuição da incidência de lesões
ou não reconhecida em 60% a 80% das mulheres, a prevenção ativas no parto. O parto por cesariana é indicado para todas as
da transmissão neonatal depende da identificação do vírus do mulheres com lesões genitais ativas na hora do nascimento.
herpes simples sorologicamente discordante no casal. O her- Prevenção. Os casais devem ser educados acerca da his-
pes simples tipo I transforma a linhagem celular humana H B-l tória natural da infecção por herpes sin1ples genital. A mulher
pela associação ao gene humano da adenilatocinasel (no grávida suscetível deve evitar o contato sexual durante as
cromossomo 9). As mulheres com lesões de infecção genital últimas seis a oito semanas de gestação se os parceiros tiverem
primária por herpes simples (sintomáticas ou assintomáticas) infecção genital ativa.
que dão à luz por parto vaginal possuem um risco elevado
(33% a 50%) de transmitir a infecção a seus bebês. Com a
doença recorrente, o risco de transmissão durante um parto
Referências
vaginal é mais baixo « 2%-5%). Nahmias AJ: Neonatal HSV infeetion Part I: continuing challenges.
Diagn óstico. Restrição do crescimento, microcefalia, Herpes 11:33, 2004.
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Existe também alguma evidência de um defeito na biossíntese quanto autossômicas recessivas foram descritas, mas uma
do colesterol. penetrância incompleta ou uma forma incompleta ou micro-
Diagnóstico. O diagnóstico é sugerido por numerosos forma pode tornar a interpretação da ocorrência familiar
achados como ciclopia, cebocefalia, etmocefalia, hipoteloris- difícil. A proporção de casos esporádicos está estimada em
mo, probóscide; fenda labial mediana, cavidade ventricular 68%, com uma taxa de recorrência de 6% para formas não
única, fusão talâmica, ausência de estruturas medianas e cromossômicas esporádicas. Na forma autossômica dominan-
microcefalia. te, a penetrância é estimada em 82% para os tipos principais
Risco de Recorrência. O risco de recorrência depende (alo bar, semilobar, lobar) e 88% quando os tipos principal e
da base da condição efetiva, tal como O defeito cromossômico secundário (atípicos) foram incluídos. Assim, o risco de recor-
rência após um caso isolado é 13% para os tipos principais e
14% quando os tipos secundários são incluídos.
Anomalia Genética. Possivelmente localizada no braço
Indução ventral normal curto do cromossomo 3, no braço longo do cromossomo 7 ou
no braço longo do cromossomo 14.
Clivagem
Anomalias Associadas. Fenda labial mediana, probósci-
de, arrinencefalia, cebocefalia, etmocefalia e ciclopia.
Diagnóstico Diferencial. As aneuploidias associadas
(n-issomia do 13 e do 18) devem ser excluídas por cariotipa-
gemo
Ventrículo
Prognóstico. Depende da forma. As formas graves são
geralmente associadas à morte neonatal. Algumas das formas
mais brandas (incisura frontal t'mica) podem apresentar um
retardamento mental leve a moderado e estão em risco de
disfunção piruitária .
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida Lange Y. Sreck TL: Four cholesterol-sens ing proteins. Curr Opin Struct
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SíNDROME DE HOLT-ORAM
Defini ção. A síndrome de Holt-Oram consiste em doen-
ça cardíaca congênita e anomalias dos membros superiores
(focomelia (4,5%), aplasia do ramo radial, polegar com três
falanges , clinodactilia).
Sinô n imos. Síndrome coração-mão. (Essa síndrome pare-
ce geneticamente distinta das sÚ1dromes coração-mão tipos 11
e III).
Incidência. Incomum.
Etiologia. H erança autossômica dominante com 100% de
penetrância e sem evidências de aptidão reduzida. A gravida-
de crescente ocorre em gerações sucessivas, consistente com
a antecipação.
Ri sco de R eco rrê ncia. 50%.
Diagnóstico. As lesões cardíacas incluem defeitos dos
septos atrial (30%-60%) e ventricular, persistência do canal
arterial, defeito do coxim endocárdico, hipoplasia do ventrí-
culo esquerdo e transtornos de condução. Dezessete por cento
possuem anomalia cardíaca complexa. A aplasia do ramo
radial varia de um polegar trifalângico difícil de diagnosticar
até mãos tortas m ais óbvias . A au sência d o polegar pode tam- FIGURA 5-49. Exame do antebraço esquerdo com 24 semanas
bém ser reconhecida . de gestação. A imagem mostra a ulna isolada. (Cortesia de Fabrice
Cullier, 2003, thefetus. net.)
FIGURA 5-48. Síndrome de Holt-Oram . Exame do antebraço direito com 22 semanas de gestação. A imagem mostrou uma ulna isolada com
braço torto. (Cortesia de Fabrice Cullier, 2003, theferus.net.)
146 SíNDROMES FETAIS
Referências
FIGURA 5-50. Perfil do antebraço esquerdo do feto com 24 sema-
nas de amenorreia. O polegar está no mesmo plano dos dedos e apre- Newbllry-Ecob RA, Leanage R, RaebllrnJA, et aI: Holt-Oram syndrorne:
senta três falanges. (Cortesia de Fabrice Cullier, 2003, thefetus.net.) a clinicai genetic srudy.J Med Genet 33 :300, 1996.
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12q24.1, às quais se atribuiu a responsabilidade pelas ano- CampbcU CE, Casey G, Goodrieh K: Gcnomic Sln.letllre of TBX2
malias congênitas associadas à síndrome de Holt-Oram. O indicates conservation wiÚl distantly related T-box genes. Mamm
TBX5 está envolvido apenas no desenvolvimento dos mem- Genome 9:70, 1998.
bros anteriores. SmiÚlj: Braehyury and úle T-box genes. ClIrr Opin Genet Dev 7:474,1997.
Anomalias Associadas. Veja a definição. Poucas ano- Li QY, Newbllry-Eeob RA, Terrett JA , et ai: Holt-Oram syndrorne is
malias inconstantes , tais como anomalias renais, foram rela- eaused by mutations in TBX5, a member of lhe Braehyury (T) gene
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Diagnóstico Diferencial. O diagnóstico diferencial é of Úle Iiterarure and current onhopedie treatment concepts. Z Orthop
geralmente o da aplasia do ramo radial e pode incluir a sín- lhre Grenzgeb 135:368, 1997.
síndrome de Meckel, caracterizada por polidactilia, anomalias Chan BC, Shek nv, Lee CP: First-trimester diagnosis of hydrolethalus
do sistema nervoso central (cefalocele em vez de hidrocefalia) syndrome in a Chinese family. Prenat Diagn 24:587, 2004.
e cistos renais; sÚ1drome acrocalosal, que mostra retarda- Shotelersuk V, Punyavoravud V, Phudhichareonrat S, et ai: An Asian giri
with a 'milder' form of lhe hydrolethalus syndrome. Clin Dysmorphol
mento mental grave, agenesia ou hipoplasia do corpo caloso, 10:5 1, 2001.
polidactilia dos dedos das mãos e dos pés , e anencefalia, ao Christensen B, Blaas HG. Isaksen CV, et aI: Sibs with a.l1encephaly,
lado de outros defeitos da linha média . anophthalmia, defts , omphalocele, a.l1d polydactyly : hydrolethalus 01'
Progn óstico. Exceto por uma sobrevida anedótica de acrocallosal syndrome? AmJ Med Genet 91:231 , 2000.
mais do que poucos meses, a morte neonatal é a regra . Visapaa I, Salonen R, Varilo T, et ai: Assignment of the locus for
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida hydrolethalus syndrome to a highly restricted region on llq23-25. Am
J HW11 Genet 65:1086, 1999.
antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é altera- De Ravel 1], van der Griendl MC, Evan P, et aI: Hydrolethalus
do quando a continuação da gestação é escolhida. syndrome in a non-Finnish family: confirmation of the entity a.l1d eariy
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Diagnóstico Difere ncial. Ventrículos UI1lCOS, venu-í- Conduta. Q \ando o diagl1ósúco é feito antes da viabili-
culos direitos hipoplásicos e as formas graves de defeito do dade a opção de interrupção da gestação pode ser oferecida.
coxim endocárdico podem parecer semelhantes no corte de Após a viabilidade, o parto em um centro terciário deve ser
quatro câmaras. Uma observação cuidadosa da posição dos recomendado, onde uma equipe cardiovascular esteja prepa-
átrios , das valvas atrioventriculares e dos grandes vasos quase rada para proporcionar cuidados cirúrgicos ao bebê.
sempre permite o diagnóstico correto.
Prognóstico. A síndrome do coração esquerdo hipoplá-
sico é responsável por 25% das mortes cardíacas na primeira Referências
semana de vida. Qlase todos os bebês afetados morrem no Alsoufi B. Bennetts J. Verma 5, Cald arone CA: New developments
período de seis semanas se não forem tratados. Vários proce- in the lreatment of hypoplastic left hean syndrome. Pediatrics 119: 109.
dimentos paliativos, incluindo septectomia, bandeamento da 2007.
artéria pulmonar e criação de um shunt aorto-pulmonar, têm R}'chik J: Hypoplastic lefl hean syndrome: [rom in-lIlero diagnos is 10
school age. 5emin Fetal Neonatal Mecl 10:553.2005.
sido utilizados. Pacientes que são submetidos a esses procedi-
Tongsong T. 5ittill'angkul R. Khunamornpong 5. \'Vanapirak C: Prenatal
mentos ou morreram algum tempo após a cilUrgia ou foram sonographic fealures of isolated hypoplaslic le[t hean syndrome. J Clin
seg'uidos por um período de tempo muito limitado. Desse Ulrrasound 33 :367. 2005.
modo, a reconstrução de Norwood e o transplante cardíaco
são as técnicas mais bem-sucedidas, mas o índice de sucesso
ainda é muito limitado.
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current unelerslanding of etiology. Pediarrics 424 : 183. 2004.
cente do transtorno humano da sÍndrome de Klippel-Feil.
Diagnóstico Diferencial. A iluencefalia se apresenta
com opistótono semelhante, mas parece mais grave (espinha
mesodérmico que afeta a angiogênese e está associado à Prognóstico. Q.lando detectado no período pré-natal, o
persistência da rede vascular embrionária pode explicar as transtorno é geralmente mills grave, e o prognóstico reservado
anomalias vasculares. Outros autores sugeriram que uma quando associado à insuficiência cardíaca.
perturbação na regulação dos fatores de crescimento teciduills Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
é o mecan.ismo subjacente. nas formas graves; no mills, nenhuma alteração de conduta
Risco de Recorrência. Provavelmente nenhum, embora é esperada. D ada a raridade da doença, não há informação
alguns casos tenham levantado a possibilidade de domillância suficiente disponível para a consulta de pacientes em relação
autossômica. à evolução obstétrica.
Diagnóstico. Pode incluir hidropisia fetal (por insuficiência
carcliaca de alto débito) com edema dos membros e hipertrofia
(medida da cintura millor do que o comprimento), ascite, mas- Referências
sas hemangiomatosas abdomillills anormills e hepatomegalia. Yang JI, Kim HS , Ryu HS : PrenataI sonographic diagnos is of
Recentemente foi feito um diagnós tico tridimensional. Klippel-Trenaunay-Weber syndrome : a case repor\. J Reprod Med
Anomalia Genética. Esta pode ser devido a um defeito 50 :291 , 2005.
monogênico no cromossomo 5q ou no IIp. Rebarber A, Roman AS, Roshan D , et ai: Obstetric management of
Anomalias Associadas. A síndrome de Kasabach-Mer- Klippel-Trenaunay syndrome. Obstet Gynecol104 :1205, 2004.
ritt de trombocitopenia devido a consumo de plaquetas no Sahinoglu Z , Uludogan M, Delikara NM : Prenatal sonographic diagnosis
of Klippel-Trenaunay-Weber syndrome associated with umbilical cord
hemangioma e insuficiência cardíaca de alto débito podem hemangioma. AmJ Perinatol 20:1 , 2003.
complicar a evolução. Também é relatada uma associação de H eydanus R, \VladimiroffJW, Brandenburg H , et ai: Prenatal diagnosis
um hemangioma do cordão umbilical. of Klippel-Trenaunay-vVeber syndrome : a case report. Ultrasollnd
Diagnóstico Diferencial. Linfangioma, síndrome de Obstet Gynecol 5 :360, 1992.
Proteus e massa torácica fetal (mesmo se o estudo de fluxo da Happle R: Mosaicism in human skin. Understanding the patterns and
massa por Doppler colorido for negativo). mechanisms. Arch Dermatol 129: 1460, 1993.
SíNDROME DE LARSEN
Definição. Essa síndrome consiste em displasia esqueléti-
ca com múltiplas luxações articulares e estatura billxa e carac-
terísticas faciills anormais. Existem duas formas da síndrome :
uma forma letal e uma não letal. A forma letal é fatal devido
à hipoplasia pulmonar.
Sinônimo. Nenhum.
Incidência. É uma anomalia rara com uma incidência
estimada de 1/100.000 nascimentos.
Etiologia. Foi relatado tanto o padrão de herança autos-
sômico domillante quanto o autossômico recessivo.
Patogênese. Transtorno mesenquimal generalizado
envolvendo tecidos conjuntivos devido a uma diminuição da
relação cadeiaallcadeiaa2 do colágeno tipo r.
Diagnóstico. O diagnóstico pré-natal da síndrome de
Larsen é difícil e uma revisão da literatura revelou apenas
cinco casos anteriores. A articulação anormal com luxação
(luxação do quadril, hiperextensão do joelho, mãos tortas
por ossos acessórios carpills, pés tortos congênitos) pode estar FIGURA 5-58. Hiperextensão do joelho em um feto com síndrome
associada a encurtamento rizomélico das extremidades supe- de Larsen . (Cortesia do Dr. Peter Twining, Nottingham, UK. )
riores e com fíbula hipoplásica. Uma fenda coronal no corpo
vertebral pode também ser reconhecida. No nível da face ,
uma ponte nasal billxa, bossa frontal , micrognatia e hiper-
telorismo podem ser observados . Os defeitos neurológicos
associados à síndrome de Larsen incluem agenesia do corpo geralmente a quarta ou a quinta vértebra cervical) podem ser
caloso, hidrocefalia e defeitos auditivos. u-atadas para melhorar o prognóstico, mas provavelmente
Anomalias Associadas. Algumas anomalias associadas apenas na forma não letal.
foram também relatadas incluindo fenda palatina, instabi- Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
lidade da coluna cervical, defeitos cardíacos e hipoplasia antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é alte-
pulmonar. rado quando se opta pela continuação da gestação. A confir-
Anomalias Genéticas. O lócus gênico é o 3p21.1-p14.1. mação do diagnóstico após o nascimento é importante para o
Diagnóstico Diferencial. Ela tem que ser diferenciada aconselhamento genético.
da hiperextensão do j oelho congênita, artrogripose múltipla
congênita, fenótipo de Pena-Shokeir e síndrome cérebro- Referências
ócu lo-fácio-esquelética. Na ausência de histórico familiar,
esses pacientes geralmente são identificados como portadores Shih JC, Peng SS, Hsiao SM, et ai: Three-dimensional llJtrasollnd
de artrogripose. diagnosis of Larsen syndrome with further characterization of
neurologicaI sequelae. Ullrasound Obstet Gynecol 24:89, 2004.
Prognóstico. Qyando reconhecida, a traqueomalácia, a Gorincour G , Chotel F, Rlldigoz RC, et al: Prenatal diagnosis of
insuficiência pulmonar e a instabilidade vertebral (cifose cervical congenital genu recurvatum following amniocentesis complicated by
por hipoplasia marcante de um ou dois corpos vertebrills - leakage. Ulrrasound Obstet Gynecol 22:643, 2003.
SíNDROMES FETAIS 151
FIGURA 5-60. Fissura/ínsula silvia na anormal com 26 semanas . A. imagem ultrassonográfica axial com 26 semanas em um feto com lisence-
falia associada a síndrome de Miller-Dieker mostra uma fissura /ínsula silviana achatada, rasa, com ausência de angularidade nas margens insula-
res. A imagem no quadro menor mostra a aparência esperada da fissura /ínsula silvia na em um feto normal de 26 semanas. O não dobramento
do opérculo deve ser visto com ângulos agudos (setas pretas no inserto) nas margens da ínsula (cabeça de seta branca) em 24,5 semanas de
gestação . Imagens de ressonância magnética axial (8) e coronal ponderada em T2 (C) na 28" semana no mesmo feto com síndrome de Miller-
Dieker mostrando uma fissura silviana rasa (seta). O cérebro apresenta uma aparência de ampulheta ou figura de 8 na imagem axial. Observe
também a agiria, o grande espaço subaracnoide e os cornos occipitais levemente dilatados. (Reproduzido com permissão de Fong KW, Ghai
S, Toi A, et aI: Prenatal ultrasound findings of lissencephaly associated with Miller-Dieker syndrome and comparison with pre- and postnatal
magnetic resonance imaging. Ultrasound Obstet Gynecol 24: 716, 2004.)
e de tecido fibroglial estão presentes no córtex e no espaço for herdada de um dos pais (que possui uma translocação
suba.racnoide. A lisencefaJia do tipo II é caracterizada tipica- balanceada), o risco de recorrência pode ser da ordem de
mente por hidrocefalia e defeitos adicionais sérios do sistema 25%. Crianças afetadas não atingem a idade reprodutiva .
nervoso central. Diagnóstico. O diagnóstico ultrassonográfico em geral
não é conseguido antes do final do segundo trimestre, quando
Síndrome HARD+/-E. as anomalias cerebrais características podem ser observadas.
Síndrome COM. A microcefalia progressiva e a falha do desenvolvimento tanto
Outros subtipos. dos sulcos quanto dos giros (que nas condições normais estão
bem-defmidas entre as semanas 26 e 28) sugerem lisencefalia.
SÍNDROME DE NEU -LAXOVA. Transtorno hereditário A ocorrência de poli-hidrâmnio associado à restrição do cres-
autossômico recessivo letal que consiste em restrição do cres- cimento intrauterino é um achado esperado para o terceiro
cimento, microcefalia, lisencefalia, agenesia do corpo caloso, trimestre. Se a condição for gTave, o poli-hidrâmnio pode
calcificações intracranianas, hipoplasia cerebelar, dismorfismo complicar o diagnóstico. O dismorfismo facial é caracterizado
facial, microftalmia, exoftalmia, cataratas, pálpebras ausentes, por testa proeminente, nariz pequeno, ponte nasal larga e
hidropisia, ictiose, contraturas das extremidades e sindactilia. achatada, lábio superior protuberante.
Em 1987, um diagnóstico pré-natal por ultrassonografia foi Anomalias Genéticas. Deleção do lócus 17pI3.3.
publicado, mas a avaliação ultrassonogTáfica das característi- Patogênese. Migração neuronal defeituosa com quatro
cas do sistema nervoso central não foi mencionada. camadas no córtex em vez de seis camadas.
Sinô nimos. Lisencefalia tipo I, síndrome de Miller- Anomalias Associadas. Atresia duodenal , anomalias do
Dieker, síndrome do cromossomo 17p13 , deleção cromossô- trato urinário, defeitos cardíacos congênitos, criptorquidia,
mica de 17p13. hérnia inguinal, c1inodactilia, polidactilia e anomalias da ore-
P revalê n cia. Desconhecida, mas rara; a relação homem- lha podem ser encontradas.
mulher é 1 :2,25. Diagnóstico Diferencial. Sequência de lisencefalia iso-
Etiologia. Monossom.ia cio segmento terminal do braço lada, síndrome de Norman-Roberts, síndromes de lisencefalia
curto do cromossomo 17, especialmente da banda 17p13 . Pode tipo lI, tais como a sÚldrome H ARD+/-E (VVaJker-Warburg),
ser distinta. síndrome C O M e síndrome Neu-Laxova como um terceiro
Risco d e R ecorrên cia. Se ocorrer deleção de novo ou tipo de lisencefalia. Todas as síndromes que podem desenvol-
translocação, o risco de recorrência é baixo. Se a translocação ver microcefalia devem ser suspeitadas.
SíNDROMES FETAIS 153
Prognóstico. Geralmente um retardamento mental grave co recessivo. Nenhum tratamento causal está disponível no
afeta esses pacientes. Também são esperados retardo no cres- momento. Geralmente o diagnóstico ultrassonográfico é feito
cimento e desenvolvimento, espasmos na infância e convul- no terceiro trimestre e a interrupção da gestação não é uma
sões. O prog11ÓStiCO é reservado, e a morte ocorre geralmente opção. O cuidado pré-natal padrão não é alterado.
nos dois primeiros anos de vida.
Conduta . A cariOtipagem é recomendada para detectar Referência
o defeito cromossômico. A distinção da lisencefalia tipo II é
importante para fins de aconselhamento genético, consideran- Ghai S. Fong KW. Toi A. et a1: Prenatal US and MR imaging
do que o tipo II possui um padrão de transmissão autossômi- lindings of lissencepha1y: review of fetal cerebral sulca] development.
Radiographics 26 :389. 2006.
SíNDROME DE MECKEL
Definição. A síndrome de Meckel é uma síndrome rara
e letal, caracterizada por cefalocele occipital, polidactilia
pós-a.;,ual e rins císticos displásicos . Ela pode ser associada a
muitas outras condições, e a fibrose hepática é uma das asso- Meckel, e um acompanhamento com 20 semanas de gestação
ciações mais comuns. é recomendado.
Sinônimos. Disencefalia esplancnocística, síndrome de A cefalocele occipital está presente em 60%-80%. Os níveis
Meckel (usado na literatura em língua inglesa) - esta é a de feto proteína no soro materno ou no líquido anmiótico
denominação preferida e é usada tanto na pesquisa de termos podem estar normais, já que uma membrana pode cobrir a
médicos do Medline quanto na lhe Birth Difécts Encyclopedia; cefalocele. Polidactilia pós-axial está presente em 55% a 75%
síndrome de Gruber (usado na literatura europeia), síndrome dos fetos . Outras anomalias dos membros, tais como arquea-
de Meckel-Gruber. mento e encurtamento, podem também estar presentes.
Incidência. Não é conhecida precisamente, mas os O achado de pelo menos duas das três características da
autores concordam que é uma condição muito rara. De tríade clássica, na presença de caliótipo normal, fecha o diag-
acordo com Bergsma, a incidência da síndrome de Meckel nóstico. Há também uma forma "variante" dessa síndrome
é 0,2:10.000 nascidos vivos. Salonen estabeleceu que a inci- que une a malformação da fossa posterior e os rins multicísti·
dência da síndrome de Meckel ao nascimento varia de 0,07 cos com a fibrose hepática.
a 0,7:10.000 nascidos. Na Finlândia, o transtorno é anormal- Diagnóstico Difere ncial. O diagnóstico diferencial
mente frequente e atinge 1,1:10.000 nascimentos. Também dependerá do tipo de anomalias associadas. Devido às
se estima que essa síndrome corresponda a 5% de todos os várias semelhanças ultrassonográficas entre essas condições,
defeitos do tubo neural. a trissomia do 13 deve ser excluída por cariotipagem. Outro
Etiologia. Herança autossômica recessiva. diagnóstico diferencial possível é a doença do rim policístico,
Risco de Recorrência. Um risco de recorrência de 25% autossômica dominante.
está envolvido. Anomalias Associadas. O conjunto de possíveis ano-
Anomalias Genéticas. O lócus da síndrome de Meckel malias associadas a essa síndrome é extenso. Em algumas
está no cromossomo 17, braço longo, região 2, bandas 1-4. A situações, tal variação fenotípica tão ampla torna o reconheci·
variabilidade fenotípica e os casos que não tiveram a ligação mento da doença mais difícil.
ao 17q confirmada sugerem que há algum grau de heteroge- Prognóstico. A síndrome de Meckel é um transtorno
neidade de lócus. letal. A maioria dos bebês é natimorto ou morre horas ou dias
Diagnóstico. Em 1981 , Fraser e Lytwyin sugeriram que após o nascimento . Alguns , às vezes, sobrevivem por poucos
os rins displásicos císticos são uma anomalia constante na sín- meses com uma qualidade de vida muito ruim. De acordo
drome de Meckel e, portanto, devem estar presentes além de com Ramadani, existe um relato de um feto com sobrevida
pelo menos dois defeitos menores para se fazer o diagnóstico. mais longa, que morreu aos 28 meses de idade. Em 1997, Paa-
Esse conceito ainda é discutido, e a incidência relatada de vola relatou outro caso atípico de um sobrevivente de longo
transtorno renal nessa síndrome varia de 95% a 100%. Inicial- prazo que morreu com 18 meses de vida.
mente, os rins desenvolvem cistos microscópicos que destro- Conduta. O estudo do cariótipo deve ser obtido quando
em o parênquima e aumentam o órgão em até 10-20 vezes. a síndrome de Meckel é suspeitada, a fim de excluir transtor-
A síndrome pode ser detectada e diagnosticada de forma nos cromossômicos. Se o diagnóstico for feito ames da via-
segura por ultrassonografia entre a 1!fi e a 14a semanas de bilidade, a interrupção pode ser oferecida. Quando a família
gestação. Infelizmente, o primeiro achado ultrassonográfico é decide continuar a gestação, ou se o diagnóstico for feito após
quase sempre o oligo-hidrânU1io, que torna o diagnóstico mais a viabilidade, a conduta obstétrica padrão não é alterada.
difícil de ser estabelecido. Ele é causado pela disfunção renal
e se desenvolve no início do segundo trimestre quando os
rins substituem a difusão extracelular como a principal fonte Referências
de líquido amniótico. Entretanto, alguns casos de síndrome Niza.rdJ, BernardJP, Ville Y: Fetal cystic malformations of the posterior
de Meckel possuem líquido amniótico normal e, portanto, a fossa in the first trimester of pregnancy. Fetal Diagn Ther 20:146,
presença de liquido normal não exclui o diagnóstico. Algumas 2005.
vezes, a ausência da bexiga pode também ser reconhecida. Mittermayer C, Lee A, Brugger PC: Prenatal diagnosis of the Meckel·
Um exame ulu'assonográfico precoce, com rins normais, em Gruber syndrome from 11 th to 20th gestational week. Ultraschall Med
25 :275, 2004.
uma família em risco de recorrência, não exclui a síndrome de
S í NDROME DA MONOSSOMIA DO X ria dos casos. Oito a dezesseis por cento de todos os casos
(TURNER) são mosaicos. A idade materna avançada não está associada
Definição. Transtorno cromossômico em pacientes do a essa aneuploidia.
sexo feminino descrito por Turner em 1938, caractelizado Patogênese. Em geral, o higroma cístico é uma grande
pela ausência de um dos cromossomos sexuais X (45,XO). massa cística septada posterior ao pescoço, devido a uma
Sinônimos. Monossomia do X , síndrome de Ullrich- dilatação dos sacos linfáticos jugulares. Ele é causado por
Turner. um atraso no desenvolvimento da conexão com o sistema
Incidência. 2,5 a 5,5:10.000 bebês do sexo feminino nas- nervoso, ou uma dilatação anormal primária ou a proliferação
cidos vivos na população branca. Na população japonesa, foi dos canais linfáticos interferindo num fluxo normal entre os
estimada em 7 a 21:10.000 bebês do sexo feminino nascidos sistemas linfático e venoso .
vivos. A incidência em todas as gestações, entretanto, é con- Diagnóstico. O higroma cístico é o traço pré-natal mais
siderada muito mais elevada porque a síndrome de Turner característico nessa síndrome. A remissão espontânea do cisto
responde por um quarto de todos os abortos espontâneos pode ocorrer, resultando quase sempre em pescoço alado.
causados por anomalias cromossômicas. Outros achados comuns incluem linfedema, em particular
Etiologia. Ausência de um cromossomo sexual, em geral do dorso das mãos e dos pés, ou, nos casos mais graves,
o cromossomo paterno, que ocorre esporadicamente na maio- anasarca, hidropisia, coluna cervical curta, restrição do cresci-
SíNDROMES FETAIS 155
voltar mais tarde na gestação com uma redundância da dobra Diagnóstico Difere ncial. A síndrome de Turner (exclu-
nucal e pterígio coli . Em outros fetos houve a suspeita devido ída em meninos ou de outro modo pelo cariótipo) tem uma
a traços faciais especiais (orelhas de implantação baixa, ponte probabilidade muito baixa de ser familiar, enquanto a síndro-
nasal deprimida e cabeça grande), doença cardíaca congênita, me de Noonan possui uma forte predileção fanúliar; trissonúa
derrames pleurais, anomalias renais, poli-hidrânuúo, estatura do 21; sindrome de Escobar.
baixa, hidropisia e histórico fanúliar. Alguns fetos foram iden- Prognóstico. Expectativa de vida praticamente normal
tificados também por triagem com marcador triplo. A doença para aqueles sem complicações maiores de doença cardíaca.
cardíaca congênita pode aparecer em até 60% dos pacientes Após o shunl tóraco-amniótico, o derrame pleural com hidro-
com sÚldrome de Noonan. De fato , uma anomalia cardíaca pisia tem uma ta;xa de sobrevida de 57%; o pano prematuro é
associada a anomalias linfáticas cervicais pode proporcionar a maior fonte de morbidade.
os únicos indícios de diagnóstico da sÚldrome de oonan. a Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
literatura, três casos de veia umbilical direita persistente sem antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é altera-
porção intra-hepática são descritos em associação de síndrome do quando se opta pela continuação da gestação.
de Noonan. esses casos a drenagem foi possível diretamen-
te no átl;o direito, veia cava inferior ou veia cava inferior Referências
através da veia iliaca. A melhora dos achados precoces na
região nucal em um feto com cariótipo normal e inicio tardio J oo JG, Beke A, Toth-Pal E, et aI: Successful pregl1ancy in a Noonan
das alterações ultrassonográficas mais "típicas" pode limitar syndrome pauem aCrer 3 unsuccessful pregnancies from severe fetal
a detecção pré-natal precoce. A síndrome de Noonan ainda hyclrops: a case reporto J Reprod Med 50:373, 2005.
Picone 0 , Benachi A, Mandelbrot L. et al: 1110racoanmiouc shuming for fetal
é, até o momento, diagnosticada ao nascimento ou durante pleuraJ efTusions hydrops. AmJ Obstet Gynecol 191 :2047, 2004.
a infância. Bradley E. Kean L. Twining P. et al: Persistem right umbilical vein in
Anomalias Genéticas. Herança dominante ligada ao X a fems with Noonan's synclrome: a case report. Ultrasouud Obstet
de um único gene mutante ou uma deleção subnúcroscópica Gynecol 17:76, 200 1.
foi inicialmente suspeitada, mas hoje se sabe que um dos Achiron R, H egges h J , Grisaru D, et al: Noonan synclrome : a cryptic
genes da síndrome de oonan está localizado no cromossomo concl ition in early ges ta tion. AmJ Med Genet 92: 159. 2000.
isbet DL, Griffin DR, Chitty LS: Prenata l features of Noonan
12 na região 12q24.2-q24.31 . syndrome. Prenat Diagl1 19:642 , 1999.
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA l'tpo II: a forma mais grave; se apresenta com múltiplas
Defini ção. Grupo heterogêneo de transtornos genéticos malformações esqueléticas, tais como encurtamento ósseo
(classicamente divididos em quatro tipos como determinado e angulação devido a múltiplas faturas , desnúneralização
por Sillence: I, 11 ou congêlúto, III e IV) caracterizados por do crânio, tóraJ{ estreito e em forma de sino causado
fragilidade óssea grave, levando à ossificação anormal e múl- por fraturas das costelas, movimento fetal dinúnuído,
tiplas faturas. O s quatro tipos são: enrugamento da superfície dos ossos devido a múltiplas
faturas.
Tipo I: não apresenta deformidades pré-natais, e o diagnós-
tico é feito após o nascinlento, quando as defornúdades
dos membros começam a se desenvolver.
A
B
FIGURA 5- 67. Osteogênese imperfeita . A e B. Observe o fêmur fraturado. (Cortesia de Annette Reuss, 2005, thefetus.net.)
SíNDROMES FETAIS 157
FIGURA 5-68. O c rânio demonstra ecogenicidade diminuída marcante e é prontamente compressível mesmo com pressão moderada do
transdutor (esquerda).
Risco d e Recorrência. Todos os casos da síndrome de Paladini D, Borghese A, Arienzo M, et ai: Prospective ultrasound
Pallister-Killian descritos até 1997 são esporádicos. diagnosis of PalJister-Killian syndrome in the second trimester of
Conduta. O diagnóstico da síndrome de Pallister baseado pregnancy: the importance of the fetal facial profile. Prenat Diagn
20:996, 2000.
no aspecto clínico isolado é frequentemente difícil devido ao Chiesa], Hoffet M, Rouseau 0 , et ai: Pallister-Killian syndrome [i (12p)]:
an1plo espectro de anomalias clínicas não específicas para First pre-natal diagnosis using cordocentesis in the second trimester
esta síndrome. Qyando há uma grande suspeita no exame confirmed by in siru hybrydization. Clin Genet 54:294, 1998.
ultrassonográfico, são sugeridos estudos citogenéticos pré- Langford K, Hodgson S, Seller M, et ai: Pallister-Killian syndrome
natais, pois os sobreviventes apresentam retardamento mental presenting through nuchal translucency screening for trisomy 2l.
grave. Devido ao mosaicismo, é, contudo, necessário exami- Prenat Diagn 20:670, 2000.
Gilgenkrantz S, Droulle P, Schweitzer M, et aI: Mosaic tetrasomy 12p.
nar vários tecidos quanto à presença da tetrassomia do 12p, Clin Genet 28:495, 1985.
incluindo linfócitos circulantes nos quais o mosaicismo pode Gadow EC, Lippold S, Serafin E, et ai: Prenatal diagnosis and long
ser baixo, da ordem de 10/0 a 3%, amniócitos, células coriôni- survival of Fryns' syndrome. Prenat Diagn 14:673, 1994.
cas e fibroblastos cutâneos nos quais o mosaicismo varia de Fryns]P : Prenatal diagnosis and long survival of Fryns syndrome. Prenat
6% a 100%. A hibridização in situ com fluorescência é o único Diagn 15:97, 1995.
modo preciso de se determinar a distribuição real do isocro- Banhe B, Cohen H , Saada P: Un cas de diagnostic prénatal de syndrome
de Fryns.] Gynecol Obstet Biol Reprod 24:57, 1995.
mossomo em vários tecidos . A ocorrência de tetrassomia do Mathieu M, Piussan C, Thepot F, et ai: Collaborative study of mosaic
12p diminui com a idade do feto, o índice mitótico e o tempo tetrasomy 12p or Pallister-Killian syndrome (ninteen fetuses or
que os tecidos ficaram em cultura. children). Ann Genet 40:45, 1997.
SíNDROME DE PENA-SHOKEIR
Referências
Definição. A síndrome de Pena-Shokeir é um transtor-
pescoço curto, palato fendido , edema do escalpo, deformi-
no hereditário caracterizado por artrogripose neurogênica,
dades torácicas, camptodactilia e micrognatia podem ser
anomalias faciais, hipoplasia pulmonar e traços dismórficos
também encontradas. Anomalias menos frequentes descritas
resultantes de acinesia fetal . Ela foi descrita pela primeira vez
em associação da síndrome de Pena-Shokeir incluem hérnia
por Pena e Shokeir em 1974, e foi posteriormente incluída
diafragn1ática, gastrosquise e microcefalia.
entre os fenótipos associados à sequência de deformação com
Diagnóstico Diferencial. A trissomia do 18 pode apre-
acinesia fetal.
sentar características que se sobrepõem com a síndrome de
Sinônimos. Sequência de acinesiaihipocinesia fetal, sequên-
Pena-Shokeir, em particular anomalias craniofaciais, dos mem-
cia de deformação com acinesia fetal, artrogripose múltipla
bros e intratorácicas. A análise do cariótipo faz o diagnóstico
congênita com hipoplasia pulmonar.
diferencial. Formas não letais de artrogripose apresentam o
Etiologia. A herança autossômica recessiva é o padrão
mesmo de achados, exceto pela hipoplasia pulmonar.
mais comum de transmissão. Várias descrições de apresenta-
Prognóstico. A síndrome de Pena-Shokeir é uma con-
ções incomuns sugerem uma etiologia heterogênica.
dição letal. Um número significativo de fetos afetados nasce
Risco d e Recorrência. A predição do risco de recorrên-
prematuramente. Dentre os nascidos a termo, 30% são nati-
cia não é precisa devido à etiologia multifatorial. Na maioria
mortos. Entre os sobreviventes, a maioria morre nas primeiras
dos casos, ele varia de 0% a 25%.
semanas de vida. A complicação pulmonar é a principal causa
I n cidê ncia. Desconhecida.
de morte.
Fisiopatologia. O movimento fetal ativo se illlCla no
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
meio do primeiro trimestre e é de capital importância para
antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão deve ser alte-
o desenvolvimento normal das articulações e dos tecidos
rado ao longo da gestação apenas para indicações maternas.
contíguos. A ausência ou a redução do movimento fetal leva
a articulações emijecidas, pterígios e função neuromuscular
anormal com deglutição fetal diminuída, o que causa hipopla- Referência
sia pulmonar e poli-hidrâmnio.
Diagnóstico. A combinação de posição anormal dos Paladini D, Tartaglione A, Agangi A, et ai: Pena-Shokeir phenotype with
membros, movimento fetal restrito com resposta reduzida variable onset in three consecutive pregnancies. Ultrasound Obstet
ou ausente à estimulação acústica, restrição do crescimento, Gynecol 17:163,200 1.
poli-hidrânmio e hipoplasia pulmonar fecha o diagnóstico.
Orelhas malformadas e de implantação baixa, hipertelorismo,
PENTALOGIA DE CANTRELL
Sinônimos. Ectopia do coração tóraco-abdominal, ecto-
Defini ção. Este transtorno congênito descrito por Can- pia córdis; síndrome de Cantrell-Helier-Ravitch; síndrome de
treli é caracterizado por dois defeitos principais : ectopia do pentalogia; hérnia diafragB1ática peritônio-pericárdica.
coração e um defeito na parede abdominal (mais comumente Incidência. Muito rara. Aproximadamente 90 casos
uma on[alocele, mas gastrosquise também pode estar presen- foram reportados na literatura, e um número ainda menor
te). Os outros três defeitos da pentalogia são rompimento teve a síndrome completa co nfu-mada.
de todas as estnlturas que se interpõem: o esterno distal, o Etiologia. Desconhecida. Algumas vezes pode estar asso-
diafragB1a anterior e o pericárdio diafragmático. Variantes ciada a anomalias cromossômicas.
da forma clássica, tais como expressões incompletas, também Diagnóstico. Presença de rompin1ento completo do tórax
foram relatadas . Ela foi primeiramente descrita por Cantreli anterior e da parede abdominal, causando os cinco defeitos
em 1958, e a sÚ1drome ocon-e esporadican1ente, com graus descritos por Cantrell, é a forma clássica e pode ser detectada
variáveis de expressão. já no meio do segundo trimestre. O achado úpico da atividade
160 SíNDROMES FETAIS
SíNDROME DE PFEIFFER do segundo, terceiro e quarto dedos dos pés, polegar e hálux
Defini ção. A síndrome de Pfeiffer é caracterizada por alargados).
craniossinostose coronal bilateral, hipoplasia do meio da face Anomalias Ge néticas. A síndrome de Pfeiffer é geneti-
e sindactilia das mãos e dos pés e polegares aumentados con- camente heterogênea. Alguns casos são ligados a mutações
genitamente. Ela foi deso-ita pela primeira vez em oito pessoas no gene do receptor 1 do fator de crescimento fibroblástico
de três gerações por Pfeiffer em 1964. É dividida em três sub- (FGFR1) no cromossomo 8pl1.22-pI2. As mutações no gene
tipos clínicos com implicações diagnósticas e prognósticas : FGFR2, que é mapeado no cromossomo 10q25-q26, também
foram reportadas. Uma origem paterna exclusiva de uma
TIpo L Aspecto clássico com craniossinostose, polegares lar- mutação de novo, associada à idade paterna avançada, foi des-
gos, sindactilia e inteligência nOImal. Essa fonua é compativel crita na síndrome de Pfeiffer.
com a vida. Ela tem, em geral, uma boa evolução. Anomalias Associadas. Atresia da coana, traqueoma-
Tipo 11. Crânio em trevo, proptose ocular, polegares lar- lácia e broncomalácia, crânio em u-evo, vértebras fundidas ,
gos , anomalias viscerais variáveis , anquilose do cotovelo malformação de Arnold-Chiari, hidrocefalia e ânus imperfu-
e comprometimento grave do sistema nervoso cenu-al. rado. Após o nascimento, convulsões e retardamento mental
Geralmente resulta em morre precoce. podem se desenvolver.
TIpo 111. Craniossinostose, proptose ocular grave sem crânio Diagnóstico Diferencia l. O principal diagnóstico dife-
em trevo, anquilose do cotovelo e anomalias viscerais variá- rencial inclui as síndromes que são caracterizadas por cranios-
veis. Os fetos afetados apresentam comprometimento neuro- sinos tose (Apert, Carpenter, Crouzon, anomalia de Kleeblat-
lógico grave, com prognóstico reservado e morte precoce. tschadel e displasia tanatofÓlica).
Prognóstico. O prognóstico depende da gravidade das
Sinônimos. Acrocefalosindactilia tipo V. anomalias associadas, principalmente da gravidade do com-
Incidência. Desconhecida. Desde que a primeira descri- prometimento do sistema nervoso central. O tipo I possui, em
ção foi feita , aproximadamente 30 casos foram relatados. um bom prognóstico. Os tipos II e III não são compatí-
Etiologia. Tipo 1: autossômica dominante ou mutações veis com a VIda, e a morte ocorre precocemente.
novas. Tipos 11 e 111: esporádica. Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
Risco d e Recorrê ncia. Variável, dependendo da etio- antes da viabilidade. Se a continuação da gestação for a esco-
logia. Q.lando a transmissão possui um padrão autossômico lha,
. é recomendada uma avaliação ultrassonoO"ráfica
b
perió-
dominante, o risco de recorrência é 50%. Se for causada por d lca das anomalias (em particular das anomalias do sistema
mutações novas , o risco de recorrência é muito baixo. nervoso central).
Diagn óstico. Os sinais ultrassonográficos da síndrome de
Pfeiffer incluem anomalias craniofaciais (braquicefalia, acroce- Referência
falia, craniossinostose da sutura coronal, hipertelorismo, nariz Nazano A. Monica MO, Lonardo F, et ai: Prenatal ultrasound diagnosis
pequeno e ponte nasal bai"a) e anomalias das mãos e dos pés of a case of Pfeifer syndrome without cloverleaf skuU and review or the
(sindactilia parcial do segundo e do terceiro dedo das mãos e literature. Prenata! Oiagn 24 :918. 2004.
A B
FIGURA 5-74. Síndrome de Pierre-Robin. A. Autópsia normal. A língua (seta) ocupa a parte anterior da boca e a via aérea livre é comparada
com (B). B. Glossoptose (seta) e "sem língua " no espaço anterior da boca .
162 SINDROMES FETAIS
Diagnóstico. O método mais fácil de estabelecer o diag- Prognóstico. Obstrução das vias aéreas superiores,
nóstico é obter um corte sagital da face, no qual a micrognatia angústia respiratólia neonatal e problemas de alimentação.
é mais visível. A imagem tridimensional multiplanar aumenta Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
a probabilidade de analisar uma visão sagital verdadeira da antes da viabilidade. O cuidado pré-natal padrão não é alte-
linha média no perfil facial. Outro indício importante é quase rado quando se opta pela continuação da gestação. O reco-
sempre o poli-hidrânmio resultante da dificuldade de deglutir nhecimento pré-natal é importante porque ele permite que o
adequadamente em função da macrorretroglossia. Outros pediatra providencie assistência imediata para o bebê. É uma
achados podem ser transtornos funcionais orodigestivos e emergência neonatal porque a língua pode obstruir as vias
cardiorrespiratórios. aéreas e levar ao sufocamento. A confirmação do diagnós-
Anomalias Genéticas. Desconhecidas (é um grupo hete- tico após o nascimento é importante para o aconselhamento
rogêneo de condições). genético.
Diagnóstico Diferencial. A síndrome de agnatia-micros-
tomiasinotia (otocefalia) lembra uma forma grave da síndro- Referências
me de Pierre-Robin. Outras causas de micrognatia incluem
trissomia do 13, trissomia do 18 e síndrome cérebro-costo- James PA, Afrimos S: Familial cerebro-costo-mandibular syndrome: a case
mandibular caracterizada por anomalia de Pierre-Robin, unusual prenatal findings and review. Clin DysmorphoJ 12:63, 2003.
Lee W, McNie B, Chaiworapongsa T, et al: Three-dimensional llltra-
múltiplos defeitos nas costelas e ocorrência ocasional de inca- sonographic presentation of micrognath.ia. J Ultrasound Med 21 :775,
pacidade intelectual. 2002.
Anomalias Associadas. Pode estar associada a trissomia Abadie V, Morisseau-Durand MP, Beyler C, et al: Brainstem dysfunction:
do 18, síndrome de Stickler e outras síndromes. As anomalias a possible neuroembryological pathogenesis or isolated Pierre Robin
cardíacas foram também detectadas comumente com incidên- sequence_ Eur J Pediatr 161 :275, 2002 .
cia aproximada de 20%. Hsieh YY, Chang, CC, Tsai HD, et al: The prenatal diagnosis of
Pierre-Robin seqllence. Prenat Diagn 19:567, 1999.
to, em alguns poucos casos, são observados ou translocações possível, de modo que um aconselhamento precoce dos pais e
balanceadas, familiares ou de novo, ou pequenos cromossomos da criança afetada seja possível e também uma prevenção das
marcadores supranumerários. complicações tanto da gravidez quanto do parto.
Diagnóstico. O exame ultrassonográfico pode reve-
lar poli-hidrâmnio, diminuição dos movimentos fetais , má
apresentação, traços craniofaciais característicos, diâmetro Referências
biparietal grande no feto , ventrículos laterais ligeiramente
Prader-Willi syndrome, O nline Mendelian Inheritance in Man http ://
aumentados, hipoplasia do corpo caloso, ritmo cardíaco fetal
www.ncbi.nlm. nih. gov/emrezldispomim.cgi?id=176270 #176270
anormal com períodos inativos prolongados e variação diurna Schinzel A: Approaches to the prenatal diagnosis of the Prader-V\Tilli
da incidência de acelerações da frequência cardíaca, e gellitália syndrome. (Letter.) Hum Genet 74:327, 1986.
externa masculina hipoplásica sem restrição do crescimento Cassidy SB, Lai L-W, Erickson RP, et al : Trisomy 15 with loss of the
intrauterino. paternal 15 as a cause of Prader-WiUi syndrome due to maternal
Diagnóstico Diferencial. SÚ1drome de Angelman . disomy. AmJ Hum Genet 51:701,1992 .
Prognóstico. A manifestação do quadro clínico na Purvis-Smith SG, Saville T, Manass S, et al : Uniparental disomy 15
síndrome de Prader-Willi é variável e depende da idade da resulting from 'colTecrion' of an initial rrisomy 15. (Letter.) AmJ Hu m
Genet 50: 1348, 1992.
criança afetada. É caracterizada por atividade fetal diminuída, HaU JG : Genomic imprinting and its clinical implications. (Editorial.)
obesidade, hipotonia muscular, retardamento mental, estatura N EnglJ Med 326 :827, 1992 .
baixa, mão e pés pequenos e hipogonadismo hipogonadotró- StephensonJBP: Prader-V\Tilli syndrome : neonatal presentation and later
fico. O neonato é quase sempre profundamente hipotônico, e development. Dev Med Child Nelll-ol 22:792, 1980.
pode se apresentar frequentemente com asfL'(ia e ausência de Chitayat D, Davis EB, McGillivray BC, et al: Perinatal and first year
choro. Além disso, existe uma leve restrição do crescimento follow-up of patients with Prader-Willi syndrome: normal size of hands
pré-natal, Hiporreflexia e alimentação insuficiente devido à and feel. Clin Genet 35:161, 1989.
Butler MG, Meaney FJ: An antluopomerric srudy of 38 individuals
diminuição da deglutição e dos reflexos de sucção. O corre wim Prader-Labhart-\'\Tilli syndrome. Am J Med Genet 26: 445,
criptorquidia com pênis e eSQ-oto hipoplásicos nos meninos 1987.
e lábios hipoplásicos nas meninas. Frequentemente, as carac- Gunay-Aygun M, Schwartz S, Heeger S, et al: The changing purpose of
terísticas mais evidentes, tais como obesidade, retardamento Prader-vVilli syndrome clinical diagnostic criteria and proposed revised
mental e transtornos de comportamento, não se tornam criteria. Pediatrics 108:e92, 200 1. lote: epub.
evidentes até o fmal da infância, o que pode levar a um Kennerknecht l: Differemiated recurrence risk estimations in the
sub diagnóstico ou diagnóstico tardio na primeira infância. Prader-Willi syndrome. Cli.n Genet 41 :303, 1992.
Haqq Al'v1. , Stadler DD, Rosenfeld RG, et al : Circulating ghrelin leveis are
Em geral as dificuldades de alimentação melhoram em torno
suppressed by meals and octreocide therapy in children \Vith Prader-
dos seis meses de idade. Dos 12 aos 18 meses em diante, a Willi syndrome.J Clin Endocr Metab 88:3573, 2003.
hiperfagia causa os principais problemas somáticos e psicoló- Carrel AL, Myers SE, Whitman BY, et al: Growth hormone improves
gicos. O crescimento diminuído é observado na maioria das body composition, fat utilization, physical strengtl1 and agiliry, and
crianças. Mãos pequenas com dedos delicados e aftlados e growth in Prader-\Villi syndrome: a controlled srudy.J Pediatr 134:21 5,
pés pequenos (acromicria) são vistos na maioria das crianças 1999.
e adolescentes; o tamanho das mãos e dos pés se correlaciona Delparigi A, Tschop M, Heirmm ML, et aI: High circulating ghrelin: a
bem com o comprimento, mas não com a idade, e o tamanho potential cause for hyperphagia and obesiry in Prader-Willi syndrome.
do pé tende a ser menor do que o da mão. A face é caracte- J Clin Endocr Metab 87:5461,2002.
Flo ri E, Biancalana V, Girard -Lemaire F, ct aI: Dirlicu lties or
rizada por um diâmetro bifrontal estreito, olhos amendoados
genetic counseling and prenatal diagnosis in a consanguineolls couple
(frequentemente com ligeira posição voltada para cima), segregating for the same translocation (14;15) (qll ;q13) and at risk
estrabismo, bochechas cheias e atividade mímica diminuída for Prader-Willi. and Angelman syndromes. Eur J Hu m Genet 12:181 ,
devido à hipotonia muscular. A obesidade pletórica se torna 2004.
a característica mais marcante. A partir de cerca de seis anos Liehr T, Bmde E, Gillessen-Kaesbach G, et aI: Prader-Willi syndrome
de idade em diante, muitas crianças apresentam escoriações wim a karyorype 47)CY,+min(15)(pter->qll.l:) and maternal UPD
por arranhões devido à coceira e mais tarde quase todas 15-case report plus review of sinrilar cases. EurJ Med Genet 48:175,
mostram estrias abdominais. A despigmentação relativa ao 2005. Epub Feb 17,2005.
padrão familiar é uma característica em cerca de três quartos I.:Hermine AC, Aboura A, Brisset S, et aI: Fetal phenorype of Prader-Willi
syndrome due to maternal disomy for chromosome 15. Prenat Diagn
dos pacientes. 23:938, 2003.
Risco de Recorrência. Kennerknecht (1992) estimou Fong BF, De Vries JI: Obstetric aspects of me Prader-vVilli syndrome.
um risco global de recorrência em 0,4%. Entretanto, se dois Ultrasound Obstet GynecoI21:389, 2003 .
ou mais irmãos são afetados, o risco para o próximo irmão Eggermann T, Zerres K, Eggermann K, et al: Uniparental disomy: clinical
seria de 50%. Essa síndrome em geral ocorre de novo com um indications for testing in growth retardation. Eur J Pediatr 161:305,
!isco de recorrência muito baixo. Entretanto, em casos raros, 2002. Epub Apr 26, 2002.
são observadas translocações familiares, dando origem a um Eil10lzer U , Schlumpf M, NordmaIUl Y, et aI: Earl)' manifestations
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Conduta. Em um feto cariotipicamente normal com
Hiroi H , Kozuma S, Hayashi , et aI: A ferus with Prader-Willi syndrome
genitália externa masculina ambígua e anomalias cerebrais, showing normal diurnal rhytlun and abnormal ultradiaI1 rhythm on
estudos extensos citogenéticos e de biologia molecular são for- heaI-t rate monitoring. Fetal Diagn Ther 15:304, 2000.
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didatos ao diagnóstico pré-natal da síndrome de Prader-Willi diagnosis. Med Wiekll Rozwoj 3:407, 1999.
são [elOS ou gestações nos quais é observada uma atividade Glenn CC, Deng G, Michaelis RC, et aI: DNA methylation analysis
reduzida. Devido às implicações de longo prazo dessa síndro- wim respect to prenatal diagnosis of the AngelmaI1 and Prader-\'\Tilli
me, é importante reconhecer suas características assim que syndromes and imprinting. Prenat Diagn 20:300, 2000.
164 SíNDROMES FETAIS
FIGURA 5-75. Síndrome de Prune-Belly. Ultrassonografia demonstrando uma bexiga urinária acentuadamente dilatada (25 semanas). (Cortesia
de Heron Werner, 2005, thefetus.net.)
SíNDROMES FETAIS 165
A
demora para o shunt urinário é uma terapia possível. A des-
compressão do trato urinário no início do segundo trimesu-e
é desejável para reduzir o potencial de progressão do dano
aos rins em desenvolvimento. Os benefícios dessa terapia
permanecem controversos e ainda estão sendo avaliados
de uma maneira prospectiva e randomizada. Assim, o shunt
urinário deve ser considerado caso a caso. Além disso, a
correção do oligo-hidrâmnio grave assim que possível deve
reduzir a possibilidade de hipoplasia pulmonar. Quase sem-
pre é necessária a reconstrução da parede abdominal com
propósitos tanto estéticos quanto funcionais. Como 75% dos
indivíduos com a síndrome de Prune-Belly possuem ano-
malias extraurinárias, uma avaliação extensa, especialmente
cardíaca, deve ser realizada.
Referências
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FIGURA 5- 76. A. Imagem de ressonân cia magnética sagital pon-
BoniUa-Musoles F, Machado LE, Baila0 LA, et ai: Abdominal waU
derada em T2 demonstrando um alto sinal de uma bexiga urinária defects: two- versus lhree-dimensional ultrasonographic eliagnosis. J
acentuadamente dilatada (seta preta). Observe a discrepância de Ultrasound Med 20 :379.2001.
tamanho com a ca beça do feto (seta branca) com 26 semanas de Leeners B, Sauer I , Schefels J , et aI: Prune-belly syndrome : therapeutic
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em T2 demonstrando dilatação marcante do ureter fetal. (A e 8 , Ultrasound 28:500, 2000.
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versível, mesmo se a obstrução for aliviada imediatamente syndrome at 12 weeks of pregnancy: case repon anel review of lhe
após o nascimento. A colocação percutânea de um cateter de literatl1l'e. Ultrasound Obstet Gynecol 12:362, 1998.
166 SíNDROMES FETAIS
SíNDROME DE
tol. Ocasionalmente, essas deleções também incluem o gene
SIMPSON-GOLABI-BEHMEL glipicano-4 (CPC4J. Nem todos os indivíduos com SGBS têm
Definição. A síndrome de Sin1pson-Golabi-Behmel é demonstrado interrupções do lócus GPC3, o que levanta a
caracterizada por um supercrescimento pré e pós-natal, uma possibilidade de que outros loá no cromossomo X poderiam
aparência facial característica, um alto risco para o desenvol- ser responsáveis por alguns casos desta síndrome.
vimento de tumores embrionários e um espectro de malfor- Diagnóstico. Uma triagem por ultrassom pode detectar.
mações congênitas (viscerais e esqueléticas) que se sobrepõe
ao de outras síndromes de supercrescimento. Face "grosseira" característica com hipertelorismo, um
Sinônimos. Síndrome de Bulldog, síndrome de displasia nariz arrebitado pequeno e largo, uma boca larga, um
e gigantismo, ligada ao X, síndrome de Dgsx Golabi-Rosen, perfil facial reto com incompetência dos lábios, sulco
síndrome da dismorfia de Sinlpson, síndrome encéfalo-trofo- medial da língua, macroglossia, má posição dos dentes,
esqUlse. fenda submucosa, má oclusão, palato fendido , uma maxila
Etimologia. Por Simpson (em 1975) e Behmel (em 1984) e uma mandíbula gI-andes, uma grande altura da face
que primeiro descreveram esta condição. inferior, gI-ande base craniana anterior, algumas vezes
Prevalê n cia. Desconhecida. também queratocistos odol1togênicos.
Etiologia. Síndrome ligada ao X caracterizada ou por Macrossomia.
deleções ou por mutações de ponto dentro do gene glipicano- Anomalias esqueléticas, tais como hipoplasia dos
3 (CPC3) em Xq26, um membro de uma família multigênica dedos, uma anomalia congênita da falange proximal,
codificante de pelo menos seis proteoglicanos de heparan polidactilia pós-axial, mãos largas, unhas dos indicadores
sulfato de superfície celular ligados ao glicosilfosfatidilinosi- hipoplásicas.
168 SíNDROMES FETAIS
Anomalias viscerais e congênitas, tais como estenose Taniyama T , Kitai N , 19uehi Y, er ai: Craniofaeial morphology in a
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viabilidade. Se a continuação da gestação é escolhida, a mOllÍ- WiedemalU1, Perlman and Simpson-Golabi-BeIu11el syndromes: a
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FIGURA 5-80. Reconstruções tridimensionais do plano coronal mos- FIGURA 5-81. Outra imagem do modo de reprodu ção tridimensional
tram o crânio de Kleeblattschadel ou crânio em trevo típico da displasia da superfície mostra mais detalhes. (Cortesia de Ana Bircher, 2002,
tanatofórica tipo 11. (Cortesia de Ana Bircher, 2002, thefetus. net.) thefetus. net.)
172 SíNDROMES FETAIS
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ESCLEROSETUBEROSA
Definição. Esta síndrome está associada a angiofibroma
facial (frequentemente chamado erroneamente de adeno-
ma sebáceo), epilepsia, retardamento mental, cistos renais ,
angiofibroma múltiplo e bilateral do rim e rabdomioma do
coração. Diversas manifestações cutâneas , tais como manchas
hipocrômicas (visíveis sob luz de vVood) e manchas café-com-
leite (áreas marrom-claro), também são típicas da síndrome.
Tumores cerebrais , como ependimoma do terceiro ventrículo
e astrocitoma, também podem estar presentes .
Sinônimo. Esclerose de Bourneville e Brissaud.
Incidência. 0,3 a 1: 10.000. A idade de início está na
primeira década de vida.
FIGURA 5-84. Esclerose tuberosa . Vários rabdomiomas são vistos FIGURA 5-86. Visão axial (ponderada em T2) em um feto de 26
nesta imagem das quatro cavidades do coração. (Cortesia de Luc semanas de gestação mostrando um nódulo subependimal típico (seta) .
Gourand, 2002, thefetus. net.) (Cortesia de Heron Werner, 2005, thefetus. net. )
174 SiNDROMES FETAIS
1 Tabela 5-7 1Principais Aspectos da Esclerose Tuberosa de que a mãe é afetada . Os rabdonúomas cardíacos aumen-
tam no penodo pré-natal, podem regredir no início da infân-
Tríade clássica « 50% dos casos): cia, permanecer inalterados durante a infância e regredir na
Lesões faciais, adolescência. Os rabdomiomas podem causar transtornos de
Coll1tUlsões e ritmo (síndrome de Wolff-Parkinson-White, taquicardia supra-
Retardamento mental ventricular, arritrnias paroxisticas), bem como obstruções ou
Sistema Nerooso Central regurgitação . Angiofibromas renais não foram reconhecidos
Hamarlomas corticais no período pré-natal, embora isso possa ser simplesmente
Lesão da substância branca' uma questão de tempo. Alguns relatos recentes não publica-
Hamartrmzas subependimais (95%) dos demonstraram que os nódulos subependimais periventri-
LocaliUlfão típica: ao ladiJ das paredes do venbiado lateral culares podem também ser detectados.
Astrocitoma de células gigantes subependimais* O ecocardiograma bidimensional com Doppler é um
Localb:o.ção:)órame de MlJlzro método útil e não invasivo para diagnosticar rabdomiomas
H idJ"OCejà/ia obstrutiva cardíacos fetais e para monitorar sua influência na função
Rim: cardíaca fetal. Entretanto, ele não ajuda a determinar quais os
Cistos fetos afetados por rabdomiomas que desenvolverão esclerose
Angiolipvm4
tuberosa. Alguns estudos reportam que 39% dos rabdomio-
Cardiovascular:
mas cardíacos pré-natais suspeitados serão diagnosticados ao
RabdlJlniom4
Aneurisma, fstenose e eeto/}ia vascular
nascimento como síndrome de esclerose tuberosa. O histórico
Fígado:
familiar permanece o preditor mais forte da síndrome no
LeilJlnioma
aconselhamento pré-natal, enquanto o tamanho do tumor
Adenmlla cardíaco não pode ser usado de modo confiável. Imagens por
ressonância magnética podem ser realizadas para avaliar todas
*Ncnhum registro de visualização intrauterma.
as malformações associadas.
Anomalias Ge né ticas. A esclerose tuberosa C é causada
por defeitos ou mutações em dois genes , da esclerose tuberosa
Cl e da esclerose tuberosa C2 . Apenas um dos genes precisa
ser afetado para a esclerose tuberosa C estar presente. O
gene da esclerose tuberosa Cl , descoberto em 1997, está no
Etiologia. Herança autossômica dominante com uma cromossomo 9 e produz uma proteína chamada hamartina.
grande proporção de mutações novas (casos esporádicos). A O gene da esclerose tuberosa C2, descoberto em 1993 , está
expressão é altamente variável. no cromossomo 16 e produz uma proteína chamada tuberina.
Patogênese. Os túberes são a expressão de um trans- Essas proteínas agem como supressores do tumor, agentes que
torno precoce da embriogênese. Qyanto maior o número de regulam a proliferação e a diferenciação celular.
túberes, maior o número de comprometimentos neurológicos . Diagnóstico Dife renc ial. O achado pré-natal predomi-
Eles podem ser encontrados em qualquer lugar dentro dos nante é o dos rabdomiomas. Outros tumores cardíacos, como
hemisférios cerebrais , tais como na região subependimalloca- fibroma , também devem ser considerados.
lizada nas paredes dos ventrículos laterais e na superfície dos Risco de Recorrê ncia. Baixo nos casos de mutações
gânglios basais. Eles podem se estender para os ventrículos novas; mais alto nos casos de mosaicismo gonadal ; 50% nos
na área do forame de Monro, e podem causar obsu'ução e casos de comprometimento pré-natal.
hidrocefalia. Também podem aparecer nos giros corticais e Prognóstico. Qyando nenhuma hidropisia resulta da
no sulco terminal. A esclerose tuberosa induz uma redução presença dos rabdomiomas, o prognóstico depende das outras
complicações do u·anstorno. Devido à grande variabilidade
do número de neurônios , que são substituídos por neurônios
gigantes multinucleados ou "monstros". O supercrescimento de expressão, uma previsão precisa da condição da criança é
difícil de inferir partindo da condição do genitor. Além disso,
dos astrócitos fibrilares pode resultar em astrocitomas malig-
novas evidências genéticas parecem indicar que o prognóstico
nos. A esclerose induz uma desmielinização, bem como depo-
mental varia com o lócus do gene defeituoso; assim, isso pode
sição de cálcio na glia e nos vasos sanguíneos, o que ocorre
influenciar a decisão acerca da gestação no futuro .
pela degeneração hialina.
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida
Achados Clínicos. A esclerose tuberosa pode apresentar antes da viabilidade.
uma ampla variedade de sinais que envolvem muitos órgãos
como consequência da origem multifatorial desse transtorno
genético (Tabela 5-7). Referências
Diagnóstico. O diagnóstico é geralmente sugerido pela
descoberta de tumores cardíacos, que se assemelham a peque- Kivelitz DE, MuhJer M , Rake A, et al: MRI of cardiac rhabdomyoma in
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SíNDROM ES FET AIS 175
SíNDROME DE TRANSFUSÃO
da síndrome de transfusão feto-fetal na presença de discrepân-
FETO-FETAL cia do líquido anuuótico entre as cavidades.
Definição. A síndrome de transfusão feto-fetal é uma Patogênese. Se a divisão embrionária ocorre antes de três
entidade congênita exclusiva de gestações de gêmeos dianmió- dias após a fertilização, isso resulta em dois fetos independen-
ticos monocoriônicos, caracterizada por uma troca de sangue tes com placentas separadas. Uma única placenta com duas
desequilibrada entre a circulação dos gêmeos, o que ocorre cavidades anmióticas ocorre se a divisão acontecer entre os
por anastomose interplacentária e pode causar comprometi- dias 4 e 7. Se a divisão do embrioblasto ocorre após aproxi-
mento fetal, variando de discordância no crescimento à morte madamente oito dias, os gêmeos dividem uma única placenta
de ambos os fetos. A primeira descrição foi feita por Schatz e cavidade amniótica (gêmeos monocoriôrucos-monoaJmuóti-
no final dos 1800. cos). A divisão depois do dia 12 resulta em gêmeos unidos.
Sinônimo. Gêmeo mumificado (stuck Q.tando dois fetos compartilhanl a mesma placenta,
Etiologia. Anastomose vascular. desenvolvem-se anastomoses entre as suas circulações. Essas
Risco de Recorrê ncia. Desconhecido, mas muito baixo, anastomoses podem ser de três tipos: de veia para veia, de
considerando a pequena chance de desenvolver uma segunda artéria para aJ·téria e de artéria para veia. Mesmo quando exis-
gravidez de gêmeos dianmióticos monocoriônicos. tem várias conexões vasculares dentro de uma única placenta,
Incidência. A transfusão feto-fetal causa complicação em nenhuma traJlsfusão deve ocorrer desde que as anastomoses
cerca de 15% das gestações de gêmeos monocoriônicos e é estejam equilibradas. Placentas de gestações com síndrome
responsável por 17% da mortalidade perinatal em gestações de transfusão feto-fetal têm menos anastomoses, as quais
múltiplas. são mais provavelmente solitárias e do tipo arteriovenoso
Diagnóstico. Os critérios ultrassonográficos para o diag- profundo, ao contrário daqueles sem a síndrome. Uma vez
nóstico da síndrome de transfusão feto-fetal incluem placenta- que a transfusão ocorra, o gêmeo doador ou "bombeado r"
ção monocoriônica, com visualização de uma membrana de se torna rupovolên-uco devido à perda de sangue. A lupóxia
separação, felos do mesmo sexo, sequência de poli-hidrâmnio- se desenvolve devido à insuficiência placentária, que também
oligo-hidrâmnio no meio da gestação (poli-hidrâmnio na bolsa é responsável pela restrição do crescimento intrauterino. A
do receptor e oligo-hidrâmnio na do doador) na ausência de perfusão renal insuficiente leva a oLigo-hidrârmuo. Essa carac-
outras causas de volume anormal do liquido anU1Íótico, e mar- terística tardia, quando grave, é responsável pela aparência
cante discordância do crescimento. Considera-se discordância clássica do gêmeo mun-uficado: a bolsa anU1Íótica se torna
significativa do peso uma diferença entre os tamanhos dos pequena demais, a membrana anU1Íótica fica em contato pró-
gêmeos igual ou maior que 20%. Outros achados que devem XlI110 com o corpo do gêmeo "bombeador", e o feto aparece
ser observados incluem não visualização da bexiga do doador preso à paJ'ede uterina. Hipervolenua com perfusão renal
com a bexiga do receptor aumentada, relação sistólicaJdiastó-
lica (S/D) anormal ao Doppler do cordão umbilical, hidropisia
ou evidência de insuficiência cardíaca congestiva de qualquer
um dos gêmeos (mais encontrada no gêmeo receptor). Formas
mais brandas da doença são mais difíceis de diagnosticar devi-
do à falta de critérios uniformes; contudo, deve-se suspeitar
FIGURA 5-87. Síndrome da transfusão feto-fetal. Os fetos são FIGURA 5-88. Um caso diferente da síndrome de transfusão feto-
visivelmente discordantes no tamanho , com o feto maior à esquerda fetal. O feto à direita da mãe (lado esquerdo da imagem) está preso
(o receptor) demonstrando ascite. contra o útero anterior pela membrana divisora (setas).
176 SíNDROMES FETAIS
ASSOCIAÇÃO VACTERL
. - Diag nóstico. A associação de anomalias vertebrais (em
Definição. Inicialmente descrita em 1973, a associação de particular no nível lombossacral) e defeitos renais , cardíacos
anomalias vertebrais, anais, traqueoesofágicas, renais e radiais e radiais constitui a manifestação clássica da síndrome de
(VATER) representa um defeito no desenvolvimento meso- VACTE RL. É sabido, entretanto, que alguns indivíduos afeta-
dérmico no nível da linha primitiva. Mais recentemente, essa dos não apresentarão todos os achados típicos. O diagnóstico
associação foi expandida para incluir essas anomalias bem pode também ser suspeitado em função de poli-hidrâmnio na
como traços cardíacos e uma descrição mais ampla das ano- presença de um estômago fetal pequeno ou ausente (a fístula
malias dos membros (VACT E RL). VACTE RL é uma sigla traqueoesofágica), hemivértebra ou escoliose, ou defeitos dos
mnemonicamente útil para uma associação não aleatória de membros (em particular, anomalias no rádio, mão torta, defei-
malformações incluindo V (anomalias vertebrais), A (atresia tos de redução e polidactilias), defeitos renais e cardíacos. A
anal), C (anomalias cardíacas), TE (fístula traqueoesofágica presença de uma costela supranumerária (13 2 e 14º pares torá-
ou atresia do esôfago), R (anomalias r enais/urinárias) e L cicos, 62 a 72 lombares) pode ser reconhecida, especialmente
(defeito nos membros [limb, em inglês]) . Considera-se que os com a incidência tridimensional . O diagnóstico por ultrassom
pacientes têm associação VACT ERL quando três ou mais da síndrome VACT E RL pode ser realizado no inicio do
sistemas orgânicos estão envolvidos. Os defeitos mais fre- segundo trimestre, se o feto for gravemente afetado.
quentes descritos são anomalias de fístula traqueoesofágica e Anoma.l ias Gené ticas. H erança ligada ao X e autossô-
anomalias anais ou vertebrais . mlCa recessIva .
Sinô nimos. Sequência VATER, associação VATER, sín- Diagnóstico Diferencial. Qyase metade dos pacientes
drome VACTEL. com fístula traqueoesofágica apresentará outras malformações
Incidência. Incomum. Aproximadamente 300 casos de VACTERL. A síndrome de Townes tem muitos traços
foram reportados. semelhantes . Como a síndrome VACTERL consiste em
Etiologia. Embora a VACTERL ocorra como um anomalias de vários sistemas, transtornos cromossômicos tais
evento esporádico na maioria dos casos, uma alta frequência como trissomia do 18 e trissomia do 13 devem ser excluídos
entre ftlhos de mães diabéticas foi observada. Alguns autores por estudo do cariótipo. Transtornos caracterizados pela
reportam que ratos expostos a doxorrubicina (adriamicina) presença de defeitos vertebrais, renais e/ou radiais (tais como
no período pré-natal demonstraram uma série semelhante de síndrome de trombocitopenia com ausência de rádio, anemia
anomalias . de Fanconi, sindrome de Roberts , sindrome de H olt-Oram,
Risco de Recorrê ncia. Varia de 1% a 50%. sÚldrome de ager, sÚldrome de regressão caudal, sirenome-
Patogênese. Desenvolvimento mesodérmico defeituoso lia, ducto mülleriano, agenesia renal, associação de anomalias
de origem desconhecida, possivelmente um u-anstorno mito- dos membros superiores e das costelas, síndrome da ectrodac-
condrial. tilia-displasia ectodérmica e síndrome deJarcho-Levin) devem
ser considerados.
Anomalias Associadas. Várias. A hidrocefalia geralmen- infecção do trato urmano enquanto aguardam a conclusão
te está associada. da triagem. O acompanhamento urológico é crucial porque a
Prognóstico. De modo geral não é bom, mas depende da maioria dos pacientes, no fill1, precisa de intervenção gelútu-
associação particular de anomalias. Durante as últimas déca- rinária. H oje, os cirurgiões estão mais aptos a corrigir proble-
das, a literatura refletiu um aumento constante na sobrevivên- mas cardíacos e intestinais nesses casos.
cia de crianças com a associação VACTERL. H oje a maioria
das crianças com a associação VACTERL sobrevive.
Conduta. A interrupção da gestação pode ser oferecida Referências
antes da viabilidade. A monitoração ultrassonográfica mensal
Kolker AR, Coombs CJ, MearaJG, et al: Patterns of radial dysmorphology
do crescimento fetal e a avaliação dos defeitos estruturais são with the VACTERL association in lhe adriamycin·exposed prenatal
recomendadas. A realização do parto em um centro terciário ratoAnn Plast Surg 45 :525, 2000.
é necessá.ria para reparo cirúrgico e reabilitação imediatos. O Omim: VACTERL ASSOCIATION WITH HYDROCEPHALUS
sistema de órgãos mais envolvido é o sistema urinário, com 276950.
uma anomalia do trato urinário superior em mais de 90% Kolon TI, Gray CL, Sutherland RW, et ai: Upper urina!")' tract
manifestations of the VACTERL association. J Urol 163:1949,
dos casos. Após o nascimento, pacientes com a associação
2000.
VACTERL devem permanecer em profilaxia antibiótica para
SíNDROME DE WALKER-WARBURG
Definição. A síndrome de Walker-Warburg é um trans-
torno genético caracterizado por descolanlento de retina,
cataratas, microftalmia e anomalias musculoesqueléticas e
do sistema nervoso central (hidrocefalia, lisencefalia tipo lI,
cefalocele) associados a retardamento mental. Foi reportada
inicialmente por Walker em 1942 e revista por Warburg em
1971.
Sinônimos. Lisencefalia tipo lI, síndrome de HARDE
(hidrocefalia, agiria, displasia retiniana e encefalocele), doen-
ça do músculo-olho-cérebro, síndrome cérebro-oculomuscu-
lar, displasia cérebro-ocular-distrofia muscular, síndrome de
Warburg, lisencefalia de Walker, displasia encéfalo-oftálmica e
malformação oculocerebral.
Incidência. Desconhecida.
Etiologia. Herança autossômica recessiva.
Diagnóstico. Dobyns reviu 63 casos em 1989 e estabele-
ceu os critérios de diagnóstico, que incluem lisencefalia tipo lI, FIGURA 5- 93. Pequena cefalocele (seta) em um feto com a sín-
malformações cerebelares, malformação retiniana (em geral, drome de Walker-Warburg. O filho anterior desta família foi afetado
deslocanlcnto da rctina) e distrofia muscular congênita. De de modo semelhante.
fato, a distrofia muscular congênita está presente em 100%
dos casos . Entretanto, uma anlpla variedade de manifestações
oculares e cerebrais foi reportada, além das anomalias prin-
cipais, que incluem: microftalmia, buftalmia, glaucoma con-
gênito, catarata, hipoplasia do nervo óptico, anéria hialoide
persistente, malformação de Dandy-Walker, hidrocefalia, cefa-
locele, microcefalia e agenesia do corpo caloso. Baseado nesse Risco de Recorrência. O risco de recorrência para
amplo espectro de defeitos, a associação de qualquer tipo de casais com filhos previamente afetados é de 25%.
malformação ocular a malformações cerebrais deve levantar Prognóstico. A maior parte dos recém-nascidos afetados
a suspeita da síndrome de Walker-"\Varburg. O achado de um pela síndrome de Walker-Warburg morre no prinleiro ano
anel concêntrico dentro do corpo vítreo (a retina descolada) de vida . Dos poucos que sobrevivem até os 5 anos de idade,
ou a presença de lipoma do corpo caloso é muito sugestivo a maioria tem grave retardamento mental e do desenvolvi-
do diagnóstico. Qyando os achados ultrassonográficos pré- mento .
natais são inconclusivos, imagens por ressonância magnética, Conduta. Qyando detectada antes da viabilidade, a inter-
tomografia computadorizada, eletTOmiografia e estudos de rupção da gestação pode ser oferecida. Após a viabilidade, o
autópsia são indicados após o nascimento para proporcionar cuidado pré-natal padrão não é alterado.
um aconselhamento genético preciso para a fanúlia.
Anomalias Genéticas. Defeito de 9q31.
Anomalias Associadas. Fenda labial e malformações
genitais podem ser encontradas ocasionalmente.
Diagnóstico Diferencial. Anomalias associadas a lisen- Referências
cefalia, tais como Miller-Dieker e Neu-Laxova, são os princi-
Asano Y, Minagawa K, Okuda A, et ai: A case of YValker·Warburg
pais diagnósticos diferenciais. Outros transtornos que devem syndrome. Brain Dev 22:454,2000.
ser excluídos são a síndrome de Meckel, síndrome de Fryns, Blin G, Rabbé A, Ansquer Y, et ai : First·tTimester ultrasound diagnosis
trissomias do 18 e do 13, distrofia muscular congêlúta grave in a recurrem case of Walker·YVarburg syndrome. Ultrasound Obstet
do tipo Fukuyama e infecções virais maternas. Gynecol 26:297, 2005 .
SiNDROMES FETAIS 179
Continua
180 SíNDROMES FETAIS
Adaptada de Soa hey R , \Voodwa rd P, Zweibel WJ: FirsHrimester ult rasou nd:
The essemials. Sem in Ultrasound CT MR 17:2, 1996.
FISIOLOGIA MATERNA E
B DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
FIGURA 6-1 . Corte sagital transabdominal IA) revela um útero Durante as primeiras 2 semanas da pré- e periovulação,
retrovertido de aspecto normal. Um exame transvaginal 181 feito ocorrem alterações cíclicas tanto nos ovários quanto no en-
imediatamente após o estudo transabdominal mostra a vesícula
v itelina no interior de um saco gestacional intrauterino. dométrio, como resultado da influência dos hormônios foli-
culoestimulante (FSH) e luteinizante (LH), produzidos pela
hipófise (Fig. 6_2).17 Inicialmente, sob a influência do FSH,
ser relatada uma ampla variação de anomalias que podem desenvolve-se um folículo ovariano maduro. O estrogênio
afetar o sistema nervoso central, coração, parede abdominal, produzido pelo folículo faz com que a camada funcional do
trato urinário e esqueleto. 5 Ainda não está claro o papel da endométrio se prolifere e torne-se mais espessa, enquanto
ultrassonografia tridimensional (3D) nessa fase do desenvol- as artérias espiraladas se alongam e as glândulas uterinas
vimento, mas trabalhos preliminares sugerem que essa pode crescem em número e comprimento. Como resultado de um
potencialmente minimizar o tempo de exame e fornecer um aparecimento abrupto de LH , ocorre a ovulação e o oócito é
meio excelente para armazenar os seus dados.6 expelido, tipicamente no 142 dia do ciclo. Após a ovulação,
Para compreender os achados ultrassonográficos nor- o folícu lo sofre um colapso e transforma-se no corpo lúteo
mais e anormais numa gestação inicial, é importante enten- glandular, que produz progesterona e uma pequena quanti-
der o desenvolvimento normal e avaliar as alterações críticas dade de estrogênio. Essa atividade hormonal é responsável
e imediatas que estão ocorrendo. O primeiro trimestre pode por alterações histológicas adicionais no endométrio, que
ser dividido em pré-ovu lação e periovulação, concepção e entra na fase secretora, assim chamada porque as glându-
fases de desenvolvimento embrionário e fetal (Quadro 6-1).7 las uterinas agora secretam material rico em glicogênio. As
A discussão a seguir destaca as alterações fisiológicas, em- glândulas tornam-se cada vez maiores, tortuosas e saculares,
briológicas e anatômicas que ocorrem durante esse período e as artérias uterinas espiraladas tornam-se cada vez mais
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 183
Hipotálamo
Glândula hipófise
Hormônios gonadotróficos
/
FSH LH
Desenvolvimento Degeneração do
do corpo lúteo corpo lúteo
Foliculo
primário
Teca
folicular Progesterona
Estrogênio e
Fase Fase
Fase
1------:----,---1
menstrual
--- Fase proliferativa - - - - I f---- Fase lútea
1 isquêmica 1 menstrual
Dias 5 14 27 281 5
FIGURA 6-2. Diagrama de representação das relações entre os hormônios gonadotróficos e as alterações no endométrio e ovário durante um
ciclo menstrual normal. Alterações ovarianas são induzidas pelo hormônio foliculoestimulante (FSH) e pelo hormônio luteinizante (LH). Como
resultado, são produzidos os hormônios ovarianos (estrogênio e progesteronaL que promovem alteraçôes cíclicas na estrutura e função do endo·
métrio. (De Maare KL, Persaud TVN: The Develaping Human: Clinical/y Oriented Embryalagy, 7th Ed. Philadelphia, W8 Saunders, 2003.)
184 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
Parede posterior
do útero
Blastocistos
Estágio de
oito células
Oócito
Foliculo primário
inicial
Vasos
sanguineos
Corpus albicans
. .. ] Desenvolvimento
Endométrio Tecido conjuntivo do corpo
Sangue coagulado lúteo
FIGURA 6-3. Diagrama demonstrando a sequência de ovulação. fertilização e desenvolvimento inicial do embrião. Logo depois que a
mórula entra na cavidade endometrial . há penetração de liquido na massa celular para criar o blastocisto. O blastocisto começa a implan-
tar-se no endométrio decidualizado ao final da semana de gestação. (De Moore KL. Persaud T VN: The D eve/oping Human: C/inica//y
Oriented Embry%gy, 7th ed. Phi/ade/phia, WB Saunders, 2003.)
enoveladas quando invadem a camada superficial compacta o líquido endometrial penetra a massa celular para criar uma
do endométrio. O endométrio continua se espessando como cavidade central. Q uando isso ocorre, a mórula transforma-
resultado do crescimento glandular e vascular e do aumento se em um blastocisto e seu tecido se divide em duas camadas
do líquido estromal. importantes. A camada celular externa , ou trofoblasto, ori-
Durante a 3ª e Si! semanas do ciclo (o período de con- gina finalmente as membranas coriônicas e a contribuição
cepção), ocorre a fertilização , com o desenvolvimento sub- fetal para a formação da placenta. A camada celular interna
sequente da mórula, blastocisto e do embrião bilaminar e desenvolve-se no embrião, âmnio, cordão umbilical e vesícu-
finalmente trilaminar ou plano?8.1O,16 A fertilização ocorre las vitelinas primária e secundária. Ao fim da 3ª semana, o
mais frequentemente no 1Q dia de ovulação (15 Q dia de um blastocisto começa a implantar-se no endométrio deciduali-
ciclo de 28 dias), tipicamente na região ampular, a mais com- zado, um termo aplicado à camada funcional do endométrio
prida e mais larga porção da trompa de Falópio (Fig. 6-3) . Na gravídico espessado e edemaciado (Fig. 6-4).
fertilização, a fusão do ovo com o espermatozóide, cada ga- Durante a 4ª semana, o blastocisto, medindo apenas 1
meta haplóide com 23 cromossomas individuais resulta em mm de diâmetro, fixa-se completamente no tecido endome-
um zigoto, uma célula diplóide com 23 pares ou 46 cromosso- trial. Não é de se surpreender que, durante esse processo,
mas . Nos próximos 2 dias, a massa celular atravessa a trom- quando o tecido trofoblástico invade o endométrio, pode
pa enquanto se divide repetidamente para formar uma esfera ocorrer um sangramento, que pode ser confundido clinica-
sólida de 12 ou mais células, chamada mórula. Qyando a mente com um ciclo menstrual atípico. A 4i! semana é uma
mórula entra na cavidade uterina, no 18Q ou 19Q dia do ciclo, época de rápida proliferação e diferenciação celular, origi-
AVALIAÇÃ O ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTR E DA GESTAÇÃO 185
Glândula uterina Capilares endometriais FIGURA 6-4. Diagrama ilustrando a implantação do blastocisto
no endométrio decidual izado. Observe a extensão da invasão do
tecido do sinciciotrofoblasto, que contribui para a placenta. A
cavidade amniótica tem forma de fenda neste estágio inicial de
desenvolvimento . A cavidade exocelômica torna-se a vesícula
vitelina primária e as camadas de células epiblásticas e hipoblás-
ticas desenvolvem -se em disco embrionário bilaminar. Apesar
destes eventos em andamento, o exame ultrassonográfico ainda
não consegue detectar a presença de uma gestação. (De Moore
KC Persaud TVN: The Developing Human: Clinical/y Oriented
Embryology, 7th ed. Philadelphia, WB Saunders, 2003.)
amniótica
Epitélio
endometrial
Cavidade
Citotrofoblasto
exocelômica
exocelômica Hipoblasto
nando múltiplas estruturas primordiais. A vesícula vitelina um ser humano (Fig. 6-6). Durante a embriogênese, o com-
primária encolhe e desaparece gradualmente enquanto se primento cabeça-nádega (CCN) cresce rapidamente, medin-
forma a vesícula vitelina secundária. Essa última estrutura do 30 mm no final da 1Oª semana.
desempenha um papel crítico no fornecimento de nutrientes As 2 semanas finais do primeiro trimestre (lIa e 1211 se-
para o embrião, servindo como local para a hematopoiese manas de IG) iniciam o período fetal, durante o qual conti-
inicial e contribuindo para o desenvolvimento intestinal e nua havendo crescimento rápido e progressão do desenvolvi-
dos sistemas reprodutores. 9 Um embrião bilaminar delica- mento orgânico. 13 Durante a fase inicial do desenvolvimento
do também se forma entre a vesícula vitelina secundária e fetal, a cabeça é desproporcionalmente grande e constitui a
a cavidade amniótica em desenvolvimento, e é estabelecida metade do CCN. À medida que acelera o crescimento do
uma circulação uteroplacentária primitiva. 8 No final dessa corpo, torna-se aparente uma relativa proporcionalidade.
semana, os produtos da concepção atingem um diâmetro de
2 a 3 mm e são, portanto, detectados por transdutores trans-
vaginais avançados. Além disso, o teste de gravidez torna-se DESENVOLVIMENTO DA PLACENTA E
positivo, porque uma quantidade mensurável de gonadotro-
fina coriônica humana (hCG) é produzida pelo tecido trofo-
MEMBRANAS FETAIS
blástico. Desenvolvimento da Placenta
Durante a última semana do estágio de concepção (5
semanas de IG), há ausência do fluxo menstrual normal e A placenta contém tecidos materno e fetal. O componente
a mulher pode suspeitar que está grávida. Os produtos da materno é derivado de uma porção do endométrio decidua-
concepção continuam a crescer primariamente como um re- lizado, enquanto o componente fetal é derivado de uma por-
sultado da expansão da cavidade coriônica, que atinge um ção de tecido coriônico que circunda o blastocisto. 14
diâmetro de 5 mm (Fig. 6-5). Essa cavidade é identificada A camada profunda de endométrio do concepto implan-
pelos ultrassonografistas como líquido no interior do "saco tado, a decídua basal, forma o componente materno da pla-
gestacional". A vesícula vitelina secundária é identificada centa. A porção superficial da decídua, que cobre o concepto
pelo exame ultrassonográfico, e o disco embrionário bila- que se implanta, é a decídua capsular; o endométrio remanes-
minar em desenvolvimento sofre o processo de gastrulação, cente é a decídua parietal (também chamada decídua vera)
que o transforma em um disco trilaminar com três camadas (Fig.6-7).
germinativas (endoderma, mesoderma e ectoderma). Apesar O componente fetal da placenta é derivado do tecido
dessas transformações, o embrião permanece indetectável na trofoblástico, o qual, na 5a semana de IG, desenvolve-se nos
ultrassonografia . vilos coriônicos que circundam completamente o concep-
As semanas 6 até 10 constituem a fase embrionária, du- to (Fig. 6-7A).15 Inicialmente, esses vilos são uniformes em
rante a qual as principais estruturas internas e externas co- espessura e estão em íntimo contato com o tecido decidual
meçam a formar-se (Qyadro 6-2).11 Embora a maior parte adjacente. Subsequentemente, os dois terços mais superfi-
da função orgânica seja mínima, o sistema cardiovascular ciais dos vilos, localizados imediatamente abaixo da decídu a
desenvolve-se rapidamente e o coração primordial começa a capsular, degeneram para formar o córion liso (também cha-
bater no início da 6a semana. 12 O aspecto do embrião muda mado córion leve) (Fig. 6-7B). Os vilos remanescentes estão
dramaticamente quando este se transforma da sua configu- em contato com a decídua basal e localizam-se adjacentes à
ração semelhante a um disco achatado em uma estrutura em porção mais profundamente fixa do blastocisto. Esses vilos
forma de C e desenvolve-se em uma aparência semelhante a crescem rapidamente em número, ramificam-se abundante-
186 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
Vesícula vitelina
FIGURA 6-5. Diagrama do blastocisto no fim do estágio de desenvolvimento do concepto. O saco gestacional , que agora é visível pela
ultrassonografia , mede aproximadamente 5 mm de diâmetro e contém a vesícula vitelina secundária localizada em oposição à cavidade
amniótica . Um embrião em desenvolvimento está interposto entre estas duas cavidades líquidas. A ultrassonografia identifica geralmente
a vesícula vitelina , embora o embrião ainda não possa ser visto. (De Moore KL, Persaud TVN: The Developing Human: Clinical/y Oriented
Embryology, 7th ed. Philadelphia, WB Saunders, 2003.)
mente e aumentam , enquanto se tornam o córion frondoso, a cada artéria uterina entra no útero na junção uterocervical ,
contribuição fetal para a placenta definitiva. ela ascende ao longo da parede uterina lateral e produz múl-
tiplos ramos arqueados penetrantes. Quando esses ramos
penetram o endométrio, eles se tornam as artérias espira-
Desenvolvimento da Circulação ladas.
Uteroplacentária Com o desenvolvimento embrionário inicial, as artérias
espiraladas localizadas no interior da decídua basal tornam-
Para compreender o desenvolvimento da circulação utero- se cada vez mais proeminentes. As circulações materna e em-
placentária, é útil apresentar um conhecimento básico da brionária lado a lado são estabelecidas inicialmente quando
anatomia e fisiologia do Buxo sanguíneo no útero . O sangue as células trofoblásticas formam os vilos coriônicos, que in-
é direcionado para o útero pelas artérias uterinas, que são vadem porções do endométrio decidualizado (Fig. 6_8)14An-
ramos da divisão a nterior da artéria ilíaca interna. Q.lando tes que se estabeleça a circulação materno-fetal verdadeira,
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 187
A L B R
FIGURA 6-6. A-O. Esquemas durante a fase embrionária de desenvolvimento 16 a 10 semanas de idade gestacional) revelam dramáticas
mudanças tanto no tamanho quanto na forma do embrião. Inicialmente, o embrião tem uma configuração achatada, em forma de disco (A)
sem uma nítida definição entre a cabeça e as nádegas. Logo após, ele se torna em forma de C IB) e, no fim da fase embrionária de desenvol-
vimento, ele tem um aspecto de humano. IB,C) Métodos usados para medir o comprimento cabeça-nádegas e 10) comprimento cabeça-pé.
lOe Maare KL. Persaud TVN: The Develaping Human: Clinical/y Oriented Embryalagy, 7th ed. Philadelph ia, WB Saunders, 2003.)
Cavidade
uterina
Vilos coriõnicos
Decidua basal
Bolsa Vesícula vitelina
amniótica
Decidua basal
Cavidade coriõnica
Vesícula vitelina
Córíon liso
Decídua capsular
Sítio do orifício
interno do útero
Decidua parietal
Tampão mucoso Tampão mucoso
A B
FIGURA 6-7. A. Com 7 semanas de idade gestacional, os vilos coriõnicos envolvem completamen te o saco gestacional e são relativamen-
te espessos onde estão em contato com o tecido endometrial adjacente (decídua basa)). À medida que o saco aumenta, o córion e o tecido
decidual circundante (decídua capsular) projetam-se para dentro da cavidade uterina comprimida e fazem contato com a decídua parietal.
Esta configuração anatõmica dá origem ao sinal do saco decidual duplo . B. D tecido co riõnico comprimido e avascular torna-se liso e é
definido pelos ultrassonografistas como a " membrana" coriõnica . Devido à sua relação anatõmica fixa com a placenta em desenvolvimento,
no evento de um sangramento placentário, o sangue pode dissecar por entre as membranas coriõnicas e o tecido decidual superposto,
dando origem a um hematoma subcoriõnico. (De Maare KL. Persaud TVN: The Develaping Human: Clinical/y Oriented Embryalagy, 7th ed.
Philadelphia, WB Saunders, 2003. )
188 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
Decídua basal
Cordão umbilical
Placa coriônica
Membrana
amniocoriônica
Córion liso
Tampão mucoso
_ -\--\--- - - Vagina
FIGURA 6-8. Circulacões materna e embrionária desenvolvendo-se lado a lado à medida que as células trofoblásticas formam os vilos
coriônicos, que invade'm e causam erosão de porções do endométrio decidualizado. O resultado deste processo é o desenvolvimento de
espaços intervilosos avasculares que por fim recebem sangue materno a partir das artérias espiraladas. Esta relação anatômica permite
que os vilos contendo sangue fetal sejam circundados e perfundidos pelo sangue materno. IDe Moore KL, Persaud TVN: The Developing
Human: Clinical/y Oriented Embryology, 7th ed. Philadelphia, WB Saunders, 2003.)
entretanto, as células trofoblásticas invasoras criam plugs no Uma hipótese alternativa sugere que a transformação do
interior das artérias espiraladas maternas . Os vilas, simulta- espaço interviloso de preenchido por líquido para preenchi-
neamente, corroem porções frágeis da decídua, que aumen- do por sanrrue ocorre gradualmente durante todo o primeiro
tam subsequentemente para formar os espaços intervilosos. trimestre. 3b:31 De acordo com essa teoria, os plugs trofoblásti-
Os espaços intervilosos vão finalmente receber o sangue ma- cos são incompletos e o fluxo venoso está presente normal-
terno a partir das artérias espiraladas e, portanto, os vilas mente no espaço interviloso. O fluxo é de baixa velocidade e
contendo sangue fetal serão circundados e perfundidos por tem baixa pulsatilidade, presumivelmente para evitar que o
sangue materno no final do primeiro trimestre. 19 H á alguma trofoblasto implantado se descole da decídua. Esse fluxo lento
controvérsia sobre como e quando começa a perfusão dos vi- pode ser detectado por técnicas sensíveis DORple.r realiza;
las no primeiro trimestre e quando a circulação materno-fetal das bem cedo, com 5,5 semanas de gestaçao. 32 - 6 A1l1da esta
verdadeira se inicia. Duas hipóteses foram propostas para para ser determinado qual dessas teorias melhor se aproxima
explicar esses eventos. do desenvolvimento fisiológico reaL
A primeira hipótese é baseada em estudos de peças de
histerectomia do primeiro trimestre da gravidez e supõe que
até o fim do primeiro trimestre não há comunicação entre as Desenvolvimento da "Membrana"
circulações materna e fetal, e o fluxo interviloso é ausente 20 -28 Coriônica
Estudos iniciais sugeriram que os espaços intervilosos são
O córion é derivado dos dois terços superficiais dos vilas
inicialmente preenchidos por um líquido límpido, possivel-
coriônicos que, aproximadamente com 10 semanas de IG,
mente plasma materno filtrado. 20 Esses espaços preenchidos
comprimem-se e tornam-se avasculares e subsequentemente
com líquido podem criar um ambiente hipóxico e protetor
degeneram em uma estrutura em forma de membrana (Fig.
para o embrião em desenvolvimento. 29 Quando os plugs tro-
6-7B).14 Os embriologistas a identificam como o córion liso
foblásticos no interior das artérias espiraladas se dissolvem
ou córion leve, e os ultrassonografistas como "membrana"
ou sc deslocam no final do primeiro trimestre, o sangue ma-
coriônica. Como a membrana coriônica e o córion frondoso
terno começa a circular pelos espaços intervilosos. Concor-
se originam dos vilas cOl-iônicos , essas duas estruturas per-
rendo com esse evento há um marcado aumento no fluxo
manecem em íntimo contato durante toda a gestação. Por
sanguíneo uterino, que pode ser documentado pela ultras-
essa razão, a membrana coriônica sempre se estende para
sonografia. 26
cima e funde-se com a margem da placenta. Como descri-
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRAFICA DURANTE O PRIM EIRO T RIM EST RE DA GESTA ÇÃO 189
to anteriormente, a compreensão dessa relação anatômica é glicogênio e muco. 37 Q\.lando a 4a semana termina, apesar da
importante para entender os achado ultrassonográficos que implantação completa, o blastocisto permanece indetectável
acompanham o sangramento placentário. mesmo nas imagens transvaginais de alta resolução, devido
À medida que o saco gestacional cresce, este começa a ao seu tamanho pequeno (1 mm). Durante a semana final da
causar protrusão na cavidade uterina comprimida (Fig. 6-7). fase de concepção, entretanto, justamente quando a paciente
Como resultado, a decídua capsular e o córion liso ficam em se conscientiza de que pode estar grávida , a ultrassonogra-
íntimo contato com a decídua parietal, que se localiza no lado fia pode identificar alterações que sinalizam a implantação
oposto da cavidade uterina. Durante o segundo trimestre, a intrauterina.
capsular e a parietal fundem-se e obliteram a cavidade ute-
rina. Isso permite que a membrana cOl-iônica se torne livre-
mente fixa à decídua parietal. Essas relações anatômicas têm Identificando o Saco Gestacional
importância clínica porque, no sangramento placentário, o
sangue pode dissecar facilmente o espaço entre a membrana
o primeiro achado ultrassonográfico definitivo que sugere
gestação inicial é a visualização do saco gestacional. Usando
cOl-iônica e a decídua parietal (ver discussão
transdutores transvaginais de pelo menos 5 MHz, o tama-
nho confiável para detecção do saco gestacional é de 2 a 3
Desenvolvimento do Âmnio mm, correspondendo ao período entre 4 semanas e 1 dia e 4
semanas e 3 dias de IG (Fig. 6_10).39.41 Na ultrassonografia, o
Com 3 a 4 semanas de IG, juntamente com a implantação e aspecto mais inicial de um saco gestacional é uma pequena
desenvolvimento do tecido trofoblástico, a membrana amn ió- coleção líquida arredondada circundada completamente por
tica começa a formar-se a partir de células que se originam do um halo hiperecogênico de tecido. A coleção líquida central
blastocisto interno (Figs. 6-4, 6-5 e 6-9).8 Essa membrana ini- é a cavidade cOI-iônica e os ecos circundantes são devidos ao
cialmente circunda a cavidade amniótica recentemente for- desenvolvimento dos vi los coriônicos e do tecido decidual
mada, em oposição à vesícula vitelina secundária, também adjacente. À medida que o saco cresce, o halo hiperecogênico
recente , e fixa-se ao disco embrionário bilaminar, que está deve ter pelo menos 2 mm de espessura e sua ecogenicidade
contíguo e entende-se entre o âmnio e o córion. À medida deve exceder a dos ecos rniometriais: 2
que o âmnio e sua cavidade expandem-se rapidamente, eles Para manter a uniformidade , o tamanho do saco gestacio-
circundam o embrião em crescimento. A membrana amniót i- nal deve ser determinado pelo cálcu lo do diâmetro médio do
ca permanece fixa ao embrião no local de inserção do cordão saco gestacional (DMSG). Esse va lor é obtido pela soma das
umbilical; quando o embrião se curva, sua superfície dorsal três dimensões ortogonais da cavidade coriôn ica (excluindo
penetra o saco amniótico. Enquanto o cordão umbilical se o halo hiperecogênico de tecido) dividida por 3 (Fig. 6-11 ).
alonga, a vesícula vitelina secundária, já tendo completado A posição normal de um saco gestacional é na porção
sua função, desloca-se para longe do embrião e é prontamen- média a superior do útero. Q\.lando o saco se implanta no
te visível no interior da cavidade coriônica que está encolhen- endométrio decidualizado, esse deve ficar adjacente ao eco
do. Enquanto a cavidade amniótica continua a se expand ir, linear central, sem deslocar ou deformar inicialmente essa
a cavidade cOl'iônica encolhe e é finalmente obliterada entre estrutura anatômica hiperecogênica (Fig. 6-12). Com base na
a 12 a e a 16a semana. fisiologia da implantação do saco, Yeh et al,43 em 1986, des-
creveram o sinal intradecidual. Usando esse sinal em uma
ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA abordagem transabdominal, esses investigadores relataram
uma sensibilidade de 92 %, especificidade de 100% e acurácia
NORMAL E PONTOS DE REFERÊNCIA
de 93 % para o diagnóstico de gestação uterina inicial (GU 1).
Apesar de considerarmos os períodos pré- e periovulatórios Dois estudos subsequentes, usando uma abordagem transva-
como parte do "primeiro trimestre da gestação", a gestação ginal, foram publicados com o intuito de validar a eficácia
ainda não ocorreu. Porém, a cada mês a camada funcional desse sinal. O relato inicial de Laing et af4 teve resultados
do endométrio sofre mudanças antecipadamente ao evento desapontadores, com uma sensibilidade de 34% a 66 %, es-
da concepção. Durante a menstruação, as imagens ultras- pecificidade de 55% a 73 % e acurácia de 38 % a 65% . Uma
sonográficas mostram o endométrio como uma fina linha investigação subsequente, feita por Chiang et al,45 obteve
ecogênica devido às superfícies endometriais sobrepostas. resultados mais favoráve is, com uma sensibilidade de 60 %
Durante os próximos 10 dias, antes da ovulação, a camada a 68 %, especificidade de 97% a 100% e acurácia de 67% a
funcional prolifera e, na ultrassonografia, percebe-se uma 73 % . A razão para os resultados díspares desses dois estudos
área hipoecóica em torno do eco central linear. A espessura é incerta, mas pode estar relacionada com critérios diferen-
ântero-posterior total desse endométrio multicamadas é de tes usados para identificar precisamente e seguramente a fina
aproximadamente 8 mm. A correlação com amostras histoló- linha ecogênica (linha central uterina) que representa a cavi-
gicas sugere que esse aspecto é devido à relativa homogenei- dade uterina em potencial.
dade do tecido endometrial, com os elementos glandulares O problema, também perturbador, de se identificar pre-
permanecendo retos e ordenados.3i. 38 cocemente um saco gestacional intrauterino com segurança
Durante a fase de concepção da gestação (semanas 3 a é que, com o crescimento contínuo, ele muda da forma ar-
5), apesar das mudanças rápidas e dramáticas envolvendo redondada para a elíptica, e pode desenvolver um contorno
os produtos da concepção, o aspecto endometrial é idêntico irregular como resultado de contrações uterinas adjacentes,
ao observado num ciclo sem concepção. Após a ovulação, o miomas, sangramentos de implantação ou uma bexiga ma-
endométrio entra na fase secretória do ciclo, tornando-se for- terna distendida. Uma vez que mesmo as estatísticas mais
temente hiperecogênico e aproximando-se dos 14 mm de es- favoráveis relatadas não são altamente sensíveis ou acuradas
pessura total. Histologicamente, a ecogenicidade aumentada para a documentação do sinal do saco intradecidual e porque
resulta não apenas das novas interfaces acústicas originadas ocasionalmente um pseudossaco gestacional de uma gesta-
como resultado da tortuosidade vascular e glandu lar, mas ção ectópica e um saco gestacional verdadeiro podem ter um
também dos reflexos produzidos pelas secreções glandulares , aspecto muito semelhante (Fig. 6-13), o valor desse sinal pa-
190 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
Vesícula vitelina
Cavidade coriônica
Cavidade coriônica
Intestino
Cordão umbilical
(coberto por âmnio)
Vesícula vitelina
Bolsa amniótica
Cordão umbilical
Placenta
(vilos coriônicos)
Remanescente da
vesícula vitelina
Âmnio
Bolsa coriôni ca
o (córion liso)
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 191
FIGURA 6-10. Um saco gestacional inicial, medindo 4 mm de FIGURA 6-11. Diâmetro médio do saco gestacional é determina-
diâmetro, é visível como uma pequena estrutura preenchida por do pela soma das três dimensões ortogonais da cavidade coriônica
líquido (a cavidade coriônica) circundada por um halo ecogênico de dividida por 3. O posicionamento correto do caliper está ilustrado
tecido (vilos coriônicos e tecido decidual adjacente) (setas) . entre os calipers um e dois. Observe que a reação coriodecidual
ecogênica não é incluída na medida .
rece limitado. Em casos de gestação muito inicial, deve ser ro trimestre está relacionada com anormalidades no cordão
realizada uma ultrassonografia de controle para documentar umbilical e placenta : 18
o aparecimento da vesícula vitelina ou do embrião. 44 .45 Sinais de Doppler também podem ser obtidos das artérias
À medida que o saco aumenta, este gradualmente com- espiraladas ou vasos subcoriônicos, localizados na junção en-
prime e deforma o complexo do eco cavitário central, dan- tre o m iométrio e os tecidos coriodeciduais hiperecogênicos.
do origem ao aspecto ultrassonográfico característico co- O fluxo nesses vasos é tipicameI1le pulsátil , com um padrão
nhecido _como o sinal do duplo saco decidual (Figs. 6-7 e de baixa resistência (Fig. 6-16). Abaixo da vascularização
6_14).46041 Esse sinal, que está univel'sa lmente presente quan- cOl'iônica está o espaço interviloso (Fig. 6-17). No primeiro
do O DMSG é de 10 mm ou mais , consiste em duas linhas trimestre, o Doppler nesse nível revela um fluxo de padrão
ecogênicas concêntricas circundando uma porção do saco mais semelhante ao venoso, que pode ser de difícil detecção
gestacional. A linha mais próxima do saco representa a cap- (mesmo em uma placenta mais desenvolvida), devido à sua
sular córion liso-decídua , enquanto a linha adjacente, mais velocidade extremamente baixa 22
perifericamente localizada, representa a decídua parietal e Ao longo do primeiro trimestre, a impedância vascular
gera lmente contém uma lâmina líquida. O sinal do duplo diminui e a velocidade do Buxo sanguíneo aumenta, e a
saco decidual é mais efetivo quando a ultrassonografia tran- hemodinâmica uteroplacentária muda de alta resistência e
sabdominal é realizada com 5 a 6 semanas de IG, porque, baixo volume para um estado de baixa resistência e alta velo-
usando essa abordagem, os ultrassonografistas podem con- cidade, que continua pelo restante da gravidez. 31
firmar a presença de uma GUI antes que a vesícula vitelina Durante a ultrassonografia do primeiro trimestre, áreas
seja visualizada. Com o advento quase universal da ultras- hipoecóicas proeminentes com Buxo venoso visível são vis-
sonografia transvaginal, o sinal do duplo saco decidual foi tas ocasionalmente em torno das margens de um saco ges-
relegado a um papel menos importante. O sinal permanece tacional (Fig. 6-18 ). Estas são denominadas lagos venosos.
útil , entretanto, em pacientes em que não se pode realizar D iferentemente do Buxo interviloso verdadeiro, que é difícil
ultrassonografia transvaginaL de ser loca lizado sem ajustes sensíveis do Doppler, um flu-
xo lento no interior desses espaços vasculares pode ser visto
Fluxo Sanguíneo na Gestação Inicial apenas na escala de cinza, se for usado um ajuste de ganho
alto. Devido a essa velocidade extremamente baixa, o Buxo
O padrão de onda característico da artéria uterina principal é difícil de documentar com Doppler colorido ou espectral.
na gestação inicial obtido na junção uterocervical consiste Se não for feita nenhuma tentativa para avaliar a presença de
em um fluxo de alta resistência com uma incisura diastólica Buxo, esses espaços podem ser considerados incorretame nte
proeminente, embora a incisura possa estar ocasionalmen- como hematomas subeoriônieos. Não é ceno que esses espa-
te ausente em uma paciente normal (Fig. 6-15). A incisura ços vasculares tenham algum significado com relação à não
diastólica desaparece tipicamente durante o segundo trimes- evolução da gestação; as opiniões vão de benigno a amea-
tre e em alguns casos bem cedo, como com 13 semanas de ça d01'. 49 ' 50 Portanto, quan do sao
- VistOS
' mu'I tlp
. Ios Iagos, esta'
ge tação. 21 A persistência da incisura diastólica até o tercei- indicado um acompanhamento ultrassonográfico próximo.
192 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRAFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
B
B
FIGURA 6-12. A. Diagrama do sinal intradecidual. O saco gesta-
cional (círculol não desloca ou deforma o complexo central da cavi- FIGURA 6-13. Ultrassonografias transvaginais de duas pacientes:
dade (linha preta retal. A área branca representa tecido decidual uma tinha uma gestação intrauterina (AI e a outra. uma gestação
espessado. (De Laing FC Brown DL, Price JF, et ai: Intradecidual ect6pica (BI. Achados ultrassonográficos semelhantes tornam
sign: Is it effective in diagnosis of an early intrauterine preg- impossível distinguir o aspecto de um saco gestacional de um pseu-
nancy? Radiology 204:655, 1997.1 B. Ultrassonografia transvagi- dossaco gestacional.
nal demonstra o sinal intradecidual. O saco está completamente
englobado pela decídua espessada e não desloca ou deforma o
complexo do eco central da cavidade (setasl.
B
FIGURA 6-14. A. Diagrama do sinal do duplo saco decidual. O saco gestacional (círculol projeta-se para o complexo do eco cavitário deslocando-o
(linha curva). A área branca representa o tecido decidual espessado. (De Laing FC, Brown DL, Price JF et ai: Intradecidual sign: Is it effective in diag-
nosis of an ear/y intrauterine pregnancy? Radiology 204:655, 1997.1 B. Ultrassonografia transvaginal demonstra o sinal de duplo saco decidual. Duas
linhas concêntricas são devidas à decídua capsular-córion liso ecogênico (Del e à decídua parietal (DPI localizada perifericamente. Nesta paciente, a
cavidade uterina contém uma pequena quantidade de líquido. A decidua basal (081 é levemente mais ecogênica como resultado do desenvolvimento
de tecido placentário.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 193
B
FIGURA 6- 15. Padrões de onda da artéria ute rina . A. Traçado da
artéria uterina esquerda com 8,4 semanas de idade gestacional
mostra velocidade sistólica alta e uma incisura protodiastólica. B .
Em outra paciente com 6 ,0 semanas de idade gestacional, o traça-
do da artéria uterina não tem uma incisura diastólica. O resultado
foi normal.
A
FIGURA 6-18. Com exame em escala de cinza, um fluxo visível
é evidente no interior de uma área em crescente contígua ao saco
gestacional (setas), Nesta paciente, o exame de controle confirmou
morte embrionária,
DVV (mm)
8
o
4 5 6 7 8 9 10 11 12
Gestaçã o (semanas)
Saco Geslacional
P610 Fetal
+1
E 100 Bat íme ntos Cardíacos
Co Ventrículo Único
.c
.,
E Foice
u. Coluna Vertebral
()
III Membros Inferiores
Membros Superiores
Movimentos do Corpo
Movimentos dos
20 Membros
Hern lação do Tubo
Digestivo
5 (+) 8 (+) 12 (+ ) Pl exo Coróide
Idade Gestacional (semanas) Fos sa Posterior
FIGURA 6-22. Frequência cardíaca fetal média (± desvio padrão) Dedos das Mãos
em função da idade gestacional. (De Hertzberg BS, Mahony BS, Bowie
Mandíbula
JD: First trimester fetal cardiac activity: Sonographic documentation of
a progressive ear/y rise in heart rate. J Ultrasound Med 7:573, 1988.) Dedos dos Pés
A B
c
FIGURA 6-25. Imagens ultrassonográficas bidimensionais que demonstram alterações do formato do embrião durante o primeiro tri-
mestre. A. Com 6 , 5 semanas de idade gestacional (IGl, não é possível diferenciar a cabeça das nádegas (o embrião está medido entre
os calípers) (comparar com a Figura 6-6A). 8 . Com 8 semanas de IG, o embrião tem uma configuração em forma de C (comparar com a
Figura 6 - 68). A extremidade cefálica torna-se proeminente e contém uma estrutura anecóica facilmente visível: o rombencéfalo em desen-
vol v imento . A nádega podem revelar um apêndice semelhante a uma cauda. Devido à curvatura embrionária, a medida do comprimento
é geralmente um comprimento pescoço-nádegas (entre calípersl, em vez de um comprimento cabeça-nádega. C. Com 10 semanas de IG
(CCN de 30 mm entre calípersl, os membros tornam -se visíveis (seta aberta) e o tubo digestivo está herniado pela base do cordão umbilical
(seta) (comparar com Figura 6-6C). Observe que a cabeça é desproporcionalmente grande com relação ao corpo. D. No final do primeiro
trimestre , o feto tem uma aparência humanóide (comparar com a Figura 6-6D). Observe a proporcionalidade relativa entre o tamanho da
cabe ça e o comprimento global do corpo.
198 AVALIA ÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
médio do saco, 32,6.J Devido à facilidade com que pode ser ob- superior aos métodos convencionais, Dos dois estudos com-
tida, muitas autoridades usa m o DIvISG (ver Fig, 6-11), Entre parativos publicados, um sugeriu que a 3D era superior à
5 e 11 semanas de IG , um método simples e conveniente para volumctria convcncional bidimcnsional,lOo cnquanto o outro
calcular a IG (em dias) usando o tamanho do saco é somar mostrou resultados equivalentes. IOI Nenhum estudo demons-
30 ao DIvISG (em milímetros).'i2,99 Com essa fórmula , um trou superioridade prognóstica das medidas volumétricas em
saco com um diâmetro médio de 5 mm corresponde à IG relação à não evolução da gestação.
de 35 dias, Ainda está para ser demonstrado se a determi- A próxima estrutura característica que pode ser usada
nação do volume do saco pela ultrassonografia 3D pode ser para determinar a idade da ges tação é a presença de uma
200 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
vesícula vitelina. Uma vesícula v itelina sem um embrião ou tros). Para gestações entre 43 e 67 dias , esta
ativid ade cardíaca, detectada por exame transvaginal, cor- tem um limite de segurança de 950/0 em ± 3 dias.o 1
responde a 5,5 semanas de IG 68 Com o desenvolvimento No fim do primeiro trimestre, com o rápido desenvol-
normal, de acordo com a fórmula conhecida previamente, o vimento fetal e mudanças ele posição em flexão e extensão
DMSG deve ser de 8 mm. Se for detectada atividade cardía- limitando a determinação precisa do CCN, as medidas do
ca mas o CCN for muito para ser medido, a IG é diâmetro biparietal e do comprimento do fêmur tornam-se os
relatada como de 6 semanas. 6 Entre 6 e 12 semanas de IG, parâmetros biométricos preferidos para o cálculo da IG. 68 , 108
a determinação da medida do CC é geralmente considera- O fator primário que influencia negativamente a confiabili-
d a o método mais acurado para estabelecer a data gestacio- dade da determinação da IG no primeiro trimestre é o erro
naI.62.63.102.105 Qua ndo o disco embrionário é detectado ini- ao se fazer a medida.
cialmente com 6 semanas de IG, este pode ser muito pequeno
para uma medida acurada, embora as pulsações cardíacas já COMPLICAÇÕES DO PRIMEIRO
seja m frequ entemente visíveis (Fig. 6-29). Dentro de alguns TRIMESTRE
dias , o compri mento linear do disco embrionário pode ser
med ido, embora não seja possível realmente distinguir a ca- Devido à sequência complexa de evenros que aco mpanham
beça da nádega (Figs. 6-6A e 6-25A ). À medida que o embrião o desenvolvimento no primeiro trimestre, não é raro ocor-
cresce e assume a forma de um "C", a extremidade cranial rerem complicações. Aproximadamente 15% das gestações
torna-se relativamente proeminente e identificável (Figs. 6- clinicamente reconhecidas sofrem abortamento espontâneo;
6B, 6-25B e 6-27A ). Antes de 8 semanas de IG, devido a outra a taxa de interrupção é estimada em duas a três vezes maior
flexão dramática da cabeça, o maior comprimento ao lon?io nas gestações muito iniciais e geralmente não reconhecidas
do maior eixo é na verdade uma medida pescoço-nádega . 06 clinicamente.109.11O
Até o final da fase embrionária do desenvolv imento, com a Sangramento vaginal em spot ou hemorragia franca é
extensão gradual d a cabeça e a regressão da cauda , é possí- muito comum e é vivenciado por aprox imadamente 25%
vel uma medida verdadeira do comprimento cabeça-nádega das pacientes durante as primeiras semanas de gestação.109
(Figs. 6-6e e 6-25C). Geralmente o sangramento é temporário e autolimitado e
Robinson ,lOi em 1973, inicialmente relatou o uso do CCN é provavelmente devido à implantação do concepto no en-
para a datação gestacional. Durante os 2 anos seguintes , ele e dométrio decidualizado. Se for realizada a ultrassonografia
Fleming refinaram sua metodologia e, no seu artigo referen- nessas pacientes, os resultados serão gera lmente normais.
cial de 1975, estabeleceram que "uma única medida do CCN Em um quadro de dor severa, contrações uterinas e colo
poderia estimar a maturidade até entre ± 4,7 dias com 95% dilatado, a gestação está fad ada ao fracasso. Nesses casos,
de segurança com base em uma única med ida." L02 Apesar a ultrassonografia geralmente não é indicada, mas pode ser
do equipamento relativamente pouco refinado, suas tabelas usada seletivamente para determinar se estão presentes res-
resistiram consideravelmente à prova do tempo, embora tos ovu lares, o que requer uma curetagem.
tabelas mais recentes (algu mas baseadas em est udos trans- Se o colo está longo e fec hado em uma paciente com
vaginais ou gestações concebidas por reprodução assistida) sa ngramento vaginal , o diagnóstico é ameaça de aborto. Esse
ten ham modificado os números origina is para refletir mais termo, aplicável em aproximadamente 25% das gestações
prccisamente a detcrminação da IG na gestação muito inicial clinicamente apresentadas de 20 semanas ou menos , é usa-
(Tabela 6_6).59,62.63.66.68 do quando se considera clinicamente que a paciente tem um
Como o crescimento embriológico normal é quase linear embrião potencialmente vivo. A ameaça de aborta mento
a 1 mm/d,52.6J.63.95 a IG em dias também pode ser estimada engloba uma ampla variedade de condições que são deno-
pela soma de 42 ao comprimento embrionário (em milíme- minadas com base no estágio de desenvolvimento e aspecto
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 201
I Tabela 6-6 1Medida do Comprimento Cabeça-Nádega com Relação à Idade Menstrual (IM)
IM Méd ia (Seman as) IM Média (Semanas)
ultrassonográfico dos produtos da concepção (T abela 6_7).111 A próx ima seção revisa os achados ultrassonográficos na
A aná lise dessas gestações sugere que 50% eventualmente ameaça de abortamento (com a exceção da doença trofoblás-
evoluem para aborta mento; as 50 % res tantes apresentam se- tica gestacional e gestação ectópica, discutidas separadamen-
gu imento norma l. I09 O termo abortamento inevitável, ainda co- te nos C apítulos 29 e 32). H á ênfase nos critérios tr ansvagi-
mum na linguagem clínica, não descreve adequad amente as nais que podem ser usados para diferenciar uma gestação do
alterações fisiopatológicas e deve ser aba ndonado. 1I2 Em seu primeiro trimestre normal de uma anormal e com seguran-
lugar, deve ser usado morte embrionária, quando houver nítida ça. C omo um ponto prático de d iscussão, e com relação ao
evidência de embrião morto, e ovo cego deve ser usado para útero, os achados ultrassonográficos são divididos naqueles
descrever uma gestação anormal com um saco gestacional, que revelam, ausência do saco intrau terino, um saco sem um
mas sem embrião visível. Para simpli ficar o assunto sem a fe- embrião e um saco contendo um embrião.
tar de for ma adversa o trata mento cl ínico, deve-se considerar
descrever qualquer ges tação intrauterina anormal do primei- Ausência de Saco Intrauterino
ro trimestre como aquela que foi malsucedida, ou interromPida.
O utras entidades que podem se apresentar clinicamen- Se o útero parece normal no exa me ult rassonog ráfico ou se o
te como ameaça de abortamento são a gestação ectópica e a eco endometrial parece proe minente e não há saco gestacio-
doença trofoblástica gestacional. O s achados na ult rassono- nal visível, o diagnóstico diferencial incl ui ausência de ges-
grafia de pacientes com ameaça de abortamento são cruciais tação, uma CUI em estágio muito inicial (normal ou anor-
e essenciais porque, em m ui tos casos, eles não apenas po- mal), ou uma gestação ectópica. Leva ndo-se em consideração
dem determinar o diagnós tico preciso como também podem que há um teste de gravidez positivo, na ma ioria das vezes
orientar o tratamento. Ocasionalmente, para interpreta r cor- O prognóstico é desfavorável. Isso é porque a maioria das
retamente as image ns ultrassonográficas, também é necessá- pacientes com ameaça de aborta mento após 6 semanas de IC
rio saber o nível quantitativo de hC G sérico (ver U tilidade no exame ultrassonográfico normalmente revela produtos de
do hCG na Gestação de Primeiro Trimestre). concepção intrauterinos.11O
202 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANT E O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
1Tabela 6-7 1Achados Clínicos e Ultrassonográficos Típicos de Ameaça de Abortamento e Gestação Intrauterina Anormal
Termo Sinais Clinicos Niveis Séricos hCG Achados Ultrassonográficos
Evolução Nor ma l
Ameaça de Sangramento vaginal, coágulos Elevação exponencial normal Embrião com atividade cardíaca
abortamento (raramente), colo fechado
Saco gestacional vazio (5-6,5 semanas)
que subsequentemente se deseuvolve
com embrião
Útero vazio (3-5 semanas)
Evolução Anorm a l
Abortamento completo Passagem completa do embrião Qyeda rápida Útero vazio
e tecido gestacional
Abortamento Passageu1 incompleta de tecido Qyeda lenta ou platô Típico endométrio espessado e irregular
incompleto gestacional ou líquido na cavidade endometrial
Abortamento em curso Sangramento, geralmente com Variável; usualmente, platô Saco gestacional em processo de
coágulos e contrações uterinas expulsão
Morte embrionária Falha de crescimento uterino, Variável; elevação inicial Discreto embrião sem atividade
(fetal) ausência de batimentos cardíacos, normal, então platô ou cardíaca
quando esperados queda
Ovo cego (gestação Falha de crescimento uterino, Variável; elevação inicial Discrepância entre o desenvolvimento
a nembrionada) ausência de batimentos cardíacos normal, então platô ou queda do saco gestacional e o desenvolvimento
fetais , quando esperados embrionário, com pequeno ou nenhum
resíduo embrionário
Q.lando O endométrio está anormalmente espessado ou apenas em 23 % do tempo quando não foi detectado fluxo
com ecogenicidade irregular, o diagnóstico diferencial inclui sanguíneo. Du as investigações adicionais sugeriram que a
sangramento intrauterino ou restos ovulares após um abor- conduta expectante tem um resu ltado melhor quando a ul-
tamento incompleto, uma reação decidual associada a gesta- trassonografia revela um abortamento incompleto (ou seja,
ção ectópica ou alterações deciduais resultantes de uma GU! restos ovulares), ao contrário de um saco gestacional intacto
ainda não visível. A história da paciente em com a (com ou sem um embrião visível)Y4,115
dosagem quantitativa de hCG geralmente podem apontar a Se o exame ultrassonográfico não revela um saco in-
causa específica dos achados ultrassonográ.ficos. A falha em trauterino e o nível quantitativo ele hCG é menor elo que o
detectar um saco intrauterino quando os níveis de hCG exce- número mínimo para a detecção do saco, as considerações
dem um número mínimo específico* exclui uma GU! normal diagnósticas incluem uma GU! (normal ou anormal) ou
(ver Utilidade do hCG na Gestação de Primeiro Trimestre). uma gestação ectópica. Sob essas circunstâncias, o quadro
A ausência de sangramento abundante aumenta a probabili- clínico da paciente e seu desejo de manter ou interromper
dade de uma gestação ectópica. a gestação deve determinar se devem ser realizados exames
Com sangramento vaginal abundante, é mais provável a seriados (hCG sérico ou ultrassonografia ou ambos) ou se
existência de restos ovulares ou sangramento intrauterino, há necessidade de uma intervenção. Com base nas conside-
embora não se possa excluir completamente uma gestação rações clínicas, esta última inclui laparoscopia, laparotomia,
ectópica. Sob essas circunstâncias, a avaliação pelo D oppler curetagem uterina ou administração de metotrexato, ou uma
pode ser útil para detectar a presença de restos (Fig. 6-33). combinação dessas.
Quando o resto ovular está presente, as opções terapêuticas
disponíveis incluem intervenção cirúrgica (dilatação cervical
ou curetagem), tratamento medicamentoso (com um análogo
da prostaglandina tal como o misoprostol) ou conduta expec- DETECTANDO UM SACO SEM UM
tante . Vários estudos sugerem que a ultrassonogra.fia pode EMBRIÃO OU UMA VEsíCULA VITELINA
ser útil para detectar as pacientes que podem receber conduta Q uando o exame ultrassonográfico revela um saco sem em-
expectante. Por exemplo, com um fluxo sanguíneo detectá- brião ou sem vesÍCula vitelina, o diagnóstico está limitado
vel na região presumível do espaço interviloso, Schwarzler et a uma dessas três entidades: (1) uma GU! normal; (2) uma
a/113 relataram uma taxa de sucesso de 80 %, com abortamen- GU! anormal; ou (3) um pseudossaco gestacionaJ em uma
to espontâneo ocorrendo em 7 dias, enquanto isso aconteceu paciente com prenhez ectópica.
Teoricamente, um saco intrauterino pode ser distinguido
de um pseudossaco gestacional porque o primeiro se locali-
*Nesse contexto. um nümero ou nível mínimo refere-se ao valor mais baixo para
za no interior da decídua, enquanto o outro fica no interior
o qual Utll certo achado deve ser sempre detectado; ao contrário, um nümero ou da cavidade uterina (Fig. 6-12).43 Na prática, a distinção é
IÚVe! limítrofe referem-se ao valor mais baLxo para o qual um achado pode ser geralmente difícil de ser feita com certeza (Fig. 6-13). Portan-
deleclado por ultrasso nografia. to, uma ultrassonografia de controle deve ser realizada para
AVALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANT E O PRIM EIR O TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 203
A
FIGURA 6-34. Apesar de um diâmetro médio do saco gestacional
de 22 mm , a ultrassonografia transvaginal não conseguiu mostrar
vesícula vitelina e também o embrião. Est e aspecto é diagnóstico
de uma gestação não evolutiva. Observe o sinal do duplo saco
decidual (entre setasl, confirmando um saco gestacional intrauteri -
no e não um pseudossaco gestacional de uma prenhez ectópica.
embrião, ou antes que ele seja detectável, utilizando os equi- reação coriodecidual fina « 2 mm), pouco ecogel1lca ou
pamentos disponíveis atualmente. Em uma série de 3.500 irregular; e ausência de um duplo saco decidual quando o
abortamentos consecutivos no primeiro trimestre, Byrne et DMSG excede os 10 Geralmente o saco associado a
al l18 determinaram que o embrião não se desenvolveu em uma gestação não evoluída ou em vias de interrupção tem
mais de 60% dos casos. Apesar de um estado anembriona- múltiplas alterações trofoblásticas anormais (Fig. 6-35).
do, o tecido trofoblástico continua a funcionar, resultando Recentemente, anormalidades trofoblásticas sutis têm
na continuação do crescimento do saco gestacional, embo- sido relatadas utilizando-se a abordagem transvaginal. Em
ra numa taxa menor. Enquanto o DMSG aumenta em 1,13 uma investigação de mulheres assintomáticas entre 5 e 12 se-
mm /d em uma gestação normal, a taxa de crescimento de um manas de IG, Bajo et al l1 9 mediram a espessura trofoblástica
saco anormal é de apenas 0,70 mm/d. 52 Com base nessas ob- no sítio de implantação embrionária e notaram que , em 15%
servações, o crescimento anormal do saco gestacional pode dos casos, a diferença entre a IG (em semanas) e a espessura
ser diagnosticado com segurança quando o DMSG falha em trofoblástica excedeu 3 mm. Isto foi associado a uma taxa de
aumentar em pelo menos 0,6 mm/d. 64% de abortamento nos 7 dias seguintes ao estudo ultras-
Em casos possivelmente anormais e naqueles com sacos sonográfico. Uma observação do primeiro trimestre muito
que são menores que o tamanho mínimo para a visualização menos comum, também associada a prognóstico reservado,
da vesícula vitelina ou da atividade cardíaca, o conhecimen- consiste em um abaulamento convexo irregular que surge
to de parâme tros de desenvolvimento e crescimento normal na superfície coriodecidual e projeta-se pa ra dentro do saco
do saco permite ao ultrassonografista estimar um intervalo gestacional (Fig. 6-36). Em um relato de 15 pacientes (preva-
de tempo apropriado entre os exames ultrassonográficos ini- lência de 0,7%) com essa protuberância coriônica, Harris et
ciais e de acompanhamento. Em condições ideais, o estudo al 120 relataram abortamento subsequente em 8 (53%) pacien-
de repetição deve objetivar a identificação tanto da vesícu- tes. Deve-se ter cuidado quando se faz essa observação, uma
la vitelina quanto da atividade cardíaca. Por exemplo, se o vez que essa projeção de tecido para o saco gestacional pode
DMSG inicial é de 4 mm , um estudo de acompanhamento simular um embrião inviável adjacente à placenta em desen-
deve ser feito para detectar atividade cardíaca quando o saco volvimento. A fisiopatologia para ambas as observações é es-
alcança um diâmetro de 16 mm. Como o diâmetro do saco peculativa, mas os respectivos autores sugerem insuficiência
gestacional aumenta em aproximadamente 1 mm /d, um in- placentária inicial e um hematoma salientando-se para den-
tervalo de tempo apropriado entre os dois exames ultrasso- tro do saco. Obviamente, a mensagem a ser guardada é que
nográficos é de pelo menos 12 dias. Em contraste, se o exame "quanto maior a atenção, mais se vê".
ultrassonográfico inicial revelar um DMSG de 12 mm (sem
atividade cardíaca), o exame de controle deve ser feito apro-
ximadamente 4 dias após, para determinar se a gravidez está
PAPEL DO DOPPLER
se desenvolvendo normalmente. O Doppler também pode ser útil para determinar se uma
estrutura intrauterina com aspecto de saco que não tem
Aspecto do Trofoblasto embrião é um saco gestacional verdadeiro. Q.lando uma
coleção líquida intrauterina de aspecto inespecífico é identi-
Inicialmente descrito com base na ultrassonografia transa- ficada, o Doppler pode ajudar a diferenciar um pseudossaco
bdominal, uma reação coriodecidual ou trofoblástica de as- gestacional associado a uma gestação ectópica de um saco
pecto anormal consiste em um formato distorcido do saco; gestacional intrauterino, normal ou anormal. O fluxo em
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMEST RE DA GESTAÇÃO 205
A B
FIGURA 6-38. A. Óbito de um embrião com idade gestacional de 9,1 semanas pode ser documentado por um traçado no modo M que
mostra ausência de atividade cardíaca. O Doppler colorido (B) também pode confirmar este diagnóstico, documentando ausência de fluxo
sanguíneo embrionário.
como em algumas pacientes assintomáticas. Durante a gesta- houve aumento na taxa de abonamento apesar do hematoma
ção inicial, quando ocorre a implantação, a gênese para essas intrauterino visível.136.137 Uma explicação para as opiniões va-
coleções se relaciona mais provavelmente com os efeitos ero- riadas pode estar relacionada com a localização em oposição
sivos do córion frondoso (a contribuição fetal para a placenta ao tamanho do hematoma. Por exemplo, um pequeno hema-
definitiva), quando este penetra a deddua basal (a contribui- toma retroplacentário pode estar associado a um prognósti-
ção materna para a placenta definitiva). Mais tarde, é mais co relativamente pior que um hematoma maior situado na
provável que seja devido ao sangramento venoso associado cavidade endometrial e longe da placenta. 13S Para confundir
à separação ou ruptura da margem placentária ou do seio ainda mais, também há evidência que sugere que o sangra-
marginal. I31 Uma variedade de palavras descritivas, incluindo mento do primeiro trimestre está associado a um resultado
intrauterina, perigestacional, de implantação ou subcoriônica, adverso, mas isso é estatisticamente independente da presen-
pode ser usada para caracterizar essas hemorragias maternas. ça ou ausência de um hematoma.134.139 Outras variáveis que
Qyando isto ocorre, o sangue disseca pelo caminho de menor podem confundir, isoladas ou combinadas, também podem
resistência e por último pode ser localizado em uma variedade exercer um papel na determinação de uma evolução ruim da
de posições com relação ao saco gestacional e à placenta em gestação. Estas incluem um risco aumentado para abortamen-
desenvolvimento (Fig. 6-39). À medida que o sangue segue to espontâneo com um hematoma progressivamente maior,
sua trilha, e torna-se distante da placenta, ele geralmente eleva idade materna avançada, IG mais inicial, bradicardia, fumo ,
a membrana coriônica (córion liso) conectada, dissecando-a, e saco gestacional com tamanho pequenoY2.134.135.140 Apesar
bem como a deddua vera presa. Desse modo, ele circunda dessas características de prognóstico ruim, um estudo bem
todo o saco gestacional. Se a coleção penetra a cavidade en- feito, que avaliou progressivamente gestações entre 6 e 13 se-
dometrial adjacente, o sangramento torna-se clinicamente evi- manas de IG, mostrou que tanto as mulheres sintomáticas
dente. Semelhante aos hematomas do corpo, a ecogenicidade como as assintomáticas podem ter assegurada uma gestação
do sangue depende de sua idade e da quantidade de coágulos com alta probabilidade de resultado favorável se a ultrasso-
associados (Fig. 6-40). Em geral, a hemorragia aguda é hipe- nografia confirmar atividade cardíaca fetal e os resultados do
recóica ou isoecóica com relação ao tecido placentário. Com a exame forem normais. 125 Felizmente, apesar do sangTamento
evolução, ocorre liquefação, e a coleção torna-se mais anecói- vaginal, a maioria das pacientes com essa complicação apre-
ca, mas sempre contém debris residuais. senta uma gestação com resultado favorável.
A literatura revela amplamente o disparate entre os acha-
dos com relação à má evolução da gestação em mulheres com
Frequência Cardíaca
sangramento vaginal no primeiro trimestre . Vários estudos
sugeriram um risco duas a três vezes aumentado de aborta- Qyando a atividade cardíaca é primeiro detectada entre 5 e 6
mento espontâneo, 126.132·135 enquanto outros relataram que não semanas de IG, a frequência é relativamente baixa (Figs. 6-22
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 207
e 6-23 e Tabela 6-4). Embora frequências cardíacas médias um bom com alta probabilidade de uma evolu-
de 82 bpm com 5 semanas de IG e 96 bpm com 6 semanas de ção normal. I
IG tenham sido relatadas,I.11 a maioria dos investigadores re- Apesar de tudo, devido aos riscos relatados associados a
latou uma média de frequência entre 100 e 115 bpm entre 5 e anormalidades da frequência cardíaca, deve-se considerar a
6 semanas de IGn.78·8o A frequência cardíaca média aumenta realização de exames ultrassonográficos de controle quando
para aproximadamente 140 bpm com 9 semanas de IG n De- a frequência cardíaca embrionária for mais baixa ou mais
vido à frequência cardíaca inicial relativamente lenta, um re- alta que os limites do normal para uma determinada IG, ou
lato define bradicardia como menos de 120 bpm entre 6,3 e 7,0 se for detectado um ritmo irregular.
semanas. 73 Múltiplas investigações documentaram um resul-
tado adverso pela bradicardia embrionária, e isso é especial- SACO PEQUENO - ATRASO DE
mente preocugant_e quando o sangramento vaginal também CRESCIMENTO
está presente. O acompanhamento próximo e contínuo
dos embriões com bradicardia inicial (com 6 a 7 semanas de D urante o primeiro trimestre, o volume de líquido no inte-
IG) é necessário, porque, mesmo se a frequência se norma- rior do saco gestacional não é rotineiramente relatado por-
lizar com 8 semanas de IG, ainda haverá uma taxa de 25 % que a maioria dos sacos gestacionais do primeiro trimestre
de abortamento ao final do primeiro trimestre (Fig. 6_41).142 contém pequenas quantidades de líquido, relativamente se-
Uns poucos casos documentados relataram a bradicardia do melhantes. Ocasionalmente, entretanto, a quantidade de lí-
primeiro trimestre associada a arritmias atrial e ventricular; quido em um saco de primeiro trimestre está visivelmente
tipicamente, o prognóstico é ruim (Fig. A análise diminuída , resultando em um saco pequeno para a data. Em
da bradicardia do primeiro trimestre também confirma uma dois trabalhos que avaliavam o resultado da gestação na pre-
associação com anomalias estruturais e cromossômicas, es- sença de oligodramnia do primeiro trimestre, a incidência de
pecialmente a trissomia do 18 e triploidia.I.15. 146 Ao contrário, abortamento espontâneo estava entre 80 0/0 e 94%, apesar da
outros defeitos cromossômicos, incluindo a trissomia do 21 atividade cardíaca normal (Fig. Nesses estudos , a
e, especialmente, trissomia do 13 e síndrome de Turner, têm oligodramnia foi diagnosticada quando a diferença entre o
uma associação a taquicardia do Erimeiro trimestre (deter- DMSG e o CCN era menor que 5 mm. Mesmo discrepâncias
minada a 10-14 semanas de IG)I 6 Em outra investigação, menos severas, na taxa de 5 a 8 mm, têm risco aumentado
porém, que avaliou frequências cardíacas embrionárias com para o abortamento, com uma taxa relatada de 25%.148 Isso
7 semanas de IG ou antes , a frequência cardíaca elevada teve não é surpreendente quando um saco pequeno está presente ;
208 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
B
A
c
FIGURA 6-40. Três pacientes com sangramento intrauterino de ecogenicidades variadas. A. Uma grande quantidade de sangue ecogênico
circunda um embrião muito pequeno (seta). Como a ecogenicidade do hematoma é idêntica à do tecido placentário , pode ser difícil de dis -
tinguir uma da outra. O Doppler colorido pode ser útil para mostrar fluxo sanguíneo intraplacentário. B. Apesar de seu tamanho moderado,
este hematoma (entre calipers) é difícil de identificar porque sua ecogenicidade é semelhante à do tecido adjacente. C. Nesta imagem,
a estrutura anecóica proeminente em forma de crescente (entre calipers) poderia ser confundida com um saco gestacional. Na verdade,
trata -se de um hematoma subcoriônico, que circunda parcialmente o saco gestacional adjacente (seta).
outros indicadores de prog'nóstico adverso, tais como bradi- feito na implantação inicial da placenta. 153 essas mulheres ,
cardia embrionária, sangramento materno e atraso de cres- a concentração circulante de PAPP-A está diminuída: como
cimento embrionário, também podem estar associados.1 35. 138 essa proteína derivada do trofoblasto é uma parte de um
Embora um saco de ta manho pequeno seja relativamente complexo sistema que, entre outras coisas , controla a invasão
incomum (verificado em 1.9% das pacientes férteis ), J.l8 essa trofoblástica da decídua , a diminuição dessa substância pode
observação pode ser usad a para aconselhar as mulheres que ter um impacto negativo sobre o desenvolvimento place ntá-
se apresentam com esse achado. rio e resu ltar em disfunção placentária crônica.
Ocasionalmente, é visto um embrião vivo, que é menor
do que o esperado, com base na data acurada ou antes da
AVALIAÇÃO DA VEsíCULA VITEllNA
investigação ultrassonográfica. Estudos sugerem que uma
medida de CCN menor do que o esperado no primeiro tri- Devem ser considerados o tamanho e o aspecto da vesícula
mestre reflete restrição inicial do crescimento, que persiste vitelina na gestação inicial, embora, uma vez documentada a
durante a gestação e está associada a baixo peso ao nascer, atividade cardíaca, a vesícula vitelina é relegada a um Jtatus
baixo percentil de peso ao nascer e parto prematuro.1 50.152 A secundário. Uma vesícula vitelina normal tem um diâmetro
ongem do crescimento fetal deficiente pode refletir um de- máximo de 5 a 6 mm com aproximadamente 10 semanas de
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 209
A B
FIGURA 6-41. A. Um exame inicial, feito com 6 semanas de
idade gestacional (IG) demonstra bradicardia embrionária de 76
batimentos por minuto. B. Um exame de controle feito 12 dias
depois (7,7 semanas de IG) demonstra crescimento embrionário
normal e uma frequência cardíaca normal de 136 batimentos por
minuto. C. O controle, com 10 semanas de IG, porém , revelou óbito
embrionário. Observe a vesícula v itelina anormalmente ecogênica,
que aparecia normal nos 2 exames anterio res .
IG. Embora diâmetros anormais de vesícula vitelina sejam dessas gestações não foi relatado, de modo que a implicação
geralmente reportados como associados à interrupção subse- diagnóstica dessa observação não é conhecida. 157
quente da um estudo de 14 casos em que a Uma abordagem prática para esse ass unto é considerar
vesícu la vitelínica apresentava diâmetro maior que o 95º per- qualquer paciente com uma vesícula vitelina maior como
centil para a IG relatou gestações com evolução l1orma1. I.>6 apresentando risco aumcntado para o aborlamellto es poIltâ-
Uma observação interessante. recentemente relatada em neo. Em nossa experiência, exames de controle revelam que
um grupo de 18 mulheres com diabete insulino-dependen- muitas, mas não todas, dessas pacientes têm morte embrioná-
te. revelou que, durante o primeiro trimestre, o diâmetro da ria subsequente (Fig. 6-44).
vesícula vitelinica era significativamente maior quando com- Uma vesícula vitelina d e aspecto anormal também está
parado com um grupo de controle. Infelizmente, o res ultado associada à interrupção precoce da gestação. '51 Casos espo-
210 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
A B
FIGURA 6-42. Com 7,4 semanas de idade gestacional, observou-se que este embrião tinha uma frequência cardíaca irregular, que variava
entre 76 batimentos por minuto IA) e 120 batimentos por minuto IB). Um exame feito 2 semanas após revelou morte do embrião.
c
FIGURA Quatro pacientes diferentes, cada uma com o que parecia ser um proeminente sinal da dupla bolha. A. Esta é uma inter-
rupção da gestação , que, pela determinação acurada das datas, tinha 7,8 semanas de idade gestacional (IG) (seta aponta para o âmnio).
B. Este embrião de 7 semanas de IG apresentava bradicardia (81 batimentos por minuto), assim como um âmnio anormalmente espessado
(seta). O exame de controle con firm ou o óbito. YS, vesícula vitelina. C. Estas duas estruturas redondas quase opostas representam duas
vesículas vitelinas associadas a gêmeos monozigóticos. D. Este caso, que tem aspecto virtualmen te idêntico ao C, é devido a um cisto do
cordão umbilical adjacente à vesícu la vitelina; o embrião vivo está entre estas 2 estruturas (seta). A gestação terminou subsequentemente
com 18 semanas.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 213
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CCN (em )
configuração hipoplásica , em forma de T , do endométrio, correção cirúrgica. Em comparação com mutações cromos-
cada qual contribuindo para uma taxa anorma lmente alta sômicas embrionárias letais, esses casos são relativamente
de abortamento. poucos em número.
O prognóstico para uma gestação bem-sucedida em pa- O termo abortamento de repetiçâo descreve a situação de três
cientes com anormalidades estruturais uterinas está rela- ou mais perdas espontâ neas no primeiro trimestre, o que afe-
cionado com anormalidade específica e se esta é passível de ta aprox im adamente 10/0 dos casais. 109 Como a causa desse
214 AV A LIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANT E O PRIMEIRO T RIMESTRE DA GESTAÇÃO
D Aberrações cromossomiais
D Mutações genéticas
D Agentes ambientais
FIGURA 6-52. Representação gráfica mostrando as causas de anomalias congênitas humanas. (De Moore KL, Persaud TVN: The Deve/oping
Human: Clinica//y Oriented Embri%gy, 7th ed. Philade/phia, W8 Saunders, 2003, pp 158-186.)
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ao desenvolvimento anormal
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tre.J83.186 Nesses estudos, resultados conBitantes também são plicações gestacionais. A maioria dos autores concorda que,
evidentes; um estudo sugeriu um IR relativamente aumen- com 11 semanas de IG, a resistência elevada na artéria ute-
tado no corpo lúteo associado à ameaça de abortamento,'84 rina pode identificar pacientes em risco tanto para restrição
enquanto outro não encontrou diferença significativa nessa do crescimento intrauterino quanto para hipertensão gesta-
medida comparada com a população de controle,185 De for- cional.I87·189 Uma explicação para essa relação é a invasão
ma interessante, ambos os estudos concordaram que o IR trofoblástica inadequada ou incompleta dos vasos maternos
estava anormalmente aumentado nas pacientes que sofreram durante o primeiro trimestre, A identificação precoce de pa-
aborto. '84 ,'85 Os IRs do corpo lúteo também foram medidos cientes com risco para essas complicações poderia permitir
como um esforço para predizer interrupção da gestação; os uma rotina adicional e possível intervenção,
resultados dessa investigação mostram que esse parâmetro
não pode ser usado com sucesso para esse propósito. 186
Embora o Doppler não tenha se mostrado útil para pre- DETECTANDO ANOMALIAS FETAIS
dizer o sucesso de uma gestação no primeiro trimestre, pes- Malformações fetais congênitas podem ser o resultado de
quisadores confirmaram uma relação entre a resistência da fatores genéticos ou cromossômicos, ambientais ou combi-
artéria uterina no primeiro trimestre e subsequentes com- nados. Em mais de 50 % dos casos, a origem é desconhecida ;
216 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
porém, quando uma causa é identificada. a maiona ocorre com certeza até o segundo trimestre, anormalidades grossei-
devido a aberrações cromossômicas (Fig. 6-52 ). Causas am- ras, como grandes encefaloceles, holoprosencefalia. defeitos
bientais, ou teratogênicas, são responsáveis por aproximada- da parede ventral e gêmeos siameses, podem geralmente ser
mente 10% das anomalias. O tempo de exposição do embrião detectadas na fase fmal do primeiro trimestre ..J·1 9 1.1 92 Apesar
ao teratógeno é crítico para O resultado da gestação (Fig. disso, nesse período inicial de desenvolvimento, a detecção
6-53 ). Exposições muito precoces (até 5 semanas de IG ) tipi- de anomalias permanece limitada pelo tamanho pequeno do
camente têm um único resultado: ou o embrião morre ou ele feto.
não será afetado. A exposição durante a organogênese (5 a
10 semanas de IG) geralmente afeta o desenvolvimento orgâ-
nico e resulta em graves anomalias congênitas. A exposição
ARMADILHAS DE DESENVOLVIMENTO
durante a fase fetal apresenta resultado variável. 190 À medida que o embrião se desenvolve, várias estruturas
Com a melhoria tecnológica continuada, o exame de ima- anatômicas normais sofrem alterações de desenvolvimento
gem do embrião tem progredido para muito além da identi- que podem ser erroneamente interpretadas como anormais.
ficação da atividade cardíaca e da medida do CCN. Embora Uma confusão em potencial é um espaço cístico, prontamente
muitas anomalias congênitas não possam ser diagnosticadas visível no crânio posterior entre 7 e 9 semanas de IG, que é o
desenvolvimento do rombencéfalo (Fig. 6-54). Essa estrutura
contribui para o desenvolvimento final do quarto ventrículo,
pedículo cerebral e cerebelo, e não deve ser confundida com
uma malformação de Dandy-vValker ou hidrocefalia.
Outra fonte potencial de confusão é a proeminência no
local de inserção do cordão umbilical do feto. Iniciando
na 83 semana de gestação, a herniação fisiológica do tubo
digestivo fetal para a base do cordão umbilical cria uma
massa focal. Esta massa pode medir até 7 mm de diâmetro
e torna-se tipicamente mais proeminente com 9 a 10 sema-
nas de IG, em concomitância com uma rotação de 90 graus
no sentido horário do tubo digestivo em torno da base da
artéria mesentérica superior (Fig. 6-55). A massa não deve
medir mais que 7 mm, deve sumir ao final da llª semana
de IG, quando o tubo digestivo retorna para sua localização
A B
FIGURA 6-55. A. Embrião de 10 semanas com uma massa redonda projetando-se a partir da parede abdominal , representando o intes-
tino fisiologicamente herniado para a base do cordão umbilical (setas). Com a continuação do desenvolvimento normal. a massa não está
mais presente com 12 semanas de idade gestacional. B. Imagem tridimensional de um feto de 10 semanas com intestino fisiologicamente
proeminente na base do cordão umbilical (setas).
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 217
B
FIGURA 6-56. Anencefalia. A. Feto de 12 semanas com ausência
do c rânio e tecido cerebral distrófico projetando-se sobre a face
(setas). O tamanho da cabeça é menor do que o normal. 8 . Feto de
onze semanas (ca/ipers) com anencefalia e tecido cerebral distrófi -
co estendendo-se anteriormente à face (setas).
A B
FIGURA 6-59. Linfangiectasia e higroma cístico. A. Feto de quatorze semanas englobado por marcado espessamento cutâneo e edema
(e ntre ca/ipersl devido a linfangiectasia difusa. 8. Imagem coronal da cabeça e do pescoço de um feto diferente demonstrando imagens
císticas focais em volta do pescoço (setas), representando um higroma cístico.
cerebral resultante da falha de clivagem do prosencéfalo em loceles e amputações de membros. Casos graves de divisão
dois hemisférios cerebrais, a cabeça fetal contém um gran- do feto podem, às vezes, ser diagnosticados no primeiro tri-
de espaço cístico e a foice e o plexo coróide estão ausentes mestre (Fig. 6-62) .1 97. 198 Normalmente, no final do primeiro
(Fig. 6-58) .1 95 Essa anomalia devastadora é vista geralmente trimestre, a parede ventral deve aparecer intacta e todas as
na trissomia do 13 e, portanto, uma vez identificada, deve-se quatro extremidades devem ser identificadas.
aconselhar imediatamente o exame do cariótipo. gêmeos monoamnióticos estão presentes durante
A presença de grandes imagens císticas atrás da cabeça a fase inicial do primeiro trimestre, geralmente é difícil dizer
fetal, pescoço e tronco, como um espessamento da translu- se eles estão juntos ou estão separados, porém bem próximos.
cência nucal (Cap. 3), está associada a cromossomos anor- No fim do primeiro trimestre, entretanto, com o aumento da
mais, particularmente trissomias do 13, 18 e 21 e síndrome cavidade amniótica, geralmente é possível diferenciar gêmeos
de Turner. Essas coleções líquidas são chamadas de hig;romas siameses verdadeiros de gêmeos individuais monoamnióticos,
cÍslicos ou LúYàngiectasia. 196 As imagens císticas podem se es- e seu local de junção pode ser identificado (Fig. 6-63) .1 99.200
tender para baixo pelo tronco do feto, aparecendo como um
halo ao redor do feto , ou as imagens podem ficar confinadas
na parte posterior do pescoço fetal (Fig. 6-59).
Grandes defeitos da parede ventral, tais como a onfolocele e
CONCLUSÃO
a gastrosqulse, podem ser diferenciados da herniação fisiológica A ultrassonografia transvaginal mudou a abordagem clínica
do tubo digestivo com base no tamanho da protrusão da mas- para avaliar pacientes durante o primeiro trimestre de ges-
sa na parede abdominal anterior e da persistência da massa tação. Em mulheres assintomáticas, ela pode determinar o
após 12 semanas de lG. Se o tamanho da massa antes de 12 se- nlllnero de sacos gestacionais e datar com precisão a gesta-
manas de IG for de mais de 7 mm, deve-se suspeitar de defeito ção. Em mulheres que apresentam ameaça de abortamento,
da parede ventral, e uma ultrassonografia de controle deve ser a ultrassonografia é geralmente o primeiro e t.'tnico estudo
realizada após 12 semanas de IG, para confirmar o diagnósti- necessário para descartar as muitas considerações clínicas
co. A projeção de massa de uma onfalocele tipicamente tem um diferenciais. Em aproximadamente 500/0 dessas pacientes, os
contorno liso e arredondado, porque o contet.'tdo abdominal resultados revelam uma GUl normal, e a gravidez progride
exteriorizado é contido por uma membrana peritoneal (Fig. sem dificuldade. Nas demais pacientes evoluções são
6_60 ) .1 97 O contorno da gastrosquise é tipicamente irregular, anormais, a ultrassonografia pode usualmcnte diagnosticar
porque as alças intestinais que se projetam através do defeito o problema específico e pode ser realizado um tratamento di-
não são contidas por uma membrana (Fig. 6-61). ligente e apropriado. Nos poucos casos restantes, uma deter-
Síndrome da banda amniótica é caracterizada por deformi- minação quantitativa de hCG pode estat-indicada, ou podem
dades do feto , incluindo defeitos na parede ventral, encefa- ser necessários exames seriados de hCG e ultrassonografia.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 219
A
8
FIGURA 6-60. Onfalocele. A. Feto de onze semanas com peque-
na massa arredondada na base do cordão umbilical (entre calipers),
que persistiu no exame de controle após 12 semanas de idade ges-
tacional. B. Doppler colorido de feto com 12 semanas com grande
onfalocele (setas) demonstrando vasos umbilicais passando atra-
vés do saco da onfalocele. C. Ultrassonografia tridimensional do
mesmo feto de 8 demonstrando o saco de onfalocele arredondado
(seta) anterior ao abdome fetal.
c
220 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO
A B
FIGURA 6-61. Gastosquise. A. Massa de fo rma irregular (setas) projetando-se a pa rtir da parede abdominal anterior neste feto de
14 semanas, representando alças intestinais projetando-se para a cavidade amniótica através do defeito da parede abdominal anterior.
B. Imagem com Doppler colorido demonstrando que a inse rção do cordão (seta) no abdome fetal está intacta.
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7
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E
DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
Henry L. Galan , MD, Santosh Pandipati, MD e Roy A. Fil\y, MD
300
Métodos para Determinação da Idade
Menstrual 250
Estimativa de o
'/)
± 3 dias 100
Inseminação artificial"
± 3 dias
."zE
Registro de intercurso único"
Registro de temperatura corporal basal" ± 4 dias 50
Exame físico no primeiro trimestre ± 2 semanas
± 4 semanas
o
Exame físico no segundo trimestre 8 12 16 20 24 28 32 36
Exame físico no terceiro trimesn'e ± 6 semanas Dias Menstruais
Exame ultrassonográfico no primeiro trimestre
(cabeça-nádega ± 18% do comprimento estimado) FIGURA 7- 1. Extensão da fase folicular do ciclo menstrual em um
grande número de pacientes estudadas por Matsumoto, Nogami e
Exame uln'assonográfico no segundo trimestre (cabeça ± 18°/0
Ohkuri 4 Observe que a distribuição é enviesada para a direita , com
da circunferência estimada, comprimento do fêmur) um número mais alto de pacientes ovulando tarde no cicio (> dia 21)
Exame ultrassonográfico no terceiro trimestre (cabeça ± 8% do que mais cedo no ciclo « dia 11). Isso corresponde aos achados
da circunferência estimada, comprimento do fêmur) no estudo por Waldenstróm , Axelsson e Nilsson,6 no qual um estudo
ultrassonográfico no começo do trimestre intermediário concordou
com a história menstrual em apenas cerca de 80 % dos casos. Em
D P. desvio·padrão. 3 % , a idade pela avaliação ultrassonográfica foi maior que a esperada
' Esses são indicadores da idade concepcional (idade mens trual = idade a partir da história menstrual ótima (correspondendo à ovulação pre-
concepcional + 14 dias). coce) , e, em cerca de 17 % , a idade por avaliação ultrassonográfica foi
Adap tado de J ames D. Bowie. M.o., Duke U niversiry Medical C enter. menor que a esperada a partir da história menstrual ótima (indicando
ovulação tardia) . (Adaptado de Matsumoto S, Nogami Y, Ohkuri S:
Statistieal studies on menstruation: A eritieism on the definition of
normal menstruation. Gumma J Med Sei 11:294, 1962.)
o conhecimento da idade menstrual é importante para
o obstetra porque ela afeta o tratamento clínico de várias
maneiras importantes. Primeiro, o conhecimento da idade
menstrual é usado na gravidez inicial para marcação de fiável por causa de oligomenorréia, eventos de sangramento
procedimentos invasivos como biópsia de vilo corial e arnnio- anormal, uso de anticoncepcional hormonal, engravidar no
centese genética, e na interpretação de testes bioquímicos, primeiro ciclo ovulatório depois de um parto recente ou ovu-
tais como a triagem de biomarcadores séricos maternos lação muito precoce « dia 11) ou muito tardia (> dia 21 ) no
expandidos ("triagem quádrupla") para avaliação do risco de ciclo menstrual. Esse último ponto pode ser particularmente
defeitos do tubo neural e anomalias cromossômicas (p. ex., a importante, porque Matsumoto, Nogami e Ohkuri4 relataram
trissomia do 21 e a do 18) nas quais a faixa normal de valores que a ovulação precoce ou tardia ocorre em aproximadamen-
muda com o passar do tempo. Segundo, o conhecimento da te 20% da população (Fig. 7-1 ). De fato , muitas fórmulas e
idade menstrual permite ao obstetra prever parto espontâneo discos de determinação da data da gravidez se baseiam em
normal ou planejar parto eletivo dentro do tempo destinado uma gestação de 280 dias começando do momento da DUM,
a uma gravidez a termo (de 37 a 42 semanas); isso também o que, por sua vez, tem por base um ciclo menstrual regular
possibilita que o médico institua medidas que otinúzarão a de 28 dias composto de 14 dias nas fases folicular e lútea,
evolução fetal quando o trabalho de pano acontecer antes de cada uma. Não é de surpreender, então, que Campbell el al. 5
37 semanas ou deixar de acontecer após 42 semanas. Terceiro, e Waldenstr6m, Axelsson e Nilsson6 tenham observado que,
o conhecimento da idade menstrual é importante ao avaliar mesmo em pacientes com ótimas histórias menstruais , um
o crescimento fetal porque a faixa normal para o tamanho de único diâmetro biparietal (DBP) no segundo trimestre foi
qualquer parâmetro fetal se altera com o avanço da idade. l mais preditivo da data estimada do parto (DEP) que a data
Assim, um peso fetal de 2.000 g seria normal com 33 sema- do parto calculada a partir do 1Q dia da última menstruação
nas mas indicaria restrição do crescimento com 36 semanas. normal. Muitas vezes se ouvem as afirmativas "Esta paciente
Q.lando uma anomalia é descoberta ultrassonograficamente, tem boas datas" ou "Aquela paciente tem más datas". O que
as escolhas da mãe são fortemente influenciadas pela idade constitui "boas" em oposição a "más" datas ? Ótimas histórias
menstrual. Praticanlente todas as decisões clínicas importantes menstruais estão presentes quando a paciente tem uma última
exigem conhecimento da idade menstrual. menstruação normal certa (preferivelmente registrada em um
Antes do advento da ulu'assonografia, a idade menstrual calendário), menstruações regulares , nenhuma exposição a
era estabelecida pela história menstrual da paciente, corrobo- contraceptivo hormonal e nenhum sangramento incomum.
rada, preferivelmente durante a inicial, pelo exame Assim, não deve ser surpreendente que as indicações mais
físico do tamanho uterino e confirmada no período pós-natal comuns de obstétrica sejam relacionadas à
pelo exame físico do recém-nascido. 2.3 Todos esses três parâ- incerteza a respeito da idade menstrual.
metros , isoladamente ou em combinação, eram notoriamente Os estudos destinados a avaliar a
inexatos (Tabela 7-1), mas a história menstrual podia ser duração da gravidez se baseiam em medidas do feto, usando
especialmente enganosa por várias razões. Primeira, muitas o tamanho como um indicador indireto da idade mens-
mulheres não lembram precisamente o 1Q dia da última mens- trual. 1.7·32 Esses estudos em geral contaram com a avaliação
truação (DUM), principalmente se não estiverem tentando em corte transversal de grandes números de pacientes com
conceber. Também algumas mulheres comumente compreen- datas conhecidas do começo da última menstruação normal
dem erradamente a pergunta proposta e informam o último e nenhuma variável agravadora na história menstrual que
dia em vez do 1Q dia de sua última menstruação. Além disso, questionasse sua validade. Rossavik e Fishburné 3 demons-
para as que se lembram de sua DUM, ela pode não ser con- traram que essas populações são equivalentes a populações
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOM ETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETA L NORMAL E ANORMAL_ .2
_ 2 .7
com datas de concepção conhecidas para estudos desse tipo. usado paTa tesw- a validade da biometria fetal ultrassono-
A maioria dos estudos também não considerou pacientes com gráfica foi menos preciso que a própria medida ultrassono-
rrestações múltiplas e com uma história que pudesse afetar gráfica. O resultado é que a amplitude da v31-iação em torno
o crescimento fetal. Em uma 311álise em corte da média, de qualquer medida ultrassonográfica, é em parte
tTansversal adequadamente planejado de qualquer parâmetro devida à imprecisão imposta pelo uso da DUM p31-a cons-
biométrico fetal, são feitas medições em um gr3l1de número truir o eixo da curva que define a medida ultrassonográfica.
de fetos uniformemente distribuídos pela faixa inteira de ida- É muito importante compreender a variação nas medições.
des menstruais, com cada feto sendo medido apenas uma vez Entret3l1to, na prática, deve-se sempre escolher a medida
na gestação; esse último ponto é impOrt311te para evitar viés média para manejo de caso clínico. A principal razão p31-a
(búlS) nas estimativas de variabilidade. Os dados são, então, conhecer a variação de dada predição de medida é aferir o
analisados US311do-se a 311álise de regressão, tendo a idade perigo potencial para a paciente se a estimativa média estiver
menstrual como a v31;ável dependente, e são geradas equa- muito dist311te da realidade. Durante o resto desta seção,
ções que vão predizer a idade menstrual quanto a qualquer serão providas indicações para avaliar o potencial de erro.
medida ou conjunto de medidas dados. A maioria das tabelas
publicadas que fornecem predições de idade menstrual a par-
tir de medidas ultrassonográficas foi gerada dessa m311eira. I PRIMEIRO TRIMESTRE DA
O valor de qualquer parâmetro biométrico estudado ofe- GRAVIDEZ (DE O A 13 SEMANAS)
recido (p. ex., DBP, circUlúerência cefálica [CC] , comprimen-
to do fêmur [CF] , comprimento do lóbulo da orelha, largura O mais inicial sinal inequívoco de gravidez uS3l1do avaliação
- d o " saco gestaclOn
u Itrassonogr áfilCa é a d emonstraçao . ai".3"5-41
da narina) se baseia na facilidade de obtenção da medida e
na precisão com a qual ela prediz a idade menstJual. Uma Curiosamente, o termo saco gestacimzal é em grande parte uma
medida que seja obtida facilmente mas seja inexata para julg31' invenção dos primeiros ultrassonologistas, que o utilizav3l11
para descrever a estrutura semelhante a um 311el que eles iden-
a idade menstrual é de pouco valor. Do mesmo modo, uma
tificavam dentro do útero de mulheres com teste de gravidez
medida que prediga exatamente a idade menstrual mas seja
positivo. O termo mais preciso é saco corirmico. Ele corresponde
também muito difícil de se obter em geral não é valiosa . Em
aos vilos cOl-iônicos em desenvolvimento que geram o 311el
mãos inexpel;entes, uma medida difícil é muitas vezes obtida
ecogênico brilll311te observado junto da cavidade endome-
imprecisamente, assim 311U13l1do o seu efeito salutar sobre a
trial. O líquido contido ali dentro é quase totalmente liquido
predição da idade. As medidas atualmente recomendadas pelo coriônico durante o desenvolvimento muito inicial. Com o
American Institute of Ultrasound in Medicine (DPB, CC, primeiro equipamento de braço 31-ticulado (exame estático)
circunferência abdominal [CAl e CF) são adequadas para a e o equip3111ento tr3l1sabdominal em tempo real, o saco ges-
finalidade de estimar a idade menstrual; qualquer medida tacional não podia ser visualizado até aproximad3l11ente 6
adicional para predizer a idade menstrual tem que melhorar sem311as menstnlais, mas com o novo equip31nento em tempo
os preditores atuais, e até agora nenhuma apareceu. real de alta resolução, p31-ticularmente aqueles equipados com
Independentemente do número de medidas ultrassono- tJ-311sdutores transvaginais, o saco gestacional pode geral-
gráficas que se use na predição da idade menstrual, é muito mente ser visto com 5 sem311as menstruais. Nessa fase inicial
import3l1te lembr31- que isso é uma ilúerência de idade a p31-tir na gestação, o diâmetro interno médio do saco gestacional,
de tamanho, bem como compreender a variabilidade que é calculado como a média do diâmetro ântero-posterior, do
associada com qualquer estimativa dessas. A v31;abilidade, diâmetro transverso e do diâmetro longitudinal (o chamado
usualmente resultado de erro de medição ou variabilidade diâmetro médio do saco [DMSG]) pode fornecer uma estima-
biológica real no tamanho, é expressada sob a fOlma de ±2 tiva da idade menstrual em uma gl-avidez desenvolvendo-se
desvios-padrão, o que deve ser aplicável a 95% dos fetos em normalmente (Tabela 7-2). Importante, a medida do DMSG
uma população normal. Deve-se sempre m3l1ter em mente, no é obtida a partir da interface dos vil os coriônicos e o líquido
ent311to, que em 5% das vezes as estimativas ficarão fora desta coriônico. POrt311to, ela representa uma estimativa do diâme-
faixa. A inspeção da magnilllde dos erros máximos observados tro médio interno do saco coriônico. A parede do saco não
nos dados de regressão originais dará uma idéia geral acerca está incluída.
do maior erro que se poderia fazer prospectiv31nente predizen- Há alguma controvérsia na literatura a respeito da idade
do a idade menstrual em um contexto de caso clínico. precisa na qual a ultrassonogl-afia é capaz de primeiro detec-
Relatar uma estimativa de idade menstrual com uma ou tar um saco coriônico (gestacional); as estimativas variam de
duas casas decimais para dada medida ou de medi- 3 a 5 semanas.38,42,44 Há menos controvérsia a respeito do
das fetais pode result31- em uma suposição não razoável a tamarmo do saco gestacional quando ele é observado pela
respeito do grau de exatidão, pelo clínico primál;o da pacien- primeira vez.44 Agora se considera que é aproximadamente de
te. Import311te, ao relatar a estimativa de idade menstrual, é 2 a 3 mm DMSG. Similarmente, a maioria dos observadores
sensato evit31- a provável má compreensão. Os números car- concorda com o fato de que o DMSG aumenta cerca de 1 mm
dinais (1,2,3, e assim por di3l1te) são usados para contar. Os por dia no começo da gestação.36,42,45,46 A controvérsia retoma
números ordinais, para express31- sucessão (prinleiro, segun- quando se estudam as estimativas de idade do DMSG por
do, terceiro, e assim por di3l1te). Embora muitas vezes usados vários autores. 38,42.43 Dados embriológicos e dados recentes
uns pelos outros, eles não são intercambiáveis. Um feto na 2(J'- reunidos por de CrespigllY, Cooper e McKenna44 deixam
semana menstrual da gravidez está entre as idades de 19 semanas pouca dúvida de que o pMSG é igual a 2 a 3 mm com 4
e O dia e 19 semanas e 6 dias, enquanto um feto que tem 20 sem3l1as e 3 a 4 I E razoavelmente seguro admitir que
semanas menstruais tem 20 semanas e O dia. O número cardinal um saco gestacional atinge 5 mm com 5 semanas. 43 Assim (até
é mais preciso. Estimativas ultrassonográficas de idade mens- que um DMSG de 25 mm seja alc311çado), a IG em dias pode
trual devem ser relatadas em números cardinais. 34 ser calculada adicion3l1do-se 30 ao DMSG (i. e.) DMSG com
Conforme assinalado 311teriormente, o DPB5_6 foi mais 5 semanas ou 35 dias = 5 mm).36.46
preditivo da D PP que a D PP calculada a partir do 1Q dia da O embrião inicial não pode ser visto neste momento, mas
última menstruação normal_ Assim, o padrão-ouro que foi há duas características que diferenciam o saco gestacional do
228 AVALIAÇÃO ULT RASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
Relação entre o Diâmetro Médio do Saco Gestacional. a Idade Menstrual e o Nível de Gonadotrofina
Tabela 7- 2 1
I Coriônica Humana
Diâmetro Médio do Saco Gestacional Faixa Etária Predita hCG Predita (mUl/mL)
(mm) (semanas) =95% IC* Faixa = 95% IC t
2 5,0 (4,5-5,5) 1.164 (629-2.188)
3 5,1 (4,6-5,6) 1.377 (77l-2.589)
4 5,2 (4,8-5,7) 1.629 (863-3.036)
5 5,4 (4,9-5,8) 1.932 (1.026-3.636)
6 5,5 (5,0-6,0) 2.155 (1.226-4.256)
7 5,6 (5,1- 6,1) 2.704 (1.465-4.990)
9 5,9 (5,4-6,3) 3.785 (2.085-6.870)
10 6,0 (5,5-0,5) 4.470 (2.400-0075)
11 6,1 (5,6-6,6) 5.297 (2.952-9.058)
12 6,2 (5,8-6,7) 6.267 (3.502-11.218)
13 6,4 (5,9-6,8) 7.415 (4.1 45-13.267)
14 6,5 (6,0-7,0) 8.773 (4.894-15.726)
15 6,6 (6,2-7,1) 10.379 (5 .767-18.682)
16 6,7 (6,3 - 7,2) 12.270 (6.776-22.235)
17 6,9 (6,4-7,3) 14.528 (7.964-26.501 )
18 7,0 (6,5-7,5) 17.188 (9.343-31.621 )
19 7,1 (6,6-7,6) 20.337 (10.951-37.761 )
20 7,3 (6,8-7,7) 24.060 (12.820-45.130)
21 7,4 (6,9-7,8) 28.464 (15.020-53.970)
22 7,5 (7,0-8,0) 33.675 (17.560-64.570)
23 7,6 (7,2-8,1) 39.843 (20.573-77.164)
24 7,8 (7,3-8,2) 47.138 (24.067-93.325)
*A idade pred ita a partir do diâmetro médio do saco ges tacional é de Daya S. \'Vood S, "Varei S, et ai: Earl y pregnancy assess ment Wilh transvaginal ult rasound scanning.
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l e : inrervalo de confiança: he C. go nadotrofin a eOl'iônica humana.
A B
c
FIGURA 7-4. Esta imagem em tempo real transva ginal de alta resolução dem onstra uma vesícula vitelina antes Que o embrião seja visível.
Assim, um comprimento cabe ça-nád ega não pode ser medido neste estágio do desenvolvimento embrionário . A-C. Em lugar disso , um diâmetro
médio do saco coriônico é determinado, o "diâmetro méd io do saco" . Três medidas - comprimento (A), prof undid ade (8) e largura (C) - são
obtidas, somadas e a seguir divididas por três. O comprimento e a profundidade são medidos na mesma imagem orientada longitudinalmente ,
enquanto a largura é medida em uma imagem transversalmente orientada. Observe também que as medidas são obtidas a partir da interface
do líquido coriôni co com a orla de vilos coriôni cos; a " parede" não é incluída .
230 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
c o
FIGURA 7-5. A. Esta imagem em tempo real transvaginal de alta resolução demonstra o embrião inicial (El, que mede aproximadamente
3 mm neste caso, correspondendo a uma idade menstrual de aproximadamente 6 semanas ± 8 % (3 dias). A vesícula vitelina (YS) é identifi-
cada imediatamente adjacente ao embrião porque não há pedículo vitelino neste estágio do desenvolvimento embrionário. 8. Esta imagem em
tempo real transvaginal de alta resolução demonstra a medição típica do comprimento cabeça-nádega. Esta medida é o comprimento máximo
em linha reta e não um comprimento cabeça-nádega verdadeiro. C. Posição dos cursores para medir o comprimento cabeça-nádega verdadeiro.
D . Método de medição do comprimento axial máximo.
De modo geral, houve extrema uniformidade nos dados diminui à medida que o primeiro trimestre da gravidez se
de CCN a partir de vários centros para determinação da aproxima de seu fim. Uma vez que a população do estudo
data desde os estudos originais de Robinson 51 e Robinson de MacGregor tinha datas conhecidas de concepção, esse
e Fleming,52 e foi demonstrado que medições feitas com aumento na variabilidade com o avanço da gravidez foi
equipamento estático de imagem, equipamento de tempo real considerado como representando a variabilidade biológica
transabdominal e equipamento de tempo real transvaginal inicial no tamanho embrionário ou fetal. Em um esforço para
não ?-fontam diferenças importantes. Adicionalmente , Silva simplifica.r o relato de estimativas de variabilidade, H adlock
el aI." avaliaram pacientes com datas conhecidas de concep- et aI. avaliaram a variabilidade como porcentagem da idade
ção usando sondas transvaginais de alta resolução, e seus predita e demonstra.ram que a variabilidade é relativan1ente
dados corresponderam estreitamente aos dos investigadores uniforme em 8% paI'a medidas de CCN entre 2 111111 e 12 cm.
iniciais . A única dificuldade com os estudos mais antigos é Assim, para uma predição da idade menstrual pelo CCN de
que eles não fornecem dados antes de 7 semanas. Isso impôs 8 semanas, o intervalo de confiaI1ça de 95% é de 8 semanas
um problema ao estimar a idade menstrual de embriões ± 80/0 = 8 semanas ± 0,64 semana. Sinlliarmente, para uma
detectados antes de 7 semanas. Em um estudo abrangente estimativa de idade com CCN de 15 SemaI1aS, a variabilidade
do CCN, Hadlock et al. 23 desenvolveram tabelas de medição seria de 15 semanas ± 8% = 15 semanas ± 1,2 semana. O
estabelecendo idade menstrual para CCN tão pequeno quan- tempo ótimo para predição da idade menstrual a paI·tir de
to 2 mm e estenderam a faixa dos dados de CCN para cima medidas de CC é entre 6 e 9 semanas.
até medidas tão grandes quanto 12 cm (Tabela 7-3). A maio- Benson e Doubilet8 recomendaram as seguintes regras
ria dos estudos iniciais do CCN demonstrou que a exatidão práticas para estimativas visuais da idade menstrual no come-
do método para predizer idade menstrual foi 3 a 5 dias (± 2 ço do primeiro trimestre. Se for observado um saco coriônico
desvios-padrão (gestacional) sem vesícula vitelina ou embrião, estimaI- a idade
Em um estudo de MacGregor et al.,56 no entanto, foi em 5 semanas menstruais. Se for visto um saco cOl-iônico (ges-
demonstrado que a precisão da técnica diminuiu à medida tacional) com uma vesícula vitelina mas sem um embrião, esti-
que a gravidez avançou para o final do primeiro trimestre. mar a idade em 5,5 semanas menstruais. Se for visto um saco
H adlock et al. 23 concordaram com o fato de que a exatidão coriônico (gestacional) com um embrião diminuto «5 111111)
AVALIAÇ Ã O ULTRASSONOGRÁFICA DA BIO METRIA FETA L E DO CRESCIMEN TO FETAL NORMAL E ANORMAL 231
PRESENTES OU AUSENTES
SEMANAS
DE GESTAÇÃO 4 5 6 7 8 9 10 11 12
SACO GESTACIONAl
SOMENTE
100
.....
VEsíCULA VITELlNA
O 91 100 -...
POlO FETAL COM
MOVIMENTO CARDíACO O O 86 100 ---
VENTRíCULO
ÚNICO O O 6 82 70 25 O O O
FOICE
O O O O 30 75 100 100 100
HÉRNIA DO
TUBO DIGESTIVO 100 100
O O O O 100 50 O
INTERMEDIÁRIO
CASOS TOTAIS 6 11 15 17 10 13 15 11 6
FIGURA 7- 6. O aparecimento sequencial de características morfológicas como o saco coriônico , vesícula vitelina, embrião e feto desenvol-
ve-se no primeiro trimestre da gravidez. Embora usado pelos autores, "pala fetal " é um termo inexato. Embrião e feto são termos prefe ridos.
Observe que o saco coriônico (gestacional) é identificado em todas as gestações normais começando com 5 semanas menstruais. A vesícula
vitelina é vista em todas as gestações normais a partir de 6 semanas menstruais em diante, e o embrião é visualizado em todas as gestações
normais a partir de 7 semanas menstruais em diante . Embora de algum interesse cientificamente, os tempos de aparecimento do "ventrículo"
(vesícula) cerebral, foice e hérnia do tubo digestivo intermediário não são de valor na determinação precisa da data da gravidez. (De Warren
WS, Timor- Tritsch I, Peisner OS, et ai.: Dating the ear/y pregnancy by sequential appearance af embryanic structures. Am J Obstet Gynecal
161:747, 1989.)
I Tabela 7- 3 I Idade Menstrual (lM)* Predita a partir de Medições* do Comprimento Cabeça-Nádega (CCN)t
CCN IM CCN IM CCN IM CCN IM CCN IM CCN IM
0,2 3, 7 2 ,2 8,9 4,2 11 ,1 6,2 12,6 8,2 14,2 10,2 16,1
0,3 5,9 2,3 9,0 4,3 11,2 6,3 12,7 8,3 14,2 10,3 16,2
0,4 6,1 2,4 9,1 4,4 11,2 6,4 12,8 8,4 14,3 10,4 16,3
0,5 6,2 25 9,2 4,5 11 ,3 6,5 12,8 8,5 14,4 10,5 16,4
0,6 6,4 2,6 9,4 4,6 11,4 6,6 12,9 8,6 14,5 10,6 16,5
0,7 6,6 2,7 9,5 4,7 11,5 6,7 13,0 8,7 14,6 10,7 16,6
0,8 6,7 2,8 9,6 4,8 11 ,6 6,8 13,1 8,8 14,7 10,8 16,7
0,9 6,9 2,9 9,7 4,9 11,7 6,9 13,1 8,9 14.8 10,9 16,8
1,0 7,2 3,0 9,9 5,0 11,7 7,0 13.2 9,0 14,9 11 ,0 16,9
1,1 7,2 3,1 10,0 5,1 11,8 7,1 13 ,3 9,1 15,0 11 ,1 17,0
1.2 7,4 3,2 10,1 5,2 11,9 7,2 13,4 9,2 15,1 11 ,2 17,1
1,3 7,5 3,3 10,2 5,3 12,0 7,3 13,4 9,3 15,2 11,3 17,2
1.4 7,7 3,4 10,3 5,4 12,0 7,4 13,5 9,4 15,3 11,4 17,3
1.5 7,9 3,5 10,4 5,5 12,1 7,5 13 ,6 9,5 15,3 11,5 17,4
1,6 8,0 3,6 10,5 5,6 12,2 7,6 13,7 9,6 15,4 11,6 17,5
1,7 8,1 3,7 10,6 5,7 12,3 7,7 13,8 9,7 15,5 11,7 17,6
1,8 8,3 3,8 10,7 5,8 12,3 7,8 13,8 9,8 15,6 11 ,8 17,7
1,9 8,4 3,9 10,8 5,9 12,4 7,9 13,9 9,9 15,7 11,9 17,8
2,0 8,6 4,0 10,9 6,0 12,5 8,0 14,0 10,0 15,9 12,0 17,9
2,1 8,7 4,1 11 ,0 6,1 12,6 8,1 14,1 10.1 16,0 12,1 18,0
*1Vledida em semanas.
't11edido em ccntÚnetros.
lO intervalo de confiança de 950(0 é ± 8% da idade predita.
De Hadlock FP. Shah YP. Kanon DJ. et ai: Fetal crowIl-rump Icngth: Reevaluation af relation to mcnstnml age (5-18 weeks) ,,,,ith high resolution real-time USo Radiology
lR2:501. 1992.
232 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
adjacente à vesícula vitelina, estimar a idade em 6 semanas seja obtida a medida, mais exata será a estimativa, porque
menstruais. Embora essas sejam estimativas visuais simples, a variabilidade biológica aumenta durante toda a gestação.
sua exatidão é excepcional. Infelizmente, uma estimativa de idade com 7 semanas mens-
Outras medições do feto podem também ser feitas no truais será extremamente exata mas fornecerá pouca informa-
primeiro trimestre da gravidez. Por exemplo, Bovicelli ef a1. 54 , ção adicional útil acerca do feto, placenta, volume do líquido
em 1981 , avaliaram o DBP em comparação com o CCN no amniótico e colo . Uma alternativa é aguardar até o segundo
primeiro trimestre para predizer a idade menstrual entre 7 e 13 trimestre começar a decorrer, antes de efetuar o exame para
semanas, e, em 1982, Selbing19 relatou um estudo semelhante. estabelecer as datas (de 15 a 18 semanas). Uma vez que as
Ambos os grupos demonstraram que o DBP no primeiro datas estão em dúvida, a estimativa do tamanho uterino é
trimestre é um preditor preciso da idade menstrual, mas não é in1portante para planejar a cronologia do exan1e no início
mais preciso que o CCN e pouco acrescenta, se tanto, à estima- do segundo trimestre. Se essa segunda opção for escolhida,
tiva da idade baseada no CCN. Reece el a1. 3 ! demonstraram a exatidão da determinação da data sofrerá. Entretanto, a
resultados semelhantes usando a circunferência "abdominal" exatidão com 15 a 18 semanas ainda é excelente e adequada
fetal inicial (do tronco) no primeiro trimestre da gravidez. Mais para todas as finalidades clinicas. O valor de aguardar é que
recentemente, Sladkevicius ef al. 62 compararam 21 fórmulas uma grande quantidade de informações adicionais será obti-
diferentes de determinação da data baseadas no CCN com da sobre a saúde da gravidez. Evidentemente, há também
três fórmulas diferentes de determinação da data com base a possibilidade de obter exames do primeiro e do segundo
no DBP obtido com IG de 12 a 14 semanas por ultrassom trimestres, mas isso se associa a um aumento Ílnportante no
abdominal em 167 gestações únicas concebidas após fertiliza- custo. A exatidão máxima por dólar médico gasto é alcança-
ção in vitro) e assim tinham idade gestacional de[mitivamente da no prÍlneiro trimestre. O valor máximo por dólar médico
conhecida. Seus achados mostraram que cinco das fórmulas gasto é alcançado no início do segundo trimestre. Se as datas
de CCN geraram idades de gravidez muito exatas , e embora de uma gravidez forem clinicamente incertas , é aconselhado
as fórmulas de DBP também fossem bastante exatas, elas o ultrassom o mais cedo possível para assegurar a mais alta
tinham menores erros aleatórios de medição que as fórmulas precisão na atribuição da IG. Essa informação pode em última
de CCN. Isso levou os autores a concluir que o DBP é uma análise revelar-se essencial para o tratamento a longo prazo da
medida superior ao CCN com 12 a 14 semanas para [tI1alida- gravidez, e, portanto, valer o gasto adicional antecipado.
des de determinação da data. Nenhuma medição da CA, CC
ou CF foi efetuada neste estudo, e assim, não podem ser feitos
comentários sobre elas em comparação ao CCN. Na prática, SEGUNDO E TERCEIRO
o uso de sondas vaginais de alta resolução pem1Íte imagens TRIMESTRES DA GRAVIDEZ (DE 14
muito aceitáveis da cabeça, abdome e fêmur para medições
A 42 SEMANAS)
da CC, DBP, CA e CF de 10 semanas em diante. Entretanto,
como essas medidas adicionais não são necessariamente mais o segundo trÍlnestre da gravidez, o feto cresceu suficiente-
exatas que a extensão do CCN na predição da idade de 10 a mente em tan1anho a ponto de que notável detalhe anatômico
13 semanas e seu uso em com CC não melhora possa ser visualizado (ver Capo 9). Muitas estruturas podem
ainda mais a estimativa da idade, é difícil justificar seu uso. ser identificadas e medidas durante esse
Além disso, elas são tecnicamente mais difíceis de obter que mas as medidas fetais básicas usadas para estimar a idade
a medida do CCN, e, pelo menos até o momento, seu uso são o DBP, CC, CA e CF.! Com treinamento e prática, essas
de rotina não é justificado no primeiro trimestre. A transição medidas podem ser obtidas com um alto grau de constância
entre o primeiro e o segundo trimestres (13 a 14 semanas) é a e exatidão. Devemos sempre nos lembrar, no entanto, que as
época apropriada para fazer a transição do CCN para o DBP, Íluagens e medições devem ser obtidas com grande cuidado
CC, CA e CF. em cada caso, e devemos ter certeza de reproduzir a técnica
Em suma, a exatidão das medições fetais no primeiro do investigador dados se está usando. A utilização de
trimestre para predição da idade menstrual está bem docu- medidas de imagens ruins ou imagens que apresentem ano-
mentada; há muito pouca variabilidade biológica de tamanho malias fetais deve ser evitada.
durante essa época. Isto está em contraste com o terceiro tri- A instrumentação moderna calcula a estimativa de idade
mestre da gravidez, no qual as expressões genéticas individuais praticamente em tempo real na tela de apresentação, porque os
no tan1armo fetal podem resultar em uma população muito cursores são ajustados à estrutura que está sendo medida. O
heterogênea. Também está bem estabelecido que uma vez que examinador deve evitar a tentação de modificar os pontos finais
a idade menstrual tenha sido determinada ou corroborada por da medição porque o cálculo da idade na tela de apresentação é
DMSG muito Íl1Ícial (2 a 14 mm) ou CCN embl;onário ou menor ou maior que a noção preconcebida do que deveria ser
fetal no primeiro trimestre da gravidez, a idade menstrual da a biometria. Em lugar disso, é crucial aprender as regTas para
gravidez está estabelecida e nunca deve ser mudada com base obter cada medida e obedecer-lhes rigorosamente; só, então,
em medidas biométriCc'ls feitas mais tarde na gravidez. podem os resultados ser Íl1terpretados de maneira racional.
De fato , o mesmo pode ser dito da estin1ativa ultrassono-
gráfica da idade em qualquer época. Uma medida inicial supera BIOMETRIA: SEGUINDO AS REGRAS
uma medida tardia, e estÍlnativas ultrassonográficas da idade
antes de 20 semanas de gestação são altamente confiáveis para Decisões cruciais podem ser tomadas com base nas medidas
determinação da data da gravidez. Em quase todos os casos, as biométricas fetais. Portanto, cada especialista clínico deve ser
estimativas ultrassonográficas de idade antes de 20 semanas de bem instruído nas técnicas adequadas para obter tais medidas.
gestação (exceto aquelas com concepção assistida e as que man- Não é necessário repetir cada medida obtida erradamente,
têm gráfico da temperatura corporal basal) representam a mais porque corrigil- a medida provavelmente não influenciará a
exata informação científica estabelecendo a idade menstrual. interpretação do caso se o erro for pequeno. Entretanto, é
Uma questão importante é a cronologia do exame quando importante que o interpretador possa reconhecer o erro e
as datas são incertas. J á foi a[mnado que, quanto mais cedo tenha um senso da magnitude e direção cio erro. Por exemplo,
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMA L 233
FIGURA 7- 7. Um diâmetro biparietal preciso pode ser obtido FIGURA 7-8. Imagem do mesmo feto que na Figura 7-7 feita com
através de qualquer plano de corte de intersecção entre o terceiro minutos de intervalo. Esta medida do diâmetro biparietal satisfaz o
ventrículo (TV) e os tálamos (T). As margens da calota craniana (C) critério de ser obtida através do terceiro ventrículo (TV) e tálamos
devem ser simétricas. O primeiro critério assegura que o plano de (Tl. mas não satisfaz o critério de demonstrar a calota craniana sime-
corte seja feito no plano craniocaudal adequado. O segundo critério tricamente (CI. O DBP medido neste plano (72,7 mm) é 2 mm menor
assegura que o transdutor seja orientado perpendicular ao centro da que o DBP corretamente medido de 74,6 mm (Fig. 7-7). Este grau de
cabeça. Observe que a medida é 74,6 mm. erro provavelmente não é clinicamente significativo.
suponha-se que um DBP foi medido erroneamente em um ventrículo e os tálamos. Ocasionalmente, o "mais amplo "
feto de 21 semanas de idade mensu'ual, conhecida por CC DBP é obtido em uma localização mais cefálica. 65 Entretanto,
embrionário. A medida errônea é 4,7 cm e a idade predita pelo em vez de obedientemente procurar o mais amplo diâmetro,
DBP é, portanto, 20,2 semanas. A análise do erro leva a reco- a convenção é medir todos os fetos no mesmo plano anatô-
nhecer que o DBP foi levemente medido para menos. Pode-se nuca em todos os centros no país todo. As vantagens de todo
reconhecer que um DBP predizendo 20,2 semanas está dentro clúuco obter o DBP da mesma forma são óbvias. Procurar o
da faLxa normal . Corrigir o erro empurraria a medição na mais amplo DBP tende a engendrar erros, porque há uma
direção da idade mensu-ual conhecida. Claramente, não há tendência a aceitar uma medida errônea na qual o erro supe-
razão para despender tempo corrigindo o erro. Observe que restima a medida.
esse comentário é aplicável apenas ao ligeiro erro ocasional Qyalquer plano de corte por um arco de 360 0 que passa
em medição, e não é apropriado para erros sistemáticos ou em através dos tálamos e o terceiro ventrículo é aceitável para
grande escala, que devem ser corrigidos imediatamente. medir o DBP. Isso significa que uma medida exata pode ser
Erros potenciais nas medições biométricas são numerosos e obtida através de um número infinito de planos (o significado
podem ser engendrados por erro de registro do equipamento, desse ponto será esclarecido mais adiante), As regras para
aberrações de transdutores e tipo de transdutor, para citar ape- medir o DBP são as seguintes. Primeiro, o plano de corte cor-
nas alguns . É importante assegurar com o fabricante do equi- reto através do terceiro ventrícu lo e tálanlos, como assinalado .
pamento que o instrumento seja adequadamente ajustado para Segundo, a calota craniana é lisa e simétrica bilateralmente.
fazer medições lineares precisas em todas as direções na tela de Terceiro, os cursores estão constantemente posicionados em
apresentação, que as tabelas biométricas sejam adequadamente uma das três maneiras seguintes: tábua externa da parede
inseridas no pacote de computação da máquina e fmalmente, craluana próxinla até a tábua interna da parede craJuana
que as computações subsequentes sejam exatas. Embora não distante, tábua interna da parede craniana próxima até a
se tenha conu'ole direto sobre estes ajustes, o ultrassonologista tábua externa da parede crmuana distante, ou meio da parede
sensato nunca pressupõe que a instnllnentação é sempre exata craluana próxinla até o meio da parede craJuana distante.
nesta arena. À jJar/e a otimà.açàJJ da imagem, podem-se apenas controlar Medir da margem externa da parede craniana próxima até a
dois aspectos da lIIediçàJJ biométrica. RJele-se escolher o jJÚ1I10 de corte, e margem externa da parede O'aniana distante é inapropriado.
jJodem-se escolher os jJ011/0S.finais da mediçàJJ (Figs . 7-7 a 7-12). Os primeiros dois critérios definem o plano de corte preciso.
O DBP pode ser apropriadamente medido por qualquer Uma vez que há dois critérios que têm que ser satisfeitos para
plano de corte que atravesse o terceiro ventrículo e os tálamos obter um plano adequado de corte, a medida do DBP deve
(Fig. 7_7).65 Lucialmente na história da medição do DBP, o ser considerada uma medida "biclimensional". O terceiro cri-
DBP [oi definido como a mais ampla distância entre as enlÍ- tério define os pontos finais adequados da medida. Uma vez
nências parietais. O "mais amplo" DBP nem sempre é obtido que a calota craniana é brilhantemente ecogênica e siméu'ica
por intermédio de um plano de cone que atravessa o terceiro e os tálamos são simétricos em torno do terceiro ventrículo, o
234 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
A B
FIGURA 7-9. Imagem do mesmo feto que na Figura 7-7 feita com minutos de diferença . Tal como na Figura 7-7, este plano de corte
satisfaz os dois critérios para medição de um diâmetro biparietal (DBP) (T, núcleo talâmico; TV, terceiro ventrículo). A. Entretanto , também
satisfaz o terceiro crité rio necessário para medir uma circunferência cefálica; o plano é adequadamente orientado em relação à base do crânio.
Demonstração do cavum do septo pelúcido (CS P) anteriormente e do hiato tentorial posteriormente (Tm, tentório ) documenta orientação ade-
quada do plano de corte em relação à base do crânio . Uma vez que este plano de corte preenche acuradamente todos os critérios para uma
medição da CC e como a elipse é cuidadosamente ajustada às margens da calota, pode-se corretamente supor que 263,6 mm é altamente
preciso . B. Observe que a medida do DBP é de 74,2 mm, apenas uma diferença de 0,4 mm daquela da Figura 7-7, demonstrando que qualquer
plano através dos tálamos e tercei ro vent rículo com calota simétrica mede acuradamente o DBP.
A B
FIGURA 7-10. Imagem do mesmo feto que na Figura 7-7 feita minutos depois. A. Uma razão para o desenvolvimento do transdutor linear
grande foi abranger a calota fetal inteira na gravidez avançada a fim de medir ambos os diâmetros biparietal e occipitofrontal para calcular uma
circunfe rê ncia cefálica. Mais tarde, à medida que a tecnologia de medição avançou, esta exigência também foi julgada necessária para que a
elipse gerada por computador pudesse ser "ajustada" à margem da calota em toda sua extensão. Um erro, no entanto, foi cometido durante
essa medição. O ultrassonografista ajustou a elipse ao couro cabeludo em vez da margem da calota (e). B. Com transdutores lineares menores,
a elipse se aproximou de uma parte da margem da calota. Isso não cria um erro significante. Não há necessidade de adquirir um transdutor
linear grande unicamente para a finalidade de demonstrar o perímetro inteiro de uma cabeça fetal no terceiro trimestre.
DBP é uma medida que pode ser obtida com grande constân- transdutor seja corretamente orientado em três planos. Uma
cia e exatidão. A simetria torna fácil ver que o plano correto vez que há três critérios que devem ser satisfeitos para obter
de corte foi obtido. Erros comuns no DBP estão ilustrados um plano correto de cone, a medição da CC deve ser con-
nas Figuras 7-8 e 7-12A. siderada uma medição tridimensional. Para medir o DBP, o
Lembrar que o DBP pode ser obtido por intermédio de transdutor deve esta r (1) perpendicular aos ossos parietais e
um número infinito de planos. Entretanto, no sentido mais (2) posicionado na posição cefalocaudal correta para interse-
estrito, a CC é mais bem obtida através de um único plano cio na r o terceiro ventrículo e os tálamos. Para medir a CC ,
de corre. Assim, a CC é uma medida mais difícil de obter os dois critérios para o DEP devem ser preenchidos , e o
constantemente de modo correto. O plano correto de corre plano do transdutor tem que es tar adequadamente orientado
é paralelo à base do crânio. Portanto, o plano é mais cefálico em relação à base do crânio. Como a base do crânio tem
anteriormente do que posteriormente. Enquanto ao obter uma forma muito irregular, ela não é usada para orientar o
um DBP adequadamente medido o transdutor deve ser plano da CC. Em vez disso, são usados marcos anatômicos
corretamente orientado em dois planos, a CC requer que o cerebrais.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETA L NORMA L E ANORMAL 235
As regras para medir a CC são as seguintes. O plano cor- cérebro. Alguns se referem a essa anatomia como uma '·seta" .
reto de corte é através do terceiro ventrículo e tálamos na parte O cavum do septo pelúcido e cornos frontais são as "penas".
central do cérebro (como no caso do DBP), mas o cavum do O terceiro ventrículo e o aqueduto de Sylvius são a "haste".
septo pelúcido deve estar visível na parte anterior do cérebro As cisternas ambiente e quadrigêmea e o hiato tentorial são
e o hiato tentorial deve estar visível na parte posterior do a "ponta de seta". A calota craniana deve ser lisa e simétrica
bilateralmente. Depois que o plano correto de corte é obtido,
os cursores são posicionados na tábua externa próxima e na
tábua externa distante. A maioria dos equipamentos moder-
nos então possibilitará que uma elipse gerada por computador
seja ajustada às margens cranianas (Fig. 7-9A). O pel-lmetro
inteiro da calota craniana não necessita ser demonstrado para
medir acuradamente a CC 66 A elipse estima adequadamente
o perúnetro da cabeça mesmo quando ele não é inteiramente
visto (Fig. 7-10).
Observam-se diversas características. Primeiro, um DBP
adequadamente medido pode ser obtido na mesma imagem
que uma medição da CC apropriadamente orientada (Fig.
7-9B). O inverso não é necessariamente verdadeiro (Figs. 7-11
e 7-12). Segundo, a posição correta dos cursores para medir a
CC é inapropriada para medições de DBP (comparar à Fig.
7-9A e B). Assim, se o DBP for medido primeiro na imagem,
os cursores devem a seguir ser movidos antes que a elipse
gerada por computador seja ajustada às margens cranianas
para determinação da Cc. Finalmente, é importante ter certe-
za de que a elipse é ajustada ao crânio e não à pele do couro
cabeludo (Fig. 7-10A). Outra vez, uma análise de um erro
observado deve dar ao interpretador um senso da direção e
da magnitude do erro. Se, por exemplo, o ultrassonograrlsta
ajustar a elipse à pele do couro cabeludo e não à calota, o
erro aumentará a medida da CC (ou seja, a "direção" do
erro), e em feto adiantado, grande, o erro será grande (i. C.,
a "magnitude" do erro). Em um feto jovem, a magnitude do
FIGURA 7-11. Esta é a mesma imagem da Figura 7 -7, agora usada erro será pequena.
para medir a circunferência cefálica (CC). O plano de corte satisfaz
A medida do CF é tecnicamente a mais fácil das medições
todos os critérios necessários para medição do diâmetro biparietal
mas não é apropriadamente orientado em relação à base do crânio biométricas comuns. Isso é devido à natureza essencialmente
para medição da CC. Observe que o cerebelo ICe) em vez do hiato unidimensional da medição. O transdutor necessita apenas
tentorial é demonstrado posteriormente. A CC medida por esse plano ser alinhado ao eixo longo do osso para obter um plano
de corte é de 256,9 mm , em comparação com 263,6 mm medidos a adequado de corte. Nenhum outro ajuste de transdutor é
partir do plano adequado (compa r e com a Fig . 7 -9A).
necessário. Entretanto, isso não sigllifica que erros de medição
A B
FIGURA 7-12. Imagem do mesmo feto que na Figura 7-7 feita minutos depois. A. Esta medida do diâmetro biparietal IDBP) satisfaz o critério
de calota simétrica mas não foi obtida através dos tálamos e terceiro ventrículo. Foi obtida demasiado perto do vértex. As três "linhas" vistas
nesta imagem têm sido comumente apresentadas na literatura de ultrassonografia. A linha central é a fissura inter-hemisférica IIH). As linhas
laterais são ref lexos compostos a partir das veias medulares profundas IDMVI que drenam a substância branca periventricular. Portanto, este
plano é obtido cefálico aos corpos dos ventrículos, a medida do DBP neste plano subestima a idade. Compare esta medida de 71,9 mm com a
obtida no plano correto, conforme ilustrado na Figura 7-7 174,6 mml. B. A circunferência cefálica (CCI medida neste plano também subestima
a idade. Compare a medida de 250,7 mm com a CC corretamente medida de 263,6 mm obtida neste feto Icompare com a Fig. 7-9AI.
236 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESC IMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
ou erros de observação sejam raros.I O.G7.G8 O contrário é mais estruturas forem vistas, o plano é indubitavelmente através
verdadeiro. do eL'(o longo femora!. Assim, pode-se ter certeza de que o
O primeiro aspecto a compreender a respeito da medi- plano adequado de corte para obter uma medida adequada
ção do CF é que na realidade não se mede o fêmur inteiro. foi escolhido. A única tarefa restante é posicionar os cursores
Apenas as ossificadas da diáfise e metáfise são medi- eletrôrucos adequadamente nos pontos corretos de medição.
das (Fig. 7-13 ). o As extremidades cartilaginosas do fêmur são
excluídas. A parte ossificada do fêmur é mais visível ultrasso-
nograficamente que as extremidades não ossificadas. Não obs-
tante, as extremidades cartilaginosas do fêmur são facilmente
mostradas (Fig. 7-14). Embora as extrem.idades cartilaginosas
sejam excluídas, elas são as chaves para a precisão e constân-
cia das medições femorais. Para obter a medida acuradamen-
te, o transdutor deve ser alinhado ao eixo longo da diáfise.
Como saber se o transdutor está corretamente alinhado? Um
método é aceitar o mais longo comprimento femoral como a
medida ma.is exata. Isso pressupõe que o único erro potencial
é medir o osso para menos, porque o transdutor está impro-
priamente alinhado ao osso. Essa é uma suposição falsa .
O alinhamento adequado do transdutor ao eL'(o longo do
fêmur é asseg;urado pela demonstração de que tanto a cabeça
femora.! ou o trocanter ma.ior quanto o côndilo femoral estão
simultaneamente no plano de corte (Fig. 7-15) lO Se essas duas
A B
FIGURA 7- 14. A. Ultrassonografia do fêmur fetal proximal. Compare com a Figura 7-13. O trocanter maior (GT) e a cabeca femoral (FH)
cartilaginosos não são incluídos na medida femoral mas são claramente vistos. B. Ultrassonografia do fêmur distai (compare a Fig. 7-13).
A epífise distai cartilaginosa (DE) também é visualizada claramente mas não é incluída na medição femoral. Embora não incluídas nas medidas,
as extremidades cartilaginosas do fêmur são as chaves para a obtenção de medidas femorais altamente exatas e reprodutíveis. Leia o texto.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL 237
B A c
Veia hepática esquerda
Átrio direito
Cordão umbi lical
Veia porta esquerda
Ducto venoso
VPD
VU •
A B c
FIGURA 7-16. Circulação venosa umbilical através do fígado fetal. A Plano de seção apresentando a veia umbilical (VU) em eixo curto (cor-
re lacione com a Fig. 7-17A). Este plano é demasiado caudal para medição da circunferência abdominal. 8 . Plano de seção através da junção
das veias portas esquerda (VPE) e direita (VPD) (correlacione com a Fig. 7-178). Este é o nível correto para medição da CA (DV, dueto venoso).
C. Plano de seção alinhado ao longo do trajeto da VPE (correlacione com a Fig. 7-17C). Observe que este plano é demasiado inclinado em um
eixo craniocaudal. (Ilustração de James A Cooper, MO, San Oiego, CA )
Outra vez, são as extremidades cartilaginosas que dirigem a ultrassonografIcamente como a posição em que as veias por-
colocação precisa dos cursores de medição. Os cursores são tas direita e esquerda são contúlllas uma com a outra (Fig.
flosicionados na junção do osso com a cartilagem (Fig. 7-15). 7-16).69 Alguns chamam essa confluência anatômica das veias
E importante não simplesmente escolher a extremidade da portas intra-hepáticas como "o bastão de hóquei".
reflexão mais brilhante como o ponto fInal da medição por Por essas razões, as regras de medição da CA fetal são as
causa de uma entidade que tem sido chamada "ponto femo- seguintes. O plano cefalocaudal correto é a posição em que
ral distal". O ponto femoral distai não faz parte da metáfIse as veias portas direita e esquerda são contúlllas uma com a
óssea. 10 Incluí-lo mede com excesso signifIcativo o fêmur. outra. Segundo, a aparência das costelas inferiores é simétrica.
Por essas razões , as regras para medição do fêmur são as Finalmente, o mais curto comprimento do segmento umbilical
seguintes. Primeiro, alinhar o transdutor ao fêmur e congelar da veia porta esquerda é demonstrado. Se um segmento longo
o plano que mosu'a a cabeça femoral cartilaginosa e o côndilo for visto, então o transdutor está erroneamente angulado
distaI. A seguir, posicionar os cursores de medição na junção inferiormente em vez de perpendicular à linha mediana (Fig.
da cartilagem e do osso, tendo o cuidado de evitar o ponto 7-16C).69 Depois que esse plano de corte é congelado na tela,
femoral distal. a elipse é ajustada à margem da pele. Observe-se que isso é
Finalmente, a CA é a mais difícil das quatro medições que distintamente diferente da CC , na qual especifIcamente não
ordinariamente são obtidas. Como no caso da CC, a CA é ajustamos a elipse à margem da pele, mas em vez disso à mar-
uma medição tridimensional. Infelizmente, a anatomia abdo, gem da calota craniana. Importante ressaltar que a margem
minal não é simétrica como a anatomia cerebral. Ademais, de pele pode fazer contato com outras estruturas de tecidos
não há margem craniana brilhante para verifIcar a perpen' moles como a placenta ou miométrio e ser relativamente
dicularidade do eixo planar e para fornecer pontos fInais de inconspícua. Lembre-se que a margem costal é vista facilmen-
medição facilmente vistos. te, e se pode erradamente ajustar a margem da elipse à costela
A CA é medida em uma localização que estima o tamanho em vez da pele. Isso medirá para menos importantemente a
do fígado . O fígado é o maior órgão no tronco fetal, e o seu CA. Embora esse erro apresente relativamente pouco efeito
tamanho reflete aberrações do crescimento, tanto restrição do sobre a estimativa da idade menstrual, terá um efeito muito
crescimento quanto macrossomia. Por essa razão, não se mede maior sobre a estimativa do peso.
a circunferência na "cintura" fetal (umbigo) como faria em Haverá muitas vezes em que os marcos anatômicos para
um adulto. A CA fetal é medida na posição onde o diâmetro a medição da CA estarão menos que otimamente documen-
transverso do fígado é má.,ximo. Isso pode ser determinado tados. Nessa circunstância, O leitor deve confIar na seguinte
238 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
regra: "redondo" cobre uma multidão de pecados. Essa regra Idade Menstrual Predita para Medidas de
significa que, quando os marcos anatômicos desejados são
difíceis de demonstrar, a estimativa de circunferência, na
Diâmetro Oiparietal (DOP)
qual os diâmetros transverso e ântero-posterior do abdome DBP Idade Menstrual DBP Idade Menstrual
são iguais ou aproximadamente iguais, tende a ser a mais (eml (Semana l (eml (Semanal
precisa, em comparação às estimativas nas quais os diâmetros 2,6 13,9 6,2 25,3
são muito diferentes . Em conformidade com esse conceito, a 2,7 14,2 6,3 25,7
pressão excessiva com o transdutor deve ser evitada porque 2,8 14,5 6,4 26,1
distorce a forma do abdome. 2,9 14,7 6,5 26,4
3,0 15,0 6,6 26,8
3,1 15,3 6,7 27,2
Diâmetro Biparietal 3,2 15,6 6,8 27,6
O DBP recebeu grande parte da atenção na literatura como 3,3 15,9 6,9 28,0
um meio de estabelecer a idade menstruaI. 12 .22 ,23.28.33,63,64.70 A 3,4 16,2 7,0 28,3
3,5 16,5 7,1 28,7
técnica de medição e as armadilhas foram descritas anterior-
3,6 16,8 7,2 29,1
mente. A idade menstrual pode ser determinada usando-se
3,7 17,1 7,3 29,5
uma tabela padrão de referência (Tabela 7-4). Entretanto, os 3,8 17,4 7,4 29,9
instrumentos modernos computam imediatamente uma idade 3,9 17,7 7,5 30,4
à medida que a medida está sendo obtida. 4,0 18,0 7,6 30,8
Todos os relatos sobre o DBP demonstraram que ele é 4,1 18,3 7,7 31,2
um preditor exato da idade menstrual antes de 20 semanas. 4,2 18,6 7,8 3 1,6
Por exemplo, Hadlock, Harrist e Martinez-Poyer 22 demons- 4,3 18,9 7,9 32,0
tra.ram que a variabilidade foi de ± 1 semana (2 DP) em 4,4 19,2 8,0 32,5
uma população de l. 771 pacientes com histórias menstruais 4,5 19,5 8,1 32,9
opcionais observadas entre 14 e 20 semanas (Tabela 7-5). 4,6 19,9 8,2 33,3
Persson e Weldner 64 e Rossavik e Fishburné 3 relataram 4,7 20,2 8,3 33,8
resultados semelhantes em pacientes com datas conhecidas de 4,8 20,5 8,4 34,2
concepção, bem como Crespigny e Speirs 70 em uma grande 4,9 20,8 8,5 34,7
5,0 21,2 8,6 35,1
faixa de pacientes datas foram confinnadas por CCN
5,1 21,5 8,7 35,6
no primei.ro nimestre da gravidez. Além disso, Campbell el
5,2 21,8 8,8 36,1
al. 5 e Waldenstrbm, Axelsson e Nilsson,6 em estudos inde- 5,3 22,2 8,9 36,5
pendentes, mostraram que um DBP obtido entre 14 e 20 5,4 22,5 9,0 37,0
semanas menstruais é um preditor da data estimada do parto 5,5 22,8 9,1 37,5
melhor do que uma história menstrual ótima. Praticamente 5,6 23,2 9,2 38,0
todos os estudos demonstraram um aumento progressivo 5,7 23,5 9,3 38,5
na variabilidade a partir de 20 semanas até o termo, mas o 5,8 23,9 9,4 38,9
grau ao qual a variabilidade aumenta no fmal do terceiro tri- 5,9 24,2 9,5 39,4
mestre da :p:ravidez tem sido assunto de algum desacordo na 6,0 24,6 9,6 39,9
literatura. 1 ,28,70.71 A maioria dos primeiros autores concluiu 6,1 25,0 9,7 40,5
que a variabilidade durante este intervalo de tempo é de Estimativas de Variabilidade (±2 DPI (Semanal
aproximadamente ± 3 1h semanas (2 DP), mas Kurtz et al?8
12-18 ±1,2
relataram que a variabilidade foi de ± 2 semanas durante este
18-24 ±1,7
tempo. Essa diferença mais provavelmente é um fenômeno
24-30 ±2,2
estatístico, porque a avaliação matemática de Kurtz et aI. foi 30-36 ±3,1
efetuada sobre valores médios de diversos centros diferentes 36-42 ±3,2
e não inclui diretamente quaisquer dos dados brutos das mais
de 25 mil pacientes que formaram a base do seu relatório. DP, desvio-padrão.
A valiabilidade que eles descreveram, então, representa o De H ad lock FP, Deter RL, H arrist RB, et aJ: Fetal biparietaJ diameter:
intervalo de confiança da média e não deve ser comparável ao A critical reevaluation Df lhe relacion to InCnSlJual age by means Df rea l-lime
desvio-padrão relatado por outros.1 2 Em estudos de pacientes ulu'lISollnd.j Ul trasound Med 1:97, 1982 ; H adlock FP, Deter LR . Harrist RB,
com histórias menstruais ótimas, a variabilidade das predições ct ai: Estimating fetal age: COlllputer-assisted analysis o f Illllltiple fetal grow th
parametcrs. Radiology 152 :497, 1984.
de idade pelo DBP no fmal do terceiro trimestre tem sido
constantemente demonstrada como sendo aproximadamente
de ± 3 1/2 semanas. Isso foi confrrmado em uma grande quan-
tidade de pacientes na Austrália em que as idades menstruais pacientes com potenciais perturbações do crescimento. Esses
foram confirmadas na gravidez inicial pelo CC .70 Esses autores observaram que a variabilidade na predição da idade
últimos estudos, no entanto, excluíram pacientes com anor- menstrual usando o DBP atingiu um pico de aproximada-
malidades da forma da cabeça, gestação múltipla ou doenças mente 4,1 semanas (2 DP) no terceiro trimestre avançado da
com tendência a afetal' adversamente o crescimento fetal . A gravidez (Tabela 7-6).
grande variabilidade associada ao uso do DBP no terceiro tri- Em certas circunstâncias (p. ex., membranas rotas , apre-
mesn-e foi confirmada em um estudo por Benson e Doubilee sentação de nádegas, gestação múltipla), alterações de forma
de pacientes cuja história menstrual tinha sido estabelecida na cabeça fetal podem levar a erros ainda maiores que os aqui
no início da gravidez pelo CCN. Nesse estudo, no entanto, mencionados. Se for suspeitado que a forma da calota é outra
nenhuma tentativa foi feita para não considerar gestações ou que não a típica, deve-se medir o índice cefálico da cabeça
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL 239
Idade Menstrual Predita para Medidas de calculam imediatamente uma idade na proporção em que a
I Tabela 7-7 medida está sendo obtida.
Circunferência Cefálica (de 8.5 cm a 36.0 cm) Das quatro medições ulu-assonográficas básicas, a CA tem
Circunferência Idade Circunferência Idade tido geralmente a maior variabilidade descrita.7.1 8.2 1.27 Isso é
Cefálica Menstrual Cefálica Menstrual em parte atribuível ao fato de que a CA é mais agudamente
(em) (Semana ) (em) (Semana) afetada por perturbações do o -escimemo que os outros parâ-
8,5 13,7 22,5 24,4 meu'os básicos (Tabelas 7-5 e 7-6). A variabilidade observada é
9,0 14,0 23,0 24,9 provavelmente devida mais a erros de medição que à variabi-
9,5 14,3 23,5 25,4 lidade biológica (Fig. 7-18). A maioria dos autores foi a extre-
10,0 14,6 24,0 25,9 mos para excluir pacientes com transtornos do crescimento de
10,5 15,0 24,5 26,4 suas populações de estudo. Além disso, das quatro medições
11 ,0 15,3 25,0 26,9 recomendadas , as medições da CA são as mais difíceis de
11 ,5 15,6 25,5 27,5 se obter. As maiores diferenças em precisão entre a CA e os
12,0 15,9 26,0 28,0 outros parâmetros no esnldo por Benson e Doubilet 7 foram
12,5 16,3 26,5 28,6 observadas no segundo trimestre da gravidez, um ponto no
13,0 16,6 27,0 29,2 qual seriam esperadas variações mínimas de crescimento
13,5 17,0 27,5 29,8 (Tabela 7-6).
14,0 17,3 28,0 30,3 No começo da gravidez e em fetos com crescimento nor-
14,5 17,7 28,5 31,8
mal , a CA é apenas ligeiramente menos acurada em média
15,0 18,1 29,0 31,6
que as outras medições básicas, se seguirmos estritamente
15,5 18,4 29,5 32,2
32,8
as regras de Resultados semelhantes foram descri-
16,0 18,8 30,0
16,5 19,2 30,5 33,5
tos por Hill el aI. , 7 que demonstraram que a variabilidade
17,0 19,6 31,0 34,2 na predição da idade menstrual (de 14 a 43 semanas) a
17,5 20,0 31,5 34,9 partir da CA em 265 fetos de peso normal foi ligeiramente
18,0 20,4 32 ,0 35,5 menor que a associada com o DBP. Como todos os outros
18,5 20,8 32,5 36,3 parâmetros, no entanto, a variabilidade para predizer a
19,0 2 1,2 33 ,0 37,0 idade menstrual com base na CA aumenta à medida que a
19,5 2 1,6 33,5 37,7 gravidez avança. Por exemplo, em um estudo retrospectivo
20,0 22, 1 34,0 38,5 de pacientes com datas menstruais corroboradas por CCN
20,5 22,5 34,5 39,2 precoce, Benson e Doubilet 7 relataram variabilidade de 4 112
21,0 23,0 35,0 40,0 semanas (2 DP) no final do terceiro trimestre da gravidez
2 1,5 23,4 35,5 40,8 (Tabela 7-6).
22,0 23,9 36,0 4 1,6
Estimativas de Variabilidade (±2 DP) (Semana)
12-18 ±1,3 Comprimento do Fêmur
18-24 ±1,6
24-30 ±2,2 Em virtude de seu tamanho , visibilidade e facilidade de medi-
30-36 ±2,7 ção, o fêmur é geralmente preferido em relação aos outros
34-42 ±3,4 ossos longos como meio de predizer a idade menstrual. A
medição do CF foi descrita em detalhes anteriormente (Figs.
DP. desvio· padrão. 7-13 a 7-1 5). Embora virtualmente todo o trabalho inicial
De Hadlock FP, Deter RL, Harnst RB, Park SK: Fetal head circumrerence: sobre biometria do fêmur tenha sido feito em populações
Relation to menstrual age. AJR AmJ Roentgenol 138:649, 1982. Cop}Tight 1982, brancas , foi demonstrado que essas medições não são altera-
American Roentgen Ral' Soeie,y. das de maneira apreciável em outras raças. 21.30 Obviamente,
em qualquer feto suspeito de ter uma displasia osteocondral,
o CF deve ser excluído do cálculo da idade menstrual.
Estimativas da idade menstrual podem ser obtidas de tabelas
e Doubilet 7 defenderam que a variabibdade na predição da padrão de referência (Tabela 7-9). Entretanto, conforme ass i-
idade a partir da CC aumenta progressivamente durante toda nalado anteriormente, os instrumentos modernos computam
a gravidez, alcançando um máximo de aproximadamente ± imediatamente uma idade enquanto a medida está sendo
3,8 semanas (2 DP) no Enal do terceiro trimestre (Tabelas obtida.
7-5 e 7-6). A maioria dos estudos sugere que o CF é um preditor
exato da idade menstrual no segundo trimestre inicial (2 DP
= ± 1 semana), mas novamente a variabilidade aumenta à
medida que a gravidez avança. Além disso, a variabilidade
Circunferência Abdominal descrita durante todo o resto da gravidez, de vários labOl'a-
A medição da CA fetal é feita como descrito previamente tórios, foi inconstante (Tabelas 7-5 e 7_6).13,16.74.75 Por exem-
(Figs . 7-16 e 7-17). Se o equipamento ultrassonográfico não plo, J eanty el at.74 relataram uma variabilidade uniforme da
for equipado com capacidade de medição de elipse gerada por estimativa da idade pelo CF de ±2, 1 semanas durante todo
computador, a circunferência pode ser calculada usando-se os o segundo e o terceiro trimestres da gravidez, sugerindo que
diâmetros transverso e do abdome (medidos o CF é tão preciso para pred izer a idade com 40 semanas
da margem da pele à margem da pele) e a fórmula (Dl + quanto com 14 semanas. H adlock el al. 25 acreditavam que
D2) x 1,57. A idade menstrual pode, então, ser determina- isso era um fenômeno estatístico resultante do uso do teste
da usando-se uma tabela padrão de referência (Tabela 7-8). errado de estimativa da variabilidade. Além disso, embora
Entretanto, como assinalado antes, os instrumentos modernos Hill el alY tenham observado que o CF foi o mais exato
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL 241
A B
FIGURA 7-17. Medidas da circunferência abdominal (CA) correlacionadas com a Figura 7-16. Cada medida foi obtida no mesmo feto no
intervalo de minutos entre uma e outra. A. A circunferência abdominal aqui mostrada está obtida no plano craniocauda l errado. Ela foi obtida
em uma posição demasiado caudal. Isso pode ser determinado por duas observações. Primeira, o plano corta através do eixo curto da veia
umbilical (UV) (correlacione com a Fig. 7-16A) . Segunda, não há costelas visíveis lateralmente. Compare com o plano de corte correto em 8
(GB , v esícula biliar). 8. Esta é uma CA adequadamente orientada e medida. Observe que ela mede 176,9 mm. As costelas (R) são simétricas ,
e a junção das veias portas direita (RPV) e esquerda (LPV) é visualizada. Em contraste, a circunferência medida na Figura 7-17A é de apenas
168,3 mm . Observe que o corpo do estômago fetal (S) é quase sempre visível em uma medição bem feita da CA. Em A, a vesícula biliar , uma
estrutura mais caudal , é visível em vez do estômago. C. Neste plano de seção , uma longa extensão da veia porta esquerda (LPV) é observada,
em vez da junção das portas direita e esquerda , como notado nas Figuras 7-168 e 7-178. Isso indica que o plano de seção está inclinado em
relacão aos eixos do corpo. Se o leitor comparar a Figura 178 e C, reparará que na última o corte abdominal tem forma mais elíptica que na
A circunferência é aumentada por este erro (192,2 mm em comparação com 176 ,9 mm). É porque este último erro é muito comum
que a regra "redondo cobre uma infinidade de erros" se aplica.
Idade Menstrual Predita para Comprimentos Idades Menstruais Preditas para Diâmetros
Tabela 7- 9 1do Fêmur (de 1,0 cm a 7,9 cm) Tabela 7- 10
Cerebelares Transversos de 14 mm a 56 mm
Comprimento Idade Comprimento Idade Idade Menstrual Idade Menstrual
do Fêmur (em) (Semana) do Fêmur (em) (Semana) Cerebelo (mm) (Semana) Cerebelo (mm) (Semana)
10 M
I I I •
EFD e ETP
(N = 20) • • , .
• •••••• .....•
•• I
9
•••
., ...
EFD somente
(N = 21)
•• ••
I
I I
E
• •••••••• .so 6
lL
W
g 5
O
J:
Nenhuma epifise Z
':""j .........I
<!
. ,
•• • 4 •
::!;
••
I I
I I I I I
20 24 28 32 36 40 44
IDADE GESTACIONAL QUAN DO PELO
MENOS 2 DE 3 PARÂMETROS COINCI DEM
o
1•
28
•
30 32 34 36
com data conhecida de concepção , e nas quais a idade foi
estabelecida cedo na gravidez pelo uso da medida do CCN.
Por exemplo, H adlock , Harrist e Martinez-Poyer 22 estuda-
ram l. 771 pacientes com excelente história menstrual e
29 31 33 35 37
demonstraram que qualquer um dos parâmetros individu-
ais é capaz de fornecer estimativas acuradas da idade mens-
IDADE MENSTRUAL (semanas)
trual (2 DP = ±l semana) entre 14 e 20 semanas. Persson e
FIGURA 7 - 21 . Diâmetro médio do centro de ossificação epifisário vVeldner64 e Rossavik e Fishburne33 demonstraram resultados
femoral distai (EFD) com o aumento da idade de fetos no final do
semelhantes em pacientes com datas conhecidas de concepção
terceiro trimestre . (De Mahany S8, Ca//en PW, Fi//y RA: The dista!
femara! epiphysea! assificatian center in the assessment af third tri- (Tabela 7-5). Em um grande estudo de pacientes cujas datas
mester menstrua! age: Sanagraphic identificatian and measurement. foram confirmadas pelo padrão ouro da determinação pre-
Radia!agy 155:201, 1985. ) coce da data pelo CCN, Benson e Doubilet l demonstraram
que as estimativas de idade a partir de parâmetros individuais
atingem uma variabilidade máxima de aproximadamente ±4
semanas no final do terceiro trimestre da gravidez (Tabela
ecogenicidade progressivamente aumentada. Qyando compa- 7-6). Assim, deve-se procurar estabelecer a idade menstrual
rada com a aparência de outras estruturas intra-abdominais, tão cedo na gravidez quanto possível.
essa ecogenicidade também pode ser graduada: s2 Qye medidas devem ser utilizadas para predizer a idade
em dado caso? H adlock el al. 1S sugeriram que se deve evitar
Grau O: O abdome é uniforme em aparência, e o cólon não a tendência a pôr ênfase excessiva arbitrariamente em qual-
é identificado. quer medida isolada porque, em determinado caso, qualquer
Grau 1: O conteúdo do cólon tem uma aparência livre medida poderia fornecer a melhor estimativa da idade. Com
de eco. Isso é, essencialmente idêntico ao da bexiga e do essa idéia em mente, eles postularam que várias medidas
estômago; os haustros colônicos podem ser identificados. fetais devem ser utilizadas em combinação para fornecer uma
Grau 2: Intermediário. O cólon se mostra mais ecogênico estimativa composta da idade. O uso de várias medidas é
que a bexiga porém menos que o fígado. especialmente importante quando se consideram vários pon-
Grau 3 : O conteúdo do cólon tem uma ecogenicidade tos. (1) Se se estiver usando apenas um parâmetro e cometer
essencialmente igual à do fígado. um erro de formação de imagem ou medição, a magnitude
do erro na predição da idade poderia ser significativamente
A ecogenicidade do cólon de grau O está presente em 82% maior que a variabilidade descrita para o parâmetro. (2) Não
dos fetos com menos de 29 semanas de IG, mas a de grau 3 é incomum fetos normais terem medidas acima ou abaixo do
é observada em 85% dos fetos com mais de 39 semanas de valor médio esperado para dada idade, e essas diferenças nem
IG 89 Por fim , os haustros colônicos podem ser visualizados sempre são na mesma direção. Por exemplo, um feto pode ter
usando-se ultrassom começando com 30 semanas de IG, e, um tamanho de cabeça no 75 Q percentil e um tamanho abdo-
assim, podem servir como marcador independente de uma IG minal no 25 Q percentil. (3) O processo de seleção de planos da
de pelo menos 30 semanas. cabeça fetal, abdome e fêmur permite uma olhada detalhada
Claramente, há um ponto na gravidez depois do qual da estrutura anatômica importante, portanto, facilita a detec-
confiar em parâmen-os biométricos para determinar a data da ção de anormalidades nestas áreas , incluindo hidrocefalia,
gravidez é inválido e sérios erros podem ser cometidos. Após encefalocele, obstrução intestinal, ascite, anormalidades renais
esse ponto, não é mais possível "saber" a idade menstrual da e nanismo.
246 AVALIAÇÃO UlTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
A abordagem inicial de Hadlock el af.1 s foi usar uma téc- Dados de Proporções Corporais Normais
nica simples de tirar a média, na qual as estimativas de idade Tabela 7- 12
(de 14 a 21 Semanas)
são somadas e divididas pelo número de estimativas feitas.
Por exemplo, considerem-se as seguintes medidas obtidas no índice Fêmur/DBP Fêmur/CC Fêmur/CA
Semana Cefálico x 100 x 100 x 100
começo do segundo trimestre:
Menstrual (DP = 3,7)71 (DP = 4.0)24 (DP = 1.0)24 (DP = 1.3)24
uma melliora estatisticamente significante no procedimento de computador que automaticamente calcularão um peso fetal
de estimativa da idade pela adição de parâmetros adicionais à estimado (PFE) com base em uma dessas fórmulas. Se essa
combinação da CC e CF. 18.22 função não estiver disponível, podem-se consultar tabelas de
O fator limitador nas estimativas da idade menstrual a nomogTanlas 2 x 2 que usam dois parâmetros biométricos
partir da biometria fetal é provavelmente devido à variação para fornecer uma estimativa do peso fetal (p. ex., DBP e CA,
genética no tamanho fetal real à medida que a gravidez avan- ou CA e CF; Apêndice B-5).
ça e, em menor extensão, aos erros de medição associados Pode-se comparar o peso fetal estimado com curvas de
a seu uso. Assim, é improvável que parâmetros biométricos crescimento estabelecidas com base em um corte da popula-
adicionais venham a aumentar a exatidão do processo de ção. Lubchenco et al. 93 em 1963 descreveram pela primeira
determinação da data usando a avaliação por ultrassom. É vez uma dessas curvas de crescimento, com base em pesos de
possível, e talvez provável, que certas observações não biomé- nascidos vivos neonatos de mulheres brancas e hispânicas em
tricas possam se comprovar úteis para estreitar a variabilidade Denver, Colorado (1.500 m acima do nivel do mar) de 24 a 42
associada a estimativas ultrassonográficas da idade. I Essas semanas de IG . Brenner et aI. acompanharam isso com uma
observações incluem o grau de maturação placentária,96 o curva de crescimento baseada em lactentes brancos e negTos
volume do líquido anuuótico 97 e a maturação do padrão nascidos em Cleveland e fetos abortados da Carolina do
intestinal fetal (conforme explicado anteriormente).96.98 A pre- Norte.94 H á diferenças entre essas curvas de crescimento com
sença de uma placenta de grau 3, o baixo volume de líquido base na população, devido à variação inerente às populações
amniótico (na ausência de membranas rotas, doença renal estudadas que tem por base numerosos fatores , incluindo alti-
fetal ou restrição do crescimento) e um padrão intestinal fetal tude, etnia, estado socioeconômico e período. Em um esforço
maduro fariam favorecer o extremo mais alto da estimativa de para superar essas limitações, Alexander et al. 95 descreveram
idade com base na biometria fetal. Por exemplo, na presença dados de peso ao nascimento nacionais dos Estados Unidos
dos achados complementares mencionados, se a estimativa em 1991 de mais de 3 nUlhões de nascidos vivos de 20 a 44
de idade biométrica com base no CF e tamanho da cabeça semanas de IG. Não obstante, todas essas curvas de cresci-
fosse de 34 semanas ±2,7 semanas, seria favorecido o extremo mento se baseiam no peso ao nascer, e não no peso fitaI. Uma
alto da estimativa (36,7 semanas). Estes achados auxiliares vez que elas são curvas compostas com base no ponto fmal de
são úteis e podem ser ainda mais suportados observando-se crescimento fetal a cada sucessiva IG, elas não são represen-
centros de ossificação epifisários para correlacionar com esti- tações verdadeiras da velocidade real de O'escimento fetal. De
mativas avançadas da idade menstrual. 85 Assim, no caso des- fato , recém-nascidos com I Gs mais iniciais tendem mais a ter
crito, a presença dos centros de ossificação epifisários femoral nascido devido a outras complicações da gravidez que podem,
distal e tibial proXinlal favoreceria outra vez o extremo mais por sua vez, resultar na inclusão de um número anormalmen-
alto da estimativa da idade, isto é, 36,7 semanas (consulte o te alto de lactentes com restrição do crescimento intrauterino
texto anterior para obter mais informações sobre marcadores (RCIU) nesses pontos no tempo, desse modo possivelmente
de maturação fetal). Parâmetros adicionais para medição, representando erroneamente o peso fetal em extremos de
como clavícula e pé fetais , também foranl examinados para IG. Isso se toma bastante relevante para as circunstâncias
estimativa da idade, e o último parece ser imune aos efeitos clínicas quando se tem uma suspeita aumentada quanto ao
da restrição de crescimento.99.lol desenvolvimento potencial de restrição do crescimento (veja
A idade menstrual com base nas datas de D UM não deve a seção sobre RCIU mais adiante). Apesar dessas linutações,
jamais ser mudada mais tarde na gTavidez tendo por base uni- o uso dessas curvas de crescimento se tomou de rotina, por-
camente em medidas ultrassonográficas. Grande precaução que atualmente não há um método superior de determinar o
é obrigatória quando a idade menstrual baseada na DUM percentil de crescimento do peso fetal (veja mais adiante texto
difere da biometria uIn-assonográfica na gravidez adiantada. sobre curvas de crescimento individualizadas).
Toda informação clínica disponível deve ser cuidadosamente
escrutinada antes que as datas sejam "mudadas" na gravidez
avançada. Sempre que esse curso de ação fo r escolhido, o APLICAÇÕES CLíNICAS DOS
potencial de erro sério deve estar bem na frente das mentes PARÂMETROS BIOMÉTRICOS
dos médicos assistentes. Mais óbvio, se datas foram estabele-
cidas cedo na gravidez por biometria ultrassonográfica, alterar Restrição do Crescimento Intrauterino
as datas baseando-se em biometria ultrassonogTáfica mais
tarde constitui uma fórmula para desastre. Definição
Em qualquer população dada, há uma distribuição normal do
ESTIMATIVA DO PESO FETAL tamanho fetal para cada IG. Inerentemente, uma fração dos
fetos será pequena e grande. Embora os fetos nos extremos de
Uma vez que os parâmetros biométricos tenham sido medidos, tamanho possam estar dentro do espectro do normal e alcan-
uma estinlativa do peso fetal pode ser feita. Várias técnicas çar seu potencial de crescimento (veja a seção sobre curvas de
existem para executar esta função. Fórmulas e nomogramas crescimento individualizadas, adiante), é mais provável que a
para a estimativa do peso fetal usando combinações de DBP, maioria desses fetos esteja crescendo anormalmente, sub-rea-
CC, CA e CF foram elaboradas . Entre as fórmu las comuns de lizando ou super-realizando seu potencial. Os termos pequeno
peso fetal estão as de Shepard e de Hadlock (Apêndice B}.90'92 para a idade gestacional (PIG) e RCl U têm sido intercam-
Essas fórmulas foram validadas , e, por exemplo, a fórmula de biados de modo a causar confusão. Em 1967, Battaglia e
Shepard prediz o peso fetal com aproximação de 10% do peso Lubchenco 102 definiram PlG como o peso ao nascer abaixo
real em 85% dos casos. 90 A fórmula de H adlock aperfeiçoa do 102 percentil para a IG. Embora o termo RCIU tenha sido
isso pela incorporação de três parâmetros fetais , reduzindo definido usando-se vários critérios diferentes, inclusive o de
o erro aleatório em 15% a 25% menos que com os modelos PIG, agora ele é geralmente reservado para a circunstância
que utilizam dois parâmetros. 82 A maioria dos equipamentos clúuca de um feto que está sub-realizando seu potencial de
modernos de ultrassonografia vem com pacotes de programas crescimento. Essa é a maneira pela qual RCIU será usado
248 AVALIAÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
neste capítulo, enquanto PIC será um termo reservado para através de anastomoses vasculares placentárias anômalas. O
fetos constitucionalmente pequenos que estão satisfazendo gêmeo doador muitas vezes desenvolve importante anemia,
seu potencial de crescimento tão bem quanto possa ser clini- restrição de crescimento, e oligo-hidrâmnio grave, enquanto o
camente determinado. gêmeo receptor se torna pletórico, congesto e edematoso. O
Vários critérios foram usados para capturar uma popula- gêmeo receptor está em profundo risco de desenvolver insu-
ção fetal com maior risco de crescimento anormal. Entre os ficiência cardíaca e subsequente hidropisia (consulte outras
usados para atribuir RCIU, o mais comum é um peso fetal partes deste livro para obter informações adicionais sobre tal
estimado (PFE) menor que 0 102 percentil para a l C . Critérios condição).
alternativos incluem um PFE menor que o 3Q , 5Q e 15 Q per- O crescimento patológico que é o resultado fmal da dis-
centis, bem como menos de 2 desvios-padrão (DP) abaixo da tribuição inadequada de nutrientes e oxigênio ao feto através
média. A CA também foi usada como parâmetro bioméuico da unidade uteroplacentária é atribuído à insuficiência utero-
definidor, porque é considerado que, entre todas as medidas placentál;a (IUP). Devido à ampla gama de causas de RCIU
fetais, o crescimento patológico afeta o tamanho hepático, e e como a pt;ncipal causa de RClU é IUP, o restante desta
assim, a CA primeiro. Uma CA abaixo do 102 percentil, o 2,5Q seção abordará a RCIU com a etiologia da l UP. É importante
percentil e 2 DPs inferiores à média para a lC foram todos lembrar que a l UP é condição terminal com etiologia multi-
usados como critérios de definição. Critérios excessivamente fatorial. Diversas condições podem levar à lUP, e à restrição
estritos podem ter valores preditivos positivos muito altos, de crescimento como resultado. Essas podem ser divididas
mas podem não perceber um número apreciável de fetos que em transtornos placentários e maternos. Exemplos de causas
também têm crescimento patológico. Mais especificamente, placentárias incluem descolamento placentário de natureza
embora o 10Q percentil vá ter uma taxa mais alta de falso-posi- crônica, placenta prévia, mosaicismo (p. ex. , a trissomia do
tivo, ele pode detectar o feto geneticamente determinado para 16 localizada na placenta), inserção marginal ou velamentar
ficar no 50Q percentil mas que é patologicamente pequeno, do cordão e transtornos primários da placenta. As etiologias
no 9" percentil. Como Dr. John Hobbins do University of maten1as podem incluir estados comportamentais, como
Colorado Health Sciences Center diz muito eloquentemente: abuso de fumo e cocaína, e qualquer condição médica crônica
"O feto geneticamente programado para estar no 90 2 percentil que afete a oxigenação sistêmica ou a vascularização, portan-
que nasce no 20Q percentil pode estar em mais dificuldade to, também comprometendo a circulação uteroplacentária e o
que um bebê nascido de um jóquei e uma ginasta que está no fornecimento de oxigênio: doença pulmonar crônica (doença
82 percentil." Para a finalidade de rastrear uma população de pulmonar obstrutiva crônica, enfisema), diabetes melito pree-
alto risco, os obstetras na clínica usam mais comumente uma xistente, hipertensão crônica, transtornos colagenovasculares
defmição de abaixo do 102 percentil, e essa será a definição (p. ex., lúpus eritematoso sistêmico), trombofilias adquiridas
usada neste capítulo. (p. ex., a sÚ1drome de anticorpo antifosfolipídico [SAAF]) , e
tromboftlias herdadas (p. ex. , o fator V Leiden ou a mutação
202 10A da protrombina). O resultado final de todas essas
Etiologias condições é a má placentação, com uma resultante redução no
Há várias causas de RCIU. Um método tradicional de dis- fluxo sanguú1eo placentário ou hipoxemia crônica.
tinguir as etiologias de RCIU é crescimento simétrico versus
assimétrico, no qual o primeiro é uma situação em que todas Fisiopatologia
as medidas biométricas estão para trás simetricamente, e o
último é quando elas estão para trás assimetricamente (p. O desenvolvimento de uma interface adequada entre as cir-
ex., o DBP está atrasado abaixo da CA esperada para a lC culações materna e fetal no IÚVel da placenta é vital para o
em questão). Foi demonstrado ocorrer retardo simétrico do crescimento fetal adequado, porque uma interface ruim não
crescimento por transtornos genéticos (p. ex., a trissomia do permite distribuição adequada de nutriente e oxigênio, nem
18), infecções fetais (p. ex., rubéola e citomegalovírus), mal- remoção adequada de detritos metabólicos fetais. Conforme
formações congênitas e uma variedade de síndromes (p. ex., explicado anteriormente, fatores que afetem qualquer com-
a Cornelia de Lange). 103 O retardo assimétrico do crescimento ponente dessa interface podem alterar o desenvolvimento
tende a ocorrer em situações de pt;vação relativa nutricional placenrál;o e, assim, o crescimento fetal , de modo deletério .
e de oxigênio. A base desta distinção com base em padrões de O desenvolvimento placentário é um processo contínuo
simetria vem da idéia de que insultos globais ao feto levam a durante toda a gestação, com desenvolvimentos-chave ocor-
uma restrição total no crescimento fetal , enquanto deficiências rendo em cada trin1estre. O primeiro trimestre é marcado pela
nutricionais e de oxigênio levam a um padrão assimétrico de fixação placentária, angiogênese, mecanismos de transporte
crescimento com preservação preferencial de estruturas vitais celular de glicose, aminoácidos e ácidos graxos, bem como
primeiro, como o cérebro (assim, desproporção cabeça-corpo, pela instalação da atividade cardíaca fetal para facilitar a distri-
ou um retardo da CA em relação aos parâmetros cefálicos). buição e destinação de vát;as substâncias entre as circulações
Isso evidentemente é propenso à imprecisão, porque um feto materna e fetal. 103 Várias adaptações maternas começam
em gestação avançada que foi exposto a um ambiente cronica- no primeiro trimestre, incluindo hiperglicemia pós-prandial,
mente deficiente em nutrição ou hipóxico durante uma pane expansão do volume intravascular e refratariedade relativa às
importante da gravidez também pode mostrar atraso de todas substâncias vasoauvas. O segundo trimestre é caracterizado
as partes fetais em uma extensão semelhante, portanto, pode por invasão u-ofoblástica para dentro das artérias espirais e
parecer ser simetricamente restringido. Algumas formas de remodelação vascular, resultando no desenvolvimento de um
restrição do crescimento podem cair nas categorias siméu-ica circuito de baixa resistência, um aumento maciço na área total
ou assimétrica e, por isso, não se prestam facilmente à classifi- de superfície vilosa, que aumenta vastamente a capacidade de
cação. Um exemplo ocorre em gestações gemelares monocori- troca maternofetal, e um aumento importante no débito car-
ônicas que estão em risco de desenvolvimento da síndrome de díaco fetal. Um resultante aumento exponencial no tamarmo
transfusão feto-fetal , na qual um gêmeo (o doador) bombeia placentário é equilibrado por um estirão de crescimento fetal
uma parte de seu sangue para o outro gêmeo (o receptor) exponencial. Por fU11, no terceiro trimestre, o feto se prepara
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL 249
Pernas
FIGURA 7- 22. Fluxo sanguíneo fetoplaeentário. Observe a presença do dueto venoso, forame oval e dueto arterial (DA), que são exclusivos
da circulação fetal. VE, ventrículo esquerdo; VD, ventrículo direito. (De Gabbe SG, Niebyl JR, Simpson JL: Obstetrics: Normal and Problem
Pregnancies, 5th ed. Philadelphia, Churchill Livingstone, 2007.)
para uma eventual existência extrauterina; o crescimento lon- ad iame). A adaptação precoce é caracterizada por alterações
gitudinal, junto ao estabelecimento de reservas fetais, especial- no fluxo sanguíneo para favorecer a distribuição de nutrien-
mente gordura corporal, é uma chave para este objetivo. tes e oxigênio aos órgãos essenciais, especialmente o cérebro
A RCIU é principalmente o resultado de perturbações (Fig. 7-22). O volume venoso umbilical é reduzido nas fases
no desenvolvimento vascular placentário.103 No começo da iniciais da IUP (a redução persistente no volume venoso
gravidez, o aborto pode resultar de angiogênese inibida e má umbilical pode levar a volume sangl.lú1eo fetal diminuído,
aderência placentária. Mais tarde na gestação, a invasão tro- e, por isso, perfusão renal fetal reduzida; o oligo-hidrâmnio
foblástica inadequada das artérias espirais e radiais maternas pode ser o resultado final).104 Isso leva a maior desvio do
leva ao estabelecimemo de um circuito de baixa resistência sangue venoso umbilical relativamente rico em nutriemes e
que é a chave para o crescimemo fetal adicional. Conforme oxigênio para longe do fígado e para o coração fetal; através
discutido ameriormeme, são várias as causas da RCIU. Essas do forame oval, esse sangue, emão, entra no lado esquerdo
condições podem afetar a placenta diretamente, como infar- do coração e daí se move para as circulações coronariana
tos do soalho placentário materno e obliteração vilosa fetal, e cerebral. 105.106 Facilitando este shunt, há uma elevação na
ou podem inibir o fluxo vascular materno e fetoplacentário, pós-carga ventricular direita devido à alta resistência da
como em condições vaso-oclusivas (p. ex., SAAF). O nati- vascularização pulmonar, bem como a resistência placen-
morto pode ocorrer em situações nas quais o insulto é grave e tária em elevação observada na IUP ; ocorre também uma
precoce em sua instalação, com incapacidade dos mecanismos redução na pós-carga vemricular esquerda devido a uma
compensatórios de superar o desafio. Em casos nos quais a queda na resistência vascular cerebral. 107·111 Assim, há um
compensação pode ocorrer inicialmente e a sobrevida fetal aumento relativo no débito cardíaco ventricular esquerdo
é possível, pode-se ainda encontrar ausência de intervalo de em comparação ao direitoY2.113 Alterações tardias ocorrem
crescimemo fetal adequado no segundo e terceiro trimestres. com IUP progressiva e resistência placentária crescente com
Em casos brandos, apenas uma redução relativa nas reser- desenvolvimento de oligo-hidrâmnio. O débito cardíaco
vas fetais pode ser observada ao nascimemo (ou seja, uma declina devido à pós-carga em elevação resultando em fluxo
redução na gordura corporal e uma redução na CA devido a anterógrado reduzido. Como resultado, a capacidade de
reservas de glicogênio hepático dinlinuídas), mas, nos casos manejar a pré-carga é também significativamente dinúnuída,
mais graves, pode resultar hipoxia crônica e acidose metabóli- levando a uma pressão venosa central elevada e inibição no
ca, com possíveis implicações profundas para a vida neonatal fluxo venoso anterógrado. 1 4 ' " 8 O estágio final é disfunção
e mais tarde. miocárdica global e dilatação. I 19 Nessa conjuntura, a acidose
A resposta fetal à IUP pode ser classificada em adapta- fetal é um achado clínico ameaçador. Insuficiência tricúspide
ções cardiovasculares precoces e tardias que são relevantes holossistólica e desacelerações espontâneas da frequência
para avaliação ultrassonográfica do status fetal (veja mais cardiofetal anunciam a morte iminente. I 19
250 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMA L
Ul 90
Conforme se poderia esperar, os fetos com RCIU enfrentam O
ro
E 80 DV
vários desafios imediatos como recém-nascidos. Qyando com- <:;
c ACM
binados com prematuridade, os riscos incluem mortalidade 70
aumentada, enterocolite necrosante e síndrome de angústia
'o"
Ul PVU
Ul 60
respiratória. 120 Qyando nascidos a termo, esses recém-nascidos '">
Q) 50
ainda enfrentam importantes complicações, incluindo risco "O
E 40 VCI
aumentado de mortalidade, taquipnéia transitória do recém- Q)
Ol
nascido, hipotermia (temperatura <36°C), hipoglicemia, poli- c
30
Q)
citemia, hiperviscosidade, hiperbilirrubinemia e função imune 20
prejudicada.12JoJ28 Embora um número significativo de fetos o
Cl.
10
moderadan1ente restritos em crescimento vá alcançar o cres-
cimento com base na altura e peso pelos 18 anos de idade, os O
fetos que estão abaixo do 32 percentiJ de peso ao nascimento -7 -5,5 -4 -2,5 -1 Parto
têm maior dificuldade para fazê-lo e tendem a ter peso mais A Dias até o parto
baLXO e estatura menor que suas contrapartes apropriadas para
a IG (AlG) durante toda a infância e adolescência. J29.1 30 Está 6 AU-IP
claro que os lactentes restritos de crescimento, nascidos prema-
DV-IP
turamente, estão em risco aumentado de anormalidades neu- 4
rodesenvolvimentais e comprometin1ento cognitivo.J31 · 132 Os
lactentes a termo com RCIU também estão em risco de difi-
culdades de aprendizado, problemas comportamentais e 2
desempenho escolar que as crianças AlG de termo. 130.l 31.1 3
,-O'o"
Curiosamente, foi proposta a hipótese de que os lactentes '"'i'-
Ul O
o
restritos de crescin1ento podem ser propensos a desenvolver 'S:
Ul
transtornos adultos. Conhecida como origens fetais de doença o
Q)
14 semanas
22 semanas
31 semanas
35 semanas
Percentis
52 502 952
Idade Gestacional índice de Razão Sistólica: índice de Razão Sistólica: índice de Razão Sistólica:
(Semanas) Resistência Diastólica Resistência Diastólica Resistência Diastólica
Observação: Índice de res istência = 0.97l99 - 0,01045 x idade gestacional (DP = 0,06078): razão sistólica:diastólica = 11 (1 - índice de resistência).
Adaptado de Kofinas AD. Espeland fvIA , Penry Ct aI: Uteroplacemal Doppler flow velocity wavefonns in normal pregnancy: a staustical exercise éUld lhe development
of appropria te rcfcrence values. AmJ Perinatol 9:94. 1992.
os mecanismos adaptativos fetais levam a débito ventricular rações da pressão venosa central caracterizadas por u'açados
esquerdo aumentado e resistência cerebral diminuída . As u-ifásicos (ondas S, D e a). Os traçados venosos centrais são
artérias cerebrais como a artéria cerebral média (ACM) do assim tipicamente compostos de picos sistólico e diastólico
polígono de Willis fazem parte de um leito vascular de alta (ondas S e D) que ocorrem quando da contração ventricular
impedância com baixas velocidades de fluxo diastólico final e enchimento diastólico passivo (Fig. 7-32) .103 Uma depressão
(Fig. 7-30). A ACM é um vaso representativo que pode ser que ocorre em seguida à onda D, a onda a, é gerada quan-
facilmente averiguado com Doppler. a IUP, a \!DF na do há um aumento súbito na pressão atrial direita devido à
ACM está aumentada, e assim a ACM é caracterizada por conu'ação atl;al no final da diástole e, como resultado, uma
uma relação S/D mais baixa que o normal (Fig. 7-31A a inibição do retomo venoso (Fig. 7-32).103 Com a disfunção
C). Esse achado é frequentemente chamado "adaptação grave ventricular direita, essa contração atrial pode gerar
cerebral".103 Essas alterações iniciais no fluxo sanguíneo fetal , fluxo inverso ao longo do sistema venoso através da VCI,
com relação S/D elevada na artéria umbilical e relação S/D ducto venoso e mesmo para dentro da veia umbilical nas
reduzida na ACM, são observadas em fetos que estão em circunstâncias mais extremas nas quais a circulação normal-
risco de desenvolvimento de hipoxemia mas tipicamente não mente é firme e sem pulsações (Fig. 7-33A a C) .103 O fluxo
são associadas a acidose.149·151 venoso retrógrado durante a contração atrial (e portanto uma
Conforme discutimos anteriormente, na situação de adap- inversão na onda a na averiguação com Doppler) na VCI e
tação fetal tardia com IUP avançada, a função cardíaca fetal ducto venoso é extremamente refletivo de acidemia metabóli-
começa a falhar e o retorno venoso começa a diminuir. Nessa ca fetal , conforme confimlado por amostragem percutânea do
circunstância, a avaliação com Doppler da circulação venosa sangue do cordão umbilical (APSU ; Fig. 7_33B)152,153 Esses
fetal se [Orna necessária. As circulações venosa umbilical e achados precedem a insuficiência tricúspide holossistólica e as
portal têm traçados que são constantes e sem pulsações. Em sinistras desacelerações espontâneas da frequência cardiofetal
contraste, as estruturas venosas centrais ou venosas pré-cardí- que anunciam morte iminente, como descrito.
acas (dueto venoso, as veias hepáticas e a veia cava inferior A utilidade clínica do Doppler deve ser óbvia. A literatura
[VCI]) têm traçados de velocidade de fluxo que refletem alte- científica mostra que essa modalidade, quando apropriada-
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORM AL E ANORMAL 253
•
-'. I. _
B
FIGURA 7-27. A. Ângulo de aplicação de Doppler. O desvio de frequência é diretamente proporcional à velocidade com a qual os eritrócitos
estão se movendo dentro de um vaso particular, e é também dependente do cosseno do ângulo que o feixe de ultrassom faz com o vaso san-
guíneo (conforme mostrado na equação com a Fig. 7 -24) . Idealmente deve-se obter um ângulo tão próximo quanto possível de 0 ° . (Cortesia
John Hobbins, MO, University of C%rado Hea/th Sciences Center, Oenver, CO.) 8. Ângulo de aplicação do Doppler (insonação). Observe
a diferença nos traçados gerados, dependendo do ângulo de insonação. Na imagem à direita, o feixe está paralelo ao vaso, e, na imagem à
esquerda, é quase perpendicular ao vaso.
mente usada, reduz não somente a mortalidade, mas também fetos comprovam ter hipoxemia/acidenlia pela APSU. Assim,
a morbidade. O achado de AVDF ou IVDF marca uma gravi- o momento ideal para tirar o feto RCIU é antes de detectadas
dez que está em um risco 80 vezes aumentado de mortalidade anormalidades no t.raçado da frequência cardíaca fetal e, caso
perinatal, e quando a intervenção é feita a tempo apropriado , haja, apenas nas circulações umbilical e venosa. Um algoritmo
pode ser obtida uma redução de aproximadamente 40% na sugerido para o tratamento do feto com RCIU está apresen-
mortalidade .154.157 Com a adição da avaliação Doppler veno- tado na Figura 7-34.
sa, o feto muito prematuro gravemente restrito em crescimen-
to pode ser mais bem manejado. De fato , em 50% a 70% dos CRESCIMENTO FETAL ACELERADO
casos, as anormalidades Doppler venosas ocorrem antes de
achados anormais no monitoramento da frequência cardiofetal O crescimento fetal acelerado é geralmente chamado macros-
ou no perfIl biofísico (Fig. 7.23A e B) .158 Em circunstâncias somia, ou grande para a IG (GIG). Embora não sejam
nas quais há um traçado normal da artéria umbilical e CTG mutuamente excludentes uma da outra , macrossomia e
normal, nenhum feto demonstrou ter hipoxemia/acidemia. 159 G TG são definidas diferentemente. G IG foi originalmente
Quando há anormalidade no traçado da artéria umbilical, e definida pelos neonatologistas como um modo de definir
a CTG permanece normal, apenas 5% dos fetos têm lupo- os recém-nascidos que tinham peso ao nascimento que era
xemia/acidenua. Finalmente, quando há anormalidade na acima do 90 Q percentil para uma dada IG. O s obstetras e
Dopplervelocimetria da artéria umbilical e na CTG, 60% dos perinatologistas subsequentemente deslocaram o uso de G IG
2 54 A VALI A ÇÃ O ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
Normal
Anormal: alta
resistência
Anormal : FOF
ausente
A
Anormal: FOF
reversa
para trás no tempo para o período pré-natal para descrever É importante procurar definir a causa de dado feto GIG
o feto que tinha um PFE acima do 90 Q percentil para a IG. pré-natalmente, em especial se a causa for diabetes gestacio-
Em contraste, a macrossomia se refere ao crescimento fetal nal, porque a intervenção com agentes hipoglicemiantes ou
conforme apresentado por PFE que ultrapassou um peso insulina pode afetar os resultados. Entretanto. a preocupação
específico (4.000 g ou 4.500 g) independentemente da IG. clínica principal com a macrossonüa é o risco de eventos
Muitos obstetras definem macrossomia como um PFE maior adversos ao redor do parto, e isso é particularmente importan-
que 4.000 g porque isso identifica um grupo em maior risco te clinicamente, uma vez que a macrossomia apro-
de lesão materna e fetal que os fetos que pesam menos de ximadamente 10% de todos os nascimentos vivos.! ! Dez por
4.000 g. Embora o ACOG suporte qualquer das duas defi- cento é um número apreciável, quando se considera que há
lüções, eles também citam a incidência aumentada de modo aproximadamente 4 milhões de nascimentos por ano só nos
particularmente agudo de lesão materna e fetal com pesos Estados Unidos. A 1àbela 7-15 mostra os percentis de peso
fetais acima de 4.500 g.IIiO De um ponto de vista clínico, a ao nascimento recentes de 3,8 milhões de panos ocolTidos em
questão importante é que o clínico seja constante com a defi- 1991. Eventos adversos maternos incluem riscos aumentados
nição usada pessoalmente na clínica. Os fatores associados de hemorragia pós-parto, lacerações esfinctéricas e retais , e
ou as causas de G IG ou macrossomia incluem obesidade um risco dobrado de pano cesáreo. 156 .!G3 Embora a lesão
materna. diabetes pré-gestacional e gestacional, eritroblastose materna seja importante , a lesão fetal associada a distocia de
fetal e outras causas de hidropisia fetal. feto macrossômico ombro responsabiliza-se por uma porcentagem importante
precedente e gravidez pós-termo (>42 semanas). H á também cios litígios obstétricos. O trauma fetal pode resultar em lesão
síndromes genéticas não cromossômicas (p. ex ., a síndrome do plexo braquial (lesão de C5 e C6 - paralisia de Erb-
de Bcckwith-vViedemann) que constituem uma porcentagem Duchenne), fratura clavicular, fratura umeral, encefalopatia
muito pequena dos lactentes macrossômicos observados na hipóxico-isquêmica e morte. 16-I Uma vez que a cesárea pode
clínica. evitar eventos adversos associados a macrossomia, esforços
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL_ .2. 5
_5
A B
FIGURA 7-31. A. Doppler da artéria cerebral média. A, artéria cere-
bral anterior (ACA); M , artéria cerebral média (ACM); P, artéria cere-
bral posterior (ACP). B. Doppler da artéria cerebral média. Normal.
Observe a velocidade diastólica final relativamente baixa, fornecen-
do uma alta relação S/D. C. Doppler da artéria cerebral média. Na
insuficiência uteroplacentária, a velocidade diastólica final na artéria
cerebral média está aumentada, e, assim, a ACM é caracterizada por
uma relação S/ D mais baixa em comparação ao normal. Este achado
é muitas vezes denominado " adaptação cerebral ". (B e C, Cortesia de
Wayne Persutte, PhD, RDMS, P/atte River Perinatal C/inic, University
of C%rado Hea/th Sciences Center, Denver, CO.)
DH # 1 DH # 4 DH # 7 DH # 10
I' I I I j I
Relação S/a
DH 12
onda a
ausenle)
Normal
""0
.* ....
M
..- ...
Anormal
B c
FIGURA 7-33. A. Alterações progressivas no traçado do dueto venoso com a piora da insuficiência uteroplacentária. Fluxo venoso retrógrado
durante a contração atrial (portanto, uma inversão na onda a à averiguação Doppler) na VCI e no dueto venoso é extremamente refletivo de
acidemia metabólica fetal. Observe a progressão da diminuição da onda a com cada avaliação Doppler sucessiva . DH, dia hospitalar. B. Traçado
anormal do dueto venoso. Observe a inversão na onda a. (Cortesia de Wayne Persulle, PhD, RDMS, P/alie River Perinatal C/inic, University
of C%rado Hea/th Sciences Center, Denver, CO.) C. Traçados normal e anormal da veia umbilical. Com a disfunção ventricular direita grave
que ocorre na IUP progressiva e grave, a contração atrial pode gerar fluxo reverso ao longo do sistema venoso através da VCI, dueto venoso
e mesmo para dentro da veia umbilical nas circunstâncias mais extremas, em que a circulação normalmente é constante e sem pulsações.
258 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CRESCIMENTO FETAL NORMAL E ANORMAL
I
t
TRATAMENTO VIGILÂNCIA FETAL
•
VIGILÂNCIA FETAL
34-36 Semanas
26-34 Semanas
CTG e Estudos Doppler
I CTG e Estudos Doppler
I
• CTG Reativa • Ambos os testes tranqüilizadores
- Doppler art. umb. tranqu ilizador - Repetir em 1 semana (ou)
• Repetir em 1 semana - Testar maturidade pulmonar fetal
- Doppler art. umb. não tranquilizador • Imaturo - Repetir em
• Dopplers venosos 1 semana
- Tranquilizadores • Maduro - Interromper
repetir em 1 semana • Qualquer dos testes
- Não-tranquilizadores não-tranquilizadores
Interromper - Interromper
• CTG Não-reativa
- Doppler art. umb.
(seguir como descrito anteriormente)
- Ou Perfil biofisico
• " 4 --> Interromper
• 6 --> Repetir 6-24 horas
• <! 8 --> Doppler art. umb.
4,5
4
Fetos acima Fetos abaixo
do 10" percentil 10° percentil
3,5
2,5
2
FIGURA 7- 37. Uma proporção muito pequena de fetos que medem
1,5 acima do 10° percentil para a idade gestacional e uma proporção
apreciável de fetos que medem abaixo do 10° percentil são verdadei-
ramente restritas em crescimento Icorrespondendo à área demarcada
"comprometimento fetal").
segundo trimestre, e é útil em circunstâncias nas quais uma 3. Se as datas menstruais de uma paciente forem duvidosas
anormalidade, se ocorrer, o faz no terceiro trimestre. ou não conhecidas, a paciente deve ser vista para deter-
Uma vez que essa abordagem é complicada na prática minação biométrica da data precocemente na gravidez.
clínica por exigir três de imagens, outros mode- A mais alta exatidão é obtida no primeiro trimestre pelo
los [oram desenvolvidos , os quais levam em consideração CCN (2 DP = 8% da estimativa). Entretanto, pouco se
variáveis que contribuem para a maior parte da variação no perde em exatidão de determinação da data se aguardar
tamanho do recém-nascido. Essas incluem o sexo fetal, peso até o tamanho uterino sugerir 18 semanas, e uma grande
materno na eimeira visita pré-natal, altura, grupo étnico e quantidade de informação complementar é ganha. Por
paridade. 18?1 .\ Gardosi et aI. descrevem a geração de gráficos exemplo, se um CCN obtido com 6 a 9 semanas de IG
de crescimento longitudinal pré-natais customizados com fornecer uma DPP que é mais de 5 dias divergente da
base nesses parâmetros.1 8? O tamanho estimado de um feto gerada pela determinação da data concepcional (ou seja,
pode assim ser projetado a termo e estimado para qualquer o uso da DUM), então se deve deferir a au-ibuição da
ponto específico na gestação. O desvio desse padrão proje- DPP e IG ao ultrassom. Medições ultrassonográficas
tado de crescimento pode ser identificado por medições bio- subsequentes se tornam um índice de crescimento em
métricas ultrassonográficas em série. Em um estudo retros- vez da idade.
pectivo de 4.179 gestações, com centis ajustados , 28% dos 4. Além do primeiro trimestre da gravidez, as estimativas
bebês convencionalmente designados PIG « 102 percentil) e de idade devem se basear na técnica de vários parâme-
220/0 dos designados GIG (>90º percentil) estavam dentro de tros, preferivelmente antes de 20 semanas. A combinação
limites normais para a gravidez. 187 Em contraposição, 24% ótima de parâmetros se baseia na CC e CF. Por exemplo,
e 26% dos bebês identificados como pequenos ou grandes, em circunstâncias nas quais determinação ultrassonográ-
respectivamente, com centis ajustados não foram percebidos fica da data no primeiro trimestre não é disporuvel e se
pela avaliação de centil não ajustada convencional. Com os parâmetros biométricos que forem medidos antes de
esses gráficos customizados, os bebês designados como PIG 20 semanas de IG fornecerem uma DPP que é mais de
tiveram mortalidade e morbidade perinatais mais altas que 7 dias divergente da gerada pela determinação da data
os bebês normalmente crescidos e os definidos como PIG concepcional, então se deve deferir a atribuição da DPP
pelas curvas tradicionais de corte transversal com base na e IG ao ultrassom. As medições ultrassonográficas sub-
população.19S.196 sequentes se tOrnam um índice de crescimento em vez da
Embora teoricamente legítimo, o uso amplamente difun- idade.
dido de curvas individualizadas de crescimento ainda não 5. Há um ponto na gravidez depois do qual a confiança
oconeu, em parte devido à evidência prospectiva inadequada única em parâmetros biométricos para determinar a data
em grande escala de evoluções perinatais melhoradas e rela- da gravidez não é válida. Depois desse ponto, a única
ções custo-benefício favoráveis. Indubitavelmente, esses dados informação que pode ser confiavelmente obtida de ul-
aparecerão em um futuro não demasiado distante. Diversas trassonografias é o peso fetal e, por um estudo de acom-
dúvidas permanecem a respeito das C ICs. Estas questões panhamento, se o intervalo de crescimento é normal.
necessitarão ser completamente resolvidas antes que a adoção Nesse contexto, o tempo de aparecimento dos centros
generalizada e substituição dos métodos tradicionais possam de ossificação epifisáI;os (bem como outros marcadores
se tornar possíveis: de maturação discutidos) pode ser usado como uma ve-
rificação interna da exatidão da estimativa biométrica da
1. Devem todos os fetos receber desenvolvimento de curva idade menstrual.
individualizada ou customizada de crescimento? 6. PIG e RCIU têm sido usados um pelo outro de um
2. Qyanto de desvio de uma curva individualizada de cresci- modo que causa confusão. Embora a RCIU tenha sido
mento é importante para um determinado feto ? definida usando-se diversos critérios diferentes, inclusive
3. Qyando deve ser iniciada vigilância com Doppler? o de PIG, ela agora é geralmente um termo reservado
4. E sobre as gestações múltiplas, principalmente as propen- para a circunstância clínica de um feto que está sub-rea-
sas a causas não-IUP de RCIU, por exemplo, gestações lizando seu potencial de crescimentO. Diversos critérios
monocoriônicas ? foram usados para capturar uma população fetal com
5. H á necessidade de haver modificações específicas para o mais risco de crescimento anormal. Entre os usados para
sexo ou a etnia da fórmula de Rossavik para o desenvol- atribuir RCIU , o mais comum é um PFE menor que o
vimento de uma curva individualizada de crescimento cli- 102 percentil para a IG.
nicamente mais relevante (i. e.) há necessidade de integrar 7. A resposta fetal à insuficiência uteroplacentária (IUP)
os modelos de Gardosi e Rossavik? pode ser classificada em adaptações cardiovasculares
iniciais e tardias que são relevantes para a avaliação
CONCLUSÕES ultrassonográfica do estado fetal. Adaptação inicial é
caracterizada por alterações no fluxo sanguíneo que favo-
1. Estimativas biométricas da idade inferem a idade a panir recem a distribuição de nutrientes e oxigênio aos órgãos
do tamanho e são, portanto, menos exatas à medida que essenciais, especialmente o cérebro. As alterações tardias
a gravidez progride, por causa da variabilidade biológica ocorrem com IUP progressiva e resistência placentária
no tamanho fetal e erros de medição associados. Esse crescente com desenvolvimento de oligo-hidrâmnio. O
aumento na variabilidade é relativamente constante em estágio final é disfunção miocárdica global e dilatação.
8% quando expressado sob forma de porcentagem da Nessa a acidose fetal constitui um sinal
estimativa. clinico ruim. A insuficiência tricúspide holossistólica e
2. Se a idade for conhecida inquestionavelmente por dados as desacelerações espontâneas da frequência cardiofetal
concepcionais, a idade está estabelecida (idade menstrual = anunciam a morte iminente.
idade concepcional + 14 dias) e usualmente não deve ser 8. Uma vez que um feto seja identificado como em risco por
mudada com base em medidas ultrassonográficas . uma estimativa de peso derivada de ultrassom abaixo do
AVALIAÇÃ O ULTRASSONOGRÁ FICA DA BIOMETRIA FETAL E DO CR ESCIMENTO FETA L NORMAL E A NORMAL 261
102 percentil para a IC, e esteja claro que a rup é o prin- 14. A macrossonlÍa e ClC são definidas diferentemente. A
cipal culpado patológico, deve ser iniciada a vigilância ClC descreve o feto que tem um PFE acima do 90 0 per-
fetal. O s métodos tradicionais incluíram a cardiotocogra- centil para a lC. Em contraste, a macrossomia refere-se
fia, a medição do líquido amruÓtico e o perfil biofísico. ao crescimento fetal conforme representado por PFE que
Agora está claro que anormalidades nos achados usando ultrapassou um peso específico independentemente da
essas modalidades são relativamente tardias em ocorrên- lC. O ACOC suporta 4.000 g ou 4.500 g como o clitério
cia, com acidose fetal muitas vezes já estando presente ao de macrossomia, e a organização cita a incidência aguda-
tempo da avaliação. A insuficiência placentália pode ser mente aumentada, de modo particular, de lesão materna
detectada não invasivamente COm Doppler, permitindo e fetal com pesos fetais maiores que 4.500 g.
que se identifique um estado pré-acidótico em um feto 15. A principal preocupação clínica com macrossonlÍa é o ris-
com RCIU. Isso é essencial para prevenir evoluções fe- co de eventos adversos em torno do parto. Isso é particu-
tais adversas porque uma vez que a acidose se instale, a larmente importante do ponto de vista clínico, dado que
lesão fetal permanente e a morte intrauterina podem se a macrossonlÍa complica aproximadamente 10% de todos
seguir em breve. os nascidos vivos. Eventos adversos maternos incluem
9. A averiguação com Doppler do sistema artelial fetal for- riscos aumentados de hemorragia pós-parto, lacerações
nece uma avaliação indireta da resistência placentária, esfinctéricas e retais , e um lisco 2 vezes aumentado de
enquanto o sistema venoso fetal fornece uma avaliação parto cesáreo. O trauma fetal associado com distocia de
da função cardíaca fetal. Pela avaliação de ambas as cir- ombro pode resultar em lesão do plexo braquial (lesão de
culações arterial e venosa fetais , bem como as artérias C5 e C6 - paralisia de Erb-Duchenne), fratura de claví-
uterinas maternas, pode-se avaliar a progressão de IUP e cula, fratura umeral, encefalopatia hipóxico-isquênuca e
RC IU bem antecipadamente ao desenvolvimento de oli- morre.
go-hidrânmio e anormalidades da frequência cardiofetal. 16. É inerente à deternlÍnação do intervalo de crescimento
10. As fases mais iniciais da patologia placentária podem ser a necessidade de pelo menos duas medições temporal-
detectadas pela presença de incisura diastólica nas arté- mente espaçadas de parâmetros biométricos. Dado que
rias uterinas maternas com 12 a 14 semanas de gestação, o crescimento é COntÚ1UO em vez de esporádico e que a
e quando isso persiste além de 24 semanas, é altamente identificação do crescimento é linlÍtada pela capacidade
refletivo de resistência placentária anormal. Com piora téCluca do equipamento de ultrassonografia utilizado, o
progressiva da IU P, a razão S/D na artéria umbilical se intervalo recomendado entre avaliações ultrassonográfi-
tornará cada vez maior até não poder mais ser calculada cas de crescimento fetal é 3 semanas, porque intervalos
quando há AVDF. A VDF reduzida na artéria umbilical mais curtos aumentam a probabilidade de um diagnósti-
pode ser vista quando no mínimo 30% dos vasos vilosos co falso-positivo de crescunento anormal.
são anormais; com 70% de anormalidade, pode haver au-
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aumentada, e, assim, a ACM é caracterizada por uma 3. AJexander GR, de Caune F, Hulsey TC, et ai: Validity of posmatal
relação S/D mais baixa que o normal. Esse achado é mui- assessments of gestational age : A comparison of the method of
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185 627 468
O O
Ano
-+- Gêmeos
_ Trigêmeos
........ Quadrigêmeos
diminuiu firmemente para 95,7% em 2000 antes de aumentar outro. A frequência de gemi nação monozig6tica é constante
para 96% em 200l. em todo o mundo em aproximadamente 1/250 gestações? A
cronologia da clivagem na geminação monozig6tica determi-
ETIOLOGIA DE GÊMEOS na o tipo de placentação e a probabilidade de complicações.
A Fio·ura 8-4 baseia-se no relat6rio clássico de Benirshke e
A embriologia dos gêmeos difere da dos únicos porque Kim.'2 Ela apresenta os primeiros 17 dias depois da ovulação
há dois embriões com uma ou duas placentas. O s gêmeos em uma gestação gemelar monozig6tica e demonstra três
são monozig6ticos ou dizig6ticos dependendo do número tipos de placentação: dicoriônico-diamni6tica (cerca de 1/3,
de 6vulos fertilizados na concepção (Fig. 8-3).2 Os gêmeos ocorrendo no dia 0-3), monocoriônico-diamni6tica (cerca de
monozigóticos, muitas vezes chamados "idênticos" pelo pes- 2/3, ocorrendo no dia 4-8) e monocoriônico-monoamni6tica
soal não-médico, resultam de um 6vulo fertilizado por um « 1%, ocorrendo no dia 9-12) que podem resultar deste tipo
espermatoz6ide que se divide em dois embriões dentro de de geminação (Tabela 8-1 ). Embora a incidência de gemi-
2 a 14 dias ap6s a fertilização . Esses gêmeos têm a mesma nação monozig6tica tenha sido relativamente constante em
constituição genética e são "clones" contemporâneos um do todo o mundo em gestações gemelares espontâneas (Tabela
268 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS
Dizigótico Dicoriônico-Diamniótico
Monozigótico Dicoriônico-Diamniótico
"0 -
Monocoriônico-Diamniótico
FIGURA 8- 3. Diagrama do desenvolvimento e placentação dos gêmeos dizigóticos e monozigóticos. O grau no qual os gêmeos monozigóticos
compartilham placentas. córions e âmnios depende do estágio de desenvolvimento no qual a divisão ocorre. (Modificado de Larsen WJ: Human
Embryology, 2nd ed. New York, Churchi/l Livingstone, 1997. )
8-2), ela pode ser aumentada pelas tecnologias de reprodução mo de idade materna para mültiplos espontâneos é 37 anos
assistida, particularmente os métodos que alteram a zona de idade.21
pelücida por volta do momento da fertilização ou quando Com o maior acesso a tecnologias de reprodução assistida,
há implantação retardada do blastocisto. 1S.19 A formação de as diferenças geográficas na gemela.ridade dizigótica foram
gêmeos dizigóticos varia com a raça, área geográfica, idade elinúnadas nos países desenvolvidos. Para avaliar o impacto
materna e a disponibilidade de tecnologias de reprodução das tecnologias de reprodução assistida sobre os nascimentos
assistida ?o.21 Nos 1980, a mais alta taxa de gemelaridade mültiplos, Bardis et al. 23 relataram um levantamento de todos
dizigótica foi observada em uma área da 1 igéria, na qual foi os partos durante 1 semana de 2003 no Reino Unido. Dos
de 49/l.000 nascidos vivos . A taxa mais baixa foi encontrada 6.913 partos , houve 100 gêmeos (1,4%) e uma gestação tríplice
no Japão em 1,3/l.000 nascidos vivos (Tabela 8_2).22 Essa (0,01%) . A tecnologia de reprodução assistida foi usada para
taxa aumentada nas mulheres Júgerianas é devida a um nível obter 1,9% de todos os partos. A taxa de gravidez mt'Iltipla no
basal mais alto de hormônio foliculoestimulador.2o O máxi- gmpo de tecnologia de reprodução assistida foi de 13,5%, em
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS 269
GEMINAÇÃO MONOZIGÓTICA
Zona pelúcida
Número de células
5 8
Di Di Mono Di Mono Mono
Vl
ro
c 4
2 córions
.. córion
Q)
<.)
ro 4
1 córion
4
2 âmnios
.. 1 âmnio
......
i5. 2 vesículas
Vl
ro
c:
vitelinas
.. 1 vesicula vitelina
.o
E
Q)
.. Unido
..
Único
:::;
2 3 4 5 6 t 7
Implantação
8 9 10
Dias pós-ovulação
11 12 13 14 15 16 17
FIGURA 8--4. A cronologia da geminação monozigótica demonstrando o impacto do dia que a clivagem ocorre sobre a placentação e compli-
cações , isto é, placenta monocoriônica monoamniótica ou gêmeos unidos. (De 8enirschke K: Multiple pregnancy (First of two parts). N Engl
J Med 288:1276, 1973.)
comparação a 1,2% nas concepções espontâneas. Em virtude raras exceções, os gêmeos dizigóticos sempre têm uma pla-
da maior morbidade e mortalidade observadas com gestações centa dicoriôluco-dúuTIluótica, mas os gêmeos monozigóticos
múltiplas, as clúucas de fertilidade reduziram o número de podem ter uma placenta dicoriônico-dianmiótica ou mono-
embriões transferidos em cada ciclo. Isso dinlinuiu a velocid- defendendo da do eve.nto
ade de aumento no número de múltiplos de mais alta ordem. de gemmaçao (Flg. 8-4).2 O apo de placentação e o predItor
As Figuras 8-1 e 8-2 mostram um achatamento da curva de mais importante das complicações relacionadas à gravidez
trigêmeos nos Estados Unidos de 1998 a 2003. 4 Apesar do nas gestações gemelares. A corionicidade, não a zigosidade,
número mais baixo de embriões transferidos a cada ciclo, a determina a probabilidade de muitas complicações relacio-
probabilidade de uma gravidez bem-sucedida não diminuiu. nadas com gemelaridade.27.28 O objetivo principal ao efetuar
A transferência de embrião único está se tornando mais aceita uma ultrassonografia em uma paciente com gravidez múltipla
em âmbito geral. Crintini et al. 24 descreveram 107 pacientes é deternlinar a corionicidade.
com in fertilidade, das quais 41 receberam transferência de
embrião único e 66 receberam dois blastocistos transferidos.
Não houve diferença na de implantação em 238 ciclos DIAGNÓSTICO DE GÊMEOS
nos quais um ou dois embriões foram transferidos (76% versus
660;0, respectivamente) ou na taxa de gravidez (76% versus O ultrassom é crucial para o diagnóstico de gêmeos. Antes da
79%) . As de gemelaridade, no entanto (3% versus 62%, disponibilidade do ultrassom pré-natal, até 50% das gestações
respectivamente), diferiram dramaticamente. gemelares eram descobertas pela primeira vez no momento
Os gêmeos dizigóticos, muitas vezes chan1ados "fraternos " do parto. Uma suspeita clínica de gestação múltipla deve ser
pelo pessoal não médico, resultam da fertilização de dois óvu- levantada quando uma paciente tem um tamanho uterino
los por dois espermatozóides (Figs. 8-3 e 8-5). A constituição maior que o esperado, se os sintomas associados da gravidez
genética desses gêmeos difere uma da outra. A geminação de uma paciente, por exemplo, hiperemese gravídica, parece-
dizigótica varia por raça, idade materna crescente, área rem excessivos ou se ela tiver engravidado usando tecnologias
geográfica, estação, OIigem éuuca e crescente paridade. 21,25 de reprodução assistida. 29 .3o
Os aumentos mais dramáticos têm sido observados com o Todo ultrassom obstétrico deve começar com uma varre-
uso de tecnologias de reprodução assistida. 19 Com muito dura completa do útero. Sempre começamos na área supra-
270 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS
Todos
Zigosidade •
Iil
T
aproximada %
Sexo %
Corionicidade
%
STFF (%)
9 35%
9 35%
(15% dos MC )
Monocoriônico-
monoamniótico ,
unido, PAGR-
acard íaco
Fenhuml
T
INenhuj
TINenhu3
(-1 % dos MC)
FIGURA 8 - 5 . Distribuição aproximada da gemi nação monozigota e dizigota com corionicidade e complicações dos gêmeos monozigotos sob
forma de porcentagem de todos os gêmeos. Isto representa a distribuição aproximada das gestações gemelares nos Estados Unidos por zigosi-
dade e corionicidade. Tanto as gestações gemelares monocoriônicas quanto as dicoriônicas estão em maior risco de complicações maternas e
fetais /neonatais (como pré-eclâmpsia , diabetes, anormalidades fetais estruturais , aneuploidia, rest ri ção do crescimento), quando comparadas a
gestações únicas . As complicações encontradas apenas em gestações gemelares monocoriônicas incluem transfusão feto -fetal (STFF), gêmeos
monocoriônico-monoamnióticos, gêmeo acardfaco com per fusão arterial gemelar reversa (PAGR ), gêmeos unidos , e fetus in felu.
•• • •
:::::
100 FIGURA 8-6. Probabilidade de dar à luz gêmeos nascidos
I vivos (NV), conforme a corionicidade , quando dois batimentos
,
cardiofetais foram observados em uma ultrassonografia normal
80 no primeiro trimestre.
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o
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o
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O
6 7 8 9 10 11 12 13
Idade da Gestação (semanas)
MC ambos NV
--...... DC ambos NV
_ MC um ou ambos NV
_ _ DC um ou ambos NV
ê 12
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10
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x 4
12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Gestação (semanas)
A
FIGURA 8- 9. Feto papiráceo resultante da morte fetal de um
cogêmeo no trimestre intermediário. Este feto foi observado à
inspeção da placenta e membranas em seguida a um parto a termo
do gêmeo sobrevivente. (Imagem de pato/agia, cortesia de Me/inda
Sanders, MO, e Erika Wa/z, PA, University af Ganneclicul Hea/lh
Genter, Farminglan, GT.)
Primeiro Trimestre
A avaliação no primeiro trimestre é a melhor época para
determinar corionicidade e amnionicidade em gestações
múltiplas. O diagnóstico se torna mais difícil à medida que
a gravidez progride. O diagnóstico no primeiro trimestre se
B baseia no número de sacos gestacionais, âmnios e vesículas
vitelinas (Tabela 8-3 e Fig. 8-11). A ultrassonogralia transva-
FIGURA 8- 8 . Morte fetal de um gêmeo com um cogêmeo sobre- ginal é muitas vezes usada no primeiro trimestre porque essas
vivente com 21 semanas de gestação. A. O crânio colabado do estruturas podem ser difíceis de visualizar transabdominal-
gêmeo com morte fetal IOemise) comparado com o crânio do gêmeo mente. Os ultrassonografistas saem-se quase tão bem quanto
sobrevivente (Viab/e). B. A circunferência abdominal da morte fetal é
os perinatologistas na determinação da corionicidade. ' Veisz
compa rada à do gêmeo sobrevivente.
el al. 39 compararam a precisão de ultrassonografistas e perina-
tologistas na determinação da corionicidade em 172 casos de
vivos gêmeos versus 3.902.691 úrucos nos Estados Unidos em gêmeos antes de 14 semanas. A téL'(a global de concordância
2002. I Com 28. 32 e 35 semanas de gestação. 0,8%, 2% e no diagnóstico da corionicidade foi de 90,1 %. Com gêmeos
6,30/0 dos únicos tinham nascido. em comparação com 5,8%, dicoriônicos, eles concordaram em 118 de 119 (99,2%),
15.5% e 41,9% dos gêmeos. Is o demonsu-a um risco 6,7 a 8 enquanto em gêmeos monocoriônico-diamnióticos houve
vezes mais alto de pano prematuro em cada semana de 22 concordância em 94,5%. O s ultrassonogralistas diagnostica-
a 35 semanas , para os gêmeos. As complicações maternas e ram 10 gêmeos monocoriônico-monoamn.ióticos que [oram
fetais incluindo pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e paralisia mais tarde diagnosticados como monocoriônico-diamnióticos.
cerebral também são maiores. I I As téL'(as de paralisia cerebral Es e é um diagnóstico difícil, no entanto, que muitas vezes
aumentam com múltiplos de mais alta ordem . Elas são de é declarado excessivamente por perinatologistas e ultrasso-
2.3/1.000 em nascidos vivos únicos. 12,6/1.000 em gêmeos e nografistas no primeiro ou segundo exame. Por causa disso,
44.8/ 1.000 em gestações tríplices 38 às vezes chamamos uma gestante outra vez para dois ou três
exames antes de diagnosticar gêmeos monocoriôruco-monoa-
mnióticos . Monteagud0 40 mostrou o uso da ultrassonogralia
PLACENTAÇÃO vaginal no primeiro trimestre para determinar corretamente
a corionicidade e amnionicidade em 43 gestações gemelares .
Corionicidade e Amnionicidade
O número de sacos gestacionais correlaciona-se com a anmio-
Um dos mais importantes, e às vezes desprezado, papéis que nicidade: entretanto, conforme será discutido mais adiante, a
um ultrassonografista desempenha no manejo de gêmeos é a subestimativa é possível.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕ ES MÚLTI PLAS 273
80%
- Únicos
_ Gêmeos
<J)
60%
o
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co
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Q)
"O
E
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40%
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co
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20%
22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Idade da gestação (semanas)
FIGURA 8- 10. Distribuição dos nascidos vivos gêmeos versus fetos únicos nascidos de 22 a 37 semanas nos Estados Unidos em 2002. (De
Natality Data Set: National Center for Health Statistics: Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta CD-ROM 1997- 2002; Series21
11, 12, 14, 15.)
I Determinação Ultrassonográfica da Nos casos monoarnruoucos, uma única vesícu la vitelina foi
notada com 9 semanas com um único âmnio em torno de
I Tabela 8- 3 Corionicidade e da Amnionicidade em
1 ambos os embriões. Um estudo semelhante correlacionando
Gestações Gemelares no Primeiro Trimestre vesículas vitelinas com amnionicidade foi efetuado por Shen
Sacos Vesículas Embriões/ Cavidades el al. 43 em 20 gestações monocoriônico-diamnióticas abaixo
Pl acentaçã o Gestacionais Vitelinas Saco Amnióticas de 11 semanas de gestação. Em 85% (17/20) das gestações
B 8 ,B,,\ 2 2 1 2
monocoriônico-diamnióticas, duas vesículas vitelinas foram
MC, DA 1* 2 2* 2 observadas. Em três, só uma vesícula vitelina foi detectada.
MC,MA 1* 1 ou parcialmente 2* Resumindo, ver duas vesículas vitelinas é confirmação de
dividido* gêmeos diamnióticos; entretanto, uma única vesícula vitelina
exige confirmação adicional antes que seja feito o diagnóstico
*A anmionicidade não pode ser determinada por es te achado. de gêmeos monoamnióticos. O único critério diagnóstico de
D e, dicOt;ônica; DA, diamnió tica; Me. monocoriônica; MA. monoa mni6tica. gêmeos monocoriônico-monoamnióticos é o achado de uma
única cavidade amniótica (Tabela 8-3).
r .." ,
\ " ,'
i
l
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I :
- ..
f. ,/
: .r - '
I
A C C A A A
B
FIGURA 8-13. Sinal "dos picos gêmeos" com patologia placentária das membranas fetais. A. Diagrama do sinal dos "dois picos" nas gesta-
ções gemelares dicoriõnicas. O córion (C) e o âmnio (A) de cada gêmeo se refletem afastando-se da placenta fundida para formar a membrana
intergemelar. Existe um espaço potencial entre as membranas, que é preenchido com o mesoderma amniótico e coriônico conforme visto
nas imagens da patologia das membranas dicoriônicas (ver detalhe). B. Em gêmeos monocoriônico-diamnióticos, a membrana intergemelar é
composta apenas de dois âmnios. Um córion único não permite ao mesoderma coriônico ter acesso ao espaço potencial entre as membranas
diamnióticas, conforme visto no exemplo de patologia das membranas fetais monocoriônicas (ver detalhe). (Imagem de patologia, cortesia de
Melinda Sanders, MD, e Erika Walz, PA, University of Connecticut Health Center, Farmington, CT; de Finberg HJ: The "twin peak" sign: Reliable
evidence of dichorionic twinning. J Ultrasound Med 11;571, 1992.)
A B
FIGURA 8-14. A. O sinal do lambda, ou "picos gêmeos", é demonstrado pelas membranas placentárias mais espessas que se alargam (seta)
quando tocam na placa coriônica indicando uma placenta dicoriônico-diamniótica fundida. B. Quando as placentas estão em lados opostos e
são claramente separadas, como neste caso, a observação do sinal dos dois picos não é necessária para fazer o diagnóstico de dicorionicidade.
Ainda se pode ver a insinuação do córion (tecido placentário) (seta) para dentro da membrana divisória.
vista 89% das vezes no primeiro ultrassom. 5 1 Uma mem- áreas das membranas. As medidas de espessura da membrana
brana Ena predisse 83% das placentações monocOl;ônicas, mais próxin1a da placenta foram as mais reproclutíveis, mas
mas foi vista só 54% das vezes. Um estudo semelliante por ocorreu importante variação na espessura da membrana, par-
VVinl1 el a/:;2 usou uma espessura da membrana de 2 mm ticularmente no segundo e terceiro trimestres.
ou mais como ponto de cone. Isso predisse acuradamente
gêmeos monocoriônicos e dicoriônicos 82 0/0 e 95% das vezes.
Stagiannis et al. 53 estudaram a reprodutibilidade da espessura
Camadas da Membrana
da membrana para predizer a corionicidade. No seu estudo,
27 gestações gemelares foram examinadas por dois observa- D 'Alton et estudaram prospectivamente 69 gestações
dores cegados para corionicidade em 52 ocasiões em cinco gemelares consecutivas para avaliar a corionicidade pela
276 AVA LI AÇÃO ULTRASSONOGRÁF ICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS
Múltiplos Marcadores
Ultrassonográficos para Determinar
Corionicidade/Amnionicidade
enhum marcador ultrassonográfico único de corionicidade
é completamente confiável. O uso de múltiplos marcadores
aumenta a exatidão da predição da corionicidade. Scardo
el al. 55 estudaram prospectlvamente a exatidão de múltiplos
marcadores ultrassonográficos para predizer a corionicidade
e a amnionicidade em 100 gestações gemelares consecuti-
vas com confirmação pós-parto. Eles estimaram o número
placentário, sexo fetal, espessura da membrana e presença
do sinal de picos gêmeos (Figs. 8-14 e 8-15). Eles efetuaram
uma média de 3,6 exames ultrassonográficos, começando em
uma idade gestacional média de 22,6 semanas. O uso dos
marcadores ultrassonográficos compostos teve pelo menos
uma sensibilidade e especificidade de 91 % para determinar
corretamente a corionicidade. A cronologia desses exames
foi relativamente tardia na gestação. Com a maior aceitação
FIGURA 8-15. Sinal do T quando uma fina membrana placentária
insubstancial se une à placa coriônica (seta!. indicando uma placenta
da ultrassonografia no primeiro trimestre. a precisão doa
monocoriônica , diamniótica. determinação da corionicidade deve melhorar. Canol! el al. J6
efetuaram um estudo semelhante para predizer a corionici-
dade com 10 a 14 semanas de gestação usando o número de
locais placentários, presença de um sinal dos picos gêmeos
e espessura da membrana intergemelar. Esse estudo incluiu
150 gestações com confmnação pós-natal da corionicidade
e incluiu 116 gestações dicoriônicas e 34 monocoriônicas. O
ultrassom pré-natal predisse corretamente a corionicidade em
139/150 gestações (93,3%). Os preditores mais precisos da
placentação dicoriônica foram o sinal dos picos gêmeos ou
placentas separadas, com uma sensibilidade e especificidade
de 97,4% e 100%, respectivamente.
Gêmeos Monoamnióticos
Q\.tando a membrana divisória não é vista precocemente na
avaliação de uma gravidez gemelar, deve ser considerado o
diagnóstico de gêmeos monocoriônico-monoanmióticos. Isso
ocorre em aproximadamente 1% de todos os gêmeos monoco-
riônicos (Figs. 8-3, 8-4 e 8-5). SoLicitamos vários exames para
procurar a membrana divisól;a antes de adotar esse diagnós-
tico, porque a membrana pode não ser aparente inicialmente
por ultrassom. Distinguir gêmeos monocoriônico-monoanmi-
Óticos de um gêmeo "mumificado" em um saco oligoidramni-
ótico pode ser difícil. Volume normal do líquido amniótico e
dois gêmeos flutuando livremente sem nenhuma membrana
FIGURA 8 - 16. Trigêmeos tricoriônicos exam inados no primeiro tri-
mestre. Três sacos gestacionais separados encontrando -se na junção
visualizada separando-os deve ser associado ao diagnóstico de
das três membranas interfetais (a "zona ípsilon " é identificada). gêmeos monocoriônico-monoamnióticos. A visualização de
duas inserções de cordão na placa cOt'iônica da placenta em
proximidade muito estreita uma da outra é também sugestiva
contagem do número de camadas na membrana divisória de gêmeos monocoriônico-monoamnióticos (Fig. 8-17).
visualizada por ultrassom. Se duas camadas fossem vistas, A ultrassonografia em cores e bidimensional mostra
uma gravidez monocoriônica era diagnosticada. Se mais de facilmente o emaranhado de cordões que leva à mortalidade
duas fossem vistas. uma gravidez dicoriônica era predita. notavelmente aumentada dos gêmeos monocoriônico-mono-
A confirmação era obtida por histopatologia após o parto amnióticos (Fig. 8_18).2.57.59 Nyberg el a/60 relataram pela
(Fig. 8-13). A contagem ultrassonográfica das camadas da primeira vez a evidência ultrassonográfica do emaranhamento
membrana predisse correlamente a corionicidade em 68/69 dos cordões como sinal de gêmeos monocoriônico-monoam-
gestações gemelares. Houve precisão de 100% ao predizer as nióticos. Townsend e Filly confirmaram esse achado em cinco
51 gestações dicoriônicas , e 94,4% de ao predizer as conjuntos de gestações gemelares não mono-
18 gestações monocoriônicas . Vayssiere eI a/. o l realizaram um coriônico-monoamnióticas (Fig. 8-19)61 Estudos subsequentes
estudo prospectivo semelhante contando as camadas da mem- suportaram este achado, que é característico de gestações
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DE GEST AÇÕES MÚLTIPLAS 277
B
FIGURA 8-17. A. Inserções dos cordões são vistas em estreita
proximidade uma da outra em uma pla centa monocoriônica-monoam-
niótica usando-se Doppler de fluxo em cores. 8. Placenta mostrando
cordões umbilicais próximo um do outro sem membranas intervenien -
tes. (Imagem de pato/agia, cortesia de Me/inda Sanders, MD, e Erika
Wa/z, PA, University of Connecticut Hea/th Center, Farmington, CT.)
FIGURA 8-19. Um cordão umbilical bivascular enrolado em torno
de um cordão umbilical trivascular em gêmeos monocoriônico-mono-
amnióticos .
gemelares monoconOl1lco-monoaml1lotIcas. Overton et al.61
relataram o uso de Doppler de fluxo em cores e onda pulsada
para aplicar ultrassom na massa comum de cordão para con- arterial, em diferentes frequências cardíacas em ambos os
firmar gêmeos monocoriônico-monoamnióticos no primeiro fetos , o que é chamado de um padrão Doppler "de galope"
trimestre (Fig. 8-20). A ultrassonografia vaginal no primeiro (Fig. 8-22). Como em todas as gestações múltiplas, uma inser-
trimesu'e usando Doppler em cores também demonsu-ou ema- ção velamentar do cordão umbilical (i. e., quando o cordão se
ranhamento de cordões 63 A ultrassonografia também pode insere nas membranas em vez de na placa cOl-iônica) é mais
ser útil no tratamento pré-natal de gêmeos monocoriôruco- comum em placentas monocoriônico-monoamnióticas (Fig.
monoamnióticos. Belforr el descreveram velocidades de 8-23 ).
fluxo sanguíneo extremamente altas associadas com com- Diversos protocolos diferentes foram propostos para o
pressão da veia umbilical pelos cordões emaranhados quando tratamento de gêmeos monocoriÔnico-monoamnióticos. Em
acompanharam gestações gemelares monocoriôrúco-mono- virtude da raridade de tal condição, não há experiências
amnióticas (Fig. 8-21 ). Abuhamad el al 6 5 acompanharam duas clínicas randonúzadas. Rodis et al. s7 mostraram que com
gestações gemelares monocoi"iônico-monoamnióticas com vigilância pré-natal diária depois da viabilidade. a taxa de
velocidades de fluxo Doppler longitudinal da artéria umbili- dupla sobrevida dos gêmeos monocoriônico-monoamnióticos
cal. A incisura do traçado da artéria umbilical foi associada foi superior a 90%. Eles sugerem exames ultrassonográficos
ao estreitamento aumentado dos vasos umbilicais secundário seriados, esteróides para aumentar a maturidade pulmonar
ao emaranhamento dos cordões. A averiguação Doppler da fetal e cardiotocografias diárias começando com 24 a 26
massa agregada do cordão tam bém pode demonstrar fluxo semanas . Também recomendaram parto por cesariana depois
278 AV ALI AÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚlTIPLAS
B
FIGURA 8-20. A. Cordões emaranhados em gêmeos monoam-
nióti cos . Um Doppler de fluxo em cores mostra fluxo em cordões
umbilicais emaranhados conferindo monocorionicidade. 8. Patologia
macroscópica dos cordões umbilicais emaranhados . (Cortesia de Sjirk
Westra, MD, VCLA Schoo/ of Medicine, Los Ange/es, CA.)
FIGURA 8-23. Inserções velamentares dos cordões (setas) em
ambas as placentas de uma placenta gemelar monocoriônico -monoam -
niótica . (Cortesia de Me/inda Sanders, MD, e Erika Wa/z, PA, Vniversity
of Connecticut Hea/th Center, Farmington, CT.)
FIGURA 8-21. Doppler de onda pulsada das artérias umbilicais em uma gravidez gemelar monocoriônico-monoamniótica . O gêmeo A mostra
fluxo diastóli co normal , enquanto o gêmeo B tem fluxo diastólico diminuído sugerindo pressões aumentadas corrente abaixo devido à com -
pressão do co rd ão.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS 279
da documentação da maturidade pulmonar fetal com 33 a 34 gêmeos unidos mais comuns são os gêmeos onfalópagos e
semanas. Carr el al. 58 relataram que a mortalidade fetal não toracópagos, que são unidos pelo abdome ou pelo tórax, res-
aumenta em gêmeos monoamnióticos depois de 30 semanas pectivamente (Fig. 8-24).67
de gestação. Uma revisão da literatura por Roque el al. 59 As características ultrassonogTáficas dos gêmeos unidos
resumindo as evoluções de 133 gestações gemelares mono- incluem visualizar os gêmeos nas mesmas posições relativas
coriônico-monoamnióticas, no entanto, relatou um aumento em todos os ângulos, oposição direta dos gêmeos um ao outro
significante na perda perinatal após 32 semanas de gestação e e extensão extrema da coluna vertebral fetal. 68 Contornos
recomendou parto eletivo com 32 semanas. Um relatório ret- cutâneos inseparáveis devem ser persistentes e no mesmo
rospectivo de 11 centros sobre 96 gestações gemelares mono- nível anatômico para evitar um diagnóstico falso. Um achado
coriônico-monoamnióticas mostrou que a vigilância fetal ultrassonográfico precoce que sugere gêmeos unidos é um
intensa de pacientes internas foi superior à vigilância menos polo fetal parecendo bífido (Fig. 8-25).69 Várias armadilbas no
intensa de pacientes externas. 66 Houve um risco de 14,8% de diagnóstico foram descritas . Gêmeos dianmióticos em estreita
perda fetal intrauterina nas 44 gestações tratadas com paci-
entes externas , embora não houvesse perda fetal no grupo
admitido para monitoramento. Entretanto, os protocolos
diferiram nos dois ramos do estudo, e os resultados, portanto, I I Tipos de Gêmeos Unidos
não são comparáveis. O tratamento das pacientes externas
consistiu em monitoramento fetal eletrônico uma a três vezes Conjunção inferior: o corpo inferior é único, ou gêmeos unidos
por semana, em comparação com 1 hora, duas a três vezes por alguma parte inferior do corpo
por dia no gr'upo de pacientes internas. Assim, não está claro Diprosopo: duas faces com uma cabeça e corpo
se o exame diário das pacientes externas alcançaria resultados Dicéfalo : duas cabeças com um corpo
Isquiópago: unidos pelo sacro inferior e cóccix
semelhantes aos providos pelo protocolo das pacientes inter-
Pigópago : unidos pelo sacro póstero-lateral e cóccix
nas. Todos os estudos sobre gêmeos monocoriônico-monoam-
Conjunção superior: corpo superior é único, ou gêmeos unidos
nióticos concordam em que eles apresentam ao obstetra um
por alguma parte superior do corpo
problema clínico de muito alto risco e exigem vigilância fetal Dipígio: cabeça, tórax e abdome únicos , com duas pelves
intensa começando na viabilidade e terminando em um parto e quatro pernas
prematuro, muitas vezes cesáreo planejado. Sincéfalo: fu são facial com ou sem fusão torácica
Craniópago : unidos na cabeça
Conjunção média : fusão de parte intermediária do corpo,
separados acima e abaixo
GÊMEOS UNIDOS Toracópago: fusão torácica
O raro fenômeno de gêmeos unidos ocorre em um gêmeo Onfalópago (xifópago): unidos do umbigo à cartilagem
monocoriônico-monoamniótico quando o embrião se divide xifoide
entre 13 e 15 dias desde a concepção (Figs . 8-3, 8-4 e 8-5). Toraco-onfalópago : fusão torácica e abdominal
Os dois polos fetais podem ser ligados em locais variados Raquípago: fusão vertebral acima do sacro
(Tabela 8-4). A localização das áreas compartilhadas fornece
a base da nomenclatura que descreve os gêmeos unidos. Os Adaptado de Gutlmacher AF, Nichols BC: TeralOlogy af ca njoined twins. Birth
Dcfccts 3 :3, 1967.
) \:-j 1 '. .
.J .
G H
FIGURA 8-24. Diferentes tipos de gêmeos unidos. Esquerda, Casos de fusões limitadas nas quais as cabeças e membros são separados e
retêm sua identidade. A a C, craniópago; D a G, toracópago; H e I, piópago. Direita, Casos de fusão mais extensa . (De Patten BM: Human
Embryology, 3rd ed. New York, McGraw-Hill, 1968.)
280 AVALIA ÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DE GESTA ÇÕES MÚLTIPLAS
proximidade com uma membrana divisória que é difícil de semanas ou mais fornece um quadro confiável das anomalias
visualizar podem levar a um diagnóstico falso-positivo. Se os estruturais e das vísceras compartilhadas. A ecocardiogra-
gêmeos unidos forem muito anômalos. um feto único pode fia fetal é especialmente informativa com gêmeos unidos
ser falsamente diagnosticado. io Finalmente, pode ocorrer toracópagos (Fig. 8-26).73 Spitz el examinaram o diag-
uma apresentação discordante (pélvica, cefálica) se o local de nóstico ultrassonográlico e o prognóstico dos gêmeos unidos.
conexão for flexível. 71.72 O compartilhamento das estruntras cardíacas e do fígado não
Numerosas variações nos tipos de gêmeos unidos podem é incomum, e fetos com um coração compartilhado têm um
ocorrer. e o prognóstico quanto à sobrevida é geralmente prognóstico particularmente ruim?" Os passos previamente
ruim. i2 Qyando são diagnosticados gêmeos unidos, deve mencionados ajudam a determinar o prognóstico para sepa-
haver uma abordagem sistemática para defm.ir quais órgãos ração pós-natal. Uma revisão da experiência no Children 's
principais estão presentes em cada feto. quais são os com- Hospital o[ Philadelphia descreveu 14 de gêmeos
partilhados e que comunicações vasculares estão presentes n unidos. 75 Dez dos 14 eram toraco·onfalópagos (Fig. 8-27). As
Um exame detalhado ou uma ressonância magnética com 20 anomalias associadas incluíram malformações cardíacas em
11 de 14, hérnia diafragmática congênita em 4 de 14 e defeitos
da parede abdominal em 2 de 14. Apenas 5/28 recém-nascidos
individuais sobreviveram depois da separação, realçando o
grave prognóstico.
O diagnóstico no primeiro trimestre de gêmeos unidos
também foi descrit? (Fig. 8-25). Em uma revisão da literatura,
e J auniaux /6 relataram que gêmeos monocoriônico-
monoamnióticos podem ser erradamente diagnosticados
como gêmeos unidos devido ao movimento [e tal limitado.
Eles também relataram que nas gestações que continuaram
FIGURA 8- 26. Gêmeos toracópagos mostrando grandes vasos compartilhados (seta) usando-se escala de cinza e Doppler em cores.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS 281
FIGURA 8-30. Síndrome de transfusão feto -fet al (STFF ) com uma " funda " em torno do gêmeo "mumi ficado " . Quando há pouco a nenhum
líquido amniótico no saco amniótico do gêmeo doador "mumi ficado ", a membrana aparece como uma funda em torno do feto. Na ausência de
líquido amniótico neste saco, o líquido que ci rcunda este gêmeo pode ser erradamente considerado como estando em seu saco, quando de fato
ele é o líquido do saco com poli-hidrâmnio do gêmeo receptor adjacente. A. Uma gravidez com a STFF na qual o feto à direita está envolto pela
sua membrana em um saco oligo -hidramniótico. 8 . Neste caso de STFF, o gêmeo doador está em um saco anidramniótico. As membranas em
aposição aparecem como uma membrana única (seta). O líquida amniótico circundante (asteriscos) está no saco amniótico do outro gêmeo.
C. Uma gravidez com STFF na qual o feto à direita está envolto pela sua membrana em um saco oligo-hidramniótico. O âmnio redundante é
visto projetando -se do feto e às vezes apresenta um aspecto que causa confusão. O. Imagem de um feto doador com oligo-Ilidrâmnio grave
e âmnio redundante (seta) visto projetando-se para dentro do líquido amniótico do outro feto. (A e C, cortesia de Vickie A. Feldst ein, MO,
University af Califarnia Schaal of Medicine, San Francisco , CA.)
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS 283
conomcas. De fato, a maioria das placentas monocoriônico- Qyintero el al. 84 definiram STFF grave como a presença de
diaumióticas tem conexões AAV, muitas vezes mais de uma poli-Júdrâmnio (bolsão vertical máximo de líquido amniótico
e muitas vezes bidirecionais. A presença dessa conexão não > 8 em) e oligo-hidrâmnio (bolsão vertical máximo de líquido
resulta necessariamente em STFF. Fichera et al. 8l avaliaram amniótico < 2 em). Ele propôs um sistema de estadiamento
o uso de Doppler para detectar AAA em gestações gemelares usando a visualização da bexiga no gêmeo doador, a presença
monocoriônico-dia.nmióticas. Elas são importantes porque ou ausência de hidropisia em qualquer um dos dois gêmeos,
parecem funcionar como um mecanismo compensador para estudos com Doppler pulsado da artéria cerebral média, arté-
outros desequilíbrios vasculares. O s vasos coriônicos super- ria umbilical e veia umbilical, e a morte de um ou an1bos os
ficiais entre as inserções do cordão foram identificados por gêmeos (Fig. 8-36). No estágio 1, a bexiga do gêmeo doador
Doppler em cores, e os vasos foram averiguados com Doppler ainda era visível, enquanto no estágio II a bexiga não foi
de onda pulsada. 82 AAA foram documentadas pela presença visualizada, mas os estudos Doppler foram normais. Pelo está-
de fluxo arterial bidirecional nesses vasos (Fig. 8-33E). A pre- gio III, havia anormalidades Doppler; no estágio IV estava
sença de AAA foi associada a uma probabilidade mais baixa de presente hidropisia; e no estágio V houve a morte de um
STFF. Se a STFF se desenvolveu, geralmente não foi grave. 82 ou ambos os gêmeos (Tabela 8-5). Taylor el al. 8S observaram
Diversos estudos identificaram achados ultrassonográficos ini- que embora este sistema de estadiamento não fosse útil para
ciais, em gestações monocoriôrúco-diamnióticas, que podem predição da evolução fetal quando da avaliação uúcial, um
predizer STFF, tais como uma translucência nucal aumentada aumento no estágio acarretava consigo um risco maior de
ou alterações do fluxo no dueto venoso fetal (Fig. 8_34).82.83 morte perÍl1atal mais precoce. Assim, o estadiamento pode ser
A transfusão in 1/tero leva muitas vezes à anemia no gêmeo mais útil para monitorar a progressão da doença. A STFF não
doador e policitenúa no receptor, o que pode ser refletido na tratada que se desenvolve antes de 26 semanas tem uma taxa
placenta depois do parto (Fig. 8-35). de mortalidade de 90%.86
Uma abordagem sistemática deve ser usada no trata-
mento da STFF. Sugerimos documentar o bolsão máximo
de líquido em torno do gêmeo receptor, visualizar as bexi-
gas fetais, estabelecer curvas de crescimento para cada um,
avaliar o comprimento do colo e efetuar Doppler de onda
pulsada das artérias umbilicais de cada feto. Se o volume de
líquido a.nmiótico se tornar excessivo em torno do receptor,
o comprimento cervical estiver se tornando mais curto ou
a averiguação Doppler revelar velocidade diastólica final
ausente ou reversa, deve ser considerada a Íl1tervenção (Fig.
8-36). A Júdropisia no feto doador ou receptor pode ocorrer,
e a terapia, a esta altura, deve ser dirigida para otÍl1Úzação do
resultado para o feto não-lúdrópico.
Há vários protocolos de tratamento para a STFF, embora
esteja se acumulando evidências de que a terapia preferida
para a STFF gTave é fotocoagulação a laser dos vasos comu-
lúcantes. As terapias Íl1cluem amniorreduções seriadas do
poli-lúdrâmnio em torno do gêmeo receptor, septostomia por
FIGURA 8-31 . Bexiga fetal (seta) aumentada observada em um buraco feito por agulha da membrana u1tervelúente gemelar,
gêmeo receptor em uma síndrome de transfusão feto-fetal. ablação a laser dos vasos placentários comUlúcantes e liga-
A B
FIGURA 8- 32. Ilustração de (A) vasos ramificados pareados normais a partir do cordão umbilical e (8) anastomose arteriovenosa em placenta
gemelar monocoriônica. A, Ramos pareados normais da artéria umbilical (azul) e veia umbilical (vermelho) são vistos correndo juntos sobre a
superfície fetal da placenta. O sangue flui a partir do cordão umbilical na direção da placenta por meio da artéria umbilical e retorna por meio
da veia umbilical. 8, Vasos não-pareados correm sobre a superfície fetal da placenta. Um ramo da artéria umbilical do doador (azul) encontra
um ramo da veia umbilical do receptor (vermelho) onde elas entram e saem do cotilédone placentário por um forame comum. Observe que a
comunicação arteriovenosa ocorre na profundidade da placenta. (Cortesia de Vickie Feldstein, MO, Universitv of Califórnia School of Medicine,
San Francisco, CA.)
A B
o E
FIGURA 8-33. Doppler em cores e pulsado dos vasos comunicantes na superfície em gêmeos monocoriônicos. A. Anastomose arteriovenosa
em uma placenta monocoriônica. A vista geral da superfície fetal da placenta mostra o ramo alimentador da artéria umbilical a partir do doador
(azu l) e o ramo drenante da ve ia umbilical do receptor (ve rmelho) entrando na placenta por um forame comum. 8, C. O estudo com ultrassom
Doppler em cores mostra uma estrutura vascular não pareada na superfície placentária. Os traçados de Doppler espectral re ve lam um ramo
arterial alimentador (8) e um ramo venoso drenante (C), com fluxo dirigido afastando-se do doador na direção do receptor. (Cortesia de Vickie
Feldstein, MO, University of California School of Medicine, San Francisco, CA.) O. Estudo de injeção de patologia placentária mostrando uma
anastomose A -V (seta) com ramo arterial alimentador a partir do doador em azul e o ramo venoso drenante para o receptor em vermelho.
(Cortesia de Geoffrey Machin, MO, Permanente Medicai Group, Oakland, CA.) E. Aplicação de Doppler em cores e onda pulsada em vaso da
superfície placentária mostrando o característico padrão de interferência bidirecional periódico de uma anastomose arterioarterial.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS 285
A B
FIGURA 8-36. Doppler de onda pulsada em um caso da síndrome de transfusão feto -fetal com fluxo anormal na artéria umbilical. Observe o
flux o diast61i co final ausente para o gêmeo B.
estimado em gramas pela fórmula: (1,2 x maior dimensã0 2) Essas estimativas teóricas não corres ponderam aos dados
- (1,7 x maior dimensão).104 Portanto, um peso relativamente sobre gêmeos nascidos vivos. Wald et al.I 11 encontraram um
grande do gêmeo acardíaco pode constituir uma indicação risco mais baixo da síndrome de Down em gêmeos que os
para tratamento pré-natal. Outras indicações para terapia estudos de Rodis ou Meyers postularam. Em uma meta-
incluem poli-hidrâmnio, disfunção cardíaca e hidropisia do análise de quatro estudos de coortes de 64 gêmeos com a
gêmeo-bombeador. síndrome de Down, a prevalência nascida viva da síndrome
Tan e Sepulveda reviram a literatura a respeito das de Down foi apenas 18% superior que em ünicas. Eles con-
evoluções da gravidez após interrupção p'ré-natal das cone- cluíram que o risco de uma gravidez gemelar resultar em um
xões vasculares ao gêmeo acardíaco. lOo .l 06 Dos 71 casos nascido vivo com a síndrome de Down não difere significa-
tratados por procedimentos invasivos, 40 foram tratados tivamente daquele de uma gestação ünica. Doyle et ai. I 12 em
por oclusão do cordão e 31 por ablação intrafetal (gêmeo um estudo de 10 nascidos vivos gêmeos com a síndrome de
acardíaco) de vasos comunicantes. A taxa de sobrevida global Down observaram uma disparidade ainda maior em relação
do gêmeo doador foi de 76%, com uma idade gestacional às estimativas teó\;cas . Eles observaram que a prevalência
média ao parto de 36 semanas. A ablação inu'afetal dos vasos foi apenas 30/0 superior que em ünicas. Essa discrepância
umbilicais foi superior à oclusão do cordão. Ela teve 87% de entre os gêmeos nascidos vivos estimados e os observados
sucesso, em comparação a 65% da oclusão do cordão, e uma pode ser explicada por uma mais alta letalidade intrauterina
idade gestacional média de 37 semanas, em comparação a dos gêmeos afetados com a síndrome de Down. Por essa
32 semanas da oclusão do cordão. Os métodos de ablação razão, a prevalência da síndrome de Down pode ser mais
intrafetal dos vasos comunicantes incluíram álcool, diatermia alta no primeiro e segundo trimestres que ao nascimento. 3
monopolar, laser intersticial e radiofrequência. A ablação por A triagem antenatal para a síndrome de Down em uma
radiofrequência parece ser a mais eficaz. Se a massa acardíaca gestação gemelar usa os mesmos princípios e métodos geral-
permanecer pequena em comparação ao feto doador, as com- mente aplicados às ünicas, isto é, idade materna, triagem
plicações são menos prováveis. sérica e ultrassoIU. Essas modalidades são empregadas para
melhor estimar o risco específico da sÚldrome de Down para
essa gravidez. Um diagnóstico pré-natal pode ser feito por
TRIAGEM DE ANEUPLOIDIA EM biópsia de vilo corial ou amniocentese. A triagem e o diag-
GESTAÇÕES GEMELARES nóstico são complicados pelo fato de que os fetos podem ser
discordantes para achados ultrassonográficos anormais e para
A idade materna crescente é um fator de rISCO conhecido aneuploidia, e de que um teste invasivo, ou intervenção fetal,
para as trissomias autossômicas, a mais comum das quais é põe ambos os fetos em risco.
a síndrome de Down. A idade média de uma mulher que dá A utilização de dados de nascidos vivos para avaliar o
à luz gêmeos nos Estados Unidos aumentou de 27,8 anos de risco da sÚldrome de Down no segundo trimestre exige uma
idade em 1991 para 29 ,3 em 2001. 107.lOS A idade média de coITeção para mortes fetais nas gestações afetadas e não
todas as mães nos Estados Unidos em 2001 foi 27,4 anos de
afetadas. Com gestações gemelares, são necessárias duas cor-
idade. A porcentagem de todas as mães com 35 anos de idade
reções . A primeira é para as mortes naturais observadas no
ou mais que deram à luz aumentou de 8,9% em 1990 para
segundo e terceiro trimestres com fetos não afetados e com
13,7% em 2002. De todas as mulheres que pariram gestações
a síndrome de Down, e a segunda é para o diferencial nas
mültiplas, a porcentagem de mulheres com 35 anos de idade
ou mais aumentou de 11 ,4% em 1990 para 21% em 2001. 4 mortes de gêmeos baseadas na corionicidade. Fetos ünicos
Assim, as mães de gêmeos são mais velhas e têm um risco não afetados têm uma taxa de morte de 1,46% do trimestre
a priori aumentado de síndrome de Down. Os avanços na médio ao termo,1 13 enquanto 15,7% dos fetos ünicos com a
tecnologia de reprodução também desempenharam um papel síndrome de Down morrem em 16 semanas ao termo. As
importante no aumento nas gestações mültiplas nos Estados estimativas sobre morte de gêmeos com a síndrome de Down
Unidos . As mulheres que usam tecnologia de reprodução do segundo trimestre ao termo não são disponíveis. Usando
também tendem mais a ser mais velhas e a estar em seus anos dados de certidão de nascimento e proporções da sÚldrome
reprodutivos mais tardios. de Down observadas para esperadas, estimamos a incidência
O risco da síndrome de Down em uma gravidez gemelar da síndrome de Down nascida viva em 1990 e a incidência
é maior do que o risco idade-específico em uma gestação anual de 1995 a 2000. lOi Houve um aumento de 1,8 vez na
simples. A diferença precisa, no entanto, é difícil de determi- contribuição de mültiplos para nascidos vivos com a síndrome
nar. Rodis et al. 109 calcularam um risco teórico idade-específico de Down de 2,6% em 1990 para 4,6% no ano de 2000 (Tabela
materno para a síndrome de Down em gestações gemelares. 8-6).3
Eles admitiram que a probabilidade da síndrome de Down Esse aumento de fetos com a síndrome de Down em gesta-
era independente entre os gêmeos e que as sobrevi das eranl ções mültiplas reforça a necessidade do rastreamento da sín-
comparáveis com gestações lII1icas. Afirmaram que o risco drome de Down. Verificamos a falta de um consenso sobre os
de um ou o outro, ou ambos os gêmeos, serem afetados foi riscos da síndrome de Down relacionada à idade em gêmeos.
aproxin1adamente 80% superior que o risco idade-específico Os testes sé ricos maternos também usam normas diferentes
materno para gravidez ünica. Esse \;sco se aproxin1ou do (aproximadamente o dobro do valor usado em fetos ünicos
risco em gravidez ünica de uma mulher 2 ou 3 anos mais se o análito for mais alto em gestações com a síndrome de
velha. Lee el al. ll o usaram um modelo semelhante, mas cor- Down, ou metade se o análito for mais baixo na síndrome de
rigiram para raça materna e zigosidade. Eles concluú'am que Down), que incluem como fator a contribuição de ambos os
o risco de gêmeo por gTavidez aproximava-se ao do risco fetos. Uma vez que os fetos podem ser discordantes para a
simples para uma mulher 3 ou 4 anos mais velha. Por exem- aneuploidia, a contribuição de cada feto para os análitos séri-
plo, uma mulher de 32 anos de idade carregando gêmeos cos não é conhecida. Por essa razão, os resultados de triagem
teria citado um risco da síndrome de Down para essa gravidez sérica são tirados em média para a gravidez. O exame para a
igual ao de uma mulher de 35 ou 36 anos de idade com uma sÚldrome de Down no primeiro trimestre usa triagem sé rica
gravidez ünica. com proteína plasmática associada à gravidez (pPAG-A) e a
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS 289
3
I Tabela 8-6 I Contribuição de Gestações Múltiplas para a Prevalência da Síndrome de Down Nascida Viva
Sindrome de Down de % da Síndrome de Down de
Ano Nascidos Vivos Totais Síndrome de Down Total* Gestações Múltiplas Gestações Múltiplas
Eficácia do Comprimento do Colo com 23 Semanas para Predizer Parto Prematuro Espontâneo em
Tabela 8-9
Gesta ões Gemelares
CC $ CL $ CL $ Parto < Parto < Taxa Taxa
20mm 25mm 30mm 32 Sem. 35 Sem. Senso Falso-pos. Falso-neg.
N (%) (%) (%) (%) (% ) (%) (%) (%)
* s 34 semanas.
CC, comprimclllo do colo : Sens .. sensibilidade: Pos., positivo: Neg., negativo.
predizer o parto pré-termo.126 Em geral, um colo curto em Outros fatores afetan1 a taxa de morte na redução de
gêmeos monocoriônico-dianmióticos é mais preocupante que gravidez multifetal. Há uma curva de aprendizado do pro-
um colo curto em !?êmeos dicoriônico-diamnióticos. cedi.mento. As taxas de abortamento em reduções de gravidez
Newman el aI. 27 investigaram o impacto da cerclagem multi.fetal são inversamente proporcionais à experiência do
cervical na evolução obstétrica de gestações gemelares com operador. 131 As ta.;xas de morte também varian1 conforme o
um comprimento cervical encurtado em um estudo prospec- número de fetos no início e na conclusão do procedimento.
tivo não-randomizado. Eles acompanharam 147 mães de Em um relatório de uma experiência multicêntrica com 3.513
gêmeos consecutivas que fizeram medição ultrassonográfica reduções completadas, as taxas de abortamento foram de
transvaginal do comprimento cervical entre 18 e 26 semanas 15,4% para um número inicial de seis fetos ou mais, de 11,4%
de gestação. Conforme esperado, o risco de parto prematuro para um número inicial de cinco fetos, de 7,3% para um
aumentou com o comprimento decrescente do colo. As com número inicial de quatro fetos , e de 4,5% para um número
comprimento cervical menor que 25 mm receberam o ofe- inicial de três fetos. As taxas de morte com um número final
recimento de uma cerclagem cervical. Vinte e uma de 128 de fetos de três, dois ou um foram de 18,4%, 6,0% e 6,7%,
gestações gemelares submeteram-se à cerclagem, para um respectivamente. Em uma experiência de um só centro em
comprimento cervical menor que 25 m. Qlando as gestações 1.000 reduções consecutivas de gestações multifetais, a ta.,'(a
gemelares foram estratificadas em quartis de comprimento global de abortamento completo foi 5,9%.132 A taxa de morte
cervical, a cerclagem no trimestre intermediál'io não alterou foi a mais baixa de toelas com um número inicial de dois fetos
os riscos de parto prematuro quando comparada à atividade (2,5%) e permaneceu estável para reduções com números
materna restrita. iniciais de três, quatro ou cinco fetos, mas aumentou depois
para 12,9% com seis ou mais fetos. As taxas de morte também
aumentaram à medida que os números finais aumentaram.
REDUÇÃO DE GRAVIDEZ A taxa de prematuridade também subiu com um número
MULTIFETAL de término mais alto . Um número fmal de um, dois ou três
teve uma taxa de perda de 3,5% a 5,5% a 16,7% respectiva-
Devido ao risco aumentado de prematuridade e os concomi- mente. A idade gestacional média no parto dos fetos únicos
tantes riscos a longo prazo de morbidade neonatal associados finais foi de 37,9 semanas; para gêmeos, de 35,3 semanas; e
a gestações múltiplas de mais alta ordem, a redução da gravi- para trigêmeos, de 33,5 semanas. Observe que essas idades
dez multifetal evoluiu como uma modalidade para diminuir gestacionais são muito semelhantes a gestações não·reduzidas
o número de fetos na gnvidez índice. A experiência inicial com um número semelhante de fetos. Uma comparação de
relatou 85 reduções no primeiro trimesu'e nas quais todas gêmeos reduzidos de trigêmeos com gêmeos não-reduzidos e
menos cinco foram reduzidas de tríplices ou mais altas para trigêmeos também confirmou que os abortamentos e a pre-
gemelares. 129 As reduções foram realizadas com injeção tran- maturidade podem ser diminuídos com a redução de gravidez
sabdominal de cloreto de potássio intracardíaco em gestações multifetal.13 Dado o impacto potencial da perda gestacional e
dicoriônico-dianUlióticas porque as anastomoses vasculares da prematuridade associadas a uma gestação gemelar, alguns
em placentas monocoriônicas colocariam em risco o cogêmeo. clínicos agora oferecem a redução de gêmeos a uma gesta-
A idade gestacional média no parto foi de 35,7 semanas, mas ção única. 134 A biópsia de vilo corial foi usada para guiar a
oito gestações perderam todos os fetos. Um acesso trans- redução de gravidez multifetal.134.136
vaginal para a de cloreto de potássio também foi
experimentado. 12 Uma série de um único centro de 290 casos
consecutivos de redução de gravidez multifetal comparou a GÊMEOS DISCORDANTES EM
via transabdominal com a transvaginal . Eles encontraram
uma taxa mais alta de morte total das gestações naquelas
ANOMALIAS
efetuadas transvagi.nalmente (16,7%) em comparação às feitas O achado de um feto anômalo em uma gestação gemelar não
transabdominalmente (2,7%) .130 é incomum. 14 O risco de base para grandes anomalias em
292 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DE GESTAÇÕES MÚLTIPLAS
3.000
2.750
2.500
2.250
§ 2.000
.9
cQ)
1.750
E
' (3
</l
'oc" 1.500
'"o
</l
1.250
Q)
o..
1.000
23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
Idade gestacional (semanas)
FIGURA 8-42. Curvas de crescimento de gestaçõe s gemelares con forme a corionicidade. Curvas de c rescimento de 102 percentil de nomo-
gramas publicados de gestações únicas relatadas por 8renner WE, Ed elman DA, Hendricks CH (quadrados! e Zhang e Bowes (losangos! e de
gêmeos monocoriônicos (círculos fechados! e gêmeos dicoriônicos (círculos abertos! descritas por Ananth CV, et ai. (Modificado de Ananth
CV, Vintzileos AM, Shen-Schwartz S, et ai.: Standards of birthweight in twin gestations stratified by placental choríonicity. Obstet Gynecol
91: 91, 1988. Reimpresso com permissão do American College of Obstetricians and Gynecologists.)
todas as gestações únicas é de 2% a 3%, e isso é duplicado com de cloreto de potássio observou uma taxa de morte
gêmeos. Há um aumento de 3 vezes nas anomalias em gêmeos fetal de 7,5% antes de 24 semanas de gestação. 139
monozigóticos que pode ser relacionado à causa subjacente
de geminação monozigótica. J37 As anormalidades cardíacas
estruturais em gêmeos monozigócicos sem STFF são quatro CRESCIMENTO GEMELAR
vezes mais comuns que o risco de base. 138 O tratamento de
um feto anômalo com um cogêmeo normal é problemático. As Uma medida importante e facilmente obtida do bem-estar
fetal em uma gestação múltipla é o crescimento fetal. A dis-
opções para lidar com tal dicotomia dependem da gravidade
crepância de crescimento é calculada subtraindo-se o peso
da anomalia, da idade gesracional ao diagnóstico, da saúde do
fetal es timado do feto menor do feto maior e dividindo pelo
cogêmeo e do potencial de o feto anômalo afetar o sucesso a
peso do feto maior. O peso discordante ao nascimento é um
longo prazo da gravidez.
diagnóstico feito em exames ultrassonográficos seriados que
Qyando uma anormalidade é encontrada em um gêmeo,
podem predizer evolução de gravidez, especialmente para o
a redução seletiva desse gêmeo é possível. Evans el al. 139
feto menor.142.144 Entretanto, mesmo em gêmeos muito dis-
descreveram a redução seletiva em 345 gestações gemelares .
cordantes, o tan1anho do feto menor pode frequentemente
O aborto com menos de 24 semanas foi de 7% e depois de
ser apropriado para a idade gestacional H4 Yinon el a[.l 45
24 semanas foi de 0,9%. Dos gêmeos nascidos depois de 24
mostraram que, em um gêmeo discordante pequeno para a
semanas, 12 ,4% nasceram entre 25 a 32 semanas e 79 ,8%
idade gestacional, há um risco muito mais alto de evolução
nasceram com mais de 32 semanas. Com trigêmeos, a t<L"'{a de
adversa que em um gêmeo discordante apropriado para a
morte foi de 12,8% antes de 24 semanas e com quadrigêmeos
ela foi de 14,3% antes de 24 semanas. 140 idade gestacional. Prospectivamente, portanto, o tratamento
da gravidez não deve se basear na discordância isoladamente.
Adicionalmente, há controvérsia sobre o grau de discordân-
MÉTODO USADO PARA A REDUÇÃO cia que pode ser Eredito com precisão por um único exame
ultrassonográfico . 46.147 A biometria seriada é um método
SELETIVA DO FETO ANÔMALO mais exato de predizer crescimento fetal discordante proble-
A interrupção seletiva em uma gravidez gemelar dicoriônica mático.148.149 O crescimento gemelar é semelhante ao de fetos
usa injeção transabdominal de cloreto de potássio dentro do únicos, até 30 a 32 semanas de gestação, e varia conforme
coração fetal. Geralmente a agulha é inserida no lado esquer- a corionicidade, como visto na Figura 8_42.150.151 Depois de
do do coração fetal e permanece in situ vários minutos para 32 semanas, a reserva placentária pode limitar o crescimento
documentar a assistoEa fetal. Evans pubEcou a mais inicial fetal , levando a um padrão assimétrico de crescimento (i. e.,
experiência em um estudo multicêntrico de 183 casos de feti- retardo na circunferência abdominal) visto no terceiro trimes-
cídio seletivo .141 A taxa de morte fetal antes de 24 semanas foi tre. Esse padrão assimétrico típico de restrição do crescimen-
de 8,3% com cloreto de potássio, e de 41,7 0/0 com embolização to intrauterino prediz_o 'potencial aumentado de evoluções
de ar. Um relatório subsequente de 402 casos usando apenas adversas da gravidez. 102.101\
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE GESTA ÇÕES MÚLTIPLAS 293
CONCLUSÃO
As gestações múltiplas impõem desafios interessantes e exci-
tantes aos pais, obstetras e ultrassonografistas. Examinamos
FIGURA 8-43. Apresentações cefálica-cefálica em uma gestação
gemelar.
o papel da ultrassonografia no diagnóstico de gêmeos, a
determinação da corionicidade, o tratamento de complicações
exclusivas dos gêmeos, o valor da triagem do comprimento
do colo para predizer a prematuridade, o uso do ultrassom
Uma vez que os gêmeos estão em grande risco de anor-
na tliagem de aneuploidia em múltiplos e o papel intraparto
malidades do crescimento, eles são acompanhados mais fre-
quentemente que as gestações únicas. O tempo mínimo enu-e da ultrassonografia nas gestações gemelares. O ultrassom é
exames ultrassonográficos para determinar que a diferença de uma ferramenta valiosa para o obstetra e o ultrassonografista
peso, isto é, a partir do encontrado no exame antecedente, é aperfeiçoarem o diagnóstico de gêmeos e múltiplos de mais
de 2 semanas. lo -!- Exames ultrassonográficos seriados são usu- alta ordem para orientar a assistência e o tratamento de com-
almente efetuados em gestações gemelares a intenralos men- plicações relacionadas a gestações múltiplas.
sais para gêmeos crescendo normalmente, e a intervalos de 2
semanas quando anormalidades de crescimento são documen-
tadas ou suspeitadas. Os gêmeos monocoriônicos estão em Referências
maior risco de perturbações do crescimento, especialmente
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entre 11 e 14 semanas foi associada a um risco aumentado Series 21 11.12,14.15.
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do que 20%.156 Salomon et al. 15? também observaram que, 8. Ettner SL, Christiansen CL, Callahan TL, H alljE: How 1011' binh
quando uma discrepância de CCN era maior que o 95 Q weight and gestational age conrribute to increased inpariem costs for
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9
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA
ANATOMIA FETAL NORMAL
Roy A. Filly, MO e Vickie A. Feldstein, MO
B
FIGURA 9-1. Ultrassonografias da cabeça neonatal. Imagens
coronal (AI. axial (B ) e mediossagital le) possibilitam correlação com
exames fetais. AS , aqueduto de Sylvius; CC, corpo caloso; CF, fi s-
sura coróide; CM, cisterna magna; CP , plexo co róide ; CSP , cavum do
septo pelúcido; LF , fissura lateral; OH , corno occipital; PO , opérculo
parietal; TH , corno temporal; TO , opérculo temporal; VB, corpo do
ventrículo lateral; 4V, quarto ventrículo.
A B
FIGURA 9-2. Ultrassonografias abdominais neonatais. A. Imagem axial transversa. B. Imagem parassagital. AG , glândula suprarrenal, córtex
Imais espesso e mais escuro) e medula (mais delgada e mais brilhante); CB, coluna de Bertin ; P, pirâmide medular do rim.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 299
B
FIGURA 9-4. Face normal em um feto de 35 semanas menstruais. É importante lembrar que as estruturas patológicas são
A. Imagens multi planares e renderizadas para volume da face fetal frequentemente mais visíveis que suas contrapartes normais
estão apresentadas. Em cima à esquerda, é apresentada uma vista (p. ex., as alças dilatadas de intestino delgado são mais
coronal através do nariz e lábios. Em cima à direita , é apresentada
fáceis de detectar que as alças normais de intestino delgado).
uma vista sagital ou de perfil da face. Embaixo à esquerda, está mos-
trado um plano axial através da crista alveolar anterior do palato pri- Entretanto. é ainda mais importante manter em mente que
mário. Embaixo à direita , está apresentada uma imagem renderizada a observação patológica mais difícil é reconhecer a ausência
para volume da face usando técnicas de superfície e luz . Uma linha de uma estrutura que ordinariamente poderia ser visualizada
é visível cruzando o lábio superior do feto , o que identifica o nível (p. ex., uma pane faltando em uma extremidade ou a incapa-
do plano axial na caixa embaixo à esquerda. Observe dois brotos
dentários na crista alveolar anterior (setas). B. Imagens de múltiplas cidade de ver o estômago quando está presente a atresia de
rotações da face fetal estão apresentadas. Em geral , um volume é esôfago sem fístula traqueoesofágica).
rodad o com um botão no painel de trabalho para fornecer a impres-
são de tridimensionalidade. (De Pretorius OH, Nelson TR: Three-
dimensional ultrasound in gynecology and obstetrics. U/trasound Q ANATOMIA DE SUPERFíCIE DO FETO
14:218, 1998.)
A ultrassonografia de rotina por indicações obstétricas rara-
mente exige uma análise de estruturas superficiais fetais.
mia fetal seja começada. porque a posição de uma estrutura Entretanto, quando uma anomalia é suspeitada, uma procura
muitas vezes inOuenciará nossa interpretação. A situação fetal cuidadosa de características de superfície do feto se torna
geral é avaliada primeiro (ou seja, longitudinal, oblíqua ou importante ou mesmo obrigatória. A anatomia de superfície
transversa). Uma vez que isso é determinado. a apresentação considerada nesta seção inclui face, orelhas. cabelo e genitália
(i. e., cefálica. pélvica) e a localização do dorso fetal são obser- externa. Importante , os avanços tecnológicos nas renderiza-
vadas. Se, por exemplo, o dorso fetal estiver no lado esquerdo ções u'idimensionais das ultrassonografias fetais tiveram um
materno e o feto estiver em apresentação cefálica, pode-se impacto dramático na visualização da anatomia superficial
julgar que o feto está deitado sobre seu lado esquerdo (Fig. feta1. 2 1-23 Con ulte o Capítulo 24 para detalhes .
9-6). Em contraposição, se o feto estiver pélvico. então ele deve A face fetal pode ser vista com considerável clareza com
estar deitado sobre seu lado direito. O inverso é o caso para a ultrassonografia bidimensional. As gestantes ficam frequen-
os fetos pélvico e cefálico quando o dorso fetal estiver no lado temente surpresas de ver o seu feto tão claramente (Figs. 9-7
direito materno. Nas situações fetais transversa ou oblíqua, as a 9-9). O supercílio, bochechas, pálpebras (e ocasionalmente
mesmas regras se aplicam, mas com diferente orientação. mesmo cílios), nariz, lábios e mento podem ser vistos cons-
Essa análise da posição fetal é vital para a interpretação tantemente. O nariz e os lábios são os mais importantes a
adequada de situs abdominal e torácico e para a identificação examinar em detalhe (para excluir fenda). As asas . columela
de estruturas fetais anormais. Por exemplo. uma estrutura e narina podem ser nitidamente representadas (Figs. 9-10 e
arredondada cheia de líquido na parte po terior esquerda 9-11 ). O lábio superior é mai importante diagnosticamente
do abdome fetal superior pode ser considerada como repre- que o lábio inferior e felizmente mais fácil de ver. A visuali-
sentando o fundo do estômago fetal. Entretanto, uma estru· zação é usualmente boa o suficiente para identificar o filtro .
tura de idêntica aparência mas localizada no lado direito do As bochechas são proeminentes, como esperado, e os tecidos
abdome fetal superior deve ser interpretada como uma lesão subcutâneos da bochecha. em virtude da presença de um
patológica ou uma anormalidade de si/us. grande corpo adiposo, são brilhantemente ecogênicos (Fig.
AVALIAÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 301
Estômago
Veia umbilical
Coluna
vertebral
Vesicula biliar
B
FIGURA 9- 6. O conhecimento do plano de corte através do abdome materno (longitudinal ou transversal), bem como da posição da coluna
fetal e estruturas esquerdas (estômago) e direitas (vesícula biliar), pode ser usado para determinar a situação fetal e a apresentação. A. Esta
imagem transversa do útero grávido demonstra a coluna fetal à direita materna com o feto deitado com seu lado direito para baixo (estômago
anterior, vesícula biliar posterior). Como estas imagens são vistas olhando-se a partir dos pés da paciente, o feto deve estar em uma posição
longitudinal e em apresentação cefálica. 8 . Quando o útero grávido é escaneado transversalmente e a coluna fetal está à esquerda materna,
com o lado direito para baixo , o feto está em uma posição longitudinal e em apresentação pélvica. Continua
302 AVALIAÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
o
FIGURA 9 - 6 conto C. Quando um plano de corte longitudinal demonstra o corpo fetal transecionado transversalmente e a coluna vertebral
fetal está mais pró><ima do segmento inferior do útero, com o lado direito fetal para baixo, o feto está em uma posição transversa com a
cabeça feta l à esquerda materna. D. Quando um plano de corte longitudinal demonstra o corpo fetal transecionado transversalmente e a coluna
vertebral fetal está mais próxima do fundo do útero com o lado direito fetal para baixo, o feto está em uma posição transversa com a cabeça
fetal à direita materna. Embora o escaneamento em tempo real do útero grávido permita rapidamente ao observador determinar a situação
e apresentação fetais, esta manobra de identificar estruturas específicas direitas e esquerdas dentro do corpo fetal nos força a determinar a
situação fetal acuradamente e a identificar anatomia fetal normal e patológica .
B
FIGURA 9-9. A . Corte mediossagital da face fetal (vista "de perfil"l.
B. Ultrassonografia axial através do nariz. Observe que o septo nasal
cartilaginoso (NSI é bem visto. NB, osso nasal; Mand, mandíbula;
Max, maxila.
A B
FIGURA 9 - 11. A. Imagem coronal verdadeira do nariz e lábio superior. 1, narina; 2, asa; 3, columela; 4 , lábio superior. B. A imagem coronal
inclinada demonstra uma perspectiva ligeiramente diferente. 5, bochecha; 6, filtro.
A
FIGURA 9 - 12. A. Corte axial da face fetal mostrando a língua . 1, lábio; 2, língua; 3 , corpo adiposo da bochecha. B. Corte mediossagital da
face fetal mostrando a língua. 4, nariz; 5, maxila; 6, mento.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANA TOMIA FETAL NORMAL 305
A B
c
FIGURA 9-14. A. O cabelo (1) pode ser erradamente tomado pela membrana externa de uma massa cistica em um feto mais velho. 2, parte
da orelha; 3, osso occipital; 4, tecidos subcutâneos e músculos na região occipital; 5, liquido amniótico "aprisionado". B. Escaneamento a 90°
em relação a A. Esta imagem esclarece que o feto é normal. 6, artéria umbilical; 7, veia umbilical; 8, cerebelo. C. Plano parassagital através
de um feto diferente demonstra cabelo (1) acima da orelha. 9, hélice; 10, lóbulo.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 307
B
FIGURA 9-15. Carona I IA) e axial 181. Genitália feminina externa
(e " interna"). De interesse. o útero (U!) pode ser visto indentando
assimetricamente a bexiga dos fetos femininos IAnts Toi, MD - comu- FIGURA 9- 17. Detalhes em um pênis fetal ereto. 1. uretra; 2. corpo
nicação pessoal). 1, grande lábio; 2, pequeno lábio; 3, fenda vaginal; cavernoso; 3, corpo; 4, glande; 5, prepúcio.
4, coxas.
A maiona dos ossos do esqueleto apendicular pode ser sos estão bem ossificados aos .j. meses . enquanto os carpos
vista do início ao meio do segundo trimestre. embora falanges e tarsos (exceto o calcâneo e o tálus no tarso) permanecem
possam ser difíceis de perceber em alguns casos. Constitui cartilaginosos durante toda a gravidel. O calcâneo e o tálus
uma regra geral do exame do esqueleto apendieular que, ossificam-sc cntre o 5Q c o 611 mês. enqua11lo os reSLallles ossos
quanto mais proximal um osso . mais facilmente ele é iden- do tarso e carpo não se ossificam até depois do nascimento
tificado. Essa regra em certo sentido é inverídica nas mãos (Figs. 9-26 e 9-27).
e pés. nos quais os metacarpos e metatarsos são VIStoS mais A escápula (Figs . 9-28 e 9-29). a clavícula (Fig. 9-30), o
facilmente e mais cedo que os ossos do carpo ou tarso (Figs . úmero (Figs. 9-28 e 9-31 ). o rádio (Fig. 9-32), a ulna (Figs.
9-19 e 9-25). Isso acontece porque os metacarpos e metatar- 9-31 e 9-32), os metacarpos (Figs. 9-19 e 9-32 ) e as falanges
308 AVALIAÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
B
FIGURA 9-20. A. Ultrassonografia mediossagital do joelho fetal.
B. Ultrassonografia axial (semelhante à radiografia de joelho chamada
"vista do nascer do sol"). CL, ligamento cruzado posterior: DFE,
epífise femoral distai: P, patela (um osso que é inteiramente carti-
laginoso): PL, ligamento patelar: PTE, epifise tibial proximal. Observe
a sinóvia ecogênica localizada entre a patela, o ligamento patelar e
as epífises.
A B
FIGURA 9-21. A. Ultrassonografia demonstrando melhor o fêmur mais distante do transdutor. As setas marcam as margens das epífises
distais. As pontas de setas marcam as "margens" aparentes da diáfise femoral distaI. A margem mais mediai da diáfise combina com a mar-
gem do côndilo mediai , mas as margens laterais da "diáfise" e do côndilo lateral são largamente diferentes. B. O mesmo exercicio pode ser
realizado no fêmur mais próximo. Novamente, as setas marcam as margens da epifise distai e as pontas de setas marcam as "margens" da
diáfise femoral. O sombreamento pelo osso mas não pela cartilagem causa este aspecto enganador.
A B
FIGURA 9--25. Pé fetal com 16 semanas de gestação em planos axial transverso (A) e parassagital (8). 1, dedos; 2, centros de ossificação
das falanges proximais; 3, cent ros de ossificação dos metatarsos; 4 , cuboide em cartilagem; 5, calcâneo em cartilagem.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 311
A B
FIGURA 9-29. A e B. Ultrassonografias parassagitais da escápula. 1, fossa infraespinhal; 2, músculo infraespinhal; 3 , espinha escapular;
4, músculo supraespinhal; 5 , fossa supraespinhal; 6, músculo subescapular; 7, costelas em eixo curto.
A B
FIGURA 9- 32. A e a. Ultrassonografias coronais do anteb raço e carpo . 1, diálise ulnar; 2 , olécrano em cartilagem; 3 , diálise radial ; 4 , epífise
ulnar distai ; 5 , diálise do metacarpo; 6 , epífise distai do metacarpo; 7 , centros de ossificação das falanges; 8 , arco do carpo visto como um
c onglomerado de cartilagem.
A B
FIGURA 9-33. A. Ultrassonografia coronal da mão fetal mostrando os tecidos moles dos dedos e palma. Os sulcos nas articulacões interfa -
langianas e os sulcos palmares são vistos. a. Ultrassonografia coronal da mão exibindo algum detalhe ósseo das falanges em
MP, falange média .
314 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
da ma,xila e quase a mandíbula inteira podem ser identifi- cas são particularmente bem visualizadas em reconstruções
cadas. do mesmo modo que a crista nasal óssea (Fig. 9-50). tridimensionais da calota, conforme será demonstrado no
Similarmente. os ossos frontal, parietal e escama do temporal Capítulo 24. Suturas e fomanelas são as janelas para o exame
c do occipital. os ossos que constituem a calota craniana , cerebral (Fig. 9-54). Embora muitos indivíduos que efetuam
podem ser vistos claramente. As zonas cartilaginosas de arti- ultrassonografia não percebam que estão emprcgando suturas
culação dcsscs ossos, as suturas coronal , sagital e lambdóide, e [ontanelas para examinar o cérebro fetal, eles visualmente se
são comumente visíveis (Fig. 9-52). As fontanelas também certificam de que , à medida que movem o transdutor, imagens
podem ser vis las (Fig. 9-53). Essas características anatôm.i- cerebra.is "indistintas" subitamente se tornam mais claras. A
razão, evidentemente. é que, ao moverem o transdutor, o feL"e
inevitavelmente passa através de uma sutura ou fontanela.
habilitando mesmo o examinador não refinado a aproveitar
esses espaços entre as placas da calota.
As costelas, a coluna vertebral e a pelve são facilmente
examinadas e servem como excelentes marcos anatômicos .
Na pelve, os centros de ossificação ilíacos são facilmente
observados a partir do começo do segundo trimestre (ossifi-
cados aos 2,5 a 3 meses felais). A ossificação isquiática (fig.
9-34) está presente aos 4 meses, mas a ossificação púbica não
está presente até os 6 meses.
A coluna é uma estrutura extremamente importante no
diagnóstico feta1.39A9-5 1 Com o advento da lriagem de alfafeto-
proteína sérica, bem como o desenvol vimento concomitante
de sofisticada tecnologia de exame ultrassonográfico de alta
resolução, existe o potencial de diagnosticar quase todas as
lesões de espinha bífida antes da vigésima semana de gravi-
dez. 52 Essas transformações na assistência obstétrica obrigam
que a morfologia da coluna vcrtcbral fctal seja bem compre-
endida pelos ullrassonologistas. A sequência de desenvolvi-
mento de ceI1lros de ossificação na coluna vertebral fetal [oi
FIGURA 9- 34. Imagem coronal do quadril fetal. 1, centro de ossi- extensamente estudada no passado com métodos radiológicos
ficação isquiático ; 2 , acetábulo cartilaginoso ; 3, cabeça femoral em e histológicos.n 35 Cada vértebra geralmente tem três centros
cartilagem; 4 , trocanter maior em cartilagem ; 5 , diáfise femoral. primários de ossificação, um para o corpo (ct!71trllln) e um em
Observe a sinóvia ecogênica entre o acetábulo cartilaginoso e a cada lado do arco neural posterior. Os cenlra são oss ificados
cabeç a femoral. Consulte a Figura 9-20A .
A B
FIGURA 9- 35. A e B_ Ultrassonografias longitudinal (A) e axial transversa (B) da coxa fetal. 1, cápsula posterior da articulação do quadril;
2 , tro c anter maior ; 3 , diáfise femoral ; 4 , côndilo lateral; 5, côndilo mediai; QF, músculo quadríceps femoral; BF , músculo bíceps femoral;
F, diáfise femoral_
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁ FICA DA ANA TOMIA FETAL NORMAL 31 5
. . . . . . . . . . . . .1 . . . . . . . . . . . .- - - - - -
A B
FIGURA 9-36. A. Ultrassonografia parassagital do joelho fetal. O côndilo femoral (1) articula-se com o platô tibial (epífise tibial proximall.
B. Ultrassonografia mediossagital do joelho fetal. Observe o espaço (31 entre a epífise femoral distai (11 e a epífise tibial proximal (21. Isso é
devido à incisura intercondilar (Fig . 9-371 .
A B
FIGURA 9- 38. A e B. Ultrassonografias coronais do joelho (fora de eixo). 1 , epífise fibular proximal; 2, diáfise fibular; 3, diáfise tibial; 4,
epífise tibial proximal; 5, patela; 6, metáfise femoral; 7 , côndilo lateral do fêmur.
A B
FIGURA 9-40. A. Ultrassonografia coronal da coxa distai em um feto a termo. DFE , centro de ossificação da epífise femoral distai; PTE, centro
de ossificação da epífise tibial proximal. Observe os tamanhos grandes e semelhantes dos centros de ossificação, um sinal virtualmente certo
de um feto próximo do termo. B. A ultrassonografia coronal através do úmero proximal mostra um centro de ossificação secundário inicial na
cabeça umeral, outro achado que indica uma gestação avançada. PHE , centro de ossificação da epífise umeral proximal.
10 M
i i i
EFD e ETP • 8
• •
-
(N - 20)
• ••••• • • • ••
• •• I I
(N = 21) oLL
•• • •
I
•••• •
I I w
• •••••
•••
«o
O
I
Z
5
« 4
:2
Ausência de epifises
I :1, •
3
T·j
(N. = 20)
j
20 24 28 32 36 40 44
IDADE GESTACIONAL QUANDO PELO MENOS
2 DE 3 PARÂMETROS CONCORDAVAM O 28 29 30 31 32 33 34 3S 36 37 38 39
N =61
IDADE MENSTRUAL (semanas )
FIGURA 9-41 . Tempo de aparecimento da epífise femoral distai
(EFD) e da epífise tibial proximal (ETP) em um grupo misto de 61 FIGURA 9-42. Variação no tempo de aparecimento da epífise
fetos quando dois dos seguintes três parâmetros coincidiam: última femoral distai (EFD) e tamanho em fetos masculinos e femininos. (De
menstruação, ultrassonografia inicial e escores de Dubowitz. (De Mahony SB, Callen PW, Filly RA : The distai femoral epiphyseal ossi-
Chinn DH, Bolding DB, Callen PW, et ai: Ultrasonographic identi- fication center in the assessment of third trimester menstrual age:
fication of fetal lower extremity epiphyseal ossification centers. Sonographic identification and measurement. Radiology 155: 201 ,
Radiology 147:815, 1983.) 1985.)
318 AVA LI A ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANA TOMIA FETAL NORMAL
Ê
É- 6
oLL
w •
4:
o S
O
I
Z
4: -2 DP
::?; 4
O
1•
28 30 32 3' 36
29 31 33 3S 37
A B
FIGURA 9-44. A e 8 . Dois cortes do fêmur para medição. A visualização do osso cartilaginoso proximal (2) e distai (4) assegura que o plano
de corte é através do eixo longo da diáfise (3). Resta apenas posicionar corretamente os cursores para assegurar uma medida exata. 1, centro
de ossificação isquiático.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL _ _3
_ 1.-
9
SISTEMA CARDIOVASCULAR
A anatomia do coração e dos grandes vasos encontra-se discu-
tida em detalhes no Capítulo 14. Neste capítulo, o foco é nos
vasos fetais visíveis no interior do útero e corpo fetal que não se
encontram descritos em ouu-o local. De fato, pode ser visto um
nltmero surpreendentemente grande de vasos sanguíneos fetais
individuais. O Doppler em cores aumentou em muito nossa
capacidade de demonsn-ar constantemente os vasos fetais.
A circulação fetal começa na placenta. Em quase todos
os fetos de segundo e terceiro u·i..mestres, podem-se detectar
os vasos da superfície (fetal) da placenta e, com o Doppler
em cores, pode-se mesmo apreciar que tais vasos penetram
a substância placentária. Os vasos da superfície coalescem
na "inserção" do cordão. A identificação da inserção do cor-
dão tornou-se importante por causa do advento da biópsia
FIGURA 9-50. Órbitas fetais, começo do segundo trimestre. 1, percutânea do umbilical (fetal) para diagnóstico e
frontal; 2, sutura metópica; 3, órbita ; 4 , maxila; 5, osso nasal; 6, tratamento (Cap. 17)."9 A "inserção" do cordão muitas vezes
cristalino. é vista com facilidade , mas se não, é valioso procurar grandes
vasos da superfície placentária e ras treá-Ios até o cordão e usar
o Doppler em cores.
O cordão umbilical normal é composto de duas artérias e
similar. os espaços enU'e os centros de ossificação dos corpos uma veia (Fig. 9-65). O cordão está quase sempre enrolado e
vertebrais são um compósito da margem não ossilicada dos às vezes extremamente enrolado. Isso leva a uma variedade de
corpos vertebrais adjacentes mais o disco intervertebral (Fig. aparências do cordão quando visto com cortes tomográficos
9-60). A margem de cartilagem no corpo vertebral é mais conforme gerados por ultrassonografia (Fig. 9-66). De fato, a
bem apreciada posteriormente, jaze ndo entre o centro de ossi- tarefa "simples" de contar os vasos do cordão pode ser tor-
ficação e a dura do canal vertebral (Fig. 9-62C e D). Também nada bastante frustrante pelas espirais. Para obter a contagem
os processos espinhosos do arco neural posterior são vistos correta dos vasos do cordão constantemente, deve-se confiar
ocasionalmente; essas estruturas novamente são inteiramente em um corte axial tnU1sverso verdadei ro dos vasos do cordão.
compostas de cartilagem na vida fetal (Fig. 9-62C) . Plan os longitudinais ou obliquas podem ser enganosos.
Uma característica que não pode ser bem julgada em Esses vasos entram no feto , por definição, no umbigo e
ultrassonografias é o grau de ossificação dos ossos. Assim, ali imediatamente divergem. 6o A veia umbilical prossegue
a ossificação aumentada, como na osteopetrose, não é com- cefalicamente (Fig. 9-67); as artérias umbilicais saem de uma
pletamente reconhecida em ultrassonogra fias. Similarmente, direção caudal. As artérias umbilicais prosseguem ao longo
a ossificação diminuída é julgada com dificuldade. Apenas da margem da bexiga urinária a partir da sua origem nas
no osso mais extremamente osteopênico se pode apreciar a artérias ilíacas em seu trajeto na direção do umbigo (Fig.
ossificação diminuída em ultrassonografias. Exemplos são a 9-68). Ao correrem ao longo da margem vesical, elas não
calota quase não ossificada em fetos com osteogenesis imperflcta devem ser erradamente tomadas por ureteres dilatados , uma
letal ou hipofosfatasia recessiva,53'55 ou a coluna em fetos com distinção facilmente feita averiguando-as com o Doppler em
acondrogênese. 56 cores. Independentemente do grau de distensão da bexiga, as
Pouco espaço é devotado ao sistema muscular fetal, ainda artérias umbilicais normais sem/Jre Oanqueiam a parede vesical.
que muitos músculos e gTLlpOS musculares possam ser muito Assim, essa relação pode ser empregada para detectar as arté-
bem vi ualizados (Figs. 9-28 e 9-29). Em geral, músculos rias umbilicais ou a bexiga urinária, particularmente quando a
normais são bastante hipoecoicos - às vezes tanto que simu- patologia alterou a aparência esperada da bexiga. Embora não
lam coleções líquidas. Isso é mais notável na musculatura da representando evidência certa de um cordão com três vasos,
parede abdominal, o que pode simular ascite (pseudoascite) a identificação de duas artérias umbilicais Oanqueando a luz
(Fig. 9-63).57 No presente, o equipamento ultrassonográfico vesical representa excelente evidência de um cordão trivascu-
de alta resolução diminui a propensão a "declarar excessiva- lar e, empregando o Doppler em cores, constitui o método
mente" ascite causada por essa situação de artefato, porque mais fácil de "confirmar" um cordão trivascular.
as camadas da parede abdominal podem ser vistas muito A veia umbilical junta-se à ci.rculação portal fetal. A cir-
claramente 58 culação fetal portal é vista com um alto grau de constância
O s músculos da parede abdominal , os oblíquos interno em ultrassonografias. Obviamente, quanto maior o feto , mais
e externo e o transverso do abdome, são, às vezes, tão clara- facilmente serão visualizados os menores elementos deste
mente visíveis que as camadas individuais podem ser detec- sistema. Importante: muitas das ilustrações vistas na literatura
tadas (Fig. 9-64). Mais comumente visto como uma camada interpre tan1 incorretamente a anatomia venosa umbilical e
única de músculos, esse tecido é facilmente reconhecido como portal fetais. A confusão levou não apenas à nomenclatura
situado dentro da parede abdominal observando-se sua posi- inadequada, mas também ao uso de marcos anatômicos
ção entre a gordura subcutânea e a gordura pré-peritonial . inapropriados para obtenção de importantes medidas fetais.
Esta última é acompanhada a partir da gordura perinéfrica C om uma compreensão clara da anatomia da veia porta fetal ,
quando ela se curva pelo Oanco. Ademais, os músculos da podem-se evitar essas armadiU1as e apreciar melhor a anato-
parede abdominal "encontram" as extremidades das costelas mia hepática segmentar fetal e adulta.
321
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
---
A B
FIGURA 9-51. Órbita e conteúdo fetais vistos em ultrassonografias
axial transversa (A) e parassagital (8 e e). AC, câmara anterior; C,
córnea; L, cristalino; HA, artéria hialóidea; IRM, músculo reto inferior;
MR, músculo reto mediai; ON, nervo óptico (atravessando a gor-
dura retrobulbar); SRM, músculo reto superior; VC, vítreo primário.
Observe o cílio leye /ash) estendendo-se da pálpebra fechada Itam-
bém visível em 8).
c
322 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOM IA FETAL NORMAL
A dinâmica da circulação fetal determina os detalhes da direito por vários caminhos. Uma concepção errada comum
anatomia venosa portal hepática e segmentar fetal. G' Uma vez da circulação fetal é que a maior parte do sangue venoso
que não há ramos da veia umbilical que desviem sangue. O umbilical desvia-se do leito capilar hepático através de um
volume de sangue placentário que entra no sistema venoso ducto venoso grande patente, Entretanto, in ldera, o ducto
portal esqucrdo é igual àque le na veia umbilical. Assim , a venoso tem em média apenas um sétimo do diâmetro da veia
veia umbilical e a parte (segmento umbilical) da veia porta umbilical G2 e pode mesmo estar fechado (Fig. 9-67).63 Deve ser
esquerda a que ela se junta têm o mesmo diâmetro (Fig. lembrado, no entanto. que a resistência periférica do leito vas-
9-67). Por essa razão, a veia porta esquerda do feto é maior cu lar hepático não está presente no ducto venoso, capacitando
que a direita, o inverso da situação observada na criança e o vaso de menor calibre a carregar uma quantidade maior de
no adulto. A partir desse ponto, sangue pode atingir o átrio sangue do que poderia ser esperado. Não obstante, uma parte
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANA TOMIA FETAL NORMAL 323
A B
FIGURA 9-59. Cortes axiais transversos, coluna vertebral sacral, mesmo feto em posições de pronação (A) e de decúbito (8). A anatomia do
arco posterior (POC) é bem vista em qualquer das duas posições. (De Fil/y RA , Simpson GF, Linkowski G: Fetal spine morphology and matura-
tion during the second trimester: Sonographic evaluation. J Ultrasound Med 6:631, 1987.)
D
FIGURA 9- 62. A e B. Coluna vertebral lombar de um feto de 27 semanas, cortes axiais . C, centrum ; L, lâminas; N, sincondrose neurocentral ;
SC , medula espinhal. C e D. Imagens longitudinais da coluna toracolombar (C) e lombossacra (D). CM, cone medular; setas, dura -má ter; L,
lâminas; SC , medula espinhal (observe o eco linear brilhante a partir do canal central); SP, processo espinhoso (em cartilagem). (De Fil/y RA,
Simpson GF, Linkowski G: Fetal spine morphology and maturation during the second trimester: Sonographic evaluation. J Ultrasound Med
6:631, 1987.)
B
FIGURA 9 - 64. A e B. Cortes axiais transversos, abdome fetal. B
A. A musculatura hipoecoica da parede abdominal Isetas) pode erro- FIGURA 9-65. A. Corte longitudinal de um cordão umbilical trivas-
neamente dar a impressão de que ascite está presente. A, aorta; AG, cular ICO) com uma quantidade típica de voltas. B. Corte longitudinal
glândula suprarrenal; V, veia cava; GB, vesícula biliar. B. A muscu- de um cordão umbilical trivascular ICO) com uma quantidade de
latura da parede abdominal está situada entre a gordura subcutânea voltas maior que o usual lexiste controvérsia quanto a isso ser uma
ISF) e a gordura pré-peritonial IPF). As camadas individuais podem variante ou uma circunstância anormal).
ser apreciadas. S, estômago; UV, veia umbilical.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 327
A
FIGURA 9- 66. A. Doppler em cores não-direcional longitudinal do cordão umbilical. A veia umbilical IUV) está entrelaçada com as duas arté -
rias umbilicais lUA). 8. Corte axial transverso do cordão umbilical.
A 8
FIGURA 9- 67. A e 8. Cortes mediossagitais da circulação umbilical em escala de cinza IA) e Doppler em cores não-direcional 18). DV, dueto
venoso; LHV, veia hepática esquerda; LPV, segmento umbilical da veia porta esquerda; MPV, veia porta principal; RHV, veia hepática direita;
UA, artéria umbilical; UC, cordão umbilical; UV, veia umbilical; VC, veia cava inferior.
328 AVALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A B
FIGURA 9-69. A. Circulação portal fetal. A, aorta; MHV, veia hepática média; MPV, veia porta principal; PR, divisão posterior da veia porta
direita; PT, pars transversa da veia porta esquerda; RPV, veia porta direita; S, estômago; US , o segmento umbilical da veia porta esquerda
começa no ponto onde os ramos segmentares mediai (MSB) e lateral distai (LSB) se originam (proximal a esse ponto, o vaso é a veia umbilical);
V, veia cava. B. Observe que a veia porta principal (MPV) é a linha apropriada de divisão entre a veia porta direita (RPV) e a primeira porção
da veia porta esquerda , a pars transversa (PT).
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 329
A B
FIGURA 9-70. A e 8. Cortes axiais transversos do fígado fetal. DV, dueto venoso (alternativamente, isso pode representar um corte parcial
através da veia porta principal - Fig. 9-698); AR , divisão anterior da veia porta direita; LS, ramo segmentar lateral; MH , ve ia hepática média;
PR , divisão posterior da veia porta direita; RC e LC , pilares diafragmáticos direito e esquerdo; RH, veia hepática direita ; RP , veia porta direita;
S, estómago; SP, baço; US , segmento umbilical da veia porta esquerda.
FIGURA 9-71. Corte através do eixo longo das veias hepáticas SISTEMA GASTROINTESTINAL
fetais proximais. IVC, veia cava inferior; LHV, veia hepática esquer-
da; MHV , veia hepática média; RHV , veia hepática direita. Essas
Muitos componentes do sistema gastrointestinal podem ser
veias dividem o fígado em lobos e segmentos. AS e PS , segmentos vistos ultrassonograficameme, alguns tão cedo quanto no fim
anterior e posterior do lobo hepático direito; MS e LS, segmentos do primeiro trimestre.r.g O maior órgão paJ'enquimatoso do
mediai e lateral do lobo hepático esquerdo. sistema e do tronco, o fígado , é visto constantemente a partir
do segundo trimestre, embora suas margens muitas vezes
sejam indistintas nas fases iniciais da gravidez. Em contrapo-
artéria5 carótida5 comun5 e as veias jugulares lambém são sição, o outro órgão parenquimatoso importante do sistcma
comumente vistas no pescoço de fetos mais velhos. A artéria gaso'ointestinal, o pâncreas, é visto muito menos comumen-
e veia braquiais são menos frequentemente vistas adjacentes te, mesmo em fetos do terceiro trimestre, Por falta de uma
ao úmero, mas novamente podem ser encontradas usando-se melhor seção na qual o incluir, consideraJllos o baço com
o Doppler em cores. o trato gastrointestinal. Esse órgão também é visível cons-
330 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
B
FIGURA 9- 72. A. Vista longitudinal da aorta (AO). SP, coluna vertebral. 8. Vista longitudinal da veia cava inferior (IVC). MHV, veia hepática
média; PV , veia pulmonar; RA, átr io direito.
A B
FIGURA 9 - 73. A e 8. Cortes axiais transversos através do tórax fetal, o "corte de quatro câmaras". Em A , o feto está supino. Em 8 , o feto
está em posição de decúbito direito. DA , aorta torácica descendente; IVS, septo interventricular; LA, átrio esquerdo; LL, pulmão esquerdo; LPV ,
veia pulmonar esquerda; LV, ventrículo esquerdo; RA, átrio direito; RL, pulmão direito; RPV, veia pulmonar direita; RV , ventrículo direito.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 331
--
A B
c
332 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A B
FIGURA 9-75. Série de cortes com Doppler em cores não-direcio-
nais do tronco fetal. A . O arco aórtico é visto muito bem. 1. artéria
braquiocefálica ; 2, artéria carótida comum esquerda ; 3, artéria sub-
clávia esquerda . B. Corte mediossagital da ao rta abdominal. 4 , tronco
celíaco ; 5, artéria mesentérica superior . C. Corte oblíquo através da
pelve fetal exibindo a artéria umbilical (UA) juntando-se à artéria
ilíaca interna (liA) e continuando na artéria ilíaca comum (CIA).
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETA L NORMAL 333
A c
FIGURA 9-78. Cortes axiais transversos da (AI, mandíbula; (8)
maxila, e (e) língua. FM , musculatura facial; FP, corpo adiposo da
bochecha (de Bichat); H, hipofaringe; M, menta mandibular; TB ,
brotos dentários; T , língua.
A B c
FIGURA 9-80. A-C. Cortes coronais apresentando exibição do esôfago médio e distaI. Primeiro (A). a aorta descendente (AO) é localizada.
C, pilares diafragmáticos; S, estômago. À medida que o transdutor é movido anteriormente (8 e C), o esôfago (setas) aparece.
A B
FIGURA 9-82. A. Imagem coronal do estômago exibindo todas as partes do estômago incluindo o fundo (Fl, corpo (8), antro (A) e pilora (P).
O bulbo duodenal (D) (não contendo líquido) jaz adjacente à vesícula biliar (G8). B. Corte axial do estômago fetal mostrando o fundo (F) e o
corpo (8). Uma parte do pulmão esquerdo (LI e baço (Sp) estão incluídos. D, diafragma.
A B
FIGURA 9-83. A e B. As alças individuais do intestino delgado (S8) são claramente visíveis em imagens através do abdome fetal. A morfologia
da parede intestinal está bem mostrada. O aspecto dominante da parede do intestino delgado é a submucosa (SM), que mostra ecos brilhantes
(não tome erradamente por " intestino ecogênico " ). A muscular própria (MP) que demonstra ecos cinzentos mais escuros situa-se "fora" da
submucosa , e a muscular da mucosa (MM, também escura) reside "dentro" da submucosa. Observe que a musculatura da parede abdominal
anterior (AWMl, como toda musculatura , exibe ecos cinzentos mais escuros. Se olharmos estreitamente, poderemos apreciar a mucosa do
intestino delgado mais ecogênica "ensanduichada" entre as camadas da muscular da mucosa. St, estômago.
o cólon tende a se tornar visível perto do começo do ter- facilmente a distinção ele intestino delgado patologicamente
ceiro trimestre c, novamente, é visLo proifressivameme melhor dilatado . O cólon ascendente corre ao longo do flanco direito
com o aumento da idade gestacional. .82 O cólon tende a (Fig. 9-84A) em relação ao rim elÍl-eito. Ao se aproxÍlnar do
ser relativamente hipoecóico (Figs. 9-84 e 9-85). Como tal, o fígado, flexiona-se para a esquerda, na flexura hepática (Fig.
cólon não deve ser erradamente tomado por intestino delgado 9-84A). O cólon transverso corre ao longo da margem livre do
dilatado . É o trajeto característico do cólon que permite mais fígado (Figs. 9-84A e 9-85A) e passa inferior ao estômago. Na
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 337
A B
flexura esplênica, o cólon se volta posteriormente e de novo com a parede abdominal esquerda. Isso seria incomum, mas
entra em relação íntima com o rim; evidentemente, nesse possível em um adulto.
caso é o rim esquerdo. Frequentemente, ao examinar os rins, O s dois segmentos principais de cada lobo hepático podem
o cólon é detectado. De fato, quando um rim está ausente, o ser vistos nos fetos mais velhos (Fig. 9-71 ) e em alguma exten-
cólon ocupa a fossa renal e não deve ser erradamente interpre- são mesmo em fetos no começo do segundo O
tado como um rim normal ou anormal. Finalmente, o cólon segmento lateral do lobo esquerdo se estende para a esquerda
sigmoide arqueia-se sobre a bexiga urinária para juntar-se ao do segmento umbilical da via porta esquerda (Figs. 9-9 e 9-70).
reto (Figs. 9-84B e 9-85B). Ocasionalmente, marcas de haus- O segmento medial do lobo esquerdo é o tecido situado entre
trações podem ser observadas na parede do cólon. Um cólon a vesícula biliar (ou veia hepática média mais superiormente)
sigmoide (Fig. 9-85B) redundante não deve ser erradamente e o segmento umbilical da veia porta esquerda ou a fissura
tomado por intestino delgado dilatado. intersegmentar mais caudalmente (Fig. 9-86). O lobo direito
O fígado, conforme observado antes, é proporcionalmente é todo o tecido hepático situado à direita da vesícula biliar,
maior no feto que na criança ou adulto. 8 Similarmente, no veia hepática média e veia cava inferior (Figs. 9-64 e 9-70).
segundo trimestre, o fígado constitui 10% do peso fetal total Essas três últimas estruturas residem todas na fissura loba r
mas apenas 5% do peso total a termo. O fígado fetal , além principal. A veia porta esquerda e a veia hepática esquerda
disso, tem um lobo esquerdo substancialmente maior. De fato , marcam a fissura intersegu1entar esquerda. Finalmente, a
o fígado fetal abrange a largura inteira do abdome durante fissura intersegmentar direita é marcada pela veia hepática
toda a gravidez; o lobo esquerdo sempre fazendo contato direita cefalicamente e seu ramo anterior inferiormente.
--
338 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A B
FIGURA 9- 85. A. Um corte mediossagital demonstra o reto (R)
anterior ao sacro (5). B. Um corte axial transverso demonstra o reto
(R) situado entre a bexiga (BI) e o sacro (5). C. Um corte axial trans-
verso demonstra o ânus (An). GF, prega glútea.
Conforme mencionado, o pâncreas é difícil de se perceber fígado é ligeiramente menos ecogênico que o baço.84-8i O baço
em qualquer idade gestacional. O tecido pancreático situa-se cresce progressivamente durante a vida fetal , e nomogramas
posterior ao estômago, uma área que pode ser visualizada de tamanho esplênico estão disponíveis na literatura.s.1
constantemente no feto. Entretanto, a percepção individua-
lizada do pâncreas exige a demonstração da veia esplênica
e da origem da artéria mesentérica superior em um plano SISTEMA RESPIRATÓRIO
de corte axial transverso (Fig. 9-87). O pâncreas então é a
faixa de tecido entre esses vasos e a parede gástrica posterior. O trato respiratório superior é visto parcialmente. O nariz foi
Ocasionalmente, o pâncreas é ligeiramente maior em ecoge- ilustrado previamente (Figs. 9-10 e 9-11 ). A cavidade nasal, o
nicidade que os tecidos e órgãos peripancreáticos, tornando septo e o palato podem ser detectados com prática. Conforme
mais fácil a visualização. mencionado, panes da faringe e hipofaringe são comumente
O baço não é verdadeiramente um órgão gastrointestinal visíveis em virtude da presença de líquido. 10 Os seios pirifor-
(Figs. 9-70 e 9-82B). O baço é limitado pelo diafragma supe- mes são visualizados quando cheios de líquido (Fig. 9-79).
riOl'mente, as costelas inferiores lateralmente, o estômago Qyando quantidades relativamente grandes de líquido estão
medialmente e o diafragma e o rim posteriormente. É apenas presentes na faringe de um feto mais velho, a epiglote pode
a margem inferior que é difícil de delimitar. No feto, a eco- ser vista salientando-se para dentro do líquido (Fig. 9-88). A
genicidade do baço é semelhante à do fígado. No adulto, o epiglote é particularmente visível durante a deglutição.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 339
A B
FIGURA 9-88. A e B. Cortes coronais através da hipofaringe (H), epiglote (E), laringe (U e traqueia (T). LC. cartilagem laríngea.
FIGURA 9-89. Relações das estruturas mediastinais e do pescoço. Três cortes, mediossagital (A) e parassagitais (B e e), demonstram a
traqueia (T) até o nível do arco aórtico (A). O esôfago cervical (C) situa-se posterior à traque ia no pescoço (observe novamente as camadas
musculares e mucosas). D, diafragma; L, fígado; LA, átrio esquerdo; PV, veia porta esquerda; V, veia cava inferior.
é errônea porque um pulmão de maior ecogenicidade que o 9-94). Esses marcadores da extensão inferior do pulmão
fígado pode ser visto mais cedo na gravidez do que a maturi- melhoram a visibilidade do tecido pulmonar com o avanço
dade pulmonar pode possivelmente se desenvolver88.89 Além da idade gestacional. O s lobos pulmonares individualizados
disso, a parte muscular do diafragma se torna progressiva- não são visíveis no feto normal, mas, quando está presente
mente mais visível com o crescimento fetal e a hipertrofia um derrame pleural, a insinuação de líquido para dentro das
do músculo diafragmático que ocorre à medida que o feto cissuras principais (e da cissura menor à direita) marca os
"respira" contra pulmões atelectásicos cheios de líquido (Fig. limites lobares .
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 341
A B
FIGURA 9 - 90. Cortes axial transverso (A) e longitudinal (8) do pescoço fetal. CA, artéria carótida; IJV, veia jugular interna; L, laringe; SCM,
músculo esternocleidomastoideo; TC, cartilagem tireoide; Th, lobos da tireoide; Tr , traqueia.
A B
FIGURA 9-93. Corte coronal (A) através do tórax fetal. As diferenças de ecogenicidade entre o pulmão (L) e o fígado (Li) e o timo (T) são
facilmente vistas neste feto mais velho . B. Corte axial através do tórax fetal. Novamente, as diferenças de ecogenicidade entre o pulmão e o
timo (T) são facilmente vistas. C, carina; D, diafragma; H, coração ; PA , artéria pulmonar; Sp, coluna vertebral; SVC, veia cava superior .
A B
bexiga urinária não é visualizada podem ser examinados com mediana dentro da pelve fetal (Fig. 9-97). As alterações no
intervalos em busca do enchimento vesical. Se a bexiga não volume da bexiga urinária com o tempo diferenciam-na
puder ser vista na presença de oligodrâmnio, o exame sequen- de estruturas pélvicas císticas patológicas. Lembre-se que
cial para testar quanto ao enchimento vesical é obrigatório. as artérias umbilicais sempre flanqueiam a bexiga urinária
Com 32 semanas de gestação, o volume má..ximo da bexi- independentemente do grau de distensão vesical. Essa relação
ga urinária fetal mede 10 mL. Ao termo, o volume da bexiga anatômica é extremamente útil para a identificação de uma
fetal normal quadruplica. Similarmente, a produção urinária bexiga urinária persistentemente vazia ou a confirmação de
fetal, conforme calculada pela determinação da mudança no uma bexiga maciçamente superdistendida.
volume da bexiga com o tempo, aumenta de 9,6 mL/h com A uretra fetal normal pode ser identificada, de tempos
30 semanas para 27,3 mL/h com 40 semanas de idade mens- em tempos, como uma linha hiperecogênica estendendo-se
trua1. 96 .97 Evidentemente, os fetos a termo urinam; assim, a pelo comprimento de um pênis ereto (Fig. 9-17). Em fetos
bexiga pode estar vazia. 98 O enchimento e o esvaziamento femininos e em fetos masculinos examinados quando o pênis
da bexiga urinária fetal confirmam que o feto produz urina está flácido, a uretra normal é difícil ou impossível de identi-
mas não indica a "qualidade" da urina produzida. A bexiga ficar. O útero e ovários não podem ser visualizados em fetos
urinária fetal normal, cuja parede é muito fina e quase invisí- femininos normais. Os testículos podem ser visualizados em
vel quando a bexiga está bem distendida, ocupa uma posição fetos masculinos somente depois que desceram para dentro
344 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A
FIGURA 9 - 96. Corte axial transverso de um rim fetal marginado
por gordura perirrenal (setas). A gordura perirrenal brilhantemente
ecogênica ajuda a delinear ultrassonograficamente o parênquima
renal menos ecogênico.
A B
FIGURA 9 - 98. A. Corte axial transverso da glândula suprarrenal direita (RA), embora muita anatomia possa ser vista nesta imagem do
abdome superior fetal. Observe ambos os ramos da glândula suprarrena l direita imediatamente posteriores à veia cava inferior (V) e uma parte
da glândula suprarrenal esquerda Inão·rotulada) à esquerda da aorta IAo). A parede abdominal , incluindo a gordura subcutânea 151. camadas
musculares IM) e gordura pré-peritonial é bem vista. St, estômago. B. Corte coronal da suprarrenal (A) demonstrando sua aparência típica
triangular " em chapéu". K, rim oposto.
A B
FIGURA 9 - 99. A. Imagem axial transversa ao nível do átrio ventricular esquerdo em um feto de 14 semanas. O parênquima cerebral IP) é
muito anecoico. C, plexo coróide; IF, sulco inter-hemisférico. B. A imagem ligeiramente caudal demonstra tálamos IT) e mesencéfalo IM) bem
desenvolvidos. Os cornos frontais (F) são grandes e cheios de líquido cerebroespinhal.
346 AVALI AÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A B
FIGURA 9-100. A e 8 . Cortes parassagitais no fim do primeiro trimestre demonstram que, mesmo cedo assim no desenvolvimento, o plexo
coróide (C) preenche as partes posterior e inferior do ventrículo. Os refletores especulares demarcam o corno frontal (F). que é desprovido
de plexo coróide e assim visto como uma parte "contendo líquido" do sistema ventricular. O corno temporal inicial é observado (T). Note a
ausência de um corno occipital. O coróide (C) preenche o corpo, átrio e corno temporal inicial. Observe também quão notavelmente fino é o
tecido cortical cerebral ICC).
os mais baL"Xos. Para complicar ainda mais, ocon·em altera- A cabeça fetal pode ser claramente discriminada do tronco
ções sigllificativas à medida que o desenvolvimento cerebral fetal quando um embrião atinge um comprimento cabeça-
proglide, resultando em mudanças contínuas de posições de nádega de 10 a 15 nU11. Entre a 10a e a 11 ª semana após a
certos "pontos de referência". Essas alterações nunca tinham última menstruação (Fig. 9-3), já se pode começar a apreciar a
sido observadas in vivo) e o exame post mortem do cérebro pode anatomia dentro da cabeça fetal em desenvolvimento. A essa
variar em relação a sua aparência durante a vida. altura, os componentes teciduais intracranianos consistem
Uma série de observações-chave levou à descrição clara quase inteiran1ente no tálamo e no corpo estriado, os quais
da neuroanatomia desenvolvimental normal conforme visto produzem a aparência simétrica do cérebro à medida que
ultrassonograficamente. Essas observações incluíram o reco- essas estruturas estreitan1 o terceiro venn-ículo em desenvolvi-
nhecimento elo terceiro ventrículo fetal, do plexo coróide mento para um refletor especular na linha mediana.
brilhantemente ecogênico'" e da vascularização pulsando No fim do primeiro trimestre, o tálamo, o terceiro ventrícu-
em várias cisternas. Il3 As duas primeiras identificaram o lo, o mesencéfalo, o tronco cerebral e os hemisférios cerebela-
sistema ventricular supratentorial. A última possibilitou res alcançaram um aspecto que permanecerá em grande parte
a identificação da cisterna de Sylvius (pulsação da artéria inalterado, a não ser o aumento progressivo, durante todo o
cerebral média), da cisterna interpeduncular (pulsação da período restame de observação ultrassonográfica do feto (Fig.
artéria basilar) e da cisterna ambiente (pulsações da artéria 9-99). Por essas razões, a vasta maioria das alterações que
cerebral posterior) (Fig. 9-76). Os marcos estabelecidos por são observadas - e elas são substanciais - relaciona-se com
tais observações proporcionaram uma fundamentação para o crescimento e desenvolvimento do telencéfalo. Conforme
a identificação subsequente de outras estruturas neurais mencionado, no término do primeiro e começo do segundo
específicas. trimestres, os ventrículos laterais (Figs. 9-99 e 9-100) dominam
Mais tarde no curso do desenvolvimento da ultrasso- a aparência ultrassonográfica do telencéfalo. O plexo coróide
nOgI-afia, o cérebro neonatal ficou subesrudado (Figs. 9-1 e brilhamemente ecogênico domina-os por sua vez. Entre 12
9_103). 1.2.112 Curiosamente, isso resultou em uma compreen- e 13 semanas, os ventrículos laterais podem ser claran1ente
são muito maior do aspecto do cérebro fitaI porque o exame vistos, mostram-se ovo ides e são em grande parte preenchidos
de "crianças recém-nascidas" agora começa comumente tão pelo plexo coróide. Apenas os cornos frontais são desprovidos
cedo quanto com 25 a 26 semanas de desenvolvimento no lac- de plexo coróide, como são durante toda a vida (Figs. 9-99B,
tente prematuro (essencialmente um feto do segundo trimes- 9-100 e 9-101). Nessa fase do desenvolvimento, apenas o
tre) (Fig. 9-1 ). Os investigadores então começaram a aplicar rudimento de um corno temporal (Fig. 9-100B) surgiu, c um
a neuroanatomia conforme aprendida do cérebro neonatal, corno occipital ainda está por se desenvolver. O corno frontal,
que era examinado com grande clareza através da fontanela o corpo do ventrículo e o átrio do ventrículo são grandes e
anterior, ao cérebro fetal em desenvolvimento. A análise que facilmente detectados. O corioide é a estrutura mais fácil de
se segue da anatomia intracraniana fetal é apresentada com se reconhecer, por causa de seu tamanho e ecogenicidade de
base em tais observações. alta amplitude . Em contraposição, o mamo de córtex cerebral
AVALIAÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DA ANA TOMIA FETAL NORMAL 347
A B
FIGURA 9- 101. A a C. Três cortes axiais através dos ventrículos
laterais de fetos no começo do segundo trimestre. A. O corte axial
demonstra degradação da visualização do ventrículo próximo devido
a artefato de reverberação craniana. Observe a diferença em nitidez
dos cornos frontais (FH). AC , coróide atrial. B. Examinando através
da fontanela posterior, a reverberação craniana é quase eliminada e
os cornos frontais são agora vistos com igual nitidez (FH). C. Nesta
fase inicial de desenvolvimento, o corpo estriado (CS) é proeminente
e indenta o coróide ventricular. Isso não deve ser erradamente toma-
do por uma anormalidade (às vezes , quando mais anecoico , simula
um cisto de plexo coró ide) .
c
348 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A B
FIGURA 9-102. A a C. Cortes parassagita is através do ventrí-
culo de fetos de 16 a 18 semanas . O coróide (C) define o tamanho
ventricular e a posição do átrio ventricular. Observe o aumento
substancial na espessura do córtex cerebral (CC) em comparação
com fetos apenas algumas semanas mais jovens (Fig. 9-100). Ecos
brilhantes marginam o bordo do telencéfalo (setas retas). O refletor
brilhante representa leptomeninges na superfície (SU. Observe os
primórdios de um corno occipital (seta curva) em A e compa re com
o corno occipital mais desenvolvido (OH) em C. Note, também , que
o corno frontal (FH) é muito mais estreito em diâmetro craniocaudal
por causa do crescimento da cabeça do núcleo caudado que mudou
a forma dessa parte do ventrículo. B, corpo do ventrículo; TH, corno
temporal em desenvolvimento.
c
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA OA ANATOMIA FETAL NORMAL 349
A B
c D
FIGURA 9- 104. A a D. Sequência de cortes obtidos através de fontanelas e suturas. Esta técnica possibilita ver anatomia cerebral simétrica.
As leptomeninges da superfície (SL) são cruciais para discriminar a margem do tecido cerebral e as cisternas adjacentes . BV, veias em ponte;
CC, cisterna da convexidade; CCa , corpo caloso; CF, sulco calcarino; ChF, fissura coróide; DMV, veias medulares profundas; FC , foice do
cérebro; LF , sulco lateral; OH , corno occipital; OL, lobo occipital; SSS, seio sagital superior; SV , veia septal; TH, corno temporal.
Adicionalmente, dentro da substância do cérebro, mais tornam anatomicamente identificáveis. Elas são reconhecidas
notavelmente na região dos tratos de substância branca cere- por variações na ecogenicidade de núcleos específicos e tratos
bral, outras reflexões brilhantes são observadas (Figs. 9-104 que passam por essas zonas (Figs. 9-105 , 9-107, 9-109B, 9-110 ,
a 9-106 e 9-111 ), Inicialmente, esses refletores foram errada- 9-111A e 9-112). Vários núcleos cerebrais, bem como alg1.!-
mente tomados pelas paredes dos ventrículos laterais, com mas outras áreas do tecido neural, demonstram um aumento
os quais eles são contíguos (Figs. 9-105 e 9-108).llO. 11 3.11.j As moderado na amplitude de eco em comparação a elementos
origens dessas reflexões são os vasos sanguíneos drenando as cerebrais circundantes (Figs. 9-105, 9-107, 9-112 e 9-113).
regiões de substância branca mais profundas (Figs. 9-104D, 9- Tais núcleos demonstram sinais de mais baixa amplitude que
105,9-108 e 9-111 )."5 Curiosamente, a pia-má ter acompanha coróide ou leptomeninges. Entre essas estruturas, estão os
esses vasos quando eles correm pela substância cerebral. Por núcleos caudado e lentiforme, separados pela cápsula interna.
essa razão, novamente são as leptomeninges que se responsa- Menos comumente, é visível o claustro, marginado pelas
bilizam por ecos brilhantes no cérebro fetal. Assim, as estrutu- cápsulas extrema e externa. Similarmente, são discerniveis a
ras ecoando brilhantemente do cérebro fetal, incluindo os ecos substância negra (Fig. 9-106B) no mesencéfalo e os núcleos
da superfície, as cisternas, as veias que drenam da substância denteados do cerebelo (Fig. 9-107A, não-rotulado). Também a
branca profunda e o plexo coróide, todas estão associadas à parte ventral (ventre) da ponte é vista como uma zona de eco-
pia-máter. Como Dr.James Bowie um dia observou a respeito genicidade moderada, em oposição à parte dorsal (tegmento),
da gnllulc teoria unificadora dos ecos bnlhantes no cérebro, "é tudo que retoma ecos de baL'(a amplitude (Fig. 9-114). I
pia" (comunicação pessoal, 1991). É importante que os ultrassonologistas se familiarizem
O "esqueleto" ultrassonográfico do cérebro fetal em desen- com a aparência dos ventrículos laterais à medida que eles se
volvimento origina-se das estruturas brilhantemente reflexivas transformam durante todo o crescimento e desenvolvimento
que acabamos de considerar. Usando-se tais estruturas como do cérebro fetal. Entre 18 e 20 semanas , cornos occipitais e
arcabouço, numerosas áreas individualizadas de tecido neural cornos temporais facilmente reconhecíveis são visíveis (Fig.
são discerníveis ultrassonograficamente (Figs. 9-106, 9-107 e 9-102). Os ventrículos laterais alcançaram seus componen-
9-112),1.2 À medida que o cérebro se desenvolve, várias áreas tes adultos. Desse ponto em diante, os ventrículos laterais
do telencéfalo. diencéfalo, mesencéfalo, ponte e cerebelo se mudam de forma e proporção conforme influenciados pelos
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 351
A B
FIGURA 9- 106. A e B. Cortes demonstrando o mesencéfalo . O mesencéfalo é bem visto em virtude do contorno nítido fornecido pelas cister-
nas perimesencefálicas brilhantemente ecogênicas (as leptomeninges produzem a linha brilhante de demarcação) . AC, cisterna ambiente; CC,
cisterna crural; IPC, c isterna interpeduncular; QPC, cisterna da lâmina quadrigêmea. Essas margeiam os pedúnculos cerebrais (CP) e a lâmina
quadrig êm ea (QP). AS , aqueduto de Sylvius; SN, substância negra.
352 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
2 3 4 5 7 8 18 17 12 11
19
A B
10 6 9 15 16 13 14
FIGURA 9- 107. A e B. Cortes axiais transversos demonstrando muitas estruturas neurais individualizadas. Observe as variadas ecogenici-
dades das cisternas. As grandes cisternas (1, cisterna magna) têm uma aparência dominada por líquido cerebroespinhal. As cisternas pequenas
(7, cisterna basal) são dominadas por pia-aracnoide. 2, hemisfério cerebelar; 3, cisterna quadrigêmea; 4, cisterna ambiente; 5, cisterna crural;
6, cisterna interpeduncular (observe as paredes da artéria basilar centralmente nesta cisterna); 8, hipotálamo; 9, recesso inferior do terceiro
ventrículo; 10, aqueduto de Sylvius; 11, cabeça do caudado; 12, núcleo lentiforme; 13, sulco lateral; 14, corno frontal; 15, coróide atrial; 16,
ramo posterior da cápsula interna; 17, tálamo; 18, hiato tentorial; 19, foice do cérebro.
A B
FIGURA 9- 108. A. Corte axial transverso próximo do vértex. Ecos lineares brilhantes (setas) muitas vezes confundidos com ventrículos
laterais são vistos claramente. Observe que tais ecos se estendem à margem cerebral. C, cisterna da convexidade com líquido cerebroespinhal
e veias em ponte semelhantes a cabelos cobertas por pia-aracnoide brilhantemente ecogênica; F, foice; PF, sulco parieto-occipital. B. Imagem
fora de eixo através do ventrículo lateral e do eco linear (seta) visto em A. O corno occipital (OH) agora é bem visto . Observe novamente que
o eco linear se estende até a margem cerebral, enquanto o corno occipital é inteiramente margeado por tecido cerebral. CA, calcar avis; CP,
coróide.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 353
A B
FIGURA 9- 110. A a C. Três imagens da fossa posterior em dife-
rentes fases do desenvolvimento cerebelar . A e B são imagens de
fetos ma is adiantados, enquanto C é obtida no começo do segundo
trimestre . A. Corte axial transverso da fossa posterior demonst-
rando o quarto ventrículo (4v) e o forame de Luschka (LF) . Situado
entre o quarto ventrículo e a cisterna magna (CM) , está o verme
inferior completamente desenvolvido. LS, seio lateral; TC, tenda do
cerebelo . B. Corte parassagital da fossa posterior. E visto o verme
(V) completamente desenvolvido. O quarto ventrículo está delineado
pelo pedúnculo superior e a asa do lóbulo central, superiormente, e o
nódulo e a tonsila, inferiormente. O verme inferior está bem aparente
entre o quarto ventrículo e a cisterna magna (CM). Observe que o
verme se mostra muito brilhantemente ecogênico devido ao grande
número de folhas e, mais importante, às leptomeninges interveni -
entes cobrindo as superfícies das folhas. C. Corte axial transverso
da fossa posterior demonstrando o quarto ventrículo comunicando-
se livremente com a cisterna magna através de um verme inferior
incompletamente formado (V). Este é um achado normal nesta fase
inicial da gravidez. FH , corno frontal.
c
355
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
---
A B
FIGURA 9-111 . A. Plano coronal. 8 . Plano parassagital. As veias medulares profundas (DMV) e as veias em ponte (BV) são envoltas com
pia-máter e assim são brilhantemente reflexivas. As leptomeninges de superfície (Sl) brilhantemente reflexivas demarcam a superfície cerebral
e ajudam a detectar individualmente fissuras e sulcos como o sulco parieto-occipital (POF). CC, corpo caloso; CF, colunas do fórnix; CN, núcleo
caudado; FH, corno frontal.
A B
FIGURA 9- 113. Cortes coronal (A), axial transverso (8) e
mediossagital (C) do complexo cavum do septo pelúcido/
cavum vergae. A . No plano coronal, o cavum do septo pelú -
cido está situado entre os cornos frontais (FH) do ven trículo
lateral. O genu do corpo caloso marca o seu teto. DN ,
núcleos profundos da substância cinzenta. 8. Um corte axial
demonstra um complexo relativamente grande do cavum
do septo pelúcido /cavum verga e (CSP/CV) . Uma linha de
divisão entre estas entidades não pode ser adequadamente
traçada neste plano de corte. C. No plano mediossagital , a
linha de divisão en tre o cavum do septo pelúcido e o cavum
vergae é mais facilmente determinada. Primeiro , as cavj-
dades situam-se entre o coróide brilhantemente ecogênico
no teto do terceiro ventrículo (3vC) e o corpo caloso (não-
rotulado). O cavum do septo pelúcido (CSP) "termina"
onde começa o coróide terceiro·ventricular (ponta de seta).
Posterior a esse ponto, ele é mais apropriadamente chama-
do cavum vergae (CV). O coróide terce iro-ventricular se
funde imperceptivelmente com as leptomeninges brilhante-
mente ecogênicas na cisterna do velum interpositum (CVI) e
na cisterna da lâmina quadrigêmea (QPC). Ocasionalmente ,
há também um "cavum do ve/um interpositum", que pode
produzir uma pequena massa semelhante a um cisto no
esplênio do corpo caloso. Isso é uma variante normal.
sagitais, o quarto ventrículo é delineado pelo pedúnculo Uma das dificuldades para dominar a anatomia ultrasso-
superior e a asa do lóbulo central superiormente e o nódulo nográfica das estruturas intracranianas é a usual incapacidade
e a tonsila inferiormente. O verme inferior é bem exibido de ver ambos os hemisférios do cérebro simetricamente. 123
entre o quarto ventrículo e a cisterna magna . Observe que o O hemisfério mais próximo do transdutor é quase sempre
verme aparece muito brilhantemente ecogênico devido a seu "nublado" por artefatos de reverberação gerados quando o
grande número de folhas (Fig. 9-110B) e, mais importante, feixe acústico passa pela parede craniana próxima. A ossi-
as leptomeninges intervenientes que cobrem as superfícies ficação da calota parece estar na raiz desse artefato, porque
das folhas. Em contraste, em um feto de 16 a 17 semanas o artefato é acentuadamente reduzido em fetos com osteo-
de idade, uma ultrassonografia axial transversa da fossa gênese imperfeita recessiva ou outras displasias ósseas nas
posterior tipicamente demonstra o quarto ventrículo se quais a ossificação da calota está quase ausente (Fig. 9-116).
comunicando livremente com a cisterna mag11a através de Infelizmente, essencialmeme todos os outros fetos apresentam
um verme inferior incompletamente formado (Fig. 9-110C). ossificação craniana. Deve ser aplicada a seguinte regra: o
Isso é um achado normal nessa fase inicial da gravidez. ultrassonologista deve supor que a anatomia intracraniana
Os hemisférios cerebelares são delineados pelo líquido na do feto é simétrica, quer normal quer anormal, a não ser
cisterna magna (Fig. 9-110). O quarto ventrículo pode ser que imagens documentem uma assimetria. A visualização do
demonstrado durante todo o segundo e o terceiro trimestres hemisfério próximo exige que usemos janelas livres de osso
a não ser que problemas técnicos de exame confundam sua na calota próxima. As são as fomanelas ântero-Iate-
visualização (na verdade, o "quarto ventrículo" é visto até ral e póstero-Iateral no acesso CL'(ial ou as fomanelas anterior e
mesmo no primeiro trimestre [Fig. 9-3]) . posterior no exame coronal. Uma vez que as fontanelas ânte-
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL 357
A B
FIGURA 9- 114. Cortes mediossagitais de um feto mais jovem IA) e mais velho IB). O sulco do cingulo ICS) é visto facilmente. O giro do
cíngulo Inão-rotulado) situa-se entre o sulco do cíngulo e o corpo caloso ICC). No feto mais velho, os sulcos mais visíveis ao longo dos lobos
frontal mediai e parietal são observados IB). 4v, quarto ventrículo; CM , cisterna magna; CV, verme cerebelar ; IPC , c isterna interpeduncular;
P8, ventre da ponte; QPC , cisterna da lâmina quadrigêmea .
A B
FIGURA 9- 115. A. Feto mais jovem. B. Feto mais velho. Cortes concentrando-se na superfície cerebral. No feto mais jovem , a superfície cere-
bral é relativamente lisa , embora alguns dos principais sulcos sejam visíveis. POF, sulco parieto-occipital; LF , sulco lateral. No feto mais velho,
numerosos sulcos e giros são visíveis Ipontas de setas). CC , cisterna da convexidade; FC , foice do cérebro; IHC , cisterna inter-hemisférica .
358 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
A B
FIGURA 9-116. A e B. Cortes axiais transversos de um feto com pouca calcificação da calota (osteogênese imperfeita recessiva). A. Observe
a ausência de artefato de reverberação na calota próxima, possibilitando visualização do lobo temporal próximo com mais clareza que o lobo
temporal distante (setas curtas). AC , cisterna ambiente; GR, giro reto; T, tálamo. B. Observe a nitidez com que o ventrículo próximo é visual -
izado. 1, corno occipital; 2 , calcar avis ; 3, coróide atrial; 4 , corpo caloso (é muito incomum ver tanto do corpo caloso em um plano axial); 5,
corno frontal ; 6, veias na substância branca profunda; 7, sulcos; 8 , foice do cérebro.
A B
c D
FIGURA 9-118. A. Corte coronal através do corpo (B) do corpo caloso . B. Cortes mediossagitais mostram da melhor maneira o corpo caloso.
B, corpo; G, genu ; S, esplênio. C. A margem axial "olhando para o occipital " exibe o esplênio (S), a parte mais crucial a demonstrar do corpo
caloso . Em um feto " com occipital para cima", um corte mediossagital do corpo caloso seria quase impossível de se obter. D. Feto de 19
semanas com corpo caloso bem demonstrado. 3VC , plexo coróide no teto do terceiro ventrículo ; AC, coróides atriais ; CeV , verme do cerebelo ;
CSP , cavum do septo pelúcido ; CV , cavum vergae; FH, corno frontal; QPC, cisterna da lâmina quadrigêmea; SSS , seio sagital superior.
360 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA ANATOMIA FETAL NORMAL
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10
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO
NEURAL DO F ETO
Gian luigi Pilu , MD
FIGURA 10- 1. Ultrassonografia de um cérebro embrionário e fetal precoce como demonstrado por cortes sagitais (primeiro plano) e cortes
axiais (segundo plano). Na sétima semana de gestação (exame transvaginal). a vesícula do rombencéfalo, que se origina do quarto ventrículo
(4v). geralmente é a única estrutura demonstrada; na oitava semana (exame transvaginal), as duas vesículas primárias do cérebro restantes
podem ser demonstradas: a vesícula mesencefálica, que origina o aqueduto de Sylvius (AS) e a vesícula prosencefálica, que se desenvolve no
terceiro ventrículo; na décima terceira semana, a anatomia intracraniana é dominada pelo plexo coroide proeminente dos ventrículos laterais.
A linha média também pode ser claramente visualizada neste período de gestação.
A o
FIGURA 10- 2. Ultrassonografia multiplanar das vesículas cerebrais primárias com 8 semanas + 4 dias de gestação obtidas com um trans-
dutor vaginal de 10 MHz. A vesícula do rombencéfalo (4vl, a vesícula do mesencéfalo (AI, a vesícula do prosencéfalo (3v) e as estreitas
cavidades das vesículas do telencéfalo (LV) podem ser prontamente apreciadas. As linhas demarcadas na figura (A) representam os planos de
corte mostrados nas outras imagens 181, (e) e (D).
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO N EURAL DO FETO 365
FIGURA 10- 3. Os planos transventricular (AI e transcerebelar (81 em um feto de segundo trimestre normal. O cavum do septo pelúcido, o
átrio do vent rículo lateral e a cisterna magna também são todos bem visíveis.
A B c
FIGURA 10-4. Cortes sagital (AI e coronal (8 , C) de um feto de segundo trimestre normal. CSP, cavum do septo pelúcido; 3v, terceiro
ventrículo; 4v, quarto ventrículo.
A B
c D
FIGURA 10- 5 . Imagens multiplanares do cérebro fetal utilizando a ultrassonografia 3D. Os dados volumétricos foram obtidos com a sonda
alinhada ao longo do plano axial (A). Dois planos ortogonais foram reconstruídos demonstrando, simultaneamente, os planos coronais (8) e o
plano sagital mediano (C). É excelente a correlação entre o plano sagital mediano reconstruído do ultrassom volumétrico e (O) o plano corres-
pondente obtido com o plano ultrassonográfico 20 padrão. CSP, cavum do septo pelúcido.
366 AVA LIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c o
FIGURA 10-6. Plano transve rso da espinha fetal na região cervical (A). torácica (B ), lombar ( C) e sacral (D ) dos corpos e pedículos/lâminas
vertebrais (setas).
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO
CÉREBRO FETAL
A RM tem sido utilizada em pacientes obstétricas para o diag-
nóstico de anomalias fetais cerebrais. Não se acredita que a
RM possa ser prejudicial ao feto, e os novos equipamentos
permitem o exame rápido com um nível razoável de resolu-
ção. Em geral, a anatomia é detectada melhor em fetos com
FIGURA 10- 7. Pl ano sagital da espinha fetal. idade maior que 20 semanas de gestação. Comparada ao ul-
trassom, a RM apresenta resolução espacial mais baixa, embo-
ra ela seja particularmente in1portante devido à sua resolução
de contraste maior (Fig. 10-9). Ela tem demonstrado ser va-
liosa principalmente na avaliação de desordens de migração,
hemorragias intracranianas (H IC) e anomalias cerebrais com-
plexas. Além disso, esse exame não é influenciado pela posição
para avaliar a integridade da medula. Nos planos transversos, a fetal, calcificação craniana ou oligoidramnia. H á controvérsias
vértebra apresenta diferentes configurações anatômicas depen- na literatura amal a respeito de a RM fornecer informações
dendo do nível da medula examinada (Fig. 10-6). As vértebras adicionais ao exame ultrassonográfico quando este é realiza-
fetais torácicas e lombares apresentam uma forma triangular, do por um especialista4 .5 . Independentemente, o uso da RNI
com o centro de ossificação ao redor do canal neural. A pri- em pacientes obstétricas tem sido abrangente. Porém, deve ser
meira vértebra cervical tem forma quadrangular enquanto a enfatizado que, frequentemente , com a tecnologia atual essa
vértebra sacral é achatada. Durante a realização da aborda- técnica fornece melhores resultados somente depois da via-
gem axial, o transdutor ultrassonográfico é direcionado ao bilidade fetal, quando a interrupção da gestação não é mais
longo do comprimento espinhal inteiro. TOS jJlanos sagitaú, os permitida na maioria dos paises.
centros de ossificação dos corpos vertebrais e dos arcos poste-
riOl'es formam duas linhas paralelas que convergem no sacro.
Q\.lando o feto está em pro nação , o plano sagital verdadeiro
VENTRICULOMEGALIA
também pode ser obtido direcionando o feLxe do ultrassom o aumento dos ventrículos laterais cerebrais (Fig. lO-lO), além
através do processo espinhoso não-ossificado . Isso permite a de poder ser considerado um marcador inespecífico para o de-
visualização do tubo neural e da medula espinhal no seu in- senvolvimento cerebral anormal, é encontrado em várias ano-
terior. No segundo e terceiro trimestres de gestação, o cone malias cerebrais distintas . Assim, a avaliação da integridade
medular está, em geral, posicionado no nível de L2 e L3 (Fig. dos ventrícu los cerebrais laterais é particularmente importan-
lO-7t Nos jJlauos coronais, uma, duas ou três linhas paralelas te durante o rastreamento para as anomalias cerebrais fetais .
são visualizadas dependendo da orientação do feixe ultrasso- Apesar de terem sido propostas muitas abordagens diferentes
nográfico (Fig. 10-8). para a avaliação da integridade dos ventrículos laterais, atual-
A integridade do canal neural é conferida pela disposição mente a mais utilizada consiste na medida interna da largura
regular dos centros de ossificação da cspinha e da presença do átrio dos ventrículos laterais ao nível do glomo do plexo
de tecido mole cobrindo a espinha. Se um plano sagital ver- coroide. ll Em condições nOl1nais, a medida é menor que 10 mm,
dadeiro puder ser obtido, a visualização do cone medular enquanto um valor superior a 15 nun já indica hidrocejàlia seve-
em sua posição normal ratifica ainda mais o diagnóstico de ra e comumente associa-se a malformações intracranianas ao
normalidade. nascimento. O prognóstico de tais fetos é variável e depende
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO 367
A B c
FIGURA 10- 8. Plano coronal em 3D da espinha fetal obtida por ultrassom de volume multi planar. Dependendo da orientação e da profundidade
do feixe de ultrassom, IAI os corpos das vértebras, 181 os processos transversais ou lei ambos podem ser demonstrados.
A B c
FIGURA 10- 9. Ressonância magnética do cérebro fetal no segundo IA) e terceiro trimestres 18,el.
A B c
FIGURA 10- 10. Exame transventricular normal IAI demonstrando o átrio do ventrículo lateral de tamanho normal, 181 ventriculomegalia leve
e lei ventriculomegalia severa.
368 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B
FIGURA 10- 11 . Ventriculomegalia leve bilateral (A) e unilateral (8).
Teratógenos
Ácido valproico (fenótipo inclui espinha bifida) o termo acrania seja utilizado, com frequência, em coI:junção
AmniopterinaJametopterina (fenótipo inclui anencefalia e à anencefalia, ele implica na ausência completa do crânio,
enccfalocele) incluindo os ossos da base, o que não é verdadeiro para a
Talidomida (fenótipo inclui, raramente, anencefalia e anencefaEa20 .21 . Nesta, os ossos da base estão presentes, e a
meningomielocele) calota, ausente (acalvaria). Embora o polo cefálico fetal possa
Fatores predisponentes maternos
ser positivamente identificado por meio da ultrassonografia
endovaginal desde a sétima semana de gestação, o diagnóstico
Diabetes melito (anencefalia mais frequente que espinha no primeiro trin1estre pode ser difícil , A ausência da mine-
bífida) ralização cio calvário antes de 10 a 12 semanas de gestação
Fenótipos específicos, embora sem causa conhecida torna delicada a diferenciação de um polo cefálico normal e
anormal. Dessa forma , um polo cefálico, mesmo que demasia-
Síndrome dos defeitos craniofaciais e de membros damente alterado, encontra-se presente no início da gestação,
secu ndários a bandas teciduais aberrantes (fenótipo inclui podendo não ser fácil identificar e diferenciar de um cérebro
encefalocele múltipla) normal antes de 11 semanas de gestação (Fig. 10-12) 22.
Extrofia c10acal (fenótipo inclui mielocistocele)
Teratoma sacrococcígeo (fenótipo inclui
meningom ielocele) Espinha Bífida
O termo espin/w bíJida se refere ao fechamento incompleto dos
ModifIcado de Main DM. MelUluti MT: Neural tubc ddects: Issues in prenatal elementos ósseos da espinha (lâmina e processo espinhoso)
diagnosis and counseling. O bstet Gynecol67: I, 1986. posteriormente23' 25 . A espinha bífida comumente é subdividi-
da nas formas aberta e fechada 2G, A espinha bífida aberta é
predominantemente ao nascimento e consiste em um defeito
cerebral e do rombencéfalo são cobertas por uma membrana completo da pele, junto com o tecido mole e os arcos verte-
vascular, As malformações associadas são comuns e incluem brais , expondo o canal neural. O defeito pode ser coberto por
espinha bífida, fenda labial/palatina, pé tono e onfalocele. uma membrana meningea fina , uma extensão da dura e da
Frequentemente, é encontrado poli-hidrâmnio. O diagnóstico aracnoide sem teCIdo neural da espinha bífida posterior (menin-
no segundo lTimestre é fácil e se baseia na demonstração da gocele). Na presença do tecido neural no interior do saco, a
ausência da calota craniana (Fig. 10-12). A anencefalia é consi- lesão é definida como uma meningomielocele, termo frequen -
derada o estágio final da acrania, devido à consequente lesão temente utilizado para indicar todos os casos de espinha bifida
do tecido cerebral normal não-protegido pela calota. 19 Embora aberta. O defeito pocle variar consideravelmente de tamanho,
370 AVA LI AÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EI XO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10-12. Anencefalia no terceiro IA) e segundo 18, C) trimestres. IA. Cortesia de Renato Ximenes, São Paulo, Brasil.)
As áreas lombar, toracolombar e lombossacral são as mais trículo e da medula oblonga através do forame magno para
comumente afetadas. A perda de líquido cerebroespinhal por dentro do canal cervical superior (a malformação de Chiari
intermédio do defeito resulta no aumento da concentração de tipo II ou de Arnold-Chiari). Ao ultrassom, isso resulta na
alfa-fetoproteína (AFP) no líquido anmiótico e no soro ma- medida menor do polo cefálico na metade da gestação, obli-
terno lO . A espinha bífida fechada é caracterizada pela ruptura teração da cisterna magna, tamanho menor ou forma anor-
vertebral coberta pela pele. Geralmente, a pele fica pigmenta- mal do cerebelo, que fica impactado profundamente na fossa
da, encovada ou composta de áreas com hipertricose. Uma posterior (sinal da banana) e na concavidade frontal (sinal
massa subcutânea, uma meningocele ou um lipoma podem es- do limão) (Fig. 10-14). A observação da aparência normal do
tar presentes. A AFP no soro materno e no líquido anmiótico cerebelo e da cisterna magna praticamente exclui uma me-
frequentemente se encontra dentro dos valores normais 2? ningomielocele. Ao nascimento , a hidrocefalia está presente
Qyanto ao desenvolvimento, em pacientes com menin- em quase todos os casos de espinha bífida aberta, forém em
gomielocele, ocorre uma falha localizada do fechamento da menos de 70% dos casos no segundo trimestré 3.3 . Deve-se
prega neural (tubo neural). Como resultado, o tubo neural enfatizar que são frequentemente observadas outras anor-
permanece aberto e a prega neural permanece em continui- malidades intracranianas em associação à meningomielocele
dade com o ectoderma subcutâneo na superfície da pele 23 . A e à malformação de Chiari II (Tabela 10-4)23 . Em particular,
medula espinhal que fica aberta na superfície da pele é deno- são identificadas anomalias do corpo caloso em 70% a 90%
minada de placa neural 23 . A falência na separação da placa neu- de todos os pacientes afetados23 . Tais anomalias consistem
ral e ectoderma subcutâneo inibe o tecido destinado a formar em hipoplasia ou ausência do esplênio e do rostro do corpo
os pedículos e a lâmina a migrar adequadamente com relação calos0 23 .
ao ectoderma neural 23 . Dessa forma, os pedículos e a lâmina A espinha bífida fechada está associada a anatomia intra-
ficam evertidos, na direção posterolateral em vez da postero- craniana e AFP normais, e, desse modo, comumente é de difí-
medial, e o canal aparenta alargamento fusiforme na área da cil diagnóstico, com a possível exceção dos casos associados a
espinlla bífida (Fig. 10-13) 23 . lesões subcutâneas amplas, como meningoceles ou, com mais
A espinha bífida aberta pode ser identificada ao ultras- frequência, lipomas (Fig. 10-15) 27.
som pela demonstração do defeito do tubo neural que é Apesar de a anencefalia ser invariavelmente fatal , o prog-
constantemente associado à separação dos processos poste- nóstico dos recém-nascidos com espinha bífida aberta é esta-
riores da vértebra, à ausência do tecido mole posterior e belecido pelo local e pela extensão da lesão. Ao longo prazo, a
(frequentemente ) a um cisto formado pela meningomieloce- taxa de mortalidade permanece elevada e muitos dos sobrevi-
le (Fig 10-13). O reconhecimento pré-natal tem sido relatado ventes sofrem de deficiências importantes , como garalisia dos
tão precocemente como no primeiro trimestre 28 . Porém, na membros inferiores ou disfunção e incontinência . Os planos
prática diária, o diagnóstico é difícil mesmo na metade da sagitais são mais úteis para a avaliação da gravidade e a locali-
gestação e sempre requer um exame meticuloso. A experiên- zação da lesão. Frequentemente, refere-se a parte superior ou a
cia do operador, a qualidade do equipamento e o período de porção óssea mais cefálica da extensão da lesão como o "nível
tempo dedicado ao exame continuam sendo fatores cruciais da lesão". Esse nível pode ser determinado pela contagem a
para o diagnóstico. A acuidade dos centros de referência é partir do último segmento vertebral ossificado (presumindo
de aproximadamente 100%1 0. Na metade da gestação, a sen- ser S-4 no segundo trimestre e S-5 no terceiro trimestre). Se
sibilidade em exames de rotina não direcionados é extrema- for tecnicamente difícil avaliar a parte inferior da espinha,
mente variável em estudos diferentes, sendo provavelmente pode-se estabelecer que a última costela indica T-12 , e a por-
ao redor de 40% quando o ultrassom consiste no único mé- ção superior da asa do iliaco indica L-5 a S-l (Fig. 10-13B)36.
todo empregado, e próximo de 80% quando este método é Recentemente, foram realizadas tentativas para o reparo in-
utilizado em conjunção com o rastreamento da AFP no soro trauterino da espinha bífida e foi sugerido que tais operações
materno 2932 . O exame do polo cefálico fetal pode auxiliar o podem reduzir a morbidade dos lactentes afetados. Embora
ultrassonografista pelo fato de a espinha bífida aberta estar estudos preliminares sugiram melhora nas anomalias de fossa
de forma consistente associada a anomalias cranianas facil- posterior, a análise final sobre a melhora do prognóstico deve
mente reconhecíveis 33 .3" . A perda de líquido cerebroespinhal aguardar amplos estudos multicêntricos. É, sugerido, também,
resulta no deslocamento do vérmix cerebelar, quarto ven- que a cesárea eletiva possa ser benéfica ao lactente na redução
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO 371
c
FIGURA 10-13. Meningomielocele em um feto de segundo trimes-
tre. A. Os elementos posteriores da espinha (setasl estão afastados
para a lateral. Neste plano de corte, a meningomielocele é achatada.
B. Embora o defeito da espinha não possa ser reconhecido neste
plano, a meningomielocele preenchida por líquido está bem visível. O
último segmento ósseo neste feto de segundo trimestre reconhecido
é 54 e, desse modo, contando para cima, a parte superior da lesão B
encontra-se no nível L2-L3 (setal. C. Plano de secão caronal mos-
trando o alargamento fus iforme do canal espinhal '(seta) na área da FIGURA 10-14. Os sinais cranianos associados à espinha bífida
espinha bífida. aberta. A. O sinal do limão da concavidade frontal (setas). B. O sinal
da banana devido à compressão dos hemisférios cerebelares (setas) .
temente são associadas a anormalidades cerebrais específicas durante o exame ultrassonográfico pré-natal. Sinais indiretos
importantes 4u3 . A encefalocele é caracterizada pela presença podem ser úteis para o diagnóstico. As cefaloceles cranianas
de tecido cerebral no interior da lesão. Q.lando somente a estão frequentemente associadas à hidrocefalia. O diagnóstico
meninge é protrusa, o termo meningocele cranial deve ser diferencial considerado maior é o com o higroma cístico. Os
utilizado . As cefaloceles frequentemente causam prejuízo na higromas císticos surgem da região do pescoço, apresentam
circulação do líquido cerebroespinhal e hidrocefalia. As ence- várias septações internas e uma parede espessa, e, também,
faloceles volumosas podem estar associadas à microcefalia. As comumente se associam a edema de tecido mole generalizado
cefaloceles comumente estão associadas a outras anomalias ou e hidropisia .
são partes de uma síndrome (Tabela 10-5)27.
As cefaloceles fetais devem ser suspeitadas quando uma
massa paracraniana é identificada no ultrassom (Fig. 10-16). O ,
diagnóstico de encefalocele é fácil, porque a presen5a de tecido I Tabela 10-5 I Condições Associadas a Cefaloceles
cerebral dentro do saco é evidente no ulu·assom.J4.4o. A diferen-
Síndrome da banda amniótica (esporádica)
ciação de meningocele craniana de um edema de tecido mole
Cefaloceles múltiplas, predominantemente anterior
ou higroma cístico do pescoço pode ser difícil. A demonstra-
Amputação dos dedos ou membros
ção do defeito ósseo no crânio permitiria estabelecer o diag-
Síndrome Chemke das fendas orais bizarras (AR)
nóstico adequado, embora as meningoceles cranianas sejam Hidrocefalia
frequentemente associadas a defeitos extremamente pequenos Agiria
(poucos milímetros), que não são de fácil reconhecimento Síndrome criptoftálmica da disgenesia cerebelar (AR)
Pele frontal recobrindo um ou ambos os olhos
Anormalidades de orelhas
Frequência das Anomalias Cerebrais e Displasia dissegmentar e sindactiJia do tecido mole (AR)
Tabela 1(}-4 Espinhais em Pacientes com Malformações Displasia de encurtamento de membros
de Chiari 11 Alargamento das metáfises
Anomalia Frequência Tórax pequeno
Micrognatia
Meningomielocele Sempre Displasia frontonasal (esporádica, alguns casos são familiares)
Hidrocefalia Quase sempre Cefalocele frontal
Displasia do tentório Quase sempre Hipertelorismo ocular da Síndrome de Meckel (AR)
Fossa posterior pequena Qyase sempre Rim policístico
Luckenschãdel Qyase sempre Polidactilia
Deslocamento caudal do tronco cerebral Geralmente Microftalmia
Estreitamento cervicomedular Geralmente Fenda orofacial
Herniação cerebelar para cima Geralmente Síndrome de von Voss de genitália ambígua (?)
Massa grande intermediária Geralmente Agenesia do corpo caloso
Alongamento dos nervos cranianos Geralmente Focomelia
Bico tectal Geralmente Anomalias urogenitais
Hipogenesia do calos o Geralmente Síndrome de trombocitopenia por \Varfarin
Siringo-hidromielia - 50% Hipoplasia nasal
Malformações do desenvolvimento conical Ocasionalmente Ossos hipocalcificados
Estenose aquedutal Ocasionalmente Encurtamento de membros
Hidrocefalia
De Barkovich AJ: C ongenital malfOtm ations or lhe brain and skull. In
i\f(ed). Pedianic Neuroimaging. 4th cd. Philadelphia. Lippincott vVilliams &
Modificado de Cohen NIMJr, Lemire 1\1: S)'ndromes with cephaloceles .
Wilkins. 2005. Teratolog)' 25: 161 , 1982.
A B c
FIGURA 10--15. Espinha bífida fechada com lipoma. (A) Ultrassom pré-natal, (B) aparência pós-natal, (e) ressonância magnética da espinha.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO 373
B
FIGURA 10-16. Cefaloceles fetais A. Meningocele craniana. B. Ence-
falocele com pequeno volume do cérebro identificado herniado através
do defeito (seta) na calota. C. RM do mesmo paciente demonstrando o
componente cístico e o cerebral (seta) da encefalocele. RM, Ressonância
magnética.
c
Semilobar Lobar
FIGURA 10-17. Representação esquemática do cérebro normal
comparado a diferentes formas da holoprosencefalia.
A literatura pediátrica sugere que o prognóstico da cefalo-
cele está principalmente relacionado com a presença ou ausên-
cia de tecido cerebral no interior da lesão. Entretanto, as séries
pré-natais mais amplas um progl1óstico desalentador
para ambas as
Na forma a/oba r, a mais pronunciada, a fissura inter-henUs-
férica , a foice cerebral e o corpo calos o estão totalmente au-
sentes; há um único ventTÍculo primitivo (holoventrículo); os
ANOMALIAS DA LINHA MÉDIA
tálamos estão fundidos na linha média; e há ausência do ter-
As anomalias cerebrais da linha média incluem um grupo ceiro ventrículo, neuro-hipófise e trato e bulbo olfatórios. Na
de defeitos cerebrais que estabelecem um amplo espectro de holoprosencefalia semi/obar, os dois hemisférios cerebrais são
gravidade e estão tipicamente associadas a malformações parcialmente separados posteriormente, porém ainda existe
craniofaciais. uma cavidade ventricular única . Tanto na forma alobar quan-
As lz% jJrosencefà/ias constituem anormalidades complexas to semiJobar, o assoalho da cavidade ventricular, a tela cO/·oide,
do cérebro anterior que compartilham em comum uma sepa- normalmente se espessa dentro do cérebro, podendo ficar ar-
ração incompleta dos hemisférios cerebrais e a formação das redondada entre a convexidade cerebral e o crânio para for-
estruturas do A classificação mais amplamente mar um cisto de tamanho variável desigl1ado de saco dona/. A
aceita destas desordens (Fig. 10-17) reconhece quatro varie- holoprosencefalia alobar e a semilobar frequentemente estão
dades maiores: as formas alobar. semilobar e lobar, e. ainda, associadas à microcefalia e menos comumente à macrocefalia,
recentemente. descreve uma variante média inter-hemisférica. que ocorre de forma invariável devido ao cisto dorsal e/ou à
374 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10-18. Ultrassonografia multi planar da holoprosencefalia alobar no segundo trimestre A. Plano médio demonstrando a cavidade
ventricular única, que apresenta uma faixa de córtex anteriormente e comunicação posterior ampla com o saco dorsal. 8 . Plano axial ao nível
do tálamo, demonstrando a forma crescente do vent rículo único e a ausência da linha média no có rtex anterior. C. Em um plano axial discre-
tamente deslocado cranial mente com relação ao anterior demonstrando a comunicação entre a cavidade ventricular e o saco dorsal.
A B c
FIGURA 10-19. Diferentes tipos de holoprosencefalia alobar: (A) tipo de panqueca: somente uma faixa do córtex está presente, e a cavidade
ventricular continua anterior e posteriormente com um saco dorsal grande; (8) tipo em copo: o córtex é parcialmente envolvido sobre a cavi-
dade ventricular com delineação melhor da transição entre o ventrfculo e o saco dorsal; (C) tipo em bola: o córtex é completamente envolvido
sobre a cavidade ventricular, não havendo saco dorsal. Todos os tipos apresentam em comum uma aparência do tálamo em forma de bulbo
muito similar (selas).
hidrocefalia obstrutiva interna. Na variedade lobar, a fissura anomalias faciais raramente são encontradas nas formas lobar
inter-hemisférica encontra-se bem desenvolvida tanto anterior e variante média imer-herrusférica.
quanto posteriormente, embora haja, ainda, vários graus de Ao nascimento, a holoprosencefalia é extremamente rara .
fusão do giro cingulado e dos ventrículos laterais, bem como Essa anomalia apresenta elevada taxa de mortalidade intraule-
ausência do septo pelúcido. Na variante da holoprosencefalia nna e, de forma comum, é encontrada em estudos pré-natais.
inter-hemisférica média, mais comumente, a fusão ocorre nos A etiologia é heterogênea. Na maioria dos casos, a anomalia é
níveis dos ventrículos laterais, de modo que os cornos fron- isolada e esporádica. Em outros casos, têm sido encontradas
tais e os posteriores ficam relativamente bem desenvolvidos 47. anomalias cromossômicas (a trissomia do 13 e a poliploidia)
Em pacientes com holoprosencefalia semilobal-, o esplênio junto a outras anomalias anatômicas.
do corpo caloso está presente sem o respectivo corpo nem o O diagnóstico pré-natal da holoprosencefalia alo bar de-
genu 4 1. 48 .49 Como afirmou Barkovich: pende da demonstração de um ventrículo cerebral único
A holoprosencefalia é a única anomalia cerebral rudin1entar, que pode estar protruso posteriormente através
descrita em que ocorre a formação do corpo caloso do espessamento cortica.! incompleto formando o saco dor-
posterior na ausência de seu desenvolvimento sal (Fig. 10-18). De acordo com o grau do envolvimento do
anterior 41 (p.367). córtex sobre a cavidade ventricular e a presença ou ausência
do saco dorsal, três variedades da holoprosencefalia alobar
As holoprosencefalias alobar e semilobar estão tipicamen- são comumente distinguidas, os tipos: panqueca, copo e bola
te e quase frequentemente associadas a anomalias faciais que (Fig. 10-19). Achados adicionais incluem a presença de ano-
podem ser consideradas conseqüências da hipoplasia das es- malias faciais típicas. Alterações similares são esperadas na
truturas do meio da face_ As malformações se estendem entre forma semilobar. A forma variante inter-hemisférica média
a ciclopia e o hipotelorismo severo com fenda labial/palatina. da holoprosencefalia alo bar é caracterizada pelo corno frontal
O nariz pode estar ausente, reposicionado por um proboscis relativamente bem desenvolvido que estão fundidos na linha
(probócida), ou extremamente achatad0 46 . De outro modo, as média, sem septo pelúcido entreposto, e se comunicando pos-
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO 375
A B c
FIGURA 10- 20. Variante inter-hemisférica média da holoprosencefalia no plano axial (A), no plano coronal anterior (8) e no plano médio coro-
nal (C). Os cornos frontais estão bem desenvolvidos e observa-se a formação parcial da fissura inter-hemisférica . Entretanto, o plano médio
coronal revela uma cavidade ventricular comum com tálamo hipoplásico não-dividido.
A B c
FIGURA 10- 21. Holoprosencefalia lobar. (A, 8) Ressonância magnética pós-natal; (C) avaliação pré-natal. Os cornos frontais estão fundidos
no plano central, bem como os fórnices (seta), que formam um fascículo fino ao longo do assoalho da cavidade.
A B c
FIGURA 10- 22. A. Demonstração do ramo da artéria cerebral anterior (ACA) em feto normal e dando origem à artéria pericalosa no Doppler
colorido. (8) Holoprosencefalia lobar: a fissura inter-hemisférica fica superficial e os ramos da artéria cerebral anterior se direcionam para a
superfície do cérebro ("serpente rastejante"). C. Na agenesia do corpo caloso, as artérias ascendem verticalmente sem a formação da volta. 3v,
terceiro ventrículo.
teriormente com a cavidade rudimentar única (Fig. 10-20). dos f6rnices que aparece como uma estrutura linear situada
O reconhecimento da forma loba r também tem sido relata- dentro do terceiro ventrículo desde a comissura anterior em
do, embora a diferenciação entre outras anomalias cerebrais , direção à posterior consiste em um achado bastante frequen-
como a agenesia do septo pelúcido isolada, seja sempre difícil. te e específico dessa condição (Fig. 10_21)5051. Como na ho-
Embora esta condição possa ser suspeitada em planos axiais , loprosencefalia lobar, a fissura inter-hernisférica se encontra
principalmente devido à concomitância da ausência do sep- superficial anteriormente devielo à fusão dos lobos frontais e
to pelúcido e ventriculomegalia, o plano cOI'onal é mais in- elos ramos da artéria cerebral anterior situados ao longo ela
formativo demonstrando o assoalho retangular achatado elo superHcie cerebral , originando um sinal típico que tem sido
corno frontal , bem como a ampla comunicação inferior com referido como "serpente rast<:jante" sob o crânio na imagem
a porção distai do terceiro ventrículo . A presença ela fusão Doppler colorida (Fig. 10-22)02.
376 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10- 23. Agenesia do corpo caloso total: (A) patologia no feto de segundo trimestre ; (B, C) ressonância magnética na trigésima
segunda semana . Além da ausência do corpo caloso, um número de achados anormais pode ser apreciado incluindo o aumento da separação
dos hemisférios, os cornos frontais em fo rma de " vírgula", e a forma de "gota de lágrima " dos ventrículos laterais em planos axia is, designado
como colpocefalia .
A B c
FIGURA 10- 24. Ultrassonografia de feto com agenesia do corpo caloso . A , No plano axial , a fissura inter-hemisférica (F IH ) aparece mais
larga que o habitual sem evi dência do cavum do septo pelúcido. B. Nos planos carona I e sagital (C), não são identificados o corpo caloso e o
cavum do septo pelúcido acima do terceiro ventrícu lo (3v) .
o prognós tico ruim invariável para os lactentes acometi- pelücido, os dois hemisférios tendem a ficar mais separados
dos pela holoprosencefalia alobar e semilobar está bem esta- que o habitual na parte central do cérebro e se observam
belecido. De modo semelhante, os casos de holoprosencefalia modificações típicas na morfologia dos ventrícu los laterais.
lobar diag110sticada in !Itero também apresentam péssimo prog- o plano coronal , os cornos frontais estão mais separados
nós tico com relação ao desenvolvimento neurológic0 5o .s2 . que o normal e apresentam a forma de "vírgula". enquanto,
que, no plano a..xial transverso, os ventrículos laterais apre-
Agenesia do Corpo Caloso sentam a forma de "gota", que ocorre devido à combinação
do alargamento posterior do átrio e do corno occipital com
A agenesia do corpo calaso (ACC) consiste em uma anomalia de o corno frontal , que apresenta seu tamanho normal, embora
prevalência e significado clínico incerto. Geralmente, é estima- mais separado que o normal. Esse achado é conhecido como
da uma incidência de 0,3% a 0,7% na população geral e de 2% colpocefalia. O terceiro ventrículo pode estar deslocado para
a 3% na população com deficiência de A a face anterior. No exame de rotina, um aumento da largura
etiologia é heterogênea. Provavelmente, os fatores genéticos são do átrio com uma configuração tÍpica de gota dos ventrículos
predominantes. A frequência elevada de malformações associa- laterais e da falha em visualizar o cavllm do septo pehkido
das e anomalias cromossômicas sugere que a ACC, frequente- devem alertar o ultrassonografista sobre a possibilidade de
mente, faça parte de um amplo distürbio de desenvolvimento. ACC fetal. Uma vez que haja suspeita, o diagnóstico direto
A ACC pode ser total ou parcial. No ültimo caso, também é possível pela demonstração da ausência do corpo caloso
referida como disgenesia do corpo caloso. a porção caudal (es- nos planos corona! e sagital (Fig. 10-24). Em determinados
plênio e corpo) está comprometida em graus variáveis. momentos, esses planos são muito difíceis de serem obtidos,
O diagnóstico de ACC a partir da segunda me- em particular quando o feto se encontra em apresentação ce-
tade da gestação em embora permaneça sendo um fálica. Em tais casos, no entanto, o ultrassom transvaginal
desafio mesmo para ultrassonografistas mais experientes 56 . pode apresentar grande vantagem. A alteração dos ramos da
O s elementos anatôITÚcos üteis para o diag11óstico são resu- artéria cerebral anterior também pode ser demonstrada com
midos na Figura 10-23. Nos casos de ACC total, não há septo o uso do Doppler colorido (Fig. 10-22).
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO _ .3. 7_ 7
A B
FIGURA 10- 25. Agenesia parcial do corpo caloso. A. Ne ste feto de 21 semanas de gestação, o complexo corpo caloso /cavum do septo
pelúcido é muito menor que o normal ; de fato , não recob re inteiramente o terceiro ventrículo , somente alcança proxl.mo de sua metade .. B. O
corpo caloso aparece fino e pouco discernível com a imagem de escala cinza e somente pode ser positivamente Identificado quando iluminado
pelo curso da artéria pericalosa.
o diagnóstico da ACC parcial também tem sido relatado, ou displasia septo-óptica, anormalidades corticais, e também
embora os achados ultrassonográficos não sejam eluCida- pode haver esquizencefalia como um achado isolado (Fig. 10-
tivos quanto nas formas completas (Fig. 10_25)55.5/. O cavum O diagnóstico diferencial frequentemente é difícil.
do septo pelúcido geralmente está presente, e os planos axJalS Porém dados pediátricos sugerem que o prognóstico geral-
podem ser completamente reconhecíveis. A identificação da mente é grave, com mais de 90% dos casos demonstrando
ACC parcial exige um plano mediano demonstrando que a anormalidades neurológicas severas ou retardo mental quan-
porção posterior do corpo caloso se encontra ausente. Isso re- do associado a outras anomalias, e, no caso de presente de
sulta em uma forma incompleta do corpo caloso sobre a área forma isolada, 66% demonstram alterações motoras ou atraso
do terceiro ventrículo. O corpo caloso incompleto tende, tam- mental 67.
bém, a ser mais estreito e, em seu ápice, forma um ângulo mais
aberto posteriormente que o normal.
Os cistos inter-hemisféricos da linha média podem ser Malformação de Dandy-Walker
identificados em associação à ACC. Barkovich et dividem O termo síndrome ou ma!ló17Il{[{ào de Dandy-Walker foi original-
a ACC com cistos inter-hemisféricos em dois grupos maio- mente descrito em 1914 por Dandy e Blackfan, quando foi
res : tipo I, em que o cisto i.mer-hemisférico constitui um di- observada uma malformação rara de fossa posterior consis-
vertículo do sistema ventricu lar e, assim, se comunica com tindo de dilatação cística acentuada do quarto ventrículo com
os ventrículos; e tipo 2, em que estão presentes vários cistos deslocamento anterior e supelior do vérmix associada à sua
que não se comunicam com os ventrículos. A ACC do tipo agenesia parcial ou total 68 . Em 1942 69 , foram descritos três
2 com cistos inter-hemisféricos está comumente associada à casos adicionais e uma revisão da literatura por Taggart e
heterotopia subcortical. Ressalta-se que, como todos os tipos, Walker. Em OllU'a revisão e relato adicional da malformação
os cistos associados à agenesia do corpo caloso podem não se em 1954, Benda designou essa anomalia como a malformação
desenvolver ou se tornar aparentes na imagem até a fase final de D andy-\N'alker 7o . D esde a deSClição original , foram relata-
da Os cistos podem estar associados à macro- das várias outras anomalias da fossa posterior com similari-
ce falO.la ou I'd
u roce faloJa acentua d a ao nascllnento
. H.5859
, . dades à malformação de Dandy-vValker, incluindo a variante
A ACC, total ou parcial, frequentemente faz parte de uma de DandY-\ IValker (agenesia parcial do vérmix cerebelar sem
síndrome ou uma malformação múltipla (Tabela 10-6). A mais a dilatação cística do quarto ventrículo), megacisterna magna
comum mencionada é a síndrome de Aicardi, uma desordem e cisto em bolsa de Blake. Alguns investigadores sugerem que
dominante ligada ao X que se apresenta como espasmos infan- todas essas entidades devam ser agrupadas e referidas como
tis, agenesia ou hipogenesia do corpo caloso, coriorretinopatia, o complexo de A dificuldade em utilizar um
atraso severo de desenvolvimento global e epilepsia refratária termo para descrever tais entidades consiste em que o prognós-
a 1.60.61. A imagem pode mostrar : agenesia ou tico para cada uma pode ser diferente. Exatamente descrita,
hipogenesia do corpo caloso, heterotopias, displasia cortical, a malformação de Dancy-Walker deve ser utilizada quando
cisto de fossa posterior, hipoplasia cerebelar, papiloma de ple- houver (1) dilatação cística acentuada do quarto ventrículo,
xo coroide e microftalmia. Q.lando a ACC é um achado iso- que pode ocupar a maior parte da fossa posterior; (2) agenesia
lado, está associada a um desenvolvimento intelectual normal ou hipogenesia do vérmix cerebelar; e (3) deslocamento supe-
ou quase norm,al na malOna . . cIos casos5562
. . E ntretanto, estu d os rior do tentório e do seio lateral. A cisterna magna está com-
a longo prazo indicam uma diminuição progressiva da capaci- primida e reduzida a um espaço virtual entre o quarto ventrí-
dade intelectual ao longo de anos, e a maioria das crianças ten- culo dilatado e a dura-máter 71 . Os hemisférios cerebelares são
de a apresentar dificuldades significativas na escola. A ACC frequentemente deslocados anterolateralmente. A hidrocefalia,
também tem sido associada a embora comumente identificada nos casos da malformação de
A ausência do septo jJelzícido constitu i regra da holoprosen- Dandy-Walker, não é necessária para o diagnóstico.
cefalia com ACC. Esta também pode ocorrer com outras Ao ultrassom, o plano médio é o mais importante para o
anomalias intracranianas , como a síndrome de deMorsier, diagnóstico. O cis to do quarto ventrículo se estende superior-
378 AVALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10-26. Ausência do septo pelúcido (seta) em planos ultrassonográficos axial e coronal (A. B) e ressonância magnética (C).
A B c
FIGURA 10- 27. Malformação de Dandy-Walker. No plano axial (A) é identificado um quarto ventrículo aumentado com defeito em forma de
"V" no cerebelo (seta); (B) no plano sagital, a cisterna magna aparece aumentada (de fato, o quarto ventrículo cístico) (seta). e o vérmix cere-
belar está deslocado superiormente e rotacionado . Comparando esta imagem com a aparência normal no plano (C); também pode ser observado
que o vérmix cerebelar está pequeno e sem forma e que o quarto ventrículo se expande superiormente, de modo que o deslocamento superior
do tentório e do tórculo de Herófilo possa ser o responsável (setas). 3v, terceiro ventrículo.
trassonografia, bem como da RM, demonstrar o fastígeo do Dandy-Walker, ou a agenesia do vérmix inferior. O desen-
quarto ventrículo e as duas principais fissuras no plano media- volvimento do vérmix cerebelar está incompleto antes de 20
n0 72 -7.' . C om a hipoplasia do vénnix, esses marcos não podem semanas de gestação, e, assim, pode haver suspeita de um
ser identificados. Estão disponíveis , ainda, tabelas do tamanho defeito ou anormalidade do vérmix quando o exame for
normal do cerebelo no ultrassom com relação à idade gestacio- realizado precocemente85 . Mesmo nos casos diagnosticados
nal (Tabela 10-8)83. após 20 semanas , há evidências de que a hipoplasia do vér-
Em nossa própria experiência, a megacisterna magna iso- mix inferior isolada é diagnosticada excessivamente durante
lada e o cisto em bolsa de Blake representam a maior parte o pré-natal, mesmo com o uso da RM. Assim, é necessária
das anomalias da fossa posterior diagnosticadas durante o a confirmação pós-natal 86 Em um esrudo correlacionando o
pré-nataiS. Embora os dados ainda sejam limitados e o ris- complexo da malformação de Dandr-Walker e a anatomia
co neurológico não possa ser precisamente previsto, parece patológica pós-morte, Philipps et al. 8 verificaram que duas
que, na maioria desses casos, o prognóstico é bom. Deve ser variáveis ultrassonográficas no plano a;xial transverso se cor-
observado que alguns dos autores acreditam que ambas as relacionaram bem com o diagnóstico patológico: a gravidade
condições (megacisterna magna e variante de Dandy-Walker) do defeito do vérmix e a forma do espaço entre os hemisférios
podem representar o cisto em bolsa de Blake77. nas in1agens transversas do cerebelo. Um espaço em forma
A maior mudança diagnóstica provavelmente é representa- de trapezoide, com a margem da borda dorsal e laterais rela-
da pela síndrome de Joubert, uma anomalia com transmissão au- tivamente retas, corresponderam à hipoplasia da aplasia do
tossômica recessiva, caracterizada pela ausência ou hipoplasia vérmix na autópsia (Fig. 10-27A). Entretanto, um espaço em
do vérmix cerebelar, que não se apresenta deslocado. Na ges- forma de "buraco de fechadura" com laterais convexas não
tação C0111 risco específico, essa condição deve ser suspeitada estava associado à patologia cerebelar macroscópica ou mi-
quando houver uma comunicação entre o quarto ventrículo croscópica 87 (Fig. 10-28C).
e a cisterna magna de tan1anho normal no plano transverso Em geral, recomenda-se o exame de ultrassom meticuloso
(Fig. 10-30)84. Na ausência do vérmix, os dois hemisférios se com abordagem multiplanar nos casos em que há suspeita de
aglutinam na linha média, e, assim, o plano médio se torna de anomalia da fossa posterior. A correlação pequena que tem
pouca utilidade. Porém, às vezes, é possível demonstrar um sido demonstrada em vários estudos entre o diagnóstico pré-
quarto ventrículo de forma discretamente irregular84. Entre- natal e os achados da autópsia provavelmente está relaciona-
tanto, na ausência de história fanUliar positiva, esse achado da com o uso único de planos axiais, que podem ser extre-
apresenta valor preditivo muito baixo e, na maioria dos casos, man1ente enganosos . No plano axial, entidades com formas
temos averiguado ser normal ao nascin1ento. clínicas diferentes, como a malformação de Dandy-Walker, a
Deve-se ter cuidado quando se faz o diagnóstico de uma hipoplasia do vérmix e o cisto em bolsa de Blake, podem ser
variedade menor da Dandy-Walker contínua, variante da de difícil distinção uma da outra. Pelo fato de o diag11óstico de
380 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10-28. A. Plano ultrassonográfico transce rebelar normal comparado às variações de Dandy-Walke r. B. Aumento da c isterna magna
e aparência normal do vérmix (seta). C. Fenda cere belar (seta) sugerindo um defeito do vérmix.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO 381
A B c o
FIGURA 10- 29. A, Planos sagitais normais demonstrando os principais marcos do vérmix cerebelar Ifastígeo do quarto ventrículo e as
duas fissuras principais) Isetas) comparados a variações da Dandy-Walker; IB) dilatação da cisterna magna com vérmix intac to Imegacisterna
magna); IC) rotação para cima Iseta) de um vérmix semelhante Icisto em bolsa de Blake; e 10) rotação para cima de um vérmix hipoplásico
Iseta) Ihipoplasia de vérmix),
Reproduzido com permissão de lvIalingcr G. Ginalh S. Lcrman-Sagic T. CI ai: Thc fetal cerebellar vcnnis: normal development as shown by transvaginaluhrasound.
Prcna, Diagn 21 :687, 2001.
A B c
FIGURA 10- 30. Síndrome de Joubert. Os achados ultrassonog ráficos estão limitados à presença de uma comunicação entre o quarto ventrí-
culo Iseta) e a cisterna magna IA) e uma forma anormal do quarto ventrículo Iseta) IB), C, Ressonância magnética pós-natal demonstrando a
ausência do vérmix entre os hemisférios cerebelares Iseta) , ICortesia de Philippe Jeanty, Nashiville, TN,)
A B c
FIGURA 10-31. Tipos de hemorragia intracraniana: IA) logo após a hemorragia, o sangue apresenta ecogenicidade intensa; considerado
hemorragia de grau 2; 18) hemorragia antiga, o plano coronal demonstra um coágulo sanguíneo típico e aumento dos ventrículos (hemo rragia
de grau 3); le) hemorragia associada à destruição do córtex Ihemorragia de grau 4),
_.-
382 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10-32. Lesões destrutivas do cérebro fetal: A. Cisto porencefálico (seta). B Esquinzencefalia (setas). C. Leucomalácia periventricular
(setas).
ferência cefálica abaixo do segundo desvio-padrão (2DP) de I Tabela 10-10 I Classificação da Microcefalia
média como critério diagnóstico. Outros preferem considerar
a circunferência cefálica abaixo do 3DP como anormal (Tabe- I. Microcefalia com malformações associadass
la 10-9). Obvian1ente, a incidência da microcefalia varia em A. Genética
diferentes ensaios, dependendo da definição utilizada para 1. Aberrações cromossômicas
identificar a lesão. Síndrome de Down
A microcefalia não deve ser considerada como uma en- Síndrome da trissomia do 13
tidade clínica simples, mais que isso, como um sintoma de Síndrome da trissomia do 18
muitos distúrbios etiológicos, incluindo tanto fatores ambien- Síndrome da trissomia do 22
tais quanto genéticos (Tabela 10-10). A microcefalia é carac- Síndrome 4p
Síndrome de Cri du Chat (miado de gato) 5p
terizada por uma desproporção típica entre o crânio e a face.
Síndrome 18p
A fronte é oblíqua. O cérebro é pequeno, com os hemisférios
Síndrome 18q
cerebrais afetados em maior extensão do que as estnlturas do 2. Defeitos monogênicos
diencéfalo e do rombencéfalo . Também, são frequentemente Síndrome de Bloom (AR)
encontrados padrões anormais da circunvolução, incluindo Síndrome de Borjeson-Forssman-Lehmann (RLX)
macrogiria, microgiria e agiria. Os ventrículos podem estar SÚldrome de Cockayne (AR)
aumentados. A microcefalia é frequentemente encontrada nos Síndrome DeSanctis-Cacchione (AR)
casos de porencefalia, lisencefalia e holoprosencefalia. SÚldrome Dubowitz (AR)
Muitas dificuldades surgem no intuito de identificar a Pancitopenia de Fanconi (AR)
microcefalia fetal. A utilidade das medidas da cabeça isola- Hipoplasia dérmica forcal (DLX)
da pode ser mal interpretada em casos de erro de data ou Incontinência pigmentar (DLX)
restrição de crescimento intrauterino. Além disso, a evolução Síndrome da lisencefalia (AR)
natural da microcefalia fetal é amplamente desconhecida. O Síndrome de Meckel-Gruber (AR)
desenvolvimento progressivo da lesão, interferindo com o Síndrome de Menkes (RLX)
reconhecimento precoce, tem sido descrito. A comparação Síndrome de Roberts (AR)
dos parâmetros biométricos, como a relação da circunferên- Nanismo de Seckel (cabeça de pássaro) (AR)
SÚldrome de Smith-Lemli-Optiz (AR)
cia cefálica/circunferência abdominal e a relação entre o di-
B. Ambientais
âmetro biparietal/comprÍ.n1ento do fêmur, tem sido sugerida.
1. Infecções pré-natais
Independentemente, tanto o diagnóstico falso-positivo quanto SÚldrome da Rubéola
o falso-negativo ocorrem frequentemente 92 . Parece evidente Doença da Citomegalovirose
que o valor preditivo da biometria ultrassonográfica apresenta Herpes víms humano
limitações significativas. A avaliação qualitativa das estrutu- Toxoplasmose
ras intracraruanas é bastante útil como adjunto da biometria 2. Exposição pré-natal a drogas ou medicamentos
pelo fato de muitos casos de microcefalia estarem associados a Síndrome do álcool fetal
desarranjos morfológicos, principalmente com ventriculome- Síndrome da hidantoína fetal
galia, esquizencefalia e desordens de indução ventral. A de- SÚldrome da aminopterina
monstração da fronte oblíqua também aumenta o índice de 3. Fenilcitonüria materna
suspeita (Fig. 10-33)93. C . Etiologia desconhecida
A evolução final da mlcrocefalia é incerta. Recém-nascidos 1. Síndromes reconhecidas
com cabeça pequena apresentam aumento de risco significa- Síndrome de Coffin-Sins
tivo para comprometimento neurológico, sendo que há cor- Síndrome de DeLange
relação com o tamanho da cabeça. Qyando a circunferência Síndrome de johanson-Blizzard
Síndrome de Langer-Gledion
cefálica é extremamente pequena (p. ex., abaixo de 4DP ou
Síndrome de Rubenstein-Taybi
mais) e há outras anomalias severas, o prognóstico tende a
Síndrome de Williams
ser grave. 2. Combinações indefinidas
A 17legaencijàlia é uma grande anormalidade de cérebro, 11. Microcefalia sem malformações associadas
geralmente sendo enconu-ada em indivíduos de inteligência A. Genética
normal ou mesmo superior, embora possa estar associada a 1. Microcefalia prinlátia (AR)
retardo mental e comprometimento neurológic0 94 . A megaen- 2. Síndrome de Paine (RLX)
cefalia também é parte de anomalias congênitas e síndromes, 3. Síndrome de Alpers (AR)
como a síndrome de Beckwith-Wiedemann, acondroplasia, 4. Erros inatos do metaboljsmo
neurofibromatose e esclerose tuberosa (Tabela 10-11). UI- Desordens do metabolismo do ácido fólico (AR)
trassonografistas , obstetras e pediatras são frequentemente lliperlisinemja (AR)
desafiados pela megaencefalia, uma condição que deve ser Acidemia metilmalônjca (AR)
suspeitada na presença do aumento anormal das medidas da Fenilcitonüria (AR)
cabeça sem evidência de hidrocefalia ou massas intracrania- B. Ambientais
nas. esses casos, o exame dos pais pode servir de auxílio, 1. Exposição pré-natal à radjação
pois a megaencefalia assintomática comumente apresenta ca- 2. fetal
3. Hipóxia ou trauma perinatal
ráter familiar.
4. Infecções pós-natais
C. Etiologia desconhecida; síndrome happy puppet.
Tumores Intracranianos
AO, alllossômico dominante; AR, autQssôJnico recessivo; RLX, recessivo ligado ao X .
Os tumores inlracranianos fetais são raros. A incidência tem sido DLX, dominante ligado ao X. Adaptado de Ross ME, Frias JL: In Vinken PJ,
estimada em 0,34 por 1 milhão de nascidos vivos. Há várias Bruyn GW (eds): H andbook of ClinicaJ Neurology, vol. 30. Amsterdam, Elsevier
classificações de tumores cerebrais congênitos (Tabela 10-12). ' North Holland Biomedical Press, 1997, pp 507·524.
384 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c
FIGURA 10-33. Ultrassonografia de feto com microcefalia com 22 semanas. A. O plano de perfil revela a fronte oblíqua (seta). 8. O ultrassom
transabdominal de reso lução moderada revela os detalhes intracranianos; há impressão do aumento do espaço subaracnoide , e o corno occipital
não foi visualizado. C. A ultrassonografia transvaginal revela uma camada maior do espaço subaracnoide ao redor do cérebro encolhido; a forma
do ventrículo lateral está imatura, sem desenvolvimento do corno frontal.
A B D
FIGURA 10- 34. Tumores intracranianos fetais. A e B. Teratoma intracraniano (setas). C e D. Múltiplos lipomas (setas) em um feto sem
agenesia do corpo caloso associada.
correlação bem estabelecida entre os lipomas inter·hemisféri· à taxa de 44% nos pacientes com astrocitomas e de 50% nos
cos e a ACC. ão existe associação definida entre os tumores pacientes com papilomas de plexo coroide. Há muitas limita-
fetais e neonatais com as aberrações cromossômicas. ções para o diagnóstico pré-natal estabelecer o tipo específico
Deve·se suspeitar de um tumor cerebral frente à presença de tumor. Entretanto, foi verificado que as massas complexas,
de imagens de massa ocupando a lesão, contendo áreas císti- volumosas, distorcendo a anatomia intracraruana (geralmente
cas ou sólidas , encontradas dentro do polo cefálico fetal (Fig. teratomas, astrocitomas ou craniofaringeomas) apresentam
10-34). O ultrassom não permite um diagnóstico específico da taxa de sobrevida de apenas 14%. Paralelamente, os lipomas
variedade histológica. Teratomas, astrocitomas e uaniofarin- intracranianos, com uma imagem ultrassonográfica típica, esti-
giomas fetais apresentam características similares, que consis- veranl associados à sobrevida de 100%, sem comprometimen-
tem em massa complexa que distorce a arquitetura cerebral, to do desenvolvinlento neurológic0 95 .
possivelmente associado a macrocefalia, ventriculomegalia e
calcificações intracranianas. Os lipomas intracranianos mani-
festam-se como áreas hiperecogênicas bem definidas, geral- ANOMALIAS DE MIGRAÇÃO
mente localizadas na linha média, na posição normalmente NEURONAL
ocupada pelo corpo caloso e dentro dos corpos dos ventrículos
laterais. Eventualmente, os papilomas de plexo coroide apare- As células neuronais que formam a substância cinzenta origi-
cem como plexos volumosos, mais frequentemente associados nam-se internamente no cérebro, na superfície dos ventrículos
a hidrocefalia e aumento do espaço subaracnoide95 . laterais e, somente mais tarde, migram ao longo das células
A história natural dos tumores cerebrais fetais não está gliais alinhadas radialmente para a superfície do cérebro. A
estabelecida. Entretanto, os dados disponíveis sugerem que migração ocorre em diferentes ondas durante várias semanas.
lesões, mesmo muito severas , podem desenvolver-se rapida- A maior parte do processo ocorre entre 8 e 16 semanas de
mente na fase avançada da gestação. De fato, vários casos gestação, embora continue até 25 semanas. Uma vez que a
foram relatados em que os exames ultrassonográficos de se- célula neural seu destino na superfície do cérebro, esta é
gundo trimestre estavam normais. Os teratomas podem estar submetida a um processo de maturação e diferenciação, cres-
associados à elevação de AFP no soro materno e no líquido cendo axônios e dendritos, e desenvolve sinapses com outros
amniótico. neurônios, resultando na formação de um córtex bem ordena-
O diagnóstico diferencial dos tumores cerebrais inclui ou- do de seis camadas. As anomalias de migração são caracteriza-
tras massas que ocupam o espaço das lesões intracranianas. das pela formação incompleta das camadas corticais, com lo-
Em alguns casos , pode ser particularmente difícil a distinção calização anormal dos neurônios que falharam em alcançar a
entre um tumor e uma hemorragia recente no interior do pa- sua posição final. Inversamente, a substância branca abaixo do
rênquima. A hemorragia cerebral geralmente apresenta ima- CÓrtex torna-se mais fina pela falência da produção de axônios
gens semelhantes às encontradas em alguns tumores. Nestes pelas células neuronais desorganizadas. Macroscopicamente,
casos, no ultrassom seriado (em 2 ou 3 semanas), as H IC mais o principal achado consiste na alteração do padrão de ci.rcun-
severas podem evoluir para a cavitação, ventriculomegalia e volução do cérebro que pode estar associado a modificações
formação de coágulo, ou a RM geralmente pode estabelecer o na massa cerebral e nos tamanhos dos ventrículos.
diagnóstico correto. A falência de migração neuronal inclui um amplo espectro
O prognóstico dos tumores congênitos é ruim. Em recen- de anomalias: ausência ou redução severa de circunvoluções
te revisão de 48 casos , a taxa de mortalidade foi de 770f0 9S (lisencifaLia), aumento do número de circunvoluções pequenas
Não há dados disponíveis com relação ao grau de compro- !polimicroginá), megaencifália esquv.encifáhá e heterotopias
metimento neurológico nos sobreviventes, embora, espere-se da substância cinzenta. O processo de migração pode ser atrasado
que também seja elevado. Certamente, o tipo histológico do por fatores ambientais (isquemia, teratógenos), embora uma
tumor consiste no fator mais importante. Em só;es pós-natais, predisposição genética esteja claramente presente pelo menos
a taxa de sobrevida dos teratomas é de apenas 7% comparada para algumas anomalias.
386 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
A B c D
FIGURA 10-35. Anormalidades do córtex cerebral demonstradas pelas ultrassonografia e ressonância magnética A e B. Circunvolução
anormal associada a forma anormal do córtex (seta) e deslocamento inferior do ventrículo lateral. C e D. Este feto com 34 semanas de gestação
apresenta um cérebro demasiado liso, além da ecogenicidade incomum do córtex.
A B c
FIGURA 10- 36. Malformação complexa arteriovenosa com dilatação da veia de Galeno em feto de terceiro trimestre . A . Plano axial do polo
cefá li co demonstrando o aumento da ecogenicidade do córtex, com redução da delineação dos detalhes anatômicos e lesão tortuosa na linha
médi a preenchida por líquido (se ta) na porção posterior do cé rebro, no nível da cisterna da veia de Galeno. B. Doppler colorido demonstrando o
fluxo sanguíneo dentro da lesão preenchida por líquido e dilatação típica dos seios venosos. C. Doppler espectral demonstrando o fluxo venoso
pulsátil de velocidade elevada na veia de Galeno dilatada .
No período pós-natal, a técnica de escolha para a avaliação do desenvolvimento dos sulcos a partir dessas idades geslacio-
de tal condição é a RM , que possibilita a clara discriminação nais pode permitir a suspeita de lisencefalia.
entre as substâncias cinzenta e as branca. Entretanto, a de-
tecção ultrassonográfica das anomalias macroscópicas da ana- ANORMALIDADES VASCULARES
tomia cerebral típicas (fenda no córtex, anomalias dos giros
e outras) tem sugerido e, mesmo, diagnosticado essas condi- As anomalias vasculares do cérebro são raras, e somente al-
ções no pré-natal, embora em fase avançada da gestação (Fig. guns poucos casos foram descritos até o presente momento. A
10-35)96. No passado, acreditava-se que as anomalias do de- maioria dos relatos se concentra nas malformações vasculares
senvolvimento do sulco, como a lisencefaüa, não podiam ser de veia de Galeno. Recentemente, a trombose do seio dural
diagnosticadas até 27 a 28 semanas 97. Um estudo recente de foi descrita.
Toi et al.98 documentou o período do surgimento da fissura pa- O termo aneurisma da veia de Galeno indica um espectro
rieto-occipital, fissura calcarina, cingulado e alguns sulcos da de malformações arteriovenosas, variando desde uma dilata-
convexidade. Em seus estudos, eles observaram a idade mais ção de um aneurisma único da veia de Galeno a múltiplas
precoce que um sulco específico era visível em qualquer feto comunica]ões entre a veia e os sistemas da carótida e da verte-
e, também. a idade após a qual o sulco era visível em todos os brobasilar 9. São descritos três tipos: (1) fístula arteriovenosa ;
fetos. Os sulcos puderam ser vistos por ultrassom transabdo- (2) malformação arteriovenosa com ectasia da veia de Galeno;
minal tão precocemente quanto 18,5 semanas. O sulco medial e (3) variz da veia de Galeno. No período fetal ou neonatal,
inter-hemisférico e a ínsula estavam visíveis mais precoce e a fístula artel;ovenosa frequentemente está associada à falên-
confidentemente que os sulcos da convexidade. As idades ges- cia cardíaca de alto débito devido à sobrecarga circulatória.
tacionais mais precoces em que cada sulco específico pode ser Tanto a ectasia quanto a variz tendem a se manifestar em fase
identificado em qualquer feto foram: fissura parieto-occipital, avançada da gestação com episódios de sangramentos e não
18,5 semanas; sulco calcarino, 18,5 semanas; sulco cingulado, estão associadas à falência cardíaca. A fístula arteriovenosa as-
23 ,2 semanas; e sulcos da convexidade, 23 ,2 semanas. Nessa sociada à variz não faz parte de definição quando essas estão
série, a idade gestacional em que tais sulcos estavam sempre localizadas em qualquer outro lugar do cérebro.
presentes foram: parieto-occipital, após 20,5 semanas; sulco Durante o pré-natal, o achado típico é uma área anecoi-
calcarino, após 21,9 semanas; sulco cingulado, após 24,3 se- ca alongada ao nível da cisterna de veia de Galeno, com o
manas ; e sulcos da convexidade, após 27,9 semanas. A falência Doppler pulsátil e colorido demonstrando evidência de tur-
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO 387
A B c
FIGURA 10-37. Trombose congênita do seio duraI. A. Uma coleção líquida volumosa é identificada posteriormente no cérebro Iseta longa),
correspondente ao seio sagital superior dilatado. 8 . Dentro do seio acentuadamente dilatado, o trombo é visto como massa ecogênica. C. O
Doppler colorido demonstra a parada do fluxo sanguíneo Iseta) no interior da porção alargada do seio sagital superior.
bulência venosa e Buxo sanguíneo arterial (Fig. 10-36) 100 . A A apresentação clínica da trombose do seio da dura nos
arquitetura cerebral pode estar intacta ou pode estar alterada recém-nascidos é variável. Os sintomas incluem convulsões,
devido à concomitância com ventriculomegalia, porencefalia irritabilidade inexplicável, macrocefalia ou abaulamento de
e edema cerebral, sendo referida como aumento da ecogeni- fontanela. Os estudos pós-natais revelam que a trombose da
cidade do córtex. Os seios da dura e os vasos do pescoço fre- circulação venosa cerebral é uma causa importante e pouco
quentemente estão aumentados, e os sinais para a sobrecarga reconhecida de convulsões em recém-nascidos a termo. A
cardíaca podem estar presentes, incluindo cardiomegalia, he- história natural é variável. Na ausência de asfixia perinatal,
patoesplenomegalia, edema de partes moles, poli-hidrâmnio e comumente a evolução do neurodesenvolvimento é normal e
hidropisia. O Doppler colorido pode auxiliar na identificação o risco de recorrência das convulsões é baixo. Uma evolução
da origem dos vasos que nutrem a lesão, uma observação que ruim deve ser esperada especialmente nos neonatos prema-
pode ter implicações práticas para a avaliação do prognóstico. turos, e nos casos de trombose secundária do seio cerebral
Nesses casos, a RM pode ser utilizada. secundária. Sinais ultrassonográficos associados, como infarto
Embora os aneurismas de veia de Galeno possam tornar-se ou hemorragia ventricular, estão correlacionados com mau
sintomáticos em idade avançada, estes são mais frequentemen- prognóstico. As sequelas também podem depender da locali-
te identificados no período neonatal. No neonato, as caracte- zação do trombo. Em um estudo recente, todos os pacientes
rísticas clínicas comuns são a cardiomegalia com insuficiência com dano neurológico permanente apresentavam trombose
cardíaca e o aumento da pressão intracraniana associado à de veias profundas com a associação de infartos cerebrais pro-
hidrocefalia ou ao hematoma craniano. A deficiência neuroló- fundos; em contraste, todos os pacientes com tromboses sem
gica focal , as convulsões e as hemorragias consistem em acha- infarto ou infarto venoso superficial do córtex uniformemente
dos menos comuns. A experiência disponível do diagnóstico apresentavam bom prognóstico 103 .
pré-natal sugere a taxa de mortalidade de aproximadamente
50% e desenvolvimento normal ao redor de 50% dos sobre-
viventes 89 ,100,10 1. A evolução esteve fortemente dependente da CISTOS INTRACRANIANOS
evidência pré-natal de outras anomalias intracranianas (hidro- Os cistos de aracnoide intracranianos são acúmulos de líquido
cefalia, edema cerebral, porencefalia) e hidropisia. Qyando límpido como o cerebroespinhal entre a dura e a massa cere-
qualquer uma dessas anomalias estava presente, o prognósti- bral. O diagnóstico histológico não está sempre disponível, e a
co sempre foi ruim. Em geral, os casos com desenvolvimento definição frequentemente é utilizada para indicar qualquer cis-
pós-natal normal apresentavam as lesões vasculares isoladas, to intracraniano localizado dentro do espaço subaracnoideo.
ausência de outra intercorrência cerebral ou cardiovascular Os cistos de aracnoide têm sido encontrados em qualquer
intrauterino e tratamento realizado depois do nascimento atra- local do sistema nervoso central, incluindo o canal espinhal.
vés da embolização angiográfica 101. As localizações mais frequentes são a superfície dos hemisfé-
A trombose do seio dural consiste em uma entidade bem docu- rios cerebrais na região das fissuras maiores (sylviana, rolân-
mentada no período neonatal e, recentemente, também relata- dica e inter-hemisférica), região da sela túrcica, fossa anterior
da in utero. A etiologia inclui trauma; condições sistêmicas como e fossa média. Com frequência menor, estes são observados
a septicemia, meningite e desidratação; e a hipercoagulopatia na fossa posterior. A maioria dos casos diagnosticados no pe-
causada por policitemia ou por deficiência dos anticoagulantes ríodo pré-natal envolve cistos supratentoriais, na linha média,
fisiológicos (antitrombina, proteína C ou proteína S, mutação fissura de Sylvius e na região da cisterna. Os cistos de arac-
do fator V de Leiden). Um papel possível da pré-eclâmpsia noide podem ser primários (congênitos) ou secundários (ad-
materna também tem sido sugerido. Embora, ainda superior a quiridos). Estima-se que os tipos congênitos sejam formados
40% dos casos, a condição permaneça idiopática 102 . pela alteração do desenvolvimento das leptomeninges e não
Nos casos já diagnosticados in utero, o ultrassom revelou se comuniquem livremente com O espaço subaracnoideo. Os
um seio sagital superior dilatado contendo um trombo. O Do- tipos adquiridos são formados como resultado de hemorragia,
ppler colorido documentou a interrupção de fluxo sanguíneo trauma e infecção e, frequentemente, se comunicam com o
ao nível dos seios dilatados (Fig. 10-37). A RM e a angio-RM espaço subaracnoideo. Os cistos de aracnoide apresentam po-
são técnicas de escolha para o diagnóstico após o nascimen- tencial de crescimento com resultado tanto de alguma comuni-
to embora também tenham sido utilizadas durante o período cação com o espaço subaracnoide a partir de um mecanismo
pré-natal. de válvula circular como por meio da produção de líquido
388 AVALIA ÇÃO ULT RASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FET O
A B c
FIGURA 10- 38. Ultrassonografia de feto com cisto de aracnoide. A. Cisto pequeno Iseta} na região da cisterna. 8. Cisto biloculado na linha
média Isetas}. C. Cisto volumoso Iseta} de origem da fissura de Sylvius .
A B c
FIGURA 10- 39. Cisto de plexo coroide Iseta} . A. Único e pequeno Iseta}. 8. Volumosos e bilaterais Iselas}. C. Múltiplos Isetas}.
cerebroespinhal devido ao tecido semelhante ao plexo coroide tração de que o cisto de aracnoide tende a estar posicionado
contido no interior da parede do cisto. Os cistos de aracnoide lateralmente, o que, em geral, resulta em assimetria da forma
volumosos podem causar ventriculomegalia obstrutiva pela da fossa posterior.
compressão do [orame de Monro, ou do aqueduto posterior- Em muitos casos, o cisto de aracnoide é assintomático, em-
mente, ou pelo bloqueio das cisternas basais. A hidrocefalia e bora eles possam causar epilepsia, anormalidades motoras, ou
a macrocefalia são as formas mais comuns de apresentação no sensOliais leves ou hidrocefalia. No período neonatal, as manifes-
pedodo neonatal. Raramente, tem sido relatada a associação tações clínicas mais comuns são a hidrocefalia e a macrocefalia.
dos cistos de aracnoide a outras anomalias. A lista inclui a Em geral, as séries de estudos neurocirúrgicos sugerem um
trissomia do 18, a tetralogia de Fallot, o tumor sacrococcígeo prognóstico bom, com ausência de sintomas em mais de 70%
e a neurofibromatose. dos casos. A localização do cisto tem influência no resultado
O exame ultrassonográfico dos cistos aracnoides demons- final. Nas séries estudadas, foi observado que os cistos tem-
tra uma lesão anecoica bem definida, com efeito de massa ad- porais apresentam o melhor prognóstico, com mais de 90%
jacente, ocasionalmente associada à hidrocefalia (Fig. 10-38). dos pacientes apresentando recuperação completa ou somente
A maiot;a dos casos de cisto de aracnóide diagnosticados lil com deficiências leves , sem casos de óbito. As outras locali-
utero tem sido reconhecida somente no terceiro t.rimestre. Em zações estiveran1 associadas a prognóstico significativamente
poucos casos, foram obtidas imagens ultTassonográficas não pior. Em particular, os cistos de aracnoide na fossa posterior
características no segundo trimestre. Desse modo, supõe-se que apresentaram o pior prognósticoI 04.IOS .
a maioria dessas lesões somente se desenvolve na fase final da Os cistos do glioepêndima são derivados do deslocamento
gestação. Algumas vezes , pode ser difícil diferenciar o cisto de do tecido neuroectodérmico e apresentam a mesma aparência
aracnoide fetal de outras coleções liquidas intrao-anianas. En- ultrassonográfica do cisto de aracnoide 106 . Geralmente, a dife-
tretanto, em séries disponíveis mais abrangentes , a imagem ce- renciação entre essas duas entidades somente é possível pelo
rebral multiplanar e a ultrassonografia transvaginal do vértice exame histológico. Entretanto, o diagnóstico de cisto de glioe-
do feto podem ser extremamente efetivas89 . Os cistos porence- pêndima deve ser suposto quando o cisto se encontra na linha
fálicos estão localizados dentro da substância cerebral, enquan- média e está associado à ACC (ver texto anterior). A distinção
to os cistos de aracnoide situam-se entre o o 'ânio e a superfície pode não ser clinicamente relevante, pois permanece incerto
cerebral. Além disso, a maioria dos cistos porencefálicos congê- se as implicações com relação ao prognóstico são distintas.
nitos apresenta comunicação com os ventrículos laterais. Na es- Os cistos de p/exo coroid.e aparecem como uma área anecóica
quizencefalia, a coleção preenchida por líquido está conectada arredondada na região do plexo coroide, situado nos ventrícu-
aos ventrículos laterais para o espaço subaracnoideo. los laterais (Fig. 10-39). Eles têm sido descritos com maior fre-
O cisto de aracnoide da fossa postetior é diferenciado do quência na última década. Ensaios realizados em gestantes de
complexo de Dandy-Walker pela demonstração da integrida- baL'(o risco indicam que a frequência desse achado no segundo
de do vérmix cerebelar. Outro sinal útil consiste na demons- trimestre é de aproximadamente 10/0. Entretanto, a incidência
389
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
---
real está, provavelmente, vinculada à resolução do aparelho de cistos volumosos de plexo coroide causando hipertensão cra-
ultrassonográfico, à atenção do operador e à própria niana foranl desClitos na literatura neurocirúrgica, embora tais
de cisto de plexo coroide empregada. Embora na malOna dos cistos provavelmente representem entidade clliúca discinta 1l2 .
esnldos a incidência média seja de aproximadamente 10/0, da-
dos tão elevados quanto 3 ,6010 Ja wram d escntos
'1 . , r . 107108
. .
Os cistos de plexo coroide podem ser unilaterais ou bilate- CONCLUSÕES
rais e, ocasionalmente, mültiplos. Tipicamente, são encontra- Os apa.relhos de ultrassom modernos abrangem um potencial
dos ao nível do átrio dos ventrículos laterais e com frequência ünico pa.ra a avaliação do sistema nervoso central normal e
menor dentro dos corpos. Qyando avaliado com aparelho ul- anormal do feto. Um amplo nümero de anomalias congêni-
trassono<Tráfico de alta resolução, o cisto de plexo coroide dos tas pode ser consistentemente reconhecido. A ultrassonografia
laterais aparece, com frequência, discretamente he- transvaginal é uma extensão para o diagnóstico pré-natal mais
terogêneo. Para ser chamado de cisto de plexo coroide, a lesão precoce, e a RM pode ser utilizada para melhorar a acuidade
deve medir pelo menos 2 mm de diâmetro. Cistos volumosos do diagnóstico em casos selecionados .
acima de 14 mm de diâmetro podem ser identificados e geral- Porém, ainda há muitos limites ao diagnóstico pré-natal das
mente contêm septações internas. anomalias do SNC. Alguns estudos em pacientes de baixo ris-
O diaQ11óstico do cisto de plexo coroide pode ser realizado co submetidas ao exame básico têm relatado sensibilidade pou-
na maioria dos casos pela observação da localização co maior que 800/03 1.113 . No entanto, tais resultados provavel-
típica dentro do átrio dos ventrículos laterais, com a aparência mente superestimam o potencial diagnóstico da téClúca. Esses
normal do cérebro fetal ao seu redor. Em algumas situações, ensaios apresentam seguimento invariavelmente muito curto
a dificuldade ünica consiste na diferenciação entre um cisto e quase somente incluem os casos de defeitos do tubo neural
de plexo coroide volumoso distendendo discretamente a cavi- aberto, cujo reconhecimento foi , provavelmente, facilitado pelo
dade do ventrículo e uma ventriculomegalia primária. Nessa rastreamento sistemático com a AFP materna. As armadilhas
situação, o sinal mais importante consiste na demonstração de do ultrassom pré-natal estão bem documentadas e ocorrem por
que o cisto de plexo coroide tem uma parede ecogênica fina vá.rias razões. Uma das linútações mais importantes está rela-
e tende a apresentar septações internas. Nos casos dUV1dosos , cionada com a continuidade do desenvolvimento cerebral no
o seouimento ultrassonogTáfico pode ser ütil, pois, geralmen- segundo trimestre da gestação e no período neonatal que linú-
te, ab maioria dos cistos de plexo coroide regride rapidamente tanl a detecção de anomalias, como a micro cefalia e as malfor-
em tamanho, podendo, até mesmo, desaparecer com a evolu- mações corticais. Além disso, algumas malformações cerebrais
ção da gestação. Um sangramento intraventricular localizado não ocorrem devido às alterações do desenvolvimento em-
pode resultar em um coágulo sanguíneo semelhante a uma brionário, mas representam situações adquiridas nos períodos
anomalia de plexo coroide. Entretanto, o coágulo é menos re- pré-natal, perinatal ou pós-natal. Mesmo em mãos experientes,
gular que o cisto de plexo coroide, e, em geral, o ventrículo alwns tipos de anomalias podem ser difíceis ou impossíveis de
adjacente encontra-se dilatado. . diagnosticadas in utero, em uma proporção que ainda é
Embora os cistos de plexo coro ide sejam achados berug- . ' I d e ser d etermma
unposslve . d a com preCIsa0
. - 114 .
nos também estão associados ao aumento da incidência da Por outro lado, quando uma anomalia é identificada, fre-
do 18. Os dados atualmente disponíveis não indicam quentemente são difíceis o aconselhamento dos pais e a decisão
associação à outra anomalia cromossômica, incluindo a trisso- de uma conduta obstétrica adequada . Algumas anomalias ce-
mia do 21 109. 110 . Em aproximadamente 80% a 90% dos fetos rebrais apresentam prognóstico que pode ser estabelecido com
com a trissomia do 18, as alterações anatômicas são detecta- precisão razoável. Esses certamente são os casos de lesões catas-
das pelo ultrassom 79 . Com base nesses dados, uma abordagem tróficas, como a anencefalia e a holoprosencefalia severa, bem
prudente consiste na realização de um exame ultrassonográfico como as anomalias invariavelmente detectadas ao nascimento,
detalhado do feto quando for encontrado um cisto de plexo co- como a espinha bífida. Entretanto, há um grande número de
roide. Esse exame deve incluir a avaliação das mãos e dos pés e condições que podem ser identificadas com precisão in utero e
um exame di.recionado do coração fetal. Se forem identificadas ainda apresentam a evolução pouco clara. A ACC, a dilatação
anomalias adicionais, deve ser oferecida a análise cromossômi- ventricular leve e as variações menores da continuidade de
ca à paciente. Há, ainda, o debate sobre como a paciente com Dandy-Walker são exemplos de tais condições.
cisto de plexo coroide deve ser orientada. Alguns investigado-
res acreditam que quando o cisto for isolado e o ultrassom
realizado não revelar outras anomalias, este deve ser conside- Referências
rado uma variante normal lll . Snijders el a!. relata.ram que, na
1. Myrianthopoulos NC: Epidemiology of central nervous system
presença do cisto de plexo coroide, o risco da trissomia do 18 O1alformatiollS . In Vinken P], Brllyn GvV (eds): Handbook of
está aumentado em 1,5 vez sobre a linha de base. Pode ser ob- Clinicai Neurology. Amsterdam, EIsevier, 1977, pp 139-171.
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of fetal central nervous system abnormalities. Radiology 229:51,
cisto, se este é unilateral ou bilateral, se é persistente ou se 2003.
desaparece. Com base nos dados disponíveis na literatura, 4. Malinger G, Lev O, Lerman-Sagie T: Is fetal magnetic resona.nce
não há evidência que suporte qualquer uma dessas sugestões. imaging superior to neurosonography for detection of brain
Cistos pequenos, unilaterais e transitórios têm sido documen- anomalies? Ultrasound Obstet Gynecol 20 :317, 2002.
tados em associação a aneuploidias. 5. Malinger C, Ben-Sira L, Lev D , ct aI: Fetal brain u11aging: a
comparison berween magnetic resonance imaging and dedicated
O cisto de plexo coroide isolado não modifica a conduta neurosonography. Uln·asound Obstet Gynecol 23 :333, 2004.
obstétrica de rotina. Pela ausência de efeitos danosos aos fetos 6. Filly RA, Cardoza ]0, Goldstein RB, Barkovich 1\1: Oetection of
relatados em diversos estudos, não há necessidade, em nossa fetal central nervous system anomalies : a practicallevel of eITorr for
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390 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO EIXO NEURAL DO FETO
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11
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE
E DO PESCOÇO FETAL
Gianlu igi Pilu , MD, Maria Segata, MD e Antonella Perolo, MD
A B c D
FIGURA 11-1 . Planos sagital (A), axial (B,C) e coronal (O) do pala cefálico fetal demonstrando os detalhes relevantes da anatomia fetal.
Tabela 11- 1 Aparência Normal das Características Faciais do Plano Ultrassonográfico Sagital Médio
Estrutura Aparência Normal
Testa Ql.,ase linear imediatamente acima da articulação entre o osso nasal e o osso frontal , seguindo pela curvatura
leve para trás. Essa visão permite as medidas da espessura da pele frontal (ao nível do meio da curvatura da
fronte)
Ossos nasa.is Oblíquos ao longo da direção frontocaudal. Este plano permite a medida do comprimento dos ossos nasais e
do ângulo facial superior (ângulo entre o plano vertical do osso frontal e osso nasal)
Tecidos moles nasais A columéla é oblíqua ou horizontal, não pode ser vertical
Lábio superior O filtro é linear e não deve apresentar saliência. Este plano permite a medida do comp,imento do filo·o
Palato secundário Linha ecoica espessa, iniciando ao nível alveolar e estendendo-se horizontalmente para trás. Sua porção
média é marcada por uma depressão, presente tanto na margem superior quanto Ílúerior, correspondendo à sutura
transversa do palato32 Esta depressão é mais identificada na margem superior
Cavidade oral A língua é discretamente oblíqua para cima (10-15°) . A sua extremidade se situa imediatamente atrás da cadeia
alveolar
Estende-se de borda a borda junto ao lábio superior. Ambos os lábios estão posicionados ao longo do mesmo eixo,
não devendo haver desvio ântero-posterior entre eles
QyeLXo Ao nível de uma linha vertical traçada da pele pré-frontal (linha vertical estética da face)
De Rotlen D. LevaillalllJM: Two and ,hree·dimcnsional sonografic assessment of the fetal face. I. A systematic anal)'sis of the normal face . Ultrasou nd Obste, G)'necol
23:22-1. 200-1.
Tabela 11- 2 Aparência Normal das Características Faciais Fetais no Ultrassom nos Planos Axiais Transversos
Estrutura Aparência Normal
Órbitas O eixo interorbital é perpendicular ao eixo sagital. Esse plano permite a medida dos comprimentos interorbitais
interno e externo
Septo Nasal, Molar O septo nasal é perpendicular ao plano axial. Os dois arcos malares são simétricos com relação aos arcos do septo
nasal
Lábio superior e maxila Não há solução de contiouidade do lábio supelior. A maxila aparece como um alvéolo ecogênico em forma de "U",
secundário à placa encurvada. Os alvéolos e os brotos dentários aparecem como máculas hipoecoicas posicionadas
ao longo da cadeia alveolar. Não há espaço entre os alvéolos adjacentes. O palato duro aparece como uma
estrutura ecogêníca. com uma forma complexa. Sua porção anterior é semilunar e situa-se posteriormente à cadeia
alveolar. A porção posterior aparenta a forma de uma figura retangular, com uma depressão em seu lado distaI.
Esses planos permitem a medida do tamanho da maxila
Cavidade oral A IÚlgua ocupa quase toda a cavidade oral e está junto à cadeia alveolar. PosteriOlmente, a língua termina ao nível
da orofaringe. Esse plano permite a medida do comprÍlnento e da largura da língua
Mandíbula Aparece como uma imagem ecogênica regular em fOlma de "V". Ambas as metades da mandíbula aparecem
quase como uma linha reta. A sínfise do mento é claramente visível. Os alvéolos aparecem como máculas
hipoecoicas em cadeia. Esse plano permite a medida do tamanho da mandíbula (p. ex., largura da mandíbula e a
relação entre a largura da mandíbula com a maxila)
De Rou en D. LcvaillantJ iVI : Two and lhrec-dimensional sonografic asscssmcnt of lhe fetal face. 1. A s)'stematic anal)'sis o f lhe normal face. Ultrasound Obstet C)'necol
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394 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCO ÇO FETAL
De Romero R, Pilu C ,J eam)' P, et ai: Prenatal Diagnosis of Congenital Anomalies , Norwal k, CI, Appleton e Lange, 1988, p. 83.
em sentido caudal, o lábio superior e o palato também podem Aparência Normal das Características da
ser visualizados. A inclinação ainda mais caudal demonstra a Tabela 11-4 Face Fetal nos Planos Ultrassonográficos
língua dentro da cavi?ade oral e mandíb':lla.. .
Os planos coronaJS fomecem infonnaçoes similares aos cor- de Cortes Coronais
tes axiais (Tabela 11-4). No entanto, é mais útil um plano tan- Estrutura Aparência Normal
gencial à região anterior da face, demonsn:ando a Plano nariz-boca As narinas estão simétricas. A columela
do nariz, narinas e lábio superior, para avaliar a sua mtegndade. é visualizada como uma linha
ormalmente, as narinas aparecem como duas pequenas áreas preservada
anecoicas. Esse plano de exame que demonstra o lábio superior Alvéolos e septo nasal A crista alveolar é regular e aparece como
hiperecogênico separando as narinas da superfície uma faixa anecoica na qual os brotos
oral praticamente exclui a presença de fenda labial (FL). dentários aparecem como orifícios
Os princípios do ultrassom tridimensional (3D) estão de- hipoecoicos. O septo nasal está
talhadamente descritos em outra parte deste livro (Cap. 24). perpendicular à linha da crista alveolar
O diagn6stico de anomalias craniofaciais consiste em uma das PalatO duro Forma abaulada, simétrica. De cada
mais importantes áreas de aplicação dessa técnica no lado, está em continuidade com o osso
obstétrico. As vantagens sobre o ultrassom 2D convencIOnal malar
incluem: a visualização de planos que são fisicamente impos- Região retropalatal O osso vômer aparece como um foco
síveis ou muito difíceis de serem obtidos, a demonstração da ecogênico medial isolado em um espaço
superfície da face e a possibilidade de obter uma visão panorâ- vazio, sem aquisição de estrutura de
mica da face inteira (Fig. 11-2). As limitações dessa técnica são suporte identificável
as mesmas dos que para as imagens em 2D. Se a face fetal não
estiver acessível ou não houver um bolsão de líquido arnni6-
De Rouen D, LevaillantJM : Two and three·dimensional sonographic assessment
tico separando a face das eSU-uturas ao redor, o 3D não pode of lhe fetal face. 1. A sepstemauc anal)'sis of lhe n011l1al face. Ultrasound Obstet
fomecer mais informações úteis. Entretanto , nas mãos de pe- C ynecol 23:224, 2004.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 395
B
A
c
FIGURA 11-2. Ultrasso m tridimensional: análise multiplanar demonstrando simultaneamente os planos (A) sagital , (B) axial e (C) coronal da
face fetal.
A B c
FIGURA 11-3. Ultrassom tridimensional: superfície renderizada da face fetal com 11 semanas (A), 19 semanas (B) e 37 semanas (C).
ritos, um exame satisfatório é possível na maioria das vezes superfície externa do feto, possa ser útil para a avaliação da
durante o segundo ao inicio do terceiro trimestre. O valor rela- anatomia fetal em tais situações.
tivo da ultrassonografia 2D sobre a 3D tem sido debatido. Em Uma vez que o ultrassom de volume é adquirido, este
mãos especializadas, o ultrassom 2D é extremamente preciso pode ser estudado em uma variedade de planos. Dessa for-
na identificação e categorização das malformações craruofa- ma, foram relatados três modelos úteis para o diagnóstico de
ciais e não encontramos qualquer vantagem diagnóstica signi- anomalias craniofaciais. O modo multiplanar consiste na de-
ficativa do uso do 3D6 . Tem sido sugerido que o ultrassom 3D monstração simultânea de três planos ortogonais cuja direção
das anomalias craruofaciais apresente outros prováveis benefí- é escolhida pelo operador. ormalmente, o volume é obtido
cios, como oferecer aos pais uma imagem compreensiva e real do plano de perfil do feto , que é exposto no canto superior da
da anomalia fetal , possibilitando, assim, melhor comunicação tela, enquanto dois planos perpendiculares são demonstrados
com os especialistas envolvidos na abordagem da criança. A nos quadrantes superior direito e inferior (Fig. 11-2). A vanta-
maior parte das experiências do ultrassom 3D é proveniente gem consiste no fato de que, em algumas situações, pode ser
dos centros de referência. O impacto desta técnica no exame- difícil obter o plano exato com o feto em movimento. O modo
padrão ainda está por ser determinada. Em geral, o ultrassom de superfície permite a visualização da superfície da face fetal
3D é complexo e, provavelmente, considerado além do en- quando esta estiver cercada por liquido (Fig. 11-3). Eventual-
foque da avaliação básica da anatomia fetal em gestações de mente, o modo máximo ou transparente permite demonstrar
baixo risco. Entretanto, é possível que o ultrassom de quarta o eco de brilho maior dentro do volume e, assim, pode ser
dimensão, que permite uma visualização rápida e acurada da possível a visualização do crânio (Fig. 11-4).
396 AVALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
A B c
FIGURA 11-4. Ultrassom tridimensional: o esqueleto da face e do crânio está claramente demonstrado com o modo máximo ou transparen-
te. As diferentes suturas e fontanelas estão detectadas nos planos (A) coronal, (8) superior e (e) lateral do crânio: 1. fontanela bregmática;
2. sutura frontal ou metópica; 3. sutura coronal; 4. sutura parietal; 5 sutura esfenoidal; e 6 . sutura mastóide.
A B
FIGURA 11 - 5 . Ultrassom tridimensional: plano anterior (A) e reverso (8) da face fetal. O mesmo volume ultrassonográfico é utilizado, e so-
mente o plano de visão é modificado. O plano reverso permite uma imagem do palato anterior e da fossa nasal.
Uma limitação do ultrassom 2D consiste na dificuldade como plano reverso da face permite que esta seja examinada
da avaliação clara da porção postelior do palato, devido aos no modo de superfície de sua porção posterior em vez da parte
artefatos de sombra que surgem do palato anterior. O ultras- da frente (Fig. 11 -5) 11.1 2. Outra possibilidade é determinada
som 3D frequentemente sobrepõe essa dificuldade . Uma vez pela insonação da face em um ângulo que demonstra o palato
que o volume tenha sido obtido, a abordagem que é conhecida (Figs. 11-6 e 11-7)13.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 397
A B c
FIGURA 11-6 . Ultrassom tridimensional: abordagem angulada para visualização do palato fetal. A. Para sobrepor a sombra acústica prove-
niente da crista alveolar, é obtido um plano sagital mediai da face fetal e o transdutor é angulado para insonar o palato secundário através de
um ângulo aproximadamente de 45 graus. 8. Um volume tridimensional estático é obtido e rotacionado para trazer o palato secundário em uma
posição vertical. C. Fatiando o volume no modo multi planar, é obtido um plano de exposição axial tanto da crista alveolar quanto do palato
secundário. O palato mole pode ser apreciado neste plano sagital. No entanto, este se situa em um ângulo com o plano secundário e, assim ,
não está demonstrado no plano axial.
FIGURA 11-7 . Ultrassom tridimensional: TUI (múltiplos cortes) do palato fetal v isualizado com a abordagem angulada. Comparando o plano
de referência sagital mediai com os planos coronais , o palato secundário é inteiramente demonstrado .
A ressonância magnética também tem sido utilizada como das fendas faciais diferem na etiologia, implicações cWlicas e
método diagnóstico das anomalias craniofaciais e pode ser na abordagem diagnóstica utilizada para manejá-Ias, e, desse
particularmente útil na avaliação de fendas faciais '4 .'o. modo, são discutidas separadamente.
As anomalias faciais típicas são comumente referidas como
Fendas Faciais Típicas fenda labial (FL) e fenda palatina (FP). A FL pode estar asso-
ciada à FP (FL-FP). A FP consiste em um defeito da porção
As fendas faciais são as anomalias craruofaciais mais frequen- posterior do palato na presença de um lábio superior e palato
tes e representam a segunda malformaçâo congêruta mais anterior normais. A analomia e a pamgênese desses defeims
comum , sendo responsável por 13% de todas as anomalias. podem ser compreendidas meUlor frente ao conhecimento do
A incidência é de aproximadamente 1,4 por l.000 nasci- desenvolvimento embrionário. O esplancnocrânio fetal deriva
mentos7. 16. As fendas podem ocorrer em qualquer parte da do crescimento lateral do mesênql1ima que envolve a cavidade
face, embora tipicamente envolva a linha situada entre cada oral prinútiva ou estomatódio (Fig. 11 -8). Essas proeminências
narina e a parte central do palato posterior. Formas atípicas laterais (frontonasal, proeminências maxilares e proeminências
398 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
Orifício nasal
n 4 semanas
Arco hioideo
Processo
nasolateral
Sulco
5 semanas 6 semanas
Margem do
processo
nasomedial
Filtro do
lábio
Cartilagem
laríngea _--. .L------ '-,- '- '
.-:..;, "
8 semanas
AVALIAÇÃO ULT RASSONOGRÁFICA DA FAC E E DO PESCOÇO FETAL 399
Porção pré-maxilar
Dente incisivo da maxila
Osso palatino
A B
FIGURA 11 - 9 . A. Diagrama do palato humano em plano axial demonstrando a anatomia da porção pré-maxilar da maxila e o processo palatino
lateral do palato secundário. Seus pontos de fusão estão indicados pelas linhas pretas entre eles. Os quatro dentes incisivos surgem da porção
pré-max ilar do palato primário, e os dentes restantes, dos caninos posteriormente, surgem dos processos palatinos laterais do palato secundá-
rio . (Adaptado e reimpresso de Moore KL: The Developing Human: Clinically Oriented Embryology, 6th ed. Philadelphia , WB Saunders, 1998,
p . 245 .) B. Schematic representation of the various cleft constituents of the palate. (De Rotten D, Levaillant JM: Two and three-dimensional
sonographic assessment of the fetal face. 2. Analysis of cleft lip, alveolus and palate. Ultrasound Obstet Gynecol 24:402 , 2004 .)
mandibulares) estão separadas por sulcos que, consequente- lias associadas não definem uma síndrome já estabelecida. Nos
mente, são submetidos a fusão e obliteração. O palato se ori- casos de FL ou FP isolada, a anomalia mais frequente é o pé
gina da fusão de três processos palatinos. O processo palatal torto congênito, enquanto nos casos de FL-FP é a polidactilia.
mediano se origina nas proeminências nasais medianas, e os De importância particular é associação à malformação cardía-
dois laterais se originam dos processos maxilares. O processo ca congênita. Nenhum padrão específico pode ser identificado.
palatino também se funde com o septo nasal, que divide sua Associações específicas com síndromes bem determinadas são
cavidade em duas. O palato comumente é dividido em u'ês mostradas na Tabela 11-9.
partes: a anterior ou palato primário; a posterior ou palato O ultrassom diagnóstico da FL no feto depende da de-
secundário; e o palato mole (Fig. 11-9). Presumidamente, as monstração de um sulco se estendendo de uma das narinas
fendas faciais típicas derivam-se da falha de fusão de diferentes para o interior do lábio e, possivelmente, para a cadeia al-
estruturas ósseas e tecidos moles sobrepostos, com a persistên- veolar. Com o ultrassom 2D convencional, as fendas labiais
cia dos sulcos embrionários (Fig. 11-10). podem ser reconhecidas e classificadas de acordo com a com-
A FL-FP e a FP isolada são de duas anomalias distintas. binação de planos coronais e transversais. Em nossa experi-
Com exceções extremamente raras, as recorrências são especí- ência, a FL é identificada melhor no plano coronal anterior,
ficas para cada tipo. Se um caso-índice apresentar FL-FP, não demonstrando um defeito linear que se estende de uma narina
há aumento de risco para a FP isolada e vice-versa. De modo para a margem oral, geralmente associado à distorção tanto
geral, de todos os casos de fendas típicas, 25% apresentam FL, do lábio quanto do nariz (Fig. 11-1). A extensão do defeito em
metade tem FL-FP e 25% manifestam FP. direção ao palato é demonstrada melhor em um plano axial da
Na maioria dos casos, as fendas faciais típicas apresentam maxila (Fig. 11-12). Pela angulação do transdutor, geralmente
herança multifatorial. O risco de recorrência empírico para é possível avaliar o grau de extensão do defeito que consiste
tais casos está relatado na Tabela 11-5. Em alguns casos, en- em identificar se a lesão é limitada à porção mais anterior do
tretanto, as fendas labiais são parte de uma síndrome não ge- palato ou crista alveolar, ou se continua em direção ao palato
nética ou genética bem conhecida. A evidência do risco as- posterior (Fig. 11-12). Podem, também, ser encontrados acha-
sociado à ingestão de diazepam e agentes esteroides não foi dos ultrassonográficos indiretos que se correlacionam com o
confirmada em estudos de controle cuidadosos. As anomalias defeito típico. Em todas as fendas típicas com FL-FP bilateral,
cromossômicas são raras em séries pós-natais, embora de os planos axiais e sagitais demonstram uma protrusão da por-
frequência maior em relatos pré_natais 2 ,6.I7,18. A discrepância ção central do palato e lábio que comumente está relacionada
parece ocorrer devido à elevada taxa de seleção intrauterina com uma pseudomassa pré-maxilar (Fig. 11-13). Nos casos de
dos fetos aneuploides, bem como da inclusão, em excesso, de FL-FP bilateral, ocorre maior distorção da anatomia facial, e a
fendas atípicas. pseudomassa é achado mais confiável e evidente que a própria
As fendas faciais abrangem um amplo espectro de gravida- visualização das fendas 19 . De outro modo, na FL-FP unilateral
de. A FL típica aparece como um defeito linear que se estende ou na FL bilateral, o plano de perfil não é sempre notável.
de um lado do lábio em direção à narina (Tabela 11-6). A O diagnóstico de FL-FP, na maior parte das bilaterais, tem
FL-FP pode estender-se através da crista alveolar e do palato sido descrito mesmo em fases precoces da gestação, de 11 a
duro, alcançando o assoalho da cavidade nasal ou, até mesmo, 14 semanas, predominantemente devido à demonstração da
o assoalho da órbita (Tabela 11-7). A FP pode incluir defeitos pseudomassa pré-maxilar.
no palato duro, palato mole, ambos ou mesmo no tecido sub- Se for possível obter um ultrassom de volume satisfató-
mucoso (Tabela 11-8 e Fig. ll -IO). rio, o diagnóstico de fenda labial é fácil. O modo transparente
Anomalias associadas são encontradas em 50% dos pacien- pode ser utilizado para demonstrar se o palato está envolvido
tes com FP isolada e somente em 13% dos que apresentam FL- ou não (Fig. 11-14). Se o palato for insonado em ângulo ade-
FP. Uma incidência de 60% tem sido detectada em embriões e quado, o grau de extensão interno pode ser averiguado (Fig.
fetos com fendas labiais. Na maioria dos pacientes, as anoma- 11-15). A ressonância magnética também pode ser utilizada
400 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
Palato primário
Forame incisivo
Palato secundário
A B
D
c
E
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRAFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 401
Sagital e parassagital o plano sagital médio geralmente é normal. O s planos A imagem normal do lábio é substinlÍda por um
parassagitais mosn'am a fenda do lábio su perior prolábio pré-max.ilar promlso
como um defeito enn'e duas áreas espessadas, com O pro lábio fica suspenso ao nariz, que,
assimetria visível enn'e ambos os lados do defeito consequentemente, se torna achatado
A ponte nasal está sempre completa, embora haja A columela não pode ser analisada
achatamento da curvarura do nariz
A.xial A solução de continuidade do lábio é sempre De cada lado, o pro lábio pré-max.ilar protruso é
claramente visível separado das extremidades remanescentes do
As narinas são assinlétricas e distorcidas, embora lábio superior pelas fendas. Ambas as narinas
as passagens nasais estejam sempre presentes, estão achatadas , po rém completas
constituindo a ponte sobre a fenda
Coronal A solução de continuidade é claramente visível Os defeitos de continuidade do lábio são
claramente evidentes
De Rotten D. LevaillantJM: Two- and IhIee-dimensional sonografic assessment of lhe felal face. 2. Anal)'sis of clefl lip, alveolus and palale. U ltrasound O bslel Gynecol 24:
402 , 2004.
De ROllen D , LevaillamJM: Two-and lhree-dimensional sonographic assessmem of ,he face. 2. Analysis of clef, lip, alveolus and pala,e. Ultrasollnd Obste< Gynecol 24:
402,2004.
402 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
Sagital medial e parassagital Planos sucessivos mostram um defeito de continuidade Uma imagem hiperecogênica na linha média
no palato duro. Esse defeito é assimétrico. Não é está presente no plano sagital medial. Cuidados
rigorosamente mediano, mas lateralizado, geralmente devem ser tomados: embora a linha mediana
em direção ao mesmo lado da fenda CLA esteja presente, não representa o palato e sim
o osso vômer
De cada lado do plano sagital, a visão
parassagital mostra que o palato duro apresenta
o defeito
Axial Qyando se procura pelo palato em sentido caudal A linha hiperecogênica ântero-posterior
para o alvéolo Oembrar que os alvéolos são correspondendo ao osso vômer está presente
separados por um defeito e um desvio), este não Anteriormente, este se estende em até o prolábio
é encontrado. A única imagem visível consiste pré-maxilar
em um osso vômer oblíquo (10-5°) De cada lado dessa estrutura mediana, a fenda
está imediatamente aparente
Coronal Medialmente, o arco do palato é interrompido A imagem do palato duro não pode ser obtida.
pelo defeito. Na verdade, esse defeito não é O vômer aparece como uma linha mediana
simétrico, mas lateralizado do mesmo lado suspensa, sem estrutura de suporte definida
que o defeito CLA. Assim, as duas metades do O arco do palato está reduzido a duas
arco não são simétricas. A metade mais larga estruturas laterais pequenas
consiste no lado não patológico
O osso vômer está de8etido em direção à metade do
arco situado no lado patológico, e permanece nele
De Rotten D, LevaillantJM : Two and three·dimensional sonographic assessment of the fetal face. 2. Analysis of d eft lip, a1veolus and palate. Ultrasound Obstet Gynecol
24:402, 2004.
Fendas Faciais Atípicas Pode ser necessária cirurgia estética radical. As holoprosence-
Aproximadamente 3% das fendas ocorrem em reglOes da falias alobar e sernilobar associadas a fendas medianas e hipo-
face diferentes das linhas de junção das narinas ao palato telorismo apresentam péssimo prognóstico. A holoprosencefa-
posterior. A prevalência é muito maior em estudos pré-natais lia severa também está associada a outras anomalias craniofa-
devido tanto à alta taxa de mortalidade intrauterina que está ciais devido ao subdesenvolvimento da face média que inclui
associada a algumas dessas condições quanto provavelmente a combinação de hipotelorismo/ciclopia, ausência de nariz, e a
à elevada taxa de diagnóstico devido à frequência das malfor- presença de um proboscis (Fig. 11_18)20,21.
mações associadas. A FL-FP bilateral geralmente está associada ao desloca-
A fenda labial atípica mais frequentemente relatada nas mento anterior da pré-maxila. Na minoria dos casos, essa
séries pré-natais é a fenda mediana ou fenda Tessier núme- pode ocorrer sem protrusão e achatamento do perfil da face.
ro O. Essa consiste em um defeito quadrangular na porção Ela consiste em uma anomalia diferente e mais extrema que
central do lábio anterior e palato, geralmente associado a um a FL-FP típica, que está, provavelmente, correlacionada, pro-
naóz achatado. Ela corresponde a menos de 1% de todos os cesso fisiopatológico, com a FL mediana e, geralmente, está
casos de fenda labial. É considerada resultado do subdesen- associada a múltiplas anomalias e aberrações cromossômicas,
volvimento da proeminência frontonasal, que, normalmente, em particular a trissomia do 18 (Fig. 11-19).
aproxima as duas proeminências maxilares. O desenvolvimen- A fenda atípica mais comum encontrada ao nascimento é
to da face média é induzido pelo mesênquima pré-cordal, que a lateral (ou Tessier número 7), que apresenta uma incidên-
também é responsável pela diferenciação das estruturas da li- cia estimada de 1 em 3.000 a 5.600 nascidos vivos e pode
nha média do cérebro. Isso explica a associação frequente das ser tanto unilateral (mais frequentemente do lado esquerdo)
fendas medianas a holoprosencefalias alobar e sernilobar20,21. quanto bilateral 23 ,24. Ela provavelmente ocorre devido a um
A combinação típica desses achados inclui o hipoteloósmo, o defeito de desenvolvimento dos arcos branquiais e é caracteri-
achatamento nasal e a FL mediana (Fig. 11-17). zada por um grau variável de alargamento da comissura oral
A FL mediana pode ocorrer em associação ao hipertelo- (macrostomia) associado à hipoplasia do esqueleto lateral da
rismo (aumento da distância interorbital), uma combinação face (maxila, osso zigomático, ramo ascendente da mandíbula)
que é patognomônica da "síndrome" da fenda facial mediana e orelha externa. Alguns casos foram diagnosticados no perío-
"ou" "displasia frontonasal,,22. A patogênese é diferente nesses do pré-natal. Os achados ultrassonográficos incluem aprofun-
casos. A pré-maxila está presente, bem como o nariz, que ge- damento incomum dos cantos da boca e assimetria entre os
ralmente é bífido, e o cérebro é normal na maioria dos casos. dois lados da face . O ultrassom 3D é particularmente útil para
O diagnóstico se baseia na demonstração de um defeito cen- o reconhecimento das fendas laterais (Fig. 11-20). A porção
tral amplo envolvendo ambos, o lábio superior e o palato, nos central da face, o nariz, os lábios e a crista alveolar são bem
planos coronais ou axiais . visualizados com o exanle-padrão 2D. Entretanto, a parte late-
O prognóstico da fenda mediana depende inteiramente da ral da face não costuma ser igualmente acessível. Certamente,
associação a outras anomalias. A síndrome da fenda facial me- uma visão panorâmica da fase inteira no modo de superfície
diana geralmente está relacionada com a inteligência normal. consiste na abordagem mais adequada para esse diagnóstic0 24 .
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRAFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 403
A B c o
FIGURA 11-12 . Planos axiais da maxila em fetos com fendas faciais: A. Fenda labial isolada (seta); a crista alveolar está intacta, embora com
a forma irregular que comumente acontece nestes casos. B. Fenda lábio-palatina unilat eral: o defeito somente se estende para a crista alveolar
(seta); observe que há falta de um broto dentário apesar de o palato secundário encontrar-se intacto; este defeito f requentemente é referido
como fenda alveolar. C. Fenda lábio-palatina unilateral; o defeito é identificado se estendendo ao palato secundário (seta). O. Fenda lábio-pala-
tina bilateral (setas); a protrusão anterior da porção cent ral da maxila (ou pré-maxila) indica que o de fei t o se estende posteriormente ao pa lato
secundário.
404 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
A B c
FIGURA 11 - 13. Protrusão da pré-maxila (setas) em feto com fenda lábio-palatina bilateral: (A) plano sagital; (8) plano axial e (e) imagem pós-
natal comparativa.
A B c
o E F
FIGURA 11 - 14. Ultrassom tridimensional da fenda labial no modo de superfície (A, 8 e e) e no modo máximo (0, E e A . A . Fenda labial uni-
lat eral. 8, E. Fenda lábio-palatina unilateral. e, F. Fenda lábio-palatina bilateral.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 405
FIGURA 11 - 15. Ultrassom tridimensional de fenda lábio-palatina unilateral: TUI (múltiplos cortes) de volume obtido com insonação angulada
do palato fetal. A comparação entre o plano de referência sagital e os planos coronais possibilita a identificação do defeito se estendendo para
o palato secundário (setas).
A B c D E
FIGURA 11- 16 . Ressonância magnética de feto no terceiro trimestre com fenda lábio-palatina unilateral (seta) nos planos (A) axial, (8) sagital
e (C, O e E) coronais. A extensão do defeito em direção ao palato secundário é bem documentada.
A B c D
FIGURA 11 - 17 . Fenda labial mediana e achatamento nasal em feto com holoprosencefalia alobar vista em planos de corte (A) sagital ,
(8) coronal, (C) axial e (D) pós-natal.
406 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
A B
c D
E
FIGURA 11 - 18. Anomalias faciais associadas à holoprosencefalia comparadas à face normal. A . Face normal. B. Ciclopia. C. Etmocefalia .
D. Cebocefalia . E. Fenda mediana . (Modificado de Co ates TL , Mc Gahan SP: The fetal face . In Mac Gahan, Porto A (eds): Diagnostic Obstetrical
Ul t raso und . Philadelphia , JB Lippincott , 1994, p. 212. Ilustração por James A . Cooper , MD, San Diego, CA.)
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 407
A B c
FIGURA 11 - 19. Fenda lábio-palatina bilateral com achatamento facial: (A) vista de perfil com 12 semanas; (8) modo de superfície com
14 semanas; (C) imagem pós-natal.
A B c D
FIGURA 11 - 20 . Fenda lateral da face fetal: (A) exame coronal anterior demonstrando lábios e nariz; é observada uma assimetria da forma da
boca (seta); (8, C) ultrassom tridimensional: modo de superfície demonstrando a fenda lateral associado a um queixo encovado e arremate de
pele; (O) imagem pós -natal.
animais menos desenvolvidos com vIsao panorâmica. O hipoteIorismo (diminuição da distância interorbital) é
Conforme a gestação progride, os olhos migram para a quase sempre encontrado em associação a outras anomalias
linha média, criando condições favoráveis para o desenvol- severas, e quase invariavelmente à holoprosencefalia. O prog-
vimento da visão estereoscópia. O hipertelorismo consiste no nóstico, que depende da associação a outras anomalias, geral-
aumento da distância interorbital , e esse pode apresentar-se mente é bastante ruim2.3.20.2 1.
de forma isolada ou associado a muitas síndromes ou mal- A microftalmia é definida como a diminuição da distância
formações clínicas. O hipertelorismo leve é uma variação da órbita, e a anoftalmia se refere à ausência do olho; entretan-
comum. Entretanto , existe elevada incidência de retardo to, o termo anoftalmia deve ser reservado para o patologista,
mental quando ocorre a presença de malformações associa- que pode demonstrar, além da ausência do olho, a falta dos
das ou frente ao achado de hipertelorismo acentuado. As nervos, quiasma e o-atos ópticos. A microftal.mia/anoftalmia,
anomalias mais comuns associadas ao hiperteIorismo são as que pode ser tanto unilateral quanto bilateral, geralmente está
síndromes de fenda facial mediana ; craniossinostose, como associada a muitas síndromes genéticas. O diagnóstico pré-
as síndromes de Apert, Crouzon e Pfeiffer; a agenesia do natal da microftalmia baseia-se na demonstração da redução
corpo caloso; e a onfaloceIe anterior. Isoladamente, o hiper- dos diâmetros oculares (Fig. 11-21), sendo indicado um exame
teIorismo resulta somente em problemas estéticos e possível minucioso da anatomia intraorbital para identificar cristalinos,
prejuízo na visão binocular estereoscópica. Para os casos pupilas e nervo óptic0 25 . A microftalmia congênita está fre-
mais severos, um número de procedimentos cirúrgicos, quentemente associada a desordens visuais e outras anomalias.
como a cantoplastia, a orbitoplastia e a correção cirúrgica A síndrome de Golden.har (encontrada em aproximadamente
da posição das sobrancelhas, bem como a rinoplastia têm 1 para 5.000 nascinlentos) está associada à hipoplasia de uma
sido propostas. metade da face (microssomia hemifacial), que frequentemente
408 AVA LI AÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
A B c
FIGURA 11 - 21. Anomalias oculares: (A, B) microftalmia bilateral e unilateral (setas); (e) catarata.
A B c D
FIGURA 11- 23 . Micrognatia severa (setas) em um feto com dismorfismo facial e anomalias múltiplas: (A) plano sagital da face fetal demons-
trando a protrusão do lábio superior e o queixo pequeno; (B) ultrassom tridimensional, modo de superfície demonstrando a face anormal com
o queixo pequeno e hipertelorismo; (e) ultrassom tridimensional, modo transparência, demonstrando a mandíbula pequena; (D) radiografia
pós-natal.
A B c
FIGURA 11-25. Epignatus. A. Ultrassonografia pré-natal demonstrando massa volumosa (asterisco). 8, C. Imagens pós-natais em caso similar.
(B, C. cortesia de Frank Chervenak, MO , New York, NY and www.thefetus.net.)
Dismorfismo Facial
O ultrassom moderno de alta resolução permite avaliação
detalhada da face fetal, e um ultrassonografista especializado
pode realizar W11a avaliação em tempo real em fase preco-
ce da gestação da anatomia fetal, que, de vários modos, é
muito similar à avaliação clínica que pode ser realizada em
um recém-nascido vivo. Atualmente, o dismorfismo facial é
sensível à detecção pré-natal, e, nessa situação, a avaliação
3D certamente é valiosa (Fig. 11-27). Mesmo a detecção de FIGURA 11-26. Teratoma orbital. Massa volumosa cística e sólida
sinais faciais discretos tem sido útil para o diagnóstico ou (seta) se projetando ao redor da órbita.
para cOlTigir o dia!rnóstico de síndromes em gestações de
risco elevad06.26.29.3:Y3HI.51 Entretanto, alguns cuidados são
necessários, pois as características faciais podem apresentar
variações extremas em indivíduos normais.
Entre os dismorfismos faciais que podem ser identificados CRANIOSSI NOSTOSE
com seglll-ança, a síndrome de Binder ou displasia maxilona-
sal é caracterizada pela associação de um nariz extremamente A ossificação e o fechamento prematuro das suturas crania-
pequeno e achatado, lábio superior convexo e anomalia de nas resultam na alteração da forma e do tamanho da calota
oclusão. No pré-natal, o plano em perfil é particularmente in- craniana. Nos casos severos , essa condição também pode
dicativo, com o nariz extremamente pequeno e achatado que causar a compressão dos nervos cranianos e o aumento da
não forma ângulo com a fronte 42 ..13 (Fig. 11-28). Esta condição pressão durante o crescimento cerebral. O resultado final
não parece afetar o desenvolvimento neurológico, e o trata- depende das suturas que estão envolvidas e do período
mento cirúrgico está disponível. Porém, tem sido descrita a em que se iniciou seu fechamento. A craniossinostose (ou
associação com condroplasia punctata. cranioestenose) ocorre em aproximadamente 1 em 2.500
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETA L 411
A B
c D
FIGURA 11 - 27 . O feto apresentava aumento da translucência nucal no final do primeiro trimestre, e um espessamento da nuca e poli-hidrâm -
nio no segundo trimestre. Embora o exame bidimensional da face IA, 8 e C) estivesse negativo, o modo de superfície ID) revela face incomum
com inclinação antimongolóide das pálpebras. Foi diagnosticada a sindrome de Noonan após o nascimento.
A B c
FIGURA 11 - 28 . Síndrome de Binder: IA) plano sagital da face; (8) ultrassom do perfil fetal no exame tridimensional de modo de superfície;
IC) imagem pós-natal. Observe nariz pequeno e achatado com ausência de qualquer angulação entre a fronte e o nariz.
nascimentos. Na maioria dos casos, somente uma estrutura ao fechamento da sutura coronal, que resulta em uma fronte
é afetada e a condição é isolada e esporádica. Entretanto , bastante retraída e achatada (braquicefalia).
em uma minoria de casos. é possível o fechamento de A síndrome de Crouzon e Apert são as mais comuns
múltiplas suturas e a presença de anomalias associadas. A das craniossinostoses. Os principais achados incluem o fe-
craniossinostose faz parte de muitas síndromes genéticas . chamento precoce da sutura cOl'onal, rupoplasia da porção
O defeito genético relacionado com alguns desses casos média da face, exoftalmo e polidactiliaJsindactiJia de mãos e
foi identificado. A mais frequente é a mutação nos genes pés. A síndrome de Crouzon ocorre aproximadamente em 1
codificadores dos receptores dos fatores de crescimento dos para 25.000 nascimentos. Ela pode ser transmitida como uma
fibroblastos 1, 2 e 3. condição genética autossômica dominante ou aparecer como
A craniossmostose mais frequente ocorre devido ao fecha- uma mutação nova. Em um recém-nascido com a síndrome de
mento da sutura sagital, que é responsável por cerca de me- Crouzon, a aparência pode variar conforme a gravidade, des-
tade dos casos, resultando no alongamento do polo cefálico de a manifestação leve com características discretas na linha
(escafocefalia). O segundo tipo mais presente aparece devido média da face, bem como as formas severas com múltiplas
412 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
A B c
FIGURA 11 - 29 . Síndromes de craniossinostose: (A) síndrome de Apert; (B) síndrome de Pfeiffer, variedade letal (crânio em forma de trevo);
(C) trigonocefalia .
A B c
FIGURA 11-30. Diagnóstico pré-natal do caso demonstrado na Figura 11-25B: (A, B) ultrassom sagital e axial demonstrando o crânio em forma
de trevo (setas) ; (C) Exoltalmia e hipertelorismo .
suturas cranianas fusionadas e face média acentuada, além forma, supomos que a diferenciação do tipo mais frequente
de problemas oculares. A incidência da síndrome de Apert é de de craniossinostose, fechanlento da sutura sagital, seria im-
aproximadamente 1 em 100.000 nascimentos, e a maioria dos possível na maior parte dos casos. Mesmo as formas mais
casos é decorrente de mutação nova. graves podem estar associadas a achados apenas discretos,
As características gerais de uma criança com a síndrome principalmente no início da gestação. A craniossinostose deve
de Apert são similares às de uma com a síndrome de Crouzon ser susgeitada na presença de qualquer anomalia na forma do
(Fig. 11-29). Entretanto, não se observa muita variabilidade crânio + (Fig. 11-30). A deficiência na identificação das sutu-
entre os casos , e o grau de manifestação é mais severo. Outros ras, que normalmente são vistas como interrupções lineares da
tipos de síndromes com craniossinostose que foram diagnosti- ecogenicidade da calota, aumenta o índice de suspeita5+. Re-
cadas in li/era incluem a síndrome de PfeifTer, que é caracteriza- centemente, relatos de ultrassom 3D sugerem que essa técnica
da pelo fechamento de todas as suturas com crânio em forma pode ser útil no diagnóstico da craniossinostosé53 .55 . Além
de trevo, e a trigonocefalia, que ocorre devido ao fechamento da demonstração da visão panorâmica do crânio utilizando o
da sutura metópica resultando na forma triangular da fronte modo de superfície (Fig. 11-31), o modo de transparência ou
(Fig. 11-29). A displasia tanatofórica do tipo II também está máximo, particularmente é útil para demonstrar a abertura
associada à craniossinostose. anormal compensatória da sutura patente que ocorre quando
A experiência com o diagnóstico pré-natal da craruossinos- há craniossinostose. Com o fechamento precoce das suturas
tose é limitada e consiste, na maioria das vezes, de relatos de coronais'sIi'0r exemplo, ocorre o alargamento típico da sutura
casos e pequenas séries dos tipos mais graves6AS.+6A8.53.60 Mais me tópica .6 1 (Fig. 11-32).
comumente, na maior parte dos casos , o diagnóstico não é
realizado durante o pré-natal. Estamos certos de que muitos
recém-nascidos que foram diagnosticados por craniossinosto-
ANOMALIAS DO PESCOÇO
se após o nascimento, apresentavam exames ultrassonográfi- Os equipamentos atuais de ultrassom permitem a visualização
cos sem suspeitas. A dolicocefalia decorrente da compressão das principais estruturas anatômicas do pescoço: vias aéreas
consiste em achado frequente durante a vida fetal, e, dessa superiores e esôfago, vasos e coluna. Geralmente, é possível a
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCO ÇO FET AL 413
A B c
FIGURA 11--31 . Síndrome de Pfeiffer, variedade letal: (A, 8) modo de superfície tridimensional (C) comparado à imagem pós-natal.
A B c
FIGURA 11-32. A sutura metópica (seta) em um feto normal (A) e em dois fetos com craniossinostose e múltiplas anomalias (8, C). Observe
a presença de um osso wormiano em (Cl.
A B c
avaliação detalhada das estruturas cervicais desde 18 semanas língua pode ser identificada preenchendo a cavidade oral. A
de gestação. Entretanto, a flexão do polo cefálico e a posição sombra proveniente dos ossos faciais obscurece o palato duro,
desfavorável do feto podem tornar o exame difícil. Planos do porém sua posição pode ser estabelecida peja curvatura da
pescoço fetal com 25 semanas de gestação são fornecidos na língua e pejo palato mole . O exame em tempo real melhora
Figura 11-33. A maioria dos componentes anatômicos desta a avaliação destas estruturas, devido à identificação do movi-
área está demonstrada nessas imagens ultrassonográficas. A mento da língua e ao fato de o palato mole ser frequentemente
414 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
visualizado. Por trás do palato mole e abaixo de um complexo o sistema linfático drena em direção ao saco linfático jugl.llar.
de ecogenicidade elevada presumivelmente surgindo do esfe- Uma comunicação entre a estrutura primitiva e a veia jugular
noide, pode ser identificada a cavidade faríngea preenchida é formada com 40 dias de gestação (idade concepcional). A
por líquido e essa pode ser seguida até sua bifurcação para a falência do desenvolvimento dessa comunicação determina a
laringe e hipofaringe. Com o ultrassom de alta resolução, o estas e linfática. A dilatação do saco linfático jugular resulta
esôfago pode ser identificado como uma estrunu-a de várias na formação das estrunlras císticas na região cervical. Se não
camadas. A serosa e a mucosa aparecem como linhas hipere- houver a comunicação entre o sistema linfático e o venoso
cogênicas, interpostas por uma imagem hipoecoica que consis- neste ponto, ocorre um linfedema periférico progressivo e
te nas paredes musculares . Com leve angulação do transdutor, a hidropisia não imune, evoluindo para o óbito intrauterino
são demonstrados os vasos principais do pescoço, a carótida precoce (Fig. 11-34). Se a conexão se formar, a sequência é
comum e as veias jugulares, e a identificação é facilitada pelo interrompida, e as coleções liquidas são reabsorvidas. A pele
Doppler colorido. Na inspeção mais próxima, detalhes meno- redundante origina o pescoço alado (pterígeo colli), que con-
res, como as pregas vocais podem ser examinadas. No exame siste em manifestação típica de muitas condições genéticas e
ultrassonográfico em tempo real, frequentemente é possível não genéticas. A inserção posterior e rotação anterior das ore-
demonstrar as contrações do vestíbulo da laringe. lhas junto ao padrão anormal do couro cabeludo são outras
consequências da hiperdistensão do saco jugular linfático. A
distensão das tributárias linfáticas pode evoluir para o linfede-
Higroma Cístico Nuca. ma periférico, que, por sua vez, pode resultar na redundância
o termo higroma significa tumor úmido. O higroma cístico da pele da face além do inchaço de mãos e pés, com unllas
é uma anomalia do sistema linfático caracterizada por cistos estreitas e aprofundadas. Tem sido sugerido, ainda, que a asci-
únicos ou múltiplos dentro do tecido mole . No feto , os higro- te transitória pode resultar na flacidez da parede abdominal
mas geralmente ocorrem na região da nuca, muito menos anterior e na síndrome de prune-belly62 .
frequentemente na reg1ão axilar ou na região anterior do pes- Ao ultrassom, a hiperdistensão dos sacos linfáticos jugl.l-
coço. Na maioria dos casos , o higroma cístico está associado lares , que estão localizados em ambos os lados do pescoço,
à obstrução linfática generalizada e, desta forma, tem sido pro- resulta na formação de uma estrutura cística que, geralmente,
posto o termo sequência de obstrução linfática. No embrião, é dividida por uma banda fibrótica espessa correspondente
ao ligamento nucal. Dentro da eSlTutura cística, podem ser
observados septos 6110S que, provavelmente, representam as
estruturas fibrosas do pescoço ou depósito de fib11na, dando
à lesão a aparência típica de um favo de mel (Fig. 11-35). A
maioria dos casos no segundo trimestre apresenta redução da
quantidade de liquido an111Íótico, e alguns poucos têm quanti-
dade normal ou mesmo poli-hidrâmnio. O tamanho da lesão
pode variar bastante, desde pequenas coleções de líquido a cis-
tos enormes, que podem ser maiores que o próprio feto. Nos
casos de hidropisia fetal generalizada, estão presentes derranle
pleural, as cite e edema acentuado de pele.
Há correlação entre o aumento da translucência nucal e
o higroma cístico. O higroma cístico pode ser considerado a
forma mais severa e final do espectro do aumento da trans-
lucência nucal. Normalmente, quando a translucência nucal
apresenta medida superior 4 mm, podem ser observados sep-
tos em seu interior. A prevalência do higTOma cístico nucal
depende da idade gestacional. Os higromas císticos nucais
apresentam elevada taxa de mortalidade intrauterina, e, assim ,
FIGURA 11 - 34 . Higroma cístico nucal com sequência de obst ru ção são muito raros ao nascimento . De outro modo, entre 11 e 14
do linfático. semanas, essas anomalias são encontradas em 1 :250 fetos 63 .
A B c
FIGURA 11 - 35 . Higroma cístico nucal : (A) pequeno higroma em feto de segundo trimestre: dois acúmulos de Irquido são vistos em cada lado
do pescoço (setas) ; (8) higroma cístico volumoso (seta) em feto com 14 semanas de gestação; (e) ultrassom tridimensional de superfície em
um feto com higroma cístico (seta ).
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL 415
A B c
FIGURA 11-36. Embora o diagnóstico pré-natal fosse teratoma cervica l, ao nascimento este feto tinha um linfangioma cavernoso infiltrando
os tecidos do pescoço. A, B. Ultrassonografias bidimensionais demonstrando a grande massa no pescoço. C. Ultrassonografia 3D de superfície
demonstrando a massa .
Os higromas císticos nu cais são encontrado, com frequên- avançada da gestação. Ao ultrassom, esses tumores aparecem
cia, em associação a anomalias cromossômicas e, consequente- como massa complexa de dimensão variável, geralmente infu-
mente, com uma an1pla variedade de defeitos anatômicos. o trando o tecido ao redor (Fig. 11_36)65.66, Geralmente, o prog-
primeiro trimestre, as trissomias autossômicas e a trissomia nóstico é severo. Esses tumores podem causar poli-hidrâmnio
do 21 , em particular, são mais frequentes o3 . o segundo tri- e distócia, bem como obstmção de vias aéreas e dificuldade de
mestre, a síndrome de Turner é predominanté 2. O higroma deglutição após o part0 6? Comumente, a ressecção cirúrgica é
cístico nucal com cariótipo normal Rode ser herdado como necessária, embora associada a muitas complicações (paralisia
uma desordem autossômica recessiva ;,1. Pescoço alado ou pele do nervo facial, alteração do desenvolvimento m,Uldibular,
redundante são encontrados em síndromes genéticas e não ge- má oclusão, erupção anormal dos dentes e dificuldades de
néticas, como a sÍndrome de Noonan, pterÍgeo colEi familiar e a fala). Geralmente, a infiltração dos tecidos adjacentes necessi-
sÍndrome do álcool fetal . ta de múltiplas cimrgias.
O prognóstico depende da idade gestacional e da associa- Os teratomas cervicais são tumores raros que variam em
ção à hidropisia ou a outras anomalias. Dos casos diagnosti- tamanho e, geralmente, consistem em uma mistura de compo-
cados entre 11 e 14 semanas de gestação, somente 17% apre- nentes sólido e líquido, normalmente apresentando calcifica-
sentaram sobrevida intacta. A taxa de mortalidade dos casos ções internas (Fig. 11_37)68.69. A obstmção das vias aéreas e do
identificados no segundo trimestre de gestação é próxima de esôfago resulta frequentemente em poli-hidrâmnio e falência
100%63. respiratória aguda no período neonatal. Frente a massas vo-
lumosas, o prognóstico é mim, com elevado risco de óbito
Outras Massas no Pescoço perinatal. No recém-nascido, a correção cirúrgica é difícil devi-
do ao fato de tais tumores tenderem a ser grandes, necessitan-
Linfangiomas c hcmangiomas apresentam achados histopa- do de dissecção extensa do pescoço, além de procedimentos
tológicos e ultrassonográficos sobrepostos, e consistem nos adicionais variados para alcançar a ressecção do tumor com
tumores de pescoço mais frequentes na infância. Anomalias resultado funcional e estético aceitáveis 69 .
associadas e hidropisia raramente são identificadas, e muito O bócio fetal (aumento da glândula tireoide) pode estar
frequentemente a lesão somente é diagnosticada na fase associado a hipertireioidismo, hipotireoidismo ou estado euti-
416 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA FACE E DO PESCOÇO FETAL
CONCLUSÕES
As fendas faciais são malformações frequentes. Entretanto,
a avaliação do feto é difícil com a técnica ultrassonográfica
padrão, e essas alterações comumente não são diagnosticadas.
FIGURA 11 - 38 . Bócio fetal (sela) que foi encontrado associado a
hipotireoidismo como consequência do uso materno excessivo de Ouu'as anomalias faciais, como as micrognatias , anomalias
propiltiouracil. oculares e craniossinostoses, são raras, e, mesmo em mãos
expel;entes, podem ser difíceis de reconhecer. O higroma
CÍstico é uma das anomalias mais frequentes diagnosticadas
durante o pré-natal. Massas volumosas presentes na região
reoideo. O hipotireoidismo congênito ocorre em aproximada- anterior do pescoço podem estar associadas à insuficiência
mente 1 para 4.000 nascidos vivos. Entretanto, a maior parte respiratória e necessitam de tratamento individualizado em
dos recém-nascidos com hipotireoidismo apresenta disgenesia
centro terciário.
primária da tireoide (glândula tireoide hipoplásica ou ausente)
ou hipotireoidismo terciário (hipotalâmico), que estão associa-
dos à glândula tireoide normal ou pequena. Somente a m..inoria
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que pode resultar em hiperextensão do polo cefálico fetal 70.73 anel 3D sonographic approach to the eliagnosis of retrognathia anel
(Fig. 11-38). O poli-hidrânmio é comum devido ao mecanismo micrognath.ia. Ultrasounel Obstet Cynecol 19:122, 2002.
de obstrução do esôfago. O prognóstico depende da causa de 6. Chi T, Perolo A, Banzi e. et ai: 'T\vo·dimensional uItrasound
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AVALIAÇÃO Ul TRASSONOGRÁFICA DA FAC E E DO PESCOÇO FETAL 417
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12
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
Luís F Gonçalves, MO , Juan Pedro Kusanovic, MO , Francesca Gotsch MO ,
Jimmy Espinoza, MO e Roberto Romero MO
Este trabalho baseou-se no Inlramural Research Program 01 lhe National Inslilule 01 Child Heallh and Human Development, NIH, DHHS.
419
420 SISTEM A MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
Processos costal
e do corpo de T1
Medula espinhal
(cordão)
Cauda - -----,ifI!l Notocórdio torna-se
o núcleo pulposo
Processo costal e do futuro disco
do corpo da primeira intervertebral
vértebra coccígea
Primórdio das costelas
Mesênquima do
osso do membro Processo costal e do
inferior corpo de L1
Prevalência no Nascimento e
Contribuição para a Mortalidade
A Perinatal
Em amplo estudo multicênrrico conduzido na Itália, a preva-
lência no nascimento das displasias esqueléticas reconhecidas
no período neonatal, excluindo as amfsutações de membros, foi
estimada em 2,4/10.000 nascimentos 8 Vinte e três por cento
B
FIGURA 12- 3 . A. Imagem da epífise proximal do úmero com trans-
dutor linear de alta frequência (10 MHz) em feto com 29 semanas de
gestação. 8. Medida do fêmur em uma paciente no terceiro trimestre.
O fêmur deve ser medido ao longo do osso calcificado (entre os X).
A reflexão especular da superfície da epífise femural (seta) não deve
ser medida.
A
Ossificação Intramembranosa
O esqueleto craniofacial e as clavículas se desenvolvem pela ossi-
ficação intramembranosa l . Este processo se difere da ossificação
endocondral pela diferenciação diJ'eta das células mesenquimais
em osteoblastos, que produz uma matriz rica em colágeno tipo
11-3,12.1 5. A remodelação óssea é acompanhada pela ação con-
Úl1ua e combinada dos osteoblastos (células que produzem a
mau-iz óssea) e osteoclastos (células que removem o osso).
B
DISPLASIAS ESQUELÉTICAS
o desenvolvimento, o crescimento ou a manutenção anor- FIGURA 12-4. A. Ultrassom da extremidade inferior no joelho em
feto com 35 semanas de gestação. É identificado o aumento da eco-
mais dos tecidos cartilaginosos ou ósseos resultam nas dis- genicidade do centro de ossificação secundário da epífise distai do fê-
plasias esqueléticas. As displasias esqueléticas são um grupo mur (DFE) e proximal da tíbia (PTE). 8. Ultrassom do úmero proximal
heterogêneo de distúrbios que afetam o desenvolvimento em feto com 38 semanas de gestação. O centro de ossificação da epf-
do tecido condral e ósseo e resultam em anormalidades no fise proximal do úmero (PHE) é bem visível. Continua.
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 423
S",,, ..
Osso temporal (9" semana)
Forame intervertebral
(7" semana )
Centro do osso hioide
(36" semana) Centro secundário da (37 -38 semanas de Idade
epifise proximal da menstrual pelo ultrassom)
cabeça do úmero (36"
semana)
Disco intervertebral
Epifise vertebral
superior
Rádio (S" semana)
Corpo vertebral
UI na (S" semana) - - - -.:....j.J
Cartilagem trirradiada
Cartilagens dos carpos
Falanges
(S" a 11 "
semana)
Sinfise púbica
FIGURA 12-4. conto C. Diagrama de um esqueleto de um recém -nascido a termo. O períOdO em que o centro de ossificação aparece é desig -
nado em semanas embrionárias ladicionar 2 semanas para a semana menstrual) . Estes períodos são diferentes dos obtidos pelo uso do ultrassom
pelo fato de este ser mais sensível para a detecção da ossificação do que o método radiológico. Todos se referem aos centros primários de
ossificação, a menos que designado de outro modo. Apenas no nascimento as extremidades inferiores apresentam o mesmo comprimento que
as extremidades superiores; subsequentemente , as extremidades inferiores crescem para se tornar mais longas que as extremidades superiores.
(C por Netter FH; de Crelin ES: Development of the musculoskeletal system . CIBA Clin Symp 33: 13, 1981. Utilizado com permissão de CIBA-
GEIGY Corporation, Summit, NJ.)
424 SISTEM A MUSCULOESQUEL ÉTICO FETAL
Constitucionais (2001 )27. Embora esta classificação mantenha foi de facilitar o diagnóstico diferencial, sendo que os gTUpOS
a combinação dos grupos morfológicos e m.oleculares dos ?is- não necessariamente constituem famílias patogenéticas.
túrbios, foram adicionadas determinadas dlsostoses genétIcas
às esqueléticas (ou pelo fat? Terminologia Utilizada para Descrever
de estes dOIs grupos se sobreporem na pratica chmca. As dl-
sostoses são malformações esqueléticas que ocorrem durante as Displasias Ósseas
as primeiras oito semanas de vida embrionária, de modo que O encurtamento da extremidade pode envolver o mem-
o fenótipo é estático, ou seja, o fenótipo não evolui durante a bro inteiro (micromelia), o segmento proximal (rizomelia),
vida27. Em contraste, as displasias esqueléticas, que frequen- o segmento intermediário (mesomelia) ou o segmento distal
temente se manifestam depois do período embrionário, são (acromelia) (Fig. 12-5). O diagnóstico da rizomelia ou da
caracterizadas pelo envolvimento mais geral do esquc:leto, e mesomelia necessita da comparação das dimensões dos ossos
o fenótipo apresenta evolução com o decorrer da .. das coxas e dos antebraços com os das pernas e braços. As
relação à genética, determinadas disostoses foram dIVIdIdas Figuras 12-6 e 12-7 mostram a relação entre o úmero e a uma,
em três grupos: as que apresentam compromeumento predo- bem como o fêmur e a tíbia, o que pode ser utilizado com o
minante do crânio e da face (p. ex., síndrome de Crouzon), as objetivo de avaliação da rizomelia e da mesomelia. A Tab.ela
COIU predominância do comprometimento a,,,ial (p. ex.: disos- 12-5 apresenta uma lista de displasias esqueléticas caractenza-
tose espondilocostal) e as que apresentam das por rizomelia, mesomelia e micromelia. .
predominante das extremidades (p. ex., de Muitas displasias esqueléticas graves são caractenzadas
A versão completa da Nosologm InternacIOnal e Classificaçao por alterações nas mãos e nos pés. O termo se
dos Distúrbios Ósseos Constitucionais 27 pode ser obtida no refere à presença de mais de cinco dedos. Pode ser classificada
website da Sociedade Internacional da Displasia Esquelética como pós-axial se o dedo exu'a estiver do lado ulnar ou fibu-
(http ://,,,,ww.isds.ch/ISDframes.html). lar, e pré-a,'(ial se o dedo estiver do lado radial ou tibial. A sin-
dactilia consiste em um tecido mole ou ósseo que funde dedos
Classificação Patogenética Molecular das adjacentes . A clinodactilia é o desvio de um dedo ou mais.
A anomalia mais comum da coluna identificada nas displa-
Displasias Esqueléticas
sias esqueléticas é a platispondilia, que consiste em um achata-
Como dado inicial, pelo menos em parte, pela classificação mento da vértebra (Fig.12-8)53,s9. A cifose e a escoliose podem
nosolóO'ica mencionada, o maior conhecimento com relação à ser identificadas intraútero (Figs. 12-9 e 12_10)60.64. O diagnós-
base da displasia esquelética indica que os tico da herruvértebra (Fig. 12_11)60.65.66 e da fenda coronal dos
do fenótipo compartilham bases genéticas sirnilares2 corpos verte b nus ' tem SI'd o re Iata d o 6367
· tanl b em ' .
Por exemplo, distúrbios que se originam durante a modelação
em geral são causadas pelos genes Hox ou pa,,,6. Em contras-
te, defeitos de crescimento são frequentemente causados pela
Biometria do Esqueleto Fetal no
mutação nos O'enes que codificam produtos da matnz extra- Diagnóstico das Displasias Ósseas
celular ou pe;tídeos sinalizadores reguladores 6 . Assim, uma A biometria dos ossos longos foi muito utilizada para a predi-
classificação molecular paralela baseada na esu'utura e função ção da idade gestacional. Tabelas para este propósito utilizam
dos genes e proteúlas implicados foi desenvolvida para auxi- a medida dos ossos longos como uma variável independente
liar a compreensão da patogênese de distürbios individuais. A e estima a idade gestacional fetal como uma variável depen-
Classificação Patogenética Molecular dos Disrurbios Genéticos dente. Entretanto, o tipo de tabela necessária para avaliar
do Esqueleto é apresentada na Tabela 12_3 24 e complementos a normalidade das medidas dos ossos utiliza a idade ges -
da NosoloO'ia Internacional da Classificação dos Distúrbios tacional como uma variável independente e o comprimento
Ósseos As displasias esqueléticas com base do osso como uma variável dependente. Para o uso adequado
genética e bioquÍlnica bem documentada foram direcionadas destas tabelas, o clínico deve conhecer a idade gestacional cor-
para um dos sete grupos: (1) defeitos nas estruturas das prote- reta do feto. Deste modo, pacientes com risco para displasia
rnas extracelulares ; (2) defeitos nas vias metabólicas (incluindo esquelética são aconselhadas a procurar os cuidados pré-natais
enzinlas, canais de íons e de transportes); (3) defeitos no arma- em idade gestacional precoce com o objetivo de avaliar todos
zenamento e degndação de macromoléculas; (4) defeitos nos os dados clínicos que estimam a idade gestacional. As Tabelas
hormônios e mecanismos de sinais de transduÇ<1.o; (5) defeitos 12-6 e 12-7 apresentam nomogramas para as medidas das
nas proteínas nucleares e nos fatores de transcrição ; (6) defei- extremidades dos membros superiores e inferiores, respecti-
tos nos oncogenes e nos genes de supressão tumoral; e (7) vanlente. A comparação entre o comprimento dos membros
defeitos no processo e metabolismo do RNA e DNA. e a circunferência cefálica pode ser utilizada para as pacientes
O leitor deve estar ciente que apenas cerca de um terço das que apresentam idade gestacional desconhecida (Figs. 12-2 e
displasias esqueléticas apresenta sua base molecular elucidada 12-13). Embora alguns pesquisadores tenham utilizado o diâ-
e que, continuamente, novos genes envolvidos na displasia metro biparietal para este propósito, a circunferência cefálica
esquelética são descobertos 2s . Revisamos as mutações associa- tem a vantagem de não depender da forma do polo cefálico.
das a displasias esqueléticas específicas nas secções subsequen- A limitação desta abordagem é considerar que o crânio não
tes deste capítulo. está envolvido no processo de displasia, porém pode não ser
o caso em algumas displasias esqueléticas.
Displasias Esqueléticas Letais Os nomogramas e as figuras neste capítulo fornecem a mé-
dia, os percel1tis 5° e o 95° dos parâmetros das medidas dos
O grupo das osteocondroplasias letais apresenta interesse espe- membros. O leitor deve estar ciente que 5% da população ge-
cial para os perinatologistas, sendo classificados por Spranger ral pode apresentar medidas fora destes limites. O ideal seria
e MaroteauxS2 em 11 subgrupos baseados nas manifestações a utilização do critério mais restrito, tal como o crescimento
radioanatôrrucas (Tabela 12-4). A proposta desta classificação do membro no percentil 1 para a idade gestacional, para o
426 SISTEMA MUSCULOESOUELÉTICO FETAL
COLlAI, COLlA2 (cadeias aI , a2 AD Família: Osteogênese imperfeita Byers, 1990 1044 ; Prockop el al. ,
do colágeno 1) 19941045
COL2A1 (cadeia do colágeno 2) AD Família: acondrogênese 2, hipocondrogênese, Spranger t i al., 1994 1046
displasia espondiloepifisária (DEEE),
Kniest, artro-oBatmopatia de Stickler,
osteoartrite familiar, outras variantes
COL9Al, COL9A2, COL9A3 AD Displasia múltipla epifisária (DME; duas ou Lohiniva et al., 2000 1047 ;
(Cadeias aI, a2 , cx3 do colágeno 9) mais variantes) Sipayde et al., 2000 1048
COUOAl (cadeia de colágeno AD Displasia metafisária de Schmid Wallis el al., 1996 1051
10 x 1)
Col1lA 1, Coll1A2 AR , AD Displasia otoespôndilo-megaepifisária Melkoniemi ti al., 2000 1050 ;
(cadeias aI, a2 do colágeno 11) (DOEM E), Stickler (variante), síndrome Spranger, 1998 105 1
de Marshall
COMP (proteína da matriz oligomél;ca AD Pseudoacoodroplasia, displasia epifisária Briggs el aI., 1998 1052
da cartilagem) múltipla (DEM, uma forma)
MATN3 (matrilin-3) AD Displasia epifisária múltipla (MED; Chapman et al., 2001 1053
uma variante)
Perlecan AR Schwartz:J ampel tipo 1; Displasia Arikawa-Hirasawa el al., 2001 503
dissegmentar
Grupo 2: Defeitos nas vias metabólicas (incluindo enzimas, canais iônicos e transportadores)
TNSALP (fosfatase alcalina não AR, AD Hipofosfatasia (formas graves) Mornet el al., 1998463
específica tissular)
ANKH (transportador do fosfato) AD Displasia craniometafisária Nurnbcrg et al., 2001 1054 ;
Reichenberger el al., 2001 1055
DTDST/SLC26A2 (transportador do AR Família: acondrogênese 1B, Rossi e Superti-Furga, 2001 470 ;
sulfato da displasia diastrófica) atelosteogênese 2, displasia diastrófica, Superti-Furga el aI., 1996380 ;
displasia epifisária múltipla recessiva Superti-Furga t i al., 1996 1056
(DEMr)
PAPSS2 (fosfoadenosina- AR Displasia espondiloepimetafisária tipo ul Haque et al., 1998 1057
fosfossulfato sintetase 2) de Pakistani
TCIRGI (subunidade da bomba de AR Osteopetrose infantil grave Frattini et al" 2000 1058
próton do osteoblasto)
CIC-7 (canal 7 clorídrico) AR Osteopetrose grave Kornak ti al., 2001 1059
Carboanidrase II AR Osteopetrose com calcificações Venta el aI., 1991 1061
intracranianas e acidose tubular renal
Complexo redutase vitantina AR Condrodisplasia puntacta com defeito Oldenburg et al., 2000 106J ;
K-epóxido de coagulação dependente de vitantina K Pauli, 1988 1062 ; Pauli el a1.,
1987 1063
MGP (proteína matriz Gla) AR Síndrome de Keutel (estenose Munroe el al., 1999 1064
pulmonar, braquitelefalangismo,
calcificações cartilaginosas e baixa
estatura)
ARSE (arilsulfatase E) RLX Condrodisplasia puntacta ligada ao X Franco el al., 1995 J065
(C DPXl )
3-j3-hidroxiesteroide-desidrogenase DLX Síndrome CHILD Konig et al., 2000 774
3-j3-hidroxiesteroide 6 (8) 6 (7)-isomerase DLX Condrodisplasia puntacta ligada ao X, tipo Braverman t i al., 1999 1066 ;
Conradi-Hunermann (CDPX2); Grange el al., 2000 1067
sÚldrome CHILD
PEX7 (importador/receptor AR Condrodisplasia puntacta rizomélica 1 Motley el aI., 19971068
peroxissomal)
DHAPAT (enzinla peroxissomal, AR Condrodisplasia puntacta rizomélica 2 Ofman et al. , 1998 1069
di-hidroxi-acetonfosfatase-
aciltransferase)
Alquil-di-hidroxi-diacetonfosfatase- AR Condrodisplasia pumacta rizomélica 3 de Vet el al., 1998 1070
sintase (AG PS; enzinla
peroxissomal)
Conlinua
SISTEMA MUSCULOESOUELÉTICO FETAL 427
I Tabela 12- 3 I Classificação Patogenética Molecular dos Distúrbios Genéticos do Esqueleto - Cont.
Gene ou Proteín a Herança Fenótipo Clínico Referênci as
Sedlin (proteína do reticulo RX Displasia espondiloepifisária ligada Gedeon el al., 1999 1071
endoplasmático com função ao X (DEP-LX)
desconhecida
Catepsina K (proteinase lisossomal) AR Picnodisostose Hou el ai., 1999 1Oi2
Hidrolase ácida lisossomal e AR, RLX Doença de armazenamento lisossomal: Leroy e Wiesmarm, 1993 1073
transportadores (sulfatase, glicosidase, mucopolissacaridoses, oligossacaridoses,
translocase etc.) glicoproteinoses (formas graves)
Enzimas lisossomais do sistema AR Mucolipidose li (doença celular I), Leroy e Wiesmann, 1993 1073
alvo (G 1c Ac·1 ·fosfotransferase) mucolipidose III
Metaloproteinase 2 da matriz AR Osteólise do tipo Torg (artropatia Mar·tignetti el ai., 2001 1074
(MMP2) nodular e síndrome da osteólise)
Continua
428 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
I Tabela 12- 3 I Classificação Patogenética Molecular dos Distúrbios Genéticos do Esqueleto - Cont.
Gene ou Proteína Herança Fenótipo Clínico Referências
della semelhanle a 3, sinal AR Disostose espondilocostal (uma forma) Bulman el aI., 2000 1093
intracelular (DLL3)
Sinal da molécula hed/wg AD Braquidactilia AI G ao el ai., 2001 1094
indiano (I HH)
C7orf2 (receptOr OI!J!/an) AR Aquiropodia Ianakiev el ai., 200 1 1095
Esclerostina, proteína secretOra AR Esclerosteose, doença de van Buchem Balemans eI al., 2001 1096
do grupo da cistina (SOST)
Proteína 5 relacionada com receptor AR Síndrome da osteoporose-pseudoglioma G ong el aI., 2001 1097
LDL (LRP5)
Regulador do crescimento/fatOr AR Displasia progressiva pseudorreumatoide Hurvitz el ai., 1999 1098
de crescinlento (W1SP3)
SOX9 (proteína de ligação DNA AD Displasia campomélica vVegner eI aI., 1994 1099
tipo HMG/fatOr de transcrição)
G113 (gene do zinco do dedo) AD Cefalopolissindactilia de Greig, polidactilia Kalff-Suske el aI., 1999" 00 ;
tipo A e outras, sínd rome de Pallister-Hall Radhakrishna et ai. , 1999" 01
rRPSl (gene do zinco do dedo) AD Síndrome trico-rino-falangeal (tipo 1-3) M omeni et ai., 2000" 02
EVC (gene Jeucina-zipper) AR Displasia condroectodérmica (Ellis-van Creveld) Ruiz-Perez el ai., 2000703
rWf Sr (fatOr de u'anscrição AD Craniossinostose de Saethre-Chotzen el Ghouzzi el ai., 1997" 03
heILx-ÚJojJ-helix)
P63 (fatOr de transcripção AD SÚldrome EEC , síndrome de H ay-Wells, Celli el aI., 1999 859 ;
relacionado p53 ) síndrome membro-mamária, m alformação M cGrath el ai., 2001 11 0.1;
de mão em fenda e pé em fenda (algum as van Bokhoven el aI., 200 I ll05
formas )
CBl7A-l (fator de ligação do núcleo AI ; AD Displasia cleidocraniana Mundlos el aI., 1997715
fatOr de transcripção do tipo runl
LXMiB (proteína homeodomínio UM) AD Síndrome d e unha-patela D reyer el ai., 1998" 06
DLX3 (gene homeobox 3 distal-menos) AD Sindrome trico-dente-óssea Price el aI., 1998 J I06
H OXD13 (gene homeobox) AD Simpolidactilia Akarsu el al., 1996 Jl08
lvISX2 (gene homeobox) AD Craniossinostose do tipo Boston j abs et ai., 1993" 09
AD Forame parietal Wilkie el ai., 2000" 10
(perda de
função)
ALX4 (gene homeobox) AD Forame parietal (crânio bílido) M avrogiannis et al., 2001" 11
SHOX (homeobox es tatura cuna) pseudo- Discondrosteose de Léri-vVeill, estatura Shears et aI., 1998 1112
autOssômico curta idiopática?
TBX3 (fatOr de transcrição T-box 3) AD Síndrome ulnar-mamária Bamshad el ai., 1997" 14
TBX5 (fatOr de transcrição T-box 5) AD Síndrome de H o lt-Oram Li et ai., 1997939
E I F2A.K3 (fatOr quinase do início AR Síndrome de WoJcott-R allison (diabetes Delepine el ai., 2000" 14
da transcrição) melito neonatal e displasia
espondiloepilisária)
NEMO (NFkB modulador LX O steopetrose, linfedema, displasia D offinger et aI., 2001" J5 ;
essencial ; atividade da quinase) ectodérmica e imunodeliciência Smal1i el aI., 2000 1116
(OLEDAID)
EXTI , EXT2 (exostosina 1, AD Síndrome de exostoses múltiplas tipo I Cheung el ai., 200 1 1117 ; Duncan
exostosina 2, polimerase de e tipo 2 el aI., 2001 111 8 ;
heparan-sulfato) Lind et aI., 1998 1119
SH3 BP2 (proteúla de AD Qyerubismo Ueki el ai., 2001" 20
AD. 3ulOssômÍco dominante : AR, autossômico recessivo; ligado ao X dominante; LXR, ligado ao X recessivo .
De Supeni·furga A , Bonafe L. Romoin DL: Moleeular·palhogcnetic class ifieation of geoetic diso rder, of lhe skcJelOn. AmJ Med genet 106:282. 200 1.
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estabelecimento diagnóstico. Infelizmente, nenhum dos nomo- ram analisadas com exame seriado a cada duas semanas de 10
gramas atuais disponíveis baseou-se em nümero de pacientes a 11 semanas em diante_ Houve correlação significativa entre
suficiente para fornecer uma discriminação acurada entre o o comprimento do fêmur e tanto do comprimento cabeça-ná-
percentil5 e o percentil 1. Entretanto, a maioria das displasias dega como do diâmetro biparietal. Dos cinco casos com dis-
esqueléticas diagnosticadas intraütero ou no nascimento está plasia esquelética, dois (um com OI recorrente e o outro com
associada a um encurtamento acentuado do membro, e, nestas recidiva de acondrogênese) foram diag110sticados no primeiro
circunstâncias, o limite preciso utilizado (10 ou 50 percentil) trimestre. O resultado deste estudo sugere que a avaliação pre-
não foi crítico. Uma exceção a esta situação é a acondropla- coce do feto e a correlação do comprimento do fêmur com o
sia, em que a biometria do membro é levemente afetada até comprimento cabeça-nádega e, também, com a medida do
o terceiro trimestre, quando um crescimento anormal pode diâmetro biparietal podem ser úteis no diagnóstico precoce
ser detectado pelo exame da curva de crescimento do compri- das displasias esqueléticas graves. Nos casos menos graves,
mento do fêmur 68 . Em um estudo incluindo 127 casos de 17 porém, a avaliação biométrica parece apresentar valor limita-
displasias esqueléticas, Gonçalves e Jeanty69 concluíram, com do. Recentemente, têm sido publicados no mo gramas para o
o uso de análise discriminada, que o grau de encurtamento do comprimento dos ossos de acordo com o comprimento cabe-
comprimento do fêmur pode ser utilizado como base inicial ça-nádega em população ampla de fetos normais exan-unados
para a distinção entre os cinco distúrbios mais comuns: dis- entre 11 e 14 semanas de gestação, sendo que o seu papel na
pias ia tanatofórica, O I tipo n, acondrogênese, acondroplasia avaliação precoce das gestações de risco para as displasias es-
e rupocondroplasia_ Gabrielli el aCo avaliaram a possibilidade queléticas ainda deve ser determinad0 71 •
do diagn6sLÍco precoce de displasias esqueléticas em pacientes
de alto risco. Um total de 149 casos consecutivos de gestações
Apresentação Clínica
únicas não complicadas com 9 a 13 semanas de amenorréia foi
examinado com exan1e transvaginal. Oito pacientes adicionais A orientação do diagnóstico pré-natal das displasias esquelé-
com gestações prévias afetadas com displasias esqueléticas [0- ticas, em geral, se apresenta de uma das duas formas: (1) a
430 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
90 95 '
50'
80 5'
70
60
50
E
<Q)
"- 40
30
Rizomélico 20
10
20 40 60 80
Tíbia
FIGURA 12-7. Relação entre o comprimento da tíbia e do fêmur.
O
O 20 40 60
UI na
FIGURA 12-6. Relação entre o comprimento da ulna e do úmero.
ultrassom constitui fator limitante para o estabelecin1ento de
um diagnóstico correto depois da identificação de um achado
incidental. O uu-a limitação é a falta de informações sobre o
histórico natural in utero destes distúrbios.
Independentemente dessas dificuldades e limitações, boas
paciente que teve um bebê anterior com displasia esquelé- razões médicas justificam a tentativa de estabelecer o diagnós-
tica e deseja a avaliação pré-natal na gestação subsequente; tico pré-natal correto das displasias esqueléticas. Vários dis-
ou (2) o achado incidental de uma extrernidade encurtada, túrbios são uniformemente letais (Tabela 12-4), enquanto que
encurvada ou anômala durante o exan1e ultrassonográfico de outros estão associados a retardo mentaf2. Além disto, há um
rotina. Nas pacientes de risco, o exame é mais fácil quando grupo de distúrbios associados à trombocitopenia para a qual
um fenótipo particular é conhecido. A incapacidade de obten- O parto vaginal pode expor o bebê ao risco de hemorragia
ção de informações confiáveis sobre a mineralização esquelé- intracraniana. Assim, o diagnóstico acurado da displasia es-
tica e o envolvin1ento de outros sistemas (p. ex., pele) com o quelética é importante para o aconselhamento pré-natal.
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 431
A
FIGURA 12-9. Plano coronal da coluna fetal no exame bidimensio -
nal mostrando a escoliose.
o ultrassom é a modalidade de imagem primál;a utilizada entre os 16 fetos de risco. " Veldner et (d. 32 rastrearam 12.453
para o diagnóstico inicial do feto afetado, e vru;os estudos têm pacientes no segundo e no terceiro trimestres , e estimaram a
explo;'a d<,? ofapel u.ltrass?m na da displasia esque- prevalência de displasias esqueléticas detectadas por exame ul-
létIca 3. 68.188 . O pnmeIro fOI uma análise prospectiva em uma trassonográfico de 7,5/10.000. Sharony el al. 84 estudaram fetos
população de alto risco (15 mulheres, 16 casos) que apresenta- e natimortos encaminhados de outros centros de referência
va antecedente para displasias esqueléticas realizada por suspeita de displasia esquelética. A maioria dos casos foi
por Kurtz el al. 6 . Com base nos achados de segundo trimes- esporádica, e o diagnóstico final mais comum foi a OI (16%)
tre, foram diagnosticados corretamente cinco fetos anormais e a displasia tanatofórica (14%) . A Tabela 12-8 resume a acui-
dade diagnóstica do ultrassom bidimensional (US2D) para o
diagnóstico pré-natal das displasias esqueléticas26.3888.91.
Muitos pesquisadores têm proposto que a ultrassonografia
tridimensional (US3D) pode melhorar a acuidade
para o diagnóstico pré-natal da displasia esquelética 2.104. A
razão para esta expectativa é que a disponibilidade de prover
dados para a reconstrução do esqueleto fetal pode permitir a
observação das características fenotípicas não detectáveis pelo
US2D. Por exemplo, Garjian el al90 e Krakow el al. 102 relata-
ram o diagnóstico adicional de anomalias faciais 95 .1 02 e escapu-
lares 95 , bem como padrão anormal de calcificação 102 em fetos
com diplasias esqueléticas. Moeglin e Benoit,98 por sua vez,
utilizaram o método de visualização multiplanar para demons-
trar a aparência pontilhada da diáfise superior do fêmur na
acondroplasia. A reconstI'ução tridimensional dos ossos fetais
é mais bem realizada utilizando o modo de projeção de inten-
sidade má,-xima, um método que prioriza a seleção dos voxels
(unidade básica da reconstrução de volume), elemento com
elevada escala de cinza contida dentro da região de interesse
FIGURA 12- 11 . Plano coronal da coluna fetal mostrando a hemivér- selecionada pelo profissional95 .98 (Fig. 12-14). Se o feto for exa-
tebra lateral Iseta) no segmento torácico.
12 9 7 7
13 6 11 16 5 10 15 6 10 14
14 9 14 19 8 13 18 8 13 17
15 12 17 22 11 16 21 11 15 20
16 15 20 25 13 18 23 13 18 22
17 18 22 27 16 21 26 14 20 26
18 20 25 30 19 24 29 15 22 29
19 23 28 33 21 26 31 20 24 29
20 25 30 35 24 29 34 22 27 32
21 28 33 38 26 31 36 24 29 33
22 30 35 40 28 33 38 27 31 34
23 33 38 42 31 36 41 26 32 39
24 35 40 45 33 38 43 26 34 42
25 37 42 47 35 40 45 31 36 41
26 39 44 49 37 42 47 32 37 43
27 41 46 51 39 44 49 33 39 45
28 43 48 53 41 46 51 33 40 48
29 45 50 55 43 48 53 36 42 47
30 47 51 56 44 49 54 36 43 49
31 48 53 58 46 51 56 38 44 50
32 50 55 60 48 53 58 37 45 53
33 51 56 61 49 54 59 41 46 51
34 53 58 63 51 56 61 40 47 53
35 54 59 64 52 57 62 41 48 54
36 56 61 65 53 58 63 39 48 57
37 57 62 67 55 60 65 45 49 53
38 59 63 68 56 61 66 45 49 54
39 60 65 70 57 62 67 45 50 54
40 61 66 71 58 63 68 46 50 55
80 90
95' 95'
./ 80
50'
'/
70 50'
5'
/ 5'
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70
60 ./
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50
60
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50 /
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Q) 40
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E / E 40
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30 / .Q)
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30
/::/'
20
20
/
10 10
/ ?
o o
60 100 140 180 220 260 300 340 60 100 140 180 220 260 300 340
FIGURA 12- 12. Relação entre a circunferência cefálica e o compri- FIGURA 12-13. Relação entre a circunfe rência cefálica e o compri-
mento do úmero. mento do fêmur.
minado cedo o suficiente durante a gestação, o esqueleto intei- Relatos de casos e séries pequenas de displasias esqueléticas
ro pode ser incluído dentro da região de interesse; deste modo, foram publicados descrevendo as caractcrísticas feno típicas ou
pode ser obtida uma visualização panorâmica95 . Entretanto, para as quais o US3Dpo?e fornecer informações
ainda assim, o diagnóstico pode passar despercebido, pelo fato adICionaIs (Tabela 12-9) 93,95-98.1 00-lOt, IO, .
de as características feno típicas de algumas displasias esquelé- A tomografia computadorizada helicoidal com reconstru-
ticas não se manifestarem até em fase avançada da gestação. ção tridimensional (TCH3D) recentemente foi proposta como
434 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
uma modalidade de imagem adjunta para o diagnóstico pré- [27/35] , P = 0,03, teste de Mc emar para amostras corretas),
natal das displasias esqueléticas (Fig. 12-15) 106. Como o US3D, a pe7jónnance do TCH 3D não foi superior à da US3D, pois
a técnica pós-processamento, como a projeção de intensidade o diagnóstico pré-natal correto foi estabelecido por ambas as
máxima, versão de superfície e interpretação de volume, pode modalidades em todos os casos. A partir do momento que os
ser utilizada para a reconstrução tridimensionallOi'109. As me- dois métodos apresentam acuidade diagnóstica comparável, o
didas dos ossos longos obtidas pelos estudos da necropsia por US3D tem duas vantagens import311tes sobre a TCH3D, que
TC helicoidal foram comparadas com as obtidas dentro de 24 são a ausência de exposição à radiação e a ampla disponibili-
horas do parto pelo ultrassom, sendo observada correlação dade nas clúucas e hospitais. Também, é digno de nota que a
significativa entre os dois métodos llo . Imagens panorâmicas experiência geral com o US3D para o diagnóstico de displasia
excelentes podem ser obtidas pelo TCH3D sem superposição esquelética ainda é limitada92.JOo.1I1.J16. Contudo, mesmo neste
do esqueleto materno (que ocorre com a radiografia). Rua- estudo, o US3D apresentou pnjómul11ce melhor que o US2D
no ei a/. 10 6 compararam as características feno típicas de três tanto na identificação das características fenotípicas (77,1%
displasias esqueléticas [acondroplasia (n = 3), OI (n = 2) e [27/35] versus 51,4% [18/35], P = 0,004, teste de McNemar para
condrodisplasia punctata (n = 1)] visualizadas pelo TC H3D, amostras correlatas) quanto no estabelecimento da acuidade
US3D e US2D. As deformidades da pelve fetal e o aumento do diagnóstica.
espaço intervertebral das vértebras lombares foram diagnosti-
cados mais utilizando a TCH3D do que o US2D e o US3D .
Em contrapartida, algumas características feno típicas dos fe- Abordagem do Diagnóstico das
tos com displasia esquelética foram demonstradas somente Displasias Esqueléticas
pelo ultrassom: hipoplasia falangiana, pontos de calficicação Na Tabela 12-10 está resumida a proposta de abordagem sis-
epifisários (no US2D e US3D) e dismorfismo facial (somen- temática para diagnóstico pré-natal das displasias esqueléticas
te pelo US3D). Embora a contagem geral das características e descrita na próxima seção com mais detalhes.
fenotípicas corretas detectadas durante o pré-natal tenham fa-
vorecido a TCH3D sobre o US3D (94,3%[33/35] versus 77, 1%
Avaliação dos Ossos Longos
Medidas. Todos os ossos longos devem ser medidos em
Acuidade do Ultrassom Pré-natal para o todas as extremidades. A comparação com outros segmentos
I Tabela 12- 8 deve ser realizada para estabelecer se o encurtamento dos
Diagnóstico de Displasias Esqueléticas membros é predominantemente rizomélico, mesomélico ou
Diagnóstico acromélico, ou se, envolve todos os segmentos (Figs. 12-5, 12-
Número Correto 6, 12-7 e 12-14). E necessário o exame detalhado de cada osso
Autor Ano de Casos (%)
para excluir a ausência ou hipoplasia de ossos individuais
Gordienko el a/3B 1996 26 73 (9) (fíbula, tíbia, ulna, rádio, clavículas e escápula)85. 1Ji-1 20 .
GaITney el a/88 1998 35 31 (11 ) Grau de Mineralização. Deve ser realizada tentativa para
Tretter d (1/ 90 1998 27 48 (13) caracterizar o grau de mineralização. Isto pode ser avaliado
Hersh el a1. 91 1998 23 48 (11 ) pelo exame da sombra acústica abaixo do osso e sua própria
Doray el al. 89 2000 47 60 (28) ecogenicidade. Sinais de desl1uneralização incluem a visuali-
Parilla ef a/26 2003 31 65 (20) zação de uma foice proeminente incomum e a ausência ou
FIGURA 12-14. Comparação entre o modo de interpretação de superfície (AI e o modo de projeção de intensidade máxima (81 para a visuali -
zação da perna de um feto com encurtamento mesomélico dos ossos longos. Com o modo de interpretação de superfície, a superfície externa
da perna é visualizada. Pela mudança da interpretação para a projeção de intensidade máxima, somente é demonstrada a contracão do elemento
de volume (voxe/sl de alta intensidade, com clara distinção do encurtamento mesomélico dos ossos longos (a tíbia e a fíbula proporcio-
nalmente mais curtas que o fêmurl.
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 435
Achados Fenotípicos Adicionais e Melhora da Visualização em Casos de Displasia Esquelética pelo US3D
Tabela 12-9
Pré-natal em Comparação com o US2D em Relatos Publicados
Displasia Esquelética Característícas Fenotípicas Identificadas Melhor pelo US3D do que pelo US2D
redução da ecogenicidade da coluna. Deve ser enfatizado que esquelética grave é diagnosticada, a presença do envolvimento
há linútações para a avaliação ultrassonográfica da mineraliza- torácico acentuado e a hipoplasia pulmonar pode pemútir
ção dos ossos longos e que outras estruturas, como O crânio, ao clÍIúco o aconselhamento aos pais quanto ao prognóstico,
podem ser mais propícias para esta avaliação (Fig. 12-16). independente do fato do tipo especifico da displasia esquelé-
Grau de Curvatura do Osso Longo. No presente mo- tica não ser conhecido. Muitos parâmetros ultrassonográficos
mento, não existe método objetivo para avaliar a curvatura do têm sido investigados para a predição da hipoplasia pulmo-
osso longo, e a experiência é o único meio para auxiliar o opera- nar. Estes incluem medidas do tórax e dos pulmões, relações
dor a distinguir o limite entre a normalidade e a anormalidade. entre as medidas do tórax e outros parâmetros biométricos,
A campomelia (encurvamento excessivo, Fig. 12-17) é caracte- Dopplervelocimetria das artérias pulmonares , avaliação por
rística de certos distúrbios (p. ex., displasia campomélica). Doppler do fluxo líquido da traqueia e, mais recentemente,
Achatame nto Metafi sário. O achatamento metafisário pela medida volumétrica tridimensional dos pulmões fetais
denota o alargamento no nível da placa de crescimento metafi- tanto pelo ultrassom como pela ressonância magnética (RlVI).
sária. Esta pode ser observada em muitas condições, incluindo Avaliação das Dimensões do Tórax e dos Pulmões
acondroplasia, hipocondroplasia, hipocondrogênese, displasia pela Ultrassonografia Tridimensional. A biometria do tórax
torácica asfixiante, condrodisplasia puntacta, displasia diastró- e dos pulmões tem sido extensivamente estudada para identifi-
fica, hipofosfatasia, displasia de Kniest, displasia cifomélica, car o feto de alto risco para a hipoplasia pulmonar I22 ' 133 . A Ta-
displasia metatrópica e 0 1121 . bela 12-11 lista as displasias esqueléticas associadas à alteração
Fraturas. A possibilidade de fraturas deve ser considerada, das dinlensões do tórax, enquanto que as Figuras 12-20 e 12-21
pois pode estar presente em algumas condições (p. ex., OI, Fig. ilusu'am as características associadas à hipoplasia torácica.
12-18). As fraturas podem ser muito sutis, ou resultar em angula- Métodos utilizados para medir os ossos e o tórax, pulmões
ção e separação dos segmentos dos ossos afetados (Fig. 12-19). e coração pelo US2D são ilustrados na Figura 12-22. A di-
mensão do tórax em fetos com idade gestacional conhecida
pode ser avaliada pelos nomogranlas reproduzidos nas Tabelas
Predição da Hipoplasia Pulmonar
12-12 e 12-13. Qyando a idade gestacional é incerta, podem
Muitas displasias esqueléticas estão associadas à lúpoplasia ser utilizadas as relações não dependentes da idade, como a re-
do tórax. Isto é importantíssimo, pois a restrição da caixa lação entre circunferência torácica e abdominal (valor normal:
torácica resulta em lúpoplasia pulmonar, causa frequente de 0,77 a 1,01 ) e a relação entre a circunferência do tórax e o polo
óbito nestas condições (1àbela 12-4). Q.lando uma displasia cefálico (valor normal: 0,5 6 a 1,04) 123 .
436 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
FIGURA 12-15. Comparação das características do fenótipo da osteogênese imperfeita pela tomografia computadorizada helicoidal tridi-
mensional (TCH3Dl, ultrassom tridimensional (US3D), ultrassom bidimensional (US2D) e radiografia da necropsia. O diagnóstico pré-natal da
osteogênese imperfeita com 33 semanas de gestação pelo US2D, US3D e TCH3D. A. US2D: plano transversal do pólo cefálico com fratura
do crânio (fi deformada devido à pressão do transdutor. B. US2D: plano coronal do tórax fetal mostrando costelas irregulares (seta). C. US2D:
plano sagital do braço direito mostrando o braço curto e encurvado (f ). D. US2D: plano sagital do fêmur fetal com fratura (fi. E. US3D: inter-
pretação tridimensional do modo de imagem do osso mostrando a vista lateral do crânio fetal com a fratura (f) que pode ser diferenciada da
sutura coronal normal (CS) pela localização e pelo aspecto deformado dependente da pressão do transdutor; isto foi confirmado no exame de
necropsia. F. US3D: interpretação do modo de imagem do osso demonstrando costelas fraturadas e irregula res (f). G. US3D interpretação do
modo de imagem do osso mostrando encurtamento e encurvamento do rádio e da ulna (fi. H. US3D: interpretação do modo de imagem do osso
demonstrando a fratura do fêmur (fi. /. TCH3D: vista posterior do feto inteiro confirmando as fraturas das costelas e do fêmur (fi, bem como
a diminuição da mineralização do crânio. J. Exame radiológico da necropsia , confirmando encurtamentos, encurvamentos e fraturas dos ossos
longos. (De Ruano R. Molho M , Roume J, et ai: Prenatal d iagnosis of fetal skeletal dysplasias by combining two-dimensional and three-dimen -
sional ultrasound and intrauterine three-dimensional helical computer tomography. Ultrasound Obstet Gynecol 24: 134, 2004.)
Na Tabela 12-14, é apresentado um resumo da acuidade proposta por H ersh et a/9 1, que foram capazes de predizer a
diagnóstica dos parâmetros biométricos para o diagl1Óstico de letal idade de 23 em 25 casos de displasia esquelética com o
hipoplasia pulmonarI24.13o. 133.139. De interesse particular, são as comprimento do fêmur abaL"o do primeiro percenti.! para a
medidas do diâmetro do pulmão direito ou a relação entre o idade gestacional depois de combinar esta informação com ou-
diâmetro pulmonar direito/circunferência torácica óssea pro- tros achados ultrassonográficos (i. e.. tórax em forma de sino,
posto por Merz et af.1 31. Em um estudo de 32 fetos com diag- redução da ecogenicidade óssea ou ambos).
nóstico pós-natal de hipoplasia pulmonar (displasias esquelé- Volume Pulmonar por Ultrassom Tridimensional. O
ticas [n = 7]. agenesia renal [n = 11], hérnia diafragmática [n volume do pulmão pelo US3D tem sido realizado pelo uso de
= 7] e hidrotóraJ{ [n = 2]) , todos apresentavam o diâmetro duas técnicas: multiplanarl41146 (Fig. 12-23) e VOCAL (Vir-
pulmonar direito abai.xo do 5 para a idade, i.ndepen- tual Organ Computer-Aided AnaLysis, G E MedicaI Systems,
dente do distúrbio primário 36 Em estudo subsequente de 19 Mi.!waukee, Wisconsin). (Fig. 12-24) Os nomogramas
fetos com hérnia diafragmática congênita , Bahlmann ei a!. m para o volume pulmonar pelo f?ram realizados por di-
demonstraram que a relação entre o diâmetro pulmonar di- versos pesqUIsadores
reito/circuferência torácica óssea detectou todos os fetos com Kalache e/ aJ.I .17 demonstraram que tanto o modo 3D muI-
hipoplasia pulmonar com sensibilidade de 100% e especifici- tiplanar como o 3D VOCAL podem ser utilizados para a
dade de 100%. medida do volume pulmonar em fetos , uma observação que,
Comprimento Curto do FêmUl- e Predição da Leta- subsequentemente, foi confirmada por Moeglin e/ al. 152 A van-
lidade nas Displasias Esqueléticas. Rahemtullah et a/. 140 tagem potencial da técnica VOCAL é a possibilidade de obter
estudaram 18 casos de displasias esqueléticas, e todos os casos finos contornos dos pulmões que podem ser particularmente
letais estavam associados à razão comprimento do fêmur/cir- importantes quando a delimitação do órgão em questão for ir-
cunferência abdominal de 0,16. Embora este teste tenha de- regular, como nos casos de hérnia diafragmática congênita. Em
tectado os casos letais com sensibilidade de 100%, dois casos contrapartida, as medidas do volume do pulmão obtidas pela
de acondroplasia foram identificados erroneamente como le- técnica 3D multiplanar são mais rápidas, em geral consumindo
tais com este método. Uma abordagem menos pragmática foi menos de 5 minutos para realizá-las J52 . Os volumes são esti-
SISTEMA MUS CULOESQUE LÉTICO FET AL 437
a eficiência diagnóslica mais elevada pa.ra predizer a hipopla- 85,4% [35/41]); e (3) razão comprimento do fêmur e circun-
sia pulmonar letal nesta população foi (1) diâmetro puLmo- ferência abdominal (sensibilidade de 85,7% [12/14), especifici-
nar direito (sensibilidade de 71,4% [10/14], especificidade de dade de 85,2% [23/27], valor preditivo positivo 75 ,0% [12/16),
92 ,6% [25/27), valor prcditivo positivo de 83,3% [10/12), valor valor prcditivo negativo 92,0% [23/25], e eficiência diagnóstica
preditivo negativo 86,2% [25/29), e eficiência diagnóstica de de 85,4% [35/41]) .
85,4% [35/41)) ; (2) razão circunferência torácica e circunferên- Avaliação do Volume Pulmonar ou Inten sidade do
cia abdominal (sensibilidade de 85 ,7% [12/14), especificidade Sinal p ela Ressonância Magné tica. Os parâmetros propos-
de 85,2% [23/27), valor preditivo positivo 75,0% [12/16), valor tos para avaliar o volume puLmonar pela RM incluem o volu-
preditivo negativo 92,0% [23/25), e eficiência diagl1óstica de me pulmonar relativo (razão do volume pulmonar observado
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTlCO FETAL 439
De Chitkara U, Roscnbcrgj. Chervenak FA. et ai: Prenatal sonographic assess ment of the fetal thorax: normal values. AroJ O bstet G)'necol 156: 1069, 1987.
De C hitkara U, RosenbcrgJ , C hervcnak Fi\. et al: Prenatal sonographic assesslUent of the fetal thor",,,: normal values. AmJ ObStet G)'necol 156:1069, 198i.
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 441
Tabela 12- 14 Parâmetros Biométricos Propostos por Autores Diferentes para a Avaliação da Hipoplasia Pulmonar
Fetos Prevalência Sensibilidade Especificidade Acuidade
Autor. Ano l Parâmetro de Risco (%) (%) (%) (%) População
CA, circunferência abdorninaJ : DTAP. diâmeo'o torácico âmcro-poStcI;or; CC. ciramfcrência cardiaca: CF, comprimenLO do fêmur; AC. área cardíaca : VC. volume cardíaco;
RelU, resni.ção de crescimento intrauterino; AP. árca pulmonar: DP, diâmcrro pulmonar: CP. complimento pulmonar: RPJ\t rupntra prematura de membranas : PCf, perímeou
da caixa torácica; AT, área torácica ; Cf. circunfe rência torácica; VPT, volume pulmonar tOtal, DIT. diâmetro torácico u-ansverso: STFF, síndromc de rransfusão feto-fetal.
*Todos os [elOS apresentavam hipoplasia pulmonar_
'Estudo de caso-controle : todos os fetos na coluna "Feto de risco" apresentavam hipoplasia pulmonar: foram estudados 30 fe tos-controle de idade gestacio nal equivaleme.
:t:SÓ forrun incluídos os trabal hos para os quais havia dados para calcular pelo m e IlOS a sensibilidade.
442 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
8 95"
50"
E 5"
É.
:; 6-
E
o
"O
.9
c:
Q)
E
'§.
E
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u
4
Comprimento do pé (cm)
Os diâmetros intraorbitais e interorbitais também devem 16 tinham an omalias associadas 191. Estas incluíam anomalias
ser medidos, pois o hipertelorismo pode ocorrer em casos de cardíacas, gastrointestinais, renais, faciais, de extremidades
displasias esqueléticas (Tabela 12-19)_ e cranianas. Sete fetos apresentavam agenesia renal bilateral
(sequência de Potter). Apenas cinco dos fetos com anomalias
adicionais sobreviveram. Geralmente, estas ano malias não são
Avaliação da Coluna Fetal
consideradas como fator de risco para ane uploidias. Os defei-
A avaliação ultrassonográfica da coluna fetal é ouu-o compo- tos da costela estavam frequentemente associados a anomalias
nente do exame do feto com suspeita de displasia esquelética _ dos corpos vertebrais.
O s seguintes parâmetros devem ser avaliados : A platispondilia pode ser diagnosticada com a alta reso-
Corpos Vertebrais. O s corpos vertebrais fetais são com- lução ultrassonográfica atual (Fig. 12-8) 195. A avaliação ob-
postos de três cenu-os de ossificação representando o corpo jetiva pode ser realizada pela computação da relação entre
vertebral e duas lâminas1 91-194 _As anormalidades dos centros as medidas do interespaço vertebral com a altura do corpo
de ossificação dos corpos vertebrais podem resultar em defeitos vertebral 53.
ósseos, como a hemivértebra (Fig. 12-11), vértebra em borbo- A fend a das vértebras pode ser completa ou incomple-
leta, ou vé rtebra em bloco resultando em escoliose congênita ta, ou corona! ou sagital 63 . As fendas coronais das vértebras
(Figs. 12-9 e 12-10). Um estudo de anomalias associadas em 27 ocorrem como resultado da falha da fusão entre o centro de
casos de hemivértebra detectados no pré-natal verificou que, ossificação primário anterior e posterior ao redor de 16 sema-
apesar de 11 fetos não apresentarem outros achados anormais, nas de gestação, podem ser observadas intraútero pela ultras-
446 SISTEMA M USCULOESQUELÉTICO FETAL
Aumento da Translucência Nucal e atividade contínua proteica capaz de iniciar o sinal da via
Displasia Esquelética intracelular na ausência da proteína de ligaçã0 226,227. Esta ati-
vação resulta na maturação precoce do OSS0227 As diferenças
Em ges tações cromossomicamente normais , o aumento da clú-ucas críticas entre a displasia tanatofórica e a acondropla-
translucência nucal (IN) está associado ao aumento de risco sia/hipocondroplasia são encurtamento grave das costelas
para outras anomalias maiores21O.2 13, incluindo as displasias na displasia tanatofórica, resultando em restrição do volume
esqueléticasI01.2 13'217. Por exemplo, em um projeto multicêntri- pulmonar, insuficiência respiratória e óbito dentro de poucas
co para o rastreamento da trissomia do 21 utilizando a com- horas ou dias .
binação da idade materna e a TN, foram incluídas 100.000
gestações, de modo que foi enconu'ada a associação entre
a translucência nu cal e uma ampla variedade de displasias Acondroplasia
esqueléticas nestas pacientes 210 Além disso, vários relatos de
caso e séries pequenas também sugerem que em fetos com A forma mais comum de displasia esquelética não letal é a
cromossomos normais possa haver uma associação entre acondroplasia, uma condição autossômica dominante com
aumento da translucência nucal e displasias esqueléticas. A penetrância completa e prevalência estimada ao redor de
Tabela 12-20 resume estes dados . 1 :10.000 a 1 :50.000 nascimentos229.23 1. Esta é clinicamente
caracterizada pelo encurtamento rizomélico e discreto encur-
vamento dos membros, acentuação da lordose lombar e
aumento do polo cefálic0 232 . Os ossos das mãos e dos pés são
OSTEOCONDRODISPLASIAS curtos (braquidactilia). A cabeça é grande (macrocefalia), com
bossa frontal, hipoplasia da linha média da face, achatamento
Um crescente número de diplasias esqueléticas tem sido reco- da ponte nasal e mandíbula larga. Os problemas no diagnós-
nhecido in zilero, e a avaliação completa de alguns distúrbios tico pré-natal desta condição foram discutidos em detalhe por
está enfocada neste capítulo. A discussão seguinte apresenta Kurtz el a1. 233 . Além disso, M odaff et al. 234 forneceram dados
somente algumas das anomalias mais comuns relevantes no sobre a frequência do diagnóstico pré-natal inadequado da
diagnóstico pré-natal. acondroplasia e ilustraram a dificuldade na comprovação
deste diagnóstico. O s autores coletaram dados de 37 refe-
rências consecutivas de recém-nascidos com acondroplasia
Acondroplasia, Displasia Tanatofórica na qual o exanle ultrassonográfico foi realizado no pré-natal.
e Hipocondroplasia Nove de 37 (24%) recém-nascidos apresentavam histórico
fanliliar positivo de acondroplasia; todos os nove casos foram
Acondroplasia, displasia tanatofórica e hipocondroplasia são diagnosticados corretamente no pré-natal. Dos 28 recém-nas-
discutidas na mesma seção, pois estes distúrbios são causados cidos sem histórico fanliliar prévio de acondroplasia, 16 (57%)
por mutações diferentes no gene do receFtor-3 do fator de apresentaram anomalias no ultrassom, embora nove tenham
crescimento do fibroblasto (FGFR3)2 IS.22". As mutações no sido diagnosticados com certeza. Cinco receberam o diagnós-
FGFR3 são mutações de ganho de função que produzem a tico apropriado da acondroplasia "mais comum" e nos outros
Acondrogênese Hewitt, 1993 11 25 ; Soothill e Kyle, 19971126 , Fisk elal., 1991 377
Acondroplasia Fukada el al., 199i 127 ; Hernadi e Torocsik, 1997 1128
Displasia torácica asfixiante Bem Ami et a1., 199i8\ Hsieh el a1., 1999 11 29
Osteocondrodisplasia de Blomstrand den Hollander el a!., 1997 11 30
Displasia campomélica acampomélica Michel-Calemard el ai., 2004216
Displasia campomélica H afner el a!., 1998 11 31
Displasia cleidocraniana Hüppala et al., 2001 1132
Displasia condroectodérmica (Ellis-van Creveld) Venkat-Raman el ai., 2005 673
Displasia ectodérmica eClrodactilia Leung, MacLachlan e Sepúlveda, 1995 1133
Anemia de Fanconi Tercanli et al. , 2001 890
Seqllência de deformação de aci.nesia fetal SOllka el a!., 1998 213 ; Hyett el al., 1997 11 34
Madazli el al., 2002 1038 ; Makrydimas el al., 2004 1040
Hipofosfatasia Souka et a!., 2002 215
Síndrome deJ archo-Levin Eliyahll, 1997 1135 ; SOllka, 1998 213
Osteogêllese imperfeita tipo II MaIu;dymas et al., 2001 214
Síndrome das costelas curtas-polidaclilia Hill e Leary, 1998 622
Sirenomelia H ewitt, 1993 11 25
Sínd romc de Smit.h Lemli Opitl. Souka, 1998 21 3 ; Hyett el a1., 1995 1136 ; Maymon Ogle e Chitty, 1999 1137;
Sharp el a1., 19971138 ; Hobbins el a!. , 1994 1139
Displasia tanatofórica SOllka, 1998 213 ; Ferreira el al., 2004 11 40
Trombocitopenia-aplasia de rádio vVitters el ai., 2005 217
Associação VACTREL SOllka, 1998 213
448 SIST EMA MUSCULOESQUELÉTlCO FETAL
A B
FIGURA 12- 31 . A. Uma ilustração mostrando a
separação entre o terceiro e o quarto dedos. 8. Foto-
grafia de uma criança com acondroplasia e a mão em
tridente. C. Ultrassonografia in utero de um feto com
acondroplasia e a mão em tridente com a separação
entre o terceiro e o quarto dedos (seta). (Ilustração
cortesia de Philippe Jeanty, Dr., Nashiville, TN .)
quatro foi estabelecido um diagn óstico inespecífico (apesar de homozigótica demonstraram encurtamento precoce do fêmur
apropriado) de displasia esquelética. Nos sete restantes (25%), para menos do 3° percentil com 14 a 16,5 semanas e diâmetro
foi assinalado o diagnóstico incorreto de displasia letal ou biparietal com idade média de 15,6 semanas, enquanto que
muito grave. os fetos com acondroplasia heterozigóúca foram afetados em
A maior dificuldade do diagnósúco pré-natal é que na fase avançada da gestação com o encurtamento do fêmur para
maioria dos casos desta doença o crescimento dos ossos longos menos do 3° percentil com 18,2 a 26,2 semanas e diâmetro bi-
não é reconhecido até o terceiro u-imestre69.233 . Porém, o diaO'- parietal com idade média de 21 ,5 semanas 2.j1 . Recentemente,
nóstico de acondroplasia é possível e tem sido relatad0235'23'il. Tonni et al.23 I relataram a associação do aumento da translu-
Por exemplo, a mão em tridente (aumento do espaço entre cência nucal no primeiro trimestre em [c to com acondroplasia
O terceiro e o quarto dedo) consiste em um achado específi- e Kardimas et al. 242 relataram um feto com acondroplasia e
co desta anomalia 239.2 ,jo (Fig. 2 1-31 ). Palel el a1. 23 ,j descreve- múltiplas craniosinostoses.
ram diferença elucidativa na curva de crescimento do fêmur Mais de 99% dos indivíduos com acondroplasia apresen-
de crianças homozigóticas , heterozigóticas e não afetados de tam uma das duas mutações no gene FGFR3, que está loca-
pais portadores da acondroplasia. O s fetos com acond roplasia lizada no braço curto do cromossomo 4 no loats 16,3 2.\3.245 .
SISTEMA MUS CULOESQU ELÉTICO FETAL 449
A mutação mais comum é translçao guanina-para-adenina tação da displasia tanatofórica tipo II (A1 948G:Lys65 0Glu)
(G-paraA) no nucleotídeo 1138 do aminoácido 380. Aproxi- e resulta em uma substituição do aminoácido diferente. O s
madamente 1% dos indivíduos afetados tem uma transversão autores do estudo referem o fenótipo causado pela mutação
guanina-para-citosina (G-paraC) no mesmo nucleotíde0218.246. Lys650Met como "acondroplasia grave com desenvolvimento
Um ponto de mutação é chamado de transição quando uma tardio e acantose nigruans" (SADDAN) pelo fato de esta diferir
pirimidina substitui uma pirimidina ou uma purina substitui significativamente do fenótipo de outras mutações FGFR3 co-
uma purina, e a transversão ocorre quando uma pirimidina nhecidas. A SADDAN também está associada a deformidades
substitui uma purina ou vice-versa209 . Tem sido mostrado que ósseas incomuns, como o encurvamento do fêmur com rever-
a mutação G380R resulta na ativação constitutiva do gene são da tíbia e fíbula (i. e., ápice posterior) e, também, do cha-
FGFR3, que inibe a proliferação e a diferenciação do condró- mado de encurvamento em "chifre de carneiro" da clavícula.
cito, e é responsável pelo encurtamento dos ossos longos . O Esta condição não está associada ao crânio em forma de trevo
diagnóstico pré-natal na gestação em que um ou ambos os ou craniossinostose 257.
pais apresentam acondroplasia é possível pelo diagnóstico
molecular pela biópsia de viJocorial (BVC) ou amniocente- Displasia Tanatofórica
Sé9.233238.2'1/,248 . A análise molecular também pode identificar
mutações nos fetos suspeitos de serem portadores da acondro- A displasia tanatofórica é a displasia esquelética letal millS
plasia com base nos achados ultrassonográficos , tornando o comum 28 . Esta é caracterizada por lizomelia grave, compri-
diag11óstico pré-natal mais efetivo. mento do tronco normal com estreitanlento do tórax e polo
A acondroplasia heterozigótica é compatível com uma vida cefálico largo com fronte proeminente. OcoITe em 0,24 a
e desenvolvimento intelectual normal. Entretanto, anomalias 0,69 por 10.000 nascimentos29.30.220.258. Forillll identificados
da junção cervicomedular, que podem levar à compressão, de- dois subtipos (I e 11) , que apresentam diferenciação do fenó-
terminam risco de sequela letal para um recém-nascido com tipo pela forma do crânio e morfologia do fêmur. O tipo I
A descompressão cervicomedular cirúrgica apresenta, caracteristicamente, o fêmu r encurvado tipo "fone
é fundamental para reduzir o risco de complicações neuroló- do telefone,,259 (Fig. 12-32) sem crânio em forma de trevo,
gicas associadas à lesão da medula espinhal, e pode eliminar a enquanto que o fenótipo do tipo II é caracterizado pela forma
apneia central profunda que pode causar a morte súbita 25o . No do crânio em trevo grave (Fig. 12-28) e ossos longos retifica-
estado homozigótico (que ocorre em 25% dos filhos de dois dos e curtos43.260. A forma leve do crânio em trevo tem sido
pais com acondroplasia), em a doença é letal durante os descrita em pacientes com o subtipo 1259.261.262. A forma do
dois primeiros anos de vida22 . Embora um caso de sobrevida crânio em trevo pode resultar do fechamento prematuro das
por 37 meses tenha sido relatad0 251. As características radio- suturas coronal e lambdoide, deficiência do desenvolvinlento
lógicas da acondroplasia homozigótica situam-se entre as da da base do crânio com sinos tose secundária, ou devido a
displasia tanatofórica e a acondroplasia heterozigótica. um distúrbio de desenvolvimento primário do cérebro com
A administração de hormônio de crescimento (GH) foi deformação secundária do crânio. O diagnóstico diferencial
proposta para o tratamento da acondroplasia 252 . Tanaka et entre os dois tipos depende dos achados radiológicos e da
a/. 2,3, com o objetivo de determinar a eficácia do tratamento histologia. Ambos os tipos de displasia tanatofórica são her-
com GH na baixa estaUlra de indivíduos com acondroplasia, dados de modo autossômico dominante. A maioria dos casos
conduziram um estudo com tratamento prolongado em 42 de displasia tanatofórica (todos os tipos I e a maioria dos
crianças (16 meninos e 26 meninas, idade de 3 a 14 anos) com do tipo é Foram relatados alguns casos
acondroplasia. Depois da avaliação da função hipotámo-hipo- famihares do tlpO
fisária e a análise dos pontos de mutação, as crianças foram Mutações distintas no gene FGFR3 causanl cada um dos
tratadas com GH por mais de 2 anos. Foram determinados dois tipos de displasia tilllatofórica229.263.266.269. As três muta-
a velocidade de crescimento e os parâm etros de proporciona- ções mais comuns (R248C, Y373C e S249C) são encontradas
lidade do corpo após o tratamento. O ganho de altura anual em cerca de 90% dos pacientes com displasia tanatofórica tipo
durante a terapia com G H foi significativamente maior do que 1226.270.271 . Uma mutação, K650E, é encontrada em quase todos
antes da terapia (3,9 ± 1,0 cm/ano antes do tratanlento versus os casos de displasia tanatofórica tipo II 272 .m . Camera et al. 275
6,5 ± 1,8 cm/ano para o primeiro ano, e 4,6 ± 1,6 cm/ano para relataram um indivíduo com uma mutação comum de displa-
o segundo_ ano de tratamento) e a proporção corpórea não foi sia tilllatofórica do tipo I e o fenótipo de acondroplasia clínico.
agravada 2'3. Porém, foi observada variabilidade de resposta Embora o mosaico seja considerado explicação possível para
ao tratamento com o GH 25 -l . Outras abordagens terapêuticas o fenótipo mais brando, não foram encontrados traços de mo-
inovadoras foram consideradas, incluindo a regulação para saicismo nas células da mucosa bucal ou sanguíneas.
baixo da atividade da ti.rosina cinase do FG FR3 pela inibição Os achados ultrassonográficos pré-natais dependem do
química seletiva 23o , bloqueio de anticorpos foara interferir com tipo específico da displasia tanatofórica l96 . A associação entre
a ligação do FGF que se une ao FGFR3 2 o, e o estímulo da o crânio em forma de trevo e a micromelia é específica da dis-
expressão-alvo do peptídeo natriurético tipo C 255. plasia tanatofórica. Embora a síndrome campomélica também
SADDAN (Acondroplasia Grave com Desenvolvimen- possa estar associada ao crânio em forma de trevo, a micro-
to Tardio e Acantose Nigrica71s) . Tavormina et al. 256 iden- melia não é característica desta condição. Podem ser, também,
tificaram uma mutação missense (legível, porém de sentido comumente encontrados ventriculomegalia, macrocrania e
alterado) (FG FR3) em quatro indivíduos não relatados com poli-hidrâmnio. A hipoplasia cerebelar é encontrada em quase
displasia esquelética grave de características próximas às das 37% dos casos em séries pós-natais 228 . Observam-se calota re-
displasias tanatofóricas do tipo L Três dos quatro indivíduos lativanlente larga com a testa proeminente (Fig. 12-33), nariz
desenvolveram áreas extensas de acantose nigricans aparecen- em sela e hipertelorismo. Achados ad icionais incluem costelas
do no início da infância, juntanlente com comprometimento curtas, platispondiJia (Fig. 12-8) e ossos ulbulares curtos e lar-
neurológico grave e sobrevida para a infâ ncia sem a necessi- gos nas mãos e pés.
dade de medidas de suporte prolongadas. A mutação FGFR3 A displasia tanatofórica está associada a padrões específi-
(A1949T:Lys650Met) ocorre no nucleotídeo adjacente à mu- cos de malformações cerebrais, caracterizadas por megaence-
450 SISTEMA MUSCUlOESQUElÉTICO FETAL
Tabela 12- 21 I Diferenças Radiológicas entre a Acondrogênese Tipo I (A-O), Tipo 11 e a Hipocondrogênese
Tipo IA (Houston -Harris) Tipo 18 (Fraccaro) Tipo 11 (Lan ger-Sa ldino ) Hipocon drog ênes e
Crânio Calota membranosa Todas as partes do crânio Ossificação normal Ossificação normal
calcificado são identificadas
O ssos longos Extremamente encurtados Pernas e braços mais curtos que Encurtamento e Ossos menos encurvados
com metáfise com esporas e no tipo lA com ossificação encurvamento com e encurtados com
em form a de taça mínima; pontas ou esporas metáfise achatada e metáfise irregular ou lisa
Ossos retangulares abundantes na metáfise dos em forma de taça
Ossos ossos da perna inferior; ossos Medula óssea em forma
retangulares quadrados ou estrelados de cogumelo
Coluna Corpos vertebrais não Corpos vertebrais minimamente Padrão variável de corpos Corpos vertebrais torácicos
ossificados com pedículos ou pouco ossificados, e pedículos vertebrais e lombares superiores
parcialmente ossificados pedículos ossificados ossificados ou não ossificados mas ainda
apresentando platispondilia
Corpos vertebrais cervicais e
lombares inferiores não
ossificados
Pelve Pouco formada e ossificada, Ossos iliacos com mesmo Ossos ilíacos como Ossos ilíacos próximos do
com ossos ilíacos crenados aspecto do tipo lA Halberd com ausência desenvolvimento normal com
de ossificação dos ossos ossificação parcial do osso ísquio
púbicos e isquiáticos e não ossificação dos ossos púbicos
Ossos isquiáticos pouco Ossos isquiáticos e púbicos não
oss ificados e ossos os si ficados
púbicos não ossificados
Tórax Encurtado e em forma Mesmo que no tipo lA com Curto e forma de barril Próximo do normal, porém gradil
de barril costelas não fraruradas ou sino com costelas raso com costelas curtas e
Costelas curtas com metáfises curtas sem [rarura sem fraturas
em taça e fraturas múltiplas
De SprangerJ: Panern recognition in bone dysplasias. In Papadatos CJ. Bartsocas CS (eels): Enelocrine Cenetics anel Cenetics ofCrowth. Ncw York. Alan R. Liss. 1985. p.
3 15.
çada é considerada de risco para a OI 3R8 . A desta MOS e inadequadamente modelados com fraturas múltiplas e
patologia é de 0,18 para 10.000 nascimentos 9.30 . costelas finas de contorno salpicad039 1.
A classificação mais popular é a que foi por O tipo 111 (autossômico recessivo e raro) consiste em va-
Sille nce et a1. 389 . R ecentemente, R auch e Glorieux 87 realiza- riedade não letal caracterizada pela esclerótica azul e fraturas
ram uma modificação nesta classificação incluindo três tipos múltiplas presentes ao nascimento. Com o tempo a esclerótica
adicionais (V, VI, e VII [Tabela 12-22]) . Com relação à clínica, fica branca. A membrana do crânio é gravemente pouco ossi-
a característica mais relevante da OI é a fragilidade óssea, com ficada, e os ossos longos estão levemente encurtados, embora
aumento da gravidade seguindo a ordem (1) tipo 1: (2) tipos com angulação acentuada. O tipo IIB e o tipo 111 de OI são
IV, V, VI e VII; (3) tipo III; e (4) tipo 11387. difíceis de distinguir e podem refresentar graus diferentes de
No tipo I (autossômica dommante), não há deformidades gnvidade do mesmo distúrbi0 39 .
no pré-natal. Depois do nascimento, o paciente sofre de fragili- No tipo IV (autossômica dominante), os ossos longos e
dade óssea, esclerótica azul (todas idades) e perda de audição. a esclerótica são normais. Nota-se fragilidade óssea de gra-
H á osteoporose, calota normal e ausência de dentinogênese vidade leve a moderada, e 25% dos recém-nascidos apresen-
imperfeita. As fraturas podem variar de nenhuma a múlti- tam fraturas . H á heterogenicidade significativa na expressão
desta doença mesmo na mesma família 393 . Deste grupo hete-
plas, especialmente as vertebrais, que podem levar à escolio-
rogêneo, Rauch e Glouriex identificaram recentemente três
se leve387. As mutações que resultam em OI tipo I causam o entidades clinicas separadas com base na diferença clínica
término prematuro do códon, resulta na diminuição da e nas características histológicas dos ossos. Estes distürbios
produção do pró-colágeno tipo 1 84 . têm sido classificados como OI tipo V, VI e VII (Tabela 12-
O tipo 11 é uma condição autossômica domi..nanté 90 . É 22)387393.396
. . O'tIpO \ 1'e caractenza
. do por f rag il 1'd a de ossea
'
também conhecida como a variedade perinatal e é unifor- moderada a grave, calcificação inter6ssea da membrana do
memente letal. Outras características são: quase ausência de antebraço que limita de forma acentuada os movimentos
ossificação do crânio, costelas em fonua de gotas; ossos lon- das mãos , e predispõe ao desenvolvimento de calos hiper-
gos encurtados e enrugados; e múltiplas fraturas in utero (Fig. plásicos. A caracterização do tipo IV é baseada na histologia
12-18) . O tórax é curto, porém não estreito. O tipo 11 é sub- óssea mostrando aumento da quantidade de osteoide e um
classificado em três subtipos (lIA, IIB e IIC) de acordo com padrão anormal de lamelação. A OI do tipo VII é um distúr-
critérios radiológicos: subtipo A apresenta ossos curtos , largos bio recessivo com fragilidade óssea, rizomelia e coxa vara.
e enrugados, angulação da tíbia e costelas em gota contínua; Este tipo somente foi descrito na comunidade de americanos
subtipo B manifesta fêmur curto, largo e enrugado, angulação nativos no norte de Qyebec38'.
da tíbia, porém com costelas normais ou com o gotejamento A OI I é causada pela parada prematura do codón na
incompleto; e o subtipo C apresenta ossos longos compridos, COLlA1 3 . Caracteristicamente, os tipos II, III e IV resul-
454 SIST EMA MUSCULOESQUELÉTlCO FETAL
Osteogênese imperfeita leve A1mra normal ou estatura levemente encurtada; Parada prematura do códon no COLI A I
não defonnativa esclerótica azul; ausência de dentinogênese imperfeita
II Perinatal letal Fraturas múltiplas das costelas e ossos longos ao Substituição da glicina na COLIAI ou
nascimento, deformidades pronunciadas; alargamento COUA2
dos ossos longos; baixa densidade dos ossos do crânio
na radiografia; esclerótica escura
III Gravemente deformante MuitO curto; face triangular; escoliose grave; esclerótica Substituição da glicina na COLIAI oU
cinzenta; dentinogênese imperfeita COLIA2
IV Moderadamente deformante Estamra curta moderada; escoliose leve a moderada; Substituição da glicina na COLIA1 ou
esclerótica branca ou cinzenta; dentinogênese COUA2
imperfeita
v Moderadamente deformante Estatura curta leve ou moderada; luxação da cabeça Desconhecida
do rádio ; membrana interóssea mineralizada ;
lúperplasia do calo; esclerótica branca; ausência de
dentinogênese imperfeita
VI Moderada a gravemente Moderadamente curta ; escoliose; acúmulo de osteoide Desconhecida
deformante em tecido ósseo; escala padrão da lamelação óssea
de peixe; esclerótica branca; ausência de
dentinogênese imperfeita
VII Moderadamente deformante Estamra levemente curta; fêmures e úmeros curtos; Desconhecida
coxa vara; esclerótica branca; ausência de
dentinogênese imperfeita
tam das mutações que levam à substituição por glicina den- dos cristais dos ossos. Supõe-se que a fragilidade óssea seja o
tro do domínio helical triplo da cadeia pró-alfa, quebrando o resultado da deficiência da geração dos cristais ósseos 439 .
espessamento normal da molécula e iniciando a produção de A hipofosfatasia é uma condição que foi subdividida em
colágeno anormal 39i.398. Aproximadamente 90% dos pacientes seis tipos clínicos de acordo com o período de manifestação:
com diagnóstico clúlico de or apresentam a mutação tanto no (1) perinatal Oetal), (2) lactente, (3) infância, (4) adulto, (5)
gene COLlA1 ou no COLlA2 , resultando em constituição odonto-hipofosfatasia, e (6) pseudo-hipofosfatasia 44o. A for-
molecular anormal do pró-colágeno tipo r38i.398-.JOl . As muta- ma perinatal está associada a prematuridade e óbito neona-
ções genéticas associadas aos tipos V, VI e VII ainda não fo- tal precoce devido tanto à hemorragia intracraniana quanto
ram identificadas 38? à insuficiência respiratória secundária ao desenvolvin1ento
A história natural da OI in utero é variável. O diagnósti- ineficiente das costelas e do volume reduzido da cavidade to-
co pré-natal da OI tipo 11 tem sido bastante relatad095.402.423, rácica441.442 . A variante lactente pode causar craniosinostose e
mesmo desde a semana 12 de gestação tanto pelo US2D nefrocalcinose devido a hipercalcemia e hipercalciúria durante
quanto pelo US3D42H 2i. É importante observar, porém, que o prin1eiro ano de vida, e frequentemente é fatal. A perda pre-
em alguns casos as fraturas e o encurtamento dos membros matura da decídua dentária e o raquitismo são características
podem não ser observados até o segundo ou mesmo o ter- clínicas cardinais da hipofosfatasia ilúantiJ. Na forma adulta,
ceiro trimestre·128·43o. O achado ultrassonográfico típico asso- as fraturas de estresse recorrentes dos metatarsos e as pseudo-
ciado com a OI tipo 11 consiste na melhora da visualização fraturas nos ossos longos podem ser os sinais característicos.
das estruturas intracranianas. O diagnóstico pré-natal da OI A odonto-hipofofatasia se refere especialmente aos indivíduos
tipo I, 111 e IV também tem sido relatado utilizando tanto o levemente afetados que apresentam manifestação dentária,
ultrassom quanto as técnicas bioquúnicas e moleculares 43 J-435. sem clúuca esquelética. O s dentes ficam predispostos a cáries
O diagnóstico diferencial deve considerar outras anomalias e podem ser perdidos prematuramente. A pseudo-fosfatasia é
esqueléticas , como a hipofosfatasia , acondrogênese e displasia uma v31'iante r31'a, caracterizada por achados clínicos típicos ,
campomélica. radiológicos e bioquúni.cos da hipofosfatasia lactente, com a
exceção de que as concentrações séricas de FA estão normais
ou aumentadas 44o . As variedades perinatal e lactente apre-
Hipofosfatasia sentam padrão de herança autossômica recessiva, enquanto
que as formas infantil, adulta e odontofosfatasia podem ser
A hipofosfatasia é uma doença de herança autossômica reces- tr31lsnutidas tanto por u'ato autossômico dominante quanto
siva rara com incidência estimada de 1: 100.000 nascimen- autossômico recessiv0 443
tos436 . Esta é caracterizada pela desmineralização dos ossos Fetos com hipofosfatasia congêluta apresentam desnune-
e baixos níveis de fosfatase alcalina (FA) no soro e outros raJização generalizada do esqueleto com encurtamento e en-
tecidos 43 ? A gravidade da doença é inversamente relacionada curV31nento dos ossos tubul31·es. Estão presentes fraturas múl-
com os níveis séricos da atividade da FA438 A FA age no piro- tiplas . Desmineralização generalizada e acentuada da calota
fosfato e em outros és teres fosfatos , resultando no acúmulo de craniana resulta na deformação elo crânio após compressão
fosfatos inorgânicos que são fundamentais para a formação externa. Este sinal ultrassonográfico também está presente em
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 455
ta amplo espectro, e alguns casos podem não ser diagnostica- Displasia Dissegmentar
dos in utero.
A displasia diastrófica não é universalmente letal. O de- A displasia dissegmentar é um distúrbio caracterizado pela
ossificação anárquica dos corpos vertebrais (anisoespon-
senvolvimento intelectual e sexual não é afetado. Porém, as
dilia), achatamento metafisário e encurtamento grave dos
contraturas articulares e osteoartroses dolorosas estão associa-
ossos longos.J94.495 . Foram reconhecidos dois tipos distintos:
das à limitação física grave e necessitam de correção cirúrgica
o leve de Rolland-Desbuquois e a letal de Silvermann-
ortopédica466 . Há aumento da taxa de mortalidade no perí- Handmaker494.497..\99. As encefaloceles frequentemente estão
odo neonatal e lactência devido à obstrução das vias aéreas presentes no tipo de Silvermann-Handmaker'196, e o diag11ósti-
superiores secundária à traqueobroncomalácia e compressão co pré-natal tem sido estabelecido em pacientes de risco497.soo.
medular causada pela cifose cervical grave 466 .48 1. 502 . O tipo de Silvermann-Handmaker é causado por uma
O diag11óstico diferencial inclui artrogripose múltipla con- mutação nula funcional no gene de codificação Perlecan
gênita , atelosteogênese tipo II e displasia pseudodiastrófica. A (HSPG2)503. O tipo de Rollan-Desbuquois apresenta carac-
displasia pseudodiastrófica tem apresentação similar à displa- terísticas radiológicas mais leves semelhante à sÚ1drome de
sia diastrófica·182 e é herdada em um padrão de herança au- Kniest e, embora a sobrevida prolongada seja possível, uma
tossômica recessiva 3o . É necessário o exame histológico para proporção substancial dos indivíduos afetados evolui para
o diag11óstico diferencial, uma vez que anormalidades morfo- o óbito durante o primeiro ano de vida 263 ,493 . A diminuição
lógicas distintas do crescimento da placa observadas na dis- da matriz metaloproteinase-2 e o tecido inibidor da metalo-
plasia diastrófica não têm sido observadas na displasia pseu- proteinase-l têm sido relatados nos casos de tipo Rolland-
dodiastrófica. Cetta et aJ. 483 demonsmlram que um paciente Desbuquois de displasia dissegmentar 504 . A herança de ambas
com displasia pseudodiastrófica não apresenta defeito no gene as condições é autossômica recessiva26 4.495 . Outros distúrbios
DTDST e que tanto a absorção de sulfato pelos fibroblastos da associados à desorganização vertebral incluem a síndrome de
pele como a sulfatação dos proteoglicans estavam normais. Jarcho-Levin e a displasia mesomélica.
Displasia Campomélica
Distúrbios Tipo Kniest A displasia campomélica é um distúrbio raro letal inicialmen-
O termo distúrbio tipo Kniest é utilizado em referência a um te descrita por Maroteaux em 1971 506 . A prevalência varia
grupo de condições que compartilham características histoló- entre 0,05 e 1,6/10.000506.50i. O distúrbio é caracterizado por
gicas e radiológicas com a síndrome de Kniest, porém diferem encurvamento dos ossos longos da exu-emidade inferior, um
em termos de apresentação cünica e modo de herança 484 . crânio alargado e alongado com face peculiarmente pequena,
hipoplasia de escápula e varias anomalias graves associadas,
como micrognatia, fenda palatina, pé torto equinovaro, luxa-
ção congênita do quadril, macrocefalia, hidrocefalia, hidro-
Síndrome de Kniesf nefrose e defeitos cardíacos congênitos 39o . A característica
significativa mais importante é o encurvamento do fêmur e da
Em 1952, Dr. Wtlhelm K.niest 485 publicou um caso de uma tíbia; outros ossos tubulares apresentam crescimento normal
menina de 3,5 anos de idade com "alterações esqueléticas (Fig.12-17B). O tórax é estreito, podendo apresentar forma
mostrando certa relação com a condrodistrofia clássica, embo- de sino, e, geralmente, estão presentes 11 pares de costelas.
ra diferente em muitas de suas manifestações". Sua publicação As vértebras cervicais são hipoplásicas e com ossificação defi-
esclareceu as diferenças fenotípicas entre esta condição e outras cienté08. Nos estudos genéticos e clínicos mais amplos para
formas de condrodistrofias. A sÚ1drome de K.niest é uma das obtenção de dados, que incluíram 36 pacientes com displasia
colagenopatias tipo II que são distürbios que não somente campomélica, Mansour et al. 506 concluíram que a displasia
prejudicam o crescimento fetal, bem como são, também, campomélica consiste em uma condição aurossômica domi-
caracterizados por anormalidades oculares e otorrinolaringoló- nante esporádica.
gicas 486 -189 O padrão de herança é autossômico dominante 265 , Há duas variedades de encurtamento ósseo da displasia
e estas doenças geralmente são causadas por mutação nova no campomélica, representando síndromes distintas: (1) a forma
gene COL2A1 487.489.490. Outra colagenopatia tipo II inclui a normocefálica, conhecida como displasia cifomélica, e (2) tipo
displasia espondiloepifisária e a displasia de Stickler tipo r491 . cranioestenótica, que parece ser idêntica à síndrome de An-
As características fenotípicas da síndrome de K.niest in- tley-Bixler. O diagnóstico pré-natal da displasia can1pomélica
foi relatado várias vezes90.116.1 96.509.516 e o diaQ11óstico diferen-
cluem encurtamento rizomélico dos ossos longos com alarga- o
mento das metáfises e articulações proeminentes. O envolvi- cial inclui o r, displasia tanatofórica e hipofosfatasia.
mento espinhal é comum e caracterizado por platispondilia e Um aspecto ünico da displasia campomélica é que 75% dos
recém-nascidos afetados com cariótipo masculino apresentam
fendas coronais. O tórax é largo e curto. Outras manifesta-
a síndrome da reversão do sexo e, assim, apresentam genitá-
ções, que podem ser detectadas durante o período pré-natal ,
lia feminina ou ambígua 51 7.5 18. A histologia das gônadas varia
incluem micrognatia e fenda palatina 492 . Porém, a síndrome de
desde a com diferenciação testicular até gônadas disgenéticas
K.niest pode ser de difícil reconhecimento durante o segundo
com folículos primários. Além disto, a mutação no gene SOX-
trimestre devido à biomeu'ia não ficar acentuadamente altera-
9, que, também, é um gene fundamental da diferenciação dos
da até o terceiro trimestre de gestaçã0 492 . O prog11óstico varia testículos comum a todos os vertebrados 519, tem sido relata-
amplamente, de sobrevida longa com estarura curta, cifoes- da em vários pacientes com este distúrbi0 517.5 18.520·529 . Estas
coliose e anormalidades craniofaciais à letalidade no período mutações interferem com o DNA de ligação pelo SOX-9 ou
neonatal secundário a traqueomalácia e desconforto respirató- bloqueiam o domínio da transativação C-terminal e, assim,
ri0 493. Outras deficiências a longo prazo incluem dificuldade impedem a habilidade do SOX-9 em ativar genes alvos du-
alimentar, alteração auditiva e cegueira 492 . rante o desenvolvimento dos órgãos 522 . Tem sido observado
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 457
Prevalência relativa
translocação. envolvendo o 17q em indivíduos afetados de for- Displasia Torácica Asfixiante (Síndrome de
ma graveo2.j.o29
Jeune)
A displasia campomélica é frequentemente letal na infân-
cia, embora tenham sido relatados alguns casos de sobrevi- A displasia torácica asfixiante ou síndrome de j euné 3G é uma
da509.530..J3.1. A causa do óbito consiste no desconforto respira- condição autossôI11Íca recessiva rara, com uma prevalência
tório devido à traqueomalácia. estimada de 0,14/10.000 nascimentoss37.539. A displasia torá-
cica asfixiante é caracterizada por uma combinação de tóra,'(
Displasia Esquelética Caracterizada pequeno , graus variáveis de braquimelia, polidactilia, anorma-
por Tórax Hipoplásico lidades pélvicas e envolvimento renaIS-l o. A eX1)ressão fenotÍ-
pica é ampla e inclui formas letais 54 t , leves 538 .5 2 e latentes 53D
o processo displásico envolve as costelas e outros ossos da Nos casos graves, o estreitamento torácico é responsável pela
caixa torácica em muitas displasias esqueléticas. A redução hipoplasia pulmonar, insuficiência respiratória e óbito na
da dimensão do tórax resulta em restrição do crescimento infância precocé 43 . outro modo, a presença e o grau de
dos pulmões e, consequentemente, a hipoplasia pulmonar. A envolvimento renal544.oo6 constitui o principal fator prognósti-
hipoplasia pulmonar é a principal causa de óbito nas displa- co nas formas mais leves542.553.55i. Os indivíduos sobreviventes
sias esqueléticas. Existem grupos específicos de displasia em na infância comumente apresentam complicações clínicas
que a hipoplasia torácica constitui um fator cardinal. Estes devido a desconforto respiratório e infecção pulmonar recor-
incluem a displasia torácica asfixiante, síndrome de Ellis-van renté H , envolvimento hepáticoS47.554.556.S6:l e pancreáticos64.565.
Creveld, SRPS e síndrome campomélica. A Tabela 12-23 Manifestações têm sido des-
ilustra os critérios para o diag11óstico difcrencial das três pri- cntas em assoClaçao a smdrome de j euné"47.066'568
meiras desta condição. Outros distúrbios que se apresentam Achados Esquelé ticos. O tórax é descrito como estrei-
com dimensões alteradas do tóra,'( são: displasia tanatofórica, to e em forma de sino e c_os telas são curtas, alargadas e
atelosteogênese, acondrogênese, síndrome orientadas horizontalmente"45,'69. A braquimelia, se presente,
de jarcho-Levin (Fig. 12-37) ' . é predominantemente do tipo rizomélica 566 ..Ji0.5il. Os ossos
458 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
A displasia condroectodérmica, também conhecida com sín- na síndrome de Ellis-van Creveld fendas mitrais 648 ,657.660 mal-
drome de Ellis-van Creveld, é uma condição autossômica formações cardíacas complexas660.663.679 e sztus inverso tota1 656 .
460 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
FIGURA 12--41. A. Versão tridimensional do crânio do feto com 18 semanas e 3 dias de gestação utilizando o modo de projeção de intensidade
máxima demonstrando o alargamento da sutura coronal, ausência da porção escamosa do osso temporal, e ausência do osso nasal em um feto
com displasia cleidocraniana. B. Imagem tridimensional trabalhada do crânio de um feto normal com 18 semanas e 3 dias de gestação (controle).
(De Soto E, Richani K, Gonçalves LF, et ai: Three-dimensional ultrasound in the prenatal diagnosis of cieiocranial dysplsia associated with B-ce ll
immunodeficiency. Ultrasound Obstet Gynecol 27:574 , 2006. )
X, síndrome de KJinefelter, deleção 7q, + isocromossomo 12p, período embrionário inicial para a artéria subclávia, artena
deleção 3q e translocação balanceada t(5;l4)(pI3;qI3). Entre vertebral e seus ramos pode levar a estas condições 757,76o.766,
os fetos com cariótipo normal e anomalias associadas 33,9%
(38/112) apresentavam distúrbios sindrômicos associados , in-
cluindo banda anmiótica, associação de VATER, síndrome de
Poland, síndrome de Hanhart, síndrome de Braclunalm-De
Defeitos de Redução de Membros
Lange, sÚldrome de trombocitopenia aplasia de rádio (TAR), Associados a Outras Anomalias
complexo membro-parede abdominal, sÚ1drome da regressão
caudal, anemia de Fanconi, síndrome mamária ulnar, síndro- Hemidisplasia Congênita com Eritroderma
me de Holt-Oram, sÚldrome de Roberts, sÚldrome fêmur-fí- Ictiosiforme e Defeitos de Membros
bula-ulna, sÚ1drome de Aarskog, sÚldrome de Adams-Oliver, A hemidisplasia congênita com eritroderma ictiosiforme e
síndrome oro-facial-digital tipo 2, sÚ1drome de Robinow, sín- defeitos de membros (síndrome de CHILD) é um defeito
drome de Carey-Fineman-Ziter e sequência da perfusão arte-
caracterizado demarcação estrita da lesão de um lado da
rial-reversa gemelar. linha média 76 . 69. A presença de defeitos unilaterais dos ossos
A seção seguinte revisa as síndromes em que a amputa-
longos consiste em importante característica da síndrome 770.
ção ou deficiência de membro está associada a outras anoma-
As deficiências de membros podem variar de hipoplasia de
lias. Seguimos a classificação proposta por Goldberg (Tabela
falanges ou metarcarpos até a ausência completa da extre-
12-24/1'8.
midade. Podem estar envolvidos, ainda, a calota craniana, a
escápulas ou as costelas. A síndrome de Zellweger, condrodis-
plasia puntacta e embriopatia por warfarin podem apresentar-
Síndromes com Ausência de Membros se com achados similares. As anomalias viscerais incluem
e Anomalias Faciais a doença cardíaca congênita/ 7o,m , hidronefrose unilateral,
hidroureter, ausência unilateral do rim, tuba ovariana, ová-
Síndrome de Aglossia-Adactilia rios , glândula adrenal e tireoide, A sÚ1drome de CHILD afeta
predominantemente o sexo feminino (pela razão de 19:1)772,773
A sÚ1drome de aglossia-adactilia consiste em uma amputação e é causada por uma mutação no gene NSDHL (proteÚ1a
transversa dos membros e malformações da boca inclui.ndo desidrogenase-like esteroide NAD(p]H), localizada no Xq28 e
micrognatia, língua vestigial (hipoglossia), anormalidades den- codificando uma desidrogenase beta-hidroxiesteroide envolvi-
tárias e anquilose da língua para o palato duro, assoalho da da na via biossintética do colesterol 774·776 .
boca ou lábios (anquilose glossopalatina). O espectro das anor-
malidades das extremidades é variável, de ausência de dedos
até a deficiência grave das quatro extremidades. Geralmente, Complexo Aplasia de Fíbula e
a inteligência é normal. A condição é esporádica e tem sido Braquidactilia (Síndrome de Du Pan)
atl;buída a acidente vascula/44.745. Ela inclui a sequência de
Moebius, sÚldrome de H anhan, síndrome da anquilose glos- O complexo aplasia de fíbula e braquidactilia (síndrome de
sopalatina, sÚldrome da deficiência de membro-fusão esple- Du Pan) é condição rara caracterizada por agenesia de fíbula
nogonadal, síndrome de Charlie M 746·75 1. Há confusão na bilateral com anormalidades dos metacarpos e das falanges
classificação destas pacientes devido às anomalias associadas proximais. O defeito de redução de membros pode envolver
e à sobreposição das características. Embora alguns autores as extremidades inferiores 777. Foi sugerido um padrão de
considerem a sÚldrome de Hanhart e a sÚ1drome de anquilose herança autossômica recessiva 778 Faiyaz-Ul-Haque et al. 779
palatina como entidades distintas, o diagnóstico diferencial é examinaram o DNA genômico de uma família com a SÚldro-
muito difícil 752 . me de Du Pan para a mutação no gene CDMPl. Os indiví-
duos afetados eram homozigóticos para a mutação missense,
T1322C, na região de codificação do gene CDMPl. A muta-
ção homozigótica CDMPl também pode causar as síndromes
Sequência de Moebius de Hunter-Thompson e de Grebe 78o .
A sequência de Moebius consiste em um número de anoma-
lias faciais atribuídas à paralisia do sexto e sétimo nervos cra- Síndrome da Fusão Esplenogonadal
nianos 753 . A mobilidade Iinútada da mandíbula e a microgna-
tia estão presentes 754 ,755 . A ptose também é uma característica A sÚ1drome da fusão esplenogonadal é caracterizada por
comum. A sequência de Moebius geralmente é esporádica, defeitos de redução de membros e fusão esplenogonadal 781,782.
embora as formas autossômica dominante, autossômica reces- A maioria dos casos relatados ocorreu em melúnos 783 .
siva e recessiva ligado ao X tenham sido descritas756.7s8, Um Tipicamente, há massa no escroto, sendo identificado um
amplo estudo conduzido no Brasil documentou a associação baço ectópico durante a cirurgia 784 . Existe um tipo contínuo
entre a exposição do misoprostol durante a fase precoce da em que o baço normalmente posicionado está conectado à
gestação e os defeitos de lesão vascular, incluindo a sequência gônada por faixas ou cordões de tecido esplênico 785 . Uma
de Moebius e a redução transversa de membros 759 As anoma- revisão de 14 casos relatados i.ndica que há alguma sobreposi-
lias associadas à redução de membros (25% dos casos) geral- ção entre esta sÚ1drome e a síndrome de aglossia-adactilia ou
mente estão presentes nas extremidades supel;ores e variam sÚ1drome de Hanhart 786
de deficiências transversas até a ausência de dedos. O retardo
mental ocorre em 10% dos casos 756 . A Moebius e as SÚldro-
Síndrome de Adams-Oliver
mes de Poland e Klippel-Feil têm sido consideradas sequências
de interrupção do suprimento da artéria subclávia, com base A síndrome de Adams-Oliver é um grupo de distúrbios carac-
na lúpótese de que a interrupção do suprimento sanguÚ1eo no terizado pela associação de defeitos de redução de membros
464 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETA L
e anomalias de escalpo (aplasia da cútis e deficiência óssea da por Qyelce-Salgad0819. A grevalência ao nascimento tem sido
calota)787. Têm sido relatados casos esporádicos e familiares 788 . estimada em 5:1.000_000 o_ Os indivíduos afetados apresen-
Outros órgãos de sistemas também podem estar envolvidos, tam cabeça, pescoço e tronco normais, os ossos do fêmur e
e há relatos de cerebral, pulmon,ar Ílmero relativanlente normais, encurtamentos e deformidades
e anomalias renaIs /89'/9 . Becker el a l. 196 relataI'am o diagnos- dos ossos do rádio, ulna, tíbia e fíbula, além de anormali-
tico pré-natal pelo ultrassom de dois casos de síndrome de dades graves de mãos e pés. A poJidactilia é frequente. Os
Adams-Oliver na mesma família, o primeiro com 13 semanas dedos são bastante curtos e têm sido variavelmente descritos
e o segundo com 23 semanas de gestação. Ambos os casos como bulbos821 , como brotos 822 , "puxadores" simples 823 ,
mostravam os defeitos de redução de membros e no segundo apêndices globulares 824 ou como polegares atarracados 825 . As
caso, o defeito de escalpo foi diagnosticado como um espaço falanges médias e proximais dos dedos e dos polegares estão
anecoico entre o couro cabeludo e o osso. invariavelmente ausentes, enquanto que a falange distai está
presente824 . A documentação radiológica forneceu dados das
características clínicas sutis paI'a a heterozigose obrigatória:
polidactilia, braquidactilia, hálux valgo e adução do metatar-
Focomelia s0824-827. A doença é causada por uma mutação missense no
Na focomelia, as extremidades paI'ecem as das focas . Tipicamente, gene de codificação da proteína 1 morfogenética cartilagem
as mãos e os pés estão presentes, mas os braços e as pernas derivada (CDMPl )828 Os sobreviventes apresentam inteli-
estão ausentes. As mãos e os pés podem estar normais ou gência normal e desenvolvimento das características sexuais
alterados. Três síndromes devem ser consideradas no diag- secundárias normais. O diagnóstico pré-natal da silldrome de
nóstico diferencial: síndrome de Roberts, algumas variedades Grebe foi baseado nas características fenotípicas da doença
da síndrome de TAR e a sÚldrome de Grebe . A focomelia (displasia acromesomélica e apêndices distais dismórficos
também pode ser causada pela exposição à talidomida 797 O com desenvolvimento craniofacial e do esqueleto axial nor-
diagnóstico pré-natal da focomelia tem sido relatado pelo mais)82 1,829.830, bem como pela identificação da mutação no
US3D 798 . gene CDMPI 83o .
SíNDROME DE DIPLASIA
ECTRODACTILlA ECTODÉRMICA E
FENDA LABIAL/PALATINA
A síndrome de diplasia ectrodactilia ectodérmica e fenda
labiallpalatina é uma condição autossômica dominante carac-
terizada pela tdade de ectrodactilia, displasia ectodérmica e
fendas A ectrodactilia geralmente envolve as
extremidades, com deformidades mais graves nas mãos 47.8.18.
O espectro para os defeitos ectodérmicos é amplo e inclui
hipopiQ111entação, pele seca, cabelos esparsos e defeitos den-
táriossS''9 ,s52 As anomalias do ducto lacrimal e redução da sua
secreção resultam em queratoconjunitivite crônica e perda
grave da acuidade visual853.s54 A fenda labial geralmente é
bilateral. A uropatia obstrutiva frequentemente ocorre nesta
condiçã0855 . A inteligência, em geral, é normal 858 A mutação
no gene p63 é responsável pela maioria dos casos de síndrome
FIGURA 12-44. Ultrassom de segundo trimestre em um feto com da displasia ectrodactilia ectodérm.ica e fenda labial/pala ti-
deficiência femoral focal proximal. O fêmur direito Iseta) está signifi-
cativamente menor que o esquerdo.
Um grupo diferente de síndromes envolve associações de
deformidade de mãos e pés em fenda com outras anomalias.
Estas entidades incluem a fenda do pé e o polegar trifalange-
Se o defeito for unilateral, pode corresponder ao complexo al, fenda do pé e da mão e polidactilia central, síndrome de
fêmur-fíbula-ulnar ou fêmur-tÍbia-radial. Estas duas síndromes Karsch-Neugebauer (fenda da mão e do pé associado a nis-
apresentam implicações diferentes para o aconselhamento tagmo e disostose mandibulofaciaJ (síndrome de
genérico: a primeira não é fam.iliar, enquanto que a segunda Fontaine) 80 .
apresenta componente genético importante 839
MÃO TORTA
DEFORMIDADES DE MÃOS E PÉS EM As deformidades das mãos são classificadas em duas catego-
FENDA rias principais: radial e ulnar. A mão torta radial inclui um
amplo espectro de distúrbios que abrange ausência de polegar,
o termo síndrome de mãos e pés em fenda é utilizado para
h.ipoplasia de polegar, primeiro metacarpo fino, e ausência de
referir um grupo de distúrbios caracterizado pela fenda que rádio (Tabela 12-16). A mão torta ulnar é muito menos fre-
divide as mãos e os pés em duas partes. Outros termos
quente que a mão tona radial e varia do desvio leve da mão
incluem a deformidade em pinça de lagosta, ectrodactilia e
para o lado uln3.1· do antebraço à completa ausência da ulna.
dedos abortados m .s.lo . A condição é classificada em forma
Embora a mão torta radial seja frequentemente síndrômica, a
típica e I . A forma típica consiste na ausência do dedo
mão tOrta ulnar em geral consiste em anomalia isolada859'862
e do osso metacarpo resultando em um defeito de depressão
A Tabela 12-27 mostra as condições que se apresentam com
central em forma de V que, evidentemente, divide a mão em os defeitos ulnares .
uma parte ulnar e outra radial . Esta ocorre em 1 para 90.000
Independente do momento que a mão torta é identifi-
nascidos vivos e apresenta tendência familiar (geralmente her-
cada, é importante conduzir um exame completo do feto e
dada de modo autossômico dominame)s.12. A variedade atípi-
recém-nascido para diagnosticar anomalias associadas que
ca é caracterizada por uma fenda muito mais ampla formada
possam sugerir uma síndrome. Deve ser recomendado o pro-
por um defeito dos metacarpos e dos dedos médios. Como
cedimento para a coleta de sangue fetal e a ecocardiografia
consequência, a fenda apresenta forma em U e é ampla, ape-
fetal. A contagem celular sanguínea, incluindo as plaquetas, é
nas remanescendo o polegar e o dedo mínimo. A variedade
importante pata estabelecer o diagnóstico de pancitopen.ia de
típica ocorre em 1 por 150.000 nascidos
Fanconi, síndrome de TAR e síndrome de Aase. O cariótipo
Embora um sistema complexo para a classificação destes
fetal é indicado, pois têm sido relatadas anomalias cromossô-
distúrbios baseada na distribuição dos dedos remanescentes
nucas graves (p. ex., trissomia do 18, trissonua do 21 e outras
tenha sido propostOSH , não é útil para o diagnóstico diferen-
aberrações estruturais) em associação à defonn.idade da mão
cial e para a classificação síndrômica. As deformidades de
torta. A doença cardíaca congênita consiste em característica
mãos e pés em fenda podem ocorrer de modo isolado ou fazer
importante da síndrome de Holt-Oram, síndrome de Lewis
parte de uma síndrome mais complexa. Os tipos sindrômicos
(membro superior, alteração c3.1"diovascular) e alg'uns casos de
são mais encontrados.
síndrome de TAR.
A síndrome de mãos e pés em fenda e ausência dos os-
sos longos inclui duas condições Jl3S quais há fenda na mão
Mão Torta Radial
e aplasia da tíbia ou fenda dos pés e aplasia da ulna. Porém
as anormalidades esqueléticas não são limitadas a estes ossos; O termo mão torta radial isolada indica que a mão torta não
clavícula, fêmur e fíbula também podem ser afetados. O pa- constitui parte de uma síndrome reconhecida862.8ó3 Porém ,
drão de herança destes distúrbios ainda não foi definido . Tem isto não exclui que outras anomalias podem estar presentes
466 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
I Tabela 12- 26 1Defeitos Radiais: O Diagnóstico Diferencial da Deficiência Congênita do Rádio e do Raio Radial
I. Isolada: não sindrômica
11. Síndromes com discrasias sanguíneas
A. Anemia de Fanconi
B. Síndrome da trombocitopenia com ausência de rádio
C. Síndrome de Aase: anemia congênita, polegar trifalangeano não oponente, hipoplasia do escafoide e distal do rádio, sinostose raclioulnar,
baixa estatura com ombros estreitos, autossômico recessivo (ver síndrome de Diamond·Blackfan por síndrome similar ou mesmo idêntica)
UI. Síndromes com doença cardíaca congênita
A. Síndrome de Holt-Oram
B. Síndrome do membro superior-cardiovascular de Lewis : malformações dos braços mais extensas e anomalias cardíacas mais complexas
que a Holt-Oram, embora provavelmente não uma síndrome separada, autossômica dominante
IV. Síndromes com anomalias craniofaciais
A. Disostose acrofacial de Nager
B. Mão torta radial e fenda labial e/ou fenda palatina : esporádica
C. Síndrome deJuberg-Hayward: fenda labial e palatina, hipoplasia dos polegares, rádio curto, subluxação da cabeça do rádio, autossômica
recessiva
D. Síndrome de Baller-Gerold: craniossinostose, mão torta radial bilateral, polegar ausente/hipoplásico, autossômica recessiva
E. Síndrome de Rotlunund-Thompson: alterações de idade prematura da pele, catarata juvenil, cabelo esparso acinzentado, ausência de
polegares, mãos tortas radiais , diplasia de joellio ocasional (ver síndrome Progeria)
F. Síndrome de Duane-displasia radial : movimentos oculares anormais: incapacidade de abdução e retração do cristalino com adução do
globo ocular, hipoplasia radial e do raio do rádio, anomalias vertebrais, malformação renal, autossômica dominante (ver variantes de
KJippel-Feil)
G. A síndrome de IVIC (Instituto Venezuelano de Investigações Cientificas): deficiência do raio do rádio, polegar ausente ou hipoplásico e
mão torta radial, deficiência auditiva, movimentos anormais dos músculos extraoculares com estrabismo, autossômico dominante
H. Síndrome de LARD OácrinlO-aurículo-radial-dental; Levy-Hollister): ausência das estruturas lacrimais, orelhas protuberantes, hipoplasia
radial e do polegar, dentes anormais, autossômico dominante
r. Defeitos radiais com anomalias de orellias e disfunção do par craniano VII
J. Hipoplasia radial , polegar trifalangeano, hipospádia, dias tema ou incisivo maxilar central, autossômica dominante
V. Síndromes com escoliose congênita
A. Associação de VATER
B. Síndrome de Goldenhar (displasia oculoauriculovertebral)
C. Síndrome de KJippel-Feil
VI. Aplasia radial e aberrações cromossômicas
VII. Síndromes com retardo mental
A. Síndrome de Seckel (nanismo-cabeça de pássaro): microcefalia, protrusão do nariz como bico, retardo mental, polegar ausentei
hipoplásico, luxação bilateral do quadril
VIII. Embriopatia por talidomia (de interesse histórico, embora 60 % apresentavam mão torta radial)
Reproduzido com permissão de Goldberg MD: The Dysmorphic Child: An Orthopedic Perspective. New York, Raven Press, 1987.
(p. ex., escoliose e doença cardíaca congênita). A mão torta vada de cromossômica depois da incubação com die-
radial isolada não sindrômica geralmente é um distúrbio espo- póxi-butano)86o'868. Cerca de 25% dos indivíduos afetados não
rádico859-862 . Uma lista detalhada das condições associadas à apresentam anomal.ias de redução de membros. Os achados
mão torta radial é apresentada na Tabela 12-26. associados incluem m.icrocefalia, luxação congênita do qua-
dril, escoliose, bem como anomalias cardíacas, pulmonares e
gastrointestina.is869-871. A restrição de crescimento intrauterino
Mão Torta Radial e Distúrbios é comum. Até 25% das pacientes podem mostrar algum grau
Hematológicos de deficiência mental. E reconhecido que o defeito básico
está relacionado com a inabilidade do reparo do DNA, em
A mão torta radial pode ser parte de três síndromes caracteri-
zadas por distúrbios hematológicos: p311Citopenia de Fanconi, particular do chamado DNA de ligação cruzada. Atualmente, pelo
síndrome de TAR e síndrome de Aase. menos 11 gttpos complementares (A, B, C DlIBRCA2, D2, E, F,
C, I,] e L) e oito genes associados foram identificados: FANCA,
FANCC, FANCD2, FANCE, FANCF, FANCCIXRCC9,
Anemia de Fanconi FANCL e FANCD 1 (BRCA2)873-890. Aproximadamente 200
mutações foram descritas e, entre estas, mutações no gene
A anemia (pancitopenia) de Fanconi é uma doença autos- para o complemento do grupo FA-A (FANCA) é responsável
sômica recessiva caracterizada pela associação de falência por quase 65% dos casos 872 , O diagnóstico pré-natal foi rela-
óssea medular (anem.ia, leucopenia e trombocitopenia)864 e tado diversas vezes 837,881·891. Atualmente, o teste de genética
anormal.idades esqueléticas, incluindo a mão torta radial com molecular está disponível para a análise de mutação comum
ausência de polegares, h.ipoplasia radial e frequência elevada de judeus Asquenazi FANCC e a análise de sequência para
de instabilidade cromossômica (demonstrado nas células do o FANCA, FANCC, FANCF e FANCC 892 . Para os casos em
líquido amniótico ou linfócitos feta.is com uma frequência ele- que o gene afetado e as mutações parentais não são conheci-
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL 467
I Tabela 12-27 I Defeitos do Raio Ulnar: Um Diagnóstico Diferencial da Deficiência Congênita da Ulna e do Raio Ulnar
I. Isolada: ausência não sindrômica d a ulna
11. Hipoplasia ulnar e o utras d eficiências esque léticas
A. Aplasia da u!na com a deformidade de pinça de lagosta das mãos e/ou dos pés, autossômica dominante
B. Complexo fêmur-fíbula-u!na
IlI. Sínd romes com deficiências da ulna
A. Síndrome de Cornelia-Lange
B. Síndrome de MilIer (disostose acrofacial pós-axial): ausência da ulna e do raio ulnar e ausência do quarto e do quinto dedos dos pés ;
hipoplasia mandibulofacial de Treacher-Collins, autossômica recessiva, distinguir da disostose pré-axial acrofacial de Nagar
C. Síndrome ulnar-mamária de PalIister: hipoplasia da u!na e do raio ulnar; hipoplasia da mama e ausência das glândulas sudoríparas
apócrinas, autossômica dominante
D. Síndrome de Pillay (displasia oftaimomandibulomélica): ausência do terço distal da ulna, ausência do olécrano, hipoplasia trodear e
proxirnal do rádio, fusão das articulações interfalângicas nos dedos ulnares, displasia de joelho, opacidades da córnea, fusão de articulações
temporomandibulares, autossômica dominante
E. Síndrome da oligodactilia de Weyer: deficiência da u!na e do raio u!nar, tecido antecubital, esterno curto, rins e baço malformados, fendas
labial e palatina, esporádica
F. Síndrome de Schnizel: ausêncialhipoplasia do quarto e quinto metacarpos e das falanges, hipoplasia da genitália, atresia anal, autossômica
dominante
G. Nanismo mesomélico, tipo de Reinhardt-PITeifer (displasia u!no-fibular): displasia óssea generalizada, embora com uma desproporção entre
a ulna e a fl'bula, autossômica dominante
H. Nanismo mesomélico, tipo de Langer: displasia óssea generalizada, embora com aplasia da ulna distal e proxirnal da fíbul a e hipoplasia
da mandíbula
Reprod uzido com a permissão de Goldberg MD: The Dysmorphic Child: An Orthopedic Perspective. New York, Raven Press, 1987.
dos (p. ex. , no caso de anormalidade radial identificada ao trifalangeais são uma característica de várias disostoses ósse-
ultrassom, embora com histórico familiar negativo), os estu- as e síndromes de malformação. Podem ocorrer, também,
dos de quebra cromossômica após a exposição aos agentes em rara associação com outros defeitos, e juando isolados,
para o DNA de ligação cruzada885'887, ou o parâmetro de geralmente constituem anomalias, familiares 20. O diagnósti-
célula única em citotometria de fluxo das células de cultura co diferencial inclui a síndrome de Holt-Oram, síndrome de
do líquido amniótico, ou a citometria de fluxo bivariada das Diamond-Blackfan921,922, anomalias cromossômicas e síndro-
células de cultura do cordão umbilical 893 têm sido utiliza- me da hidantoúla fetal_
dos para o diagnóstico pré-natal. A razão para a utilização
da citometria de fluxo para testar a anemia de Fanconl é
a hipersensibilidade destas células aos agentes alquilantes Síndrome de Holt-Oram
resultando em elevação da fase G2 de frações de células em
A sÚldrome de H olt-Oram é um distúrbio autossômico
casos positivos 893
dominante caracterizada por doença cardíaca congênita (prin-
cipalmente defeito do septo atrial, tipo secundum, e defeito do
Síndrome de Trombocitopenia com septo ventricular)207,921,92:J-926, aplasia ou hi;oplasia do rádio,
Ausência de Rádio e polegares trifalangeais ou ausentes 927,92 . Os defeitos são
frequentemente assimétricos, com o lado esquerdo sendo mais
A síndrome de TAR é um distúrbio autossômico recessivo afetado do que o lado direito. Não há correlação entre a
por dade do defeito do membro com as anomalias cardíacas 9,930.
abaIXO de 100.000 /mm3) e ausenCla bilateral de radio 95·8 8. Os Além disso, indivíduos apresentam somente a anoma-
polegares e os metacarpos sempre estão presentes_ O úmero lia esquelética 32 Outros achados incluem hipertelorismo e
e a ulna podem estar ausentes, e podem ocorrer deformi- anomalias de caixa torácica e vertebrais93 1-934. Essa condição
dades da inserção dos pés. A doença cardíaca congênita foi diagnosticada pelo US2D e US3D 93 1,935-939. A síndrome de
está presente em 33% dos casos (p. ex. , tetralogia de Fallot Holt-Oram é causada por mutações no gene TBXS939.940, e o
e defeitos septais). O parto por cesárea é recomendado, diagnóstico desta condição pré-implantação tem sido feit0 94 1.
pois estes fetos apresentam risco de hemorragia intracrania- A síndrome do membro superior-cardiovascular descrita por
na 899 ,900. A TAR foi diagnosticada in ulero adequadamente Lewis el aI. é uma entidade provavelmente não separada da
várias vezes899.914 . síndrome de Holt-Oram942.
Associação de VATER
A associação de VATER é o resultado de um defeito de
desenvolvimento mesodérmico durante a embriogênese antes
do 35° dia de Os achados típicos são defeitos
de segmentação vertebral (70%) , atresia anal (80%), fístula
traqueoesofágica (70%), atresia de e defeitos e
renais (65% e 53%, respectivamente)948. Outras anomalias
incluem a artéria umbilical única (35%) e doença cardíaca
congênita , ocorrendo próximo de 50% das pacientes950'955 .
A associação de VATER ocorre esporadicamente, embora
a recorrência em um irmão tenha sido documentada 953 O
diagnóstico pré-natal foi relatad066.955.965.
Síndrome de Goldenhar
A síndrome de Goldenhar é caracterizada pela microssomia
hemifacial, anomalias vertebrais e defeitos radiais966'97o. As alte-
rações na morfogênese do primeiro e segu ndo arcos braquiais
resultam em hipoplasia da região malar, maxilar ou mandi-
. . e anom,aloIaS
bu Iar: nucrotla; I _e oro farmgeas
' 970·9i5 . O
diagnóstico pré-natal foi relatad09/2.9/1.9/9
Síndrome de Klippel-Feil
A síndrome de Klippel-Feil é caracterizada pela fusão de
qualquer de duas vértebras, resultando em encurtamento
do pescoço, baixa linha de implantação posterior do cabelo,
e mobilidade restrita da porção superior da coluna. Podem
estar presentes outras anomalias associadas graves, incluindo
espinha bífida, fenda labial, anormalidades de costelas, dis-
túrbios pulmonares , doença cardíaca congênita e anomalias
de membros 980 . A síndrome de Klippel-Feil não tem sido FIGURA 12-45. Síndrome fáscies incomum - hipoplasia femora!.
diagnosticada no pré-natal. Note a ausênci a do fêmur esquerdo e somente uma porção fina do
osso calcificado no lado direito . Há fusão parcial da tíbia e fíbula. De
in teresse , é a presença de polidactilia pré-axial (setas) nos pés .
Outras Condições Associadas à Mão
Torta Radial
A mão torta radial também foi relatada em associação a várias
central (Tabela 12-16). A polidactilia pós-a;{ial ocorre no lado
anomalias cromossômicas, incluindo tlissomia do 18 e 21,
ulnar d a mão e lad o fibular do pé98i'989 A polidactilia
deleção do braço longo do cromossomo 13 e formação de
anel do cromossomo 4868.981.982. pré-axial está presente do lado radial da mão e lado tibial do
pé (Fig. 12_45 )990. A polidactilia central cons iste em um dedo
Alguns distúrbios apresentam anormalidades craniofaciais
extra que, geralmente, está escondido entre o dedo médio e o
e deformidades de mão torta radial . Estas condições são es- dedo
porádicas e apresentam características comuns que to rnam o
Evidência em modelo de ratos sugere que muitos tipos de
diagnóstico pré-natal limitado. A anomalia craniofacial mais
polidactilia envolvem a via lIedgelLOg, tanto direta quanto indi-
comum é a fenda labial e palatina. O estudo de Uuspaa de
retamente. De modo específico, a mutação no efetor baixo do
3.225 casos com fenda orofacial demonstrou a associação de Shlun e GLI3 resulta em vários fenótipos de polidactilia, as
2.8% com defOlmidades da extremidade superior983 mais leves correspondem a polidactilia pós-a,'-úal tipo I e a f!oli-
dactilia pré-ax.ial tipo IV (ou cefalopolisindactilia de Creig)·' . A
Mão Torta Ulnar polidactilia pós-axial tipo I é aproximadamente 10 vezes mais
frequente na raça negTa do que na branca, e é caracterizada por
Geralmente, a mão torta ulnar ocorre como uma forma iso- um dedo extra que é bem-desenvolvido e articula com O quinto
lada. não sindrômica. As sÚ1dromes que apresentam a mão dedo ou um metacarpo/metatarso A cefalopolisindac-
torta ulnar como parte de seu fenótipo (p. ex., síndrome de tilia é caracterizada por uma polissindactilia pré ou pós-axial de
Poland) estão descritas na Tabela gTaus variáveis, bossa frontal e hipertelolismo 5 As malforma-
ções mais graves são encontradas na sindrome de Pallister-Hall,
Polidactilia que é caracterizada por hamartomas hipotalâmicos, anomalias
craniofaciais, polissindactilia e defeitos
A polidactilia é a presença de um dcdo adicional (Fig. Embora a maioria dos casos de polidactiJia seja isolada e
12_25)98.>.986 O dedo extra pode variar de um broto de tecido com herança autossômica dominante, a polidactilia constitui
até um dedo completo que apresenta controle de flexão e um u'aço fenotípico em 119 distúrbios (97 sindrômicos e 22
extensão (Figs . 12-39 e 12-40). A polidactilia pode ser clas- não sindrômicos), 39 das quais causadas por mutações em
sificada como pós-axial (a forma mais comum), pré-axial, e genes conhecidos e 16 estão mapeados para um locus no geno-
SISTEMA MU SCULO ESQU ELÉT ICO FETA L 469
I Tabela 12- 28 I Distúrbios de Desenvolvimento do Sistema Motor em Todos os Níveis. Resultando em Imobilização
Distúrbios do desenvolvimento do sistema neuromuscular
Perda das células do corno anterior
Doença radicular com proliferação do colágeno
Neuropatia periférica com neurofibromatose
Miastenia congênita
Miastenia neonatal (miatenia gravis materna)
Amioplasia congênita
Distrofia muscular congênita
Doença do mkleo central
Distrofia miotônica congênita
Miopatia por acúmulo de glicogênio
Distúrbios do desenvolvimento do tecido conjuntivo ou doença do tecido
Distrofia do tecido conjuntivo muscular ou articular
Defeitos articulares por displasia mesenquimal
Aumento da síntese do colágeno
Distúrbios de desenvolvimento da medula ou doença medular
Hemorragia espinhal epidural congênita
Duplicação congênita do canal espinhal
Distúrbios do desenvolvimento do cérebro (p. ex., porencefalia ou doença cerebral)
Encefalopatia congênita
ma 995 . A poEdactilia central freque?temente_ é bilat;ral e fode ciada à Al\1C I020 . Foi, relatado, também, que anticorpos ma-
estar assoCIada a outras malformaçoes de ma os e pes991'99 . Po- ternos específicos para o receptor da acetilcolina fetal resultam
rém, a polidactilia pré-axial, especialmente quando o polegar em Al\1C sem evidência de miastenia gravis materna lO2 I. 1023.
trifalangeano está presente, é mais provável que faça parte de Além disso, o plasma de mães de fetos com AMC, quando
uma síndrome. injetados, em ratas grávidas, causa deformidades na geração
atual 1023. O padrão de herança da Al\lIC depende de causa
específica lO24. Em uma série de 350 casos, H all l025 verificou
Artrogripose que 46% destas correspondiam às síndromes sem risco de
o termo artrogripose múltipla congênita (AMC) se refere a recorrência, 23% estavam correlacionadas com distúrbios de
múltiplas contraturas articulares presentes ao nascimento em padrão mendeliano (autossômica dominante, autossômica re-
um esqueleto intacto996·999 A condição está presente em 3 por cessiva ou ligada ao X), 20% apresentavam causa desconhe-
10.000 nascidos vivos999.1000. cida, 6% estavam associadas a causas ambientais, 3% eram
O movimento normal do feto entre 7 e 8 semanas de gesta- cromossômicas e 2°/0 tinham origem multifatorial.
ção em diante é importante para o desenvolvimento da articu- O risco de recorrência varia dependendo da causa etiológi-
lação; limitação do movimento articular fetal leva ao desenvol- ca. Hall e Reed 1020 verificaram que em 20% das 350 pacientes
vimento de contraturas e Al\1C 1001.I002. Isto foi confirmado em não foi realizado o diagnóstico. O s autores concluíram que,
modelos animais 1003, incluindo embriões de ratos e galinhas nesta situação, o risco de recorrência seria de 4,7% se apenas
em e toxinas .do botulis- os membros estivessem afetados , 7% se o SNC se apresentasse
mo lO .1.1000, e mlOpatla 1l1duzlda pelo Vlrus coxsakle A1006 e a comprometido, e 1,4% se os membros e outras áreas fossem
secção do cordão espinhal lo07. Assim, a Al\1C é uma síndro- atingidos.
me e não um distúrbio específico. A incidência das diferentes Na maioria dos casos de AMC, as deformidades são si-
causas relatadas de Al\1C é variável na literatura. Anomalias métricas e envolvem os quatros membros (Fig. 12-46). Podem
neurológicas, musculares, do tecido e esqueléticas, ocorrer, ainda, anomalias das extremidades inferiores isoladas
além do preenchin1ento intrauterino, rodem levar à deficiência ou envolvimento bimélico. A gravidade das deformidades au-
da movimentação fetal e Al\1CIOOl.l OO . A Tabela 12-28 mostra menta distalmente no membro envolvido, com as mãos e os
uma lista de distúrbios motores que fodem levar à AMe. Em pés sendo tipicamente mais afetados.
uma série de 74 crianças, Banker100 encontrou que as causas O s achados cardinais no ultrassom pré-natal incluem au-
mais comuns de Al\1C foram os distúrbios neurogênicos, se- sência de movimento fetal no exame em tempo real e defor-
gJ.IÍdas pelos distúrbios miopáticos. Do mesmo modo, em uma midades graves de flexão 1026·10·1I. A ultrassonografia quadri-
série de necropsias de 75 fetos e recém-nascidos, Swinyard lO09 auxiliar, caracterizando melhor o
relatou os distúrbios do SNC como a causa de Al\1C em 75% no pre-natal 3. Zelop e BenacerraflO33 avaltaram o slgmficado
dos casos, seguido pelas anomalias musculares em 10% a 15%. clínico e o prognóstico das deformidades posturais e contra-
Em contrapartida, Qyinn et a/. 10 10 relataram que somente 5 de Ulras das extremidades superiores detectadas durante o pré-
21 casos de Al\1 C letal apresentaram etiologia neurogênica, natal. Entre 52 fetos com anomalias detectadas no ultrassom
enquanto que 11 foram miogênicas e em 5 tiveram a causa das extremidades superiores, 26 (59%) apresentavam aneu-
incerta. ploidias, a maioria trissomia do 18 (88% [23/26]) . Os fetos
A etiologia da Al\1C pode derivar de condições hereditá- com o cariótipo normal tinham uma variedade de condições
. 101 2·1018, asentes ll1reCCIOSOS,
nas . C ' d rogas , tOXll1as
. ,
e slI1drome do sindrômicas, incluindo três casos de artrogTipose múltipla con-
álcool fetal lo A hipertermia materna tem sido asso- gênita e um de cada da sequência de Pierre-Robin, sÚ1drome
470 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FETAL
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13
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX FETAL
Juriy W. W ladimiroff, MO, PhO , Titia E. Cohen-Overbeek, MO e Jacqueline A. M. Laudy, MO , PhO
DESENVOLVIMENTO PULMONAR
N este capítulos são os normal
e anormal dos órgãos ll1tratoraClcos, com enfase nos
pulmões e no diafragma. Cada anormalidade intratorácica
NORMAL
pode resultar em impacto, não somente no próprio órgão O desenvolvimento do pulmão humano é dividido em cinco
acometido, como também pode produzir efeito nos sistemas estágios: embrionário, pseudoglandular, canalicular, sacular
orgânicos vizinhos, tal como a hérnia diafragmática resulta e alveolar (Fig. 13-2). A transição entre os estágios ocorre
em hipoplasia pulmonar. O diagnóstico ultrassonográfico e, gradualmente, e pode ser observada sobreposição conside-
recentemente, a imagem de ressonância magnética de captação rável de um estágio para o próximo, e também entre áreas
rápida (RJ\1) constituem os principais métodos de detecção diferentes do pulmão e entre idades gestacionais e indivíduos
das patologias fetais intratorácicas. Qlando forem necessárias variáveis 6 .
imagens adicionais, o papel da RM e do ultrassom 3D na Durante o estágio embrionário, o pulmão surge como um
elucidação da anatomia intratorácica normal e nas condições divertículo da porção final caudal do sulco lalingotraqueal do
patológicas será discutido. intestino anterior no final da quarta semana. Durante as pró-
xÍl11as poucas semanas, este divertículo cresce gradualmente
no sentido caudal para formar a traqueia primitiva. O final do
divertículo é dividido cm dois sacos, os brotos pulmonares .
PULMÃO FETAL Pelo final da sexta semana, todos os segmentos broncopul-
monares estão fornlados. Durante o estágio pseudoglandular,
O diagnóstico pré-natal das anormalidades fetais de origem os condutos aéreos são formados pelas repetidas dicotomias
pulmonar baseia-se nos achados ultrassonográficos do espaço dos ramos resultando em uma árvore de túbulos delineados
ocupado pelas lesões l. O pulmão normal apresenta ecoge- por epitélios estreitos e espessos. Por volta da 163 semana de
nicidade moderada, que pode variar do hipoccogênico ao gestação, a árvore traqueobronqueal está formada. Durante
isoecogênico e ao hipercogênico, quando comparado com o estágio canalicular (16-28 semanas), a estrutura básica da
o fígado adjacente (Fig. 13-1)2. As lesões pulmonares fetais porção de troca gasosa do pulmão é formada e vascularizada.
devem ser distinguidas das massas extrapulmonares, como No início do estágio sacular (28-36 semanas), as vias aéreas
hérnia diafragmática, em que estômago, intestino e fígado terminam em uma estrutura cilíndrica de parede lisa e são sub-
podem estar presentes no interior do tórax. Enquanto a mal- divididas por sulcos, formando as cristas. As cristas invadem
formação adenomatosa cística do pulmão congênita (MACP) o interior dos sáculos. O resultado final do estágio sacular é o
é caracterizada por uma imagem cística ou massa sólida rápido aumento na troca gasosa do pulmão e o afinamento do
hiperecogênica, o sequestro broncopulmonar (S BP) aparece interstício. O estágio alveolar (36 semanas-termo) é caracteri-
como massa sólida hiperecogênica uniforme bem-defmida, zado por adelgaçamento rápido da barreira sanguínea gasosa,
situada na maioria dos casos na base do pulmão esquerd0 3 . aumento da produção de surfactante e ramificação progressiva
Com base no conceito que cada unidade embrionária do pul- das vias aéreas respiratórias.
mão inclui um broto bronquial suprido por um plexo capilar O crescimento e o desenvolvimento pré-natal dos vasos
sistêmico derivado da aorta primitiva e contendo um pequeno sanguíneos estão intimamente ligados ao da árvore brônquica.
ramo da artéria pulmonar, Achiron el al. 4 tentaram agrupar as O sexto arco brônquico aparece aproximadamente na S" se-
lesões pulmonares de acordo com (1) presença/ausência do mana e se desenvolve no u-onco principal da artéria pulmonar
pulmão; (2) pulmão normal/anormal; (3) suprimento vascular com os ramos direito e esquerdo durante as próximas semanas
normal/anormal. Este sistema agruparia as lesões pulmonares restantes do período pseudoglandular. Pela 7a semana de ges-
congênitas em um dos cinco grupos de displasias. Embora o tação, o padrão adulto dos vasos, conectando o coração e os
conceito seja intrigante, também pode levar à confusão em pulmões, está estabelecido. As conexões do Buxo sanguíneo
um tópico já complexos. Este capítulo adere aos sistemas mais arterial e venoso do coração e da artéria pulmonar normal
convencionais de classificação. estão ilustradas na Figura 13-3. As artérias e as veias pulmona-
493
494 AVA LI A ÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX FETAL
HIPOPLASIA PULMONAR
A hipoplasia pulmonar é defmida como um defeito ou desen-
volvimento incompleto do pulmão resultando em uma redu-
ção geral do seu tamanho devido à redução do número ou
tamanho dos ácinosl 2 Como a incidência de hipoplasia pul-
monar encontra-se em 1,1 para l.000 nascidos vivos e a taxa
de mortalidade conespondente de mais de 50%, a rupoplasia
pulmonar fetal é uns dos maiores desafios diagnósticos 13.
Esta é encontrada em mais de 10% das neuropsias neonatais
e ocorre em associação a ouU-as malformações, mais comu-
mente : hérnia diafragmática con?ênita, displasias esqueléticas
e anormalidades renais graves 1 ,14. A avaliação precoce do
volume pulmonar adequado utiliza a aparência subjetiva da
caixa torácica, a medida da circunferência torácica fetal (CT)
(Tabela 13-1) e a relação entre a circUJúerência torácica e a
circunferência abdominal (CA) (relação circunferência torá-
cica/circunferência abdominal) (Fig. 13-5) 15. 16. Estas medidas,
obviamente, correspondem somente à avaliação indireta do
volume pulmonar fetal . Na realidade, inicialmente, o tamanho
do pulmão fetal foi estimado pelas imagens ultrassonográficas
bidimensionais (US2D). As medidas incluíram a área pul-
monar, circunferência pulmonar e diâmetro/comprimento do
pulmão I7-21 . O comprimento do pulmão foi estabelecido em
um plano através do eixo longitudinal do tórax da porção
FIGURA 13-1 . Plano ultrassonográfico coronal levemente angulado superior do esterno até o nível do diafragma ou a superfície
no final do segundo trimestre de gestação demonstrando os pulmões inferior do coração l6 ou do ápice a base do pulmão l9. Outros
normais (Lu) levemente ecogênicos com relação ao fígado (Li). O estudaram a relação da área do pulmão com a circunferência
músculo diafragma (setas) hipoecoico é iden tificado de um lado. cefálica (AP/CC) 22, comprimento do pulmão com circunfe-
rência torácica23 e comprimento do pulmão multiplicado pela
largura da circunferência cefálica24, particularmente nos casos
de hérnia diafragmática congênita (Fig. 13-6). Destes dados,
res podem ser vistas utilizando a imagem de fluxo do Doppler parece que nenhum destes parâmetros biométricos é bastante
colorido (Fig. 13-4). confiável para predizer a hipoplasia pulmonar com precisão.
O circuito vascular pulmonar in utero é de alta resistência, A ultrassonografia 3D permitiria a avaliação e a coneção
alta pressão e sistema de baixo f1ux0 7. No feto, a troca de gás das irregularidades da superfície 25 . A abordagem 3D mais
normal ocorre na placenta, sendo que o fluxo sanguíneo pul- convencional envolve o delineamento por meio de um plano
monar é baL'(o, meramente suprindo as necessidades nutricio- de amostra multiplanar enquanto demarca os pulmões em
nais fara o crescimento pulmonar e algumas funções metabó- um plano diferente. De forma alternativa, a técnica VOCAL
licas . Nos fetos humanos, o débito cardíaco total suprindo (Virtual Organ Computer-Aided Analysis , General Eletric
os pulmões aumenta de 13% na 20" semana para 25% na 30" medical systems) permite o cálculo do volume sobre um eL'(o
semana e se mantém constante durante o resto da gestaçã09.
Isto implica que o fluxo sanguíneo pulmonar aumenta e a sua
resistência vascular diminui com o avançar da gestação. Alveolar
O desenvolvimento do pulmão fetal incorpora a combi-
Sacular
nação de dois processos: crescimento e maturação pulmonar,
que estão relacionados, embora pareça ser separadamente Canalicular
controlados. A quantidade de líquido amniótico normal é Pseudoglandular
importante para o crescimento do pulmão fetal 10 . O liquido
Embrionário
intrapulmonar fetal é formado por transporte ativo através do
epitélio pulmonar para dentro do lúmen traqueobrônquico,
onde este estabelece pressão positiva dentro do pulmão em o 10 20 30 40
desenvolvimento. O volume de líquido pulmonar e a pressão Semanas de gestação
imrau-aqueal são mantidos dentro de uma variação bastan-
te precisa pela laringe, que, por meio de mecanismos desco-
nhecidos, regula o cBuxo do volume de líquido pulmonar da 25 50 75 100
traqueia para o espaço amniótico lO . O liquido pulmonar con- A Porcentagem da gestação
tribui em aproximadamente um terço do volume de líquido FIGURA 13-2. A. Os cinco estágios do desenvolvimento pulmonar
amniótico. Os movimentos respiratórios em fetos humanos normal fetal. (De Pringle KC: Human fetal lung development and
podem ser observados pela ultrassonografia a partir de quase related animal models. Clin Obstet Gynecol 3:502, 1986.)Continua
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRAFICA DO TÓRAX FETAL 495
Epitélio
7 Células teciduais conjuntivas
;.-_ _ _ Capilares
Tecido
conjuntivo
c
B
1. Periodo pseudoglandular (5-17 semanas)
B C
"
Fibra de
elastina C C
B
C
B
2. Período canalicular (16-25 semanas)
A
B '0 C C / Epitélio escamoso
C • Flbroblastos
B
• O
3. Período sacular terminal (24 semanas-nascimento)
o
B
A. Bronquíolo terminal
B
o o I. C
Célula do /
B. Bronquíolo respiratório músculo liso "T- - - - ' -- -Capilares
C. Saco terminal
D. Alvéolos
...
Cartilagem
,;
,
- primordial
.
".
,
,• , , ,',
'\ J ., Brônquios
Brônquio
- - :::--=:-.. ::.. . ;. . :;:.......- Bronquiolo
respiratório
Alvéolo
primordial
Bronquiolo
Brolo do respiratório
bronquiolo
Epitélio
cubo ide
Tronco do
brônquio
Ducto
alveolar
Capilar
Epitélio
achatado do
alvéolo
c 3 4
FIGURA 13-2 conto C. C. Fotomicrografias de cortes do pulmão em desenvolvimento. 1. Período pseudoglandular, 8 semanas. Observe a
aparência glandular do pulmão neste estágio . 2. Período canalicular, 16 semanas . O lúmen do brônquio e os bronquíolos estão aumentados.
3. Período canalicular, 18 semanas. Note que muitos vasos sanguíneos estão se desenvolvendo no mesênquima ao redor das seções dos
brônquios e dos bronquíolos terminais. 4. Período sacular terminal, 24 semanas. Observe a parede fina dos sacos terminais (alvéolo primitivol
que se desenvolveram no final dos bronquíolos respiratórios. Observe, também, que o número de vasos sanguíneos aumentou e que alguns
destes estão associados mais proximamente aos sacos terminais ou alvéolo primordial. (De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K Color Atlas
of Clinicai Embryology, 2nd ed. Philadelphia, WB Saunders Company, 2000.)
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX FETAL 497
Átrio esquerdo
Veia cava inferior
FIGURA 13-3. Circulação pulmonar. As veias e as artérias pulmonar direita e esquerda e ramos capilares estão ilustradas. (De Brashers VL:
Structure and function of the pulmonary system. In McCance KL, Huether SE [eds[: Pathophysiology: The Biologic Basis for Disease in Adults
and Children. St. Louis , Elsevier, Mosby, 2006. )
LHR = A x B (mm)
HC (mm)
A
Circunferência cefálica
B
FIGURA 13- 6. A. Ilustração diagramática do método de medida para a relação pulmão para polo cefálico (PPC) em um feto com hérnia
diafragmática congênita. A medida do pulmão direito (em caso típico de hérnia diafragmática congênita) utiliza um plano axial transverso do
tórax fetal no nível do corte de quatro câmaras do coração fetal. Plano de seção deve ser simétrico de modo que somente uma costela pode
ser vista de cada lado. A medida em milímetros (mm) é realizada da aorta torácica na borda interna da parede torácica (A ) . A outra medida,
também em mm , é feita em um plano perpendicular à primeira medida, da parede externa do átrio na porção interna da parede posterior do tórax
(B). Estas duas medidas são multiplicadas uma pela outra e divididas pela medida da circunferência cefálica também em milímetros. (De Roy A.
Filly, MD San Francisco , CA. Ilustração de James A. Cooper, MD , San Diego CA.) B. Ultrassonografia transversa axial de um feto com hérnia
diafragmátic a esquerda congênita. Os dois diâmetros (setas) utilizados na medida da principal área do pulmão direito estão demonstrados.
500 AVALIAÇÃO UlTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX FETAL
que o oligo-hidrâmnjo grave e prolongado. particularmente que o pico de veloódade sistólica (PVS) da onda da velocidade
durante a fase canalicular do desenvolvimento puhnonar, pode do fluxo da artéria pulmonar proximal está reduzido em casos
causar o atraso ou mesmo a inteITupção do desenvolvimento de hjpoplasia pulmonar letal (Fig. 13-9)38. Apesar disto, como
vascular pulmonar, resultando em volume pulmonar reduzido teste lllÚCO, não tem demonstrado ser bastante confiável para
e aumento da resistência vascular do puJmão37. A dopplerve- a aplicação clínica. A combinação de parâmetros clúlicos (ini-
locimetria da órculação arterial do pulmão tem demonstrado óo, duração e grau de oligo-Iúdrâmlúo) e biométricos (relação
tórax-abdome) e Doppler (PVS na artéria pulmonar proxi-
mal) demonstram um valor preditivo positivo de 100% com
precisão global de 93% e sensibilidade de 71 %39 . Novamente,
a importância clúúca deste teste combinado é limitada devido
à restrição de se obter todos os componentes necessários e de
sua baL'la sensibilidade. Em outro estudo, foi observado que o
FIGURA 13-7. RM obtida em uma gestante de 29 anos de FIGURA 13-8. Mulher de 26 anos com 24 semanas de gestação.
idade com 30 semanas de gestação em que o ultrassom pré-natal O exame ultrassonográfico detalhado demonstrou uma hérnia
detalhado detectou tórax e abdome fetais normais; RM foi realizada diafragmática congênita à esquerda. Um exame de disparo único
devido à suspeita de acretismo placentário. Um disparo único de RARE ponderado em T2 (TR /TE = de seção de 4 mm do
rápida aquisição com intensidade de relaxamento (imagem RM pulmão fetal ilustra a técnica de planimetria do pulmão. A borda
ponderada em T2 8 /90, seção de 4 mm) do tórax e abdome fetal do pulmão foi traçada para calcular o volume pulmonar para esta
mostrou os pulmões (setas) com sinal de intensidade elevada. O seção. A área transversal do pulmão direito está sendo medida. O
uso desta sequência facilitou a identificação dos pulmões e da sua pulmão esquerdo não é visível, e o hemitórax esquerdo contém alças
planimetria. (De Williams G. Coakley FV, Oayyum A , et ai: Fetal herniadas e estômago (asterisco). (De Coakley FV , Lopoo JB, Lu Y,
relative lung volume: Ouantification by using prenatal MR imaging et ai: Normal and hypoplastic fetal lungs: Volumetric assessment with
lung volumetry. Radiology 233:457 , 2004.) prenatal single-shot rapid acquisition with relaxation enhancement MR
imagining. Radiology 216: 107 , 2000.)
Normal
cm/s Hipoplasia pulmonar
80 - cm/s
60-
40 -
20 -
0-
-20 - _0,5s_
- 0,55_
FIGURA 13-9. Velocidade de fluxo da onda da artéria pulmonar proximal do feto durante o desenvolvimento pulmonar normal (esquerda) e
em um caso de hipoplasia pulmonar (direita) na semana de gestação. Observe a redução da velocidade e a característica de ponta dupla do
componente sistólico do segundo exemplo. (De Laudy JA , Gaillard JLJ, van der Anker JN , et ai: Doppler ultrasound imaging: A new technique
to detect lung hypoplasia before birth 7 A case report. Ultrasound Obstet Gynecol 7: 189, 1996.)
AVALIAÇÃO ULTRASS ONOG RÁFICA DO T ÓRAX FETAL 501
aumento do índice de pulsatilidade (IP) na circulação arterial power Doppler permite a avaliação do suprimento vascular
pulmonar foi observado em um número substancial de fetos destas A história natural da MACP é imprevisível
que desenvolveram hipoplasia De interesse, é a com relação ao seu crescimento ou regressão. Esta última
não reatividade do padrão de fluxo da artéria pulmonar pro- ocorre em aproximadamente 15% dos casos e pode ser devida
ximal durante a exposição da respiração materna, com a más- à descompressão dentro da árvore traqueobrônquica, redução
cara com ar oxigenado de 60%. Este teste, com VPP de 79%, do suprimento sanguúleo ou torção ao redor do pedículo
sensibilidade de 92% e especificidade de 82%, parece bastante vascular com infart05,!.55. Por sua vez, o desenvolvimento de
promissor. Uma abordagem diferente foi obtida por Fuke eI hidropisia fetal deve ser considerado como um sinal de imi-
al. que verificaram a relação do tempo de aceleração/tempo nência de óbito fetal (Fig. 13-12).
de ejeção na forma da onda da velocidade do fluxo arterial
pulmonar fetal reduzida na presença de hipoplasia pulmonar.
Se recentemente, a US 3D, a RNI e a US Doppler produzirem
um teste que seja clinicamente mais simples e confiável, ainda
não está claro.
MALFORMAÇÃO ADENOMATOSA
CíSTICA DO PULMÃO
A MACP é um hamartoma benigno ou tumor displásico
caracterizado pelo excesso de crescimento dos bronquíolos
terminais com redução do número de Estas mal-
são raras, com incidência de 1 em 5.000 nascidos
. A MACP se desenvolve durante o período pseudo-
glandular (7-16 semanas), que é caracterizado pela expansão
dos condutos das vias aéreas e túbulos periféricos pulmona-
res que ramificam e formam brotos , resultando em túbulos
acinares. Ocorre a vascularização do mesênquima periférico
pulmonar bem como o fechamento da cavidade pleural e
O componente cístico da MACP é delineado por
epitélio respiratório. Geralmente, há comunicação com a árvo-
re traqueobrônquica nornlal e vasculalização da artéria pul-
Foi sugerida uma possível interação gênica (HOX
B-5; FGF-7; gene PDGFB) com a Em geral, a
MACP é unilateral e lobar. Nos anos de 1970, Stocker et al. 12
classificaram os tipos mais comuns de MACP em três catego-
rias: tipo 1, em que há um cisto grande e predominante (3 a
10 cm de diâmetro), comprimindo o parênquima normal; tipo
2, composto de múltiplos cistos (0,5 a 2,0 cm de diâmetro)
de distribuição uniforme e se misturando com o parênquima
normal adjacente ; e tipo 3, tipo sólido ou de cistos pequenos.
l\1ais recentemente, dois subtipos adicionais foranl acrescenta-
A
dos na classificação; tipo O, também conhecido como displasia
acinar, ou agenesia com tecido que consiste em estruturas
como brônquios e o tipo IV consistindo em cistos periféricos
grandes de ácinos distais delineados predominantemente por
células do tipo alveolar. Com esta classificação, Stocker 12
propôs que a desigllação da MACP deveria ser mudada para
malformação das vias aéreas congênita do pulmão (MVCP),
considerando o fato que só três dos cinco tipos são císticos e
apenas o tipo 3, adenomatoso. Adzick 50 propôs a classificação
pré-natal da MACP com base no ultrassom. Nesta classifica-
ção, a MACP é macrocística ou microcística. As lesões macro-
císticas contêm cistos {micos ou múltiplos que apresentam diâ-
metro igual ou maior que 5.0 cm e, assim, são distinguíveis no
ultrassom, sendo o seu prognóstico frequentemente favorável
(Fig. 13-10). As lesões microcísticas parecem massas hipereco-
gênicas sólidas com base em várias interfaces acústicas (Fig.
13-11). Dependendo do tamanho destas lesões, pode ocorrer
compressão esofágica, resultando na deglutição do líquido
fe tal e slIbseclllente poli-hidrânm.io . Na RM pré-natal, a lesão
microcística se apresenta como uma imagem de peso T2 hipe- B
rintensa e homogênea comparada com os pulmões normais 5 1.
FIGURA 13-10. MACP macrocística, A. MACP macrocística com
Os macrocistos podem ser demonstrados da RM 52 . Podem
cistos pequenos a moderados. É identifi cado, também , o tecido
ser identificadas alterações na posição torácica de outros lobos hiperecogênico característico ao redor da MACP microcística. B. MACP
pulmonares , medias tino e estruturas cardíacas 53 . O ultrassom macrocística com três cistos grandes adjacentes ao coração (H).
502 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO TÓRAX FETAL
FIGURA 13-11. Malformação adenomatosa microcística do pulmão em feto com 30 semanas de gestação em plano transversal (esquerda)
e longitudinal (direital.
SEQUESTRO BRONCOPULMONAR
O SBP representa massa de tecido pulmonar não funcionante
que não apresenta conexão com a árvore traquebrônquica
normal e é suprido por uma artéria sistênuca anômala e,
geralmente, situado nos lobos mais baixos50 Os sequestros
broncopulmonares são raros e encontrados em cerca de 1,1010
a 1,8% de todas as ressecções pulmonares 62 . São classificados
em intralobar e extralobar. Em ambas as situações , o supri-
FIGURA 13-12. Malformação adenomatosa microcística do pulmão mento sanguíneo arterial ocorre da circulação sistêmica (ramo
em feto com hidropisia (ascite , setasl. da aorta) e a drenagem venosa pode ocorrer tanto pela veia
pulmonar (intralobar) como pela veia sistêmica (extralobar)-!6.
O SBP é responsável por 75% de todos os casos de sequestro
pulmonar63 . A variedade intralobar consiste em um segmento
A quantificação da MACP pode ser avaliada pela medida anormal de tecido pulmonar que compartilha a pleura visceral
do volume do tumor e pela divisão deste volume pela circun- que recobre o pulmão normal. O SBP intralobar raramente
ferência cefálica para a idade gestacional padrão'6 A maio- tem sido relatado no diagnóstico pré-natal. O SBP extralobar
ria dos casos de MACP diaonosticados durante o pré-natal consiste em um lobo acessório discreto de pulmão com a sua
apresenta bom prog11óstico 57.5'8. Nos casos de MACP de cistos própl;a pleura de cobertura 63 .
grandes que causam deslocamento dos órgãos torácicos ao re- Esta anomalia é tipicamente encontrada no tóraJ( e no lado
dor, o tratamento pré-natal pode ser considerado por meio da esquerdo em 65% a 90% dos casos62.G4.G6 O SBP extralobar
aspiração do cisto ou pela derivação toracoamn.iótica.f3.59 . Esta também pode ser encontrado no medias tino e pericárdi062 .
pode ser mais efetiva e prevenir o acúmulo de líquido. Este Aproximadamente 10% a 15% dos sequestl'Os extralobares
procedimento deve ser considerado antes de 32 a 33 sema- são encontrados dentro ou abaixo do diafragma G.f.67. O supri-
nas de gestação, e o parto deve ser considerado a partir desta mento arterial. é sistênuco de uma artéria anômala surgindo da
idade gestacional. A MACP microcística não é acessível por aorta torácica ou abdominal 63 . A drenagem venosa geralmen-
derivação, embora na presença de hidropisia fetal possa ser te é sistênuca através da veia ázigos ou hemiázigos, ou da veia
tratada por meio da cirurgia a "céu aberto" desde que não cava superior62 .63 . O sequestro extralobar ocorre com mais
haja outras anormalidades ou alteração do cariótipo 50 . Recen- frequência em fetos masculinos que femininos com relação de
temente, foi observado que os esteroides DO período pré-na- 4:l. O SBP extralobar está associado a outras anomalias fetais
tal podem auxiliar na resolução da h.idropisia em fetos com em quase dois terços dos casos , notavelmente a hérn.Ía diafrag-
MACP. O prognóstico das várias formas de MACP frequente- mática congênita e anormalidades do intestino anterior 64.68. O
mente é determinado pelo efeito da massa sobre as estruturas prognóstico da SBP geralmente é bom: pode ocorrer derrame
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁ FICA DO TÓRAX FETAL 503
A
FIGURA 13-16. Ultrassom coronal de um feto com atresia de
laringe. Os pulmões são identificados bilateralmente, aumentados e
hiperecogênicos. O preenchimento líquido do brônquio dilatado (seta)
e a ascite (asterisco) também podem ser identificados.
Oligo-hidrãmnio
Poli-hidrâmnio
(evento tardio com
início agudo ou
subagudo)
FIGURA 13-17. Os mecanismos patológicos bem como os achados ultrassonográficos da sequência da atresia do trato respiratório superior.
(De Kassanos D, Crhistodoulou CN , Agapitos E, et ai: Prenatal ultrasonographic detection of the tracheal atresia sequence. Ultrasound Obstet
Gynecol 10: 133, 1997 .1
FIGURA 13-18. Cisto broncogênico (seta) em um plano (A) longitudinal e (8) transverso com o fluxo colorido (e) com 28 semanas de
gestação.
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14
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
Shi-Joon Yoo, MD , FRCPC e Edgar J aeggi, MD
511
512 A VALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇ ÃO FETA L
VACTREL. Anomalias de vértebras. anal. cardíaca, traqucoesofágica, renal e anomalias de membros c rádio
de baL'I{o risco quanto como um exame diagnóstico completo O exame cardíaco fetal necessita de um sistema ultrasso-
para grupos de alto risco para DCC (Tabela 14-1). A maioria nogTáfico de alta resolução com Doppler colorido e fJower Do-
dos bebês com DCC nasce de pais que não apresentam fato- ppler, onda espectral pulsátil e continua e modo M. O transdu-
res de risco identificáveis. Assim, a taxa de detecção da DCC tor é escolhido de acordo com a idade gestacional, o tamanho
depende muito da sensibilidade do ultrassom pré-natal de ras- da mãe e a quantidade de Liquido anmiótico, Geralmente, o
treamento. Os estudos iniciais para o rastreamento do cora- transdutor convexo ou setorial de 5 a 7,5 MHz é adequado
ção fe tal confiavam no corte de quatro câmaras isolado I8.19 . para o exam e entre 15 a 30 semanas. Um transdulOr de 3
Entretanto, esta abordagem mostrou ser inadequada para a MHz pode ser necessário para uma mãe obesa ou onde hou-
detecção de anormalidades de sitllJ atrial e visceral, as vias de ver poli-hidrâmnio. Este mesmo transdutor também pode ser
saída ventricular e dos grandes vasos 2 0. 21 . Deste modo, o exa- necessário depois do final do segundo trimestre. Em geral, é
me de rastreamento deve ser estendido par a a inclusão dos preferível utilizar um transdutor com a frequência mais eleva-
cortes para a determinação do SitllS, bem como dos cortes para da possível. É essencial gravar as image ns em tempo real no
a avaliação das vias de saída e dos grandes vasos 22 -24 . Pelo fato sistema de armazenamento digital.
de este exame estendido ser, além de extenso, mais complexo, A maior parte dos exames de ras treamento do coração fe-
deve ser indicado um protocolo bem-padronizado no intuito tal é a imagem em tempo real em escala de cinza do órgão e
de reduzir o tempo de exame, enquanto mantém elevado gnu de das esu-uturas vasculares por avaliação Dopplervelocimétrica
acuidade diagnóstica. das vias de enu-ada e saída dos ventrículos e grandes vasos . A
O exame cardíaco fetal deve ser realizado quando imagens identificação e avaliação da anatomia vascular também podem
adequadas podem ser obtidas para o diagnós tico na maioria ser facilitadas pela técnica de power Doppler.
dos pacientes de rotina . O período ideal do exame deve po- O ultrassom tridimensional também está disponível para a
sicionar-se entre a realização suficientemente tarde para não obtenção de imagens fetais . A sua aplicação para as anormali-
deixar de diag110st1car lesões que aparecem em fase mais avan- dades faciais e músculo esqueléticas já está bem-estabelecida.
çada e de oferecer o diagn óstico o mais cedo possível para Esta também tem sido útil para o exame cardíaco fetal (Fig.
que haja tempo hábil para os exames adicionais, incluindo o 14_1)3 1.33. Após a aquisição de dados de volume, as imagens são
estudo cromossômico e considerando as opções, se houver, reconstruídas por outras linhas em qualquer corte desejado. A
aplicáveis ao seu diagnóstico particular25 . O coração fetal pode reconstrução da imagem permite ao examinador avaliar uma
ser visuahzado por exame transvaginal desde a 9" semana de série de imagens bidimensionais em múltiplos cortes, avaliar
gestação e pelo tra nsabdominal desde a lI" semana26 . A eco- os diferentes planos profundos da anatomia intracardíaca e re-
cardiografia fetal , utilizando tanto a via transvaginal quanto a criar o conjunto de fluxo sangtl ú1eo das câmaras e dos grandes
transabdominal, antes ou com 16 semanas de gestação em fe- vasos. Esta nova tecnologia não só intensifica a habilidade do
tos de risco para a DCC, permite a distinção entre a aparência examinador na identificação da anatomia do coração normal
cardíaca normal e anormal na maioria dos casos 2i. 28 . Porém, o e complexo, como também facilita a aquisição de rotina de um
exame mais cedo é tecnicamente mais difícil e menos acurado de imagens por pessoal sem experiência. A tecnolo-
que o exame de segundo trimestre, além de algumas formas gia recente possibilita o ultrassom tridimensional em tempo
de malformação cardíaca não se tornarem evidentes no perío- real ou de quadridinlensional para a aquisição instantânea de
do inicial da gestação. Como resultado, algumas lesões de dados de volume do coração inteiro.
desenvolvimento tardio podem não ser detectáveis durante a Este capítulo é dividido em quatro partes de acordo com
avaliação precoce25.29.30. ASSin1, o exame cardíaco geralmente as patologias e as propostas de exame. Parte r, Doença cardía-
é realizado entre 18 a 22 semanas de gestação nos países onde ca congênita; Parte II, Tumores cardíacos; Parte IIr, Ritmo
o limite legal para interrupção da ges tação é até 24 semanas. cardíaco; Parte IV, Função cardíaca.
O exame mais cedo apresenta aplicação justificável para os Cada parte discute as técnicas ulrrassonográficas, os cortes-
pacientes apresentam aumento de risco para anomalias padrão básicos e a anatomia essencial, os sinais de anomalias ,
congênitas1o.26 . as opções de tratamento pré-natal e pós-natal e o prognóstico.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 513
c
514 A V ALI AÇ Ã O UL T RASSONOGRÁFICA DO CORA ÇÃO FETAL
--
Conexão atrioventricular
Conexão ventriculoarterial
Relação das grandes
FIGURA 14-2. Segmentos e junções cardíacas básicas . artérias
T écnica Ultrassonográfica,
Cortes-Padrão Básicos e Anatomia
Técnica de Imagem e Anatomia Normal
Para a avaliação estrutural, o coração é avaliado de modo Ras-
so a passo utilizando uma análise segmentar sequencial 4.35. o exame cardíaco fetal deve ser iniciado com a determinação
Nesta abordagem, considera-se que o coração apresente três da posição e orientação do feto em relação ao eixo longo
segmentos: os átrios, os ventrículos e as grandes artérias, e duas materno e a identificação do lado direito e esquerdo do feto.
conexões: ajunção atrioventricu/ar (AV) e ajunção ventriculoarterial Esta etapa pode ser rapidamente alcançada pela varredura do
transdutor em planos transversais e longitudinais do corpo
(Fig. 14-2). As etapas para a abordagem segmentar sequencial
materno. É essencial não determinar os lados direito e esquer-
i.ncluem (Fig. 14-3):
do do feto de acordo com a posição do estômago, pois este
pode estar posicionado do lado errado. Para os iniciantes,
1. Determinação da posição do coração e do si/us visceral. uma boneca pode ser posicionada no abdome materno para
2. Identificação da morfologia dos componentes de cada facilitar esta etapa.
segmento. Uma vez que os lados esquerdo e direito do feto estive-
3. Avaliação das relações espaciais entre os componentes rem definidos, o corte transverso do abdome superior deve ser
de cada segmento. obtido para a determinação do situs visceral, que consiste na
a. Relação au-ial ou situs. primeira etapa da análise da sequência segmentar (Fig. 14_4)34.
b. Relação ventricular. Deve ser salientado não iniciar o exame ecocardiográfico pelo
c. Relação das grandes artérias. coração. O corte transverso superior do abdome é o mesmo
4. Determinação das conexões entre os segmentos nas utilizado para a medida da circunferência abdominal. Neste
junções AV e ventriculoarteriais. corte, o lobo maior do fígado e a vesícula biliar estão à direita
a. Conexão atrioventricular. enquanto o estômago está posicionado à esquerda (Fig. 14-5).
b. Conexão ventriculoarterial. O plano de secção da aorta abdominal está situado no canto
5. Avaliação da malformação associada em cada segmen- anterior esquerdo da coluna enquanto que o plano transverso
to cardíaco. de secção da cava inferior está à direita. A veia cava inferior
está localizada anteriornlente em comparação com a aorta,
A abordagem segmentar sequencial pode ser obtida pelo pois o seu curso se direciona e se conecta com o átrio direito.
direcionamento contínuo do transdutor ultrassonográfico do Em uma imagem adequadamente obtida, o fígado em forma
abdome superior para o medias tino superior em cortes orto- de foice pode ser identificado atrás do estômago.
gonais ao eixo do corpo fetal e ao longo dos cortes axiais lon- O transdutor, então, é movido ao longo do eixo longitudi-
gos e curtos do coração. Durante a realização da jornada atra- nal do corpo fetal, em direção ao Rolo cefálico, para obter o
vés do coração fetal e dos grandes vasos, devem ser obtidos corte de quatro câmaras (Fig. 14-4) 8.19 . Pelo fato de o transdu-
os segui.ntes cortes básicos como um esquema-padrão para a tor ser direcionado do corte superior do abdome para o corte
avaliação anatômica completa (Fig. 14-4). de quatro câmaras, é importante seguir a veia cava inferior
em conexão com o átrio direito. No corte de quatro câmaras,
1. Corte transverso do abdome superior. o coração ocupa aproximadamente um terço da área torácica,
2. Corte de quatro câmaras. sendo que o eixo cardíaco está direcionado em 45 ± 20 graus
à esquerda do corte coronal ou sagital (Fig. 14_6)36,37. No pri-
3. Corte dos três vasos.
meiro e segundo trimestres, as câmaras cardíacas identificadas
4. Via de saída do ventrículo esquerdo.
no corte de quatro câmaras são simétricas em tamanho. O
5. Via de saída do ventrículo direito.
átrio e o ventrículo direitos se tornam discretamente maiores
6. Corte basal do eixo menor (curto). que o átrio e o ventrículo esquerdos no terceiro trimestre 38 .39 .
7. Corte do arco aórtico. O septo entre as quatro câmaras do coração consiste em três
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 515
panes: atrial, AV e ventricular (Fig. 14-6B, C). O septo AV está seio coronariano como uma pequena estrutura tubular entre
localizado entre o átrio direito e o ventIÍculo esquerdo devido o ventrículo esquerdo e o orifício da veia cava interior (ver
à valva tricúspide apresentar inserção mais apical ao septo do Fig. 14-6.F)4L. Na porção apical do ventrículo direito, um feixe
que a válvula nutral 40 . A parte central do septo atrial é o septo muscul31' chamado "banda moderadora" atravessa a cavida-
prin1Um fino e móvel (Fig. 14-6 C). No feto normal, esta parte de. Esta pode ser vista como um feixe muscular se estendendo
do septo se move em direção ao átrio esquerdo conforme o do septo até a porção parietal (Fig. 14-6B) , mas é mais vista
sangue flui do átrio direito para o interior do átrio esquerdo como massa muscular obliterando a porção apical da cavidade
através do foram e oval. As veias pulmonares são identificáveis (Fig. 14,6A e C). A inserção septal das váluvas AV e a presença
no corte de quatro câmaras. A técnica do Doppler colorido da banda moderadora constituem os dois critérios morfológi-
e power são úteis para a identificação das veias pulmonares cos mais importantes p31'a a identificação ventricular. Por sua
(Fig. 14-6E). Quando o Doppler colorido é utilizado para a vez, as diferenças no padrão trabecular entre os ventrículos
identificação das veias pulmonares, a amostra da velocidade direito e esquerdo são muito difíceis de ser determinadas no
deve ser ajustada em menos de 30 cm/segundo. Geralmente, exame ultrassonogTáfico fetal. A função das valvas tricúspide
as veias pulmonares que são identificadas no corte de quatro e nutral deve ser avaliada utiliz311do o Doppler colorido com
câmaras são as veias inferiores, que se inclinam discretamente a amostra de velocidade em 60 a 80 cm/segundo (Fig. 14-6G).
para frente em direção do áo'io esquerdo. As veias pulmona- A regurgitação da tricúspide trivial não é comum e, em geral,
res superiores estão localizadas acima e anteriormente quan- é transitória (Fig. 14_6H)42,43. Um estudo recente utiliz311do a
do comparadas com as veias inferiores e, deste modo, não técnica de Doppler colOl;do tridimensional mostrou uma re-
são identificadas no corte de quatro câmaras regular. O pla- gurgitação da tricúspide leve-moderada em 83% dos fetos no
no mais baixo através do corte de quatro câmaras mostra o início do segundo trinlestré3 . Porém, a regurgitação tricúspide
516 A VALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
Esquerda Direita
c D
FIGURA 14-6. Cortes de quatro e cinco câmaras (A-O). Três cortes diferentes de quatro câma ras e diagrama (O). As câmaras do lado direito
e esquerdo são simétricas em tamanho. As válvulas atrioventriculares apresentam inserções diferentes (pontos em A-C) com relação ao septo
com a valva tricúspide apresentando sua inserção mais apical do que a valva mitral. O ápice do ventrículo direito (RV) está obliterado em A e
C pela banda moderadora (asterisco). A banda moderadora pode ser vista como um feixe muscular distinto como identificado em B. As veias
pulmonares direita e esquerda (RLPV e LLPVI cursam obliquamente para frente assim que se conectam com o átrio esquerdo (LAI. A parte
central do septo atrial é o septo primum (setas em C). Este é fino e móvel , e se abre no átrio esque rdo. A aorta descendente (ao) é identificada
no canto esquerdo anterior à coluna.
F
E
G H
A B
c D
FIGURA 14-7. Corte dos três vasos e sua vizinhança . A-E. Cortes transversos em série do mediastino superior e o diagrama (E) mostrando
a anatomia do corte de três vasos. No seu corte mais basal (A), a artéria pulmonar (PA) principal se ramifica nas artérias pulmonar direita (R)
e esquerda (L). A cim a deste nível (BI, onde a artéria pulmonar principal continua com a aorta descendente (ao) através do dueto arterioso , os
seguintes três vasos: artéria pulmonar principal, ao rta ascendente (ao) e veia cava superior (svc) estão em sequência em linha reta da parte
anterior esquerda para a posterior direita do tórax. Os três vasos apresentam tamanho em ordem decrescente , com a artéria pulmonar principal
sendo a mais calibrosa e a veia cava superior a menor. Os brônquios direito e esquerdo preenchidos por líquido podem se r identificados no meio
do mediastino. Imediatamente acima deste nível (CI, o arco aórtico (aa) e o ducto arterioso apresentam uma confluência em forma de "V" na
aorta descendente do lado esquerdo da carina da traqueia. No nível mais crania l dos três vasos (01, o arco aórtico em forma de "salsicha" é
identificado do lado esquerdo da traquéia. Continua.
520 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
E F
FIGURA 14-7 contoF. Imagem de Doppler colorido no
corte de três vasos mostrando a confluência em forma
de "V" do arco aórtico e do dueto arterioso na aorta
descendente. G. Corte dos três vasos obtido do lado
direito do feto mostrando o timo demarcado pela linha
fina ecogênica. A ecogenicidade do timo é discretamen-
te diferente do pulmão adjacente . O timo contém man-
chas ecogênicas em forma de fuso . Note o arco venoso
ázigos no lado direito. Os aste riscos correspondem aos
brônquios principais direito e esquerdo.
G
A
B c
FIGURA 14-8. Corte das vias de saída dos ventrículos esquerdo e direito. A. Diagrama composto mostrando como os cortes das vias de saída
ventricular são obtidos no feto em posição supina e apresentação cefálica. O exame ultrassonográfico se inicia em qualquer posição do transdutor
do corte de quatro câmaras (painel a). No passo I, o transdutor é movido ao redor do tórax fetal até o septo ventricular ser visto horizontalmente
no corte de 4 câmaras (painel b). No passo 11, o transdutor é rodado de 20 a 30 graus (no sentido horário neste exemplo com o feto em posição
supina e apresentação cefálica) em direção ao ápice cardíaco até a identificação do corte da via de saída ventricular esquerda (painel c). No passo
111, o transdutor é movido para cima, em direção ao pólo cefálico, até o corte da via de saída do ventrículo direito (painel d). (Modificado com
permissão de Yoo SJ, Lee YH, Kim ES, et ai: Tetralogy Df Fallot in the fetus: findings at targeted sonography. U/trasound Obster gynecol 14:29,
1999.). 8-0. Corte da via de saída do ventrículo esquerdo e diagrama. Ambas as válvulas de entrada e saída do ventrículo esquerdo (LV) são
identificadas. O folheto anterio r da válvula mitral está na borda anterior de entrada do ventrículo esquerdo na diástole e a borda posterior da saída
do ventrículo esquerdo durante a sístole. As válvulas mitral e aórtica estão em contato di reto (asterisco). A via de saída do ventrículo esquerdo
cursa para cima e discretamente para frente. Continua.
522 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
Direita
Anterior
Posterior
Superior E
Esquerda
Dire ita
Superior
F
G
Esquerda
FIGURA 14-8 conto E-G. Cortes e diagrama da via de saída do ventrículo direito . O corte da via de saída do ventrículo direito (RV) leva para a
artéria pulmonar principal (PA) para cima e para trás. Note o cruzamento natural das vias de saída ventricular ao tronco arterial comparando as
vias de saída ventricular esquerda e direita. Ao, aorta descendente; ao, aorta ascendente; LA, átrio esquerdo; RA, átrio direito.
é difícil posicionar o septo veno-icular perpendicula.r ao feixe com o ventrículo direito, em que há descontinuidade entre as
de ultrassom . Nesta situação, o transdutor é posicionado para válvulas pulmonar e tricúspide devido à presença da crista
o ápice do coração e, então, angtliado em sentido cranial na muscular interveniente que é chamada de Clista supraventri-
direção do polo cefálico de modo que o feL"e ultrassonográfico cular ou espessamento ventriculoinfundibular. Deste modo, a
fique alinhado paralelamente ao eL"o longo do coração. Entre- via de saída do ventrículo direito consiste completamente em
tanto, esta última manobra é mais difícil do que a primeira. O um túnel muscular. O septo ventricular identificado no plano
corte da via de saída do ventrículo esquerdo demonstra, além da via de saída do ventrículo esquerdo é a parte mais anterior
desta própria visão, a via de entrada do ventrículo esquerdo, do septo ventricular quando comparado com o septo visto no
com o folheto anterior da válvula mitral demarcando os dois plano de quatro câmaras. A parte do septo ventricular que
(Fig. 14-8B-D). A válvula aórtica está em contato direto com limita a válvula aórtica é o septo membranoso, que está mais
a válvula mitral, deste modo, a via de saída do ventrículo es- envolvido no defeito do septo ventricular. Comumente, esta,
querdo não é completamente muscular. Isto está em contraste área do septo parece defeituosa pelo fato de apresentar uma
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 523
configuração curva, e o septo abaixo da válvula aórtica e a nado em decúbito lateral direito ou esquerdo. Assim, ambos
parte fina da membrana, o que torna o diagnóstico de defeito os arcos são avaliados em planos transversos (Fig. 14-7 B a F).
septal ventricular nesta região muito difícil. No corte da via Em fase avançada da gestação, o ducto arterioso pode tornar-
de saída ventricular direita, este u'ato conduz o fluxo para a se tortuoso e ser considerada a possibilidade de diagnóstico
artéria pulmonar principal para cima e para trás (Fig. 14-8E a enôneo de aneurisma do ducto al'terioso (Fig. 14-1OF).
G). Isto está em contraste com a via de saída do ventrículo es- Os dados das medidas das dimensões cardíacas e vascula-
querdo, que cursa para cima e para frente . Nos cortes das vias res maiores estão listados no apêndice.
de saída dos venu'ículos direito e esquerdo, o Buxo sanguíneo
através das válvulas aórtica e pulmonar pode ser avaliado pelo Sinais de Anormalidades
uso do Doppler colorido com a amostra de velocidade de 80 a
100 cm/segundo (Fig. 14-8C e F). A Tabela 14-2 lista as estruturas allatômicas chaves que
O corte basal do eixo curto é mais difícil de ser obtido. devem ser investigadas e os sinais que podem ser indicativos
Este plano consiste em uma visão oblíqua através do lobo de DCC em cada corte de rastrealnento,
direito do fígado e do ombro esquerdo (Figs. 14-4 e 14-9),
Qyando é obtida uma secção oblíqua au'avés destas duas es-
Corte Transversal do Abdome Superior
truturas, o transdutor é angtIlado para cima e para baixo até a
identificação de uma secção transversal da válvula aórtica con- O corte transversal do abdome superior fornece informação
tornada pelo átrio direito, venu'ículo direito, artéria pulmonar importante no que diz respeito a se o situs está normal ou
principal e artéria pulmonar direita. Este plano demonstra alterado e, se estiver assim, o padrão do situs presente. Isto é
claramente a descontinuidade entre as válvulas rricúspide e importante, pois as anormalidades do situs são precursoras de
pulmonar devido à crista supraventricular ou ao espessamen- DCC (Tabelas 14-3 e 14_4)34,57-60.
to ventriculoinfundibular separando as duas válvulas (asteriscos O termo situs visceral se refere ao padrão de disposição
na Fig 14-9A). Este corte é o melhor para a avaliação da via de dos órgãos com relação ao plallO sagital ou da linha média.
saída do ventrículo direito patente. Como visto no corte da via Há três tipos de situs viscerais denominados: situs solitus, situs
de saída do ventrículo esquerdo, a parte do septo que limita a inversus e heterotaxia (Fig. 14_11)58,61. O situs visceral geralmente
válvula tricúspide é o septo membranoso e, deste modo, pode pode ser determinado pela observação da localização do fíga-
parecer defeituoso. Depois da bifurcação da artéria pulmonar do, estômago, aorta abdominal e veia cava inferior pelo corte
principal nas artérias pulmonares direita e esquerda, a ané- transversal do abdome superior.
ria pulmonar direita cursa para a direita ao longo da parede No situs solitus, o lobo maior do fígado e a vesícula biliar são
posterior da válvula aórtica, enquanto que a artéria pulmonar identificados à direita e o estômago à esquerda (Fig. 14-5). O
esquerda continua com a aorta descendente através do ducto baço pode ser visualizado ao longo da parede póstero-Iateral
arterioso. Uma anatomia diferente, embora equivalente, pode do estômago como uma estrutura em forma de foice. A aorta
ser identificada no corte anterior direito oblíquo da via de sa- abdominal está localizada na pal'te esquerda anterior à colu-
ída do ventrículo direito (ver Fig. 14-9D). Este corte visualiza na. A veia cava infelior está posicionada mais anteriormente
os três componentes do ventrículo direito, nomeados a via de à direita e se conecta do lado direito ao átrio direito. No sitw
entrada, trabecular e a via de saída. Os três vasos tanlbém são inversus, estas relações direita e esquerda estão invertidas (Fig.
visualizados em seu plano longitudinal ou oblíquo. 14-12A). O situs inversus pode não ser detectado se não for de-
O corte do arco aórtico pode ser obtido do corte dos três finido o lado direito e esquerdo do corpo fetal no inicio do
vasos. O transdutor é movido ao redor do tórax fetal até o exame ecoeardiográfico fetal.
feixe de ultrassom ser alinhado com a secção transversa das A heterotaxia (grego, heteros [outro que] + taxis [posição])
aortas ascendente e descendente (Fig. 14_10)55,56. Os planos indica uma disposição dos órgãos que é diferente das outras
de secção das aortas ascendente e descendente são, então, allteriores, situs solitus ou inversus (Fig. 14-12B e C)61. A heterota-
vistos verticalmente no corte dos três vasos. Nesta posição, xia frequentemente tem sido designada situs ambíguos , que sig-
o transdutor é rodado 90 graus, no sentido horário ou no nifica situs incerto. Entretanto, o "situs ambíguos" não é termo
anti-horário, e o arco aórtico pode ser identificado como uma apropriado, pois a disposição dos órgãos na heterotaxia não é
configuração de "bengala doce" O corte do ducto arterioso incerta, mas Sinl complexa e de difícil definiçã034 , A heterota-
pode ser obtido de modo similar. O transdutor é movido ao xia abdominal é caracterizada pela disposição misturada dos
redor do tórax fetal até a secção oblíqua da artéria pulmonar órgãos não pal'eados. A heterotaxia está quase sempre asso-
principal e a secção u'ansversa da aorta ascendente é alinhada ciada a asplenia ou poliesplenia57.58.62'68. A heterotaxia com as-
verticalmente no corte dos três vasos. Então, o transdutor é plenia é caracterizada por um figado simétrico se estendendo
rodado 90 graus para qualquer direção e pode ser observado de um lado a outro do abdome, com o estômago em qualquer
o corte do ducto arterioso em forma de taco de hóquei. No lado (Fig. 14-12.8). Na maioria dos casos de asplenia, a veia
corte do arco aórtico, a aorta ascendente surge do centro do cava inferior e a aorta abdominal estão justapostas do mesmo
coração entre os átrios direito e esquerdo e, assim, está a al- lado da coluna, com a primeira geralmente posicionada na
gtlma distância da parede anterior do tórax. O corte do arco frente da última 62 .64,6z69,7o'. A heterotaxia com poliesplenia tam-
aórrico mostra as artérias inominada direita, carótida esquerda bém mostra uma disposição all0rmal do fígado com o estôma-
e subclávia esquerda surgindo do lado da curvatura maior do go de qualquer lado (Fig. 14-12C). Na maiOlia dos casos de
arco. Por sua vez, o arco duetal surge pouco mais anteriormen- heterotaxia com poliesplenia, o fígado apresenta um contorno
te, imediatamente atrás da parede anterior do tórax, de modo assimétrico, sendo que um dos lados é maior que o outro.
que a sua porção proximal é a artéria pulmonar principal, Esta Em 75% a 90 0/0 dos casos de poliesplenia, a veia cava inferior
apresenta um curso mais longo para trás e se conecta com a mostra uma interrupção de seu segmento SUpralTenal-infra-
aorta descendente através do ducto arterioso. Em contraste hepático e se conecta, em vez da veia ázigos ou hemiázigos,
com o arco aórtico, o al'CO ductal não origina qualquer ramo pal'a drenal' na VCS 63 ,65,69,70. A interrupção da veia cava infe-
pal'a a cabeça ou pescoço. Não é possível a identificação do rior é suspeitada qUalldo dois, em vez de um, vasos são iden-
corte dos arcos aórtico e ductal quando o feto estiver posicio- tificados na frente da coluna no corte transversal do abdome
524 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A
B
Esquerda anterior
Ombro
esquerdo
c Direita posterior
D
FIGURA 14-9. Corte basal do eixo cu rto transverso e o corte alternativo. A -C. Corte basal do eixo curto e diagrama. A secção transversa da
válvula aórtica (AV) ou da raiz da aorta ascendente (Ao) está cercada pelo átrio direito (RA). ventrículo direito (RV). artéria pulmonar principal
(PA) e artéria pulmonar direita (RPA) . Note a discontinuidade entre a tricúspide e a válvula pulmonar suprim ida (asteriscos). A via de saída do
ventrícu lo direito é amplamen te aberta. A artéria pulmonar principal se conecta com a aorta descendente (ao) pelo dueto arterioso. (D) Vista oblí-
qua direita anterior do ventrículo direito. Este corte é equivalente ao corte oblíquo do ventrículo direito da angiografia por raio X. Os três compo-
nentes do ventrícu lo direito, a parte da via de entrada, trabecular apica l e via de sa ída estão bem-identificados. Os três vasos - artéria pulmonar
principal , a aorta descendente e a veia cava superior (SVC) - estão alinhados como estes são tipicamente vistos no corte de três vasos.
B c
FIGURA 14-10. Cortes do arco aórtico e ductal. A. Composição do diagrama mostrando como os cortes do arco aórtico e ductal podem ser
obtidos em um feto em apresentação cefálica, posição supina. O exame se inicia de qualquer posição do transdutor para o corte de três vasos
(painel a). No passo I, o transdutor é movido ao redor do tórax fetal até a aorta ascendente (Ao) e aorta descendente (ao) estarem alinhadas ver-
ticalmente no corte de três vasos (painel b). No passo 11 , o transdutor é rodado 90 graus em sentido horário ou anti-horário até que o arco aórtico
possa ser identificado como uma estrutura tipo " bengala doce" (painel c). No passo 111 , o transdutor é movido de volta ao corte de três vasos e
direcionado ao redor do tórax fetal até a artéria pulmonar principal (PA) e a aorta descendente (ao) estarem verticalmente alinhadas (painel ai.
No passo IV, o tranSdulOr é rodado 90 graus em sentido horário ou anti-horário até a identificação do arco ductal que apresenta a estrutura com
a forma de taco de hóquei (painel d). (Modificado com a permissão de Yoo SJ, Lee YH, Kim ES, et aI: Tetralogy of Fal/ot in the fetus: findings at
targeted sonography. Ultrasound Obstet gynecoI14:29, 1999.18 e C. Corte do arco aórtico e diagrama. O arco aórtico surge do espaço entre os
átrios direito (RAI e esquerdo (LA), assim, a sua origem apresenta alguma distância da parede anterior do tórax. O arco aórtico origina a artéria
direita inominada ou braquiocefálica (RIAI, artéria carótida comum esquerda (LCAI e artéria subclávia esquerda (LSA). A secção transversa da
veia inominada é identificada na frente da artéria inominada direita. A secção transversa da artéria pulmonar direita (RPA) é identificada imedia-
tamente atrás da aorta descendente. Continua
526 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
o
E
F G
FIGURA 14-10 conto De E. Diagrama e corte do arco ductal. O dueto arterioso conecta a artéria pulmonar principal à aorta descendente , assim
formando um arco em forma de taco de hóquei. Como a sua parte proximal é a artéria pulmonar principal , a sua o ri gem está imediatamente
at rás da parede torácica anterior. Em cont raste com o arco aórtico, esta não origina qualquer vaso em direção ao pólo cefálico e pescoço. F e G.
Dueto arterioso tortuoso em feto de 35 semanas de gestação. O dueto arterioso tende a se tornar tortuoso com o avançar da gestação. Assim ,
pode ser confundido com aneurisma desta estrutura. A imagem do Doppler colorido (G) mostra o dueto arterioso com sinais azuis e vermelhos .
LPA, artéria pulmonar esquerda.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 527
Incidência de Doença Cardíaca Congênita superior e do tÓrax (Figs. 14-12Ce 14-13). Geralmente, os dois
Tabela 14-3
nas Várias Formas de Mal Posição Cardíaca vasos apresentam tamanhos similares, estando alinhados lado
Posição Cardiaca e situs Visceral Incidência de Defeito Cardíaco a lado ou obliquamente, com a veia ázigos ou herniázigoss
posicionada mais posteriormente. Esta relação tan1bém pode
Si/us soli/us com levocal'dia < 1% ser analisada no plano coronal. O estado esplênico pode ser
(posição cardíaca normal) avaliado pela investigação da porção póstero-lateral do estô-
Sil1JS solil1JS com > 90% mago. Na asplenia, o tecido hepático se estende posteriormen-
dextrocardia
te ao longo da curvatura maior do estômago. Na poliesplenia,
Silus 11wersus com 10%-50%
massas pequenas de tecido esplênico podem ser identificadas
dextrocardia
ao longo da curvatura maior do estômago (Fig. 14-12C). o
Silus inversus com > 95% tórax, a heterotaxia é caracterizada pela simetria nos lobos
levocardia
Heterotax.ia com isomerismo -100% pulmonares, nos ramos arteriais bronquiais e pulmonares e
direito na forma dos ápices dos átrios. A maioria dos casos de hete-
Heterotax.ia com isomerismo Maioria rotaxia e asplenia apresenta ambos os lados semelhantes ao
esquerdo lado direito normal (isomerismo direito ou lado direito seme-
lhante bilateral), enquanto que a maior parte com heterotaxia
528 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
FIGURA 14-11. Tipos de situs visceral. GB, vesícula biliar; IVC, veia cava inferior; PA , ramo da artéria pulmonar; SVC , veia cava superior.
(Ilustração de Shi-Joon Yoo, Or. , e James A . Coope r, Or.)
530 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
c
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFI CA DO CORAÇÃO FETAL 531
A B
FIGURA 14-13. Isomerismo esquerdo com interrupção da veia cava inferior. Os dois vasos grandes paralelos são identificados em frente da
coluna tanto no corte de quatro câmaras IAI quanto no coronal oblíquo 181. Isto constitui a imagem característica da interrupção da veia cava
inferior com a conexão venosa da veia ázigos ou hemiázigos. L-A , átrio do lado esquerdo; LV, ventrículo esquerdo; R-A, átrio do lado direito;
RV, ventrículo direito.
Defeito Cardiaco
Defeitos Extra-cardiacos
Má-rotação inttesunal VU'nlalmente todos Virnlalmente todos
Defeitos extracardíacos comuns Estômago parcial torácico Atresia biliar e ou pequena
(hérnia hiatal) em - 25% e ou ausente em 20%,
Anomalias urinárias 75%
discordante na junção AV é cancelada por outra conexão nexão biventricular aos ventrículos exibindo uma relação
discordante na junção ventriculoarterial e, assim, é desig- ventricular d-loop ou l-loop.
nada adequadamente de transposição corrigida congênita As conexões univentriculares (Fig. 14-15.8) são na forma
das grandes artérias. houver isomerismo direito de conexão de dupla via ou ausência de uma conexão AV,
ou esquerdo, as conexões AV não são concordantes nem resultando em ambos os án'ios conectando-se exclusivamente
discordantes. Geralmente, estas têm sido descritas como co- ou a maior pane a um ventrículo. A dupla via pode levar a
nexões ambíguas. As conexões AV no isomerismo direito uma câmara pri.ncipal de morfologia ventricular direita ou es-
ou esquerdo, contudo, não são ambígu as, mas necessitam querda ou a um ventrículo solitário ou indefinido. A dupla via
de descrição apropriada 34 . Assim, podem ser precisamente do ventrículo esquerdo é a mais comum deste tipo de via em
descritas como átrio isomérico direito ou esquerdo com co- que em geral um ventrículo direito pequeno está localizado a
532 AVALIAÇ Ã O ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
c o
FIGURA 14-14. Posição do coração normal e anormal. A. Levocardia no feto normal. Aproximadamente dois terços da massa cardíaca estão
localizados no tórax esquerdo. O eixo cardíaco (seta) está aproximadamente 45 graus no corte coronal ou sagital apontando para a direção an -
terior esquerda. B. Levocardia com rotação para esquerda do eixo cardíaco em feto com tetralogia de Fallo!. O eixo cardíaco (seta) posiciona-se
em um corte coronal e está direcionado para a parede lateral esquerda do tórax. C. Dextrocardia em feto com transposição corrigida das grandes
artérias. A maior parte da massa cardíaca está localizada no tórax à direita. O eixo cardíaco (seta) aponta para a direção anterior direita. D. Des-
locamento para a direita do coração devido à hipoplasia do pulmão direito em feto com síndrome de cimitarra. O coração está localizado no tórax
direito enquanto o seu eixo (seta) aponta para direção anterior. Quando o coração está em posição anormal secundário a patologia extracardíaca,
este é simplesmente descrito como desviado. LA, átrio esquerdo; LV, vent rículo esquerdo; RA, átrio direito; RV, ventrículo esquerdo .
534 A VALIAÇÃO UlTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
c o
FIGURA 14-16. Conexões ventriculoarterial e atrioventricular discordante Itransposição das grandes artérias corrigida congênita). A. O corte
de quatro câmaras mostra levocardia e relação I-Ioop ventricular com morfologia de ventrículo direito IRV) à esquerda e morfologia de ventrículo
esquerdo ILV) à direita. Note a inserção mais apical da válvula ventricular do lado esquerdo em relação ao septo lasteriscos). B. O corte de três
vasos mostra a relação acentuadamente anormal da grande artéria com a aorta ascendente IAo) na porção anterior esquerda da artéria pulmonar
principal (PA). Esta posição é a mais comum identificada e altamente sugestiva de transposição corrigida das grandes artérias no situs solitus.
C. Corte oblíquo anterior direito mostra a relação superior-inferior das partes dos ventrículos e a conexão ventriculoarterial discordante. A via
de saída subpulmonar lasteriscos) mostra estreitamento. D. Representação diagramática do caso. Ao, aorta descendente; d, defeito do septo
ventricular; L, artéria pulmonar esque rda; LA, átrio esque rd o; R, arté ria pulmonar direita; RA, át rio direito; SVC, veia cava superio r.
536 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
c
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
-- 537
A B
c D
FIGURA 14-18. Atresia de tricúspide com relação e conexão normal das grandes artérias. A. Corte de quatro câmaras mostra que o assoalho
muscular (asteriscos) separa o átrio direito (RA) do respectivo ventrículo direito pequeno (rv). Há um defeito do septo ventricular não restritivo
(d) entre o ventríc ulo esquerdo aumentado (LV) e o ventrículo di reito pequeno. B. Corte de três vasos mostra uma relação e tamanho normais
dos três vasos. C. Corte oblíquo sagital do ventrículo direito mostra a artéria pulmonar (PA) originando-se do ventríc ulo direito. D. Corte oblíquo
da via de saída do ve ntrículo esquerdo mostra a aorta (Ao) originando-se no ventrículo esque rd o. Ao; aorta descen dente; LA , átrio esque rdo;
SVC, veia cava supe rior .
538 AVALI AÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
tente nos recém-nascidos, o seu diagnóstico precoce é impor- to arterioso tortuoso em fase avançada da gestação também
tante. A constrição ductal é caracterizada por cardiomegalia contribui para a restrição do Buxo ductal, embora estes dados
aguda com regurgitação tricúspide, dilatação arrial c venni- ainda nccessitem ser provados em esrudo populacional mais
cular direita, e discinesia e hipertrofia do venlrículo direito. amplolOl , Deve ser considerado que o ducto arterioso pode ser
Devido à elevação da pressão diastólica ventricular direita, a pequeno, sem constrição fisiológica, quando houver redução
valva tricúspide abre pouco na diástole. O diagnóstico é rea- do Buxo sanguíneo do ventrícu lo direito para a artéria pulmo-
lizado pela documentação da aceleração do fluxo através do nar como na tetralogia de Fallot e também que o ducto arterio-
ducto arterioso estreito (Fig. 14-2 8C). Foi sugerido que o duc- so pode estar ausente na tetralog"ia de Fallot com a síndrome
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 539
A B
c
540 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A
B
FIGURA 14-22. Estenose mitral. A. Corte de quatro câmaras mostra que o ventrículo esquerdo (LV) é menor que o ventrículo direito (RV).
Os folhetos da válvula mitral estão espessados. Note que o septo atrial está encurvado em direção ao átrio direito (RA). B. Imagem do Doppler
colorido no corte de quatro câmaras mostra a aceleração do fluxo (setas) através da valva mitral. LA , átrio esquerdo.
A B
FIGURA 14-23. Síndrome do coração hipoplásico à esquerda. A. Corte de quatro câmaras mostra que o ventrículo esquerdo (LV) está muito
pequeno. O ápice do coração (seta) é formado pelo ventrículo direito (RV) . A lâmina valvular da fossa oval está abaulada para o átrio direito
(RA) devido ao shunt reverso através do forame oval. A superfície endocárdica hiperecogência do ventrículo esquerdo sugere fibroelastose
endocardlca. B e C. Continua
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 541
c
D
FIGURA 14-23 cont o Cortes de três vasos e oblíquo anterior direito
mostram uma aorta ascendente (Ao) pequena e a artéria pulmonar
principal dilatada (PA). A aorta ascendente fina pode ser traçada em
direção à válvula aórtica atrésica em C. D. Imagem do Doppler colori-
do do arco aó rtico mostra o fluxo retrógrado no arco aórtico fino. E.
Doppler espectral da veia pulmonar inferior direita mostra aumento da
onda A reversa (a). S e D são as ondas de fluxo direc ionais sistóli ca
e diastólica respectivamente . ao , aorta descendente; IVC , veia cava
inferior; LA , átrio esquerdo. SVC , veia cava superior.
E
542 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A
B
FIGURA 14-24. Conexão venosa pulmonar anômala total para a
veia inominada no isomerismo direito. A e 8. Corte de quatro câmaras
mostra que a veia pulmonar confluente (asterisco em A ) está bastan -
te próxima, embora não se conecte com o átrio . C. O corte coronal
mostra que as veias pulmonares direita e esquerda fazem confluência
com a veia vertical que conecta a artéria inominada. A veia cava su -
perior (SVC) está dilatada. Aa , arco aórtico ; LV , ventrículo esquerdo;
RV , ventrículo direito.
c
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 543
A B
c
A
B
c o
FIGURA 14-26. Coarctação da aorta isolada, A, Corte de quatro
câmaras mostra o lado direito dominante no tamanho da câmara,
A lâmina da válvula da fossa oval se abre para o át rio direito (RA),
B, Imagem do Doppler colorido em um corte idêntico mostra o shunt
esque rda-para-di reita (asterisco) através do forame oval. C, O corte
de três vasos mostra a aorta ascendente (Ao ) menor que a veia cava
superior (SVC), D, O co rte de três vasos no nível do arco aórtico mos-
tra o arco aórtico esque rdo hipoplásico, Este está muito menor que o
dueto arterioso, E. Vista do arco aórtico mostra o arco aórtico peque-
no e istmo , ao, aorta descendente; LA, átrio esquerdo; LV, ventrículo
esquerdo; PA, artéria pulmona r principal; RV, ventrículo direito,
E
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 545
A B
c D
FIGURA 14-27. Coarctação isolada de aorta com escarpa posterior. A. Corte de quatro câmaras mostra o lado direito dominante no tamanho
da câmara. B. O corte dos três vasos mostra a artéria pulmonar principal (PAI aumentada e a aorta ascendente pequena (Ao) . C. Corte axial
oblíquo através do arco aórtico e ductal mostra que o arco aórtico encontra-se muito mais estreito que o dueto arterioso . Há aceleração do fluxo
no arco aórtico. D. O corte do arco aórtico mostra o estreitamento difuso desta estrutura. Há uma indentação (seta) na parede posterior da aorta
onde o dueto arterioso faz uma confluência com o arco aórtico. Isto não é achado comum na coactação isolada no feto. LA , átrio esquerdo;
LV, ventrículo esquerdo; RA , átrio direito ; RV, ventrículo direito; SVC, veia cava superior.
da ausência da válvula pulmonar e atresia pulmonar com arté- vés do istmo aórtico pela dispersão do fluxo sanguíneo na
rias colaterais aortapulmonar maiores (MAPCA)55.JOO. malformação da veia de Galena.
As malformações arteriovenosas extracardíacas com cir- É muito importante saber que dominância do lado direito
culação hiperdinâmica, tais como a malformação de veia de também é identificada em alguns fetos com restrição de cresci-
Galeno e a malformação arteriovenosa hepática, também po- mento, bem como os que apresentam reglll-gitação tricüspide
dem causar dilatação do átrio direito e ventrículo direito. De ou conexão venosa pulmonar anômala 9 1. De fato , grau leve e
faro, a coarctação da aorta é identificada em cerca de 40% dos mesmo moderado de dominância do lado dil'eito é comum na
ausência de um defeito cal'diovascular.
pacientes com malformação da veia de Galeno (Fig. 14_29)102
A investigação pelo Doppler do fluxo através do forame
Considera-se que isto ocorra devido à redução do fluxo atra- oval patente é ütil na diferenciação diag11óstica dos casos de
546 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A
B
FIGURA 14-28. Constrição do ducto arterioso causando lado direito
dominante. A. Corte de quatro câmaras mostra dilatação acentuada
do átrio direito (RA) e ventrículo direito (RV). O ventrículo direito
está hipertrofiado. B. Corte do arco ductal mostra o ducto arterioso
estreito. C. O espectro da onda pulsátil do Doppler do dueto mostra o
fluxo turbulento contínuo. ao , aorta descendente ; LA, átrio esquerdo ;
LV, ventrículo esquero; PA, artéria pulmonar principal.
dilatação do átrio e ventrículo direito. Qyando houver o Shllllt a patologia da valva tricúspide com ou sem obstrução da via
esquerda-para-a direita através do forame oval patente, espe- de saída do ventrículo direito, ou conexão venosa pulmonar
cialmente quando a lâmina valvular da fossa oval se abrir para anômala, ou restrição de crescimento intrauterino.
o lado direito. isto é altamente sugestivo de lesão obstrutiva do A dominância do lado esquerdo é muito menos [requente
lado esquerdo , que pode es tar presente ou que pode se desen- e, em geral, vista na rupoplasia do ventrículo direito, com ou
volver-se mais tarde (Figs. 14-22A, 14-23A e 14-26A)96. Qyan- sem obstll.lção da sua via de salda. Pode, também, ser visto
do a lesão obstrutiva grave do lado esquerdo está associada na patologia da valva tricúspide causando redução do fluxo
à restrição do forame oval patente, o fluxo sanguíneo pulmo- sanguíneo para o ventrículo direito, como no acavalgame11lo
nar venoso mostra aumento do fluxo reverso com contração da valva tricúspide. Na maioria dos casos de atresia pulmo-
atrial (Fig. 14-23F) 103· 105 . Q.lando ocorre o shllnt direita-para- nar com septo vent.ricular intacto, o átrio direito está dilatado
esquerda através do [orame oval patente, isto ocorre mais pro- embora o ventrículo direito mostre hipertrofia do miocárdio
vavelmente devido à lesão primária do lado direito , tal como grave com rupoplasia da cavidade (Fig. 14-2 1A).
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 547
A B
c
D
FIGURA 14-29. Malformacão da veia de Galeno com coarctação da aorta. A. Corte tran sverso do cérebro mostra uma dilatação aneurismática
da veia de Galeno e hidroceialia. 8. O corte de quatro câmaras mostra cardiomegalia com dilatação atrial (RA ) e ventricu lar (RV ) direita. O ven-
trícu lo direito também está hipertrofiado. C. O corte do arco aórtico mostra o estreitamento do istmo da aorta. D. O traço do Doppler espec tral
do istmo da aorta mostra o fluxo sistólico anterógrado e o fluxo diastólico retrógrado. Ao, aorta ascendente; ao , aorta descendente; LA , átrio
esquerdo; LV , ventrículo esquerdo.
Defeitos Septais Atrial, Ventricular e patente. Um defeito envolvendo a pane mais superior e poste-
Atrioventricular rior do septo atrial consiste no defeito do seio venoso superior
e está quase sempre associado à conexão anômala da veia
O s defeitos septais atrial, AVe ventricular podem ser identifi- pulmonar direita supelior com a VCS . O defeito envolvendo
cados no cone de quatro câmaras. O designado defeito sertal a pane mais posterior e inferior do sepro atrial é o defeito
atrial secul1dum ou defeito de fossa oval que envolve a lâmina do seio venoso inferior e está associada à veia cava inferior,
da fossa oval não pode ser diagnosticado, a menos que seja drenando parcial ou totalmente para o átrio esquerdo. Ambos
muito grande, pois a lâmina da válvula da fossa oval consiste os tipos de defeitos do seio venoso são raros.
em delicada estrutura membranosa que mostra O movimento O defeito do septo AV é caracterizado por um defeito sep-
de "batimento de asa" com O Ouxo através do forame oval tal grande no centro do coração no nível da junção AV (Fig.
548 AV ALlAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A AVSD
FIGURA 14-30. Diagramas mostrando a característica do defeito do septo atrioventricular (DSAV). A. Ventrículo esquerdo identificado do lado
esquerdo mostrando a desproporção de entrada e saída e aumento da distância entre a aorta (Ao) e a junção (cruz) do coração (CC) no DSAV.
B . Válvulas AV vistas de cima. Note a posição em cunha da válvula aórtica (AV) entre a tricúspide (TV) e a mitral (MV). A válvula aórtica não
apresenta a posição em cunha no DSAV com o aumento da distância entre a válvula aórtica e a junção cardíaca devido ao anel atrioventricular
comum . Os cinco folhetos do DSAV são os folhetos da ponte anterior e posterior (ABL e PBL), os folhetos murais esquerdo e direito (LLM e
RLM) e o folheto anterior direito (RA). C. Nível dos shunts. O nível do shunt através do DSVA é determinado pela relação entre os folhetos
da ponte com a margem septal do defeito. AVS , septo atrioventricular; LA , átrio esquerdo ; LV , ventrfculo esquerdo ; MS, septo membranoso;
PV, válvula pulmonar; RA , átrio direito, RV , ventrículo direito .
14-30). O defeito do septo AV é mais que um simples defeito AV mostra níveis diferentes de slllmts de acordo com a relação
septal. Este é caracterizado por um anel AV comum com dis- dos folhetos da válvula AV ao septo (Fig. 14-3 0C). Qyando os
posição anormal dos folhetos das válvulas, uma posição em folhetos da ponte anterior e posterior não se inserirem tanto
cunha da válvula aórtica, e o encurtamento da dimensão da na crista do septo atrial quanto do ventricular, há dois níveis
entrada ventricular com desproporção da via de entrada e sa- de shunts, interatrial e interventricular (Fig. 14-31). Menos fre-
ída do ventrículo esquerdo (Fig. 14-3 0A). A válvula AV con- quentemente, os folhetos da ponte estão inseridos na crista
siste em cinco folhetos: folhetos de ponte anterior e posterior, septo ventricular, determinando um defeito exclusivo de co-
folhetos mural lateral esquerdo e direito e um folheto direito municação interatrial (Fig. 14-32). Esta última variante tam-
anterior entre os folhetos mural lateral direito e ponte anterior bém é chamada de defeito do septo atrial primum. Raramente,
(Fig. 14-30B). O folheto anterior direito pode ser vestigial. O os folhetos se inserem na crista do septo atrial, estabelecendo
orifício da válvula pode ser comum para as câmaras direita e um defeito de comunicação exclusivamente interventricular.
esquerda. Podem ser repartidos em orifício direito e esquerdo Geralmente, não é difícil realizar o diagnóstico do defeito do
quando ocorrer a fusão entre os folhetos de ponte anterior e septo AV pela utilização do corte de quatro câmaras. O defei-
posterior aU'avés de uma lingueta de tecido. O defeito do septo to é identificado como uma solução de continuidade grande
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 549
A A
B B
FIGURA 14-31. Defe ito do septo atrioventricular com shunt inte- FIGURA 14-32. Defeito do septo atrioventricular somente com shunt
ratrial e interventricular. A. Imagem diastólica mostrando um defeito interatrial (defeito atrial do septo primuml. A. Imagem diastólica mos-
do septo atrioventricular (di. B. Imagem sistólica mostrando que o tra um defeito do septo atrioventricular (di. B. Imagem sistólica mostra
defeito é dividido em componentes interatrial e interventricular pe- que os folhetos de ponte estão inseridos na crista do septo ventricular
los folhetos da ponte. Note o encurtamento da via de entrada ven- tornando o defeito exclusivamente interatrial. Note que o comprimen-
tricular, que é um pouco mais longo do que o comprimento atrial. to do ventrículo é quase igual ao comprimento do átrio, sugerindo
LA; átrio esquerdo; LV , ventrículo direito; RA, átrio direito; RV , ven- o encurtamento da via de entrada ventricular. LA; átrio esquerdo;
trículo direito. LV , ventrículo direito; RA , átrio direito; RV, ventrículo direito.
com os folhetos de ponte livres, flutuando pelo defeito ou in- a quase 1:1 em muitos casos . Esta aparência é útil quando a
serido na crista septal (Figs. 14-31 e 14-32). Também é iden- janela ultrassonográfica está reduzida ou não é possível uma
tificado, no defeito do septo AV, o encurtamento da via de visualização adequada, ou quando o defeito necessita ser dife-
entrada. Esta característica pode ser apreciada pelo cálculo da renciado do defeito do septo ventricular de entrada. O defeito
razão comprimento átrio/ventrículo no cone de quatro câma- do septo AV pode ser mimeuzado pela dilatação do seio co-
ras lOfi . l m No coração normal, o comprimento atrial é aproxi- ronariano com persistência da VCS esquerda (Fig. 14-33) 108.
madamente metade do comprimento ventricu lar. Nos defeitos De acordo com o tamanho dos ventrículos . o defeito do septo
septais AV, o comprimento do átrio é mais que dois terços AV pode ser classificado nos tipos: balanceado. direito domi-
do comprimento ventricular, com a relação se aproximando nante e esquerdo dominante (Fig. 14-34). O defeito do septo
550 AVALI AÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
c D
FIGURA 14-33. Veia cava superior bilateral. A. Corte axial através da parte inferior do quatro câmaras mostra o seio coronariano dilatado (CS) .
Tanto o seio coronariano quanto a veia cava inferior (IVC) abrem no átrio direito (RA). O seio coronariano dilatado aberto pode ser confundido
com o defeito do septo atrioventricular. B. O corte verdadeiro de quatro câmaras mostra que a parte inferior do septo interatrial está intacta. O
seio coronariano dilatado é identificado na junção atrioventricular acima do anel da válvula mitral. C. O corte dos três vasos mostra quatro vasos.
O vaso adicional é a veia cava superior esquerda (LSVC) do lado oposto da veia cava supe rior direita (RSVC). Um achado simMar também é visto
na conexão venosa pulmonar anômala total ou parcial para a veia inominada. D. O corte coronal oblíquo mostra a veia cava superior dilatada e o
seio coronariano formando um canal em forma de "J" ao longo do át rio esquerdo (LA). Ao, aorta ascendente; LA, átrio esquerdo; LV, ventrículo
esquerdo; PA, artéria pulmonar principal; RV, ventrículo direito.
AV está, com frequência. associado à obstrução da via de sa- fase sistólica. Durante a diástole, a via de saída ventricular es-
ída do ventrículo esquerdo e do arco aórtico. A via de saída querda caracteristicamente parece estreita com a aparência de
vcntricular csquerda eSlreÍla pode ocorrer devido ao próprio "pescoço de ganso" devido ao folheto anterior da ponte estar
folheto anterior de ponte, tecido acessório anormal da válvula deslocado para frente e para baixo. Esta deformidade em pes-
AV, trave fibrosa, ou banda muscular proeminente entre as coço de ganso da via de saída ventricular esquerda não deve
válvulas AV e aórtica. Entretanto, deve ser enfatizado que a ser interpretada como uma lesão obstrutiva. Mais importante,
via de saída ventricular esquerda deve ser avaliada durante a o defeito do septo AV está associado a anomalias cromossôrni-
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 551
FIGURA 14-34. Defeito do septo atrioventricular com hipoplasia FIGURA 14-35. Átrio comum com um filamento do septo atrial re-
grave do ventrículo esquerdo. O septo ventricular não está alinhado manescente no isomerismo direito. Há uma forma completa de de-
com o septo atrial. A crista do septo ventricular e a extremidade feito do septo ventricular grande com uma cavidade atrial comum.
inferior do defeito do septo atrial estão marcadas por asteriscos. O Somente um filamento fino do septo atrial remanescente aparece na
ventrículo esquerdo ILV) está muito hipoplásico. O septo ventricular cavidade atrial comum. O filamento é identificado como um ponto
pode ser confundido por um músculo papilar. LA, átrio esquerdo; Iseta) no centro do átrio comum. Este achado é altamente suges-
RA, átrio direito; RV, ventrículo direito. tivo de isomerismo direito. LV, ventrículo esquerdo; RV, ventrículo
direito.
cas em cerca de 50% dos casos10 9.110. De interesse, nos defeitos do líquido pericárdico pode ser apreciado através do Doppler
de septo AV não complicados, a frequência de anomalias cro- colorido. Como o fluxo do líquido é identificado como uma
mossômicas é maior. O defeito do septo AV é particularmente estrutura linear na imagem bidimensional, este pode ser con-
frequente na heterotaxia visceral. É identificado em 90% no fundido com um vaso coronariano. A quantidade patológica
iSOlnerismo direito e em 50% no isomerismo esquerdo (Ta- de acúmulo de líquido pericárdico (derrame) pode surgir ou
bela 14-5). O tipo de defeito do septo AV é frequentemente estar associado a uma variedade de condições incluindo do-
característico de sua associação ao isomerismo direito : o átrio ença cardíaca estrutural, função cardíaca alterada, trissomia
é uma câmara comum com apenas um filamento de tecido do do 21 e outras anomalias cromossômicas e processos infec-
septo arrial remanescente no centro. O tecido do septo atrial CiOSOSI1 3.114. Um acúmulo de líquido (derrame) pericárdico
remanescente é visto como um ponto central no átrio comum volumoso em um coração normal é indicação de pesquisa do
no corte de quatro câmaras (Fig. 14-35). cariótipo fetal 114 .
Os defeitos do septo interventricular de entrada não são
comuns. Estes consistem em defeitos perimembranosos se
estendendo em direção à entrada do ventrículo ao longo do
anel do folheto septal da valva tricúspide ou defeitos muscu- Corte dos Três Vasos
lares. O defeito perimembranoso de entrada é limitado supe- O corte dos três vasos fornece importantes sinais para o
riormente pelas valvas tricúspide e mitral, que parecem ser diagnóstico em quase todas as lesões envolvendo as vias de
contínuas. Assim, é difícil diferenciá-la do defeito do septo saída venn'Ícular e dos grandes vasos (Fig. 14_10)47'.50. As
AV no corte de quatro câmaras, em cuja situação o cálculo da anormalidades que podem ser identificadas no plano de três
razão comprimento átrio/ventricular pode ser útil106.107. A di- vasos incluem: tamanho anormal, alinhamento, disposição e
ferença mais importante é a parte inferior do septo atrial, que número de vasos (Tabela 14-8).
está intacta no defeito do septo ventricular. É interessante que O tamanho do grande tronco arterial pode ser facilmente
ambos os defeitos do septo AV e o defeito do septo interven- comparado no corte dos três vasos. Geralmente, o tamanho
tricular de entrada estão comumente associados à trissomia do vaso reflete a quantidade de Buxo sanguíneo que está pas-
do 21 111 . sando por ele. Assim, há relação recíproca no tamanho entre
O derrame pericárdico também é identificado melhor no a aorta ascendente e a artéria pulmonar principal. Uma aorta
cortc dc quatro câmaras. O cspaço pericá.rdico normal con- ascendente pequena e uma artéria pulmonar grande sugerem
tém quantidade pequena de líquido que pode ser identificada que o Buxo sanguú1eo está sendo direcionado para a artéria
como uma faixa anecóica ao longo da margem externa do co- pulmonar principal 47'5o . Q uando a aorta ascendente for me-
ração 112. O líquido no espaço pericárdico se move para o ápice nor que a VCS ou a aorta descendente, pode ser assegurado
na sístole e para a base durante a diástole. Este movimento que esta é pequena (Figs . 14-23B, 14-26C, 14-26D) 14-27B). Na
552 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
Disposição anormal do vaso Aorta ascendente anterior direita Transposição completa das grandes artérias
(disposição triangular) Alguma dupla saída de ventrículo direito
Aorta ascendente anterior esquerda Transposição corrigida das gTandes artérias
Dupla enu-ada de venu-ículo esquerdo com transposição
Veia cava superior lateral esquerda Ausência da veia cava superior direita
presença de conexões AV e ventriculoarterial concordantes, va tl;cúspide e/ou lesões obstrutivas do lado direito do cora-
o Buxo preferencial para a artéria pulmonar principal ocorre ção, como estenose tricúspide ou pulmonar.
frente à existência de lesão obstrutiva ou lesão do lado esquer- A artéria pulmonar principal é caracteristicamente peque-
do do coração, como discutido na seção prévia. Estas lesões na na tetralogia de Fallot (Fig. 14_36)47.48,55. Com relação à
estão associadas a vários graus de hipoplasia do coração es- morfologia, a tetralogia de Fallot é caracterizada pelo desvio
querdo ou do arco aórtico ou de ambos . O Buxo preferencial anterior esquerdo e superior da saída ou septo infundibular
para o lado direito do coração também ocorre com a conexão em relação ao resto do septo ventricular, causando um tipo
venosa pulmonar anômala, embora este achado não seja uma de grande alinhamento inadequado do defeito do septo ven-
constante89 -9 1. Sem o fluxo preferencial para este, a artéria pul- tricular, e estenose subpulmonar e pulmonar (Fig. 14-36C). A
monar principal volumosa pode ser devido à dilatação pós-es- artó;a pulmonar é invariavelmente pequena e a aorta ascen-
tenótica quando há estenose da válvula pulmonar4H 8 . dente dilatada, que tende a ser mais evidente com o avanço da
Uma artéria pulmonar principal pequena e uma aorta as- gestação l1 5 ,l16 _ A única exceção a esta regra ocorre quando a
cendente grande sugerem direcionamento do fluxo sanguíneo tetl-alogia de Fallot está associada à síndrome da ausência da
para a aorta ascendente. Na presença da relação nonnal entre válvula pulmonar, que será discutida posteriormente nesta se-
as câmaras cardíacas e grandes artérias, o Buxo preferencial ção. Como o defeito do septo ventricular na tetralogia envolve
para a aorta ascendente ocorre mais com regurgitação da val- a parte da via de saída do septo, este não é identificado no
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 553
A B
c
D
FIGURA 14-36. Tetralogia de Fallot. A. O corte dos três vasos mostra o mau alinhamento dos três vasos com o deslocamento anterior da aorta
ascendente larga (Ao) e o discreto deslocamento posterior da artéria pulmonar principal menor (PA). B. O corte da via de saída do ventrículo
esquerdo mostra um defeito do septo ventricular perimembranoso grande (d). A aorta acavalga sobre o septo ventricular . C. Corte oblíquo ante -
rior direito do ventrículo direito (RV) mostrando o estreitamento da via de saída do ventrículo direito (RVOT) devido ao desvio anterior esquerdo
da saída do septo (asterisco) . O defeito do septo ventricular é visto posterior ao septo de saída desviado . D. Diagrama mostrando o mecanismo
patológico da tetralogia de Fallot. A característica principal da tetralogia é o desvio esquerdo, anterior e superior da saída do septo causando o
estreitamento da via de saída ventricular direita e a alteração do alinhamento do defeito do septo ventricular. ao, aorta descendente; LA , átrio
esquerdo; LV, ventrículo esquerdo; RA , átrio direito; RV, ventrículo esquerdo; SVC, veia cava superior. (Reimpresso com permissão de Lee YH,
Kim ES, et ai: Tetralogy of Fallot in the fetus: findings at targeted sonography. Ultrasound Obstet gynecol 14:29, 1999.)
corte de quatro câmaras (Fig. 14-14B), a menos que o defeito A dilatação da VCS é vista na interrupção da continua-
se estenda para a porção de entrada do septo ou a tetralogia ção da veia cava inferior com as veias ázigos ou hemiázigos ,
estiver associada ao defeito do septo AV. Como discutido ini- malformações arteriovenosas, como O aneurisma da veia de
cialmente, o cone de quatro câmaras pode mostrar o desvio Galena ou a falência cardíaca do lado direito, Está, também,
para a esquerda do eL'{o cardíaco (Fig. 14-14B). dilatada quando ocorre drenagem venosa pulmonar anômala
Sem o seu fluxo preferencial, a aorta ascendente grande para a veia inominada ou diretamente para a VCS 92 .
pode ocorrer devido à dilatação pós-estenótica quando há es- O alinhamento anormal dos vasos se refere à não disposi-
tenose da válvula A síndrome de Marfan é possível ção dos três vasos da sequência em linha reta independente da
causa para uma dilatação inexplicável da aorta 11 7. sua ordem esquerda-direita estar preservada. Mais comumen-
AVA LI A ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A B
te, o ali.nhamento anormal é causado por des locamento da grave do lado esquerdo do coração, como a síndrome da ru-
aorta ascendente com ou sem deslocamento posterior da ar- poplasia do coração esquerdo e a interrupção do arco a6rtico.
téria pulmonar principal. Esta fomla de alinhamento anormal A disposição anormal dos vasos se refere à distorção
é identificada na maioria dos casos de tetralog-ia de Fallot na grosseira da ordem esquerda-direita dos três vasos. A dis-
qual a aorta ascendente dilatada está deslocada anteriormente posiÇ<'io anormal mais comum é um triangular (Fig.
e para a direita e a artéria pulmonar menor está des- 14_38)34.47.48. A aorta ascendente está localizada anteriormen-
locada posleriormente (Fig. 14-36)47. 8.'5 . Também é vista na te à direita ou imediatamente anterior à artéria pulmonar
dupla saída de ventrículo direito em que as grandes artérias principal. Esta disposição é identificada na maioria dos casos
frequentemenle estão posicionadas lado a lado (Fig. 14-37). de transposição completa das grandes artérias e em alguns
Casos ocasionais de transposição completa das grandes arté- casos de dupla saída de ventrículo direito . A transposição
rias podem apresentar relações arteriais similares. completa é caracterizada pela conexão ventriculoarteriaJ dis-
Menos frequentemente , o alinhamento anormal é cau- cOI-dante na presença de conexão AV concordante. Como
sado pelo deslocamento posterior da aorta ascendente (Fig. consequência, a circulação sistêmica e pulmonar apresenta
14-23B). Esta forma de alinhamento anormal sugere obstrução circuitos paralelos, que não permitem a sobrevida após o
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFI CA DO CORAÇÃO FETA L
A B
c
o
FIGURA 14-38. Transpos ição completa das grandes artérias . A. O corte dos três vasos mostra a disposição triangular dos três vasos. A aorta
(Ao) está localizada à direita e anterior a artéria pulmonar principal (PA). B. O corte de quatro câmaras mostra a anatomia ca rd íaca normal. O
ápice do ve ntrícu lo direito (RV ) está obliterado pela banda moderadora (asteriscos) . C. O corte da via de saída ventricu lar mostra a conexão
vent rícu lo-arterial discordante com cursos paralelos. D. O diagrama mostra a anatomia da transposição completa das grandes artérias. ao ,
aorta descendente ; L, artéria pu lmonar esquerda; LA, átrio esquerdo; LV, vent rícu lo esque rdo; PA , artéria pulmonar principal; RA , átrio direito;
RV , vent rícul o direito; SVC , veia cava superior . (C reimpresso com permissão de Yoo SJ, Lee YH, Cho KS, et ai: Sequential segmental approach
to fetal congenital heart disease. Cardiol Young 9:430, 1999.)
nascimento se não houver um canal de mistura entre os dois tificada na transposlçao das grandes artenas corrigida con-
circuitos. Na maioria dos casos com transposição completa, genitamente (Fig. 14-16B). Como já discutido neste capítulo,
a aorta ascendente está localizada anteriormente à direita da a transposição corrigida é uma condição em que ambas as
arté ria pulmonar principal, mostrando uma disposição trian- conexões AVe ventriculoarterial são discordantes. A posição
gular dos três vasos (Fig. 14-38). Entretanto, há variações invertida das grandes artérias também é vista na dupla en-
significativas na relação das grandes artérias na transposição trada de ventrículo esquerdo com conexão ventricu loarterial
completa. discordante (Fig. 14-17C). Em todas estas condições, a discre-
Uma forma menos comum de disposição anormal é a po- pância significante do tamanho da artéria pulmonar principal
sição reversa do tronco das grandes artérias; ou seja, a aorta e aorta ascendente sugere uma lesão obstrutiva da saída que
ascendente está posicionada à esquerda da artéria pulmonar resulta na diminuição das duas. Raramente, a VCS direita não
principal anterior (Figs. 14-16B e 14-17Cl 1nl8 . Esta é iden- está presente e o retorno venoso sistêmico da parte superior
556 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A
B
FIGURA 14-41. A e B. Origem da artéria pulmonar direita da aorta. O corte dos três vasos mostra a origem anômala da artéria pulmonar
direita (RPA) da parede posterior da aorta ascendente (Ao). PA, artéria pulmonar principal; SVC, veia cava superior. (Reimpresso com permissão
de Jung MJ, Yoo SJ: Prenatal diagnosis of anomalous origin of the right pulmonary artery from the ascending aorta. Cardiol Young 12: 186,
2002.)
embora atravesse a linha média atrás do esôfago para descer o defeito do septo ventricular identificado no corte das
no lado direito. Esta condição rara é chamada de arco aórtico vias de saída consiste mais frequentemente em anomalias peri-
circunflexo retroesofágico. Esta condição também ocorre com membranosas com extensão à saída (Fig. 14-46). Estes defeitos
o arco aórtico direito apresentando uma aorta descendente do são identificados abaixo da válvula aórtica, no plano da via de
lado esquerdo. Qyalquer vaso identificado atrás da traqueia saída do ventrículo esquerdo. É comum para a válvula aórtica
no corte dos três vasos é sinal adicional para anomalia do arco apresentar uma posição levemente sobreposta com relação à
aórtico (Figs. 14-44 e 14_45)133 13.1 Um vaso retroesofágico crista do septo ventricular neste plano, pois o defeito envolve
pode ser um ramo aberrante emergindo da aorta descenden- a parte curva do septo ventricular. É possível imaginar como
te ou uma parte de um arco aórtico duplo ou retroesofágico . um defeito simples pode ser visto sobrepondo o septo ventri-
Como mencionado, a artéria pulmonar esquerda em casos de cular removendo mentalmente o septo abaixo da válvula aór-
alça de artéria pulmonar cursa através do espaço entre a tra- tica identificada no plano normal da via de saída do ventrículo
quéia distai e o esôfago. esquerdo. Por sua vez, esta parte do septo pode ser identifica-
Várias síndromes relacionadas com a deleção do cromos- da falsamente como um defeito, devido ao efeito de volume
somo 22qll estão frequentemente associadas a tetralogia de parcial do corte oblíquo da porção do septo membranoso en-
Fallot, tronco arterioso, interll.lpção e anomalias do arco aór- curvado e fino . Como a comunicação através do defeito do
tic0 13., 135 A deleção do cromossomo 22qll geralmente está septo ventricular em um coração normal é mínima e por um
associada a aplasia ou hipoplasia do timo. Assim, quando for breve período durante a sístole, é difícil perceber o fluxo deste
encontrado um defeito cardíaco que apresenta elevada asso- shunt pela interrogação com Doppler colorido 135. Obviamente,
ciação à deleção do cromossomo 22q 11, a do timo o ultrassom tridimensional apresenta ajuda significante 136 . O
deve ser avaliada utilizando o corte dos três vasos"2.53. Como defeito do septo vennicular do chamado tipo mal alinhado é
mencionado, o diâmetro transverso do timo em milímetros é mais prontamente discernido. A alteração de alinhamento en-
discretamente menor que a idade gestacional em semanas no volve o septo de saída abaixo das válvula semilunares e pode
segundo trimestre e se torna um pouco maior quando a gesta- ser para frente ou para trás. O mau alinhamento da saída do
ção se aproxima do termo õ•. septo para frente ou anterior transgride na via de saída do
ventrículo direito sendo tipicamente encontrado na tetralogia
de Fallot (Fig. 14-36). Este é comumente analisado melhor no
Cortes das Vias de Saída dos corte do eixo curto ou oblíquo anterior direito do que no cor-
Ventrículos Esquerdo e Direito te da via de saída ventricular. O mau alinhamento para trás
ou posterior transgride na via de saída do ventrículo esquer-
Anomalias das vias de saída ventriculares, além de serem fre- do e pode ser facilmente apreciado no corte da via de saída
quentes, também são relativamente sérias e complexas. As ventricular esquerda. O mau alinhamento da do septo
anormalidades das vias de saída podem ser categorizadas em é identificado como uma gota de lágrima pendendo da válvu-
dois grupos: as que ocorrem como uma lesão isolada ou com- la aórtica. Q.lando houver um mau alinhamento significante,
plexa na presença de conexão ventriculoarterial normal, e as o shu'/1t interventricular é prontamente visível com o Doppler
que ocorrem como uma malformação complexa com altera- colorido. O mau alinhan1ento posterior significante está asso-
ção da conexão ventriculoarterial. ciado a várias formas de obstll.lção do arco aórtico incluindo
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 559
A
B
FIGURA 14-42. Tetralogia de Fallot com a síndrome de ausência
de válvula pulmonar. A. O corte dos três vasos mostra a dilatação
acentuada da artéria pulmonar direita e esquerda (RPA e LPA). A
constrição entre a via de saída direita (RVOT) e a artéria pulmonar
principal (PA) é o anel da válvula pulmonar pequena mantido por ves-
tígio de tecido da válvula. B. A imagem do Doppler colorido na fase
sistólica mostra o fluxo turbulento através do anel da válvula pul -
monar (asterisco) . Note que tanto a artéria pulmonar direita como a
esquerda contêm sinais vermelhos e azuis sugerindo redemoinho do
sangue no lúmen dilatado. C. A imagem do Doppler colorido na fase
diastólica mostra a regurgitação pulmonar (asterisco). Note que tanto
a artéria pulmonar direita quanto a esquerda são muito menores do
que quando estão na sístole. Ao, aorta descendente; RA. átrio direito;
SVC, veia cava superior.
c
560 A V ALIA ÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORA ÇÃO FETA L
A
B
FIGURA 14-44. Arco aórtico direito com artéria subclávia esquerda aberrante. A e 8 . Cortes dos três vasos mostrando a alça vascular em
forma de "U" ao redor da traquéia (asterisco). O arco aórtico está do lado direito da traqueia , com o arco ductal no lado esquerdo. O segmento
proximal da artéria subclávia esquerda conecta o arco aórtico e o ductal , e o fluxo sanguíneo através deste segmento está revertido. Depois do
nascimento, este segmento persiste como o divertículo aórtico de Kommerell. Note o amplo espaço entre a aorta ascendente (Ao) e a artéria
pulmonar principal (PAI. C. Diagramas mostrando a morfogênese hipotética. ao, aorta descendente ; eso, esôfago; LAA, arco aórtico esquerdo;
LC, artéria carótida comum esquerda; LPA, artéria pulmonar esquerda; LS , artéria subclávia esquerda; RAA , arco aórtico direito;RC artéria ca-
rótida comum direita; RPA, arté ria pulmonar direita, RS , artéria subclávia direita, SCV, veia cava superior. (C reimpresso com permissão de Yoo
SJ, Min JY, Lee YH, et ai: Fetal sonographic dianosis of aortic arch anomalies. Ultrasound Obstet Gynecol 22:535, 2003.)
562 AVALI AÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A
B
FIGURA 14-46. Defeito do septo ventricular perimembranoso es-
tendendo-se à via de saída. A e 8. Cortes de via de saída do v entrí-
culo esquerdo mostram o defeito no septo ventricular (d) abaixo da
válvula aórtica . A válvula aórtica sobrepõe o septo ventri cular. Há
pequena quantidade breve de shunt esquerda -para-direita através do
defeito na sístole . C. Corte do eixo curto basal de um feto diferente
mostrando um defeito envolvendo a parte de saída do septo ven-
tricular. A válvula aórtica (AV) está em contato direto (seta) com a
válvula tricúspide através do defeito . Há um septo remanescente de
saída (asterisco) acima do defeito . Ao , aorta ascendente (Ao); LV ,
ventrículo esquerdo; PA, artéria pulmonar principal ; RA , átrio direito;
RV , ventrículo direito.
c
564 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
FIGURA 14-47. Tipos de conexões ventriculoarteriais. Ao, aorta ascendente ; LV, ventrículo esquerdo; PA, artéria pulmonar principal;
RV, ventrículo direito; T , tronco.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 565
TUMORES CARDíACOS
da intervenção por cateter consiste na escolha primária. Além Os tumores primários cardíacos são incomuns no feto e no
desta, muitos dos casos de persistência do ducto arterioso, de- neonato l46 . Porém, os tumores cardíacos estão sendo diag-
feito do septo atrial secundulIl e defeitos do septo ventricular po- nosticados mais frequentemente nos fetos do que no neonato,
dem ser corrigidos pelo posicionamento de aparelhos através ocorrendo em 0,1 % a 0,2% de todas as séries de ecocardiogra-
de um procedimento invasivo. fia fetal 147,148. Isto ocorre devido ao amplo uso do ultrassom
Existem duas vias distintas de tratamento cirúrgico para como método de rastreamento para todas as gestações. A
a DCC: reparo univentricular e biventricular, dependendo maioria dos tumores cardíacos fetais é rabdomioma, com
principalmente do tamanho dos ventrículos e da anatomia a incidência variando de 50% a mais de 90%147-150. Outros
das válvulas AV. Entretanto, há casos em que um ventrículo tumores cardíacos menos frequentes incluem fibroma, terato-
não é grande o suficiente para suportar a circulação sistêmica ma, hemangioma, lipoma e mixoma.
ou pulmonar depois de um reparo biventricular. Raramente, Os rabd01lliomas consistem em hamartomas proliferativos
um ventrículo está ausente por completo. Tais casos incluem que estão associados à esclerose tuberosa em 50% a 80% dos
a hipoplasia de coração esquerdo, formas não balanceadas de casosI47-152. Mais de 50% dos casos de esclerose tuberosa apre-
defeito do septo AV, atresia de nicúspide e dupla entrada de sentam rabdomiomas cardíacos. Os rabdomiomas são carac-
ventrículos , sendo assim coletivamente denominados como teristicamente de natureza múltipla. No ultrassom fetal, estes
ventrículo único funcional ou coração univentricular (Tabela são identificados como massas arredondadas hiperecogênicas
14-11). O objetivo do reparo univentricular é utilizar o ven- homogêneas (Fig. 14-51). Comumente, massa maior predo-
trículo único Funcionalmente como a cfunara para suportar minante é identificada com tumores satélites menores. Os
a circulação sistêmica, enquanto que a circulação pulmonar tumores pequenos podem estar associados a alterações sutis
é mantida pelo gradiente de pressão entre o sistema venoso da ecogenicidade do miocárdio sem a evidência de massas ób-
sistêmico e pulmonar sem o auxílio da sístole ventricular. vias. Mesmo um tumor único detectável no feto não exclui o
O reparo biventricular consiste em cirurgia de único está- rabdomioma. Embora a multiplicidade do tumor seja suficien-
gio na maioria dos casos, embora alguns defeitos complicados te para estabelecer o diagnóstico de rabdomioma, a hipern'ofia
necessitem de cirurgias por etapas. O momento da cirurgia é nodular multifocal localizada do miocárdio consiste em causa
estabelecido conforme a circulação sistêmica ou pulmonar ser rara de massas múltiplas no ultrassom 153. Os tumores tendem
ducto dependente. A maioria das lesões ducto dependentes é a aparecer no início do segundo trimestre, aumentam em ta-
corrigida entre a idade de 3 meses até os primeiros anos, de manho até o início do terceiro trimestre, e, então, regridem
acordo com o impacto hemodinâmico do defeito na função durante a fase final da gestação e nos primeiros dias de vida.
cardíaca e na vascularização pulmonar. Geralmente, o reparo Devido à tuberosidade cerebral ser de difícil diagnóstico no
univentricular consiste em cirurgia em três estágios. O primei- ultrassom, a ressonância magnética tem sido utilizada l54 .
ro consiste em um shunt arterial sistêmico para pulmonar para jibro.:a_ ap,l:esenta a frequência o rab-
os casos de estenose ou atresia pulmonar e hipoplasia arterial donuoma 7-100,00. O nuocardlO do septo ventncular consiste
pulmonar ou bandagem da arterial pulmonar para os casos do local mais comum, seguido pela parede livre do ventrículo
sem estenose pulmonar significante. A cirurgia de shunt arterial direito e esquerdo. Geralmente, os fibromas são massa solitária
sistêmico para pulmonar geralmente é realizada nos primeiros de ecogenicidade homogênea, embora possam estar associados
dias de vida, enquanto que a bandagem da artéria pulmonar à área de degeneração cística. Os fibromas podem causar obs-
é realizada em poucas semanas dependendo das condições do trução tanto da entrada quanto da saida do ventrículo direito,
paciente. Casos com estenose pulmonar leve e crescimento ar- esquerdo ou ambos, dependendo da sua localização e tama-
terial pulmonar adequado não necessitam de uma operação nho. Os fibromas que surgem do septo ventricular podem cau-
do primeiro estágio. O segundo estágio da operação consiste sar arritmia e bloqueio cardíaco. Ocasionalmente, os fibromas
na conexão cavopulmonar bidirecional (bidirecional de Glenn) cardíacos são observados com malformações extracardíacas
em que a VCS ou a cava são conectadas, da porção final para ou síndromes que incluem o carcinoma basocelular nevo ide
a lateral, à artéria pulmonar do mesmo lado. Esta operação (síndrome de Gorlin), fenda labial e palatina e síndrome de
geralmente é realizada na idade entre 6 a 9 meses , embora Beckwith-Wiedemann. A regressão espontânea do tumor é rara.
568 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
DSA. defeito do septo atrial: DSAV, defeito do septo atrioventricular; COA. coarctação da aorta; DSVD, du pla saída de ventrículo di reito; VI, ventrículo esquerdo;
CVPAP. conexão venosa pulmonar anômala parcial; DAP. dueto an erioso patente; AD, átrio direitO; CVPAT, conexão venosa pulmonar anômala total;
TCC A. transposição completa das grandes artérias; TCA, transposição das grandes artérias; TF, tetralogia de Fallot. Modificado deJ enkins, KJ , Cauvreau K, Newberger
]W. et al : Consenslls-based method for ris adjust ment for surger)' for congenital heart disease. J. Thorac Cardiovascul Surg 123: 110, 2002.
o teratoma é tumor raro originário principalmente do pe- ventricular e as anomalias cromossômicas está discutida em
ricárdio e menos comumente do miocárdio arrial ou ventricu- outro capítulo deste livro.
larI47-150.156.l57. Em geral, os teratomas i.ntrapericárdicos estão O hemangio111a também é um tumor raro originário de qual-
conectados à raiz das grandes artérias. O tumor é caracteri- quer localização no coração ou pericárdio, com o átrio direito
zado por uma massa de ecogenicidade heterogênea com com- sendo o local de apal'ecimento mais comum (Fig. 14_52)147-150.159.
ponentes císticos e sólidos . Está associado a derrame pericár- Do mesmo modo que no teratoma, o derrame pericárdico está
dico que contém "debris " ecogênicos na maioria dos casos. comumente associado e pode necessitar de pericardiocentese
O derrame pericárdico é com frequência massivo, causando in utero. O s hemangiomas cardíacos podem estar associados a
risco de tamponamento grave que necessita na pericardiocen- hemangiomas múltiplos na pele e outros locais . Outras formas
tese lil utero ou cirurgia fetal. De modo semelhante aos terato- de tumores vasculares, incluindo os linfangiomas, também têm
mas de outra localização, a massa pode conter calcificações a sido relatadas na literatura. Geralmente, os tumores vascula-
ossos. Entretanto, deve-se certificar de que a calcificação do res estão associados a prognóstico favorável. Hemangiomas
miocárdio pode resultar em deposição distrófica do cálcio nas tendem a regredir espontaneamente, apresentando o melhor
áreas dc miocárdica, necrose, sangramemo, fibrose prognóstico de todos os tumores cardíacos.
ou infecção 08 . O depósito calcificado no miocárdio também O prognóstico durante a vida fetal e neonatal depende prin-
é relatado nas miocal'diopatias. A calcificação do aparato de cipalmente da localização e do tamanho do tumor ou tumo-
tensão da valva mitral ou tricúspide é comum, sendo conhe- resI 47-150. Os fatores de prognóstico ruim incluem: obstrução
cida como foco ecogênico. A relação enu-e o foco ecogênico do Buxo intracardíaco, função alterada da válvula com regur-
AVALIAÇÃO UlTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇ Ã O FETAL 569
gitação, arritmias, derrame pericárdico volumoso e hidropisia hemangiomas , seguido pelos teratomas. A excisão completa
fetal. Raramente, a compressão ou O envolvimento da artéria frequentemente é difícil nos fibromas grandes, podendo haver
coronariana pelo tumor pode resultar em óbito fetal. O prog- necessidade de transplante cardíaco.
nóstico pós-natal também depende da regressão espontânea
ou do crescimento do tumor e das malformações ou síndro-
mes associadas. Os resultados cÍlúrgicos são melhores para os RITMO CARDíACO
Ritmo Cardíaco Fetal Normal
O sistema cardíaco de condução é composto de um tecido
muscular altamente especializado que é capaz de gerar o
impulso cardíaco, transportá-lo para o anel fibroso da junção
AV e direcioná-lo para os ventrículos, Depois de se originar
no nodo sinusal, O impulso elétrico prossegue pelo tecido
atrial para o nodo AV, sistema de e miocárdio
ventricular. O impulso elétrico é fisiologicamente atrasado
dentro do nodo AV compacto, que funciona como um filtro
conu-a a propagação de uma frequência atrial rápida anormal
ou batimentos atriais muito prematuros para o ventrículo. O
ritmo cardíaco normal fetal é regular com relação AV de 1: 1.
O modo sequencial da despolarização AV resulta em conu-a-
ção e relaxamento rítmicos do miocárdio atrial e ventricular,
permitindo o esvaziamento e enchin1ento coordenado do
coração. A frequência cardíaca fetal aumenta rapidamente no
Ílúcio da gestação até alcançar o pico da frequência de 175 +
20 batin1entos por minuto com quase 8 semanas J60.161. Então,
a frequência cardíaca diminui gradualmente para 140 + 20
batimentos por mÍI1uto com 20 semanas e 130 + 20 batimen-
tos por minuto no termo, como resultado do aumento da
influência do sistema parassimpático no sistema de condução
elétrico depois do primeiro u·imestreI 62.163.
A B
FIGURA 14-52. Hemangioma . A. Corte de quatro câmaras com 32 semanas mostrando uma massa protrusa arredondada (seta) surgindo da
parede posterior do átrio direito (RA). B. O corte de quatro câmaras com 35 semanas mostra o crescimento da massa e o desenvolvimento
de uma área cística. A massa removida mostrou características histológicas de hemangioma com hemorragia central. LA, átrio esquerdo; LV,
ventrículo esquerdo; RV , ventrículo direito.
570 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
FIGURA 14-53. Traçado normal do modo M para avaliação do ritmo cardíaco utilizando o corte de quatro câmaras. A onda do modo M é di-
recionada através das paredes atriais e ventriculares para demonstrar o movimento sistólico simultâneo destas paredes . A contração atrial (a's)
é seguida pela contração ventricular (V·s). LA; átrio esquerdo; LV, ventrículo esquerdo; LVFW, parede livre do ventrículo esquerdo; RA, átrio
direito; RAFW, parede livre do átrio direito; RV, ventrículo direito.
FIGURA 14-54. Curvas do fluxo do Doppler pulsátil monstrando a relação atrioventricular normal do ritmo normal. Painel superior, Traçados do
Doppler simultâneos da veia cava superior (SVC) e aorta ascendente (Ao) , A curva do fluxo da veia cava superior é uma onda positiva sistólica
(S) e diastólica (O) seguida por uma pequena onda atrial reversa (a) , A curva do fluxo aórtico é um pico positivo simples (S em vermelho), O tem-
po de intervalo atrioventricular é o tempo de lapso entre o início da onda A da veia cava e a onda S aórtica (entre linhas verdes), Painel inferior ,
traçados do Doppler simultâneos da via de entrada e via de saída do ventrículo esquerdo, A curva de fluxo de entrada consiste em uma onda E
durante o início do enchimento diastólico e onda A durante a contração atrial. A curva do fluxo de saída mostra uma onda simples positiva (S)
na sístole , O tempo de intervalo atrioventricular é o lapso de tempo entre o início da onda A e S (entre as linhas verdes), LA, átrio esquerdo;
LV , ventrículo esquerdo; PA, artéria pulmonar principal; RA, átrio direito; RV, ventrículo direito,
úteis para avaliar a integridade da condução AV durante o rit- Ritmo Cardíaco Anormal
mo cardíaco normal, Os valores de referência do intervalo de
tempo mecânico AV variam enu-e as modalidades de imagem As anormalidades de ritmo fetal afetam pelo menos 2% das
diferentes e gradualmente aumenta com o avanço da gestação gestações e constituem a causa mais comum de encami-
devido ao aumento do tamanho cardíaco e tônus parassimpá- nhamento para os cardiologistas fetais 169·17l. Estas podem
tico, Os valores de intervalo de tempo nonnal são de 190 + 36 apresentar-se como (1) uma irregularidade do ritmo cardíaco,
ms pelo modo M, 120 + 11 ms pelo entrada/salda, e (2) aumento ou redução da frequência cardíaca ou (3) com-
111 + 17 ms pelo Doppler VCS/aorta 16 , binação de frequência e ritmo anoffilais. A irregularidade
intennitente ou sustentada do ritmo cardíaco geralmente é
causada por contrações prematuras extras, sendo, de longe,
Outros Métodos Não-Invasivos a anormalidade de ritmo fetal mais comum (Tabela 14-13),
Menos frequente, embora mais grave, são os episódios inter-
Recentemente, o eletrocardiograma (ECG) fetal transabomi-
mitentes ou sustentados da frequência cardíaca excessiva-
nal e a ma(f,1etocardiografia tornaram-se disporuveis comer-
cialmente 166 , 67, O ECG fetal baseia-se na média do sinal do mente rápida (taquicardia, > 180 batimentos por minuto) ou
complexo ecocardiográfico e não permite a análise batimento a baixa (bradicardia, < 100 batimentos por minuto). A bradi-
batÍI11ento, Como consequência, o ECG não é útil no diagnós- cardia sustentada geralmente é resultado de um bloqueio AV
tico de arritmia fetal e anomalias de condução com frequência completo, bradicardia sinusal ou bigeminismo atrial. A taqui-
cardíaca irregular, O magnetocardiograma fetal fornece melhor cardia supraventricular, o jlutter atrial e a taquicardia sinusal
qualidade de sinal do que o ECG devido às propriedades de correspondem às causas principais de taquicardia fetal. A
u-ansmissão mais favoráveis. Tanto o magnetocardiogTama abordagem apropriada depende do diagnóstico acurado.
quando o ECG podem disponibilizar informações Llteis sobre O ultrassom é essencial para determinar o mecanismo da
o intervalo de tempo cardíaco, como a duração do QRS e do arritmia e o impacto na função cardíaca, para detectar defei-
QT. A avaliação do movimento do miocárdio pelo uso da téc- tos ou tumores cardíacos associados, e para supervisionar a
nica do Doppler é um método emergente para os distúrbios de frequência cardíaca e a vitalidade, por exemplo, durante o
ritmo cardíaco e função ventricular (Fig. 14-55)168. tratamento antiarrítmico.
572 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
1 Time 0.11 s
FIGURA 14-55. Análise sequencial do movimento longitudinal da parede atrial (verde) e ventricular (amarelo) pela insonação do Doppler. A
curva típica do Doppler (amarelo) obtida da base dos ventrículos durante o ritmo sinusal é composta de quatro ondas . As ondas diastólicas são
produzidas pelo movimento longitudinal do tecido do ápice , durante o enchimento diastólico inicial (Ea) e durante a contração atrial (Aa). Este é
seguido pelas duas ondas sistólicas em direção do ápice: a contração isovolumétrica (lva) e a onda Sa. O tempo de intervalo atrioventricular é
o tempo de lapso entre o início das ondas Aa e IVa .
Tabela 14-13 Arritmias Fetais: Mecanismos. Frequência e Tratamento Recomendado para os Obstetras
Arritmi as Frequência Tratamento Recomendado Prognóstico
IE. isomcrismo esque rdo : TSV, taquicardi a supravcntric ular : TV, taquicardia vemriCll1ar
Ritmo Cardíaco Irregular prematuros e a termo. A contração atrial prematura (eAP) pode
ser observada em qualquer idade gestacional, embora seja
A irregularidade do ritmo cardíaco com frequência normal
mais comum no último trimestre em gestações sem intercor-
ou próximo do normal é mais comumente relacionada com
rências 169 . As CAPs podem ser conduzidas para os ventrículos
batimentos prematuros que em geral são causados por áreas
ou bloqueadas dentro do nodo AV, dependendo do grau
de marca-passos ectópicos localizados no átrio e raramente
de prematuridade do evento atrial, e, então, se apresenta
nos ventrículos. A incidência de batimentos prematuros não
como um batimento extra ou um batimento despercebido na
está estabelecida em fetos saudáveis, mas os batimentos atriais
ausculta ou no exame de ultrassom (Fig. 14-56). As CAPs
ectópicos são achados bastante comuns em recém-nascidos
geralmente são transitórias e achados benignos. Porém, na
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 573
FIGURA 14-56. Contrações atriais prematuras. Traçados simultâneos do Doppler da veia cava superior ISVC) e aorta ascendente mostrando
contração atrial prematura com bloqueio isolado Ipainel superior) e conduzido Ipainel inferior). a, contração atrial; S, contração ventricular.
presença de uma via de condução acessona, ocasionalmen- 100 batimentos por minuto com uma sequência normal de ati-
te esta pode desencadear a taquicardia supraventricular vação AV 1: 1. A bradicardia sinusal sustentada pode ser cau-
reentrante. As CAPs também têm sido associadas a doença sada por um número de condições sérias incluindo a hipóxia
cardíaca estrutural (até 2%), tumores intracardíacos e redun- e acidose fetal, síndrome do QT longo, e disfunção congênita
dância da membrana do forame oval. Múltiplos bloqueios do nodo sinusal J72 . Períodos de taquicardia ventricular e blo-
das CAPs tais como no bigeminismo atrial podem diminuir a queio AV 2:1 são achados adicionais que sugerem a síndrome
frequência cardíaca abaixo dos 100 batimentos por minuto e fetal do QT longo, que apresenta prognóstico reservado. Na
necessitam ser diferenciados de causas mais sérias de bradicar- ausência do magnetocardiograma fetal , a avaliação cuidadosa
dia. As contrações ventriculares prematuras (CVPs) são raramente e o ECe pós-natal são recomendados nestas crianças e nos
diagnosticadas no pré-natal. Em geral, estas são igualmente membros de sua família pelo fato de que o diagnóstico preco-
bem toleradas e benignas , embora possam ocasionalmente ce e a instituição do tratamento em pacientes com QJ longo
estar associadas à doença do miocárdio intrínseca. A grande podem salvar vidas .
maioria dos fetos com batimentos atriais e ventriculares pre- O bigeminismo atrial sustentado e o trigeminismo com blo-
maturos não necessita de qualquer tratamento pré-natal ou queio do batimento prematuro podem reduzir a média da fre-
pós-natal, e o parto não deve ser determinado baseado nestes quência cardíaca para 60 a 100 batimentos por minuto e ser
achados isoladamente. Entretanto, devido ao risco potencial confundidos com bloqueio AV de segundo ou terceiro grau.
de progressão para taquiarritmias fetais (ver posteriormente), Os batimentos prematuros bloqueados e o bloqueio AV são
parece ser prudente monitorar o feto com batimentos prema- caracterizados pela frequência atrial maior que a ventricular.
turos frequentes semanalmente ou a cada duas semanas por Porém, no bloqueio AV o tempo de intervalo entre os impul-
ausculta ou Doppler até a resolução da arritmia . sos atriais consecutivos apresenta gT,mde variação, enquanto
que no bigeminismo atrial todo segundo evento ocorre pre-
maturamente (Fig. 14-57). A diferenciação é importante, pois
Bra dica rdia
a bradicardia secundária ao batimento prematuro bloqueado
Episódios curtos de bradicardia sinusal de menos de 1 a 2 apresenta resolução espontânea, sem tratamento, enquanto
minutos de duração constituem achados frequentes e benig- que o bloqueio AV completo é irreversível e potencialmente
nos durante o primeiro e segundo trimestre e não necessitam uma desordem de alto risco.
de qualquer tratamento . A bradicardia sinusal transitória é O bloqueio AV se refere ao atraso da condução elétrica
comum durante o exame ultrassonográfico fetal quando o dentro do nodo AV, o feixe de His, ou ramos do feixe . O
polo cefálico é pressionado pelo transdutor. Uma redução bloqueio AV de primeiro grau é caracterizado pelo prolon-
mais sustentada na média da frequência cardíaca fetal pode gamento do tempo de condução elétrica AV, embora todos
ser observada durante a bradicardia sinusal e o bigeminismo os impulsos scjam conduzidos. Devido à manutenção da con-
atrial com bloqueio da contração atrial prematura, enquanto dução AV 1:1, não é possível diagl10sticar o bloqueio AV de
a bradicardia está sempre presente no bloqueio AV completo. primeiro grau sem a medida do intervalo de tempo AV. O
Como a [requência ventricular está constantemente regular e bloqueio AV de segundo grau indica a falência de condução
comparável entre estas anomalias de ritmo, a imagem ultras- de alguns, embora nem todos os impulsos atliais para os ven-
sonográfica é essencial para a sua diferenciação diagnóstica. trículos. No bloqueio AV 2:1 todo segundo batimento atrial
Durante a bradicardia sinusal, o modo M e o Doppler ecocar- é conduzido para os ventrículos. No bloqueio AV de terceiro
diográfico revelam um batimento cardíaco regular abaixo de grau ou completo (BAVT), a comunicação elétrica AV é com-
574 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
FIGURA 14-57. Bigeminismo atrial. Traçado modo M através da parede atrial e ventricular mostrando que a cada segundo o batimento atrial (a
em vermelho) ocorre prematuramente e não é conduzido para o ventrículo, resultando em bradicardia ventricular (frequência V-V: 67 batimentos
por minuto). a, contração atrial; LVFW, parede livre do ventriculo esque rdo; RAFW, parede livre do átrio direito; V, contração ventricular.
FIGURA 14-59. Taquicardia com relação atrioventricular 1: 1. Os traçados simultâneos do Doppler da veia cava superior e da aorta ascendente
mostram a taquicardia fetal de 182 batimentos por minuto com relação atrioventricular 1: 1 e intervalo de tempo atrioventricular normal. Esta
forma de taquicardia pode ser causada por taquicardia sinusal, taquicardia recíproca juncional permanente (TRJP) e taquicardia atrial ect6pica
(T AE). a, contração atrial; V, contração ventricular.
FIGURA 14-60. Taquicardia supraventricular. Os traçados simultâneos do Doppler da veia cava superior e da aorta ascendente mostram uma
taquicardia fetal de 222 batimentos por minuto com relação atrioventricular 1: 1 . A contração ventricular (V) é seguida de perto pela contração
atrial (a) sugerindo TSV reentrante como o mecanismo responsável pela arritmia.
betametasona) são os únicos nummamente metabolizados pela análise da relação cronológica atrial e ventricular e pela
pela placenta, sendo úteis quando é desejado o tratamento documentação do i.ntervalo de tempo AV e ventriculoarterial
anti-inflamatório fetal. A administração materna de dexame- (VA). Todas as formas de taquiarritmias podem ser assintomá-
tasona tem mostrado melhorar o bloqueio AV, a lúdropisia e ticas, embora, do outro lado do espectro fmal , possam resultar
a disfunção miocárdica 1s2 . A betametasona pode ser utilizada em insuficiência cardíaca congestiva, cardiomiopatia dilatada,
para melhorar a frequência cardíaca fetal e a contratilidade do lesões neurológicas e mesmo no óbito. A hidrofisia tem sido
miocárdio 11,183 . De fato, dados recentes sugerem que a inn-o- associada a risco de mortalidade acima de 35%1 6.
dução do glicocorticoide transplacentário e a terapia fetal beta- A taquicardia sinusal é caracterizada pela frequência atrial
mimética apresenta efeito benéfico no prognóstico, porém sem de 180 a 200 batimentos por minuto, condução AV normal
melhora do bloqueio AV 11 . A maioria dos casos necessita de 1:1 e alguma variabilidade da frequência cardíaca fetal (Fig.
marca-passo permanente por indicação classe 1 (Associação 14-59). Uma variedade de condições maternas e fetais pode
Americana do Coração/Colégio Americano de Cardiologia) ser responsável pela taquicardia sinusal sustentada incluindo
durante o primeiro ano de vida 84 .175. sofrimento fetal, anemia, infecções, estimulação-beta materna
e tireotoxicose fetal secundária a autoanticorpos tireoestimu-
Taquicardia lantes maternos . A importância da taquicardia sinusal consiste
no reconhecimento e tratamento de sua causa.
Desordens que levam ao aumento da [requência cardíaca inter- A taquicardia supraventricu/ar (TSV) engloba taquicardias
mitente ou sustentada de mais de 180 batimentos são respon- com três mecanismos diferentes que incluem (1) taquicardia
sáveis por aproxinladamente dois terços das arritmias maiores reentrante AV (TRAV) relacionado com a via acessória de
do feto . De acordo com a origem do ritmo rápido, as taqui- condução retrógrada ; (2) taquicardia recíproca da junção
cardias são classificadas em taquicardia sinusal, ta-quicardia permanente (TRJP) relacionado com a via de condução re-
supraventricular e taquicardia ventricularI 60.l85.1S9. Novamente, trógrada lenta, e (3) taquicardia ectópica atrial (TEA) devido
a ecocardiografia é o método diagl1óstico principal para esta- à automaticidade focal atrial intensificada. Estas podem ser
belecer o mecanismo da arritmia e suas consequências hemo- diferenciadas com base no seu padrão de arritmia e na relação
dinâmicas. Os mecanismos diversos podem ser diferenciados AVe VA. A TRAV é de longe o mecanismo mais frequente de
576 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
FIGURA 14-61 . Flutter atrial. O traçado do modo M no ventrículo esquerdo (LV) e átrio direito (RA) mostra uma frequência atrial (A) rápida
(420 batimentos por minuto) que é o dobro da frequência ventricular (V) (210 batimentos por minuto). A causa da arritmia é o flutter atrial com
condução atrioventri cu lar de 2: 1. LVFW, parede livre do ventrículo esquerdo; RAFW, parede livre do átrio direito.
TSV fetal (Fig. 14-60). O inicio e o fim da TSV reentrante são insuficiência caJ'díaca é o objetivo primário. Se o feto apresen-
súbitos. A frequência cardíaca varia entre 180 a 300 batimen- tar taquiarritnua maior depois de 35 semanas , a prograJ11ação
tos por minuto, e o padrão da arritmia pode ser intermitente do parto seguido pela conversão pós-natal consiste na opção
ou incessante. melhor. Em uma idade gestacional mais precoce, os riscos as-
O j1.ulter atrutl é o resultado de um circuito reentrame elétri- sociados a parto prematuro provavelmente sobrepõem os da-
co do átrio e é encontrado principalmente no terceiro trimes- nos potenciais do trataJ11ento faJ'macológico materno fetal. Há
tre I87.188. A frequência atrial varia entre 300 a 550 batimentos experiência considerável no trataJnento transplacentário da
por minuto, sendo suficientemente rápida para que somente taquiarritmia fetal com um número de agentes antiarrítmicos
um, a cada dois ou três batimentos atriais, seja conduzido para incluindo a digoxina 16.1.186.190, procaÍl1aJluda (classe Ia) 191, Be-
o ventrículo através do nodo AV. Como consequência, a fre- cainide (classe Ic)186, sotalol e arnlodarona (classe I lI) 164.190.1 92 .
quência de resposta ventricular fica geralmente entre 150 a A administração direta de adenosina, digoxllla, e/ou amioda-
250 batimentos por minuto (Fig. 14-61). rona, por exemplo, direto na veia umbilical tem sido utilizado
A taquicardia ventricular é rara no feto. A frequência com sucesso paJ'a o tratamento agudo da TSV incessante não
ventricular intermitente varia entre 170 a 400 batimentos por Qyalquer trataJ11ento antiarrítnuco diferente
minuto, excedendo a frequência atrial, ocorrendo dissociação da digoxÍlla deve ser iniciado em aJ11bieme hospitalar enquan-
completa entre os eventos atriais e ventriculares. Contudo, se to ocorre a monitoração do ritmo cardíaco materno e fetal.
o nodo AV for capaz de conduzir de forma retrógrada para o A supressão farmacológica da taquiarritmia fetal é alcaJlça-
átrio, é possível a relação 1:1 e, assim, torna difícil diferenciar da na maioria dos casos. Uma vez que a arritmia esteja sob
a taquicardia supraventricular da TSV reentrante. A síndrome controle, o tratamento com o antiarrítmico utilizado deve ser
do Q:;r longo deve ser suspeitada quando houver brarucardia mantido até o parto, com controle semaJ1al do ritmo caJ'día-
durante o ritmo sinusal, bloqueio cardíaco completo perma- co fetal. Muitos recém-nascidos com TSV fetal necessitam do
nente ou intermitente, ou ambosl 89 . trataJ11ento medicamentoso antiarrítmico por pelo menos 6 a
Após o diagnóstico de qualquer arritmia maior, é recomen- 12 meses após o nascÍlnento. Como contraste, uma vez que
dado o encaJlunhamento imediato para um centro terciário o ritmo sinusal tenha sido estabelecido após o nascÍlnento, a
fetal com especialista na abordagem terapêutica para o trata- recorrência do j1.utter atrial é incomum e geralmente não é pre-
mento materno e fetal. Na teoria, são disponíveis três aborda- ciso o trataJnento medicamentoso prolongado.
gens para a TSV e o j1.utter atrial: (1) observação, (2) terapia
com drogas antiarrítnucas, e (3) determinação do paJ'to. A mo,
nitoraç.:1.o da gestação somente é válida se o feto se apresentaJ'
com períodos breves internutentes de taquicardia na ausência Exame para Gestantes com Anticorpos
de alteração hemodinâmica. Episódios prolongados ou per' Anti-RoISSA e Anti-LaISSB
manentes de taquicardia podem afetar de forma sigl1ificativa a
função cardiovascular fetal , sendo que a sua conversão rápida Aproximadamente 1% a 2% de todas as mulheres grávidas
e permanente para o ritmo sinusal prevenindo ou resolvendo a apresenta anticorpos anti-Ro/SSA e/ou aJ1ti-La/SSB, a maio-
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 577
ria sem qualquer sintoma relacionado com o anticorpol74 . por líquido, proporção mais alta de elementos não contráteis,
Estes anticorpos apresentam aumento, entrando na circulação colágeno tipo I rígido no miocárdio fetal e o atraso da remo"
fetal na metade da gestação e podem induzir a progressiva - d
çao o 'IOn cál CIO
. pe Io reucu
' Io en d
opiasmauco
' " tmaUIro 198.1
. 99 .
destruição do nodo AV em cerca de 1% a 2% das gestantes As mudanças da maturação, como a densidade do receptor
anti-Ro/La positivas. Como resultado desta lesão, a condu- adrenérgico no miocárdio, uma variação para proteínas iso-
ção elétrica AV prolonga progressivamente para o bloqueio formes contráteis mais maduras, e a melhor manutenção do
cardíaco AV completo depois de 20 semanas de gestação. O íon cálcio, resultam na melhora linear da função miocárdica
bloqueio AV completo pode ser prevenido se a doença puder com o avanço da gestação.
ser reconhecida e tratada no estágio inicial da lesão do nodo
AV, que é clinicamente caracterizada pelo aparecimento de
um curto de bloqueio AV de primeiro ou segundo
grau 95 . O Doppler permite a medida única e reprodutível CICLO CARDíACO
do tempo de intervalo mecânico AVe, assinl, representa um O conhecimento da fisiologia cardíaca é essencial para a compre-
meio aceitável na monitoração seriada dos fetos de risco para ensão dos achados ultrassonográficos cardiovasculares. O ciclo
o bloqueio cardíaco mediado de forma imune. O tempo de cardíaco consiste em cinco fases (Fig. 14-63). Três eventos
intervalo normal AV pelo Doppler da relação VCS/aorta cardíacos repetitivos são responsáveis pelo transporte anteró-
ou entrada/saída encontra-se, em geral, abaixo de 140 ms grado do sangue durante cada ciclo cardíaco: conu'ação ven"
independente da idade gestacional. O tratamento fetal trans- u"icular na sístole, seguido do relaxanlento ventricular ativo e
placentáI;o com esteroide para prevenir a progressão para o contração atrial na diástole. Com o início da contração ven-
bloqueio AV completo fetal irreversível deve ser considerado tricular, as válvulas AV se fecham e a pressão intraventricular
se houver alongamento significante do tempo de intervalo AV aumenta sem o encurtamento ventricular até esta exceder a
compatível com o bloqueio AV de pt;meiro ou grau mais ele- pressão nas grandes artérias. Como o volume ventricular não
vado em gestantes com anticorpos anti-Ro/ La positivos entre se altera no seu período inicial da sua conu"ação, este período
20 e 24 semanas de gestação. é chamado de período de contração isovolumétrica (CI). Com
a contração ventricular, a sua pressão excede a pressão das
grandes artérias, a válvula semilunar abre e o sangue é ejetado
FUNÇÃO CARDíACA do ventrículo para as grandes artérias. A contração durante
a ejeção ventricular pulsátil do volume causa rebaixamento
Fisiologia do Sistema Cardiovascular rápido do anel fibroso valvular AV, permitindo o aumento do
fluxo através da veia cava, que é chamado de onda S no traça-
Fetal
do do Doppler. Com a redução da pressão venn;cular abaL'(o
Há diferenças profundas do sistema cardiovascular antes e da pressão das artérias, a válvula sernilunar fecha .
depois do nascimento. A mais importante é que a placenta, Então, a pressão ventricular dinlinui com o seu relaxamento
antes dos pulmões, é a principal fonte de oxigenação do feto. até a pressão atrial exceder a sua pressão. Como o volume
O sangue oxigenado da placenta retoma para o feto através ventricular não se altera neste período inicial de relaxamento
do sistema venoso umbilical (Fig. 14-62). Aproximadamente ativo venn"icular, o período é chamado de relaxamento iso-
20% a 30% do sangue venoso umbilical desviam do fígado volumétrico (IR). Com o avanço do relaxamento, a pressão
para uma estrutura estreita, em forma de trompete, chamada venn"icular dinlinui abaixo da pressão atrial, e as válvulas
de ducto venoso l96 . O estreitamento do dueto venoso trans- AV se abrem. Isto permite rápido influxo de sangue para o
forma o fluxo venoso umbilical contínuo de baixa velocidade intet;or de ambos os ventrículos durante o início da diástole
em um jato pulsáúl, alcançando o pico de velocidade acima (onda E), ocorre rápida queda da pressão atrial e um aumento
de 75 em/segundo. A aceleração do fluxo direciona o sangue no sistema venoso em direção ao fluxo (onda D). À medida
oxigenado preferencialmente para o forame oval, passando que o gradiente de pressão através da válvula AV diminui, a
para o lado esquerdo do coração que supre as extremidades contração atrial contribui para o enchimento ventt;cular no
superiores, o cérebro e as artétias coronarianas; somente uma final da diástole (onda A). O aumento rápido na pressão atrial
pequena proporção atravessa o istmo da aorta para a aorta durante a sua sístole é transmitido para o sistema venoso, e
descendente. Em contrapartida, o sangue pobremente oxige- resulta no fluxo reverso (onda a) nas veias hepáticas e na veia
nado retomando ao coração pela veia cava inferior e superior cava, e dinlinuição do fluxo anter6grado no ducto venoso e
é principalmente direcionado para o venu"ículo direito e, então, nas veias pulmonares.
injetado para o tronco arterial pulmonar. Uma pequena pro"
porção passa através da circulação pulmonar, embora a maior
parte passe através do ducto arte rios o para a aorta descenden- Técnicas para Avaliação da Função
te, da qual o sangue é distribuído para os órgãos abdominais, Cardíaca
para os tecidos do tronco inferior e extremidades, bem como a
placenta. Assim, na circulação fetal ambos os ventrículos ejetanl A é um excelente método para avaliar indire-
simultaneamente sangue para dentro da circulação sistêmica. O tamente a função cardíaca e o fluxo sanguíneo. Uma avaliação
débito ventricular combinado é de cerca de 450 rnl/min/kg de breve, embora global, da função cardíaca fetal deve ser incor-
peso corpóreo fetal, dos quais o ventrículo direito contribui porada ao exame ulu"assonográfico básico. Esta deve incluir
de 20% a 30% mais do que o lado esquerdo l97. Outras dife- uma avaliação da contratilidade ventricular (os ventrículos
renças maiores da circulação fetal quando comparada com se tornam nitidamente menores na sístole?) , bem como a
a circulação pós-natal incluem a frequência cardíaca mais avaliação com Doppler do fluxo de entrada ventricular e do
rápida de 120 a 150 batimentos por minuto, pressão arterial fluxo do ducto venoso. Em certas condições fetais é necessária
sanguínea e resistência periférica mais baixas, e contratilidade avaliação mais detalhada do estado cardíaco e hemodinâmico
e complacência do miocárdio menores. A última é explicada em certas condições fetais (p. ex., hidropisia, restrição de cres-
pelo aumento da retração próprio dos pulmões preenchidos cimento) e maternas (p. ex., diabetes, gestação múltipla).
578 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL
A rco da aorta
Veia cava
superior
Dueto arterioso
Tronco pulmonar
Veias pulmonares
Átrio direito
Átrio esquerdo
Válvula do
forame oval
Ventrículo direito
A orta descendente
Saturação de oxigênio
do sangue
Conteúdo de oxigênio
médio
FIGURA 14-62. A circulação fetal. A s cores indicam a saturação do oxigênio no sangue, e as setas mostram O curso do sangue da placenta
para o coração . Observe que três shunts permitem que a maior parte do sangue desvie do fígado e pulmões: dueto venoso , foram e oval e dueto
arterioso. O sangue oxigenado pobremente retorna para a placenta para oxigenação e ganho de nutrientes através das artérias umbilicais. (De
Moore KL, Persaud TV N: before We Are born: Essentials of Embryology and Birth Defects, 6'h ed. Philadelphia , W B Saunders , 2003.)
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO CORAÇÃO FETAL 579
R R
P T P
ECG
s ,
V álvula
aórtica . . , ,
I
li.
E
Válvula
Válvula I '
aórtica
tricús pid e
Válvula
mitral I
\V y
E
A A
V eia
hepática
Ciclo 2 3 4 5 2 3
cardíaco
FIGURA 14-63. Correlação das fases cardíacas (A) e traçado do Doppler do fluxo sanguíneo venoso, intracardíaco e arterial (8). Despolarização
elétrica do átrio (P) e ventrículos (QRS) precedem a contração atrial (A ) e ventricular (S), respectivamente. A proporção maior do enchimento
ventricular ocorre com a contração atrial no final da diástole (onda A na fase 2) . O aumento rápido da pressão atrial é transmitido para o sistema
venoso (onda a). Com o início da contração ventricular, as válvulas atrioventriculares se fecham e a pressão ventricular aumenta sem alteração
do seu volume (contração isovolumétrica na fase 3) . Quando a pressão ventricular excede a pressão nas grandes artérias, a válvula semilunar
abre , marcando o início da sístole ventricular (onda S arterial na fase 4). O encu rtamento ventricular durante a ejeção do volume pulsátil causa
um rebaixamento rápido do anel da válvula atrioventricular, permitindO o aumento do fluxo venoso em direção ao átrio (onda S venosa). Quan-
do a pressão vent ricular reduzir abaixo da pressão diastólica nas grandes artérias, a válvula semilunar abre , marcando o início do relaxamento
isovolumétrico (fase 5). Quando a pressão ventricular reduzir abaixo da pressão atrial no final do rela xamento isovolumétrico, as válvulas atrio -
ventriculares se abrem . Isto é seguido pela entrada rápida de fluxo sanguíneo para ambos os ventrículos durante o início da diástole (onda E na
fase 1), queda na pressão atrial e o aumento do fluxo sistêmico para frente (onda D).
estimula a produção e secreção de insulina pelo pâncreas fetal. 2. Kramer HH, Majewski F, Trampisch HJ, et ai : Malformation
A hiperinsulinemia e a hiperglicemia, por sua vez, causam ma- patterns in children with congenital heart disease. Am J Ois Child
crossomia e aumento generalizado dos órgãos. A MCH com 141 :789, 1987.
3. Grech V, Gatt M: Syndromes and malformations associated with
hipertrofia septal despropo rcional ocorre em 30% dos recém- congenital hean disease Ul a population·based study. Int J Cardiol
nascidos de gestantes diabéticas 216 e esta alteração morfológica 68:151, 1999.
pode ser detecta da pela ecocardiografia na metade da gesta- 4. Eskedal L, Hagemo P, Esk.ild A, et ai: A population-based study
ção 217. A hipertrofia septal pode ser identificada em progressão of extra-cardiac anomalies in children with congenital cardiac
em pacientes com controle do diabetes adequ ado do segundo malformations. Cardiol Young 14:600, 2004.
trimestre para o termo sem afetar o enchimento e a ejeção 5. Ferencz C, NeilJ CA, BouglunanJA, et ai: Congenita! cardiovascular
cardíaca e, além disto, apresentar resolução espontânea du- malformations associated with chromosome abnormalities : an
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rante a infância217.21S. Ao contrário do bom prognóstico geral
6. Allan LO, Sharland GK, Chita SK, et ai: Chromosomal anomalies
da miocardia hipertrófica, a MCH grave que é clinican1ente in fetal congellital heart disease. Ultrasound Obstet Gynecol 1:8,
indistinguível d a forma fanUliar pode, ocasionalmente, ser ob- 1991.
servada em associação com diabetes materno. A hipertrofia 7. Paladini O, Calabro R, Palm..ieri S, et ai: Prenatal diagnosis of
septal ventricular também pode causar obstrução da via d e saí- congenita! heart disease and fetal katyotyping. Obstet Gynecol
da d o ventrículo esquerdo. Deste modo, deve ser incluído na 81 :679, 1993.
avaliação ultrassonográfica d e ges tantes diabéticas o corte de 8. Moore JW, Binder GA, Berry R: Prenatal diagnosis of atleuploidy
and deletion 22q11.2 in femses with ultrasound detection of Cat-diac
quatro câmaras e das vias de saída ventricular. A STFF ocorre
defects. Am J Obstet Gynecol 191 :2068, 2004.
em 10% a 15% d as gestações gemelares monocoriÔnicas 219 . As 9. GilJum RF: Epidem..iology of congen..ita! hem-t disease in the Un..ited
anas tomoses vasculares placentárias fornecem a base da trans- States. Am Heat'tJ 127 :919, 1994.
fusão entre os gêmeos, resultando em carga de volume não 10. Boneva RS, Bolto LO, Moore CA, et ai : MortaJ..ity associated with
balanceada do gêmeo doador e receptor. O doador apresenta- congenital heart defects in the Un..ited States: trends atld racial
se com hipovolemia e o ligo-hidrâmnio crônico. Inversamente, disparities, 1979-1997. Circulation 103:2376,2001
o feto receptor apresenta sobrecarga de volume com poliúria e 11. Jaeggi ET, Fouron JC, Silvennml EO, et ai: Transplacental fetal
treatment ÍI11proves the outcome of prenataJly diagnosed complete
poli-hidrâmnio, podendo d esenvolver hipertrofia ventricular e
atrioventricuJar block without strucmral heat·t disease. Circulation
hidropisia. A obstrução da via de saída ventricular direita re- 110:1542, 2004.
lacio nada com o seu músculo cardíaco hipertrófico ocorre em 12. Tworetzky"\T, 'v\Tllkins-Haug L,J em1Íl1gs RW, et ai: Balloon dilation
aproximadamente 10% e pode regredir depois do tratamento of severe aortic stenosis in the fems: potential for prevention of
com laser intra-útero bem sucedido ou após o nasciment0 220 . hypoplastic left hean syndrome: candidate selection, technique, atld
A cardiolllWpatia dilatada (CMD) se apresenta com ventrÍCu- results of successful intervemion. Circulation 110:2125, 2004.
los dilatados e contração deficiente, regurgitação AVe, com 13. Mak..ikallio K, McElhúmey OB, Levine JC, et ai: Fetal aortic valve
frequência, hidropisia fetal. A CM D pode ser dividida em duas stenosis atld dle evolll tion of hypoplastic left heat·t syndrome:
patiem selectioo for fetal intervemion. Circulation 113:1401,2006.
categorias: lesão miocárdica devido à inflamação e isquemia, 14. Galindo A, Guriel'l'ez-Larraya F, Velasco JM, el ai: Pulmonaq
e falência cardíaca de alto débito. O tratamento da falência de balloon valvuloplas ty in a fetus with criticai pubnonaly stenosisl
alto débito pode ocorrer quando o débito cardíaco encontra- atresia widl Ullact ventricular septum and heat·t failure . Fetal Oiagn
se muito aumentado, po r exemplo, devido à anemia grave, Ther 21:100, 2006.
shunt arteriovenoso grande, agenesia do ducto venoso, STFF 15. Montatla E, KhoUly MJ, Cragatl JO, et ai: Trends and outcomes
ou gêmeo acardíaco. A CMD também pode estar relacionada after prenatal diagnosis of congenital cardiac malformations by
com a infecção (parvovlruS, citomegalovú-us, vú'us coxsakie B, fetal echoCat'diography in a well defined birth population, Adanta,
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adenovírus, toxoplasmose), inflamação (anticorpos maternos
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anti-Ro/La, e condições hereditárias (DCM familiar) of pattem, management and outcome of pre- versus posmatally
Uma terceira forma, cardiomiopatia resl7itiva, geral e princi- diagnosed major congenital heart disease: a poplllation-based stlldy.
palmente está associad a à fibroel astose endocárdica. A fibro- Uln-asound Obstet GynecoI17:380, 2001.
se do end omiocárdio deve ser suspeitada se houver áreas de 17. Game E, Stoll C, Clementi M: Euroscan group evaluation of
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fibroelastose endocárdica é comumente associada a anticorpos Experience from 20 Europeatl registries. Ulu'asound Obstet Gynecol
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Agradecimentos Accuracy and IUlutarions in a population at high and low risk for
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Somos muito gTatos às Dras. Alessandra Bernasconi e Alexanadra
21. Sharland GK, Allan LO: Screel1Íl1g for congetutal heart disease
j evremovic, que nos informaram da lista de casos bons, revisando prenatally: Results of a 2 1/2-yeat· study in the South East Thames
nossos manuscritos tão meticulosamente e fornecendo comentá- Region. BrJ Obstet Gynaecol 99:220, 1992.
rios e correções valiosas. Agradecemos à sra.jeruller Russel por 22. Achiron R, Glaser J, Gelernter l, et ai: Extended fetal echo-
abordagem de referências, sra. Eul Kyung Kim por fazer os dia- cardiographic eXatlUnation for detecting cat-diac malformations in
gramas e sra. Harpal K Galmuia por corrigir o manuscrito final . low risk pregnat1Cies. BMJ 304:671, 1992.
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15
TRATO GASTROINTESTINAL E
PAREDE ABDOMINAL
Moshe Bronshtein, MO , Sh raga Blazer, MO e Etan Z. Zimmer, MO
A nomalias Associada s Pseudo-obstrução Intestinal Congênita Pedras na Vesícula Biliar Fetal (Lama na
Vesícula Biliar)
Di agnóstico Pré-natal Diarreia Clorada Congênita
Atresia Biliar Extra-hepática
Período do Diagnóstico Cólon
Diagnóstico Pré·natal
Atresia do Esôfado e Duodeno ou Defecação Fetal
Atresia do Piloro Cisto de Colédoco
Doença de Hirschprung
Cistos de Duplicação Entérica Diagnóstico Pré·natal
Diagnóstico Pré-natal
Fenda Laringotraqueoesofágica Baço
Atresia Anal
Síndrome do Notocórdio Dividido e Esplenomegalia
Diagnóstico Pré-natal
Cistos Neuroentéricos Cisto Esplênico
Intestino Hiperecogênico
Estômago Pâncreas
Definição Ultrassonográfica
Tamanho Gástrico Pâncreas Anular
Resumo
Ciclos de Esvaziamento Gástrico Cisto Pancreático
Volvo
Não Visualização do Estômago Pancreatob lastoma
Intussuscepção Intrauterina
Microgastria Congênita Cisto Intra-abdominalldiopático
Má Rotação
Localização do Estômago Parede Abdominal
Sequência de Disgenesia Cloaca I
Atresia de Piloro e Epidermólise Bolhosa Herniação Fisiológica do Intestino Médio
Suspeita de Patologia do Trato
Diagnóstico Pré-natal Gastrointestinal: Uma Abordagem Prá tica Dnfalocele (Exônfalo)
Massas Gástricas Intraluminais (Os 12 Mandamentos) Anoma/i.as Associadas
Duplicação Gástrica Fígado Prognóstico
Duodeno Circulação Hepática Diagnóstico Pré-natal
Obstrução Duodenal Volume Hepático Onfalocele Isolada - A Experiência dos
Estatística Autores
Hepatomegalia
Diagnóstico Pré-lIatal Onfa locele e Síndrome de Beckwith-
Cistos Transitórios Simples Idiopáticos no
Sinal da Dupla Bolha Transitória Wiedmann
Início da Gestação
Massa Cística do Abdome Gastrosquise
Doença Hepática Pol icística
Médio - Diagnóstico Diferencial Incidência e Etiologia
Hamartoma Mesenquimal Hepático
Jejuno e íleo Anoma lias Associadas
Massas Hepáticas
Dilatação Líquida Intestinal Precoce TIpo de Parto
Hemangioma Hepático
Transitória Idiopática Prognóstico
Hepatoblastoma
Atresia Jejunoileal Diagnóstico Pré-natal
Ca lcificações Hepáticas
Diagnóstico Pré-natal Sequência da Ruptura da linha Média
Vesícula Biliar
íleo Meconial
Variantes Anatômicas da Vesícula Bil iar Sequência da Extrofia Cloaca I
Perfuração Intestinal
Forma Cisto Vesicoalantoide/Úraco Patente
Peritonite Meconial
Localização
Diagnóstico Pré-natal
Veia Umbilical Direita Persistente
587
588 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
Faringe
I anterior
Divertículo
/71) \, _
U?-
respiratório
Estõmago
Septo
J transverso
Broto hepático
Intestino médio
'---!,----:,, - - - - -- - - Dueto
vitelointestinal
FIGURA 15- 2. Esôfago torácico . O esôfago (E) é marcado pelas FIGURA 15-3. O esôfago distai (setas) e sua entrada para o interior
setas. O lúmen da traquéia é marcado pelas letras T. do estômago (S). A traqueia é marcada pelas letras T.
FIGURA 15-5. O sinal da bolsa. Esquerda, A bolsa (seta) é detectada no corte sagital do pescoço. Direita, Depois de um período curto , a
bolsa desaparece. (Cortesia de B. Vijayaraghavan: www.thefetus.net. )
Diagnóstico Pré-natal
O sinal da bolsa não tem sido examinado em séries amplas
Os principais marcadores ultrassonográficos para a atresia do e, deste modo, ainda não é possível defmir com acuidade sua
esôfago SãO IO -1S : sensibilidade na detecção da AE. Schulman et al. 14 encontra-
ram em todos dos seus nove casos com AE, enquanto que
1. Estômago pequeno ou ausente. Langer et aI. 13 detectaram o sinal da bolsa somente em um dos
2. Poli-hidrâmnio. seis fetos com AE. Merece nota o fato de que todos os relatos
3 . Sinal da bolsa no final do esôfago cego. atuais da detecção do sinal da bolsa ocorreram em fetos na
segunda metade da gestação.
Devido à obstrução do esôfago, menor quantidade de líquido A artéria umbilical única também é marcador para a atresia
é deglutida pelo feto e, assim, em vez de chegar ao estômago, de esôfago. Torfs et at.s notaram que todos os tipos de atresia
este se acumula na cavidade amniótica. Porém, pelo fato de de esôfago apresentaram associação significante de artélia um-
um estômago ausente ou pequeno e/ou poli-hidrânmio tam- bilicalímica. Em uma série de 450 fetos com artéria umbilical
bém poder estar presente em outras anomalias, esta caracterís- única no início da gestação, foram encontrados três casos com
tica ultrassonográfica é considerada como um sinal indireto, atresia de esôfago.
marcador inespecífico da atresia de esôfago. Devido ao valor preditivo insuficiente do ultrassom na de-
Stringer el al. ll notaram que o valor preditivo para AE tecção da atresia de esôfago, vários autores examinaram o be-
variou entre 39% para um estômago pequeno com poli-hi- nefício de realizar o exame de imagem por ressonância magné-
drânmio a 56% quando este estava presente na ausência do tica (RM) . Foi verificado que a RM aumentou a acuidade do
estômago. O poli-hidrânmio isolado ocorre em 1 :50 gestações diag11óstico; porém os dados atuais são, principalmente, de re-
na população geral. Considerando a incidência de atresia de latos de caso, pois as séries amplas não estão disponíveis I3. 18. 19.
esôfago conhecida, estima-se que o poli-hidrânmio isolado seja De modo geral, a sensibilidade da detecção da AE/FTE é pe-
o único marcador isolado desta patologia em aproximadamen- quena; quase 60% a 70% dos casos não são detectados lÍI utera,
te 1% dos casos. Em nossa experiência, foi observado que a principalmente pelo fato de poli-hidrânmio e estômago peque-
presença de poli-hidrâmnio grave e a falta de identificação do no ou não visualizado poderem não estar aparentes.
estômago após um período de tempo prolongado sem a pre-
sença de anomalia obstrutiva do trato gastrointestinal superior
(p. ex., pressão por um bócio etc.) aumenta significativamente Período do Diagnóstico
a probabilidade da AE.
Na última década, vários relatos enfatizaram o problema Atualmente, não há relatos da detecção da não visualização
da detecção do sinal da bolsa, se apresenta como o final do estômago com poli-hidrâmnio em fetos com atresia de
dilatado do esôfago (Fig. 15-5) lO. 2-17. A sua detecção não é tare- esôfago antes de 18 semanas. Os autores identificaram três
fa simples , pois este se enche e esvazia periodicamente, talvez fetos com atresia de esôfago em que o estômago e a quantida-
em correlação com a deglutição fetal. Além disto, dependendo de de líquido anmiótico encontran1-se normais com 14 a 16
da natureza desta anomalia, a bolsa pode estar localizada na semanas de gestação. O poli-hidrâmnio e a não identificação
região cervical ou mediastino. Schulman et al. 14 notaram que do estômago foram observados só após exames repetidos com
o ultrassom detalhado pode demorar mais do que 20 ou 30 20 semanas de gestação.
minutos pelo fato da necessidade de repetida visualização da Assim, é provável que muitos casos de atresia de esôfa-
região suspeita. go já apresentem a fístula traqueoesofágica desde o início da
Eles sugerem os seguintes cortes ultrassonográficos: gestação. A físntla provavelmente começa a se estreitar com o
prosseguimento da gestação. Se ocorre obliteração completa,
1. Coronal, através do pescoço e do tórax, para visualizar espera-se um estômago pequeno ou não visualizado. Ocasio-
a via aérea superior; hipofaringe, laringe e traqueia. nalmente, o canal fistuloso entre a traqueia e a distal
2. Secção sagital do feto. do esôfago é trocado por um cordão de ligament0 2 . Porém,
3. Dois cortes axiais; um no nível da glândula tireoide, e se a físntla não estiver completamente obliterada, o estômago
o outro no nível do corte de três vasos e da traqueia. pode ser identificado.
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINA L 591
FIGURA 15-6. Duplicação cística de esôfago. Esquerda, Um corte transverso, o estômago (S) e um cisto (c) no mediastino posterior. Direita,
Um corte parassagital, o cisto está localizado superiormente ao estômago (S) e o esôfago (E) é detectado. Atenção: Esta não é a bolha da
atresia duodenal , que normalmente está localizada no meio do abdome e inferior ao estômago (círculo branco).
Atresia do Esôfago e Duodeno ou a forma tubular ocorre somente em 5% a 10% dos casos 24 .
Atresia do Piloro A forma cística apresenta imagem ultrassonográfica como um
cisto ou uma alça única viscosa . A forma tubular pode apre-
A au-esia do esôfago pode ocorrer em associação a outras sentar-se como massa hiperecogênica adjacente ao lúmen gas-
atresias do trato gastrointestinal21 ' 23 trointestinal (Fig. 15-7).
A associação da atresia do esôfago e duodeno sem fístula
traqueoesofágica resulta em uma alça fechada do intestino en-
volvendo o esôfago distal, estômago e duodeno. O ultrassom Fenda Laringotraqueoesofágica
revela uma grande coleção líquida em forma de "C" no abdo-
me fetal, que pode estender-se para o tórax ou massa cística A fenda laringotraqueoesofágica (FLTE) é uma anormalidade
no tórax com dilatação do estômago e prin1eira porção do na fOlwação do septo traqueoesofágico ou da falha do septo
duodeno. O diagnóstico diferencial destes casos inclui hérnia em alcançar o nível apropriado. Foram sugeridas várias classi-
diafragmática, obstrução gastrointestinal, duplicação cística do ficações para esta anomalia 29 .32 .
trato gastrointestinal, ou cisto anômalo do pulmão. As anomalias associadas são frequentes, principalmente as
gastrointestinais, cardíacas, pulmonar e geniturinária. A FLTE
também aparece em três síndromes específicas: Optiz-Frias,
Cistos de Duplicação Entérica Pallister-H all e VACTER. Samuel el al.'19 relataram sete fetos
Cistos de duplicação entérica são anomalias congênitas raras com FLTE, verificando que todos apresentavam anomalias
que podem surgir em qualquer lugar do trato gastrointestinal. pulmonares e atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica.
Aproxin1adamente metade dos casos está no intestino médio, A agastria foi identificada em quatro casos e a n1icrogastria em
um terço no intestino anterior (esôfago, estômago e parte três casos. O s recém-nascidos sofreram episódios repetidos de
proximal do duodeno), e 13% ocorrem no cólon. O s cistos aspiração, pneumonia química, problemas de alimentação e
de duplicação formam-se em paralelo com o lúmen normal elevada taxa de mortalidade 293 2
do trato gastrointestinal, quando dois canais, em vez de um, O diagnóstico pré-natal deve ser sugerido em casos de
se desenvolvem entre 6 e 8 semanas de vida. A parede destes poli-hidrâmnio, agastria, n1icrogastria e anomalias císticas no
cistos é composta de epitélio de mucosa e camada muscular. pulmã0 29.3o • Devido à incidência elevada de anomalias asso-
Qyase um terço dos recém-nascidos com duplicação entérica ciadas, é obrigatória a avaliação de todos os órgãos fetais.
apresentam anomalias associadas, como síndrome do noto-
córdio em fenda, malformações gastrointestinais e duplicação Síndrome do Notocórdio Dividido e
de bexiga, uretra interna e genitália externa. As crianças
podem sofrer de vários distúrbios clínicos, como úlcera pép- Cistos Neuroentéricos
tica do tecido gástrico, hemoptise em casos de fístulas para A síndrome do notocórdio dividido é uma anomalia rara
os brônquios, infecção dos cistos de medias tino e obstruções em que uma fenda da coluna vertebral está associada a ano-
gastrointestinais. É in1portante notar que a malignização tem malias do sistema nervoso central e gastrointestinal. Cistos
sido relatada em algumas duplicações císticas. A ressecção neurentéricos também podem estar presentes 33.35 . Almog el
da duplicação cística é considerada como um cuidado básico a1. 34 relataram um feto que apresentava estômago anormal
devido à elevada incidência de distúrbios associados à possi- localizado no medias tino direito posterior com escoliose grave
bilidade da malig1udade 24' 28 . e distorção vertebral. Agangi el a1. 35 relataram um feto com
A duplicação esofág-ica é responsável por aproximada- massa cÍstica envolvendo a parte inferior do sacro, sendo
mente 10% de todas as massas mediastinais na criança, com a observado estrutura perineal alongada semelhante a uma alça
maioria ocorrendo na porção média ou distal do esôfago (Fig. intestinal. O diagnóstico pós-natal foi de um segmento do
15-6). Sua incidência é de cerca de 1 :8.200 nascin1entos com cólon protruso, ânus in1perfurado e lipomeningon1ielocele.
predon1inância do sexo masculino em 2: 126 . A maior parte Assin1, os ultTassonografistas devem considerar que os acha-
dos casos de duplicação apresenta forma cística, enquanto que dos de anomalias vertebrais associados a massas císticas intra-
592 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
FIGURA 15- 7. Duplicação gástrica. Esquerda, Massa cística hiperecogênica (Ml, que aparece sólida, é identificada comprimindo o estômago
(S) posteriormente. Direita, Exame de ressonância magnética elucidando que a massa (M) é , na verdade, uma víscera atrás do estômago (s).(De
Levine D: State af the art: Obstetrie MR Imaging. Radialagy 211 :609, 1999.)
FIGURA 15- 8 . Síndrome do notocórdio dividido. Esquerda, Massa cística observada no corte transverso do pulmão. Direita , Em um corte
transverso inferior, uma vértebra em fenda (V) está conectada à massa cística (seta) .
ESTÔMAGO
o estômago fetal aparece primeiro como uma estrutura cística
no plano superior do abdome esquerdo . Este pode ser obser-
vado em 30% dos fetos com 8 semanas de gestação e deve
ser observado em todos os fetos com 11 semanas de gestação.
(Figs. 15-9 e 15-10)36.
Tamanho Gástrico
As dimensões do estômago são definidas pela maior área
incluindo o piloro nos planos transversos ou oblíquos. O FIGURA 15-9. Um corte transverso diagonal do abdome fetal.
plano transverso no centro do corpo gástrico é utilizado para GB, vesícula biliar; St. estômago; VU, veia umbilical.
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 593
FIGURA 15-11 . Estômago acentuadamente dilatado na semana 15. FIGURA 15-12. Localização anormal do estômago. Feto com uma
hérnia diafragmática esquerda. O estômago preenchido por líquido não é
identificado em sua posição normal dentro do abdome. O estômago (St)
está localizado dentro do tórax adjacente ao coração fetal (H). Lu, pulmão.
FIGURA 15-13. Atresia de pilara: Esquerda , Um estômago (S) grande no corte transverso. Direita, No corte sagital , é observado o esôfago (E)
acentuadamente dilatado. (Cortesia de V. Suma: www.thefetus.net.)
FIGURA 15-14. Ecos intragástricos (setas). Esquerda , plano sagital; Direita, plano transverso.
Online Mendelian lnheritance in Man) Metade das crian- duodenal isolada apresenta redução do risco significante para
ças nasceu prematuramente e em 75% dos casos observa-se uma relação de risco próximo de 30.
poli-hidrâmnio. A evolução dos pacientes com obstrução duodenal depen-
A atresia duodenal é um marcador clássico da sÚ1drome de de da ta,'{a de sucesso dos procedimentos cirúrgicos e da gravi-
Down. A incidência relatada da trissomia do 21 nestes fetos é dade das anomalias associadas. O prognóstico de seg·uimento
de 24% a 35% com a relação de risco geral de 300 65.69 . É da por 30 anos revela a taxa de mortalidade de 9%, sendo que
experiência dos autores que na gestação precoce, a maioria 12% dos pacientes sofrem de complicações tardias 7o .
dos fetos com silldrome de Down apresenta outras anomalias
associadas , principalmente o aumento do edema de nuca. As-
sim, em casos de marcadores bioqumucos normais e ausência
Diagnóstico Pré-natal
do edema de nuca, o risco de síndrome de DOW11 com a atresia
O diagnostico ultrassonográfico pré-natal da obstrução duo-
denal foi relatado em _87% casos 7l . Este depende t,rin-
opalmente da detecçao do smal da dupla bolha 22 .2 .7 1.7.1.
O poli-hidrâmnio também pode ser observado em quase
40% dos casos , sobretudo na segunda metade da gestação.
No sinal da dupla bolha, o estômago dilatado e a primeira
porção do duodeno aparecem lado a lado através da linha
média do abdome superior do feto (Fig. 15-17). O sinal da
dupla bolha tem sido observado desde 12 semanas de gesta-
çã0 22 .i2 , porém, em muitos casos, este sinal ultrassonográfico
só foi detectado na segunda metade da gestação . A principal
razão para o aparecimento tardio do sinal da dupla bolha
está, provavelmente, associada à pressão hidrostática neces-
sária para dilatar o duodeno além do grau de obstrução.
Na maioria dos casos, a atresia duodenal ocorre abaixo da
ampola de Vater. No intuito de dilatar a primeira porção do
duodeno acima da ampola de Vater, é necessária a deglutição
de grande quantidade de líquido amniórico , além da obstru-
ção para frente e para trás que evita a saída para o intestino e
o retorno do fluxo do estômago para o esôfago. Outra razão
possível é que no início da gestação a discreta dilatação do
duodeno é menor que a resolução da abordagem do exame
transabdominal.
FIGURA 15-16. Peristaltismo duodenal no início da gestação. Esquerda, Um segmento dilatado do duodeno (seta) em continuidade com o
estômago (5) . Direita, Depois de poucos segundos, o peristaltismo desapareceu.
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 597
FIGURA 15-17. O sinal da dupla bolha na atresia duodenal. Esquerda, O estômago (STO) e o duodeno (OU) dilatados. Direita, Durante a onda
peristáltica , pode ser observada a comunicação através do piloro (p).
sinal de dupla bolha transitória em fase precoce da gestação Massa Cística do Abdome Médio -
(Fig. 15-18). Em um destes, foi detectada a trissomia do 21,
Diagnóstico Diferencial
em outro caso , o sinal da dupla bolha foi detectado nova-
mente com 23 semanas de gestação, sendo diagnosticada Os distürbios mais comuns sugeridos em casos de achado
então a obstrução duodenal no feto . Em outro caso, a dila- ultrassonográfico de massa cística em abdome médio estão
tação do duodeno permaneceu até 19 semanas de gestação, listados no QJadro 15-2.
desaparecendo em seguida. O recém-nascido era saudável. No intuito de facilitar o diagnóstico apropriado, sugerem-
Deste modo, parece que o sinal da dupla bolha transitória se os exames seguintes:
não é sempre um sinal inocente, devendo ser obrigatório o l. Localização da massa cística. Um cisto acima do nível
seguimento destes casos, do piloro, de localização posterior exclui a possibilida-
O sinal da dupla boUla também pode aparecer em outras de de anomalia duodenal.
anormalidades do duodeno e estômago. Malon et aC5 obser- 2. Nível das enzimas digestivas no líquido amniótico.
varam o sinal da dupla bolha em um caso de duplicação duo- O nível normal das enzimas digestivas exclui a pos-
denal. Observamos, também, um feto com este diagnóstico sibilidade de atresia biliar extra-hepática. Geralmente,
(Fig. 15-19). Yoshizato el aC6 encontraram o sinal da dupla tanlbém exclui a obstrução duodenal. Um IÚVel muito
bolha em um caso de estenose de piloro com dilatação do baixo, ou a ausência de enzimas, é marcador de atre-
antro gástrico (Qyadro 15-1), sia biliar extra-hepática, enquanto que um aumento do
598 TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREOE ABDOMINAL
JEJUNO E íLEO
o jejuno está localizado no lado esquerdo superior do abdo-
me, e o íleo está localizado no lado direito inferior (Fig. 15-20).
No início da gestação, o ultrassom de alta resolução retrata o
intestino delgado como um saco de "vennes dentro de peque/uJS
pedaços de lã de algodiio em movimento" transparente. A sua densi- FIGURA 15--21. Imagem normal do intestino delgado até a 17'
dade, preenchimento e tamanho diferem entre os fetos, e com semana de gestação. Apresenta a aparência de vermes transparentes
dentro de pequenos pedaços de lã de algodão em movimento .
frequência no próprio feto .
Até li semanas de gestação, o peristaltismo é evidente,
sendo que o conteúdo intestinal completo pode ser identifica-
do (Fig. 15-21 ). Depois de 18 semanas, os movimentos peris-
tálticos diminuem, ocorrendo uma redução gradual do conte- Dilatação Líquida Intestinal Precoce
údo intestinal que torna a aparência desse conteúdo líquida ou Transitória Idiopática
mucosa. Então, o intestino permanece próximo do vazio até
próximo do termo (Fig. 15-22). Ressalta-se que as característi- Não é rara a presença de dilatação transltona líquida leve
cas ultrassonográficas do intestino são altamente dependentes ou moderada do intestino sem mecônio intra-abdorn.inal ou
de resolução do aparelho de ultrassom utilizado, frequência ascite 8o . Esta ocorre em aproxin1adamente1:400 fetos com 14
do transdutor e condições corporais da grávida. As alças in- a 17 semanas de gestação e, geralmente, desaparece entre 18
testinais de um fero de uma mulher obesa, por exemplo, são e 22 semanas. A elevação da temperatura materna foi relata-
de individualização difícil com o exame de ultrassom básico, da dentro de 3 semanas antes dos achados fetais em muitos
aparentando somente uma imagem de "nuvens não homogê- destes casos. Os autores observaram mais de 80 fetos com
neas", enquanto que com um transdutor de alta frequência se este achado ultrassonográfico que apresentaram prognóstico
observa aumento da ecogenicidade das alças. favorável (Fig. 15-23). Apesar destes dados seguros, é sugerida
TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREDE ABDOMINA L 599
FIGURA 15- 23. Dilatação transitória idiopática do intestino delgado (setas) em quatro fetos diferentes entre as semanas 14 e 16.
600 TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREDE ABDOMINAL
FIGURA 15-25. Atresia jejunal. Esquerda , Estômago fetal. Meio, Perigástrico , alças intestinais muito dilatadas. Direita , Autópsia demonstrando
as alças anormais. (Cortesia de F. Cuillier , www.thefetus .net.)
dados que indicam que a atresia jejunal e ileal podem ser con- perfuração pré-natal ocorre mais frequentemente na atresia ile-
sideradas entidades distintas. Primeiro, a atresia é duas aI, sendo muito menos comum najejunal 88 .
vezes mais comum que a ileal. Segundo, HeJI el ai. e Sweeney
et a/89 verificaram que muitos casos de an'esia jejunal consis-
tiam em múltiplas alterações em oposição à atresia ileal, que
geralmente é composta de uma atresia única na maioria dos Diagnóstico Pré-natal
casos, Sweeney et a{89 notaram anomalia associada somente As características ultrassonográficas da alça intestinal têm
em um caso de 45 paciemes com atresia ileal em oposição sido observadas em 51 % a 86% dos fetos em diferentes séries.
a 16 de 38 pacientes com atresia jejunal que apresentavam Os marcadores ultrassonográficos mais comuns são lúpere-
anomalias associadas (fibrose cística, má rotação, doença car- cogeni.cidade de alça, dilatação do estômago, dilatação de
díaca congênita, síndrome de Down, anomalias anorretais e alças, material ecogênico intraperitoneal e poli-lúdrâmni0 90 ' 93 .
vertebrais, defeito de tubo neural e microcefalia). Terceiro, a Entretanto, é importante observar que há diferenças entre a
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 601
I Tabela 15-1 I Comparação Ultrassonográfica entre a Atresia Jejunal e IIeal na Segunda Metade da Gestação
Alças Calcificação Anomalias
Intestinais Estômago Peritoneal Ascite Associadas Poli-hidrâmnio
jejuno Dilatação acentuada das alças, Grande Frequente Muito raro Frequente Frequente
a maioria do lado esquerdo
do abdome
Aumento do duodeno é
comum
fleo Geralmente só dilatação menor Normal Frequente Frequente Raro Raro
de poucas alças
FIGURA 15-26. Primeiro sinal da obstrução jejunal na semana 15. É observado um halo hiperecogênico (setas). Esquerda, Corte transverso.
Direita, Corte sagital. D, Diafragma.
cística, apenas cerca de 15% a 20% dos recém-nascidos com nhecida na maioria dos casos. As causas possíveis são esteno-
fibrose cística apresentaram fibrose cística com obstrução se, atresia, volvo, intussuscepção, fibrose cística95 e infecção,
intestinal relacionada com o íleo meconiaI 94 .95 . Outra pos- como parvovírus B19, citomegalovírus e hepatite99'lOl.
sibilidade, embora por causa menos frequente , é a infecção Tradicionalmente, o teimo peritonite meconial é utilizado,
por citomegalovírus e sífilis96.9i. Ocasionalmente, a causa pois se acredita que a perda de mecônio para o abdome fetal
não é determinada e a desordem é considerada como idio- resulta em inflamação química asséptica. Em nossa experiên-
pática. cia, no inicio da gestação (52 .000 exames entre 14-16 sema-
O principal marcador ultrassonográfico é a hiperecogeni- nas), a incidência de passagem meconial para a cavidade peri-
cidade de alça com dilatação contendo mecônio. Marcadores toneal é de 1:l.000 e 20% destas ocorrências estão associadas
menos específicos são material ecogênico intraperitoneal, as- a anomalias estruturais maiores.
cite, dilatação de alça e pseudocisto meconial9 ,95,98 1 os ca-
sos de fibrose cística, pode ser observada não identificação
da vesícula biliar95 Estes achados ultrassonográficos também Diagnóstico Pré-natal
podem estar presentes em perfuração intestinal e o diagnósti-
co diferencial acurado nem sempre é possível. Deste modo, O s principais marcadores ultrassonográficos relacionados na
é indicada a pesquisa para fibrose cística, TORC H , enzimas literatura são: calcificação intraperitoneal, dilatação de alça
digestivas e cariótipo fetal. ruperecogênica, ascite e poli_hidrâmni098,I02' I05. Nossa expe-
riência mostra que o mecônio calcificado pode apresentar-se
em várias formas : como uma forma contínua curvilínea na
PERFURAÇÃO INTESTINAL borda inteira do perit6nio (aparência como "meia") (Figs.
15-29 e 15-30), em forma dispersa (Fig. 15-31), e como um
Peritonite Meconial foco isolado. A localização mais frequente do foco ocorre no
A incidência da perfuração intestinal é de 3,3 para 100.000 quadrante superior esquerdo do abdome atrás do estômago
nascimentos 95 ,98. A causa responsável pela perfuração é desco- (Fig. 15-32).
FIGURA 15-28. Autópsia na semana 19. O segmento atrésico do FIGURA 15-30. Calcificações subdiafragmáticas (setas) na semana
jejuno está marcado por setas. (Cortesia de Dr. Dvora Kidron.) 15 . O recém-nascido apresentou evolução normal.
FIGURA 15-29. Halo hiperecogênico (setas) na semana 15 . Esquerda, Corte sagital. Direita, Corte transverso. O recém-nascido apresentou
prognóstico normal.
TRATO GASTROINTEST INAL E PAREDE ABDOMINAL 603
FIGURA 15-31. Calcificações dispersas (setasl na semana 16. Esquerda, Corte sagital. Direita, Corte transverso. O recém-nascido apresentou
evolução normal.
FIGURA 15- 33. Encolhimento de um cisto de mecônio (seta) por meio da gestação.
como um cisto intra-abdominal ou uma alça dilatada com Pseudo-obstrução Intestinal Congênita
vários tipos de ecogenicidade e conteúdo, com ou sem peris-
taltismo (Figs. 15-35 e 15_36)110.111 . A pseudo-obstrução intestinal congênita (pOlC) é condição
rara com uma incidência de menos de 1:100.000. Esta é
caracterizada por episódios recorrentes de obstrução paralíti-
Duplicação do Intestino Delgado
ca na ausência de fator mecânico. A neuropatia ou miopatia
As duplicações podem ocorrer ao longo de todo o trato visceral tem sido detectada em muitos, mas não em todos os
gastrointestinal, embora sejam mais comuns no intestino casos. Os distúrbios urológicos são muito frequentes , princi-
delgado, em particular na porção fU1al do Lleo, que representa palmente megacistos e hidronefrose in utera. Os pais devem ser
mais de 70% das duplicações do intestino delgado. Estas geral- informados que independente do progresso no tratamento, a
mente se situam no mesentério no lado da alça, e seu tamanho incidência relatada da mortalidade é de até 25%115-l1?
pode ter alguns poucos milímetros ou tão longo quanto todo o ultrassom pré-natal, os achados caJ-acterÍsticos são alças
o intestino. Os sintomas clínicos mais comuns nos neonatos intestinais moderadaJ11ente dilatadas por líquido com redução
TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREDE ABDOMINAL 605
Divertículo
de Meckel com
cordão fibroso
se eslendendo
para o cordão
umbilical
3. Cordão
fibroso
conectando
o intestino
delgado com
o umbigo
FIGURA 15-34. Divertículo de Meckel : várias formas morfológicas. (De netterimages.com . com permissão.)
ou ausência do peristaltismo (Fig. 15-37). Poli-hidrâmnio e O diagnóstico diferencial com porc baseia-se na presença
.
megaCIstos po d em ser observad os na malOna
. . d estes casos 115 . de peristaltismo em oposição ao peristaltismo reduzido ou au-
Ressalta-se que não há ascite ou mecônio no peritônio, o que sente na porco A desordem deve ser diferenciada da atresia
serve de auxílio no diagnóstico diferencial da atresia jejunoi- jejunoileal, em que a distensão das alças intestinais é muito
leal. Outros diagnósticos a ser considerados são doença de mais evidente e a ascite e o mecônio intraperitoneal estão pre-
Hirchsprung e diarreia clorada congênita. sentes em muitos casos (Tabela 15-2) 120 .
DEFECAÇÃO FETAL
A passagem do mecônio In lItero consiste em achado frequente
nas últimas semanas de gestação. Sua incidência aumenta
com a idade gestacional. Um conceito amplamente conhe-
cido sugere que, normalmente, o fetO não defeca, e que a
presença do anmiótico manchado de mecônio implica
hipóxia fetal 12 . Entretanto. algumas publicações indicam que
a defecação fetal é um evento fisiológico. Modelos animais
têm demonstrado que a defecação é independente do sofri- FIGURA 15-37. Pseudo-obstrução intestinal na semana 31. (Cortesia
mentO fetal 125. 126. Ramon e/ af.127 observaram a defecação fetal do Dr. Ori Shen.)
FIGURA 15-36. Divertículo de Meckel na semana 32. Esquerda, Um cisto grande contendo sedimento mucoso. Direita. Achado operatório.
(Reproduzido com a permissão de F. Jacquemard, www.thefetus.net.)
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 607
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Idade gestacional (semanas)
Idade gestacional (semanas)
FIGURA 15-39. Análise de regressão do diâmetro retal e a idade FIGURA 15-40. An álise de regressão do diâmetro do cólon
gestacional por semana utilizando um modelo cúbico . É demonstrado descendente e a idade gestacional por semana utilizando um modelo
o intervalo de confiança de 95%. (De Zalel Y, Perlitz Y, Gamzu R, et cúbico. É demonstrado o intervalo de confiança de 95 %. (De Zalel Y,
ai: In-utero development of the fetal colon and rectun : Sonographic Perlitz Y, Gamzu R, et ai: In-utero development of the fetal colon and
evaluation . Ultrasound Obstet Gynecol 21: 161, 2003. ) rectun: Sonograph ic evaluation. Ultrasound Obstet Gynecol 21: 161 ,
2003.)
durante a gestação em seres humanos. Os autores deliniram dentro do estômago fetal também tem aparência similar ao
a defecção fetal como a expulsão do conteúdo retal através do mecôn.io (Fig. 15-14). Deste modo, é possível que a conhecida
ânus para o líquido amniótico. O diâmetro e a área do ânus deglutição de líquido amniótico pelo feto também ocorra com
foram medidos no ultrassom no período de máxima abertura o seu mecônio. Em ocasiões muito raras, é possível identificar
anal em 240 fetos entre 15 e 41 semanas. Um ou mais epi- o processo de defecação em fetos jovens (Fig. 15-46). Há cor-
sódios de defecação foram observados em todos os fetos . A relação entre os níveis de enzimas intestinais e hepáticas e o
frequência da defecação foi mais alta entre 28 e 34 semanas. processo de defecação normal e anormal no início e na metade
A expulsão do mecônio também foi observada utilizando a da gestação 129 .
imagem do Doppler colorido (Fig. 15-44), e no exame ultras-
sonográlico tridimensional e quadridimensional 128 . Doença de Hirschprung
Opinião dos autores: Concordamos que a defecação fetal
consista em um processo fisiológico que ocorre durante a ges- A doença de Hirschprung é causada por uma inervação anor-
tação. As principais questões sustentando esta idéia estão rela- mal do intestino que se inicia no esfíncter anal interno e se
cionadas com os seguintes fatos: durante toda a gestação ini- estende de modo prox.irnal para envolver graus variáveis de
cial, identificamos quantidades variáveis de material ecogênico comprimento das alças. Esta é a origem mais comum de obs-
lodoso no líquido amniótico, utilizando transdutor vaginal de trução intestinal em neonatos com uma incidência de 1 :5.000
alta frequência (Fig. 15-45); as características deste material nascidos vivos. O s fetos masculinos são mais afetados que os
são similares às encontradas no mecônio dentro do intestino femininos com relação de 4:l. As anomalias associadas são
fetal; o debris ecogênico que, algumas vezes, é encontrado observadas em 11 % a 22% dos casos, e a trissomia do 21 é
608 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
Idade
gestacional Número Média 95% IC Média 95% IC
FIGURA 15-42. O retossigmóide em corte coronal na semana 15 de gestação em dois fetos (setas). IB, osso ilíaco. No lado esquerdo , a
bexiga (B) também é detectada.
FIGURA 15-43. O retossigmóide em corte coronal na semana 23 de gestação em dois fetos. A aparência de conteúdo tipo lama está marcada
pelas setas.
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 609
tos. Esta pode ser dividida em atresia baixa, intermediária ou Diagnóstico Pré-natal
alta de acordo com o término do canal anal com relação ao
músculo elevador do A atresia anal foi descrita em Uma vez que a atresia anal está presente em casos de asso-
ciação de VATERlVACTER, a demonstração principalmente
mais de 50 sÚldromes e disnhbios malformativos, sendo a
mais comum a associação de VATER e a de vértebras, coração, rins, membros e esôfago deve alertar
o ultrassonografista da possibilidade desta anomalia (Fig.
Dos 1.425 casos de atresia anal observados no ensaio EU-
15-49). Atuabnente, a taxa de detecção pré-natal da atresia
ROCAT I35 , 36% eram isoladas e 64% estavam acompanhadas
anal ainda é baixa. Stoll et al. 91 relataran1 a taxa de detecção
de outras malformações. A aU'esia alta estava presente em 10%
somente de 8,2%7.@ Na verdade, a maioria das publicações é
dos casos, enquanto que a baixa foi encontrada em 90% dos
de relatos de caso e, em alguns destes, o diagnóstico foi reali-
casos. Forrester e Merz l36 , avaliando os dados de 124 casos.
zado no itúcio da gestação.
encontraram anomalias cromossômicas em 8,1% dos casos
histórico familiar em 2,4%. StoU eI reportaram que o risco O s marcadores ultrassonográficos da atresia anal in-
CIuem 137·143 a dil ataçao
- d a,aça
l 'II1testll1
. al d o leto
c '
com líquido
de recorrência para os parentes de primeiro grau dos <Tenitores
dentro do seu lúmen (Fig. 15-50); um segmento distal da alça
foi de 3,7%, com a ta;-(a de prevalência para as
em forma de "u " ou "V" no abdome inferior ou pelve, sepa-
de atresia não anais sendo mais de duas vezes elevada que o
rado da bexiga com ascite leve ; calcificações colônicas intralu-
grupo-controle.
minais, que, provavelmente, representam enteroJitíase. Esta in-
tercorrência é mais frequente como resultaelo ela solidificação e
condensação do mecônio represado (Figs. 15-50 e 15-51 ).
Os autores l44 observaram um feto em que a dilatação foi
observada com 15 semanas de gestação. Embora nenhuma
outra anomalia intestinal tenha sido observada no controle
seriado mensal, foi confirmado o diagnóstico de atresia no re-
cém-nascido após o parto. Taipale et al. 143 relataram um feto
com ânus imperfurado em que a alça intestinal foi inicialmente
FIGURA 15-49. Necropsia na semana. A seta está apontando FIGURA 15--51. A atresia anal na 1 semana. A enterolitíase no
em direção à membrana anal. (Cortesia da Ora. Lisa L. Maroun.) cólon descendente dilatado está assinalada pelas setas. S, Estômago.
Atresia anal na 15! semana. Dois cortes sagitais do mesmo feto. O cólon descendente e o retossigmoide preenchidos por
liqUido estao assinalados por setas brancas. Na figura à direita, a enterolitíase é assinada pela seta preta.
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 611
detectada com 12 semanas de gestação e, de novo, no terceiro avaliar a ecogenicidade das alças deixa o diagnóstico desta
trimestre. Entretanto, no segundo trimestre, o intestino parecia anomalia inteiramente à disposição da interpretação subjetiva
apresentar tamanho normal. Desta forma, parece que a dilata- do operador. A descrição original do aumento da ecogenici-
ção da alça no primeiro trimestre é um possível marcador para dade da alça utilizava relativamente transdutores de baixa fre-
a atresia anal, sendo que esta anomalia pode passar desperce- quência sem o novo processo de sinal de imagem em harmô-
bida se for realizado exame ultrassonongTáfico na metade da nica. Assim, a próplia avaliação subjetiva da ecogenicidade da
gestação. Acreditamos que, no futuro , o estudo das enzimas alÇ<'1 e a intensificação artificial da ú'equência, ganho e processo
digestivas no líquido amniótico será incluído na abordagem de imagem do transdutor podem apresentar impacto na inter-
dos fetos com dilatação intestinal em fase precoce da gestação, cretação do rúvel da ecogenicidade do intestino (Fig. 15-53) 14 5·
de modo que este exame tem se mosu'ado importante 00 diag- 49. Deste modo, é fundamental que o diagnóstico de intestino
nóstico da atresia anal 129 . hiperecogênico seja realizado por ultrassonografistas experien-
tes e altamente especializados e que utilizem aparelhos com
que estejam familiarizados (Tabelas 15-3 e 15-4).
INTESTINO HIPERECOGÊNICO
Definição Ultrassonográfica Resumo
A ecogenicidade do intestino se aproxima à do osso ao redor o diagnóstico do intestino hiperecogênico deve ser realizado
(Fig. 15-52). por ultrassonografistas experientes que estejam bem familia-
A prevalência é de 0,2% a 1,8% nos fetos de segundo tri- rizados com os seus aparelhos de ultrassom. os casos de
mestre. A falta de confiabilidade de um método objetivo para intestino hiperecogênico, deve ser realizada a pesquisa por
anomalias esu'uturais, distúrbios cromossômicos, infecções e
fibrose cística. Se estes distúrbios forem excluídos e a alfa-feto·
proteína estiver normal, os pais devem ser orientados que há
elevada probabilidade de uma evolução fetal favorável.
Volvo
o volvo é uma condição em que a alça do intestino se emola
ao redor da artéria mesentérica ou seus ramos. A necrose
isquêmica pode levar à atresia intestinal. Porém também é
possível que a atresia intestinal se desenvolva primeiro e seja
complicada pelo volvo devido ao aumento do peristaltismo no
intestino dilatado proximal ao local da atresia. É difícil deter-
minar a incidência de volvo fetal , pois a maioria dos dados é
de relatos de caso. Ressalta-se o estudo de Komuro et a/. 87, que
encontraram o volvo em 14 de 48 recém-nascidos que tinham
FIGURA 15-52. ntestino hiperecogênico (EB). A ecogenicidade do atresia jejunal.
intestino (setas finas) é similar à do fêmur (F e seta longa).
FIGURA 15-53. O impacto da frequência do ultrassom na ecogenicidade intestinal. Esquerda, Intestino ecogênico (seta) detectado pelo
ultrassom de alta frequência vaginal. Direita, O ultrassom transabdominal com frequência mais baixa no mesmo feto não mostrou o aumento
da ecogenicidade da alça.
612 T RATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
A caractenstIca ultrassonográfica marcadora de volvo no dOSI 62,163. O ultrassonografista deve saber que o sinal de re-
feto e na criança é o sinal de redemoinho. A alça intestinal demoinho não está presente em todos os casos de volvo fetal.
torcida e o seu mesentério e vasos mesentéricos adjacentes Em algumas situações, a aparência ultrassonográfica não é
exibem uma configuração semelhante ao redemoinho (Fig. específica, podendo ser identificados dilatação de alças , ascite,
A imagem do Doppler colorido pode facilitar o massa cística intra-abdominal e poli-hidrânmiol66.l67
diagnóstico pela visualização dos vasos mesentéricos torci-
Aorta dorsal
Baço
Baço
Broto
pancreático dorsal
)
Artéria mesentérica anterior
Figado
Mesogástrio dorsal do baço
Est6mago
Vesícula biliar
....
Duodeno
Aorta dorsal
Bolsa omental
(pequeno omento)
Pequeno
omento
I U -';+-- Baço
Colón
Colón
descendenle
Colón transverso ascendent"- - _-,,
-r--+--II-+__ Intestino
delgado
D1
Ceco e apêndice
FIGURA 15-55. Processo de herniação e redução fisiológica. No início da semana de gestação menstrual, a alça do intestino médio hernia
para o cordão umbilical proximal IA). A relação entre a artéria mesentérica superior IAMS) e o intestino é ilustrada em A 1. No estágio final (8), o
intestino médio inicia a rota ção de 90 graus em sentido horário (87). Próximo à semana menstrual, o intestino médio retorna para o abdome
(C e O), e, ao mesmo tempo, ocorre uma rotação progressiva em sentido horário até o intestino médio ser submetido a uma rotação total de
270 graus (Cf e 01) . A posição final do ceco no quadrante inferior direito é alcançada posteriormente, no final do período fetal (E). (De Moore
KL, Persaud TVN: The Developing Human: Clinically Oriented Embryology. Philadelphia , WB Saunders, 1998.)
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 615
FíGADO
O fígado é uma estrutura assimétrica. Seu limite superior é o
diafragma. o plano parassagital méd.io clavicular do pulmão
direito e abdome, o terço superior é ocupado pelo pulmão, o
terço médio é preenchido pelo fígado e o terço inferior ocu-
pado pelo intestino. No plano parassagital médio clavicular
do pulmão esquerdo e abdome, o terço superior é ocupado
pelo pulmão, aproximadamente um quarto é ocupado pelo
FIGURA 15-56. Má rotação na semana 28. Uma massa amorfa fígado e o restante ocupado pelo estômago e intestino. Não
(AM) e o colón dilatado. é possível a diferenciação ultrassonográfica entre o lobo fetal
FIGURA 15-57. Disgenesia da cloaca, Esquerda , Um conglomerado cístico é observado na pelve. Meio e Direita , Genitália anormal. (Reproduzido
com permissão de F, Cuiller , www.thefetus.net.)
616 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
Circulação Hepática
Uma representação esquemática está mostrada na Figura
15-58. Há uma inserção oblíqua da veia umbilical no fígado.
Dentro do fígado , há uma trifurcação-veia porta esquerda,
veia porta direita e ducto venoso, que continua para a veia
cava inferior (Fig. 15-59). FIGURA 15-60. Hepatoesplenomegalia em mielopoiese transitória
e trissomia do 21 . Li , fígado ; Sp, baço; S, estômago . (De Hamada H,
Yamada N, Watanabe H, et ai: Hypoechoic hepatomegaly associated
Volume Hepático with transient abnormal myelopoiesis provides clues to trisomy 21 in
the third-trimester fetus. Ultrasound Obstet gynecol 17:442, 2001 .1
O volume hepático pode ser estimado pelas medidas do
comprimento, circunferência e área hepática utilizando o
ultrassom bidimensional e o tridimensional. Vários estudos
têm demonstrado uma correlação elevada entre o volume
do fígado, idade gestacional e peso fetal em fetos normais, tiva, infecção, macrossomia, neoplasia, doenças metabólicas ,
enquanto que nos fetos pequenos para a idade gestacional, o tais como a doença de Gaucher J88 , deficiência de piruvato
volume está reduzido \8S-J88 De nota, devido à configuração quinase, sífilis \ 9 \ e outros distúrbios de crescimento como a
assimétrica do fígado, as medidas acuradas de suas dimensões síndrome de Beckwith-vViedemann. A hepatoesplenomegalia
não é uma tarefa simples na prática diária, e muitos ultrasso- com ou sem hidropisia é um sinal possível para a síndrome de
nogrzafistas podem avaliar o tamanho do fígado de forma Down. Vários estudos têm demonstrado que fetos com tris-
subjetiva. somia do 21 podem apresentar desordem mieloproliferativa
na seg'unda metade da gestação (Fig. 15-60) 192-l97.
Hepatomegalia Nestes casos, o fígado aumentado pode ter aparência normal,
hipoecogênico ou hiperecogênico. A amostra de sangue fetal
A hepatomegalia, ou hepatoesplenomegalia, pode estar pre- revela leucocitose com predominância das formas imaturas
sente na isoimunização grave, insuficiência cardíaca conges- cios blastos (Qyadro 15-4).
TRATO GASTROINTESTINAL E PAR EDE ABDOMINAL 617
FIGURA 15-61. Cistos hepáticos simples transitórios idiopáticos (setas) em três fetos.
618 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
FIGURA 15-63. Doença de Caroli. Um fígado multicístico na semana 30 (esquerda) e no recém-nascido (direita). (De Yuskel A , Has R, Isikoglu
M , et ai: Prenatal diagnosis 01 Caroli's disease. Ultrasound Obstet Gynecol 19:525, 2002.)
Forma
FIGURA 15--65. Calcificações hepáticas (setas) na semana 18. A s A vaI"iante mais comum inclui a duplicação, vesícula biliar
calcificações desapareceram na semana 32, e a evolução foi favorável.
graIlde, forma em "L" e septos transitórios (Fig. 15-66).
Localização
Hepatoblastoma Veia Umbilical Direita Persistente
o hepatoblastoma é a doença hepática maligna mais comum A vesícula biliaI" pode estar localizada à esquerda da veia
na criança mais jovem. Entretanto, sua incidência é muito umbilical nos casos de persistência da veia umbilical direita
rara, aproximadamente uma por um milhão em crianças de (Fig. 15-67). No início do desenvolvimento embrionário,
idade menor do que 15 anos. O achado ultrassonográfico existem duas veias umbilicais. A veia umbilical direita atrofia
consiste em uma massa lobulada com a estrutura interna enqUaIlto que a esquerda se mantém. A persistência da veia
semelhante a "raios de pneu ,,2J3 ou uma massa sólida 214 . umbilical di.reita pode ocorrer devido à falência da regressão
desta estrutura resultando na sua persistência e coexistência
com a veia umbilical esquerda. A veia umbilical direita pode
Calcificações Hepáticas substituir a veia umbilical esquerda, ou a veia umbilical direita
A incidência relatada de calcificações hepáticas é de 1:1.000 pode persistir e derivar o fígado, drenaIldo de modo incomum
a 1 :1.750. Em muitos casos , é um fenômeno transitório sem paI"a a veia cava inferior ou átl;o direito. Ao ultrassom, a veia
qualquer consequência. Em poucos casos, uma patologia res- umbilical drena para a veia porta di.reita mais do que para a
ponsável é detectada, principalmente infecções (primariamen- veia porta esquerda, a veia umbilical intra-hepática está locali-
te citomegalovírus), patologias vasculares , como hematoma, zada lateral e não medial à vesícula biliar, e a configuração da
tromboembolia da veia hepática e porta, tumor do fígado e veia porta (frequentemente descrita como taco de "hóquei")
diferentes anomalias cromossômicas2J5.2IS. curva em direção do estômago mais do que paralelamente ou
Os fetos podem apresentara um, dois ou mais focos de cal- para o lado direito. De acordo com a literaulra, bem como em
cificação (Fig. 15-65), ou mesmo calcificação difusa do fígado, nossa experiência com 98 fetos , a frequência desta localização
bem como calcificações peritoneais ou intestinais. A incidência é de 2 a 4 em l.000 gestações. Há uma baixa probabilidade de
de anomalias associadas vaI;a em séries diferentes. Bronshtein anomalias estruturais; porém, qUaIldo é um achado solitário,
e Blazer21.5 encontraraIn anomalias associadas em 21% dos ca- é considerada uma vaI"iante anatômica benigna com resul-
sos, enquanto que Simchen eI al. 21 S verificaraIn anomalias as- tado favoráveI219.223" Outras variantes anatômicas apaI"ecem
sociadas em 65% dos fetos. A presença de um achado ultrasso- abaixo da veia umbilical ou flutuando e cercado pelas alças
nográfico isolado de calcificação não exclui a possibilidade de intestinais.
infecção ou aneuploidia. Deste modo, é sugerido realizar um
exame ultrassonográfico detalhado nestes fetos e consideraI- a
pesquisa paI-a anomalias cromossômicas e infecções VÍI-ais . Não Visualização da Vesícula Biliar
De acordo com a experiência dos autores com mais de 52.000
Vesícula Biliar exames entre 14 e 16 semanas de gestação, a não visuali-
zação da vesícula foi observada em 1 :560 gestações. A não
Inicialmente, a vesícula biliar é uma massa sólida com qua- visualização da vesícula foi deftnida como a incapacidade de
tro semanas de vida embrionária, e um lúmen defmitivo se detectaI" a estrutura-alvo em dois eXaInes ultrassonográficos
desenvolve pela recanalização do epitélio na 7a semana. A bile dentro de um período de 1 SemaIla. Em quase 25% dos fetos
é formada pelo fígado aproximadaInente com 12 semanas de em que a vesícula biliar não foi identificada, também foraIn
gestação, entraIldo na vesícula biliar e no sistema intestinal. observadas outras alterações estruturais e anomalias cromos-
Qyando ocorre a falha neste processo, a vesícula biliar per- sômicas. As anomalias estruturais principais são síndrome de
manece atrésica e não se desenvolve. No ultrassom, a vesícula Potter, aIlormalidades renais, hidropisia, hérnia diafragmática
biliar apaI"ece com 7 a 14 SemaIlaS de gestação como uma e mesomelia. As anomalias cromossômicas maiores incluem a
"gota" de líquido de dimensões vaI"iáveis e, posteriormente, triploidia (em 30% dos casos) , trissomia do 9, 18, 20 e distúr-
adquire a forma de um bastão. Esta estn.IUlra pode ser detec- bios cromossômicos sexuais 224 .
620 TRA T O GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
A B
c D
FIGURA 15-66. Variabilidade normal do tamanho e da forma da vesícula biliar. A. A vesícula biliar grande (setas) na semana. B. Vesícula biliar
pequena (seta) na semana. O estômago (s) e a veia umbilical (UV) estão identificados. C. Vesícula septada na semana. D. Vesícula
biliar em forma de "L" na semana.
A B
FIGURA 15-67. Veia umbilical direita persistente. A. Corte transverso axial demonstra a veia porta (setas) curvando mais em direcão a do
que se afastando do estômago (St). L, Esquerda; R, direita. B. Corte transverso demonstrando a veia umbilical (UV) à direita da vesíc·ula biliar
(GB). Estômago (St).
TRATO GASTROINTESTlNAl E PAREDE ABDOMINAL 621
FIGURA 15-68. Pedras na vesícula biliar. Esquerda , Lama e pedras (setas) na semana 35. Direita , A vesícula biliar vazia normal no mesmo
recém-nascido.
Vesícula Biliar Não-Visualizada como nos primeiros meses após o nascimento (Fig. 15_68)226.228.
Achado Isolado Brown el al. 226 relataram a presença de pedras na vesícula até
a idade de 4,5 anos, com todas sendo assintomáticas.
Os seg'uintes distúrbios podem estar presentes:
Tipo 2: (6%)
Tipo 4: (72%)
Cisto no hilo hepático com ducto
Atresia biliar extra-hepática completa
intra-hepático distrófico
FIGURA 15-69. Padrões anatômicos do remanescente biliar extra-hepático IClassificação francesa). (Cortesia do Dr . Christophe Chardot.)
Cisto de Colédoco A causa destes cistos permanece incerta. As duas teorias prin-
cipais sugerem240 .
A incidência de cisto de colédoco nos países do Ocidente é
de 1 para 100.000 nascidos vivos . Nos países do Oriente,
l. Má junção pancreatobiliar permitindo a secreção pan-
como o Japão, a incidência é mais elevada. A relação entre
creática refluir para o sistema do ducto biliar.
mulher/homem é de 3 a 4:1 , e a ocorrência familiar é escassa.
2. Atresia ou disfunção do esfíncter de Oddi.
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 623
gradual em seu tamanho com o avançar da gestação e, em torna-se pequena para conter todas as alças intestinais, que,
alguns casos, o cisto desaparece completamente, enquanto assim, entram dento do ceio ma extra-embrionário no cordão
que em outros permanece uma pequena massa hiperecogênica umbilical (Figs . 15-55 e 15-77). Este processo de herniação
com características semelhantes ao intestino hiperecogênico. fis iológica do intestino médio ocorre durante a 6" semana de
Deste modo, é possível que alguns destes cistos , de fato, cor- desenvolvimento. Durante a lO" semana, o intestino retoma
respondam a cistos meconiais. A evolução fetal de todos estes para o interior da cavidade abdominal; este processo é referi-
casos tem sido favorável. Devido à origem desconhecida, o do como redução da hérnia do intestino médio. Timor-Trisch
feto deve ser submetido a exames seriados para excluir outros et al263 observaram esta herniação normal em 64% dos retos
cistos patológicos. H á elevada probabilidade de estes cistos com 8 semanas, em 100% durante as semanas 9 e 10 e em 25%
desaparecerem e o feto nascer saudável. dos casos com 11 semanas de gestação. Nenhum dos fetos
estudados com 12 semanas apresentou esta herniação.
PAREDE ABDOMINAL
Onfalocele (Exônfalo)
Herniação Fisiológica do Intestino
A onfalocele é um defeito na parede abdominal ventral de
Médio modo que o conteúdo abdom.inal herniado fique coberto
Durante a vida embrionária normal, ocorre um alongamento por uma membrana formada pelo peritônio e pelo âmnio. A
rápido do intestino e do seu mesentério, bem como uma expan- estrutura herniada mais comum é o intestino delgado (Fig.
são e crescimento acentuado do fígado. A cavidade abdominal 15-78). Menos comumente, ficam fígado, baço, estômago e
FIGURA 15-76. Cisto idiopático intra-abdominal na semana 16. Esquerda, Transverso; Direita, sagital. S, Estômago; K, rim .
626 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
FIGURA 15-78. Onfalocele. Esquerda , Ultrassom na semana 15 mostrando o conteúdo intestinal dentro do cordão umbilical (setas). Direita,
O neonato.
Anomalias Associadas
As anomalias associadas são observadas em 67% a 88% dos
fetos. Os defeitos cardíacos estão presentes em 50% dos casos,
anomalias gastrointestinais em 40% e anomalias cromossômi·
cas (principalmente, trissomia do 13, 18 e 21 e distúrbios dos
cromossomos sexuais) em 30% a 40% dos casos265.267-273 . Tem
sido observada uma associação entre o conteúdo da onfaloce·
le e os defeitos cromossômicos. As anormalidades do carióti-
po são mais frequentes nas onfaloceles que contêm somente
o intestino e apresentam freguência bem menor quando só
possuem o Hgado herniad0 2 4·276 Atualmente, a onfalocele
está listada em 58 síndromes diferentes 64 .
Prognóstico
O prognóstico está relacionado com a presença da associa- FIGURA 15-79. Onfalocele na semana 13. O fígado (L) dentro do
ção de anomalias estruturais e cromossômicas. Em avaliação saco da onfalocele (setas).
recente de 90 fetos, principalmente nas formas associadas,
o prognóstico geral foi ruim271 . Porém, uma revisão de lite-
ratura publicada entre 1985 e 2003 277 revelou que a maioria das
crianças com onfalocele isolada participava inteiramente Onfalocele Isolada - A Experiência dos
das atividades e educação normais, sem redução da sua
qualidade de vida. Autores
Em caso detectado na semana 14 e na semana 16 de gestação,
Diagnóstico Pré-natal foi realizado um exame ultrassonográfico meticuloso detalha-
do visando a todos os órgãos fetais (incluindo a ecocardiogra-
O diagnóstico ultrassonográlico da onfalocele basiea-se na fia). É de nossa experiência que uma onfalocele isolada não
presença de um defeito de parede abdominal com herniação está associada a anomalias cromossômicas. Porém, a questão
das alças intestinais e do fígado (Fig. 15-79), bem como de das anomalias cromossômicas em onfaloce isolada não está
outros órgãos abdominais para o interior do seu saco. O ,cor- evidenciada em séries amplas, assim, ainda oferecemos o cari-
dão umbiücal é identificado no ápice do saco herniado. E da ótipo fetal em todos os casos detectados de onfalocele.
experiência dos autores que, na maioria dos casos, é possível Observamos, também, em alguns casos que uma onfalo-
ser detectada uma geleia de Wharton cística e edematosa ao ceie pequena detectada no início da gestação (14- 16 semanas)
redor do intestino aprisionado. A causa e o significado destes pode desaparecer posteriormente na gestação e os recém-nas-
cistos não estão esclarecidos (Fig. 15-80). cidos serem saudáveis ao nascimento (Fig. 15-81). Em geral,
TRATO GASTROINTESTI NAl E PAREDE ABDOMINA L 627
essas onfoceles contêm apenas uma ou algumas alças intesti- o seguimento ultrassonográfico durru1te a gestação a ftm de
nais 269 A razão para o desaparecimento permanente ou transi- fornecer ao pais e cuidadores o máximo de informação possí-
tório de uma onfalocele ainda não está clara , e poucos relatos vel para uma conduta ideal durru1te a gTavidez. Além disto, é
deste fenômeno foram descritos278.279. Se não forem detectadas recomendado o seguimento seriado dos fetos com onfalocele
anomalias associadas e o cariótipo estiver normal ainda, é ne- depois do nascimento (ultrassom dos rins e suprarrenais) no
cessária a realização de exames seriados durante a gestação, intuito de excluir a possibilidade de tumor de Wilms e tumo-
com o objetivo de detectar possíveis marcadores da síndrome res da suprarrenal, que podem desenvolver-se na síndrome de
de Beckwith-Wiedmann. Beckwith-Wiedmann (Qtadro 15-5).
Anomalias Associadas
A incidência de ru'lomalias associadas estruturais e cromos-
sômicas é mais baLxa do que na onfalocele. As aberrações
cromossômicas foram detectadas em 0% a 3%265,267,27o.m.273.
A incidência relatada de anomalias estruturais variou entre
5% na Inglaterra e País de Gales 281, 18,8% noJapão l2 e 51%
na França 267. A desordem mais comum é a atresia intestinal
(10%-20%) , que, em casos , também caUSru'rull intussus-
FIGURA 15-80. Onfalocele (oc) e cisto de geléia de Wharton (seta) cepção e volv0267,277,283. 85 , Sugere-se que a razão principal da
na semana 16 . lesão intestinal consiste na sua exposição ao líquido amniótico
FIGURA 15-81 . Onfalocele transitória. Esquerda, onfalocele na semana 15 (setas) . Direita , cordão umbilical normal no mesmo feto na semana
20 (se ta larga ).
628 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
B
A
c o
FIGURA 15- 82. Onfalocele com síndrome de Beckwith-Wiedmann . A. É identificada uma onfalocele com herniação predominantemente de
fígado. B. O aumen to do rim fetal é observado. C. Aumento acentuado do pâncreas (setas). D. Macroglossia com protrusão da língua (seta).
TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREDE ABDOMINAL 629
A B
c
FIGURA 15-83. Diagnóstico diferencial da onfalocele. A. Um edema de cordão (E) com um cisto (c). B. Um cisto de cordão com tamanho
médio (setas). C. Um pequeno cisto umbilical e um foco de calcificação (setal.
630 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
B
TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREDE ABDOMINAL 631
A B
C
FIGURA 15-85. Gastrosquise. A e B. Dois planos diferentes do mesmo feto na semana 15. O intestino extra-abdominal é marcado pelas
setas escarpadas. O cordão umbilical (seta fina em A). C. Gastrosquise (setas) em outro feto na semana 13.
SEQUÊNCIA DA RUPTURA DA LINHA assumem que anomalias diferentes relatadas são formas vari-
áveis do amplo espectro da ruptura da linha média. As ano-
MÉDIA malias de ruptura da linha média são raras e, assim, é difícil
Durante a 4' semana de gestação, o embrião é submetido a determinar a sua incidência. Entre 52.000 gestações examina-
um processo de espessamento que o converte de um disco das pelos autores, houve sete casos de sequência da ruptura da
genrunativo achatado para uma estrutura tridimensional. As linha média. O diagnóstico mais precoce foi realizado com 8
margens cefálica, lateral e caudal são trazidas juntas ao longo semanas de gestação (Q.mdro 15-6).
da linha ventral e as camadas do endoderma, mesoderma e
ectoderma se fundem com a sua camada correspondente do SEQUÊNCIA DA EXTROFIA CLOACAL
outro lado. O processo de fusão do âmnio também se inicia
neste estágio e o saco anmiótico envolve o feto (Fig. 15-86). A variante mais conhecida desta anomalia é o complexo de
Um defeito neste processo embriológico resulta em anomalias OE1S caracterizado pela onfalocele, extrofia vesical, ânus
fetais. A extensão da malformação depende do período de imperfurado e anomalias da coluna Os achados ultrasso-
insulto e do tamanho da lesão na região embrionária. Como nográficos principais da extrofia cloacal são a falta de visu-
na parede abdominal, se a lesão na região embrionária for alização da bexiga, defeito de parede abdominal anterior,
grande, é esperada larga evisceração de muitos órgãos abdo- ou massa cística protrusa da parede abdominal anterior,
minais. No caso de um fechamento impróprio do âmnio, onfalocele, anomalias esqueléticas e genitália anormal (Fig.
pane dos órgãos eviscerados fica localizada para fora do saco 15_88)303.30-1 .
amniótico (Fig. 15-87f93. Além da parede abdominal, as mal-
formações observadas em outras estruturas podem envolver
os membros, sistema urinário baixo, cloaca e genitália. Cisto Vesicoalantoide/Úraco Patente
Muitas síndromes e variações de defeitos de parede abdo- Qyando uma estrutura cística é identificada adjacente à pare-
minal têm sido descritas. O espectro da síndrome da ruptura ele abdominal inferior, o diagllóstico de onfalocele frequente-
da linha média é amplo e inclui muitas anomalias. Uma revisão mente é suspeitado. Q.lando o cisto é identificado conectado
cuidadosa ela literatura revela que há sobreposição significati- à bexiga urinária felal (normalmente localizada dentro da
va entre estas síndromes e que as diferenças frequentemente pelve), deve ser estabelecido o diagnóstico de cisto vesico-
são difíceis de serem distinguidas. Além disto, a terminologia alantoide/úraco patente (Fig. 15-89).
comumente não é clara e muitas SinOlÚlruaS são utilizadas para O alantoide é uma estrutura embrionária que se desen-
denotar algumas síndromes293-302. Assim, de fato , os autores volve como um divertículo da vesícula vitelínica. Torna-se
632 TRATO GASTROINTESTlNAL E PAREDE ABDOMINAL
Âmnio cortado
Membrana
orofaringea
Celoma
intraembrionário
Plano de
. . .. secção A3
Vesícula vitelínica
Membrana
=-....,,-- cloacal
A, IPlano de secção A2 Celoma intraembrionário
comunicando com o celoma
extraembrionárío
Plano da
. . secção 63 \
Hasle de
conexão
conexão
B,
Plano da
secção C3
1\. •
\
Prega lateral
\ I
'\ fb.......rr:i'
Prega cefálica
". '- ' . I ,<\.,<>;
___
\ //
Ir \
Celoma extraembrionário i y--- Vesícula vitelínica
c, C3
Gânglio
espinhal
Somito
Âmnio
/ Intestino médio
• Plano de
secção 03 abdominal
lateral Âmnio
\ _. /
o,
FIGURA 15-86. Ilustração do desenvolvimento embrionário durante a 4' semana (6' semana menstrual). A 1-A3 é o início da 4 ' semana, 61 -63
com 22 dias, C1-C3 com 26 dias , 01-03 com 28 dias. 61, C1 e 01 são vistas laterais no plano de secção designado em A1 , A2 ao plano sagital
02, e A3 a 03 são vistas transversas nos planos designados de A 1 a 01. (De Moore KL, Persaud lVN: lhe Oeveloping Human: Clinically Oriented
Embryology. Philadelphia, W6 Saunders, 1998.)
TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL 633
A B
c
FIGURA 15-87. Sequência da ruptura da linha média. Três fetos com expressões diferentes da anomalia. A. Forma leve, somente parte do
fígado e intestino (int) estão herniados. B. Forma grave, o fígado inteiro, estômago (st) e intestino (int) estão herniados. C. Forma mais grave,
o conteúdo intra-abdominal (int) situa-se fora do saco amniótico (setas). O saco amniótico contém somente o esqueleto. Fe , Fêmur.
QUADRO 15-6 Terminologia e Sinonímias Utilizadas para as Anomalias de Sequência da Ruptura da Linha Média
Pentalogia de Cantrell
Evcn l nurão toracoabdolllillal
Síndrome toracoabdominal
Complexo parede abdominal-membros
Síndrome da deficiência da parede-abdom.inal membros
Defeito de parede abdominal com anomalias de redução de membros
A.Il0111alia de lronco
Fissura da parede abdominal com eveno'ação dos órgãos
abdominais
Displasia umbilicofetal
J
FIGURA 15- 88. Ex trofia cloacal. Esquerda , A cloaca herniada com a bexiga. Direita , O recém -nascido. (Reproduzido com permissão de
R. Jaffe, www.thefetus.net.)
634 TRATO GASTROINTESTINAL E PAREDE ABDOMINAL
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16
TRATO GENITURINÁRIO FETAL
Fred E. Av ni , MO , PhO , Brigitte Maugey-laulom , MD , Marie Cassart , MD , PhO , Danielle Eurin , MO , Anne
Massez , MO e MicheJle Hall , MO
Semanas Dias
19
Mesoderma intermediário
3
Pronefro
24
26
Dueto
mesonéfrico
4 28
Dueto
mesonéfrico
24-26 dias 26-28 dias 32 Broto
uretérico
Desenvolvimento
metanéfrico
35
5
Ascendência renal
Formação
da pelve
renal e cálices
principais
10
12
16
Desenvolvimento do néfron
20
32
38
ces maiores e menores e os túbulos coletores. Assim, a primei- Trato Geniturinário Normal
ra geração dos duetos coletores é formada. Qyando o broto
uretérico invade inicialmente o mesoderma metanéfrico, sua Bexiga
expansão final forma uma ampola que origina a pelve renal. Inicialmente a urina é produzida pelos rins durante a ga sema-
Por volta da semana, o broto uretérico apresenta bifurcação na de vida embrionária. Neste estágio, a urina na bexiga pode
pelo menos quatro vezes , resultando em 16 ramos. Então, es- ser identificada como uma estmtura preenchida por líquido
tes ramos coalescem para formar dois a quatro cálices maiores dentro da pelve fetal (Fig. 16-2).
que se estendem da pelve renal. Na 7a semana, as próximas Durante o segundo e o terceiro trimestres, a bexiga se es-
quatro gerações de ramos também se fundem, formando os
vazia e enche continuamente a cada 25 a 30 minutos. Este
cálices menores. Por volta da 32ª semana, ocorrem aproxima-
ciclo pode ser monitorado durante o exame ultrassonográfico.
damente 11 gerações adicionais de bifurcação resultando ao
A posição da bexiga fetal sempre pode ser identificada devido
redor de 1 a 3 milhões de ramos, que se tornan1 os túbulos do
a sua situação entre as artérias umbilicais dentro da pelve fetal.
dueto coletor. No ser humano, apesar de a maturação renal Estas artérias podem ser prontamente visualizadas com o uso
continuar ocorrendo no período pós-natal, a nefrogênese está
da imagem de Doppler colorido. No final da gestação, este
completa antes do nasciment0 3 .
ciclo diminui, em especial em fetos femininos possivelmente
devido à influência hormonal sobre o colo da bexiga fetal. Isto
Bexiga e Uretra pode induzir a pseudomegabexiga (ver posteriormente) (Figs.
16-3 e 16-4)4.5.
Durante a 4ª até a 7ª semana de desenvolvimento, a cloaca é
dividida pelo septo urorretal em seio urogenital anteriormen-
te e canal anal posteriormente. O seio urogenital é dividido
em três partes, das quais a parte superior e mais larga consiste
na bexiga urinária. Inicialmente, a bexiga está em continui-
dade com o alantoide, porém, quando o lúmen do alantoide
é obliterado permanece um cordão fibroso espesso, o úraco,
que conecta o ápice da bexiga com o umbigo. A próxima
parte consiste em um canal estreito, a parte pélvica do seio
urogenital, que, no embrião masculino, origina as porções
membranosa e prostática da uretra e, no embrião feminino , a
uretra inteira. O seio urogenital caudal forma a uretra peniana
no embrião masculino e o vestíbulo vaginal distal no embrião
feminino 1,2.
A '--_ _ B
FIGURA 16-3. Bexiga fetal no segundo trimestre (feto masculino). A. Um corte transverso através da pelve fetal (seta espessa) e o sexo
fetal (seta fina). B. Doppler colorido das artérias umbilicais de ambos os lados da bexiga (seta).
TRATO GENI TU RINÁRIO FETAL 643
A B
FIGURA 16-6. _Rins no segundo e terceiro trimestres . A. Segundo trimestre. O corte sagital através do rim (K) que aparece hiperecogênico, embora
com dlferenclaçao cortlcomedular . Ch, tórax. B. Terceiro trimestre. O rim está limitado pela cruzes. A diferenciacão corticomedular é claramente
visível. .
644 TRATO GENITURINÁRIO FETAL
A B
FIGURA 16-7. Agenesia renal bilateral, terceiro trimestre. A. Corte transverso do abdome fetal. Oligo-hidrâmnio acentuado. Nenhuma estrutura
renal é visível. Sp , coluna, St, estômago. B. Corte sagital do tronco fetal do mesmo paciente. Nenhuma estrutura renal é identificável. Ch.
Tórax.
A
B
FIGURA 16-8. A. Corte axial transverso em feto com agenesia renal unilateral. O rim não é visto na fossa renal (seta larga). Rim contralate-
ral normal (setas pequenas). B. Corte sagital do mesmo paciente. A glândula adrenal (setasl no mesmo lado do rim ausente, no presente está
alongada, o que tem sido descrito como "sinal da adrenal baixa".
variáveis. Estas podem ser isoladas ou aparecem em associa- A adrenal aumentada, globulada, não deve ser confundida
ção de outras anomalias de outros sistemas. Assim, o exame com rins displásicos I5 ' 18 .
ultrassonográfico deve ser o mais meticuloso possível com o A agenesia unilateral ocorre em 1/500 gestações. Durante
intuito de identificar possíveis características associadas. Estes o exame de ultrassom, um rim normal não é identificado na
achados adicionais determinam o prognóstic0 8' 14 • área lombar. Qyando outras malformações ou complicações
não estiverem presentes, o prognóstico pós-natal é excelente
(Fig. 16-8). A glândula adrenal ipsilateral em geral está pre-
Número Anormal de Rins
sente e aparece globular, não devendo ser confundida com o
A agenesia renal bilateral é incompatível com a vida extrau- rim. Sem o rim adjacente, a glândula adrenal pode ficar com
terina . Esta condição, às vezes refeóda como síndrome de a aparência alongada, sendo também chamado de "sinal da
Poner, resulta em hipoplasia pulmonar e anormalidades mus- adrenal baixa" (Fig. 16-8B). No caso de agenesia renal esquer-
culoesqueléticas. Inicialmente, o diag11óstico tem como base o da, a flexura colônica esquerda ocupa a fossa lombar vazia e
an-hidrâmnio depois de 15 semanas e na ausência de identi- não deve ser confundida com um óm cístico ou um ureter
ficação das estruturas renais normais (Fig. 16-7). A bexiga é dilatado. Sempre que uma ou ambas fossas lombares estive-
vazia (muito raramente, uma estrutura pequena preenchida rem vazias , os rins devem ser pesquisados em uma posição
por líquido pode ser observada na pelve renal). Sempre que ectópica (ver posteriormente) (digno de nota, teoricamente
houver dt'tv-jda em relação à presença dos rins, a imagem de a agenesia renal pode resultar de uma regressão in utero de
ressonância magnética fetal (RM) pode auxiliar o diagnóstico. uma displasia renal multicística) 19.21.
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 645
Duplicação Renal
não houver complicação, a duplicação renal é uma Um ou ambos os rins podem estar ectópicos. A localização
condição benig11a e deve ser considerada uma variante nor- pélvica consiste na posição mais comum do rim ectópico (Fig.
mal (Fig. 16-9). Se complicada, deve ser incluída no diagnósti- 16-10). Outras localizações ectópicas incluem: rim em ferra-
co diferencial de dilatação do TU (ver adiante). dura, l-im fundido cruzado (ambos os rins posicionados no
mesmo lado) e a ectopia intratorácica. No rim em ferradura
Localização Anormal do Rim pode ser visualizada uma ponte de tecido renal em frente
da coluna (Fig. 16-11). A ectopia cruzada deve ser diferencia-
Existem várias localizações ectópicas possíveis para o rim. O da da duplicação renal. Na ectopia cruzada (fundida), há uma
rim ectópico é reconhecido devido à sua característica DeM. angulação entre os dois rins, enquanto na duplicação as duas
Um rim ectópico geralmente é pequeno e pode estar mal roda- partes renais se posicionam em um mesmo plano contínuo
do. Podem ocorrer complicações como displasia ou dilatação. (Fig. 16_12)2223.
646 TRA TO GENITURINÁRIO FETAL
A B
FIGURA 16-14. Dilatação bilateral assimétrica (caso de obstrução ureteropélvical. terceiro trimestre. A. Corte transverso através do abdome
fetal. Dilatação acentuada à esquerda 120 mm entre os calipers) e moderada à direita (10 mm). SP. Coluna. 8. Corte sagital através do rim esquer-
do . Dilatação pielocalicial acentuada . O córtex renal está fino 12 mm) e hiperecogênico sugerindo displasia. Ch. Tórax fetal.
TRATO GENIT URINÁR IO FETAL 647
A B
FIGURA 16-15. Dilatação rena l massiva. Caso de obstrução ureteropélvica. A. Co rte transverso do abdome fetal demonstrando dilatação acen-
tuada da pelve renal (36 mm en tre os calipers). Sp, Coluna fetal. B. Corte sagital através do rim dilatado medindo 72 mm entre os calipers.
Assim, no intuito de rastrear todos os casos potencialmente Uma vez que a dilatação do sistema coletor tenha sido
anormais, alguns autores recomendam a realização de um detectada, a avaliação subsequente deve incluir três questões
exame ultrassonográfico durante cada trimestré 3 . Isto é con- principais: a origem da dilatação, a coexistência de anoma-
o'overso, pois a maioria das anomalias, particularmente a di- lias associadas e, finalmente, o prognóstico da malformação.
latação do TU leve, não se altera significativamente durante A causa mais comum da dilatação do TU é a obstrução da
a gestação e deste modo, em geral não altera a gestação e a junção ureteropélvica Q'UP). Outras causas incluem a obstru-
abordagem fetal. ção da junção ureterovesical Q'UV) , o refluxo vesicoureteral
(RVU), a duplicação renal complicada e a obstrução da saída
vesical (OS\!) (Tabela 16-1).
Nos casos de obstrução da jUP, a pelve renal está dilata-
da. Como mencionado anteriormente, o limiar da medida
I Tabela 16-1 I Causas de Dilatação do Trato Urinário no plano transverso do rim é de 7 nun para a dilatação leve,
entre 7 e 15 nun para dilatação moderada, e mais de 15 mm
Estenose deJUP para dilatação acentuada. QIanto maior a dilatação do sistema,
Dilatação não obstrutiva mais frequente é a diminuição da função renal após o nasci-
Obstrução deJUV mento. Além disso, o córtex fino, hiperecogênico e com cistos
RVU frequentemente cOlTesponde a displasia obstrutiva e função
Duplicação prejudicada (Fig. 16-19). Assim, infelizmente, não há correla-
Megacalicose
ção direta entre a aparência renal e a função pós-natal (Figs.
Estenose infundibular 16-14 e 16_15)34.38.
Obstrução da saída vesical
Associação megacisto-megaureter
Salienta-se que a obstrução pode levar à perda (ruptura
Síndrome megacisto-microcolón-hipoperistaltismo do cálice renal ou mesmo da bexiga) e ao extravasamento de
urina para a formação de um urinoma na periferia do rim ou
j U P,jllnção lIrelerovesical: RVU, Refluxo
para a ascite. O significado da perda urinária não está deter-
vesicoureteral. minado . Em algumas situações, pode proteger o parênquima
A. Normal
B. Atilada , ecogenicidade
normal; sem cistos
E. Atilada , ecogenicidad
aumentada; com cistos
provável displasia
F. Pequena, ecogenicidade
aumentada; sem cistos -
provável displasia
C. Ecogenlcidade aumentaqa ;
com cistos - displasia
D. Afilada,
aumentada; som cistos
- displasia
c
FIGURA 16-19. A obstrução do trato urimlrio produz uma resposta variada sobre os rins. A. O rim pode permanecer normal na obstrução
distai sem refluxo. 8. A ectasia piélica pode atenuar o espessamento do parênquima. C. O rim pode sofrer displasia cística (cistos parenquima-
tosos) , tornando-se fibrótico (aumento da ecogenicidade) e com parada de funcionamento (ausência de ectasia piélica ). O. Alternativamente, o
rim pode evoluir para displasia cística com cistos parenquimatosos e aumento da ecogenicidade, embora continue a apresentar ectasia piélica
e parênquima fino. Se os cistos não forem visíveis , embora o parênquima apresente aumento da sua ecogenicidade com (E) ou sem (F) ectasia
piélica , a displasia provavelmente , mas não invariavelmente, está presente. (Ilustração de James A. Cooper, Or., San Oiego, CA.)
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 649
B c
FIGURA 16-21. Duplicação renal - pala superior do rim obstruído e ureterocele ectópica (terceiro trimestre). A. Ilustração demonstrando a
duplicação do sistema coletor. A metade do pala superior característica está obstruída e a parte média inferior frequentemente demonstra refluxo.
O ureter da parte do pala superior insere de forma mais mediai e caudal na bexiga do que o ureter do pala inferior. Isto é referido como regra de
Meyer-Wiegert. A dilatação da porção submucosa do ureter resulta em ureterocele. (Ilustração de James A. Cooper, Or., San Oiego, CA.)
B. Corte sagital através do rim esquerdo demonstrando o pala superior dilatado (UP) e o pala inferior normal (LP). C. Corte sagital através da
bexiga (8) demonstrando a ureterocele (seta).
A B
FIGURA 16-22. Duplicação complicada do sistema , terceiro trimestre. A. Corte sagital do rim esquerdo . Ambos os palas superior (Up) e inferior
(Lp) estão dilatados. Sp, Coluna. B. Corte transverso do abdome fetal demonstrando o rim (K) dilatado, os ureteres dilatados (U; não devem ser
confundidos com dilatação de alça intestinal) e a bexiga dilatada (8).
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 651
A
B
FIGURA 16-23. Válvula de uretra posterior e displasia obstrutiva .
A. Corte coronal demonstra uma bexiga distendida (BI), ureteres dila -
tados (U) e válvula de uretra posterior dilatada (PU). B. Hidronefrose
bilateral e rins hiperecogênicos sugerindo displasia. C. Ultrassom um
pouco mais tardio de um dos rins confirmando a displasia obstrutiva
cística (setas) .
o papel da UCGM claramente consiste em detectar o re- Bioquímica Urinária Fetal - Bom
fluxo vesicoureteral que estabelece seguimento prolongado e Tabela 16- 3
necessidade de profila:{Ía persistente. Esta atitude visa reduzir Prognóstico
complicações desnecessárias que estão associadas a graus ele- Análito Valor
vados de RVU. Também serão demonstradas anomalias da Sódio' < 100 mg!dl
uretra e extremidades ureterais potencialmente anormais. O Cloro' < 90 mg/dl
estudo de seguimento inclui US (a cada seis meses por um pe- Osmolaridade' < 200 mg/dl
ríodo de dois anos) com o objetivo de verificar o crescimento Cálciot < 8 mg!dl
renal, UCGM a cada ano para monitorar o refluxo e estu- <4,0 mg/ L
dos com isótopos MAG3 no intuito de acompanhar a função Proteína toral§ < 20 mg!dl
renaI 61 . 63 . Cisratina C < 1 mg/ L
Se o refluxo não estiver presente, a imagem complementar
é necessária para determinar a origem da dilatação. A função • Click PL, Harrison MR , Colbus MS, e, al: Managcmem of me fem s with
renal é avaliada por estudos dos isótopos; o complexo da mor- congenüal hydronephrosis 11. Prognostic criteria and selecuon for <rca'mem. J
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dilatação do TU apresenta resolução espontânea 63 .
Características Sugestivas de
1Tabela 16-4 1Anomalias do Trato Urinário no Ultrassom
Neonatal
I Tabela 16- 2 I Causas de Bexiga Grande
Dilatação piélica maior que 7 mm
Atresia de Uretra (sú1drome de prune-belly) Dilatação calicial
Megalouretra Aftlamento do parênquin1a
Válvula de uretra posterior Falta de diferenciação conicomedular
Válvula de uretra anterior Rim pequeno
Prolapso da ureterocele Espessamento da parede piélica
Megabexiga-megaureter (refluxo vesicourereral) Espessamento da parede uretera.!
Síndrome megabexiga·microcolón-rupoperistaltismo Dilatação ureteral acima de 3 mm
Variante normal em feto feminino Aumento vesical
A B
FIGURA 16-25. Associação megacisto megaureter, terceiro trimestre. Cortes transversos (A e B) do abdome fetal mostrando a variação da
dilatação da pelve renal em dois momentos diferentes durante o mesmo exame. A bexiga (8) está acentuadamente dilatada. No nascimento havia
refluxo grau V bilateral. Sp, coluna.
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 653
Diagnóstico pré-natal da dilatação da pelve renal leve/moderada A duração do seguimento deve ser adaptada ao tipo de
Primeiro exame uitrassonográfico próximo ao dia 5 anomalia. Se a dilatação da pelve renal medir menos que 10
mm, pode ser realizado um US básico após três meses; se a di-
latação não aumentar, o acompanhamento pode ser interrom-
pido, pois raramente ocorre piora. Para dilatações maiores que
10 mm ou para dilatação ureteral , é necessário um seguimento
mais prolongado. Durante o período de seguimento (2 a 3
anos), também é importante excluir a piora da função renal
que indicaria a necessidade de tratamento alternativ0 65 .67.
Utilizando este protocolo, muitos poucos casos anormais esca-
pam do seguimento e o risco de complicações é muito baixo.
Alguns centros utilizam o sistema de graduação da Sociedade
de Urologia Fetal, embora o seu valor na conduta e prognósti-
co permaneça incerto (Fig. 16-27).
Rins Hiperecogênicos
A hiperecogenicidade do rim fetal ,é defmida em comparação
com o fígado ou baço adjacente. E difícil de ser avaliada no
primeiro e segundo trimestres devido ao rim ser "fisiologica-
mente" hiperecogênico (ou isoecogênico no [mal do segundo
trimestre) em comparação com o fígado. É mais fácil carac-
terizar este achado depois de 28 semanas, quando a córtC",{
renal deve sempre estar hipoecogênica em comparação com
fígado e baço.
A hiperecogenicidade dos dois rins fitais pode OCOITer devi-
do a várias doenças (Tabela 16-5).
As principais etiologias são displasia obstrutiva e doença
renal cística (ver adiante). Existem muitas outras causas que
FIGURA 16- 26. Estratégia de imagem pós-natal em crianças com
dilatação da pelve renal fetal leve para moderada. incluem síndromes, doenças renais fetais adquiridas (trom-
O Intacto Normal
I Leve divisão da pelve (dilatação) Normal
11 DilataçM moderada da pelve e calice, Normal
porém complexo, confinado dentro
da margem renal
111 Dilatação acentuada , pelve dilatada Normal
além da margem renal e calices
dilatados
IV Dilatação além da pelvecalicial Delgado
A
Displasia obstrutiva ++
Doenças cístic<'\S hereditárias
DRPAD + ou - +++ (+)
DRPAR - ou reversa +++
DGC + +++
DCM + +++
Síndromes com outras anomalias
Síndromes de hipercrescimento ++
Beckwith-Wiedmann +
Perlman +
Zellweger + ++
Ivemark + ou- ++
Diabetes e cistos renais + ou- ++
Bardet-Biedl + ou-
lVleckel-Gruber + ou- ++
Doenças não hereditárias
Trombose de veia renal + ou- ++
Inlecção + ++ +
Intoxicação + ++
Doenças metabólicas (não descritas) + ou reversa ++
Doenças maternas + ++
Anomalias cromossômicas + ou- +++
Síndromes nefróticas congênitas + ou - ++
Nefromatos e + ou- ++
Variante normal + ++
DRPAD, doença renal policísoca autossômica dominante; DRPAR. doença renal policísuca autQssômica recessiva ; DGC , doença glomerulocística : Di\tIC, doença cisuca
medular.
A B
c
FIGURA 16-30. Rim policístico autossômico recessivo. A. Exame transverso de segundo trimestre dos rins (K) que aparecem aumentados
( + 3 DP), hiperecogênicos e sem diferenciação corticomedular. Sp, coluna. B. Segundo trimestre , corte sagital dos rins (K) . Sp, coluna. C. Corte
ultrassonográfico no terceiro trimestre dos rins. Estes ainda estão aumentados e hiperecogênicos , embora o córtex periférico esteja um pouco
hipoecogênico (setas) (sinal cortical do rim) .
Doença Renal Policística Autossômica quase 100% de penetrância, se o paciente viver tempo sufi-
Dominante ciente. Devido à variabilidade de expressão e à mutação
espontânea, não é observado histórico familiar em quase
A DRPAD é a forma mais comum da doença renal policís- metade dos casos. Policistinas defeituosas parecem contJibuir
tica em seres humanos ocolTendo em 1 para 800 nascidos para a formação do cisto pelo comprometimento da matu-
vivos. A DRPAD é uma condição hereditária que inclui pelo ração da célula epitelial, resultando no desenvolvimento de
menos três características fenotípicas indistinguíveis, embora cistos de tamanhos variados no córtex e medula 77• É provável
entidades genéticas distintas causadas pela mutação em três que exista um ou mais outros genes pelo fato de haver casos
genes - P KD1, PKD2 e PKD3. O gene PKDl está localizado evidentes sem nenhuma dessas mutações.
no braço do cromossomo 16p em 90% dos pacientes e está A doença é caracterizada pela presença de múltiplos cistos
relacionado com mutação espontânea em 10%. A DRPAD que se desenvolvem na parede dos túbulos coletores e néfrons.
é transmitida como herança autossômica dominante, com Os cistos estão dispersos dentro do córtex e da medula. Estes
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 657
cistos aumentam progressivamente e são em geral identifica- conhecida, a sua demonstração deve estabelecer a anamnese
dos no início da vida adulta. Os cistos também podem se de- familiar incluindo a ultrassonografia dos pais e avós, pois 50%
senvolver no fígado, baço e pâncreas nos adultos 89 . dos casos com a forma dominante são descobertos neste exa-
No feto, um padrão altamente da doença recen- me. Entretanto, estima-se que um percentual desconhecido de
temente foi descrito por Brun et al 9 . sendo encontrado em casos com DRPAD é decorrente de uma nova mutação. H á
mais de 80% dos pacientes afetados no terceiro trimestre. Os uma lista de diagnósticos diferenciais para estes achados que
autores encontraram aumento moderado dos rins (1-2 DP aci- devem ser considerados (Tabela 16-7 e Fig. 16-33). Para al-
ma da média) que apresentavam córtex hiperecogênico e me- guns pacientes apenas o seguimento de longo prazo determina
dula relativamente hipoecogênica (Fig. 16-32). Para eles, o cór- o diagnóstico final .
tex hiperecogênico provavelmente está relacionado à presença Como mencionado, na DRPAD , os cistos só se desen-
de múltiplos microcistos que predominam no córtex neste volvem posteriormente na vida adulta, ainda que excepcio-
estágio. Na maioria dos casos, a quantidade de líquido estava nalmente, possam ser encontrados VI utero90 .9J . Vários outros
normal 90 . Embora a sensibilidade exata deste padrão não seja padrões ultrassonográficos podem ser encontrados sugerindo
a DRPAD. Primeiro, os rins podem apresentar aparência nor-
mal in utero; o porcentual de casos com padrão completamente
normal é desconhecido. Em um pequeno grupo de pacientes
afetados pela doença renal policística autossômica dominante,
os rins podem se apresentar difusamente hiperecogênicos e
acentuadamente aumentados (+4 +8 DP) sem DMC. Os
A B
FIGURA 16-32. Doença renal policística autossômica dominante (DRPAD, associada a uropatia), terceiro trimestre. A. O córtex renal está
hiperecogênico comparado com o fígado. A diferenciação corticomedular está preservada. B. Corte sagital do rim (K) esquerdo. Os achados são
similares, porém há duplicação do sistema associada à dilatação leve do polo superior e inferior (setas). Ch , Tórax. C. Exame do rim (K) materno
direito. Envolvimento cístico típico confirmando a DRPAD.
658 TRATO GENITURINÁRIO FETA L
A B
FIGURA 16-35. Rim glomerulocístico em síndrome renal cística e diabetes. A. In utero, terceiro trimestre. Corte frontal através dos dois rins
(K) , que aparecem aumentados e hiperecogênicos, sem diferenciação corticomedular. Ch, tórax. B. No nascimento, corte sagital do rim direito.
Neste, aparecem pequenos cistos periféricos (setas).
FIGURA 16-36. Displasia cística medular, caso de síndrome de FIGURA 16-37. Síndrome de Bardet -Biedl, terceiro trimestre . Corte
Meckel -Gruber. Corte transverso do abdome fetal. Os dois rins apre- transverso do abdome fetal. Os rins (K) estão aumentados , sem dife-
sentam padrão anormal: alterações císticas difusas envolvendo o rim renciação corticomedular. (Polidactilia que não é mostrada, também
inteiro. (Também estava presente uma encefalocele occipital , que não estava presente.) Sp, Coluna.
é mostrada.)
nervoso central e das extremidades (polidactiJia) torna o outras anomalias da SBB se desenvolvem posteriormente na
diagllóstico ainda mais correto. No ultrassom, os rins estão infância (Fig. 16-37);9.99.102.
aumentados e a diferenciação pseudo-cortico-medular já está
presente no fmal do primeiro trimestre e a medula apa.rece
bastante proem.inente. Este padrão como demonstrado neste Doenças Císticas Não Classificadas
estágio inicial é bem típico 99 (Fig. 16-36). Macrocistos podem ser encontrados em casos de esclerose
A displasia cística também é comum na SBB. As lesões tuberosa. Os cistos apresentam características h.istopatológicas
renais não estão concentradas na área medular, sendo mais específicas que incluem o epitélio eosinofilico. Outra evidência
difusas. O padrão ultrassonográfico é de hiperecogenicida- da doença, tais como rabdomiomas cardíacos e lesões intrace-
de difusa, com aumento leve ou acentuado dos rins . O s cistos rebrais, pode estar presente in utero. Várias outras síndromes
podem estar presentes in utero ou se desenvolver depois do apresentam microcistos ou macrocistos (p. ex. , síndrome de
nascimento. A polidactiJia é um achado clássico in utero. As Ivemark) (Fig. 16-38) 103.104 .
660 TRATO GENITURINÁRIO FETAL
A B
FIGURA 16-38. Síndrome de Ivemark 11, segundo trimestre. A. Corte sagital do rim hiperecogênico, diferenciação corticomedular. B. Oeformidade
de membro associada: é visível um fêmur angulado (seta).
A B
FIGURA 16-40. Rim multicístico displásico (RMO), evolução espontânea. A. Corte transverso in utera do abdome fetal. RMO típico do rim
esquerdo (K), L, fígado ; Sp, coluna. B. Na idade de 1 ano, corte sagital do flanco esquerdo. Foi observada a redução do tamanho dos cistos,
com a permanência somente de dois. S, Baço.
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 661
FIGURA 16-42. O rim multicístico displásico é essencialmente não funcional. A atenção deve ser direcionada para o rim contralateral, pois este
constitui o único rim potencialmente funcional. II/ustração de James A. Cooper, Dr., San diego, CA.)
662 TRATO GENITURINÁRIO FETAL
A B
FIGURA 1643. Rim multicístico displásico IRMO) bilateral, segundo t rimestre. A. Corte transverso dos rins mostrando RMO bilateral. Está
associado o ani-hidrâmnio. K, Rins. B. Corte sagital do rim IK). Sp, Coluna.
A B
FIGURA 16-44. Oisplasia obstrutiva, terceiro trimestre. A. Corte t ransverso através do rim IK) direito demonstrando a dilatação da pelve
renal 125 mm). Sp , Coluna. B. Corte sagital da parte externa do rim direito IK): cistos múltiplos do parênquima são visíveis como evidência da
displasia. L , Fígado.
Tumores Renais
Mais da metade de todas as massas abdominais congênitas
encontradas no neonato se originam nos rins . o feto , o
tumor renal mais comum é o nefroma mesoblástico (Fig. 16-
46). Este aparece como um tumor sólido que algumas vezes
é difícil de delinear do parênquima renal adjacente. O tumor
pode aparecer parcialmente cístico. No útero, o poli-hidrâm- FIGURA 16--47. Trombose da veia renal subaguda, terceiro trimes-
IÚO está em geral associado e a hipertensão se desenvolve tre . Corte transversal dos dois rins. O rim esquerdo (LKI está maior
após o nascimento . Casos de tumor renal de Wilms no feto e mais globular que o direito (RKI. Algumas faixas hiperecogênicas
são visíveis (setasl. Sp, Coluna. (Cortesia de P. Sonigo, Dr. , Paris,
foram relatados como massas sólidas ou parcialmente císticas. França.)
O prognóstico é bom. O envolvimento bilateral sugere a
nefroblastomatose, que é uma condição com múltiplas lesões
nodulares benignas.
Pacientes com síndrome de Beckwith-Wiedemann, arúri-
dia congênita e síndrome de Perlman e Drash estão em risco
de desenvolver tumores renais. O principal diagnóstico dife- afetado aumentam. Em alguns casos, a análise do Doppler
rencial de um tumor renal cístico inclui O RMDI13.l14. 117.120. pode confirmar a trombose. Rapidarnente, ocorre desenvolvi-
As massas sólidas adjacentes ao rim, como neuroblastoma e mento de vasos colaterais e a vascular-ização renal fica quase
sequestro pulmonar subd iafragnlático, devem ser diferencia- normal. Algumas calcificações vasculares nas áreas interloba-
das da massa tumoral verdadeira. res podem permanecer como sequela (Fig. 16-47). Um trombo
dentro da veia cava inferior e hemorragia da adrenal podem
Patologias Renais Adquiridas ser achados associados1J 9 . A deficiência materna de neuropep-
tidas e pode induzir a uma glomemlonefrite aguda transitória
As anomalias renais podem ocorrer durarlte a gestação dcvido no feto resultando em aumento do volume e da ecogenicidade
a doenças maternas ou decorrentes de lesão isquênúea (ou renal. A insuficiência renal transitória pode ocorrer ao nasci-
ambos). Por exemplo, o diabetes materno e a gestação geme- mento (Fig. 16-48) 122 A infecção materno-fetal pode envolver
lar aumentarl1 o risco de TVR no feto. No ultrassom, no está- os rins e se manifestar como aumento da ecogenicidade como
gio agudo da trombose, o volume e a eeogelúcidade do rim demonstrado em alguns casos de citomegalovírus.
664 TRATO GENITURINÁRIO FETAL
Outras Doenças Renais Congênitas Q.lando a bexiga nãoJor visível, a quantidade de líquido am-
niótico auxilia a diferenciar os casos secundários da falta de
Síndrome Nefrótica Congênita produção urinária devido à malformação vesical. No caso
de oligo ou ani-hidrânmio, deve ser suspeitada a ausência de
A síndrome nefrótica congênita raramente pode afetar o feto.
rins ou o seu não funcionamento (agenesia renal bilateral,
Os rins aparecem difusamente hiperecogênicos, geralmen-
RMD bilateral). Qyando a quantidade de líquido amnióti-
te sem DCM. A placenta está espessa e o poli-hidrâmnio
co estiver discretamente reduzida, devem ser consideradas a
está presente. A proteinemia pode ser detectada no líquido
restrição de crescimento e a infecção congênita 130. Não d eve
amniótico. Uma associação particular consiste na síndrome
ser presumido que a explicação p ara o oligo ou ani-hid-
de Drash que inclui pseudo-hemafroditismo e uma sÚ1drome
nefrótica particular (esclerose mesangial). Os pacientes afetados
pela srndrome são portadores de risco para o tumor de Wilms
(Fig. 16_49)12,123.126.
A B
FIGURA 16-48. Glomerulonefrite aguda secundária a deficiência materna de neuropeptidase. Ultrassom de terceiro trimestre . A. Corte sagital
do rim esquerdo (LK) com o córtex espesso hiperecogênico (setas). S, Baço; St, estômago. B. Corte transverso através dos dois rins que apre-
sentam a mesma aparência espessa hiperecogênica. Sp, Coluna.
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 665
A B
FIGURA 16-50. Extrofia vesical, final do segundo trimestre. A. Corte transverso da pelve fetal. A estrutura vesical é reconhecida entre as
duas artérias umbilicais (setas). B. Doppler colorido confirmando a ausência da estrutura vesical.
A • •it B
FIGURA 16-52. Megabexiga e megauretra, segundo trimestre. A. Corte coronal do feto . A bexiga (81) ocupa a maior parte do abdome fetal
(o trato urinário estava dilatado bilateralmente). Cabeça fetal (H). B. Corte axial transverso através do pênis mostrando a uretra dilatada (seta)
sem tecido esponjoso ao redor.
gTande e o pequeno lábio podem ser visualizados . Geralmen- devem ser averiguadas. A genitália ambígua pode ser parte de
te, em condições normais, os ovários não são identificados. De uma malformação de cloaca em que há uma abertura comum
outro modo, durante o segundo (final) e terceiro trimestres, da bexiga, vagina e reto. Por sua vez, a genitália ambígua
o útero normal pode ser visualizado devido a sua hipertrofia pode estar associada e sinalizar o diagnóstico de uma síndro-
fisiológica secundária à influência hormonal . O útero aparece me adrenogenital (SAG). No feto feminino afetado pela SAG,
como uma massa arredondada ou oval dentro da pelve fetal o clitóris está hipenrofiado; a demonsnação de enmgamento
posicionado entre o reto e a bexiga (Fig. 16-56). O endométrio e aumento da adrenal (ver adiante) são característicos para o
normal aparece hiperecogênico. diagnóstico. A fístula uretrogenital também pode estar presen-
A determinação do sexo é importante não só para os pais te embora seja difícil de ser demonstrada. os meninos com
como também em casos de doenças familiares específicas (i. e., a SAG, a doença pode se desenvolver sem ser notada, com
hemofilia) ou em casos de anomalias morfológicas variadas exceção da hipertrofia da adrenaIJ43.J48.
(cisto de ovário, OSV e outras)J39.[.I2.
Anomalias da Genitália Masculina
Genitália Ambígua
HipospádialEpispádia
A genitália ambígua é caracterizada pela dificuldade de esta-
belecer a genitália fetal durante o exame US no segundo e A hipospádia é uma malformação frequente do pênis que se
terceiro trimestres . O examinador é incapaz de diferenciar apresenta curto e alargado. Durante a micção, o jato urinário
entre um pênis curto e um clitóris hipertrofiado. Além disso, é direcionado para baixo. Geralmente é um achado isolado,
um pênis bífido pode ser interpretado como um grande lábio embora possa estar associado a numerosas síndromes (Fig.
(Fig. 16-57). A condição pode ser isolada ou pane de várias 16-58). A epispádia é o fmal de um espectro e a extrofia
síndromes; assim, e como de costume, o exame ultrassono- vesical está no outro extremo. A abertura uretral sinJa-se na
gráfico deve ser o mais detalhado possível bem como deve-se parte dorsal do pênis. É um diagnóstico ultrassonográfico
realizar a análise cromossômica. Duas associações clássicas difícil H8 .H9 .
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 667
A B
FIGURA 16-56. Sexo feminino normal. A. Corte através dos grandes e pequenos lábios (selas). B. Corte transverso através da pelve de
um feto feminino. Note como o útero (selas) está interposto entre o reto e a bexiga (81) delineando o interior desta. No feto masculino não é
identificado tecido mole entre o reto e a bexiga.
668 TRATO GENITURINÁRIO FETAL
Diagnóstico Diferencial de Massas ser pequenos ou grandes (> 8 cm), unilaterais ou bilaterais
(raro), ünicos ou mültiplos (raro). Em geral são inteiramente
I Tabela 16- 13 Císticas (Parcialmente) Peritoneais em
1
císticos; e a presença de um pequeno cisto denu-o do cisto é um
Fetos Femininos sinal diagnóstico útil (também chamado de sinal de cisto
Cisto de ovário filha ). Pode ocorrer hemorragia e torção in utera, resultando
Cisto de duplicação em vários tipos de imagens dentro do cisto (completamente
Cisto de üraco (linha média) ecogênico, nível líquido/líquido, septo e assim por diante). O
Hidrocolpos (linha média) diagnóstico cliferencial inclui outras causas de massas císticas
Linfangioma (cístico) ou sernicísticas (Tabela 16-13 e Figs. 16-59 a 16-61). A invo-
Cisto de mesentéóo lução espontânea ocorre in lItero ou depois do nascimento,
Teratollla (cístico) embora também possa ocorrer ruptura. O tratamento é
Pseudoósto meconial controverso , pois alguns autores são favoráveis a punção
in lItero, enquanto outros recomendam a cirurgia pós-natal
e há ainda os que estabelecem conduta conservadora. Se a
conduta for conservadora, deve ser considerado um segui-
Escroto mento clínico próximo e controle ultrassonográfico mensal
Como mencionado, os testículos podem ser visualizados por seis mesesI55-162. É importante observar que o cisto de
dentro da bolsa escrotal aproximadamente com 26 semanas. ovário bilateral pode ser sintoma de hipotireoidismo ou estar
Um testículo que não desceu , isoladamente, não é um achado associado a diabetes materno.
anormal in ldero. Uma quantidade pequena de tecido peritesti-
cular também pode ser considerada como uma variação nor- Hidrocolpos - Malformações Vaginais
mal. Se a coleção líquida for hiperecogênica, deve-se suspeitar
de peritonite meconial. A hérnia intestinal escrotal também A malformação vaginal e a atresia resultam em hidrocolpos,
pode ser observada in zdero. É importante observar que os tes- que é visualizado como uma massa cística medial (Fig, 16-62).
tículos podem ser submetidos à torção in /Itero ou no período Um sinal para o diag'nóstico consiste na demonstração da
neonatal. Neste estágio agudo, o testículo torna-se aumentado cérvice uterina na porção superior da massa cística. A condi-
e hipoecogênico. No estágio crônico, os testículos aparecem ção pode fazer parte de malformação de cloaca, associada a
pequenos e alg'umas vezes calcificadosI 50-153. agenesia renallRMD ou compor síndromes (1'. e" síndrome de
Drash, SBB e outras) (Fig. 16-63) 163166.
Anomalias da Genitália Feminina
ADRENAIS FETAIS
Cisto de Ovário
o cisto de ovário é a causa mais comum de massa cística no
Adrenais Normais
feto feminino. Estes cistos resultam da influência hormonal As adrenais fetais são facilmente demonstradas, especial-
maternofetal e são equivalentes a folículos. Estes cistos podem mente utilizando sondas transvaginais no final do primeiro
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 669
FIGURA 16-61. Cisto de colédoco, terceiro trimestre. Massa cística FIGURA 16- 63. Malformação de cloaca, terceiro trimestre . Corte
(M) no flanco direito conectado ao dueto biliar (setas) e corresponden- transve rsal através da pelve fetal. Uma cavidade (cística) (M) única é
do ao cisto de colédoco. Sp , Coluna. vista drenando a bexiga e a vagina. Esta con tém material ecogênico
(muco?).
670 TRATO GENITURINÁRIO FETAL
A B
FIGURA 16-64. Adrenais normais. A . Segundo trimestre . Corte coronal. A adrenal em forma de triângulo está visível (setas) acima dos
rins (seta curta). B. Terceiro trimestre. Corte transverso . A adrenal direita é visível (setas) com a diferenciação cortico (hipoecoica)-medular
(hiperecogênica) .
Síndrome Adrenogenital
FIGURA 16-65. Síndrome adrenogenital, terceiro trimestre. Corte
Em caso de SAG, as adrenais podem estar aumentadas desde sagital através do flanco direito demonstrando a adrenal hipertrofiada
o iJúcio do segundo trimestre. Estas podem exibiJ' o chamado (setas). L, Fígado; Sp, coluna .
padrão enrugado cerebriforme (Fig. 16-65). Esta condição está
associada a gerutália ambígua no feto ferninino (ver anterior-
mente). Vários autores têm proposto o uso de corticoterapia
materna, uma vez que a condição seja cOnbnnada, com o
intuito de reduzir a virilização do feto feminino 1ó7. 169. 170. do padrão da massa. O neuroblastoma pode se aprese ntaI'
como um cisto, massa sólida ou aparência mais complexa. A
imagem do Doppler colorido pode demonstrar o aumento da
Massas Adrenais vascularização da região hiperecogênica da massa . O prognós-
tico do neuroblastoma pré-natal é excelente, mesmo quando
Sempre que uma massa é detectada na área supra-renal, o metástases hepáticas estiverem presentes. Além disso, foram
neuroblastoma deve ser a priJneiI'a suspeita independente relatados alguns casos de involução espontânea (Fig. 16-66).
TRATO GENITURINÁRIO FETAL 671
B
FIGURA 16-66. Neuroblastoma. A. Corte axial transverso do abdome
fetal no segundo trimestre de gestação. É identificada uma massa
sólida, grande e paraespinhal (setas) com componente cístico. Ao
nascimento, foi diagnosticado um neuroblastoma. Sp, coluna. B. Massa
cística parcial (entre os calipers) correspondendo ao neuroblastoma.
FIGURA 16-68. Síndrome de Wolman, terceiro trimestre. Corte
sagital através do tronco fetal. A adrenal aparece completamente cal-
cificada (setas). Ch, Tórax; K, rins. (Cortesia de F. Didier, Dr., Nancy,
França.)
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17
A VALIAÇÃO ULTRASSON OGRÁFICA DE HIDROPISIA F ETAL
Kenneth J. Moise, Jr. , MO
Fisiopatologia Prognóstico
Importância da Detecção da Hidropisia Imunolog icamente Mediada Hidropisia Não Imune
Ava liação da Gravidez Sensibilizada Incidência
Medida de Anticorpo Materno Etiologia
Prova de Antígeno Fetal Fisiopatologia
Diagnóstico de Anemia Fetal Avaliação
AlIIlliocelltese Tratamento
Doppler de Artéria Cerebral M édia Prognóstico
Escolha de Método de Vigilâ ncia Conclusão
Conduta Global
676
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL 677
COMPLICAÇÕES MATERNAS DA
HIDROPISIA FETAL FIGURA 17- 5 . Corte transversal do abdome fetal com 32
semanas de gestação. Note ascite (setas) Etiologia: infecção por
Hidropisia fetal está frequentemente associada a poli-hidrâm- citomegalovirus.
nio, levando a complicações maternas como a síndrome de
hipotensão postural, parto prematuro e ruptura prematura
de membranas. Se hidropisia placenráTia é significante, mais devido a diversas etiologias. Nessa síndrome são observadas:
uma complicação potencialmente fatal chamada de síndrome edema materno, rápido ganho de peso, proteinúria leve e
de Ballantyne (também conhecida como síndrome do espe- hipertensão, Embora esta condição companiU1e muitas das
lho, edema triplo e pseudotoxernia) foi descrita I. A síndrome mesmas características clínicas da pré-eclâmpsia, o volume
do espellio é chamada assim porque a mãe espellia o estado intravascular materno parece estar expandido ao contrário
hidrópico do feto. Ainda que pl;meiramente descrita em da hemoconcentração típica encontrada na pré-eclâmpsia,
associação de hidropisia imune, muitos casos subsequentes Hematócrito e albumina materna estão baixos com !1Únima
descritos são secundários à lúdropisia fetal não imune (H FNI) ou nenhuma perda urinária de proteína. Apesar de se desco-
678 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
I Tabela 17- 1 I Anticorpos de Células Vermelhas e Associação de Doença Hemolítica do Feto e Recém-nascidos
Sistema _Fy3 -Jk3
Antígeno Antígeno Específico Sistema Antígeno Sistema Antígeno Sistema Antígeno Antígeno Específico
Rhesus -D
-c
Kell -K (Kl )
De Mari G _ Deter RL, Carpenter RL, el ai: Nonin vasive diagnosis by Doppler 1I1trasonography o f fetal anemia due to matemal red -eell aIIoimmllnization_ N Eng J Med
342 :9, 2000.
representa o primeiro compartimento extracelular a exibir Sobrecarga de ferro devido à hemólise pode contribuir para
acúmulo excessivo de líquido. Este é seguido pelo apareci- formação de radicais livres e disfunção endotelial na DHPN lO .
mento de ascite e derrame pleural; edema de couro cabeludo De Groot et al ll também notaram uma diminuição nos níveis
é uma manifestação tardia. O feto do início do segundo circulantes do cGMP em fetos com hidropisia imune quando
trimestre pode estar gravemente anêmico sem demonstrar comparados a fetos não hidrópicos, apenas com anemia. Eles
hidropisia aberta; é raro o feto anêmico do terceiro trimestre propuseram que esse achado estava relacionado com lesão
sem hidropisia poder ser facilmente visível pela ultrassono- de células endoteliais nos fetos hidrópicos. Entretanto, um
grafia. Isso pode estar relacionado à redução significativa de estudo de 225 fetos com DHPN notou que a concentração
fluxo linfático fetal normal que ocorre com o avanço da idade de alburnina sérica estava dentro da faixa de nonnalidade
gestacional 9 . em 71 Ofo dos casos de hidropisia J2 . Os autores concluíram que
O exato mecanismo da hidropisia fetal secundária à anemia a hipoalbuminemia é uma causa improvável de hidropisia
fetal não foi bem-elucidado. Mecanismos primários propostos fetal em casos imunologicamente mediados. Moise et al l 3
incluem hipoproteinemia, falência miocárdica e obstrução lin- estudaram a pressão de veia umbilical como uma substituta
fática. Uma das hipóteses para a hipoproteinemia seria devido para pressão venosa central (PVC) em casos de hidropisia
à disfunção hepática com diminuição de produção de proteí- fetal relacionada à aloimunização de hemácias maternas. Eles
nas sé ricas ou devido ao extravasamento de proteínas para o também avaliaram pressão osmótica coloide (p0C) na hora
compartimento intravascular secundário à lesão do endotélio. da cordocentese antes da transfusão intrauterina (TIU) Essas
680 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
Primeira
geslação
Primeira
gestação
Segunda
gestação
c
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL 681
0,20 FIGURA 17- 10. Curva de Oueenan para ÃOD 450 entre a
Risco de morte intrauterina 14.! e 40! semana de gestação.
0,18 0,18
0,16 0,16
RH positivo
(afetado)
0,14 0,14
0,12 0,12
E 0,10
c Indeterminado 0,10
:i!
Õ 0,08 0,08
O
<l
0,06 0,06
RH negativo
0,04 (não afetado) 0,04
0,02 0,02
0,00
14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Semanas de gestação
Isso é metabolizado em bilirrubina, que vai para a cavidade conceito é fundamentado em dados animais indicando que a
amniótica predominantemente pela eliminação de líquido velocidade de vasos sanguíneos fetais se eleva como resposta
traqueal. O líquido é analisado por espectrofotometria e uma a um aumento do débito cardíaco e diminui a viscosidade
medida-padrão é calculada entre 360 e 550 nrn. O pico da quando o feto se torna anêmico. Relatos iniciais utilizando
densidade óptica a 450 nrn é subtraído dessa medida-padrão vasos fetais como a veia umbilical, aorta descendente e artéria
para calcular o óOD45o • Esse valor é colocado em uma curva carótida comum foram decepcionantes na predição do hema-
normativa para gestações com mais de 27 semanas contendo tócrito fetal.
três zonas conhecidas como curva de LileY12. Valores na Mari el al. 26 têm o crédito da primeira descrição utilizando
zona um são indicativos mínimos de doença hemolítica fetal, pico de velocidade sistólica na artéria cerebral média para
enquanto valores na zona 3 indicam doença grave que, sem detectar anemia fetal . Pelo fato de o pico de velocidade nesse
intervenção, possui potencial de morte fetal. A confiança foi vaso aumentar com a progressão da idade gestacional, o valor
perdida nesse método quando Nicolaides et al 23 relataram em centímetros/segundo deve ser convertido em múltiplos
que a curva de Liley "modificada" extrapolada para gestações da mediana (MdMs; Fig. l7-U e Tabela 17-2). Os autores
com menos de 27 semanas deixou passar despercebidos 70% estabeleceram um organograma para lu:moglobina fltal de 265
de fetos anêmicos entre a 18a e a 25 a semanas de gestação. fetos normais que tinham sido submetidos à cordocentese
Qyeenan et al 24 subsequentemente publicaram valores nor- para uma variedade de indicações diagnósticas. Anemia leve
mais de óOD45o entre 14 e 40 semanas de gestação com base foi defmida como 0,84 a 0,65 MdM para idade gestacional,
em 520 gestações não afetadas (Fig. 17-10). Um estudo recente anemia moderada foi 0,65 a 0,55 MdM e anemia grave menor
comparou a curva de Liley com a de Qyeenan e notou que a que 0,55 MdM. Cento e onze fetos com risco cujas mães
segunda estava associada à melhora da precisão para a detec- foram alo imunizadas predominantemente para RhD foram
ção de anemia fetal grave25 . então avaliados prospectivamente. Uma velocidade de artéria
A amniocentese pode ser iniciada tão cedo quanto 18 cerebral média (ACM) maior que 1,5 MdM detectou todos
semanas de gestação utilizando a curva de Qyeenan. Proce- os casos de anemia moderada e grave com uma taxa de 10%
dimentos são repetidos com 1 a 2 semanas de intervalo com de falso-positivo. Em um estudo prospectivo realizado em 10
base no valor inicial do óOD 45o e tendências subsequentes. centros, Oepkes et al 25 acompanharam 165 fetos com Doppler
Todas as tentativas devem ser feitas para evitar punção de ACM e amniocentese para óOD 45o • O Doppler de ACM
transplacentária, evitar uma resposta anarnnéstica e acabar foi determinado como mais acurado que amniocentese na
por piorar a doença hemolítica fetal. A amniocentese deve detecção de anemia fetal grave (sensibilidade: 88%, especifi-
ser continuada até que a maturação pulmonar fetal seja docu- cidade: 82%) .
mentada, momento em que a indução do parto parece ser D eterminações de velocidade de ACM fetal podem ser
uma conduta mais adequada que amniocenteses contínuas. iniciadas tão cedo quanto 18 semanas de gestação se o feto
Cordocentese deve ser empreendida com sangue preparado correr risco de desenvolver anemia. Estudos de Doppler
para nu quando o valor de óOD 45o atinge a porção superior são repetidos a cada 1 a 2 semanas com base na tendência
da ZIY/Ul qjétada com Rh-positivo. e nos dados. A taxa de falsos-positivos para a predição de
anemia fetal aumenta após 35 semanas de gestação 27. Fluxo
colorido ou power Doppler é utilizado para localizar a ACM
Doppler de Artéria Cerebral Média
sobre a asa anterior do osso esfenoide (Figs. 17-12 e 17-13).
O pico de velocidade sistólica do sangue se movendo por Todas as tentativas são realizadas para colocar o caliper do
vários vasos fetais tem sido investigado como um método de Doppler na porção proximal da ACM distaI à sua origem na
determinar quando o feto está desenvolvendo anemia. Este carótida. O ângulo de insonação é mantido o mais próximo
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL 683
1,299 MdM
<{
'"
'O
'O
8
o::
20r--------------------------------------------
20 25 30 35
Idade gestacional (semanas)
Pico de Velocidade de Fluxo Sanguíneo Sistólico Esperado na Artéria Cerebral Média como uma Função
Tabela 17- 2
da Idade Gestacional
Múltiplos da Mediana
De Mari G, Deter RL, Carpenter RL, et al o Noninvasive diagnosis by Doppler ultrasonography of fetal anemia due to matem al re-cell alIoinununization. N Engl J Mcd
342 :9, 2000.
possível de zero (i. e., o feixe do Doppler fica alinhado "end- Escolha de Método de Vigilância
on" com o vaso); a correção de ângulo utilizando programa
computadorizado não é utilizada. A ACM mais próxima Um crescente gmpo de evidências apoia o uso seriado de
ao transdutor ultrassonográfico é geralmente utilizada por Doppler da ACM em vez da ammocentese para a detecção de
ser mais fácil de ser visualizada. Entretanto, a ACM no anemia em fetos de alto risco. Experimentos prévios têm indi-
campo distai tem mostrado resultados equivalentes quando cado que uma curva significativa de aprendizagem existe para
o ângu lo de insonação é rnínim0 28 . Medições de Doppler a mensmação correta do Doppler na Por esse motivo,
devem ser realizadas durante um período de apneia fetal e centros de referência devem considerar realizar rastreamento
ausência de movimento fetal . Uma medição manual do pico de Doppler de ACM em conjunto com ammocentese para
de velocidade é realizada em tempo real baseada em progra- 60D 45 o até que a excelência seja atingida. Além disso, a exis-
ma computadorizado de avaliação de velocidade. Um valor tência de centros de referência perinatais distantes com expe-
maior que 1,5 MdMs é indicativo de anemia fetal e requer riência com Doppler para avaliação semanal podem se tornar
investigação subsequente com cordocentese para determinar pouco práticos. Nesses casos, arnniocentese semanal pode ser
hematócrito fetal. uma ferramenta válida para seguir essas gestações 6 .
684 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
, ,
transfusões intrauterinas ou neonatais
I Identificar anticorpo (Tabela 17-1)
•
I Titulação I
< 32
1
Titulação 32 (titulação
t
Repetir titulação a cada mês
- crítica exceto para Kell ,
cuja titulação crítica
é 1:8)
até 24 semanas de gestação; a
partir daí repetir titulação a cada
2 semanas
t
Exame do antlgeno e
I genótipo paterno
Fazer Doppler seriado
de ação fetal 3x por Fenótipo Antígeno negativo,
semana começando com Homozigoto paternidade - assumida
Fenótipo
24 semanas
Heterozigoto
Minima inclinação Inclinação abrupta
t I Parto a termo J
t t
I Repetir ACMs a cada
2 semanas
IRepetir ACM a
semana
Feto
..... antígeno
- positivo
Oferece amniocentese com
semanas, para determinar se
o feto é antlgeno-positivo
I
Feto antígeno - negativo,
paternidade assumida
I Pico de velocidade na
I
•
,
ACM > 1,5 MdMs Feto antígeno - negativo; paternidade
Sim Não
desconhecida tU
não assumida
+ I Repetir titulação I
Alteração
na
I Cordocentese para I Começar PBF 2x1semai
em 8-10 semanasl titulação
determinar HTc fetal na com 32 semanas
--. < 4 vezes
t Alteração na titulação
4 vezes (i.e. de 32
Transfusão intrau- aumenta para 128)
terina se HTc fetal
< 30% r 35 semanas
de IGE
I
ACM < 1,5 MdMs ACM 1,5 MdMs
f t
I Continuar ACMs
semanalmente I I Amnioc para t.OD 450 e I I
maturidade pulmonar fetal
Induzir parto em
2 semanas (37-38
semanas IGE)
,
Imaduro; t.OD450 não está na
zona afetada, superior de Rh+
FIGURA 17- 14. Algoritmo para conduta da primeira gravidez afetada de uma paciente aloimunizada . Esse algoritmo também pode ser usado
em pac ientes com gravidez previamente aloimunizada com neonato minimamente afetado, isto é, a gravidez foi acompanhada com titulações
seriadas de anticorpo materno ou amniocentese seriada para t.OD 450 ou Doppler de artéria cerebral média. O feto e o neonato não devem ter
necessitado de terapia de transfusão .
686 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
--
Fenótipo
- Exame do antigeno e
genótipo paterno
Antigeno negativo,
Homozigoto paternindade assumida
Fenótipo
Heterozigoto
t 32 semanas
Transfusão t
,
intrauterina de ;$0 semanas
HTc fetal < 30% IGE
Continuar ACMs I I
I
Amnioc para ll00450 e
semanalmente
I maturidade pulmonar fetal
t
Repetir fenobar -
bital em 14 dias
FIGURA 17-15. Algoritmo para o manejo de uma gravidez previamente aloimunizada quando o feto / neonato anterior requereu transfusões
intrauterina e/ ou neonatal.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL 687
FIGURA 17-16. Concentrado de hemácias correndo na veia A Paciente com Hidropisia Imune Fetal
umbilical fetal (seta) na hora da transfusão intravascular na 26!
semana de gestação. A inserção do cordão da placenta anterior está Recorrente
localizada no asterisco.
A paciente que apresenta recorrência de hidropisia imune fetal
com menos de 20 semanas de gestação representa um ver-
dadeiro desafio perinatal. Linútações técnicas tomam difícil
a punção de cordão umbilical. Em ocasiões, uma transfusão
intrapelitoneal pode ser tentada antes do desenvolvimento da
hidropisia; porém, fórmulas para calcular o volume correto
intravenosa de agente paralisante é administrada para reduzir para u'ansfusão não existem. Plasmaférese tem sido sugerida
interferência por movimento fetal 13 • Concentrado de hemácias como uma modalidade que pode ter um papel no tratamento da
(hematócrito de 78% a 80%) de doadores é infundido. O fluxo DHPN grave. Ainda que decwúo agudo em tínllos de anticolp0S
das células densas através da veia umbilical pode ser visto na matemos seja atingido, um rebote ainda maior de lúveis de anticor-
ultrassonografia em tempo real (Fig. 17-16) . Várias fórmulas pos geralmente ocorre. A administração de imunoglobulinas
baseadas no peso fetal estimado pela ulu'assonografia podem intravenosas (IGIV) é uma outra modalidade de tratamento
ser usadas para determinar o volume de hemácias a ser infun· que tem gerado interesse extremo para o tratamento de
dido . Uma amostra fmal de sangue fetal é então submetida à hidropisia fetal grave . Vários mecanismos de ação têm sido
dosagem do hematócrito fetal. postulados incluindo a diminuição de níveis de anticorpo
Um declínio no hematócrito fetal de aproximadamente matemo por supressão anti-idiotípica, bloqueio dos receptores
1% por dia pode ser esperado entre os procedinlentoS. Em Fc da placenta e bloqueio reticuloendotelial fetal. Voto et at.37
uma tentativa de permitir um intervalo razoável entre uma compararam a evolução de 30 pacientes que receberam IGIV
TIU e outra, muitos centros transfundem para um valor de antes da semana de gestação seguido por TIUs, após
hematócrito final de 50% a 65%. Outros centros realizam uma a 20ª semana com um grupo de 39 pacientes tratadas com
abordagem combinada, onde primeiro fazem uma transfusão TIUs entre 20 e 25 semanas de gestação. Hidropisia fetal foi
intravascular (TIV) seguida de uma transfusão intraperitoneal menos frequente no grupo IG IVrrIU quando comparado
(TIP) de hemácias 32 A transfusão intraperitoneal permite com o grupo que foi submetido a apenas TIU (27% versus
uma absorção lenta a uma taxa de aproximadamente 10% por 74%; risco relativo [RR), 0,36). Ademais, a incidência de
dia e resulta em um hematócrito mais estável entre os proce· morte fetal dinúnuiu marcadamente com a adição do IGIV
dimentos. Transfusões intrauterinas subsequentes são progra- (20% versus 51%; RR, 0,39). Esses dados sugerem que tanto
madas com intervalos de 14 dias até que a supressão fetal de a plasmaférese quanto a IGIV podem ter papel no prolon-
eriu'opoiese seja notada na mancha de Kleihauer·Betke. Isso gamento da gestação até que possa ser iniciada TIU. Ruma
geralmente ocorre na terceira transfusão. Portanto o intervalo et al38 usaram um programa de tratamento combinado de
para repetidos procedimentos pode ser determinado com base plasmaférese e IGIV em pacientes com histórico recorrente
no decréscimo do hematócrito para esse feto individualmente, de hidropisia fetal no ilúcio do segundo trimestre ou uma
em geral com um intervalo de 3 a 4 semanas. titulação de anticélulas vermelhas maternas extremamente
Qyando TIPs são usadas como único meio de terapia elevadas. Pacientes foram submetidas a uma plasmaférese de
in lt1ero, fetos nasceram rotineiramente com 32ª semanas de volume único a cada 2 dias por três procedimentos na 10ª
gestação. Doença da membrana hialina e a necessidade de a 12ª semana de gestação. Após o terceiro procedimento, a
transfusão neonatal para o u'atamento de hiperbilirrubinemia primeira metade de uma dose de IGIV de 2g/kg foi admilús-
foram comuns. Assim que a experiência com TIV se tomou trada. No dia seguinte, foi dada a segunda metade da dose
difundida, gestações foranl interrompidas com uma idade (lg/kg) de IGIV. As pacientes foram então mantidas numa
gestacional mais avançada. Agora parece razoável realizar a infusão semanal de 19/kg de IGIV até a 20ª semana de ges-
última TIU até a 35ª semana de gestação, com parto ante- tação. Transfusões intrauterinas foram iniciadas quando uma
cipado na a 38ª semana33 . Fenobarbital oral matemo (30 elevação na velocidade da ACM foi detectada. Todas as nove
mg DVD) adnúnistrado cerca de 10 dias antes do parto pode gestações resultaram em um recém-nascido vivo . Os autores
688 AVA LIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
Anormalidades Focais
Crânio
Tórax
Contil/ua
690 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
Hemocromatose
Colestases
Cirrose com hipertensão porta
Displasia porta congênita
Doença policística do fígado
Hepatite Giant coli
Torção de cisto ovariano
Renal
Anormalidades Generalizadas
Ca/IJasziiféccWsas
umlilluo
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL 691
Acondrogênese tipo I e IA
Acondrogênese Langer-Saldino
Síndromes costelas curtas-polidacrilia
Salino-Noonan
Majewsk.i
Velma-NaumofT
Beemor
Osteogênese imperfeita tipo 11
Osteoporose letal
Displasia torácica asfIxiante (sínd rome de J eune)
Acondroplasia
OsteocondrodistrofIa de Koide
Osteocondrodisplasia de McGuire
anismo intrauterino com ossos fInos e fraturas (síndrome Kozlowski-Kann)
CondrodistrofIa Greenberg-Rimoin
Condrodisplasia letal com cisto de Dandy-vValker e anomalias congênitas mültiplas
(síndrome de Moennan-Vandenberghe-Fryns)
Displasia letal semelhante a Kn.iest
Condrodisplasia puntacta, variante Conradi-Hunermarm
Picnoacondrogênese
Síndrome de Wegmannjones-Smith
Displasia esquelética de Boomerang
Condrodispla.isa letal com idade óssea avançada (síndrome de Blomsu-and)
Síndrome H erva-Leisti-K.irkman (contraturas, congênita letal tipo Finnish)
Hiperostose cortical congênita infantil (síndrome de CafTey)
Sbuiromes Baixo
Trissomia do 13
Trissomia do 15
Trissomia do 16
SÚ1drome de Tumer
Trissomia do 18
li-issomia do 21
Triploidia
Tetraploidia
Trissomia do 10 com mosaicismo
46 XXJXI' mosaico
49XXXXY
Duplicação parcial do cromossomo 11
Duplicação parcial dos cromossomos 15 e 17
Duplicação parcial do cromossomo 18
Deleção parcial do braço curto do cromossomo 13
Deleção parcial do braço curto do cromossomo 18
Rearranjo do braço longo do cromossomo 22
Corioangioma
Corioangioma como parte da sÚ1drome de Beckwith-Wiedemann
H ematoma placentário subcoriônico
Nó verdadeiro do cordão
Angiomixoma do cordão umbilical
Aneurisma da artéria umbilical
Vasculites hemorrágicas da placenta
Trombose da veia coriônica
Trombose d a veia umbilical e placentária
Torsão do cordão umbilical
DRCAD. doença renal císcica amossôm.ica dominante; OReM, renal cística autossômica recessiva; AV, aniovenuicular j MAV, malfOlmação aneriovenosa;
MACe, malformação cística adenomatosa congênita; CHAOS, síndrome congênita de obstrução da po rção aJt.a das vias aéreas.
* Taxa de ocorrência de hidropisia em fetos com as respectivas doenças. Na grande maioria de causas e associação, a incidência foi muitO baixa para dar infollllações
confiáveis.
Reimpressão com permissão de Tereaali 5_ Gemburch C, H olzgreve W ; NoniJlunune hydrops fe!alis: Diagnosis and managemclll. In Calien I'W' (ed): U1lrasonography in
Obsrerrics and Gynecology, 4th <d. I'biIadelphia, W. B. Saunders, 2000, p. 553_
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HtDROPISIA FETAL 693
20
• X
• • • • .X •
XX
15
10
X .
••
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• •X
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:
• ;1 .*a: x .x
• X •
• x
X •
)T(
••
X
5 ••
•
10 15 20 25 30 35 40
Semana de gestação
incluídos do pico da velocidade sistólica da ACM tem sido l1uxocitometria com coloração de célu las fetais . Sorologias
associado a anemia fetal mesmo em casos de HFNI50. maternas para toxoplasmose, citomegalovírus e parvovírus
Um cuidadoso histórico matemo deve ser feito questio- devem ser consideradas, mas podem não ser diagnósticas,
namentos a respeito de exposição a crianças com quinta CÚJença particularmente quando houver um início agudo de hidro-
(doença da "bochecha rosada") devido ao parvovrrus B19. pisia fetal .
Sintomas maternos que devem indicar infecção subsequente Ainda que cordocentese para examinar sangue fetal para
incluem febre, artralgia e um exantema na região superior do realização de rápidos ensaios tenha sido comum no passado
corp05l. O parvovírus B19 é um vírus com DNA pequeno para avaliação inicial de HFNI, l1uorocentese com hibridiza-
e de ligação ünica . É um potente inibidor da hematopoiese ção in siLu para a maioria das anormalidades cromossômicas
por infectar liticanlente as células precursoras eritroides. O importantes, e teste de PCR para infecção viral têm dimi-
receptor celular do parvovírus B19 é um globosídeo, o que é nuído a importância desse procedimento. Amniocentese é
encontrado nas células precursoras de eritrócitos (elitroblastos recomendada para completar a investigação aguda. Amostras
e megacariócitos) e também em eritrócitos, células sinoviais, devem ser mandadas para fluorocentese com hibridização in
tecido placentário, miocárdio fetal e células endoteliais5l . Isso si/u, PCR para toxoplasmose, citomegalovírus, parvovírus,
explica a etiologia dos sinais matemos e fetais e os sintomas adenovírus e enterovirus. Kooper et al52 encontraram que até 8%
afetando as articulações maternas e as hemácias fetais, pla- dos casos de HFNI podem estar relacionados a doenças de
centa e miocárdio. Infecção pelo parvovíus B19 geralmente depósitos lisossomiais. Eles recomendaram a consideração
ocorre pelas gotículas respiratórias , mas pode ser transmitida de análise do líquido anmiótico para mucopolissacarídeo e
pelo sangue e pelos derivados do sangue, e pode também ácido neuranúnico (Figs. 17-17 e 17-18). Amniocitos crescidos
ser transmitida verticalmente de mãe para feto. Transmissão em cultura devem ser analisados com cariótipo completo e
vertical não ocorre se a mãe estiver imune no momento da também níveis enzimáticos para os transtornos lisossomiais
exposição. Qyando infecção materna ocorre, a viremia atinge mais comuns, incluindo e
seu pico quase uma semana após infecção. Sintomas maternos galactosidase. Considerações para outras doenças lisossômi-
iniciam aproximadamente 10 a 14 dias após a infecção em cas devem ser direcionadas por histórico materno. Isso inclui-
cerca de 50% das mulheres infectadassl. O s anticorpos IgM ria Niemann-Pick tipos A e C, Wolman Faber, Mucolipodose
do parvovírus B19 se tornam detectáveis no soro materno em II e deficiência mültipla de sulfatase.
7 a 10 dias após a infecção, com pico em 10 a 14 dias e então
diminuem em 2 a 3 meses. Anticorpos IgG aumentam mais
Tratamento
lentamente e atingem um platô na 4ª semana de infecçãosI
Um histórico obstétrico prévio de natimorto ou hidropisia Um nümero limitado de casos de HFNI pode ser tratado in
fetal deve levar à investigação para contemplar doenças de u/ero; entretanto, esses casos são baseados na determinação
depósito lisossomiais. De maneira similar, relacionamentos acurada da etiologia específica (Fig. 17-19).
consanguíneos também levariam a considerar doenças autos- Parvovú-us tem sido associado a anemia fetal profunda e
sômicas recessivas como uma etiologia. hidropisia fetal quando infecções maternas ocorrem antes da
O próximo passo na avaliação do diagnóstico em geral 20ª semana de gestação. 53 . Em uma série de 1.019 mullieres
inclui punção venosa materna. Os testes devem incluir um grávidas com soroconversão, o risco de hidropisia fetal foi
anticorpo rastreador para anticorpos anticélulas vermelhas, 3,9%. O pico de incidência do parvovírus associado a hidropi-
teste rápido para sífIlis e teste para Kleinhauer-Betke ou sia fetal foi entre a 17ª e 24ª semana de gestaçã047 O Doppler
694 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL
80
60
x
40
20
10 15 20 25 30 35 40
Semana de gestação
da ACM pode ser usado de maneira análoga à hidropisia ritmo cardíaco fetal. Tentativas de marca-passo fetal direto
imune para confirmar anemia quando existe uma velocidade também têm falhad0 60 Flulte-r atrial fetal e taquicardia supra-
sistólica elevada de mais de 1,5 MdMs. Ainda que sorologia ventricular estão associados à HFNl. Administração paren-
materna (IgM positiva ou nova presença de anticorpos IgG teral de digoxina seguida da adição de flecanide ou sotolol é
em pacientes que eram previamente soronegativas) possa ser geralmente bem-sucedida em converter esses sinais em um
usada para confu"mar alguns casos, amniocentese para deter- ritmo sinusal 6 1.
minação de PCR para parvovírus geralmente é diagnóstica Lesões sólidas do tronco e teratomas sacrococcígeos em
em 24 a 48 horas. Em uma grande série, um terço dos casos associação a HFNI têm sido tratadas com cirurgia fetal aberta
de hidropisia fetal foi espontaneamente resolvido em 5 sem.a- com resultados mistoS 62 Encaminhar a paciente a um centro
nas; metade destes ocorreu antes da 23ª semana de gestaçãoo4 . de referência em cirurgia fetal aberta deve ser considerado se
Em outras séries , llU de concentrado de hemácias foi asso- HFNI é diagnosticado antes da 26ª semana de gestação.
ciado à sobrevivência de aproximadamente 85% dos casos , Derrames pleurais unilaterais ou grandes, predonunan-
enquanto naqueles casos com hidropisia observados foram temente malformações adenomatoides císticas dos pulmões ,
universalmente fatais53. llUs também têm provado ser bem- representam lesões que ocupam espaço que podem deslocar o
sucedida em casos de hidropisia fetal secundária à hemorragia medias tino pan o lado oposto do tór<Lx fetal. Portanto, essas
materno-fetal 55 . Se uma queda recorrente do hematócrito fetal lesões podem causar uma obstrução ao retorno venoso assim
é detectada devido à hemorragia materno-fetal persistente, como diminuição do débito cardíaco e subsequente desenvol-
pode ser necessário abandonar transfusões adicionais. vimento de H FNl. No caso de grande hidrotórax ou malfor-
Outras infecções bacterianas e virais estão associadas a mação adenomatoide macrocística cística do pulmão, coloca-
HFNI incluindo citomegalovírus, adenovírus , toxoplasmose ção de shunt toracoamniótico guiado por ultrassonografia tem
e sífilis. Infecção fetal por citomegalovírus tem sido tratada sido bem-sucedida em diminuir a quantidade de líquido ou o
com administração fetal direta e materna de globulina hiper- tamanho do cisto resultando no retorno do medias tino para
imune ; porém, os poucos casos relatados de HFNI não têm sua posição central6a A hidropisia geralmente é resolvida em
sido resolvidos com essa terapia 56 . Adenovírus pode causar algumas semanas.
miocardites fetais tendo como resposta a hidropisia 57. Admi- Transfusão feto-fetal pode se apresentar cedo na gravidez
nistração materna de digoxina tem sido bem-sucedida em com poli-hidrâmnio maciço no feto "receptor". Qyintero 64
aumentar função miocárdica fetal resultando na resolução da propôs um sistema de estagiamento que descreve vários pro-
hidropisia. A HFNI relacionada com toxoplasmose fetal tem gressivos achados ultrassonográficos com doença de estágio
se resolvido após administração materna de pirimetanuna, IV definida como hidropisias fetais em um ou ambos os fetos.
sulfadiazina e ácido folínico com resultados neurológicos Tipicamente isso ocorre no feto receptor, Transfusão feto-fetal
bons a curto prazo58 . Infecção fetal com sífilis que resulta em severa não tratada com menos de 24 a 26 semanas está asso-
HFNI pode reverter com tratamento materno com penicilina, ciada à mortalidade perinatal em 90% dos casos 65 . Arruuorre-
entretanto o mau prognóstico devido a complicações cerebrais dução seriada para remover o excesso de líquido anuuótico ou
permanece alto 59 . septostomia para permitir equilibrio do líquido entre os com-
Tanto bradiarritmias fetais quanto taquiarritmias têm partimentos arnnióticos apenas marginalmente melhoraram
sido associadas a hidropisia fetal. A frequência ventricular a sobrevida perinatal. Em um grande estudo randomizado,
menor que 50 bpm devido à lesão estrutural cardíaca ou ablação com laser direcionada por fetoscopia, da anastomose
inflamação secundária a anticorpos maternos anti-Ro não entre a circulação placentária dos gêmeos resultou em uma
são amenizados com a terapia. A administração materna de sobrevida perinatal de 70%66 . Terapia a laser é hoje conside-
beta-numéticos não tem sido bem-sucedida em aumentar o rada o tratamento-padrão nessa condição.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DE HIDROPISIA FETAL 695
I
Ultrassom, Doppler da ACM ,
ecocardiografia
TSV fetal
+
Derrame pleural
unilateral, ou mas-
Massa torácica
Transfusão
feto-fetal
Tratamento materno com
digoxina t f1ecanide/sotolol
I
sólida ou teratoma
sa torácica cística
sacrococcígeo
com
desvio do
medias tino Doppler ACM
DopplerACM
I
t Qualquer um
Positivo Históría materna de
nositivo
hidropisia
fetal prévia
Considerar cordocentese com
I
Negativo
preparado sanguíneo para
TIU (confirmar parvovírus com
t
PCR no liquido amniótico ao
introduzir)
Amniocentese
• Fish
• Cultura de cari6tipo
• PCR para toxoplasmose, citomegalovlrus, enterovírus, adenovírus
• Níveis de mucopolissacarideo e ácido neuroaminico no liquido amni6tico
• Cultura de amni6citos para
FIGURA 17-19. Algoritmo para o manejo e tratamento de hidropisia fetal não imune .
sobrevida de 25% quando derrame pleural estava presente 17. VaughanJ I, Manning M, Wanvick RM , et aI: lnhibition of erythroid
comparado com 61% quando ausente. Além disso, fe tos que progenitor cells by anti·KeU antibodies in fetal alloimmune anemia
[see commentsJ. N EnglJ Meel 338:798, 1998.
desenvolveram derrame pleural após a 29a semana de gesta- 18. Van den Veyver m, Moise KJ J r: Fetal RhD ryping by polymerase
ção e que nasceram após a 3 P semana de gestação tinham chain reaction in pregnancies complicateel by rhesus alloimmunization.
mais chande de sobreviver. Acredita-se que estes achados este- O bstet Gynecol 88 :1061 , 1996.
jam relacionados à compressão extrínseca dos pulmões fe tais 19. Lo YM , Hjelm NM , Ficller C, et a!. Prenatal diagnosis of fetal RhD
com subsequente desenvolvimento de hipoplasia pulmonar. status by molecular analysis of maternal plasma. N Engl J Meel
Poucos estudos de evolução a longo prazo em HFN I têm 339:1734, 1998.
20. Daniels G, Finning K, Martin P, et aI : Fetal blooel group genotyping
sido relatados . Em uma pequena série de 19 crianças que [rom DNA from maternal plasma: an important advance in the
sobreviveram até 1 ano de idade, 15% tinham atraso psicomo- management and prevention of haemolytic disease of the fetu s and
tor grave, enquanto 10% mostraram retardo mental levé8 . newborn. Vox Sang 87 :225,2004.
21. Gautier E, Benachi A, Giovangraneli Y, et aI: Fetal RH D genoryping
by maternal serum analysis: a two·expet;ence. AmJ Obstet Gynecol
CONCLUSÃO 192 :666, 2005.
22. Liley A\'Y: Liquor amnü analysis in the management of pregnancy
Tanto hidropisia imune quanto H FNI são sinais de doença complicated by rhesus sensitization. Am J Obstet Gynecol 82:1359,
fetal significativa com prognóstico reservado. Avanços em 1961.
profUaxia e tratamento pré-natal têm marcadanlente mudado 23. Nicolaides KH , Roeleck CH, Mibashan RS, et aI: Have Liley chans
o desfecho para o feto com hidropisia imune. Alguns obstá- outlived their usefulness? Am J O bstet Gynecol 155:90, 1986.
24. Q!.leenan]T, Tomai TP, Ural SH, et ai: Deviation in amniotic
culos em terapia perinatal têm sido superados em algumas
fluid oprical elensity at a wavelength of 450 nm in Rh·immunizeel
condições associadas à H FNI tais como taquiarritmia fetal, pregnancies from 14 to 40 weeks' gestation: a proposal for clinicai
infecção fetal por parvovírus e síndrome da tran sfusão feto- management. AlnJ O bstet Gynecol 168:1370, 1993.
fetal. A maioria dos casos permanece problemática porque 25. Oepkes D, Seaward PG, Vandenbussche FP, et aI: Doppler
não há tratamento efetivo e a taxa de mortalidade perinatal ultrasonography versus amniocentesis to predict fetal anemia. N
permanece alta. Engl J Med 355 :156, 2006.
26. Mari G, Deter RL, Carpenter RL, et aI: Toninvasive diagl10sis by
Doppler ultrasonography of fetal anemia due to maternal red·cell
alloimll1unization. N EnglJ Med 342 :9, 2000.
27. Zimmerman R, Carpenter RJ J r, Durig P, et aI: Longitudinal
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artery for monitoring pregnancies complicated by reei cell alloim·
1. Fleischer AC, Killam AP, Boehm FH, et ai: Hydrops fetalis:
munisation: a prospective multicenrre trial Witl1 intention-to· treal.
sonographic evaluation and clinicaI implications. Radiology 141 :163,
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18
A VALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERIN O
Vincenzo Berghella , MD e George Bega, MD
FIGURA 18-1. Diagramas e ultrassonografia translabial da pelve feminina, mostrando o transdutor colocado no intróito vaginal e orientado
na direção da vagina, B, Bexiga; OE, orifício externo; CF, cabeça fetal; OI, orifício interno; V, vagina, (Ilustração de James A. Cooper, Dr"
San Diego, CA.)
A B
FIGURA 18·2. A. Ultrassonografia translabial revelando um aparente comprimento do colo de 2, 12 cm, O verdadeiro comprimento está
parcialmente obscurecido pelo gás retal (setas), 8, Ultrassonog rafia transvaginal da mesma paciente , O real comprimento cervical de 4,09 cm
está agora claramente visível.
FIGURA 18- 3. A. Diagramas e ultrassonografia da pelve feminina demonstrando a colocação do transdutor transvaginal na vagina. CF,
cabeça fetal; DE , orifício externo; OI , orifício interno. (Ilustração de James A. Cooper, Or., San Oiego, CA.) B. Uma imagem ultrassonográfica
bidimensional do colo uterino no seu maior eixo axial, num corte sagital. Os orifícios interno e externo, assim como todo o canal endocervical ,
podem ser claramente vistos e a imagem é ampliada para que ocupe mais de 75 % da tela.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO 701
A B
I Tabela 18-1 I Recomendações para a Técnica de Execução da Ultrassonografia Transvaginal do Colo Uterino
1. A mulher deve esvaziar sua bexiga
2. Preparar a sonda limpa, coberta por um preservativo
3. Inserir a sonda (a sonda pode ser inserida pela mulher, para maior conforto)
4. Guiar a sonda para o fórnice anterior da vagina (Fig. 18-3A)
5. Obter um corte sagital do eixo longo do canal endocervical, ao longo de todo seu comprimento
6. Retirar a sonda até que a imagem fique desfocada e reaplicar pressão suficiente somente para restaurar a imagem (para evitar pressão
excessiva no colo, o que pode alongá-lo)
7. Ampliar a imagem para que o colo ocupe no mínimo dois terços da imagem e ambos os orifícios extemo e interno fiquem bem visíveis
(Fíg.18-3B)
8. Medir o comprimento cervic.ll do orifício interno ao externo, ao longo do canal endocervical
9. Obter ao menos três medições e registrar a menor e melhor medição em milímetros
10. Aplicar pressão transfúndica por 15 segundos e registrar o comprimento cervical novamente
FIGURA 18-5. A imagem ultrassonográfica à esquerda mostra o colo sob excessiva pressão pela sonda vaginal. Como resultado, o lábio
anterior do colo é significativamente mais fino que o lábio posterior do colo , most rado pelas setas de dupla cabeça. Os marcadores triangulares
pequenos (cabeças de setas) mostram o aumento da ecogenicidade abaixo do lábio posterior do colo, um t(pico sinal de pressão excessiva . A
imagem à direita mostra que os lábios anterior e posterior do colo são iguais (mostrado pelas setas de dupla cabeçai, mas ainda há aumento
da ecogenicidade abaixo do lábio posterior do colo. Isso demonstra que ainda há pressão excessiva, deixando a mensuração do colo inade-
quada. As setas pequenas nas duas imagens representam a mucosa vaginal que aparece ultrassonograficamente como uma linha hiperecoica.
A mucosa vaginal é um marcador confiável para identificar o nível onde o orifício externo deve ser visualizado (em casos difíceis) e se existe
deslizamento entre os lábios anterior e posterior do colo, que é outro sinal de pressão excessiva .
temos um anel miometrial ao redor do colo e um colo normal adquirir suficiente experiência e aprimorar a precisão e repro-
distal à contração (Fig. 18-6). dutibilidade.
APLICAÇÕES CLíNICAS
Segmento Uterino Inferior
Subdesenvolvido Exame de Ultrassonografia
Transvaginal do Colo para Predição do
Frequentemente, antes de 14 semanas , O segmento uterino
inferior é difícil de ser distinguido do canal endocervical Parto Prematuro
porque o saco gestacional ainda não atingiu tamanho sufi- Teste de Triagem
ciente para expandir completamente a parte inferior do útero .
Portanto, medir o real comprimento cervical (CC) é muito UTV do colo é frequentemente usada em obstetrícia como
difícil antes de 14 semanas. Em outras vezes , especialmente teste de triagem para predição do Pp i . Para se ter benefício
entre 14 e 18 semanas, a presença de uma contração também clínico, um teste de u-iagem deve preencher critérios especí-
pode fechar o seglnento uterino inferior e dificultar a distinção ficos 6 .
entre esta estmtura e o real CC. Condições Importantes e Prevalentes. Primeiro, ele deve
De maneira similar ao que é feito em outras técnicas de buscar importantes e prevalentes condições clhúcas. PP ocor-
medidas ultrassonográficas, como, por exemplo, a translu- re em 12% dos nascimentos nos Estados Unidos, ou cerca de
cência nucal, alguns recomendam que o exanúnador seja 500.000 gestações por ano somente nesta naçã0 7. É a principal
supervisionado em suas primeiras 50 UTVs do colo, para causa de mortalidade e morbidade perinatal e, por isso, deve
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO 703
B c
FIGURA 18- 6. A. O diagrama à esquerda e a imagem ultrassonográfica à direita mostram um colo com significativas contrações do segmento
uterino inferior (asteriscos). As contrações do segmento uterino inferior devem ser consideradas sempre que o comprimento cervical medir
mais que 50 mm, o canal cervical assumir uma fo rma em "5" e os segmentos uterinos inferiores (anteriormente, posteriormente ou ambos)
forem finos e assimétricos. A contração do segmento uterino inferior distorce os pontos de referência do colo e torna inadequada a medida do
comprimento cervical. B. Contrações do segmento uterino inferior (asteriscos) vistos numa ultrassonografia transabdominal. O comprimento
pseudocervical mediu mais de 7 cm. Esta medida sozinha deve levar à suspeita de contrações. C. Apesar de o colo não estar adequadamente
visualizado nesta ultrassonografia transabdominal, problemas com medidas adequadas são compostos por contrações do segmento uterino
inferior (asteriscos). A reflexão (setas) entre as cont rações pode simular e pode ser mal interp retada como O canal endocervical.
ser de fato a mais importante condição em obstetrícia. Em Essa baixa variação entre examinadores é adquirida somente
termos de anos de perdas de vidas, PP é uma das mais impor- com estrita adesão à adequada técnica, como descrito antes e
tantes doenças em toda a medicina. após adequado treinamento com exames supervisionados.
Técnica Bem-descrita . A técnica é bem-descrita (Tabela R econhecimento Precoce da Fase Assintomática. As
18-1). mudanças do colo que derradeiramente levam ao trabalho de
Segurança e Aceitação. UTV do colo é muito segura. pano pré-termo ou a termo foram demonstradas pela UTV.
Não existe inoculação bacteriana com UTV 8 . Num estudo Essas mudanças incluem dilatação inicial do orifício interno,
randomizado comparando o uso de UTV com o não uso de progressivo encurtamento e alargamento cervical ao longo do
UTV, na presença de rotura prematura pré-termo das mem- canal endocervical, do OIifício interno ao orifício externo e der-
branas (RPPM), não houve aumento no risco de infecção radeira dilatação do orifício externo. As mudanças precoces no
materna ou fetal com UTV do colo comparado com a não orifício interno são quase sempre assintomáticas e só podem
utilização da UTV do col0 9 UTV é também bem-aceita pelas ser detectadas pela UTV.
gestantes. Dor e desconforto intenso são experimentados Valor (Exatidão da Predição) . Comparação com o
por menos de 2% de mulheres durante UTV e mais de 99% Exame Manual do Colo. A avaliação do colo pelo exame
das mulheres aceitariam realizar procedimento similar no manual (toque digital) era um método tradicional de predição
futuro IO,ll . do PP. Exames de toque digital e UTV do CC, a cada 2
Confiabilidade/Reprodutibilidade. A variação interob- semanas, de 14 a 30 semanas de gestação (com examinado-
servador e intraobservador da UTV é de menos de 10%12.13. res cegos em relação aos resultados da técnica alternativa) 12,
704 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO
Afunilamento
Em cerca de 10% das mulheres de baixo risco ls e 25% a 33%
das de alto riscoI 2.13. li, o orifício interno está aberto (Fig. 18-9).
Neste caso, a porção dilatada do colo (comprimento do afurti-
lanlento) e o diâmetro do orifício interno (largura do afunila-
mento) podem ser medidos. O percentual de afunilanlento é
definido como o comprimento do afunilamento dividido pelo
CC total. O CC total é equivalente à soma do comprimento
do afunilamento com O CC funcional. O CC funcional , neste
caso, é somente a porção fechada do canal endocervical. O
CC funcional é o CC ultrassonográfico usado para cálculos e
predições e o termo CC, se não é especificado de outro modo,
se refere ao CC funcional .
Se o afunilamento está presente, sua forma pode ser docu-
mentada . Um contínuo processo de afunilamento foi descrito,
variando de uma forma normal em T para Y, a seguir V e final-
FIGURA 18- 7 . Diagrama ilustrando os maiores pontos de referência mente uma forma em U (Figs. 18-10 e 18-11)19. Aparentemente,
do colo e seus arredores. A é o comprimento cervical, B é o afunila- essa forma em U do afunilamento está mais associada a PP, em
mento , C é a largura do afunilamento, D é a distância do orifício inter- comparação com a forma em V do afunilament020 ; entretanto,
no até o nível da cerclagem, E é a distância do nível da cerclagem até essas distinções são relativanlente subjetivas.
o orifício externo . Tipicamente, a cabeça fetal é a parte presente vista
adjacente ao nível do orifício interno ou do afunilamento . A bexiga
Avaliações cuidadosas da aparência do afunilamento, com
materna é vista anteriormente , acima do segmento uterino inferior. a ultrassonografia transvaginal, durante alguns minutos (ao
menos 5), devem resolver qualquer questão sobre a morfolo-
gia do canal cervical superior. Em alguns casos , a profundida-
de de um real afunilanlento pode ser difícil de quantificar, por-
que a porção afunilada pode unir-se com o segnlento uterino
foram ambos, independentemente, capazes de predizer PP, inferior e o arco característico, que representa o bordo enU-e o
porém, UTV tem muito mais forte associação a PP do que segmento inferior e o real colo uterino, pode estar mascarado.
o exame manual do colo. O resultado ultrassonogTáfico do O afunilamento tem sido descrito como tendo uma variação
CC, no grupo com PP, foi significativamente menor do que mais alta interobservador, entre exantinadores e em diferentes
no grupo com parto a termo, enquanto não houve diferença centros, que o CC IS.
na medida manual entre os dois grupoS l2. Apesar destas dificuldades, o afunilamento tem sido des-
A relativa falha de sucesso no exame digital em predizer PP crito como tendo melhor ou similar precisão preditiva para
é provavehnente devido ao fato de ser subjetivo (variação inter- PP que o CCI 2. 13.18 Numa população de alto risco, um afuni-
observador de 52%)1-1 , não acurado para avaliação do orifício lanlento mínimo « 25%), identificado entre 14 e 22 semanas,
interno (toda a metade superior do colo não é mensurável por não foi associado a significativo aumento de PP, enquanto
essa técnica) 15, e inespecífico (15% a 16% de mulheres primípa- moderado (25% a 50%) e severo afunilanlento (> 50%)
ras e 17% a 35% de mulheres multíparas que tiveram parto a foram associados a 50% ou mais de probabilidade de pp l3.
termo tiveram colos que estavam dilatados 1 a 2 cm pelo exame É importante o fato de menos de 25% de afunilamento não
de toque, no final do segundo trimestre)16 Medidas uhassono- estar associado ao aumento do risco de PP, porque este é um
gráficas do CC são na média, 11 mm maiores que nas estima- achado comum que não deve alarmar ou resultar numa inter-
tivas manuais. A maiOl-ia, cerca de u-ês quartos, de mulheres venção. O afunilamento também tem sido mostrado em todos
assintomáticas com afunilamento do orifício i.nterno tem colo os estudos, não somente os de alto risco, como preditivo para
fechado ou ao menos 2 cm mais longo, no exame manual l3. pp1 2.13. li. IS.21.26. Qyase sempre, se o afunilamento está presente,
Esses dados mostranl que UTV é claramente superior ao o CC é curto « 25 mm). a presença de um CC curto, a pre-
exame manual para avaliação do colo e predição do PP. sença de afunilamento podeI 8.22.25.26 ou não 1i.21 ,23.24 se somar à
predição de PP ou evolução perinatal adversa. Comparado ao
o QUE MEDIR CC menor que 25 nml unicamente, a adição do afunilamento
pode aumentar a sensibilidade para PP (de 61 % a 74%), sem
Comprimento Cervical maiores alterações na especificidade e nos valores preditivos
positivo e negativ0 22 Também, o risco de PP é maior se tanto
Parâmetros cervicais diferentes têm sido avaliados como pre- o encurtamento do CC quanto o afunilanlento são detectados,
ditivos do PP (Fig. 18-7). O CC, medido do orifício interno comparado com o encurtamento do CC sem o afunilament0 26 .
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO 705
A B
Orificio
externo
Orifício
interno
c
FIGURA 18- 8 . Medidas do colo usando três técnicas . A. O comprimento cervical é medido de forma direta, do orifício interno ao orifício
externo, porque o canal parece ser retilíneo. B. O canal é medido com o traçado de desenho manual do equipamento. Como pode ver, o traçado
manual não desenhará propriamente o canal cervical e atribuirá valor excessivo ao comprimento cervical. C. O diagrama e a imagem ultrasso-
nográfica ilustram o colo curvilíneo e o processo de tomada da decisão de medir o colo numa linha reta ou em duas etapas. O colo curvilíneo
pode ser avaliado unindo-se o orifício interno no nível onde o canal retilíneo curva-se para cima (A) e, a seguir, outra linha une A ao orifício
externo. Se a altura deste triângulo (distância A -S) é maior que 5 mm, então o canal cervical deve ser medido em duas etapas.
706 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO
Outras Medidas
Vários parâmetros, além do CC e da presença ou não de
afunilamento, foram estudados 2s , incluindo largura do afu-
FIGURA 18-9. Ultrassonografia numa paciente com afunilamen- FIGURA 18-10. Estes diag ramas mostram as formas típicas do
to cervical. Tipicamente, a largura do afunilamento é medida pela afunilamento cervical. O T representa um colo fechado normal. O Y
identificacão do bordo (ou dobra) do segmento uterino inferior, ante- representa um pequeno afunilamento, que é menor que 25%, com
riormente' ou posteriormente (ou ambos). e uma linha perpendicular um comprimento ce rvical 25 mm, que pode não ser clinicamente
ao eixo do canal cervical se une ao lado oposto. O comprimento do significativo. O V representa um afunilamento mais significativo,
afunilamento é medido pela união do meio da largura do afunilamento perto do orifício externo. O U representa um afunilamento mais pre-
com a inclinação do afunilamento. O comprimento cervical é medido ocupante; esta é a situação clínica na qual, mais frequentemente, o
da inclinação do afunilamento ao orifício externo. colo pode ser dilatado pelo exame manual.
FIGURA 18- 11. Essas imagens ultrassonográficas mostram as formas de afunilamento, como descritas na Figura 18-10.
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁF ICA DO COLO UTERINO 707
FIGURA 18-12. Diagrama e imagem ultrassonográfica de um colo com cerclagem realizada, A cerclagem (C) é vista como dois pontos bri-
lhantes, obervados nos lábios anterior e posterior do colo, A medida do colo nestes casos é feita do orifício interno no nivel da cerclagem e do
nível da cerclagem ao orifício externo, Note que a orientação do colo nesta figura não é horizontal, mas vertical; uma situação que usualmente
faz a identificação dos pontos de referência mais difícil, porque o feixe sonoro não atinge o canal endocervical de modo perpendicular,
A B c
FIGURA 18-14. Três imagens ultrassonográficas de cerclagens vaginais, A. Uma imagem ultrassonográfica bidimensional do colo com
cerclagem vaginal onde as suturas da cerclagem são vistas somente como dois pontos brilhantes (setas), 8, Uma imagem ultrassonográfica
tridimensional derivada de uma imagem do colo com cerclagem vaginal, no plano axial, no qual a sutura é representada em toda sua extensão
(setas), C. Uma imagem ultrassonográfica tridimensional derivada de uma imagem do colo com cerclagem vaginal (setas), no plano ax ial , no
qual a sutura ultrapassou o lábio posterior do colo e não pode mais ser efetiva na prevenção do parto prematuro,
708 AVALIAÇÃO ULT RASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO
A B
FIGURA 18- 15. Duas imagens ultrassonográficas do colo com cerciagem abdominal. A. Uma imagem ultrassonográfica bidimensional do colo
com cerclagem abdominal, na qual as suturas da cerclagem (setas) são vistas somente como dois pontos brilhantes colocados no nível do
orifício interno. 8. Uma imagem ultrassonográfica tridimensional derivada de uma imagem do colo com cerciagem abdominal , no plano axial.
Note a inteira visualização da sutura (setas).
Assintomática
0/Oan o percentagem anonnal: CC . comp rimento cen 'icaJ: D&C. dilatação e curctage m ; IC. idade gestacional; VPN, valor prediti vo negati vo; VPP, valor preditivo
positivo: incidência de parto prema turo ; RR. risco relati vo comparado àquelas com C C normal. exccto*, comparado aos valo res maiores que O 75° pefcenul :
sensibilidade ; es pec. es pecificidade.
após 22 semanas é importante, porque as intervenções para mulheres de baixo risco, o CC é uma variável contínua, com
prevenir PP são mais eficazes quando as alterações que levam média de 35 a 40 mm de 14 a 30 semanas , com o 10º percen-
ao PP são detectadas no início do processo. til inferior sendo de 25 mm e o 10º superior (90º percentil)
sendo de 50 mm 18.42 Um progressivo e natural encurtamento
do CC é notado após 30 semanas, mesmo em pacientes des-
POPULAÇÕES tinadas a pat;r a tcrmo4 1. Pode haver uma leve e progressiva
Há estudos avaliando a exatidão preditiva do CC por UTV redução linear do CC mesmo antes de 30 Parece
para PP, em muitas populações diferentes l . As populações não haver durante a gravidez diferença no CC entre mulheres
rastreadas incluem mulheres assintomáticas com gestações nulíparas e multíparas, enquanto que fatores de risco para
únicas, gemelares e trigemelares, e mulheres sintomáticas com PP, como origem africana, idade abaixo de 20 anos, índice
trabalho de parto prematuro (TPP) ou RPPM, assin1 como corporal baixo e abortamento ou PP prévio, estão associados
muU1eres de baL'{o risco, populações de alto risco, e pacientes a um CC curt0 43 .
com cerdagem realizada. Embora a técnica da UTV nesses Em gestações únicas assintomáticas, assim como em todos
estudos seja similar, a população estudada (em particular, os out(-os grupos, quanto mais curto o colo, maior o risco
a incidência de PP prévio), a idade gestacional quando foi de PP . Usando diferentes cortes para CC de 15 a 34 nm1,
feita a UTV, os parâmetros cervicais estudados, as evoluções os valores preditivos positivos variaram de 6% a 44%1. Estes
variam. Revisando os estudos disponíveis, é importante usar valores relativamente baixos são provavelmente devidos, ao
aqueles com melhor padrão, que descrevem a técnica adequa- menos em parte, à baixa prevalência de PP nesta popula-
da , impedindo a manipulação de médicos para os resultados ção (0,8% a 15%) . Em um dos grandes estudos de melhor
ultrassonográficos, e a inclusão de um grande número de padrão l8 , a sensibilidade foi apenas 37% e o valor preditivo
pacientes. Em vários estudos, o parâmetro cervical encon- pOSitiVO somente 18%. Isso significa que a maioria (63%)
trado para ter melhor precisão preditiva, como determinado dessas poucas mulheres sem fatores de risco que tiveram
pelas curvas operacionais características recebidas, é o CC parto prematuro não foram identificadas pelo rastreamento
menor que 25 mm. O intervalo do rastreamento é precoce no da UTV, e 82% dessas pacientes de baixo risco que tiveram o
segundo trimestre, em geral entre 16 e 24 semanas. A evolu- achado de CC curto menor que 25 mm com 24 semanas tive-
ção primária mais comum é PP espontâneo com menos de 35 ram parto com 35 semanas ou após. Devido a esses achados,
semanas de gestação (Tabela o rastreamento rotineiro com CC por UTV não é recomen-
dado para todas as mulheres grávidas.
com alguns dos mais importantes destes fatores de risco, sensibilidade do CC por UTV em predizer qual das gesta-
incluindo PP prévio l7, conizaçã035 , duas ou mais interrupções ções gemelares terá o parto prematuro é de apenas 30%. Isto
espontâneas 37, ou anomalias müllerianas 36 . Como mostrado ocorre, provavelmente, porque gestações múltiplas têm parto
na Tabela 18-2, o CC por UTV entre 14 e 24 semanas é pre- prematuro não por causa da incompetência cervical, mas por
ditivo de PP em todas essas populações de alto risco. De fato , causa da rápida expansão uterina levando a contrações, um
quanto pior o histórico obstétrico, mais curto o colo, porque o processo não muito bem rastreado pelo CC UDr l .
risco de prematuridade é Uma mulher com fatores
clínicos de risco para PP que tem um CC por UTV normal
(:;:: 25 mm), entre 18 e 22 semanas, tem um risco para PP
menor que 10%, o que representa uma significativa redução no Trigêmeos
risco e pode evitar intervenções desnecessárias nestas mulhe- Poucos estudos relatarmTI a UTV do colo e sua predição do
res. Pelo contrário, a sensibilidade do CC por UTV para PP em gestações trigemelares, Como mostrado na Tabela
detectar quais mulheres de alto risco vão ter parto prematuro 18-2, a sensibilidade do CC por UTV em predizer qual
é geralmente maior que 60%, muito maior que nas mulheres das gestações trigemelares vai ter parto prematuro é baixa,
de baixo risco. A prevalência do PP abaL'(o de 35 semanas é assim como nas gestações gemelm'es, tomando esse método
em geral maior que 50% quando o fator de risco adicional do de rastreamento não muito efetivo, em geral, em gestações
CC UTV menor que 25 mm é descoberto com menos de 24 múltiplas 39 .
semanas. nestas mulheres com histórico de fatores de risco
para PP.' Esses valores preditivos positivos são também muito
mais altos do que naquelas mulheres com baixo risco (ver
Tabela 18-2). PP durante as 4 semanas de monitoração por Mulheres com Cerclagem
UTV ocorre em cerca de 13% das mulheres assintomáticas A UTV do colo tem sido avaliada em mulheres que realiza-
com colo curto, e em nenhuma das gestações sem essa altera- ram cerclagem, indicada por histórico, pela ultrassonografia,
ção ; então, a corticoterapia para maturidade fetal é raramente ou pelo exmTIe físico, Vários estudos mostraram que a cercla-
indicada, mesmo em mulheres as sintomáticas que têm colo gem transvaginal é colocada no terço médio_d? colo, na gran-
encurtado22 . É importante notar que, ao menos em pacientes de maioria dos casos (Figs. 18-13 e 18-14)00-02. A cerclagem
de alto risco, PP sucedendo a detecção de um CC encurtado transabdominal é, em vez disso, colocada no orifício interno
é com mais frequência seguido por RPM (48%-68%), em vez (Figs. 18-13 e 18-15). Seria racional acreditar que quanto mais
de TPp l 2A5 . Um CC menor que 10 mm, nestas mulheres, é alto (próximo ao orifício interno) a sutura da cerclagem é
particulalmente preditivo de UTV em mulheres com colocada, mais efetiva é a prevenção do PP. Avaliações do CC
PP prévio, abaixo de 32 semanas , demonsu'ou que a melhor por UTV, pré e pós-cerclagem, mostraram que o CC em geral
precisão preditiva é adquirida com UTVs seriadas, incluindo aumenta pós-cerclagem, e esse aumento no CC está associado
o menor colo visto após mudanças espontâneas ou induzidas a maior taxa de parto a term0 53 .54 .
por PTF l7. A sensibilidade e o valor preditivo positivo chegam Estudos que avalim-am a precisão da UTV na predição
a 69% e 55%, respectivamente. Este foi o único estudo duplo de PP em pacientes com cerclagem50 -53 mostraram que os
cego multicêntrico para controle de qualidade, realizado em parâmetros cervicais da UTV são preditivos para PP. O CC
mulheres de alto risco pm'a PP e, portanto, contém os dados menor que 25 mm e o colo superior (a porção mais proximal,
mais confiáveis e de valor preditivo, nesta população l7, acima da cerclagem, Fig. 18-12) menor que 10 mm são prova-
velmente os dois melhores parâmetros preditivos.
Gêmeos
Apesm' da significativa contJibuição do PP à morbidade e EXAME DE ULTRASSONOGRAFIA
mortalidade perinatal das gestações gemelares, usando os
métodos clínicos tradicionais , a predição de PP em gêmeos TRIDIMENSIONAL DO COLO
é limitada. Um CC menor ou igual a 25 mm, com 24 sema- UTERINO
nas de gestação, é o melhor de todos os preditores de PP
avaliados em gêmeos, incluindo fibronectina fetal e vaginose Recentes avanços na técnica ultrassonográfica tornaram
bacteriana38 (ver Tabela 18-2). Comparado com gestações possível a aquisição de dados ultrassonogTáficos bidimensio-
únicas, gestações gemelares que têm pm'to a termo parecem nais num volume tridinlensional, por meio de transdutores
ter um CC por UTV similar com 14 a 19 semanas , mas têm ultrassonográficos específicos, Os dados volumétricos tJ'idi-
um progressivo encurtamento do colo, iniciando após 20 mensionais são mostrados numa variedade de apresentações
semanas de gestaçã0 47 Como o encurtamento cervical pode multiplaJlm-es ortogonais, nos quais os cortes sagitais, axiais
ocorrer após 20 semanas, mesmo em algumas gestações geme- e coronais do colo são mostrados simultaneamente (Fig, 18-
lares destinadas ao parto a term0 47, a UTV do colo antes de 16), O corte multiplanm' torna possível a visualização dos
20 a 24 semanas pode levar à melhor predição do PP, mas, planos anatômicos, o que é simplesmente impossível com a
infelizmente, o valor preditivo do cálculo ultrassonográfico do ulu'assonografia bidimensional (i. e" planos que são perpen-
CC em gêmeos , entre 24 e 34 semanas de gestação, é baix048 , diculaJ'es ao feixe sonoro, como o plano coronal do colo),
Assim como nas gestações únicas de alto risco, um colo curto Além disso, a apresentação multiplanar tridimensional torna
é o melhor preditor de PP em gêmeos, Q}lanto mais curto possível a visualização do verdadeiro plaJl0 médio sagital do
o colo e mais intenso o afunilamento, maior o risco de PP. colo, por selecionar objetivamente o plano médio sagital no
Importante, apenas menos de 10% de gestações gemelares corte coronal (Figs. 18-17 e 18-18). O corte coronal do colo é
com CC ultrassonográfico maior que 35 m111 entre 18 e 26 um corte ünico que é obtido somente com a ultrassonografia
semanas têm pm'to antes de 35 semanas 49 , Este achado deve- tridimensional e fornece novas informações sobre a forma e
ria permitir aos obstetras evitm- o repouso no leito e OltU'as as dimensões do canal endocervical. A visualização do afuni-
intervenções usadas em gestações gemelares. Llfelizmente, a lamento é também melhorada pelo uso da ultrassonografia
AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO 711
Jl Plano caronal
FIGURA 18- 16. Diagrama ilustrando uma aquisição do volume tridimensional de duas imagens bidimensionais do colo, no plano sagital e a
subsequente apresentação do colo em três planos ortogonais (sagital, axial e coronal). Note que esses três planos mostrados ao mesmo tempo
Isagital, axial e coronal) são interativamente ligados uns aos outros , na relação de um ângulo de 90° (ortogonal). A avaliação do colo não está
limitada somente ao plano sagital, mas estende-se para os planos axial e coronai. Note que o comprimento cervical e o comprimento e largura do
afunilamento são mostrados tanto no plano sagital quanto coronai. A largura do afunilamento, no plano carona I, é a verdadeira largura, enquanto
que o que muitas pessoas chamam de largura do afunilamento, no corte sagital , é realmente a altura do afunilamento.
FIGURA 18-17. Estes diagramas ilustram a relação entre o feixe sonoro e o eixo médio sagital do canal endocervical. No diagrama da
esquerda, o fe ixe sonoro está precisamente alinhado com o eixo médio sagital do canal endocervical, o qual teoricamente é o plano certo para
estimar o comprimento cervical. O diagrama do meio mostra que o feixe sonoro está cortando obliquamente o canal endocervical, de certa
forma superestimando seu comprimento. O diagrama da direita mostra o feixe sonoro cortando somente parte do canal endocervical, assim
subestimando significativamente o comprimento cervical . Como o operador tenta cegamente alinhar o feixe sonoro com o plano médio sagital
do canal endocervical , ele tipicamente observa pequenas diferenças (1-3 mm) nos valores de uma medida para outra.
712 AVALIAÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO
A B
c
FIGURA 18- 18. Uma .ima_gem ultrassonográfica de um colo normal mostrada num estudo multi planar. A. O plano sagital do colo que corres-
ponde ao plano de aqulslçao do seu volume. B. O plano axial computadorizado do corte do colo precisamente no nível do ponto transplanar
(o ponto laranJa), a 90 graus do plano sagltal. C. O plano coronal do colo, novamente precisamente a 90 graus do plano sagital, coronalmente.
A linha verde no plano c?ronal representa o verdadeiro plano médio sagital do canal cervical e é selecionado pelo operador. A linha verde ilus-
tra o ponto ultrassonograflco tndlmenslonal que objetivamente obtém o verdadeiro plano médio sagital do colo. As linhas vermelha e amarela
representam o plano parassagltal que comumente o operador do ultrassom bidimensional utiliza cegamente para tentar alinhar o feixe sonoro
ao plano médio sagltal do colo.
A B
c
FIGURA 18-19. Uma imagem multiplanar do colo com afunilamento mínimo (traço amarelo) no plano sagital IA). No plano axial (8) e no plano
coronal IC) , o comprimento e largura do afunilamento são vistos significativamente maiores quando comparados com o plano sagital.
A B
c o
FIGURA 18-20. Uma composição de imagens de um colo com afunilamento, mostrado numa apresentação multiplanar IA, 8 e C) e num modo
" Nicho" (D) que mostra todos os três planos em intersecção uns com os outros, para criar uma relação tridimensional entre os planos.
--
714 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTE RINO
FIGURA 18- 21. Ultrassonografias tridimensionais derivadas de planos coronais de seis diferentes colos descrevendo a forma do canal cervi-
cal. Note as diferentes formas de cada um destes colos, no plano coronal.
A B
c
FIGURA 18-22. Uma exposição multiplanar do colo (A é sagital. 8 é axial e e é coronal), com significativo afunilamento com "lama" dentro ,
visto em A e e. Note que a " lama " é mais bem vista no plano coronal {eJ. Também note que o plano coronal do afunilamento é mais do que
duas vezes mais largo que a altura do afunilamento.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO 715
FIGURA 18- 23. Uma maneira relativamente nova de apresentar os dados volumétricos ultrassonográficos numa exposição "Te e RM" símile.
O volume ultrassonográfico tridimensional do colo é visto aqui em múltiplas imagens do colo, através do volume, num plano sagital (o operador
também deve selecionar os planos coronal e axial), precisamente 0,5 mm separado uns dos outros. Esta apresentação parece ser útil. espe-
cialmente para compreender a imagem do volume ultrassonográfico do colo e melhor identificar a imagem que representa o plano adequado
para medir o canal cervical.
para o papel da infecção, nestas Até aqui, existe INTERVENÇÕES PARA PREVENIR
evidência insuficiente para discernir se a infecção causa o
desenvolvimento do encurtamento do CC oU se a associação
O PARTO PREMATURO SE O
entre infecção e CC curto ocorre porque o CC curto permite ENCURTAMENTO DO COLO É
a infecção ascendente pela vagina. Um CC curto pode provi- IDENTIFICADO EM MULHERES
denciar mais fácil acesso de potenciais organismos patológicos
vaginais para o ambiente intrauteri.no, levando a prolongada
ASSINTOMÁTICAS
corioanmionite subclínica e subsequente PP. Mulheres com Muitos pesquisadores acreditam que o alto valor preditivo
um CC normal têm proteção mecânica e imunológica contra negativo da UTV do colo é importante, porque mulheres com
a ascensão de organismos vaginais i.nferiores. CC normal podem ser tranquilizadas e intervenções evitadas.
Terceiro, estudos recentes têm mostrado que a maioria das Entretanto, um alto valor preditivo negativo sozinho não é
mulheres assintomáticas com CC menor que 25 nm1 antes de suficiente para validar se o rastreamento é benéfico. Para
24 semanas têm algumas contrações , mais que em controles que a UTV seja julgada como econômica, terá que existir
com colo normal 60 .61 . Ainda não está claro se as contrações uma intervenção eficaz para prevenir PP quando o teste é
causam o encurtamento do CC, resultando no colo curto ou positivo.
se esses dois fatores agem sinergicamente.
O mais provável é que essas três hipóteses, assim como Cerclagem Indicada pelo Ultrassom
outros mecanismos, agem sinergicamente em certas mulheres Como a insuficiência cervical é uma das hipóteses mais
para contribuir, de diferentes maneiras em cada individuo, para importantes para o CC curto, a cerclagem cervical tem sido a
o desenvolvin1ento do CC curto. primeira intervenção postulada para ser benéfica nesta situação
716 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO
A B
c D
FIGURA 18-24. A, 8, C. Uma imagem multiplanar quadrimensional do colo com cerclagem vaginal, com afunilamento ocorrendo antes da
pressão fúndica. D. O plano coronal do afunilamento após 15 segundos de pressão fúndica . Note que a largura do afunilamento aumenta no
plano coronal após a pressão fúndica, algo que simplesmente não pode ser observada com ultrassom bidimensional.
A B
FIGURA 18-25. Imagem virtual contrastada (IVC) do colo, outrora conhecido como imagem do volume fino. À esquerda IAi, existe uma
imagem ultrassonográfica bidimensional do colo , exposta simultaneamente com uma IVC derivada da imagem do colo no plano coronal (8).
Essa dupla exposição permite ao operador avaliar o colo em tempo rea l, não somente no plano sagital, mas também no real plano coronal, por
colocar adequadamente a linha verde pontilhada no plano preferencial da imagem bidimensional, como visto à esquerda.
clúuca. Estudos randomizados em cerclagens indicadas pelo obstétrico ruinl ú'lracterizado por perdas no segundo trimesn-e e
lustórico (antes chamados proftláticos, ou eletivos), sem o uso mudanças cervicais na gestação em curs0 66.6i . Os quao'o estudos
de UTV, mostraram que este procedimento não previne o PP randomizadosó8. jJ sobre a eficácia da cerclagem indicada pelo
em gestações únicas de alto risco 62 .G3 , exceto no subgnlpo de ultrassom [oram analisados por metanálise i2 , que pennitiu não
mulheres com três ou mais perdas prévias no seg'undo oimeso'e só um gTande número e mais robustas estaósticas, mas também
ou oimestre PPSÓ.j, e ele também não é benéfico em ?;estações uma análise mais cuidadosa de diferentes populações de mulhe-
gemelares 65 . Devido a estes resultados pesqui- res com CC curto. De fato, a cerclagem indicada pelo ultrassom
sadores criaram a lupótese de que o subgmpo de mulheres nas tem diferentes efeitos, em diversas populações (Tabela 18_3)i2.i3
quais a cerclagem pode ser benéfica pode ser identificado pela Em muU1eIes com gestações únicas e prévio PP ou uma perda
UTV do colo. Para mulheres assintomáticas com CC curto, no segundo trimestre, fazer uma cerclagem se o CC UTV era
de [ato, a úluca intervenção estudada até hoje por estudos ran- menor que 25 mm antes de 24 semanas preveniu PP recorren-
dom.izados foi a cerclagem cervical. A cerclagem foi realmente te. Em muUleres com gestações ÚlUCas e ausência de fatores
inventada há mais de 50 anos, para mulheres com histórico de risco, a cerclagem indicada pelo ultrassom não foi benéfica
AVALIAÇÃO UL T RASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO 717
Gestações Ú rucas
Baixo Risco para PP (nenhum outro fator de risco) 24% de decréscimo (não significativo)
PP prévio 16-36 semanas 39% de decréscimo (significativo)
Perda prévia no segu ndo trimestre 43% de decréscimo (significativo)
Gestações gemelares 215% de acréscimo (significativo)
nem maléfica, sendo necessáJios mais esrudos para avaliar sua manece normal. Um esrudo randomizad0 81 e três estudos
eficácia. Em mulheres com gestações gemelares, a cerclagem não randomizados 82.84 avaliaram se mulheres com suspeita de
indicada pelo ultrassom foi maléfica. Este último achado não insuficiência cervical podem ser seguramente acompanhadas
é surpreendente devido ao falO de que a UIV não é um bom com UIV, com a cerclagem realizada apenas naquelas que
método de rastreamento para PP nesta população, que tem desenvolveram um CC curto, comparado com a cerclagem
provavelmente PP por contrações e não por fraqueza cervical 74 indicada pela história universal. o mínimo 60% dessas
O interessante é que a cerclagem para o CC curto é eficaz tanto mulheres de alto risco mantêm um CC normal até depois de
antes quanto depois de 20 semanas, e tanto nos cortes de 25 24 semanas, têm parto a termo e podem ser dispensadas de
e 15 mm. E também que a colocação de um reforço (também qualquer intervenção. Somente cerca de 40% desenvolvem
chamado resgate) na cerclagem, quando a primeira cerclagem um CC curto, estão em risco verdadeiro para PP e podem
parece estar falhando, não está associada a benefício, e este necessitar de alguma intervenção. O tratamento de mulheres
procedimento deve ser evitad0 75• com fatores de risco para PP, com UIV seriada do colo,
parece ser uma alternativa segura para a tradicional indicação
de cerclagem pelo histólico clínico, mas este achado deve ser
Indometacina confirmado por estudos randomizados mais an1plos.
O único esrudo randomizad069 que mos o-ou benefício da cer-
clagem também ministrou indometacina pau essas mulheres,
e não para os cono-oles, aumentando a possibilidade de a indo- DIAGNÓSTICO E CONDUTA EM
metacina ter cono-ibuído significativamente para a prevenção do MULHERES COM SUSPEITA DE
PP, neste esnldo. Análises do efeito da indometacina ainda reve- PARTO PREMATURO
laram que ela pode prevenir PP antes de 24 semanas e RPM em
muU1eres com um CC curt0 76. Dado que mulheres com um CC A UTV do colo tem sido extensivamente estudada como um
curto frequentemente têm cono-ações 60 .6 1, é possível que uma exame preditivo de PP em mulheres com sintomas de TPP
das mais eficazes intervenções seja a terapia tocolítica. (Tabela 18-2). Todos os estudos têm relatado uma precisão
preditiva positiva estatisticamente significativa do CC por
UTV para pp85. A presença de "lama" (Fig. 18-22) em mulhe-
Antibióticos res com suspeita de TPP está associada a infecção intramruó-
Um CC curto também tem sido associado a infecção. Análises tica e alto risco para pp29 . O CC UIV é também muito útil
do efeito dos antibióticos não revelaram efeito desta terapia na clinicamente na conduta em mulheres com suspeita de TPP.
prevenção do PP em mulheres com CC curtoi? Infelizmente, os Primeiro, ele ajuda no diagnóstico. O diag11óstico do TPP
antibióticos têm falhado com frequência em prevenir PP, quan- era usualmente feito entre 20 e 36 semanas, por contrações
do ysados para outros fatores ,?e risco para PP, como PP pré- regulares e alterações cervicais documentadas pelo exame
vio /8 , fibronectina fetal positiva/9 , ou TPP sintomático80 . Outras manual. De fato, mais de 70% das mulheres com diagnóstico
intervenções, como repouso no leito, terapia com progesterona de TPP tiveram parto a termo e terian1 recebido intervenções
e ouo-os , ainda não foram adequadamente esrudadas. desnecessárias. Mulheres com este achado, mas com um CC
por UTV 30 mm e fibronectina fetal negativa têm menos
de 1% de chance de parir em uma semana, menos de 10%
OUTRO BENEFíCIO de chance de parir antes de 35 semanas e não devem receber
esteróides para maruração fetal , tocólise ou outras interven-
DO RASTREAMENTO
ções. O diagnóstico de TPP deve ser confirmado por um CC
ULTRASSONOGRÁFICO por UTV menor que 20 mm e uma fibronectina fetal positi-
TRANSVAGINAL EM MULHERES va, e somente estas mulheres devem receber intervenções 85
Um estudo randomizado no nosso centro está anlalmente
ASSINTOMÁTICAS: EVITAR A avaliando o benefício dessa abordagem. Previamente, um
CERCLAGEM CASO O EXAME SEJA decréscimo na incidência de nascimentos com menos de 2.500
NORMAL g, foi descrito quando a UTV do colo foi usada no rastrea-
mento de pacientes para repouso no leito e tocólise, somente
Existem, no mínimo, dois grandes benefícios do rastreamento quando o CC por UTV era menor 30 nun, comparado
com UIV. Primeiro, ele identifica muU1eres que podem se com os controles pelo histórico clínico 6. O uso daurv para
beneficiar com a cerclagem (i. e., mulheres com PP prévio ou conduta de mulheres sintomáticas com suspeita de TPP tem
perda no segundo trimestre, que desenvolveram um CC curto mostrado diminuição da incidência de hospitalização e custos,
na gestação subsequel1te, com 14 a 24 semanas)_ Segundo, mas não diminuiu o pp87.88 mais curto o CC, em
ele pode ser usado para evitar procedimentos desnecessários mulheres com TPP, maior é o risco de infecção intramniótica
(p. ex. , cerclagem) em mulheres onde o CC por UIV per- e, isso tan1bém está relacionado à idade gestacional durante
718 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO COLO UTERINO
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19
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E
CORDÃO UMBILICAL
Vickie A. Fe ldstein , MO, Robert D. Harris , MO e Geoffrey A. Machin , MO , PhO
Artérias
umbilicais
Placa coriônica
Margem placentária
.
Vilosidade
2
Circulação felal
3
Circulação materna
Caminhos do sangue materno
através dos espaços intervilosos
ramificada através da vilosidade
FIGURA 19-1. Representação esquemática da estrutura placentária, delineando os espaços intervilosos, sítios de trocas entre as circulações
materna e fetal. (De Carlson BM (ed.): Human Embryology and Developmental Biology. Philadelphia, Elsevier Lld., 2004.)
Placenta Circunvalada e Lobo Mais frequentemente, a traI1sição onde os vasos fetais da placa
Succentoriado cOl'iônica terminal tem uma margem erguida ou cilíndrica,
denomina-se circunvalada I3 . 14 . A placenta circunvalada é
A placenta circunvalada é uma anormalidade da forma da CaI'acterizada pelas membranas cório-aIlUúóticas periferica-
placenta, onde as membranas se inserem do interior paI'a a mente espessadas, cilíndricas. Essa condição pode ser com-
margem, pelo centro da placenta. A placenta é denominada pleta (envolvendo 100%), ou parcial, quando apenas uma
circu1ll11arginada se a inserção da membraI1a fetal é achatada. porção da circunferência placentália está envolvida. Em geral,
724 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
A
A
B
FIGURA 19- 9. Aspecto ultrassonográfico característico da placenta B
circunvalada. A. Margens periféricas curvas (setas) são vistas nesta
placenta anterior. B. Margens periféricas curvas (setas) são vistas FIGURA 19-10. A e B. Duas imagens de uma placenta circunvalada
nesta gestação de 15 semanas. Observe que, neste estágio, o âmnio completa no segundo trimestre com margem periférica espessa e cur-
ainda não se fixou ao cório. va. Isto não deve ser confundido com uma sinéquia uterina.
Hematomas
É de grande ajuda conhecer a localização, etiologia, aparência
ultrassonogTáfica e o impacto clínico, quando confrontamos
coleções sanguíneas relacionadas à placenta (Fig. 19-22).
Trombose subcoriôl1Íca maciça resulta num grande trombo
que descola o c6rio do tecido vilositário. Isso pode resultar
numa protuberância saliente que eleva e distorce a face fetal
da placenta, algumas vezes referida como sendo uma mola
Breus (uma denominação errada porque essa entidade não
suporta nenhuma relação com gestação molar ou doença
trofoblástica gestacional). É muito rara, com uma incidência
FIGURA 19- 18. Secções seriadas de um espécime de patologia de reportada de 0,05%. Seu significado é controverso. Em alguns
uma placenta a termo com múltiplos pequenos sítios de infarto. casos , pode estar associada a parto pré-termo e aborto espon-
tâneo, possivelmente devido ao comprometimento venoso na
circulação uteroplacentária3 1. Ultrassonograficamente, apare-
ce como uma área hipoecoica ou cística, ao longo da face fetal
avascular e necrótico (Fig. 19-19). A resultante deteriorização da placenta32 (Figs. 19-23A e B e 19-24).
da perfusão do espaço interviloso pelo sangue materno está Hematoma subcoriônico ou marg-inal é um hematoma na
associada a alta incidência de morbidade e mortalidade fetal. margem lateral da placenta e tem uma incidência de 2% (Fig.
Num estudo, óbito fetal ocorreu em 40% dos casos, nascimen- 19-25). Ele ocorre mais com implantação placentária no t'ltero
to pré-termo em 60% e RelU em 54% dos nascidos vivos 29 . inferior ou segmento uterino inferior (5 UI), e provavelmente
Esta condição tem sido diag110sticada pela US pré-natal, com resulta da rotura de veias uteroplacentárias. Eles podem es-
áreas hiperecoicas correspondendo a infarto, predominante- tar associados a perdas e trabalho de parto prematuro, mas
mente ao longo da face materna, mas estendendo-se por boa em geral tem significado pequeno. Raramente, hematomas
parte do tecido placentário (Fig, 19-20A e B). Áreas hipoecoi- pré-placentários ou subanmióticos podem ser vistos, embora
cas de permeio de variadas dimensões e acentuado afinamento mesmo os grandes hematomas nesta localização tendam a ser
placentário tem sido também percebidas (Fig. 19-21A e B)30 de pequena consequência para o feto . Entretanto, alguns estu-
Uma característica na ultrassonografia é a típica localização dos sugerem que esta lesão pode ser significativa por causar
basal, próximo da decídua (face materna), que é relativamente restrição do crescimento fetal e hemorragia materno-fetal, em
única ao infarto do assoalho materno. alguns casoS 33 .
A trombose da artéria fetal resulta numa região triangular Hematomas retroplacentários, que podem se manifestar
de injúria, com a base do triâng'ulo fundindo-se com a placa como a condição clínica de descolamento placentário, são de
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL 729
B
FIGURA 19--21. A e 8. Outro exemplo de comprovado infarto do
assoalho materno, em ultrassonografia em escala de cinza e power
Doppler.
B Trombose
Prévia marginal
Prévia completa
FIGURA 19-31. Ilustração representando diferentes tipos de pla-
centa prévia. Nos casos de placenta prévia marginal e placenta com
implantação baixa, informações adicionais interessando a distância
da borda placentária ao orifício cervical interno são em geral úteis.
(Ilustração de James A Cooper, Dr. , San Diego, CA.)
B
FIGURA 19- 30. A. Exame transvaginal no segundo trimestre mos-
tra a borda placentária inferior ultrapassando o orifício cervical interno via. Num estudo seriado comparando achados da US trans-
(seta). PI, placenta. B. Exame transabdominal de seguimento , com
labial com determinação da localização placentária no parto,
Doppler colorido, no terceiro trimestre desta gestação mostra reso-
lução sem evidência residual de placenta prévia. Borda placentária a sensibilidade foi de 100% e a especificidade de 70%, se uma
inferior (seta). distância menor que 2 cm foi registrada da placenta ao orifí-
cio interno. Para um lillÚte de 1 cm, a sensibilidade caiu leve-
mente para 90%, mas a especificidade aumentou para 95%63 .
Deve ser observado que enquanto se realiza a investigação
u'anslabial, sombras pelo ar do reto podem obscurecer o real
comprimento cervical.
tivas. O papel e confiabilidade da US na avaliação da placenta Como mencionado, a maioria das placentas localizadas
prévia tem melhorado com o uso das téClúcas translabial e no SU l , no segundo trimestre, não se encontra na região do
transvaginal 53 Com a imagem translabial (também referida colo na época do parto (Fig. 19-37A e .8) . A persistência da
como transperineal), a paciente esvazia sua bexiga e assume placenta prévia no termo pode ser prevista baseada na ida-
a posição de litotollÚa. O transdutor setorial, com cobertura de gestacional da detecção da placenta prévia na US e se a
estéril e gel aplicado, é colocado no introito vaginal até atingir placenta ultrapassa o orifício interno no segundo nimestre e
uma detalhada, acurada, rápida e bem-tolerada visão do colo em que Deve ser observado que a precisa defini-
para precisar o comprimento e a localização da placenta, em ção do termo sobreposição, usado em vários estudos, não é
relação ao orifício interno . A aperfeiçoada resolução espacial e muito clara. Provavelmente, os autores se referem ao aparente
contrastada das téClúcas transvaginal e translabial, comparada cruzamento e fixação da placenta através do orifício cervical,
à US transabdonúnal, é resultado da menor interposição de devido ao abaulamento circular da placenta próximo ao colo.
tecidos moles e dinúnuição da atenuação acústica (Fig. 19-36A Se existe real fi;l(ação através do orifício cervical, então infarto
e B). A segurança e efetividade destas abordagens, que são focal da borda placentária seria a lmica explicação provável
agora largamente aceitas e rotineiramente usadas para avaliar de porque uma placenta prévia se resolve em subsequente ras-
o SU l, colo e localização placentária, foram demonstradas 6J .62 . treamento ultrassonográfico. Foi dito que a chance de uma
A US translabial parece ser superior aos cortes transabdomi- placenta prévia a termo é de 5% se a placenta se estende mais
nais tanto no diagnóstico quanto na exclusão de placenta pré- que 15 mm sobre o orifício interno, com 12 a 16 semanas 65 .
734 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
Vasa Prévia
Vasa prévia é rara, mas uma condição clinicamente inlportan-
te, relacionada à placenta prévia, na qual os vasos sanguíneos
A fetais estão posicionados entre a apresentação fetal e o colo.
Os vasos fetais correm, através das membranas, sobre o co-
lo e abaixo da apresentação fetal, desprotegidos pela placenta.
A incidência estimada é de aproximadamente 1 em 2.500 par-
tos 71. Vasa prévia ocorre na fixação de inserções velamentosa
ou membranácea do cordão (dentro das membranas, ao invés
de na placenta) ou quando os vasos umbilicais , no trajeto
entre a placenta e um lobo succentoriado, cmzam o orifício
interno cervical, pelas membranas coriônicas (Fig. 19-40), As
possíveis consequências desta condição, incluindo hemorra-
gia e potencial exsanguinação fetal, são devastadoras. Foram
publicados estudos de diagnóstico pré-natal de vasa prévia,
por meio da US com Doppler colorid o72.73
A importância e o impacto clínico do diagnóstico pré-natal
da vasa prévia com US são significativos 74.7s. Prognósticos me-
lhores dependem de um acurado diagnóstico pré-natal e par-
to por cesareana segmentar, antes da rotura das membranas.
Num estudo retrospectivo, quando a vasa prévia não era re-
conhecida no pré-natal, estava associada a mortalidade perina-
tal de quase 56%, enquanto que 97% dos fetos sobreviveram
B quando o diagnós tico era feito no pré-natal (Fig. 19-41)76.
FIGURA 19-34. Exemplos adicionais de placenta prévia completa Na US, vasa prévia pode aparecer como estmturas line-
e incompleta, demonstrados por ultrassom transvaginal. A. O fino ares anecoicas sobrepostas ao colo, mas isso nem sempre é
bordo inferior da placenta posterior (PI) alcança e recobre o orifício
interno (seta), estendendo-se até o tecido cervical anterior. 8. Neste verificado em imagens com escalas de cinza (Fig. 19-42A a C).
caso , a borda inferior placentária (PI) estende-se posteriormente até A importância do uso do Doppler colorido ou power para o
o colo e está localizada a aproximadamente 1 em do orifício interno diagnóstico pré-natal da vasa prévia tem sido enfatizada 77.78 .
cervical (seta). Q\.mndo estas técnicas Doppler são usadas, o fluxo pode ser
demonstrado nos vasos sobrepostos ao colo e o Doppler es-
pectral pode revelar ondas arteriais fetais (Fig. 19-43A a E) . É
importante diferenciar vasa prévia verdadeira de uma apre-
esperado, a probabilidade de parto via transvaginal eleva-se sentação funicular, com o cordão umbilical posicionado em
significativamente quando a distância da borda ao orifício au- frente à apresentação fetal, perto do orifício endocervical.
menta (Fig. 19-39A e B)69. Apresentações funiculares podem temporariamente simular
Em resumo , baixa implantação, placentas prévias incom- vasa prévia, mas podem ser diferenciadas pelo re-exame da
pletas ou potenciais são comuns no segundo trimestre, com paciente e observação da movimentação dos vasos, a mudan-
apenas uma pequena minoria persistindo até o fim do terceiro ça na posição do cordão, ou um cordão flutuando livremente,
trimestre. Se é incerto que a placenta prévia realmente existe saindo do orifício interno cervical com a mudança da posi-
no exame do segundo trimestre, sugere-se exame translabial ção materna. Também pode ser útil investigar a placenta e
ou transvaginal. Excluir lima placenta prévia precocemente demonstrar o sítio de inserção do cordão umbilical. Outro
na gestação, ao invés de dizer "não se pode excluir placenta ponto de clarificação: vasa prévia pode ser distinguida pela
prévia", poupará a paciente de precauções desnecessárias que observação de lima veia ou seio venoso marginal, na borda
devem ser indicadas em pacientes com placenta prévia verda- inferior placentária, perto do orifício interno cervical, o que é
deira. Em casos em que ainda se suspeita de placenta prévia, uma forma de placenta prévia.
sugere-se exames US de seguimento no terceiro trimestre com Foi demonstrado que a maioria dos casos de vasa prévia
foco em imagens translabiais e transvaginais. Estes são meios em mulheres assintomáticas pode ser diagnosticada com US
seguros, efetivos e bem tolerados, para se evitar falhas , melhor pela avaliação da inserção do cordão e pelo foco no SUl , com
visualização da região do SUl e são em geral diagnósticos. US transvaginal e colar Doppler, se a inserção placentária do
736 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRAFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
c
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL 737
B
B FIGURA 19-37. Dois exames transvaginais avaliando o colo e a po-
FIGURA 19- 36. A. Nenhuma evidência de placenta prévia foi iden- sição placentária. A. No estudo inicial no meio do segundo trimestre .
tificada neste corte transabdominal (TA) do colo , no terceiro trimes- a placenta é vista ultrapassando o colo , consistente com placenta
tre. Entretanto, neste estágio da gestação e com o feto em apresen- prévia completa. B. Estudo de seguimento realizado seis semanas
tação cefálica, a cabeça fetal limita e frequentemente obscurece a depois, mostra a borda inferior da placenta posterior atingindo a mar-
adequada visualização da relação do colo com a placenta. B. Cortes gem posterior do colo, mas não mais se estendendo ou encobrindo o
transvaginais f ocais adicionais foram obtidos revelando a presenca de orifício. PI, Placenta.
placenta prévia completa . PI, Placenta. .
cordão não pode ser identificada ou se existe uma placenta de Placenta Acreta
inserção ou a suspeita de um lobo succentoriado (Fig.
19-44A e Muitos casos de vasa prévia diagnosticados pela Placenta acreta refere-se à aderência anormal da placenta
US pré-natal são incidentalmente detectados em mu lheres sen- a? útero, com subsequente falha em separar-se após o nas-
do avaliadas para placentas baixas. Foi demonstrado que uma cimento do feto. As células trofoblásticas têm características
placenta baixa ou prévia do segundo trimestre é um fator de teciduais invasivas similares às células neoplásicas malignas .
risco significativo para vasa prévia, mesmo que a placenta baixa Qyando o vilo trofoblástico invade uma área de decídua
ou prévia pareça ter se resolvido no terceiro trimestre. Numa pouco desenvolvida ou ausente, resulta em placenta acreta
série, 69% de vasa prévia ao nascimento tiveram uma placenta (Flg. 19-45A e B). O tipo de acreta varia de acordo com a
prévia no segundo trimestre, documentada por US no meio profundidade da invasão. Estas anormalidades da fLxação
do trimestre, comparado com 4% dos controles i9 . Portanto. é placentária são definidas quando o vilo penetra na decídua,
fortemente recomendado que um exame do terceiro mas não no miométrio (aCl'eta); o vilo penetra e invade o mio-
feito como acompanhamento de uma placenta baixa inclua o métrio, mas não a serosa (increta) ; o vilo penetra através do
foco na avaliação com Doppler para estudar a possibilidade de miométrio e pode perfu.rar a serosa, algumas vezes até órgãos
vasa prévia, dado O grande impacto na evolução quando essa adjacentes (percreta) (Flg. 19-46)80. A prevalência é estimada
condição é diagnosticada no pré-natal. conduta prontamente em 1 para 2.500 gestações, mas em mulheres com placenta
apropriada e potencial salvamento de vidas perinatais . prévia, a prevalência é perto de 10%. A incidência da placenta
738 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
A B
A B
FIGURA 19-39. A . Ultrassom transvaginal do segundo trimestre revelando a borda placentá ria inferior encobrindo o tecido cervical posterior e
estendendo-se até o orifício interno. A pequena quantidade de material hipoecoico através do canal cervical superior representa sangue (seta) .
8. No ultrassom transvaginal de seguimento , realizado um mês depois, a distância do orifício à borda placentária inferior mediu 2 em . Esta pa-
ciente subsequentemente teve parto vaginal.
AVALIAÇ Ã O ULT RASSONOGR Á FICA DA PLA CENT A E COR DÃO UMBILI CA L 739
A
B
FIGURA 19-42. A. Exame Transabdominal demonstrando estrutu-
ras tubulares ultrapassando a região do colo (se ta!. B e C. Nos cortes
transabdominal e transvaginal, com Doppler colorido, estas parecem
representar vasos no trajeto entre a placenta anterior e o lobo succen-
toriado posterior , indicando vasa prévia.
c
AVALIA ÇÃO UL TRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL 741
E
742 AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
A
A
B
FIGURA 19-45. A e B. Espécimes de patologia macroscópica e mi -
croscópica, revelando placenta acre ta com invasão da decidua pelo
vila trofoblástico.
B
FIGURA 19--47. Ultrassom em escala de cinza (A) e power Doppler
(8) da placenta acreta. Placenta prévia completa foi identificada nesta
paciente com três partos cesáreos prévios, que apresentou sang ra-
mento vaginal no final do terceiro trimestre. Nestes cortes focando
o segmento uterino inferior anterior, a placenta aparece heterogênea
com espaços vasculares proeminentes. Existe também perda da zona
hipoecoica retroplacentária. Placenta increta foi confirmada pela his-
terectomia cesárea. B
A
FIGURA 19-49. Espécime de patologia de um grande corioangioma,
aparecendo como uma massa regular, arredondada, na superfície fe-
tal da placenta, localizada próximo ao sítio de inserção do cordão.
Anatomia
O cordão umbilical é primeiramente visto na US com 8
semanas , como uma estrutura reta, pouco g1·ossa. Neste
momento, o comprimento do cordão é quase igual ao com-
primento cabeça-nádega. Apesar de não ser possível medir
diretamente pela USo o cordão umbilical em geral continua a
ser do mesmo comprimento que o feto, durante a gravidez.
O diful1etro do cordão é normalmente menor que 2 cm 107. O
cordão umbilical desenvolve até 40 voltas espirais , enquanto
se alonga durante a gestação lOS O cordão enrola-se com mais
frequência para a esquerda que para a direita . Pensa-se que
o enovelamento <uuda a proteger o cordão, resistindo à com-
B pressão dos vasos l0 9 . O desenvolvimento do comprimento e
FIGURA 19-51. A e B. Imagens de Doppler power transabdominais, torção do cordão são também dependentes das forças tensio-
revelando fluxo proeminente neste corioangioma, observado na su-
perfície fetal da placenta anterior.
nais colocadas no cordão pelos movimentos fetais. Portanto,
deve haver adequado espaço líquido e atividade fetal para
assegurar o comprimento normal e enovelamento do cordão
umbilical lO-l .
Normalmente, o cordão umbilical contém duas artérias e
o ânmio rapidamente se expande e se junta ao cório, em uma veia (Fig. 19-52). Apesar de no início da gravidez exis-
geral enU'e 12 a 16 semanas. Enquanto o fum1.Ío se expande, o tirem duas veias, a veia umbilical direita atrofia e a veia um-
embrião e o tronco conectivo são cobertos por tecido epitelial bilical esquerda permanece. A veia umbilical carrega sangue
amniótico . O tronco conectivo desenvolve vasos sanguíneos oxigenado, retornando da placenta e conectando-se com a veia
e funde-se com o ducto onlilomesentérico, aproximadamente porta esquerda no fígado. As artérias umbilicais são contínuas
com 7 a 8 semanas. para tornar-se o cordão umbilical. com as artérias ilíacas internas e carregam sangl.le desoxigena-
Na direção da parte caudal final do embrião, o alantoi- do do feto em direção à placenta. A presença de duas artérias
umbilicais deve ser confirmada pela visualização do cone do
de ou úraco desenvolve-se como uma seg1lIlda invaginação
eixo curto do cordão umbilical e identificação de duas artérias
do intestino primitivo e projeta-se para o tronco conectivo. O
e uma veia, ou pela visualização na US dos vasos em cada
alantoide é conectado à bexiga urinária e pode persistir como lado, lateralmente à bexiga fetal (Fig. 19-53A e B). Os vasos
um úraco patente ou um cisto do Llraco. Os vasos sanguíneos dentro do cordão são circundados pela geleia de vVarthon , um
no alalltoide desenvolvem-se nos vasos do cordão umbilical tecido conectivo gelatinoso que ajuda a proteger os vasos um-
e, a seguir, nas artérias umbilicais que cursam lateralmente bilicais da compressãoIO-l.
746
---
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
A A
B
FIGURA 19-53. A. Doppler colorido mostrando duas artérias umbi-
licais cercando a bexiga fetal cheia (81). B. Num caso separado, uma B
artéria umbilical única é vista adjacente à bexiga.
FIGURA 19-54. A. Corte transversal mostrando um cordão umbili-
cal normal de três vasos (duas artérias e uma veia). B. Um exemplo
de artéria umbilical única (seta) num cordão de dois vasos, visto nes-
ta imagem ultrassonográfica.
do como o número de espirais dividido pelo comprimento do crescimento fe ta.! , desacelerações do ritmo cardíaco fetal
do cordão em centímetros. Num estudo de 122 gestações intraparto. trombose vascular e estenose do cordão (Fig. 19-
não complicadas e na revisão da literatura datada antes de 62). Importante notar que não está claro para os pesquisado-
1996, a média (SD) lEU era 0.17 (± 0,009) espirais/cm 13GI3i. res quando um enovelamento anormal era realmente a causa
Pesquisadores têm relatado a frequência e correlação clíni· da patologia, ou uma sequela, ou ambos 137.
ca com cordões anormalmente enovelados (Fig. 19-60)138. Outros estudos descrevem enovelamento anormal do cor-
Enovelamento anormal do cordão lEU < 10'.1 percentil « dão em associação de perda fetal, intolerância fetal ao trabalho
0.07) ou maior que o 90º percentil (> 0.30) tem sido associado de parto, parto prematuro, anomalias fetais estruturais e cro-
com evolução gestacional adversa. mossômicas, inserção velamentosa do cordão, AUU, RelU e
Pouco enovelamento « 0,07 espirais/cm) e enovelamento corioamniotite. Aumento anormal do enovelamento também
aumentado (> 0.30 espirais/cm) do cordão têm sido vistos em tem sido associado a trombose da placa coriônica (feto-placen-
todas as idades gestacionais. Num estudo , hipoenovelamento tária) e da veia umbilical (Fig. 19-63) Dessa maneira,
do cordão foi associado a aumento da incidência de perda fe- parece que enovelamento anormal do cordão é um estado crô-
tal, desaceleração do ritmo caxdíaco fetal intraparto, parto ope- nico, estabelecido no início da gestação, que deve ter efeitos
ratório por sofrimento fetal, anomalias estruturais e cromossô- crônicos sobre o feto (restrição do crescimento) e ag'udos (in-
micas e corioamniotite (Fig. 19-61A e B). Hiperenovelamemo tolerância fetal ao trabalho de parto e perda fetal). A causa
do cordão foi associado a aumento da incidência de restrição subjacente do enovelamento anormal do cordão não é conhe-
cida, nem se compreende porque o grau de enovelamento é de
importância para o bem-estar fetal.
FIGURA 19-59. Doppler power do cordão umbilical com espiral es- FIGURA 19- 60. Espécimes de patologia de três diferentes cordões
querda (seta). Esta direção da espiral do cordão é muito mais comum umbilicais com diferentes graus de enovelamento, O cordão no topo
que a direita. é marcadamente hiperenovelado,
A B
FIGURA 19-61. Cordão umbilical pouco enovelado (seta) demonstrado por (A) escala de cinza e (8) Doppler colorido,
750 A VALIA ÇÃO UL TRASSONOGRÁFI CA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
A
FIGURA 19-66. Inserção central normal do cordão umbilical numa
placenta anter ior, mostrada pelo Doppler colorido,
Gestações Múltiplas
Gestação gemelar não é a ênfase deste capítulo e isto será
detalhado em outro (ver Capo 8). É necessário notar aqui ,
entretanto, que o alto risco associado a algumas gestações
gemelares está relacionado com as placentas e os cordões
umbilicais, tornando o material coberto neste capítulo de
particular relevância. Especificamente, os riscos associados a
gestações gemelares MC estão relacionados com a placenta
compartilhada e sua anatomia vascular. Esta anatomia tem
sido cuidadosamente estudada em placentas postpartum 159. 160
(Fig. 19-70). Trabalhos mais recentes têm abordado a avalia-
ção ultrassonográfica in u/ero destas gestações , revelando o
valor da atenção focal na placenta compartilhada, sítios de
inserção do cordão e conexões vasculares intergemelares. B
O número de córios (placentas) e âITU1ios em uma gestação FIGURA 19-71. A. Exame do primeiro trimestre de gêmeos mo -
nocoriônicos. Uma fina membrana (seta) é vista separando os dois
gemelar monozigótica (fertilização de um único ovo) depende embriões, A e B, sendo assim uma gestação gemelar monocoriônica
de quando o ovo fertilizado se divide, em relação à diferencia- diamniótica. B. Exame do primeiro trimestre de gêmeos dicoriônicos.
ção do cório e âmnio. Divisões entre quatro a oito dias após Além dos dois sacos gestacionais, cada um com um embrião, uma
a fertilização resultam numa gestação MC, diamniótica (DA) grossa membrana interposta é vista (seta), sendo assim uma gesta-
ção dicoriônica diamniótica.
e ocorrem em cerca de 75% das gestações gemelares monozi-
góticas. Detecção ultrassonográfica de gestação gemelar MC,
DA e sua diferenciação de uma gestação gemelar dicoriôni-
ca DA é mais acurada no primeiro trimestre (Fig. 19-71). No
terceiro trimestre, pode ser mais difícil estudar a verdadeira
espessura da membrana e, além disso, a corionicidade. Se mento fetal. Placentas MC são com frequência compartilhadas
exames ultrassonográficos iniciais comparativos não estão desig'ualmente e. quando isto ocorre, resulta em discordância
disponíveis. no momento do exame do segundo ou terceiro do crescimento (Fig. 19_72)IGl.lti2. Outras características únicas
trimestres. a paciente deve ser questionada se um exame de da arquitetura vascular de placentas Me. como o número. tipo
primeiro trimestre foi realizado e este exame deve ser avaliado e calibre das anastomoses intergemelares e a distância entre
para determinar a corionicidade. inserções do cordão umbilical, geralmente também contribuem
Uma complicação muito comum em gestações gemelares para a discrepância do crescimento e peso ao nascimento e para
MC é o peso discordante ao nascimento , que pode resultar o risco de desenvolvimento da síndrome de transfusão feto-
de um inadequado compartilhamento da placenta. Um ina- fetal (STFF).
dequado compartilhamento da placenta é uma anormalidade Inserção velamentosa do cordão tem sido descrita em 13%
da placentação. Em placentas de gestações únicas , o sítio de a 45% das gestações gemelares e associada a desordens do
implantação placentário é teorizado para determinar o even- crescimento gemelar. Apesar de no passado os sítios de inser-
tual sítio de inserção do cordão. Fatores que alteram a [un- ção do cordão umbilical não terem sido rotineiramente exami-
ção parenquimatosa placentária, ou afetam a área da placenta nados pela US obstétrica, como já mencionado nesta seção,
dispOlúvel para cada gêmeo MC. para suprimento nutritivo, vale a pena fazer isso para detectar inserções velamentosas e
troca de gases e remoção de impurezas. podem afetar o cresci- marginais do cordão. que podem ser identificadas por US em
754 AVALIAÇ Ã O ULT RASSONOGRÁFICA DA PLACENTA E CORDÃO UMBILICAL
gestações únicas e gemelares, no segundo trimestre. Inserções 5. Jallniaux E, .JlIrkovic O, Campbell S: ClIrrent topie: iIl vivo
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20
VOLUME DO LÍQUIDO AMNIÓTICO: NA SAÚDE E
DOENÇA FETAL
Peter W. Call en, MO
Comentários Sobre a Avaliação do Volume do Líquido Outras Condições Associadas ou Causadoras de Oligo-hidrâmnio
Amniótico Oligo-hidrâmnio e Avaliação de Peso Fetal e Malformações
Oligo-hidrâmnio Poli-hidrâmnio
Restrição de Crescimento Intrauterino Poli-hidrâmnio: Morbidade e Amniorredução
Pacientes Pós-termo Considerações de Imagem no Poli-hidrâmnio
Hipoplasia Pulmonar Gemelares e Anormalidades no Volume do Líquido Amniótico
__ Líquido Amniótico
Traio respiralório
Trato ..
Placenta e membranas
relacionadas
Cordão umbilical
FIGURA 20-1. Estruturas amnióticas fetais e maternas mais importantes envolvidas na formação e reabsorção do líquido amniótico. (De
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2.500
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O
Idade Gestacional (semanas)
6 7 8 9 10 11 12 13 14
FIGURA 20-4. O organograma mostra o volume de líquido amnió-
Idade Gestacional (semanas ) tico em função da idade gestacional em uma escala linear. Os ponti-
lhados são medianas de cada intervalo de 2 semanas. Percentis são
FIGURA 20- 3. Volume de líquido amniótico por idade gestacional. calculados por equação de regressão polinominal e desvios-padrão
(De Weissman A, Itskovitz-Eldor J, Jakobi P: Sonographic measure- residuais. A área sombreada cobre um intervalo de confiança de
ment of amniotic fluid volume in the first trimester of pregnancy. J 95 % . (De 8race RA, Wolf EJ: Normal amniotic fluid volume changes
Ultrasound Med 15: 7 72, 1996). throughout pregnancy. Am J Obstet Gynecol 161 :386, 1989).
FIGURA 20- 5. Ultrassonografia longitudinal no segundo trimestre FIGURA 20-6. Ultrassonografia de um feto com agenesia renal.
de gestação com líquido amniótico normal. A valiação subjetiva de Virtualmente nenhum líquido amniótico é visualizado. Feto "apertado"
líquido amniótico normal depende da relação entre o líquido amniótico dentro do útero. O único espaço relativamente anecóico é ocupado
e os espaços ocupados por feto e placenta. pelo cordão umbilical (asteriscol.
I
Ainda que os clínicos fossem prontamente capacitados .D
r 1
<ll
difícil reconhecer a dinlinuição do líquido anuuótico. Um mé- >
V>
c: 8
LOdo não-invasivo de imagem para avaliação da dUl1.Ínuição
de líquido era necessário. A ultrassonografia foi e é apropria- V>
'"
1
da para esta tarefa. A avaliação ultrassonográfica de oligo-hi- 'O
'6 6
<ll
drâmnio no passado tem sido baseada na subjetividade do
ultrassonografista. A técnica de avaliação subjetiva de liquido
E
<ll
'O
6 I
amniótico envolve a comparação de áreas de líquido livre de
eco com o espaço ocupado pelo feto e placenta (Fig. 20-5) a i
'c:"
'"
'6
4
1 1
<ll
Qlando uma quantidade muito pequena está presente, o feto 2 [5
.L
parece comprimido dentro do útero (Fig. 20-6). Em um es tudo
interessante, Halperin et al. 32 avaliaram a variabilidade inter
O
e intraobservacional na avaliação subjetiva do VLA. Teste
O 1,0 2 ,0 3,0 4,0 5,0
estudo, ultrassonografistas experientes foram subjetivamente
designados a grupos de pacientes com VLA normal, limítrofe, Avaliação subjetiva do VLA
baixo ou reduzido. Eles verificaram que ultrassonografistas FIGURA 20- 7. Mediana de medidas transversas do maior bolsão
mais experientes tiveram pontuações de correlação intraobser- de líquido amniótico analisado subjetivamente pelo volume de líquido
vacional sigluficativamente maior ( = 0,94 versus 0,63)a l Em amniótico (VLA). Existe uma boa correlação entre o VLA estimado
analisado com medidas de boi são e estimativas analisadas subjeti-
outro estudo, Moor et al. 31 demonstraram que observadores vamente. 1,0, oligo-hidrâmnio (pouco ou nada de líquido amniótico,
bem treinados podiam, subjetivamente, identificar pacientes quase nenhum bolsão, preenchido por partes pequenas); 2,0, líquido
com oligo-hidrâmnio com um coeficiente de correlação intra- amniótico diminuído (não oligo-hidrâmnio franco, mas sugestivamente
classe de 0,81 .31 Usando uma avaliação subjetiva do VLA, menos que o esperado de VLA para idade gestacional); 3,0, normal
(boa interface fluido -fetal, principalmente em partes pequenas, com
Goldstein e Fill y 33 relataram concordância intraobservacio-
feto preenchendo o diâmetro ântero-posterior do útero); 4 ,0, leve-
nal e interobservacional de 84% e 96%, respectivamente (Fig. mente aumentado (mais líquido que o esperado ao redor das partes
20-7). pequenas, leve interface de líquido entre o feto e a parede uterina);
Ainda que ultrassonografistas experientes sejam capazes 5,0, pOli-hid râmnio franco (o feto não preenche a cavidade uterina na
de realizar tal julgamento, é impossível disseminar critérios dimensão ântero-posterior e muito mais que o esperado de líquido ao
redor de ambos - tronco e partes moles). (De Goldstein RB, Flfly RA :
para o uso de examinadores menos experientes. Ademais, não Sonographic estimation of amniotic f/uid volume. J Ultrasound Med
há métodos para assegurar que até os mais experientes usem 7:363, 1988.)
762 VOLUME DO LíQUIDO AMNIÓ Tl CO : NA SAÚDE E DOENÇA FETAL
a mesma técnica visual quando tentando realizar diagnóstico vezes por outros, tanto para aumentar como para diminuir
de pouco líquido. Manning, Hill e Platt34 fizeram um excelente o máximo permitido de líquido anuúótico no maior bolsão
avanço na análise visual em sua descrição de uma medida sim- vertical para que fosse considerado oligo-hidrâmnio, incluindo
ples para avaliar oligo-hidrâmnio. Sua técnica inclui rastrear mensurações de 2 cm, 3 cm e 0,5 cm (Tabela 20_1).35,36 Infe-
o útero à procura de um bolsão de líquido arnniótico mais lizmente, essa regra e outras têm se mostrado muito rigorosas
profundo livre de cordão umbilical e partes fetais (Fig. 20-8). para serem usadas. Bottoms el al. 37 e outros, atualmente, nota-
A maior dimensão vertical desse boi são é então medida com ram que a ausência de um bolsão de líquido de pelo menos 1
o transdutor ultrassonográfico perpendicular ao chão. Esta cm em profundidade foi extremamente rara e, portanto, é um
medida também tem sido referida como maior bolsão vertical marcador insensível para o desfecho obstétrico mim. 31
(MBV). Na época de seu estudo original, o diagnóstico de Em 1987, Phelan el al. 38 e, subsequentemente, Rutherford
oligo-Iúdrâmnio era estabelecido quando o maior bolsão ver- el a1. 39 ,40 e Moore e Caylé l desenvolveram uma avaliação ul-
tical encontrava-se menor que 1 cm. Esta medida passou a ser trassonográfica sellÚquantitativa do VLA que tem sido conhe-
conhecida como regra do 1 -cm. A regra do 1 -cm foi original- cida como índice de líquido arnniótico (ILA). Essa medida é
mente descrita no início dos anos 1980; foi modificada várias baseada na divisão do útero gravídico em quatro quadrantes ,
usando-se os marcadores maternos externos da cicatriz umbili-
cal e a linha negra (Fig. 20-9 e Tabela 20-2). É medido o bolsão
de líquido arnniótico mais profundo em cada quadrante, em
modo similar ao MBV Essas quatro medidas são somadas e
a soma é referida como o ILA (Tabela 20-3). Em uma revisão
de 1997, Hill ll notou que a descrição original do ILA de Phe-
lan et al.38 não mencionava se os bolsões de líquido arnniótico
contendo o cordão umbilical develiam ser incluídos ou exclu-
ídos. Subsequentemente, Rutherford et al. 40 afirmaram que o
cordão umbilical ou uma extrellÚdade fetal podem atravessar
um bolsão de líquido éUruÚÓtico mensurado (Fig. 20-10).11 No
entanto, quando um bolsão está quase inteiramente preenchi-
do com o cordão umbilical ou com alguma extrellÚdade, não
deve ser incluída como um bolsão medido (Fig. 20-11). Deve
ser ressaltado, porém, que muitos ultrassonografistas incluem
somente bolsões que estão livres de cordão umbilical e extre-
IlÚdades fetais. I I
Investigadores e clúúcos têm usado uma variedade de li-
llÚares para definir anormalidades no VLA. Moore e Cayle41
defumam oligo-hidrâmnio quando o ILA era abaixo do per-
centil 5, o que correspondeu a um ILA menor que 7 a 8 cm.
Rutherford el al.39 usaram 5 em como linúar para definir oligo-
hidrâmnio, um número que seria ligeiramente menor que o 1Q
percentil. Ainda que existam controvérsias a respeito de qual
FIGURA 20-8. Volume de Ifquido amni6tico normal avaliado pela
valor de limiar deve ser utilizado, valores superiores a 5 cm
medida do maior bolsão de líquido. Na semana de gestação, o e inferiores a 18 a 20 cm são considerados pela maioria dos
maior bolsão de líquido amni6tico, desprovido de cordão umbilical, examinadores como normal. Portanto, a regra do 1 -cm tem
mede 24 mm. sido substituída pela regra dos 5 -cm.
De I-WI LM: Oligoh)'dranmios: Sonographic diagnosis and clinicai implications. C/in ObJlc! G)1/(co/1997; 40:314.
VOLUME DO LíQUIDO AMNIÓTICO : NA SAÚDE E DOENÇA FETAL 763
I 30
31
32
33
82
79
77
74
90
88
86
83
145
144
144
143
234
238
242
245
258
263
269
274
17
26
25
30
34 72 81 142 248 278 31
35 70 79 140 249 279 27
36 68 77 138 249 279 39
37 66 75 135 244 275 36
38 65 73 132 239 269 27
39 64 72 127 226 255 12
40 63 71 123 214 240 64
FIGURA 20-9. Diagrama da divisão do útero em quadro quadran-
41 63 70 116 194 216 162
tes iguais para determinação do índice de líquido amniótico. Com o 42 63 69 110 175 192 30
transdutor ultrassonográfico perpendicular à mesa é medida a profun-
didade vertical do maior boi são de líquido amniótico livre de cordão Valores de líquido amniótico obtidos por medidas de profu ndidade vertical do
umbilical em cada quadrante. Deve ser notado que alguns examina- maior bolsão de líquido amniótico em cada um dos quatros quadrantes uterinos
dores medem os bolsões em milímetros e somam os quatro quadran- somados . Os valores de cada quadrante são medidos em milímetros e somados
tes , onde outros medem os bolsões em centímetros. (De Gabbe SG,
juntos.
Niebyl JR, Simpson JL: Obstetries: Normal and Problem Pregnaneies,
De Moore TR, CayleJE : The amniotic fluido index in normal human pregnancy.
2nd Ed. New York, Churehill Livingstone, 1991.)
Am] Obstei Gyneco/ 1990; 162:11 68.
na forma de avaliar o líquido. Estudos demonstraram que avaliado em uma imagem estática pode não ser representativo
o movimento fetal não interfere negativamente na avaliação de VLA em sua íntegra (Fig. 20-14).
do AFV..J9 A escolha de um transdutor curvilíneo ou setorial Como afirmado anteriormente, o Doppler colorido pode
não altera a estimativa do VLA. 50 A avaliação do VLA não se mostrar útil em identificar um bolsão preenchido com cor-
parece ser alterada pela posição da mãe. 51 Nenhuma diferen- dão umbilical no que parece ser líquido an1I1iótico em pacien-
ça na avaliação do VLA foi encontrada quando as pacientes tes com oligo-hidrâmnio. Porém, em pacientes com volume
estavam nas posições supina ou elevada a 45 graus. Porém, de líquido amniótico normal, pode haver uma subestimação
estudos têm demonstrado que a posição fetal pode influenciar do VLA, induzindo a um diagnóstico falso-positivo de oligo-
na mensuração do volume de líquido amniótico . Um estudo
de Fok et al. 52 evidenciou o efeito da posição fetal em duas
das medidas de VLA, ILA e de bolsão único mais profundo
(BUP). O ILA foi, em média, 4,35 cm maior quando os fetos
estavam centralmente posicionados dentro do útero compara-
do a fetos lateralmente posicionados. Não houve diferença na
mensuração do B UP de fetos deitados lateral ou centralmente
ou em posições diferentes do tronco fetal. Sua conclusão foi
que o BUP pode ser um parâmetro mais consistente para
estimar o volume de líquido anmiótico .
Uma pressão excessiva do transdutor no abdome matemo
afeta a mensuração do ILA. Flack eI al.53 verificaram que a
alta pressão no abdome materno resultou em uma diminuição
em 210f0 no ILA. Existem mais quatro potenciais armadilhas.
Primeiro, como afirmado anteriormente, um bolsão preenchi-
do por cordão umbilical não deve ser usada na avaliação do
VLA. A imagem do Doppler colorido frequentemente ajuda
na identificação do cordão umbilical (Fig. 20-11). Segundo, a
gordura tende a espalhar o feL'(e ultrassonográfico e, assim,
pode induzir ecos de artefato para dentro do líquido amniótico.
Pacientes obesas podem parecer apresentar líquido anmiótico
sig11ificativamente reduzido por causa desses ecos de artefato
(Fig. 20-12). O uso de um transdutor de baixa frequência pode
ajudar muito na correta avaliação do VLA nestas pacientes.
Terceiro, no terceiro trimestre, partículas que estão flutu ando
livremente, talvez como resultado do verniz, podem tornar o FIGURA 20-12. Ultrassonografia em uma paciente moderadamente
verdadeiro espaço de líquido anmiótico menos notável (Fig. obesa. Artefatos de ecos dentro do líquido amniótico fazem o líquido
20-13). Q.lano, um bolsão único maior de líquido amniótico amniótico verdadeiro menos aparente.
A
FIGURA 20-15. Ultrassonografia de uma gravidez de segundo tri-
mestre. Medidas de bolsões de líquido amniótico podem ser feitas em
uma variedade de localizações por examinadores diferentes, e alguns
examinadores podem escolher não usar esse boi são para as medidas .
Talvez meu maior problema com o uso de valores numéri- com menos de 1 cm de diâmetro na vertical e transversal são
cos objetivos do VLA seja saber como estes são utilizados para definidas como VLA diminuído e recebem uma pontuação O.
estabelecer a conduta a respeito da paciente. Em reuniões e Aqueles com maiores bolsões verticais e transversais superio-
congressos de condutas obstétricas em vários centros pelo país res a 1,0 cm, mas com menos de 2,0 cm em diâmetro vertical,
tem-se, repetidamente, escutado uma mesma discussão: "o e mais de 1,0 cm em diâmetro transverso são designados
ILA é 4,2 cm; portanto, a gestação será interrompida imedia- como tendo qVLA marginal. Se qVLA é maior que 2,0 cm,
tamente, ao passo que a paciente do leito ao lado, com ILA de porém menor que 8,0 cm em diâmetro vertical e superior a
5,2 cm, com quadro clínico muito semelhante, é encaminhada 1,0 cm em diâmetro transversal, diz-se que o paciente possui
para casa e deve retornar para acompanhamento." (Não há qVLA normal. Em 1984, Chamberlain el al.35 realizaram
qualquer diferença estatística na mensuração do ILA nestas uma análise retrospectiva do impacto do VLA normal na
pacientes hipotéticas.) Novamente, só porque um número foi mortalidade e morbidade perinatal de uma população de
designado a uma interpretação, não o torna mais preciso ou alto riso. O índice de mortalidade perinatal aumentou em 13
útil que uma avaliação subjetiva. O VLA é, possivelmente, a vezes quando o VLA estava linútrofe, e 47 vezes (187,5/l.000)
melhor das técnicas semiquantitativas disponíveis para a ava- quando severo oligo-hidrâmnio estava presente. Inicialmente,
liação do VLA, mas deve ser considerada com suas devidas o achado do maior bolsão de líquido amniótico menor que 1
limitações. Se a análise subjetiva do VLA deve ser realizada, cm foi determinado como preditivo de restrição de crescimen-
a pessoa responsável pela interpretação do exame deve, ideal- to intrauterino (RCIU) . Infelizmente, foi visto que esse crité-
mente, avaliar a paciente e não depender inteiramente na ima- rio era muito rígido e não sensitivo o suficiente para permitir
gem estática, particularmente quando o VLA for considerado que assim detectasse isoladamente essas pacientes. Ainda que
alterado de forma limítrofe. Chamberlain el al. 35 e Manning el al. 68 achassem que a qVLA
menor de 1 cm esteve associada a RCIU em 78,8% a 89,6%
dos pacientes referidos com suspeita clínica de RCIU, quando
OLlGO-HIDRÂMNIO qVLA é utilizada como único critério no teste rastreamento
de RCIU, a sensibilidade relatada por outros investigadores
Oligo-hidrâmnio descreve a condição em que o VLA é redu- variou de 4% a 15,8%.56,69
zido em relação à idade gestacional. 55 Qyantitativamente, o Na teoria, a hipóxia resultante da perfusão placentária
oligo-hidrâmnio é definido como VLA menor que 300 a ruim resulta em uma redistribuição do débito cardíaco, com
500 mL após o segundo trimestre. 5,55 Subjetivamente, o
uma diminuição relativa do Buxo sanguíneo no abdome e nos
oligo-hidrâmnio é definido pela falta expressiva de líquido
rins, protegendo assim o cérebro. A queda da função renal e o
amniótico, pouca interface líquido-feto e ocupação acen-
aumento do hormônio antidiurético liberado pela hipoxemia
tuada de partes fetais (Fig. 20-6) .56 Subsequentemente, foi
resultam na diminuição do débito urinário e em oligo-hidrâm-
descrito por um MBV menor que 1 a 2 cm, um bolsão de
nio. Além disso, na presença de hipóxia, a absorção de líquido
duas dimensões menor que 15 cm 2, e um ILA menor que
5 cm (Fig. 20_1 ).31,35,40.55,57 Como descrito anteriormente, pelo pulmão fetal aumenta. 1 Oposta à diminuição do VLA, na
insuficiência uteroplacentária está o aumento de líquido, que
existem controvérsias a respeito do limiar que deve ser utili-
pode ser resultado da supressão hipóxica da deglutição fetal .10
zado para definir oligo-hidrâmnio. Ainda que a maioria dos
Diminuição de líquido no espaço amniótico pode resultar em
examinadores use ILA de 5 cm como limiar, muitos usam
pressão contra o cordão umbilical e complicar ainda mais a
5%. Como Hill descreveu um bolsão único de 3,2 x 2,2 cm
difícil perfusão para o feto . Avaliação do VLA é agora uma
de líquido amniótico seria considerado um VLA normal
parte importante da avaliação pré-natal, junto com a cardioto-
por et al.58 , mas considerado oligo-hidrâmnio por cografia no feto com suspeita de restrição de crescimento.
Phelan el ai. e Magann el al. 11 ,57
Em 1983, Miyazaki e Taylor 70 e, subsequentemente, ou-
Oligo-hidrâmnio pode ser decorrente de uma variedade de
tros, demonstraram uma melhora no padrão da frequência
condições, incluindo anormalidades do trato urinário como
cardíaca fetal em pacientes com oligo-hidrâmnio após arnnio-
agenesia renal, obstrução renal bilateral, displasia renal bila-
infusão de solução salina para dentro do saco amniótico. 71 ·75
teral e válvula ou atresia uretral posterior; e anormalidades
Uma técnica frequentemente utilizada é a seguinte: infusão de
pré-renais, incluindo insuficiência uteroplacentária levando
solução salina em temperatura ambiente é administrada (em
a RCIU, ruptura prematura de membrana (RPM) pré-ter-
média 600 roL) em um período de mais de 1 hora em bomba
mo e gravidez pós-termo. Independente da causa, muitos
de infusão, seguido de solução salina a 200 rnL/hora até que
investigadores têm notado aumento na morbidade perinatal
o ILA fique maior que 5 ou 8 cm. 24 Uma excelente revisão
e, ocasionalmente, morte fetal ou neonatal na presença de
oligo-hidrâmnio. 34·36.44,56.59·66 de testes de controle de estudos de arnnioinfusão foi relatada
por Kilpatrick (Tabela 20-4).24 Ainda que um número de in-
vestigadores tenham relatado uma melhora na desaceleração
RESTRiÇÃO DE CRESCIMENTO variável, nenhum dos estudos demonstrou uma melhora no
desfecho neonatal com base na pontuação de Apgar, ou signi-
INTRAUTERINO ficância clínica no resultado da gasometria de cordão. 24 Uma
A avaliação ultrassonográfica precoce de restrição de cresci- outra técnica menos invasiva é a hidratação materna. Um es-
mento potencial reconheceu o importante papel do líquido tudo por Kilpatric el al. 76 demonstrou um aumento de 30%
amniótico. O primeiro uso da avaliação ultrassonográfica da no ILA quando mulheres com oligo-hidrâmnio eram tratadas
diminuição do líquido amniótico foi no diagnóstico da restri- com hidratação de 2L de água.
ção de crescimento fetal. Manning e Platt67 e outros reconhe-
ceram a alta incidência de oligo-hidrâmnio nesses pacientes.
Em 1980, Manning, Platt e Sipos68 usaram a avaliação MBV
PACIENTES PÓS-TERMO
do VLA na pontuação do perfil biofísico fetal. Essa avaliação Pacientes pós-termo possuem uma morbidade aumentada
foi determinada de forma qualitativa no VLA (qVLA). Para com uma elevação do risco de aspirar mecônio, de sín-
o propósito do perfil biofísico fetal, pacientes com bolsões drome pós-maturidade e de morte fetal. 65 .77,78 O volume de
768 VOLUME DO LíQUIDO AMNIÓTICO : NA SAÚDE E DOEN ÇA FETAL
HIPOPLASIA PULMONAR
1 Tabela 20-4 1Amnioinfusão Profilática para
OIigo-hidrâmnio Pacientes com oligo-hidrâml1.io prolongado por qualquer
Diminiuição Melhor causa, seja renal, RPM pré-termo e assim por diante, possuem
NQ de de Parto Resultado um risco aumentado de desenvolver hipoplasia pulmonar,
Estudo Casos Cesárea Neonatal Infecção que é, invariavelmente, fatal. Há muito tempo se sabe que
o líquido amniótico é um fator importante no desenvolvi-
Chauhan et af' 38 Não Não
Nageotte et af2 76 Não Não mento normal dos pulmões. O que é menos evidente é a
Ogundipe, 116 Não Não Sim maneira com que o oligo-hidrâmnio interfere no processo de
Spong, and desenvolvimento normal deste . Normalmente existem quatro
Rossi3 estágios no desenvolvimento do pulmão fetal: embrionário,
Schrinuner, 305 Sim Não lãot da concepção (até a 5ª semana); pseudoglandular (da 5ª a l7 a
Macri, and semana); canalicular (da 16ª até a 24ª semana) e saco terminal
Pauf4 ou alveolar (24a semana até termo e além). Até a 16a semana
Strong et af5 60 Não Não Nãot todas as bifurcações da árvore traqueobrônquica até os bron-
quíolos terminais estão estabelecidas 80 O oligo-hidrâmnio
*Febre materna. que resulta em hipoplasia pulmonar, caracterizado por desen-
t Nllnion.itc} endomctritc. volvimento inadequado dos ácinos pulmonares e restrição
*l7ebre maternal sépsis neonatal. da vasculaI;zação, normalmente ocorre na fase canalicular
De Kilpatrick SJ: 111crapeutic imervelll ions for oligohydranrnios : Amruoinfusion
and maternal h)'dration. Clin Obste! Gynero/ 1997; 40 :328.
de desenvolvimento. V árias teorias iniciais tentaI-am explicar
a hipoplasia pulmonar em pacientes com oligo-hidrâmnio
grave: respiração fetal aIl0rmal, aumento da pressão no tórax
fetal e eliminação anormal de líquido pulmonar fetal. 80 É
improvável que aIlormalidades da respiração fetal sejam a
causa de movimentos respiratórios normais que ocorrem em
animais e em humanos com hipoplasia pulmonar relacionada
liquido amniótico inicia seu derunio próximo a termo e pode com oligo-hidrâmnio. A compressão do tórax fetal também é
ocorrer de forma aguda em paciente pós-termo. Ainda que uma causa improvável porque a pressão do saco aImliótico
a relação entre a diminuição de líquido e a morbidade não em pacientes com oligo-hidrâmnio é baixa. Normalmente a
seja exatamente conhecida, várias teorias têm sido propostas pressão no saco amniótico fica entre 1 e 14 mmHg. Qyando
para explicar esta relação. Talvez a mais conhecida seja que o oligo-hidrâmnio está presente e a membrana está intacta, a
a insuficiência placentária nessas pacientes resulta em uma pressão do líquido anmiótico fica ::; 1 ImnHg. 11. 81 Tem sido
redistribuição do fluxo sanguíneo cardíaco, levando a uma postulado que o líquido pulmonar fetal age como uma via
redução da perfusão renal, ocasionando o oligo-hidrâmnio, interna para o desenvolvimento do pulmão circundante. 82
em contrapartida do aumento do fluxo cerebral. Um relato de ormalmente a via aérea superior oferece resistência à salda
Ba.r-Hava et al.77 mostrou que é improvável que este mecanis- do líquido pela traquéia. Na presença de oligo-hidrâmnio e
mo tenha um papel importante em paciente pós-termo e que baixa pressão anll1iótica, é postulado que ocorra uma perda
uma reabsorção aumentada no rim fetal parece ser mais pro- líquida por gradiente de pressão.S1 Além disso, um trabalho
vável. Um relato interessante de 1999, realizado por Sylvester interessante realizado por HaI-ding, Hooper e Dicksol1,83
e Divon/ 8 examinou a relação entre idade gestacional, peso em ovinos, mostrou que o aumento na pressão da via aérea
ao nascer e VLA em 758 pacientes pós-termo 41 semanas pulmonar em relação à pressão do saco anlniótico também
de gestação) não-diabéticas. O ILA foi obtido nos três dias pode ser causado por aumento da flexão espinhal, resultando
que antecederam o parto. A relação entre o ILA e o peso em um aumento de pressões abdominal e torácica no feto
ao nascer foi mais bem descrita como uma equação linea.r, com oligo-hidrâmnio. Neste estudo de 1996, Kilbride, Yeast
em contrapartida, a relação entre ILA e idade gestacional foi e Thibeault84 avaliaram pacientes com RPM pré-termo com
insignificante; a análise de regressão apresentou uma disposi- menos de 29 semanas de gestação. A maioria das pacientes
ção muito ampla. Nos grupos pequeno para idade gestacional, não apresentou mudança no estado do liquido amniótico ao
apropriado para idade gestacional e grande para idade ges- longo do tempo; porém, até 20% destas tiveram. Ainda que
tacional, a mediana do ILA (incidência de oligo-hidrâmnio) o prognóstico fosse sombrio e a probabilidade da hipoplasia
foram de 8,0 cm (28%), 10,5 cm (11%) e 11 ,8 cm (3%), pulmonar fosse alta no grupo em que o bolsão de líquido
respectivamente. Nestes mesmos grupos, a idade gestacional anmiótico estivesse menor que 1 cm, não houve associação
mediana foi de 41,6 semanas, 41,6 semanas e 41,5 semanas, entre pacientes com moderado oligo-hidrâtmllo (bolsão de 1
respectivamente. O autor concluiu que o ILA independe da a 2 cm) e hipoplasia pulmonar. Portanto, com base nesse estu-
idade gestacional, mas está intrinsica.mente relacionado com o do, é incorreto agrupar todos os pacientes com ILA inferior
peso ao nascimento. Se confirmado, isso indicaria que a pro- a 5 cm em uma tentativa de prognosticar o desenvolvimento
gressiva diminuição no ILA encontrada no pós-termo é um de hipoplasia pulmonaI-.
processo patológico, e não fisiológico . Morris et at.79 avaliaram
a utilidade da mensuração do índice do líquido ammótico e o
bolsão único mais profundo em pacientes com gravidez pro- RUPTURA PREMATURA DE
longada. Estes encontraram que o ILA é superior à medida
de bolsão único mais profundo como uma avaliação do feto
MEMBRANAS
na 40il semana ou após, mas tem uma sensibilidade ?aL"a para A RPM é a ruptura do saco amniótico antes do inicio das
desfechos adversos da gravidez. Sua conclusão : "E provável contrações uterinas . Isso acontece em aproximadamente 10%
que o uso habitual resulte em aumento nas intervenções sem das gestações a termo e entre 0,7% e 2,0% em gestações antes
melhora do desfecho perinatal." da 37il semana.64 ,85 A RPM que ocorre no termo geralmente
VOLUME DO LÍQUIDO AMNIÓTICO : NA SAÚDE E DOENÇA FETAL 769
é conduzida na indução do pano; porém, a RPM é quase ou obstétricas. Em dois estudos, pacientes que possuíam
sempre tratada de forma conservadora. Ainda que a maioria avaliação durante o trabalho de parto do ILA tinham, signi-
das pacientes a termo desenvolva trabalho de parto logo após ficativamente , mais probabilidade de ter um pano abdominal
a ruptura da membrana, porém, quanto mais cedo OCOITer a por presunção de um sofrimento fetal sem melhorar o desfe-
ruptura na gestação, maior será a chance de o tempo de, cho perinatal. 6 1. 92 Em um estudo randomizado controlado,
latência ser prolongado. 64 Pacientes que apresentam ruptura Alfirevic et al. 93 compararam o impacto do ILA e o bolsão de
de membrana no inicio da gravidez têm um risco ad icional de maior profundidade na incidência de intervenção obstétrica
hipoplasia pulmonar. A hipoplasia pulmonar tem sido relata- em gestações pós-termo. Comparado com o bolsão de maior
da na RPM, principalmente nos casos em que ocorre antes da profundidade, o ILA levou a mais intervenções obstétricas
26ª semana e quando a duração da ruptura é de pelo menos sem impacto qualquer no desfecho perinatal. Recentemente,
2 semanas, e frequentemente maior que 5 semanas.86 Como Ott94 realizou um estudo para avaliar a relação do VLA e
mencionado anteriormente, uma certa quantidade de liquido desfecho perinatal. Como afirmou, "ILA é um preditor de
é necessária para que ocoITa o desenvolvimento adequado. A desfecho perinatal menor que o classicamente sugerido, ainda
falta de líquido, como pode ocorrer na RPM, resulta na falta que a identificação de poli-hidrânmio fosse útil em identificar
da força da via de mecanismo normal no desenvolvimento fetos grandes para idade gestacional (GIG) e fetos com risco
do pulmão fetal. Esse risco potencial de desenvolvimento de para anormalidades congênitas. Oligo-hidrâmnio foi um pre-
hipoplasia pulmonar é dependente tanto do tempo de ruptura ditor relativamente fraco para um desfecho perinatal ruim.
como da quantidade de líquido amniótico residual e da dura- H avia um aumento no risco de ritmo de frequência cardíaca
ção do oligo-hidrâmnio. fetal anormal durante o parto em pacientes com oligo-hidrâm-
Pacientes com RPM possuem um I;SCO aumentado para nio, mas somente em pacientes pré-termo." Em seu relato ele
desenvolver corioanmionite (entre 25% e 46%) , morbidade fe- resumiu alguns dos estudos, mostrando achados similares.
tal e morte (entre 37% e 78%)8i A chance de estas ocorrerem Galmel et al. 95 estudaram 65 pacientes com oligo-hidrâmnio e
está associada a membrana rompeu, à quantidade de líquido achou uma alta incidência de parto prematuro, mas nenhum
amniótico residual e ao tempo de duração do oligo-hidrâm- aumento na RCIU, morte perinatal ou asfixia ao nascer.
nio. Hadi, Hodson e Strickland 63 relataram uma sobrevida Kreiser et al. 96 avaliaram 150 pacientes de baixo risco e não
total de 55%. o parto ocorreu antes de 25 semanas encontraram aumento no resultado perinatal ruim. Megann
de gestação, 6,7% sobreviveram. Para os casos de partos en- et ai. avaliaram 1.001 pacientes de alto I;SCO e relataran1 que
tre a 26ª e 34ª semana de gestação, a taxa de sobrevida foi o oligo-hidrâmnio foi um teste diagnóstico fraco para predizer
de 89,4%. Ainda que o prognóstico frequentemente seja ruim o prognóstico ruim. Outros investigadores têm encontrado
quando a ruptura de membrana ocorre precocemente, não é resultados sinlliares.91.96.98·IOOEm uma meta-análise da relação
universalmente grave para todos os pacientes . Várias séries re- entre o ILA e o resultado perinatal , Chauhan et af.1°J chega-
lataram a parada do vazamento, com reacumulação do líquido ram à conclusão de que havia uma associação entre oligo-
e desfechos normais. 88.89 Esses eventos, ainda que incomuns, hidrâmnio e um aumento na incidência de cesariana por fre-
devem ser considerados na hora do conselho. quência cardíaca fetal anormal e baixa pontuação de Apgar;
Além da hipoplasia pulmonar, pacientes com RPM têm entretanto, dados insuficientes o relacionaram com acidose
uma incidência maior de cesariana devido ao sofrimento fetal , neonatal e apontaram para futuros estudos prospectivos com
em comparação com pacientes com oligo-hidrâmnio por outra amostragem grande o suficiente para avaliar corretamente
causa. No estudo de Sarno, Ahn e Phelan,90 a taxa de cesa- esta relação. Um grande estudo realizado por Morris et al. i9
riana por sofrimento fetal foi de 19% por RPM, comparado verificou que o ILA tinha uma sensibilidade ruim para gravi-
a 1% para outras causas de oligo-hidrâmnio. Mesmo quando dez com resultado adverso, e era provável que levasse a um
há forte evidência de que a RPM é a provável explicação para aumento na intervenção obstéu-ica sem melhorar o desfecho.
o volume diminuído, a bexiga fetal deve ser identificada para Para fortalecer a controvérsia, vários estudos têm comparado
excluir agenesia como causa primária. o ILA com o próprio VLA, determinado pela técnica de dilui-
ção, e encontrou que o ILA não foi uma técnica confiável para
estimar com precisão o líquido amniótico.43J02
OLIGO-HIDRÂMNIO INTRAPARTO EM
PACIENTES DE ALTO RISCO FREQUÊNCIA DE AVALIAÇÃO
Na década passada, um número de estudos relatou que oligo- DO LíQUIDO AMNIÓTICO EM
hidrâmnio (definido como ILA ::; 5 cm) em pacientes durante
o parto estava associado a resultado perinatal ruim. Assim,
PACIENTES DE ALTO RISCO
existem centros onde os resultados do ILA são usados para Uma questão final que deve ser abordada é com que frequên-
rastrear as pacientes. Entretanto, um número crescente de cia se deve realizar a avaliação semiquantitativa do ILA
relatos tem confirmado a utilidade do ILA baixo em predizer durante os testes no para pacientes de alto I;SCO. Wing
desfecho. Chauhan et al;9J em 1997, encontraram que a sen- et al.103 e Lagrew et ai. I 4 avaliaram esta questão. Wmg et ai.
sibilidade e o valor preditivo positivo do ILA menor que o concluíram que, para a paciente com menos de 41 semanas de
percentil 5 para idade gestacional para predizer um pH menor gestação no processo de teste antepano, a avaliação semanal
que 7 ficou entre 0,8% e 22%, respectivamente, e para um do ILA provavelmente é adequada se a medida inicial estiver
ILA menor ou igual a 5,0 cm, 0,5% a 11 % , respectivamente. dentro da normalidade 8 cm), pois o risco de ocorrer oligo-
Neste estudo, "curvas de característica operador-receptor indi- hidrfurmio em 4 dias é de somente 1,7% e, em 7 dias, somente
cam que um ILA entre Oe 20 não pode predizer com precisão 2,2%. Como eles citaram em seu relato, "para pacientes com
quais pacientes apresentam restrição para cesariana duvidosa, menos de 41 semanas de gestação que possuíam a medida
sofrimento fetal ou nascimento fetal com pontuação de Apgar de líquido amniótico inicial considerada normal-baixa (5 a
baixo no 5º minuto, ou pH menor que 7,10." As pacientes 8 cm), a avaliação bissemanal é justificada na base de um
desse estudo eram de alto risco, com complicações médicas risco maior para um taxa de líquido rurU1iótico ::; 5 cm em 4
770 VOLUME DO LíQUIDO AMNIÓTICO : NA SAÚDE E DOENÇA FETAL
dias (12,3%). Para todos os pacientes com;" 41 semanas de ximas ao parto em pacientes com gestação única com volume
gestação, a avaliação bissemanal da medida de líquido amnió- de líquido anmiótico diminuído. Além da biometria-padrão
tico é recomendada independente da mensuração inicial." Em para estimativa de idade gestacional e peso fetal, o líquido
1992, Lagrew et (d.104 abordaram o assunto da frequência de amniótico também foi avaliado. Oligo-hidrâmnio foi defmido
avaliação de líquido amniótico. Eles concluíram que existe como ILA igual a 5 cm. O autor verificou que a estimativa
um risco mínimo « 0,5%) de oligo-hidrâmnio ocorrer 4 de peso fetal tanto pela clínica quanto pela ultrassonografia
dias após um ILA normal; portanto, o ILA mensurado em foi significativamente menos acurada nas pacientes com
pacientes com menos de 41 semanas de gestação deve ser oligo-hidrâmnio do que naquelas com quantidade de líquido
realizado semanalmente. anmiótico normal. A incidência de estimativa clínica e ultras-
sonográfica do peso fetal entre ± 10% do real peso ao nascer
foi de 70 ,1% e 68,4%, respectivamente.
OUTRAS CONDiÇÕES Levine et al. tOS estudaram o efeito do oligo-hidrâmnio na
ASSOCIADAS OU CAUSADORAS DE detecção de anormalidades fetais através da ultrassonografia.
OLlGO-HIDRÂMNIO Eles avaliaram um grupo de pacientes com ruptura de mem-
brana para determinar os efeitos do oligo-hidrânuúo na detec-
Existem relatos de oligo-hidrâmnio como resultado da realiza- ção de anomalias e comparar o resultado com aqueles de um
ção da biópsia de vilosidade coriônica (BVC) . Em uma série grupo-controle. Ainda que algumas anomalias não fossem de-
de 1991, Cheng et al., 105 o oligo-hidrâmnio se desenvolveu tectadas em ambos os grupos, elas pertenciam a um tipo difícil
em 2,7% das gestações com cromossomos normais, versus 0% de ser detectado no pré-natal e frequentemente desapercebidas
no grupo-controle de anUliocentese. Foi aventado que a BVC na ultrassonografia (anormalidades da mão e anormalidades
pode causar uma lesão placentária ou endometrial que talvez cardíacas). O s autores concluíram que as anormalidades
provoque uma hemorragia perigestacional. Isto, por sua vez, não-cardíacas mais "sérias" são detectadas mesmo na presença
pode resultar em uma alteração na perfusão fetoplacentária. de oligo-hidrâmnio.
Em sua série, nenhuma das pacientes que desenvolveu oligo-
hidrâmnio sobreviveu.
Bronshtein e Zimmer I06 relataram uma associação entre POLl-HIDRÂMNIO
oligo-hidrâmnio no início do segundo trimestre, separação co-
Poli-hidrâmnio consiste em excesso do acúmulo dc líquido
riamniótica e malformação fetal. Nove pacientes com oligo-hi-
amniótico em algum momento da gravidez. Sua incidência
drâmnio e separação corioanmiótica foram identificadas entre
varia de 0,2% a 3,3%109'112 e depende de como esta anorma-
7.000 mulheres que foram submetidas à avaliação ultrassono-
lidade é definida (descrita posteriormente). O autor prefere o
gráfica u'ansvaginal na 15ã e 16ã semana de gestação, antes de
uso do termo poli-hidrãmnio ao invés de hidrãmnio, que frequen-
qualquer procedimento invasivo. Oligo-hidrâmnio foi defini-
temente tem sido usado para descrever a mesma condição.
do como uma quantidade reduzida de líquido amniótico, uma
Patológica e clinicamente, é definido como um excesso de
distância de mais de 1 cm entre o âmnio e o córion e um bom
líquido anmiótico superior a 1.500 a 2.000 mL. 5,113 Ainda
turgor do âmnio, sem membranas boiando ou camadas livres.
que uma avaliação razoavelmente acurada de poli-hidrâmnio
Malformação fetal foi observada em todas as nove pacientes.
Em quatro dos seis fetos para os quais a avaliação cromossô- possa ser realizada utilizando-se o estudo de diluição por
corante, por muitos anos o diagnóstico foi feito e confrrmado
mica estava disporuvel, foi encontrado cariótipo anormal (3 casos
no parto, uma maneira desfavorável de estimar a acurácia do
de trissonúa do 18 e 1 caso de trissomia do 21 ). Eles hipo-
tetizaram que em fetos malformados a produção de líquido volume de líquido anmiótico. Antes da ultrassonografia, o
através da pele estava reduzida ou que as malformações fetais diagnóstico era realizado quando a altura de fundo excedia
estão associadas a algum defeito na estrutura da membrana a idade gestacional da paciente ou quando havia dificuldade
amniótica, o que pode levar a uma redução da complacência na palpação de partes fetais ou na ausculta cardíaca fetal .Jl 4
ou queda na capacidade de produzir líquido anmiótico. Uma os últimos 20 anos, a ultrassonografia apresenta papel
outra explicação potencial pode ser uma ligação entre o líqui- fundamental na realização correta do diagnóstico da paciente
do amniótico por um pequeno orifício no âmnio e acúmulo de que se apresenta como "grande para a idade gestacional." A
líquido no espaço extra-anmiótico. metodologia utilizada para chegar a este diagnóstico demos-
IJúbidores das prostaglandinas, como as indometacinas, tra bastante variação e é controversa. A maioria dos clínicos
podem causar redução drástica no volume, provavelmente de- concorda que a ultrassonografia é a ferramenta apropriada
vido à dim.inuição na produção de urina fetal. Os rins fetais para estimar o VLA. Mais de duas décadas atrás , uma
são sensíveis à indometacina já com 21 semanas de gestação e das primeiras técnicas ultrassonográficas utilizadas para
podem responder a efeitos de drogas tão imediato quanto 5 ho- diagnóstico de poli-hidrâmnio era o volume total intra-ute-
ras após administração. O s efeitos geralmente são reversíveis rino. 11 5,116 O diagnóstico de poli-hidrâmnio era considerado
depois de retirada da droga. Este efeito colateral da medicação se o total de volume excedesse um desvio-padrão acima do
é usado, às vezes, em pacientes com poli-hidrâmnio a fim de volume mediano para idade fes tacional. A técnica era primi-
diminuir o líquido amniótico pela administração materna. tiva e logo foi abandonada. 11 Ficou evidente a muitos ultras-
sonografistas que a estimativa subjetiva do líquido anmiótico
(sendo definindo poli-hidrâmnio quando o feto no início ou
OLIGO-HIDRÂMNIO E AVALIAÇÃO frrn do segundo ou terceiro trimestres parece boiar no líquido
DE PESO FETAL E MALFORMAÇÕES amni6tico, longe da parede uterina ou placenta) deveria ser
prontamente obtida (Fig. 20-16). Outros ultrassonografistas
Dois outros assuntos que devem ser discutidos são o impacto mensuraram o VLA pelo bolsão o único mais profundo (defmin-
do oligo-hidrâmnio na estimativa do peso fetal e a detecção do poli-hidrâmnio quando o bolsão mais profundo era supe-
de malformações fetais. Bernhard, Bar-H ava e Divon I07 rela- rior a 8 cm), e outros , ainda, usaram o ILA (a combinação
taram estimativas de peso fetal clínica e ultrassonográfica pró- do bolsão mais profundo em quatro quadrantes e quadrantes
VOLUME DO LíQUIDO AMNIÓTICO : NA SAÚDE E DOENÇA FETAL 771
com ausência de extremidades no útero gravídico; aqui, o poli-hidrânmio é resolvido de forma espontânea, e quando
poli-hidrâmnio foi d_efiniçlo quando o ILA é maior que 24 isso ocorre a gravidez não está associado a um aumento na
cm) (Fig. 20_17 ).33,11/.118 E improvável que qualquer caso de morbidade e na mortalidade.1 20.121
poli-hidrâmnio verdadeiro escape à detecção quando o \!LA Uma variedade de condições maternas e fetais é conheci-
é analisado subjetivamente por um examinador ainda não damente responsável pela associação ao poli-hidrâmnio (Tabe-
muito experiente. O maior problema é que muitos diagnós- la 20-5). Talvez a alteração materna mais notável relacionada
ticos falso-positivos são prováveis somente quando critérios com o poli-hidrânmio seja o diabetes mellilus. A maioria das
subjetivos são utilizados. Muitos casos de gestação normal no séries menciona o diabetes mellilus como uma causa comum do
iIúcio do segundo trimestre pode aparentar ter muito líquido aumento de líquido amniótico. Esses casos, quando submeti-
amniótico. Deve-se ter cuidado para evitar diagnóstico de dos a investigações adicionais, revelam que geralmente está as-
poli-b.idrânUlio nesta circunstância. Igualmente, muitos casos sociada a um controle do diabetes ruim e, como será discutido
de poli-hidrâmnio leve ocorrem em gestações com fetos nor- adiante, está associado à macrossomia. A eritroblastose fetal
mais e gestações com resultados normais. Por este motivo, o está associada à hidropisia e pode resultar no poli-hidrânUlio.
autor prefere usar a avaliação subjetiva como forma de ras- Por este motivo, condições fetais que resulta, em hidropisia
treio de prinleira linha e aplicar a mensuração objetiva como quase sempre se manifestam com poli-hidrâmnio.
o ILA quando o líquido amniótico parecer excessivo. Alterações na estrutura fetal e anormalidades cromossômi-
Um estudo interessante por Carlson et al. 1l 9 tentou com- cas são responsáveis por um número sigluficante de casos de
parar a utilidade da estimativa subjetiva da gravidade do poli- poli-hidrânlJUo. O grau de poli-hidrâmnio se relaciona com a
hidrâmnio (leve, moderado ou grave) versus o valor do ILA probabilidade com que uma anomalia é detectada. No estu-
superior a 24 cm e avaliação do bolsão único mais profundo. do de Damato et al., 122 pacientes com poli-hidrâmnio docu-
Usando a descrição de poli-hidrânUlio grave, eles encontra- mentado por ultrassonografia no grupo de classificação mais
ram apenas 11 das 24 anormalidades versus 22 das 24 anor- baixa (profundidade MBV, 8 a 9,5 cm), 50% destas fetos ma-
malidades que utilizavam o ILA maior que 24 cm. Em seu nifestaram alguma anomalia, em contrapartida, no grupo de
estudo, não somente o ILA superior que 24 cm predisseranl classificação mais alta (MBV, 16 cm ou maior), 88% tiveram
49 dos 50 casos de verdadeiro poli-hidrâmnio confirmados no anomalias. Anteriormente, anormalidades do sistema nervoso
parto, mas essa mensuração também incluiu 92% de todas as central (SNC) consistiam na maior causa de poli-hidrânmio
anormalidades e 100% de todas as trissomias e mortes fetais entre as anormalidades estruturais dos fetos. Isso não ocor-
e neonatais . Estes resultados incluú'am pacientes graves nos re mais, em pane, possivelmente, devido ao reconhecimento
quais o ILA foi inferior a 24 cm, porém, com um bolsão de lí- de anonnalidades graves do SNC diagnosticadas no início
quido superior a 8 cm. Nenhum desses fetos ou neonatos teve do segundo u'imestre, resultando em interrupção da gravidez
anormalidades fetais, aneuploidia, morte perinatal, necessida- antes de causar poli-hidrânUlio. Atualmente as anormalidades
de de cuidados intensivos ou diagnóstico de poli-hidrânmio do trato gastrointestinal possivelmente são as alterações es-
durante o parto. truturais mais comuns; atresia ou obstrução (ou seja, atresia
Poli-hidrâ.mnio pode resultar de uma variedade de distúr- duodenal ou atresia esofágica) são as etiologias prováveis (Fig.
bios maternos e neonatais, e pode ser agudo ou crônico. O 20-18). Essas atresias, que são prox.imais ao intestino grosso
poli-hidrâmnio agudo, que pode aparecer dentro de dias e é e cólon, interferem na absorção normal da água e resultam
incomum, geralmente ocorre no segundo trimestre. 55 O poli- em uma quantidade de líquido aJmuótico excessiva. Paciente
hidrâmnio crônico ocorre gradualmente, geralmente no ter- com essas aJlOrmalidades podem não apresentaJ- poli-hidrâm-
ceiro trimestre, e quase sempre é assintomático. Normalmente nio até o terceiro trimestre de gestação (ausência de poli-hi-
772 VOLUME DO LíOUIDO AMNIÓTICO: NA SAÚDE E DOENÇA FETAL
Anencefalia
Hidrocefalia
Iniencefalia
Hidroanencefalia
Encefalocele
JVlicrocefalia
Trato Gastrointestinal
Astomia
Alres ia de esôfago
H érnia diaframnática
Estenose de duodeno
Pâncreas anular
Gaslrosquise
Onfalocele
Fenda pala tina
Trato Respiratório
Malformação adenomatosa cística dos pulmões FIGURA 20-18. Ultrassonografia de uma paciente com atresia eso -
fágica e poli -hidrâmnio. Au sência de estômago fetal (seta ) e aumento
QIiIOlórax de líquido amniótico (asterisco) são observados .
Trato Genitourinário
Incompetência va lvular
ObslruçãO d a junção uteropélvica unilateral
Sistema Cardiovascular
Incompetência valvular
Estenose valvular
Anomalia de Ebslein
Displasia do esqueleto
Dislrofia miolônica
SÚ1dro m e d e Pen a-Shokei,-
Síndrome d a acinesia/hipocinesia fetal
POLl-HIDRÂMNIO: MORBIDADE E
AMNIORREDUÇÃO
Excluindo a associação de poli-hidrâmnio às anormalidades
maternas e fetais, o poli-hidrânmio isolado pode resultar em
morbidade perinatal. A prevalência relatada de nascimentos
pré-termos com poli-hidrâmnio está entre 11,1% e 29,4%.139
Em estudos por Many et al. , 140,14 1 a prevalência de prema-
turidade foi maior entre aqueles com malformações (39%)
acompanhadas por aqueles com dutbefes mellifus (22,2%) . Além
disso, dor abdonl.inal e contração uterina precoce podem
levar à RPM e parto prematuro. Ruptura de membrana com
descompressão sÍlbita do Íltero pode levar a um descolcunento
de placenta.
Em pacientes com poli-hidrâmnio grave com dificulda-
de respiratória e dor, a amniocentese terapêutica é realiza-
da com frequência. O limiar ultrassonográfico para que as
pacientes sejam submetidas a uma amniocentese é um lLA
superior a 24 cm ou a e -ofundidade do maior bolsão acima
de 8 Elliot ef al. 1 2 avaliaram a remoção de grande vo-
lume de líquido em pacientes com poli-hidrâmnio. Noventa e
quatro pacientes foram submetidas a 200 amniocenteses tera-
pêuticas pelas seguintes indicações: síndrome da transfusão
FIGURA 20-20. Demonstração ultrassonográfica de poli-hidrâmnio
(asterisco) em pacientes com obstrução da junção ureteropélvica uni- feto-fetal , 36 (38Ofo) ; idiopática, 24 (26%); diabetes mellitus,
lateral (seta). 11 (12%); anormalidades cromossômicas, 5 (5%); gemelares
(sem síndrome da u'ansfusão feto-fetal), 4 (4%); e outros 3
(3%). A taxa mediana de remoção de AFV em cada amnio-
centese foi de 1.666 mL. A taxa mediana de líquido removido
não estar presentes e, nessas situações, podem apresentar ul- foi de 54 mLlminuto. Pacientes com síndrome da transfusão
trassonogTafias normais. A medicação pode estar associada a feto-fetal exigiram mais repetições de amniocentese terapêu-
poli-hidrâmnio. A utilização de lítio é suspeita de causar poli- tica (3,4/paciente) que outros diagnósticos (l,4/paciente). A
hidrâmnio por causar diabetes insij}idus fetal, bem como des- idade gestacional mediana durante a primeira amniocentese
compensação terapêutica foi de 29 semanas e 6 dias. Indicações de am-
Quando nenhuma anormalidade estrutural é detectada, niorredução incluíram sintomas ou distensão abdominal
o poli-hidrâmnio é denominado idiopático. Antes de chegar aguda. Uma agulha calibre 18 roi usada, com a ponta em
a essa conclusão, duas outras entidades devem ser conside- direção cefálica. Isso permitia à agulha se mover para cima
radas: distÍlrbio do crescimento e anormalidades cromossô- até 180 graus , enquanto o Íltero diminuía em tamanho com
nucas. Estudos comparando pacientes com VLA normal e a descompressão. Foi utilizada a sucção (1.000 mL em 20
aqueles com poli-hidrâmnio encontraram uma incidência sig- minutos). O parto foi adiado para uma idade gestacional me-
Juficativamente mais alta de fetos com peso ao nascer maior diana de 37 semanas. Complicações ocorreram em 3 pacien-
que 4.000 g ou maior que o percentil 90, conforme a idade tes: ruptura de membrana ocorrendo em uma paciente (1
gestacional no grupo de Benson, Coughlin dia após sua 7ª amniocemese), corioamnionite 18 horas após
e Doubilet 135 avaliaram a utilidade do VLA no diagnóstico amniocentese e descolamento de placenta. Ainda que 33%
dos fetos gl'andes para idade gestacional em pacientes não- das pacientes tenham sido medicadas com drogas tocolíticas,
diabéticos. Poli-hidrâmnio ocorreu com mais frequência em não houve parto no período de 7 dias após o procedimento
fetos grandes para idade gestacional do que em fetos que não por "trabalho de parto" pré-termo inevitável. Leung ef
143
eram gTandes para idade gestacional (17% versus 80/0), mas ti- al. acompanharam , prospectivamente, todos os pacientes
veram pouco efeito no valor preditivo positivo do peso fetal com poli-hidrâmnio tratados com drenagem amniótica rápi-
estimado acima do percentil90. Ainda é importante saber que, da em condições guiadas por ultrassonografia que utilizava
a combinação de oligo-hidrânmio e a estimativa de peso fetal um sistema de drenagem a vácuo entre 1995 e 2002 em um
abaixo do percentil 90 quase excluíram a possibilidade de um hospital de ensino universitário. o grupo de 70 pacientes
feto grande para a idade gestacional. com 130 procedimentos, houve quatro complicações relacio-
Há um aumento na incidência de anormalidades cromos- nadas com os procedimentos, representando 3,1% de ta,'"a de
sômicas quando o poli-hidrâmnio está associado a alteraçõcs complicações,
na morfologia fetal. Brady ef a!., 136 Zahn Hankin e Yeomans , 13i Devido ao fato de o líquido apresentar tendência de se
Barnhard, Bar-Hava e Divon ,109 e Sickler el al. 138 demonstra- acumular rapidamente, outros tratamentos farmacológicos de
ram um aumento na incidência de anormalidades de cariótipo poli-hidrâmnlo têm sido buscados. Atualmente, iJubidores da
quando o poli-hidrânmio estava presente em associação a al- síntese de prostaglandinas ingeridos pela mãe estão sendo uti-
774 VO LUME DO LíQUIDO AMNIÓTICO : NA SAÚDE E DOENÇA FETA L
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21
A VALIAÇÃO FETAL PELA ULTRASSONOGRAFIA NO
PRÉ-PARTO: O PERFIL BIOFÍSICO FETAL
Martin R. Chavez , MO , Yinka Oyelese , MO e Anthony M. Vintzileos, MO
Técnica para o Perfil Biofísico O Efe ito da Ruptura Prema tu ra das Membranas no Perfil Biofísico
O Perfil Biofísico Achados Originais O Papel da Cardiotocografia no Perfil Biofísico
Validação do Perfil Biofísico Fetal : Correlação com Morte Perinatal O Perfil Bioffsico no Tratamento da Gestação de Alto Risco
Bases Fisiológicas para o Perfil Biofísico Um Algoritmo Proposto para o Uso do Perfil Biofísico na Prática
Aspecto dos Componentes do Perfil Biofísico em Relação à Idade Clínica
Gestacional O Papel do Perfil Biofísico Fetal na Detecção de Infecção
O Perfil Biofísico e o Estado Ácido-base Intra-amniótica em Pacientes com Ruptura Prematura de Membranas
Ylovimentos respiratórios fetais Presença de pelo menos 30 segundos de Menos de 30 segundos de movimentos respiratórios
movimentos respiratórios fetais sustentados fetais em 30 minutos
em 30 minutos de observaç,'io
Movimentos fetais Três ou mais movimentos corporais fetais em Dois ou menos movimentos corporais fetais em
30 minutos de observação. Movimentos 30 minutos de observação
simultâneos do tronco e membros são
considerados um movimento único
T 6nus fetal Pelo menos um episódio de movimento de Feto com membro em semiextensão ou extensão
um membro de uma posição de flexão para completa sem retorno à flexão com a movimentação;
extensão e rápido retorno à flexão a ausência de movimento fetal é considerada
ausência de t6nus
Reatividade fetal Presença de duas ou mais acelerações da Sem aceleração ou menos de duas acelerações da
frequência cardíaca de pelo menos 15 batimentos frequência cardíaca fetal em 40 minutos de
por minuto, com duração mínima de 15 segundos observação
e associado a movimentos fetais em 40 minutos
Volume qualitativo do Um bolsão de líquido amniótico que mede Maior bolsão de líquido anuúótico mede menos de
líquido amniótico pelo menos 1 cm em dois planos I em em dois planos perpendiculares
perpendiculares
Pontuação má.;xima 10
Pontuação mínima o
De Manning FA, Platt LO, Sipos L: Amepanum fetal evaluation: Oevelopment Df a fetal bioph)'sical profile score. AmJ Obstet G)'necol 136:787. 1980.
Tabela 21 - 2 Critérios para Pontuação das Variáveis Biofísicas (Pontuação Máxima 12. Pontuação Mínima
Pontuação Critérios
Cardiotocografia
2 (CrG2) Cinco ou mais acelerações da frequência cardíaca de pelo menos 15 batimentos por minuto de amplitude e no
mínimo 15 segundos de duração associados a movimentos fetais em um período de 20 núnutos
I (GrGI) Duas a quatro acelerações de pelo menos 15 batimentos por nÚl1uto de amplitude e no mínimo 15 segundos
de duração associados a movimentos fetais em um período de 20 minutos
o (CTGO) Uma ou poucas acelerações em um período de 20 minutos
Movimentos Fetais
2 (iVIF2) Pelo menos três episódios de movimentos fetais corporais (tronco e membros) em 30 minutos; movimentos
simultâneos de o'onco e membros são considerados um ünico movimento
1 (MFI ) Um ou dois movimentos fetais em 30 minutos
O (MFO) Ausência de movimentos fetais em 30 nÚl1mos
Movimentos Respiratórios Fetais
2 (MRF2) Pelo menos um episódio de respiração fetal de pelo menos 60 segundos de duração em um período
de n 30 nÚl1utos de observação
I (MRFl ) Pelo menos um episódio de respiração fetal com duração entre 30 e 60 segundos em 30 minutos
O (MRFO) Ausência de respiração fetal ou respiração com duração de menos de 30 segundos em 30 minutos
Tônus Fetal
2 (FT2) Pelo menos um episódio de extensão de exo'enúdades com retorno à posição de flexão e tan1bém um episódio de
extensão da coluna com retorno à posição de flexão
1 (FTl ) Pelo menos um episódio de extensão de extremidades com retorno à posição de flexão ou um episódio de extensão
da coluna com retorno à flexão
o (FTO) Extremidades em extensão; movin1entos fetais não acompanhados de retorno à posição de flexão ; mão aberta
Volume de Líquido Amniótico
2 (AF2) Líquido evidenciado por toda a cavidade uterina; um bolsão que mede 2 cm ou mais de diâmeo'o vertical
I (AFI ) Um bolsão que mede menos de 2 cm, porém com mais de 1 cm de diân1etro vertical
O (AFO) Amontoado de pequenas porções fetais; maior bolsão com menos de I cm de diâmetro vertical
Graduação Placentária
2 (PL2) Graduação placentária de O, I ou II
I (PLl ) Placenta posterior, difícil de avaliar O (G PO)
O (PLO) Placenta grau III
De Vintzileos AVI , CampbelJ WA, Ingardia CJ et al: The fetal bioph)'sical profile and its predietive value. Obstet Gynecol 62:271, 1983. Reimpresso com permissão do
The Amelican CoUege of Obstetricians and G)'necoJogisLS.
782 AVALIAÇÃO FETAL PELA ULTRASSONOGRAFIA NO PRÉ-PARTO : O PERFIL BIOFíSICO FETAL
Frequência
cardíaca fetal
Atividade uterina
__
L =-+.:- ! --I 1 I I 'I,
---+--_'L-+-'-__ -T , 1 _-_ __ _ -+--1---
, 18 0.+:__
......... -i 1--1 1
Frequência
card íaca fetal
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2033 3 20
Atividade uterina
FIGURA 21 - 1 . A. Cardiotocograf ia. Acelerações da frequência cardíaca fetal (setas curvas) de pelo menos 15 batimentos por minuto com
duração de 15 segundos ou mais são prontamente identificadas nesta paciente. B. Cardiotocografia não reativa. Ausência de aceleração da
frequência cardíaca fetal (setas). Este padrão poderia indicar o efeito do sono fetal, medicamentos ou hipóxia.
É importante que o responsável pelo exame tenha prática e mal de movimentos fetais grosseiros em um PBF. O exame
experiência, bem como que seja aplicada a técnica apropria- será concluído quando for obtido um escore biofísico normal
da. 8 Movimentos respiratórios fetais devem ser considerados (de 8/8 no sistema de pontos do PBF de Manning ' ou 12/12
presentes apenas se forem contínuos por pelo menos 30 no sistema de pontos descrito por Vintzileos et al. 2) ou após
segundos, com intervalos entre as respirações inferiores a 6 30 minutos de exame ultrassonográfico contínuo (Tabelas
segundos 8 O plano de corte correto para avaliar movimen- 21-1 e 21-2). Mais de 90% dos exames normais são conclu-
tos respiratórios fetais é mostrado na Figura 21-3. De forma ídos nos primeiros 4 minutos , e o tempo médio de exame é
sinlilar, movimentos fetais corporais são apenas considerados inferior a 8 minutos .9 Alguns sugeriram o uso de estimulação
presentes se forem observados três ou mais movimentos de acústica fetal para encurtar o período de exame. Pinette et al. tO
rolamento do tronco em 30 minutos. 8 Movimentos isolados utilizaram estimulação acústica em 412 mulheres quando o
dos membros não alcançam os critérios para um escore no r- escore biofísico não atingiu o ideal em 5 minutos de exame
AVALIAÇÃO FETAL PELA ULTRASSONOGRAFIA NO PRÉ-PARTO: O PERFI L BIOFíSICO FETAL 783
FIGURA 21 - 2. Exame ultrassonográfico mostrando a medida do FIGURA 21-3. Corte longitudinal de um feto demonstrando o plano
liquido amniótico como parte do perfil biofísica. O boi são de líquido de corte recomendado para avaliar movimentos respiratórios fetais.
amniótico é medido em dois planos perpendiculares. Os movimentos do diafragma fetal (O) para baixo e do abdome para
cima, e os movimentos em balanço do tórax fetal (T) podem ser vis-
tos quando a respiração fetal está presente. S, Estômago.
e compararam essas com 458 indivíduos de controle em que liação dos movimentos respiratórios levava a uma taxa mais
não foi utilizada estimulação acústica. Eles perceberam que o baixa de resultados falso-positivos. ' 2 Isso levantou a perspecti-
grupo com estimulação acústica fetal necessitou de menos va de usar outras formas de vigilância em complemento com
tempo de exame (3 minutos), houve poucos exames não a frequência cardíaca fetal. No estudo do PBF original feito
responsivos (5%) e poucos exames sem movimentos respi- por Manning el aI.,' o qual incluía 216 mulheres com gesta-
ratórios fetais. ções de alto risco, a eTC foi realizada logo antes do exame
Os dois sistemas de pontuação diferem; no PBF original ultrassonográfico.' As pacientes foram tratadas de acordo
descrito por Manning et aI.,' cada um dos cinco parâmetros com seus resultados de CTC, e seus médicos não receberam
recebia uma pontuação igual a 2, quando normal, ou a O, os resultados dos outros componentes do PBF; por isso,
quando anormal, sem pontos entre eles (Tabela 21-1 ). Como esses resultados não influenciaram suas evoluções. Embora
resultado, um feto que tinha alguns movimentos e tônus, mas as pacientes tenham sido avaliadas com intervalos diferentes ,
não alcançava o lim.iar para uma pontuação de dois, recebia apenas a última observação foi usada na avaliação feita para
uma pontuação igual a O, a mesma de um feto sem movimen- o estudo, e, em todos os casos , isso OCOlTeu uma semana
to ou tônus . Para enfrentar essa limitação, Vintzileos el aI} em antes do parto. Os resultados avaliados foranl o Apgar em 5
1983, propuseram outro sistema de pontuação (Tabela 21-2), m.inutos, a incidência de sofrimento fetal (defll1.ido como um
que dava pontos intermediários e também incluía o grau da traçado anormal da frequência cardíaca fetal que necessita da
placenta como uma das variáveis biofísicas. Uma pontuação realização de um parto de emergência), e a mortalidade peri-
biofísica normal (superior a 8) é considerada preditiva de natal. Os investigadores encontraram uma associação entre
um feto sem acidose. A presença de oligodrânuúo em qual- pontuações biofísicas anorma.is e Apgar bai,''(o em 5 m.inutos.
quer um dos sistemas de pontuação é considerada anormal, Eles concluíram que a ausência de movimentos respiratórios
porque o líquido amniótico reduzido põe o feto em risco de feta.is era mais preditiva de sofrimento fetal no trabalho de
compressão do cordão, morte ou eventos perinatais adversos, parto, mais até do que uma eTC não reativa. O ma.is impor-
independentemente da pontuação dos outros parâmetros tante é que não ocorreram mortes perinatais em fetos com
biofísicos. O valor do PBF não é a pontuação geral por si, uma pontuação no PBF de 10/10. A taxa de morte fetal após
porque os componentes individua.is do PBF têm diferentes um único teste normal atingiu de 6,1 /l.000 para fetos com
implicações clínicas. s.1I Isso está discutido posteriormente em tônus normal a 12,8/l.000 para fetos com uma CTC reativa. l
uma outra seção. Isso não era estatisticamente siglÚficativo, mas a incidência de
morte fetal após qualquer parâmetro ún.ico normal era muito
o Perfil Biofísico: Achados Originais mais baixa que na população em geral. Ao contrário, fetos
com qualquer parâmetro anormal tiveram uma taxa mais
Antes do desenvolvimento do PBF, observou-se que a avalia- elevada de óbito que na população em geral, alcançando de
ção ultrassonográfica dos movimentos respiratórios feta.is era 58,8/l.000 em fetos com uma eTC não reativa a 142/l.000
um fator prognóstico acurado do bem-estar fetal , assim como na ausência de movimentos feta.is. Portanto, a falta de movi-
a CTC reativa, e que a combinação da eTC com uma ava- mentos feta.is , era ma.is preditiva de óbito fetal.
784 AVALIA ÇÃO FETAL PELA ULTRASSONOGRAFIA NO PRÉ- PARTO : O PERFIL BIOFlslCO FETAL
De Vintzileos AlV!. Campbell ,\TA. Ingardia CJ et ai: 111e fetal biophysical profile and its predictive value. Obstet Gynecol 62 :271 , 1983. Reimpresso com a permissão do
The Alnel;can Collcgc of Obsteu;cians and Gynecologists.
Vintzileos et al. 2 avaliaram 150 gestações de alto risco física era muito ruim (pontuação O), a mortalidade perinatal
usando um PBF modificado que incluía graduação placentá- aumentou drasticamente para 187 por 1.000 examinados,
ria e determinava pontuações intermediárias para fetos que demonstrando uma correlação entre a pontuação biofísica e
demonstravam alguma atividade biofísica, mas que era insufi- a mortalidade perinatal. A ta,xa corrigida de falso-negativo
ciente para atingir os critérios usados no estudo de Manning. era de 0,634 por 1.000. Um estudo subsequente dos mesmos
Esses autores determinaram que essa modificação do PBF autores relatando 19.221 gestações de alto risco l8 encontrou
é mais precisa na identificação de um feto com hipóxia que uma incidência de morte intrauterina após uma pontuação
qualquer outro método alternativo. biofísica normal (8 ou superior) de apenas 0,726 por 1.000.
Logo, tanto o PBF original quanto o modificado, testados Manning et al.,19 em um estudo de 26.780 gestações de alto
em estudos de observação, demonstraram uma associação risco, demonstraram uma forte correlação inversa linear entre
entre pontuações biofísicas anormais e evoluções perinatais a pontuação biofísica e a morbidade perinatal.
adversas . Contrariamente, mostrou uma correlação inversa Esses estudos, e vários outros subsequentes, testaram
entre pontuações biofísicas normais e evoluções perinatais o PBF em grupos bastante grandes de pacientes,20.21 e for-
adversas. neceram forte evidência de sua utilidade clínica, de forma
que atualmente o PBF é amplamente utilizado na prática
clínica.
Validação do Perfil Biofísico Fetal:
Correlação com Morte Perinatal
BASES FISIOLÓGICAS PARA O
Em 1981 , Manning et al. 13 publicaram os resultados de um
estudo prospectivo do PBF em 1.184 pacientes de alto risco. PERFIL BIOFíSICO
Entre essas pacientes, ocorreram seis mortes perinatais, levan- O comprometimento da saúde fetal pode ser dividido entre
do a uma taxa de mortalidade perinatal de 5,06/1.000. Isso o que tem origem crônica e o que tem origem aguda; o PBF
era consideravelmente menor que a taxa de óbito perinatal fetal é designado para avaliar ambos . A reatividade da frequ ên-
previamente observada de 65 por 1.000 nascimentos , detec- cia cardíaca fetal , os movimentos respiratórios, os movimen-
tada em uma população de alto risco semelhante na mesma tos ativos e o tônus avaliam o estado de bem-estar fetal de
região no ano anterior. forma aguda, enquanto o volume de líquido amniótico e a
Em 1984, Baskett et al. 14 publicaram seus achados no graduação placentária avaliam riscos fetais crônicos à saúde
uso do PBF no tratamento de 2.485 gestações de alto risco. do feto. Por exemplo, o fluxo uteroplacentário dificultado e a
A mortalidade perinatal geral foi de 9,2/1.000. Porém, entre disfunção placentária podem levar à redistribuição do débito
essas gestações com um PBF normal, a perinatal cardíaco fetal em detrimento de órgãos não vitais , como os
foi de 1/1.000. o mesmo ano, Manning et al.1o publicaram rins, ocasionando uma diminuição do débito urinário fetal,
os resultados do primeiro estudo randômico controlado com- que resulta em oligodrâmnio. Desacelerações variáveis, por
parando o PBF (375 pacientes) com a CTC (360 pacientes). outro lado, refletem mais provavelmente uma compressão
Eles descobriram que o PBF apresenta predição mais alta de aguda do cordão.
Apgar baixos . Embora o PBF tivesse sensibilidade, especifi- As atividades biofísicas fetais individuais dependem de ini-
cidade e precisão mais altas que a CTC, tais diferenças não ciação e regulação por centros específicos no sistema nervoso
eram estatisticamente significativas. central (SNC) (Tabela 21-3).9 Logo, a presença de qualquer
Em um estudo de 29 fetos com uma pontuação biofísica atividade biofísica implica um centro do SNC que regula
de 0/10, Manning et al. 16 constataram que quase metade a atividade intacta. 9 Esses centros individuais são sensíveis a,
(48,3%) apresentou morte perinatal . O óbito fetal ocorria de e podem ser deprimidos por, vários graus de hipoxemia ou
30 lninutos até 11 dias após ter sido obtida pontuação biofísi- acidemia fetal. 9 Dados animais e humanos demonstraram que
ca igual a O. Embora houvesse morbidade extremamente alta tais centros cessam a atividade quando submetidos a hipoxe-
entre fetos com um PBF igual a O, alguns sobreviveram. Logo, lnia em diferentes lirniares para centros diversos.22 Esses cen-
uma pontuação biofísica grosseiramente anormal de zero não tros também podem ser deprirnidos por medicamentos, lesões
é necessariamente incompatível com a sobrevivência após o ou hemorragia. Além disso, as atividades biofísicas estão
parto; portanto, a não intervenção baseada na presunção de sujeitas à periodicidade fisiológica , de forma que a ausência de
que há um prognóstico mim não é justificada. Manning et uma atividade biofísica pode não necessariamente refletir um
a1. 17,18 exploraram posteriormente o uso do PBF na avaliação estado de saúde alterado. Ao termo, ou próximo ao termo, o
de 12.620 pacientes de alto risco. Qlando a pontuação do feto tem ciclos de periodicidade de cerca de 20 minutos; isso é
PBF era igual ou superior a 8 ou, a mortalidade perinatal foi semelhante ao ciclo circadiano ou diurno em adultos. Portan-
de 0,652 por 1.000 examinados; e quando a pontuação bio- to, a duração do exame deve ser de, no mínimo, 30 minutos.
AVALIAÇÃO FETAL PELA ULT RASSONOGRAFIA NO PR É- PAR TO: O PERFIL BIOFíSICO FETAL 785
I I
I I Frequência de Variáveis Biofísicas Individuais e Pontuação Biofísica de 8 ou Mais em Gestações com
I Tabela 21-4 I Membranas Intactas (N =951)
Semanas 25-28 Semanas 29-32 Semanas 33-36 Semanas 37-40 Semanas 41-44
Va riável
Biofísica n = 61 (6,4) P n=192 (20,1) p n = 347 (36,4) p n= 257 (27,0) P n= 94 (9,8)
NST2 22 (3 6,0) NS 82 (42,7) <'01 223 (64,2) NS 188 (73 ,1) NS 77 (81 ,9)
NSTI 19 (31 ,1) NS 68 (35,4) <'01 86 (24,7) NS 44 (17,1) NS 9 (9,5)
NSTO 20 (32,7) NS 42 (21 ,8) <' 01 38 (10,9) NS 25 (9,7) NS 8 (8,5)
FBM2 36 (59,0) NS 143 (74,4) S 264 (76,0) NS 181 (70,4) <'05 52 (55,3)
FBMl 4 (6,5) NS 15 (7,8) S 31 (8,9) NS 20 (7,7) NS 6 (6,3)
FBMO 21 (34,4) NS 34 (17,7) S 52 (14,9) S 56 (21 ,7) <'05 36 (38,3)
FM2 61 (100) NS 188 (97,9) S 331 (95 ,3) NS 242 (94,1 ) 86 (91,4)
FMl O NS 4 (2,0) NS 14 (4,0) S 12 (4,6) 5 (5,3)
FMO O NS O NS 2 (0,5) NS 3 (1,1) 3 (3,1 )
FT2 61 (100) NS 182 (94,7) NS 324 (93 ,3) NS 232 (90,2) 79 (84,0)
FTl O NS 9 (4,6) NS 21 (6,0) NS 24 (9,3) NS 12 (12,7)
FTO O NS 1 (0,5) NS 2 (0,5) NS 1 (0,4) NS 3 (3 ,1)
AF2 58 (95,0) NS 189 (98,4) NS 331 (95 ,3) NS 231 (89,8) <'01 70 (74,4)
AFI 1 (1 ,6) NS 3 (1,5) NS 11 (3,1) NS 22 (8,5) <'01 16 (17,0)
AFO 2 (3,2) NS O NS 5 (1,4) NS 4 (1 ,5) <'01 8 (8,5)
PL2 61 (100) NS 189 (98,4) NS 321 (92 ,5) NS 212 (82,4) <'01 64 (68,0)
PLl O NS 3 (1,5) NS 12 (3,4) NS 10 (3,8) <'01 13 (13,8)
PLO O NS O < .05 14 (4 ,0) NS 35 (13,6) <'01 17 (18,0)
< 0,0
1
Pontuação total 61 (100) NS 186 (96,8) NS 341 (98 ,2) S 249 (96,8) NS 83 (88,2)
de 8 ou mais
ILA , volume de líquido amniótico: l\1RF, Illovimentos res piratóri os fetais; movimentos fe tais; TF, {ônus fe tal: N S. não significati vo: CTC. cardiOlocogra fia ; C P,
graduação placentária.
De Vintzileos A.\1 , FeinSlein Sj , Lodeiro jG, et ai: Fetal bioph)'sical profile and the efTeets of premature mpture of the membranes. Obstet G)'enecol 67:8 18, 1986.
Reimpresso com a permissão de Thc Amel;can ColJege of O bsteu'icians and G)'necologisls.
- 7,50
FIGURA 21-4. Relação entre a pontuação do per-
fil biofísico fetal e o pH da artéria do cordão. (De
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7,40
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Vintzileos AM, Gaffney SE, Salinger LM, et aI: The
relationship between fetal biophysical p rofile and cord
pH in patients undergoing cesarean section before
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.. the onset of labor. Obstet Gynecol 70: 196, 1987.
Reimpressa com permissão do The American College
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of Obstetricians and Gynecology.)
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< 4 5- 7 8
PONTUAÇÃO DO PERFIL BIOFlslCO FETAL
( ) = Número de fetos
90 NO-FT
o
,o:( NR-NST NO-FBM
o 7,25 85
a:
O o:(êi
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ii NO-FT 0:(0 70
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I 7 55
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FIGURA 21-5. Relacão entre o pH arterial do cordão e ausência FIGURA 21-7. Relação entre a pressão parc ial de dióxido de carbo-
de atividades biofísicas fetais. O pH tende a ser menor na ausência de no (PC0 2 ) da artéria do cordão e a ausência de atividades biofrsicas
movimentos el ou tônus quando comparado com cardiotocografia não fetais . A PC0 2 tende a ser maior na ausência de movimentos fetais
reativa ou ausência de respiração. Os resultados são expressos em ou tônus, comparados com cardiotocografia não reativa e ausência
médias (95 % de margem de erro). NO-FBM, ausência de movimentos de respiração. Os resultados são médias expressas em milímetros de
respiratórios fetais; NO-FM , ausência de movimentos fetais; NO-FT, mercúrio (95 % de margem de erro). NO-FBM, ausência de respiração
ausência de tônus fetal ; NR-NST, cardiotog rafia não reativa. (De fetal ; NO-FM , ausên cia de movimentos fetais ; NO -FT, ausência de
Vintzileos AM, Fleming AD, Scorza WE, et aI: Relationship between tônus fetal ; NR-NST, cardiotocografia não reativa. (De Vintzileos AM,
fetal biophysical activities and umbilical cord blood gases. Am J Fleming AD, Scorza WE, et aI: Relationship between fetal biophysi-
Obstet Gynecol 165: 707, 1991.) cal activities and umbilical cord blood gases. Am J Obstet Gynecol
165:707, 1991 .)
FIGURA 21-6. Relação entre a pressão parcial de oxigênio (P0 2 ) na FIGURA 21-8. Relação entre o nível de bicarbonato na artéria do
artéria do cordão e ausência de atividades biofís icas feta is . A P0 2 cordão e a ausência de atividades biofísicas fetais. O nível de bicarbo-
tende a ser menor na ausência de movimentos ou tônus em compa- nato tende a se r menor na ausência de movi mentos ou tônus quando
ração com cardiotocog rafia não reati va e ausência de respiração. Os comparado com cardiotocografia não reativa e ausência de respira-
resultados são médias, expressas em milímetros de mercúrio (95 % ção . Os resultados são médias, expressas em milimoles por litro (95 %
de margem de erro). NO-FBM, ausência de movimentos respiratórios de margem de erro). NO-FBM, ausência de respiração fetal; NO-FM ,
fetais; NO -FT, ausência de tônus fetal ; NR-NST, cardiotocografia ausência de movimentos fetais; NO -FT , ausência de tônus fetal; NR-
não reativa. (De Vintzileos AM, Fleming AD, Scorza WE, et aI: Rela- NST, cardiotocogra fia não reativa. (De Vintzileos AM, Fleming A D,
tionship between fetal biophysical activities and umbilical cord blood Scorza WE, et aI: Relationship between fetal biophysical activities and
gases. Am J Obstet Gynecol 165: 707, 1991.) umbilical cord blood gases. Am J Obstet Gynecol 165: 707, 1991. )
AVALIAÇÃO FETA L PELA ULTRASSONOGRAFIA NO PR É-PARTO: O PERF IL BIOFíSICO FETAL 787
oEfeito da Ruptura Prematura das estudo posterior de 238 gestantes diabéticas, o mesmo gmpo
Membranas no Perfil Biofísico de investigadores verificou que fetos com pontuações anor-
mais de PBF apresentavam taxas mais altas de admissão em
Vintzileos el al. 23 compararam PBFs de 25 a 44 semanas entre unidades de tratamento intensivo, cesarianas (50%), inter-
pacientes com membranas intactas e em pacientes com ruptu- venção cirúrgica e morbidade neonatal. 35 Lodeiro el al.,38
ra prematura de membranas (RPM) com idades gestacionais avaliando gestações gemelares de alto risco, encontraram
comparáveis. Ambos os gmpos tinham uma frequência similar sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e
de pontuações biofísicas reativas (igual a 8), sem levar em con- negativos para a pontuação biofísica predizendo sofrimento
sideração o estado das membranas, sugerindo que as mesmas fetal como sendo de 83,3%, 1000/0, 100% e 97,70/0, respectiva-
conclusões poderiam ser estabelecidas da pontuação do PBF mente. Dados de Manning el al. 41 sugerem que a incidência
sem considerar se as membranas estiverem rompidas ou não. de paralisia cerebral é mais baixa em populações testadas
Entretanto, quando se considerava os componentes individu- com o PBF, em comparação com populações nas quais não
ais do PBF, a RPM estava associada à taxa elevada de reati- foi instituído o exame do PBF. Embora seja animador, essas
vidade da frequência cardíaca quando comparada a gestações pacientes foram monitoradas com outras medidas além do
com membranas intactas 23 Ao contrário, gestações com RPM PBF; por isso, ainda permanece a dúvida se a taxa de para-
apresentavam uma diminuição nos movimentos respiratórios lisia cerebral diminuída era devida apenas à avaliação da
fetais e no volume de líquido amniótico em comparação às pontuação biofísica. 41
que não tinham RPM. 23 Porém, não havia diferença significa- O PBF também é um instrumento importante na ava-
tiva nos movimentos corporais fetais ou tônus fetais enn-e os liação do feto com restrição de crescimento. Obido et al. 37
grupos , nem houve qualquer ,alteração na pontuação biofísica avaliaram as modalidades de vigilância fetal disponíveis para
geral entre os dois grupos. E importante estar ciente dessas o acompanhamento de fetos com resu-ição de crescimento
alterações nas atividades biofísicas fetais em pacientes com no pré-parto e concluíram que o PBF é o exame de escolha.
RPM para evitar interpretação inapropriada dos resultados do Ribbert el a1. 42,43 examinaram a relação entre os resultados
PBF e intervenções desnecessárias em tais pacientes. do PBF e a dosagem de gases no sangue do cordão, feita
por cordocentese. Esses investigadores perceberam que a
reatividade da frequência cardíaca fetal ficava comprometida
o Papel da Cardiotocografia no Perfil quando a diferença entre o pH esperado e o observado estava
abaixo de 2 desvios padrões (DP), Movimentos respiratórios
Biofísico fetais estavam comprometidos com valores de pH abaixo de
Manning et ai. realizaram um estudo avaliando apenas os 3 DP, e movimentos fetais corporais e tônus fetais estavam
componentes do PBF monitorados por ultrassonografia sem ausentes com valores de pH de 5 DP ou menos. Os autores
incluir a CTC, usando a CTC apenas quando um ou mais também concluíram que a acidemia fetal em estágios iniciais
dos componentes eram anormais à ultrassonografia .31 Com causa a não reatividade da frequência cardíaca fetal e a aboli-
esse método, apenas 2,7% de 2.712 pacientes testadas neces- ção dos movimentos respiratórios fetais, enquanto a ausência
sitaram de uma CTC, sem comprometimento da evolução de movimentos corporais e tônus são manifestações tardias
perinatal. 31 A prática de omitir a CTC foi subsequentemente de asfixia fetal. Esses achados são coerentes ao conceito de
desafiada por Eden el al.,32 que acharam uma incidência hipóxia gradual.
aumentada de evolução perinatal anormal em fetos com
desacelerações variáveis durante o exame de CTC, apesar de
os componentes biofísicos monitorados por ultrassonografia Um Algoritmo Proposto para o Uso do
estarem normais. 32 Mills el al. 33 avaliaram 500 gestações de
alto risco com 2.038 PBFs e concluíram que não era neces- Perfil Biofísico na Prática Clínica
sária nenhuma avaliação biofísica quando o crescimento Apresentamos, na Figura 21-10, um algoritmo sugerido para o
fetal estava normal, mas recomendaram CTCs duas vezes uso do PBF com base no conceito de hipóxia gradual.
por semana e avaliação ultrassonográfica do crescinlento O PBF modificado descreve um esquema de exanles
fetal a cada duas semanas nos casos em que havia cresci- usando a CTC com uma avaliação do volume de líquido
mento fetal anormal. Eles sugeriram que o PBF deveria ser anuúótico. Essa modificação avalia, então, os marcadores
reservado para casos com resultados de CTCs anormais ou mais sensíveis agudos (traçado da frequência cardíaca fetal)
duvidosos. É nossa prática realizar CTC como parte integral e crôlúcos (volume de liquido amniótico) do bem-estar fetal,
de nosso PBF. A morbidade e mortalidade perinatal do PBF modificado
se comparam favoravelmente ao do PBF completo 20 .21 (Fig,
21-10). Claro, dependendo da situação clÍlúca específica,
o Perfil Biofísico no Tratamento da estudos com Doppler, incluindo os das artérias uterinas,
Gestação de Alto Risco umbilical, cerebral média e do ducto venoso, também podem
ser úteis. Os critérios específicos usados para definir ativida-
O PBF foi estudado na avaliação de várias condições específi- des biofísicas normais contra anormais estão ilustrados na
cas de alto risco incluindo gestação tardia? diabetes melito,35 Tabela 21-5 . Como a acidemia fetal é descartada quando
restrição de crescimento intrauterino,36.37 gestação gemelar38 a CTC é reativa, o exame fetal deve sempre começar com
e RPM. 39AO Johnson el concluíram, em um estudo de uma CTC e a avaliação do volume de líquido amniótico. Se,
PBF em 307 gestações pós-data, que uma pontuação bio- porém, a CTC não é reativa durante 40 minutos, é realizada
física normal estava associada a uma taxa mais elevada de uma ultrassonografia em tempo real. Como os movimentos
não intervenção e, portanto, taxas aumentadas de u'abalho respiratórios fetais que duram mais que 30 segundos são tão
de parto espontâneo. Isso resultou, consequentemente, em precisos quanto uma CTC reativa para excluir acidemia fetal,
uma redução nas taxas de partos cesarianos (15% contra uma vez que forem detectados movimentos respiratórios fetais
42% para pacientes que tiveram parto induzido).34 Em um durando mais de 30 segundos, o exame é finalizado. Se duran-
AVALIAÇÃO FETAL PELA ULTRASSONOGRAFIA NO PRÉ-PARTO : O PERFI L BIOFíSICO FETAL 789
te uma observação em tempo real de 30 minutos, porém, e é prudente realizar o parto em mulheres com oligodrâmnio
todas as atividades biofísicas estiverem ausentes, o parto deve para evitar acidentes com o cordão e morte intraútero. Em
ser realizado imediatamente. Q\.tando a CTC não é reativa e gestações muito pré-termo com oEgodrâmnio, porém, o parto
não há movimentos respiratórios fetais, ou eles duram menos pode estar associado à alta mortalidade perinatal devido à pre-
que 30 segundos, deve ser realizado um exame estendido, maturidade . Com idades gestacionais inferiores a 26 semanas,
para diferenciar entre asftxia fetal e sono fetal. O volume cada dia de prolongamento da gestação pode estar associado a
de líquido amruótico é sempre avaliado, sem relação com os um aumento na sobrevivência de 2% a 3%. Portanto, é desejá-
resultados da CTC. Oligodrâmnio em gestações a termo ou vel retardar o parto desde que seja seg1.lnunente possível. Em
quase a termo, assim como em gestações complicadas por tais casos, é mandatória a vigilância fetal bem de perto, com
restrição do crescimento intrauterino, é considerado anormal PBFs e monitoramento da frequência cardíaca pelo menos
uma vez ao dia. A dopplervelocimetria da circulação utero-
placentária deve ser usada no cuidado com fetos pré-termo
de alto risco, especialmente os com restrição do crescimento
intrauterino. Entretanto, muitos fetos com risco (ou seja, fetos
NSTeAFV de mães diabéticas ou pós-data) não apresentam redução de
fluxo sanguíneo, mas de distÍl rbios de troca gasosa ao rúvel
da membrana trofoblástica; nesses casos, é provável que a
dopplervelocimetria fetal não seja útil.
Miller el ai? I avaliaram as taxas de falso-positivos e falso-
negativos dos resultados de seus exames pré-parto utilizando
o PBF modiftcado . Em um período de 4 anos, eles relataram
54.617 PBFs modificados em 15.482 pacientes. A taxa de
falso-negativos foi de 0,08%. A taxa de falso-positivos foi de
60%; porém, a intervenção resultante de um exame falso-
positivo resultou em prematuridade iatrogênica em apenas
1,5% dos casos. Nageotte el al. 20 compararam o PBF modi-
ftcado com a prova de contração de esforço. Eles avaliaram
os resultados das pacientes de alto risco que tinham PBF
modiftcado negativo com as que, em cuja última avaliação
pré-pano, tiveram uma prova de contração de esforço nega-
tiva. As pacientes controladas com PBF modiftcado tinham
uma menor incidência de evoluções perinatais adversas após
o teste reativo (5, 1% contra 7,0%, p <,05). Em nossa expet;ên-
Estender o NST cia, usando o PBF modificado, as mortes intraútero de fetos
(120 min) OU Repetir estruturalmente normais ocorrendo após uma avaliação com
PBF OU FHR
Computadorizada reatividade é uma raridade. Além disso, esse protocolo dimi-
nuiu o tempo de exame, aumentou o número de pacientes
examinadas, portanto, melhorou a eftciência de nosso serviço.
FIGURA 21 - 10. Perfil bioffsico fetal modificado . AFV , Volume de O tratamento com base na pontuação total do PBF, em vez
líquido amniótico; FBM , movimentos respiratórios fetais ; FM, movi-
mentos fetais; FT, tônus fetal; FHR , frequ ência cardíaca fetal; NST, dos componentes biofísicos individuais, pode resultar em
ca rd iotocog raf ia. (Redesenhado com permissão de Hanley ML , Vint- mau uso desse método de exame. Os erros mais frequentes
zileos AM: Anlepartum and Intrapartum Surveillance of Fetal Well de interpretação e apEcação dos dados da avaliação biofísica
8eing. Medicine of lhe Fetus and MOlher, 2 nd ed, Philadelphia, J. 8. fetal foram descritos com detalhes 8
Lippincott, 1988, p 793.)
l\1RF, movimentos respiratórios fetais; FC F, freq uência cardíaca fetal ; movimentos fetais.
Reimpresso com penrussão de H anle)' ML. Vin tú leos AM: Bioph)'sical testing in premature rupture of lhe membranes . Semin PerinatoI 20:4 18, 1996.
790 AVALIA ÇÃO FETAL PELA ULTRASSONOGRAFIA NO PR É-PARTO : O PER FIL BIOFfslCO FETAL
o Papel do Perfil Biofísico Fetal na RPM.45 -54 Eles estão resumidos na Tabela 21 -6. Oito dos
Detecção de Infecção Intra-amniótica 12 estudos demonstraram uma associação entre a avaliação
biofísica anormal e os resultados infecciosos. É importante
em Pacientes com Ruptura Prematura observar que o exame foi feito diariamente nos esuldos que
de Membranas demonstraram uma correlação.
A RPM é uma causa que leva ao nascimento prematuro e à Cinco estudos falharam em demonstrar uma associação
mortalidade e morbidade perinatal. Q-Iando existe prematuri- entre a avaliação biofísica anormal e a evolução com infecção.
dade extrema, as tentativas são geralmente direcionadas para Miller et al. 45 avaliaram 47 pacientes com RPM e não encon-
uma conduta conservadora, prolongando a gestação, com a u-aram uma associação entre a corioamionite clínica e o PBF
esperança de melhorar os resultados perinatais. Entretanto, realizado 2 dias antes do parto. Não houve casos de sépsis
frequentemente há a infecção intra-amniótica, que põe em fetal ou neonatal em seu estudo, e o exame era realizado com
risco a saúde do feto e da mãe. A infecção intra-amniótica uma frequência de 24 a 48 horas. Embora a corioamnionite
é uma indicação para o parto; todavia, as modalidades mais clínica isolada não esteja associada à avaliação anormal do
comumente usadas são imprecisas Eara diagnosticar infec- PBF, a de exames nesse estudo não foi ideal. Del
ção intra-anmiótica. Vintzileos cl aI. 4 foram os primeiros a Valle et al. 4 avaliaram a associação entre a estimativa do PBF
publicar uma associação entre avaliação biofísica fetal anor- em relação à arnnionite materna e à sépsis neonatal. Entretan-
mal e infecção intra-amniática neste gmpo de pacientes. O to, nesse esuldo, a frequência de exame foi de 48 a 72 horas
estudo inicial foi observatório, e os resultados da avaliação e a taxa geral de infecção foi baixa. No terceiro estudo por
biofísica não foram usados no tratamento. 44 Pacientes com Carroll et al.,53 a infecção intra-anmiótica, diagnosticada por
RPM foran1 monitoradas com PBFs frequentes (cada 1 a 3 meio de anmiocentese e cordocentese, foi usada como medida
dias). enhuma das pacientes apresentava algum sinal clinico de evolução. Eles não encontraram relação entre as culturas
de infecção ou estava em trabalho de parto no momento positivas e a avaliação biofísica. Porém, a maioria das culturas
do exame ultrassonográfico. O último PBF antes do parto positivas foi da espécie Mycoplasma.
estava correlacionado ao desenvolvimento de infecção clíni- Em resumo, os dados sugerem que a correlação entre o
ca. os casos em que o intervalo entre a última avaliação PBF anormal e o resultado perinatal infeccioso depende de
biofísica e o parto foi infelior a 24 horas, um PBF anormal o PBF ser realizado dentro de 24 horas antes do parto. Além
estava associado a uma taxa geral de infecção de 93,7%; ao disso, a colonização da cavidade amniótica pelo MycoplastlUl
contrário, um PBF normal estava associado a uma taxa de não está necessariamente associada a uma avaliação anormal
infecção de 2,7%.44 Essa forte correlação entre a pontuação do PBF.
do PBF e a morbidade infecciosa não existia quando o inter- Finalizamos um estudo prospectivo de 73 pacientes com
valo exame-parto era superior a 24 horas. 44 Uma observação RPM, no qual os resultados do PBF foram usados no trata-
interessante era de que as manifestações mais precoces de mento. 40 Seus resultados foram comparados com dois outros
infecção intra-anmiótica incluíam uma GfG não reativa e a gmpos históricos, um tI-atado sem qualquer avaliação invasiva
ausência de movimentos respiratórios fetais , enquanto a infec- ou fetal (grupo de controle) e o outro tratado apenas com
ção avançada (fetos que desenvolveram subsequentemente amniocentese. Percebemos que o gmpo tratado com base em
sépsis neonatal) estava associada ao comprometimento dos seus resultados do PBF desenvolveu bem menos infecções
movimentos e tônus ão houve diferenças no pH do maternas e neonatais. A incidência de anmionite clinica, possí-
cordão entre os casos infectados e os não infectados ; logo, as vel sépsis neonatal e sépsis neonatal foi de 5,4%, 5,4% e 1,4%,
atividades biofísicas diminuídas foram atIibuídas à infec%ãO, respectivamente, no grupo de estudo, em comparação com
e não à acidemia. Estudos posteriores por Vintzileos ct aI. 9.40 25,5%, 13,6% e 9,5%, respectivamente, no gmpo de conu-ole. 4o
demonstraram o uso do PBF no tratamento da RPM. A sépsis neonatal também foi menor no gmpo de estudo
Pelo menos 11 estudos posteriores, nenhum dos quais (1,3%) , em comparação com o gmpo tratado com arnniocente-
foi randômico ou controlado, avaliaram a relação entre a se (12,3%). A Figura 21 -11 ilustra um protocolo fundamentado
avaliação do PBF e o resultado infeccioso em pacientes com nos componentes biofísicos individuais em vez da pontuação
lj
Repetir NST
ou FBP em 24
PBF, perfil biofísico ; MRF, movimentos respiratórios fetais; FC F, frequência
horas
cardíaca fetal; MF, movimentos fetais; TI, tônus fetal.
8. Vmtzileos AM, Campbell WA, Nochin1son OJ, et al: The use anel
Efeitos do Sulfato de Magnésio Intravenoso
ITabela 21- 10 I nas Atividades Biofísicas*
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Volume de líquido anmiótico, sem alteraçáo 11. Manning FA: Assessment of fetal conelirion anel risk: analysis
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scoring: A prospective sruely in 1,184 high-risk patients. AmJ Obstet
encontraram um aumento dos movimentos respiratórios, mas Gynecol 140:289, 1981.
nenhuma mudança nos movimentos fetais. Estudos avaliando 14. Baskett TF, Gray J H, Prewett SJ, et al: Antepanum fetal assessment
os efeitos do sulfato de magnésio no PBF encontram-se resu- usino- a fetal biophysical proftle score. AmJ Obstet GynecoI148 :630,
1984.
midos na Tabela 21-10. 15. Manning FA, Lange IR, Morrison I, et aI: Fetal bioph)'sical proftle
Se não houver ciência dos efeitos das med icações no score anel the nonstress test: a comparative o·ia!. Obstet Gynecol
PBF, pode ocorrer a interp retação incorreta d os res u ltad os, 64 :326, 1984.
aumentando a possibilidade de um parto prematu ro iatrogê- 16. Manning FA, Harman CR, Morrison I, et ai: Fetal assessment baseei
nico e desnecessário. Por outro lado, isso ajudará a evitar a on fetal biophysical prome scoring. I lI. Positive preelictive accuracy
atribuição errônea de um PBF anormal à administração de of the ver)' abnormal test (biophysical profLle score = O). AmJ Obstet
Gynecol 162:398, 1990.
med icamentos que não afetam o PB F.
17. MamlÍDg FA, Morrison I. Lange IR, et al: Fetal assessment baseei on
fetal biophysical proftle scoring: experience in 12,620 referreel high-
risk pregnancies. I. Perinatal monality by frequency and etiology.
CONCLUSÃO AmJ Obstet Gynecol 151:343, 1985.
o PBF é um instrumento importante na avaliação do b em- 18. Manning FA, Morrison I, Hal111an CR, et ai: Fetal assessment based
on fetal biophysical proftle scoring: experience in 19,22 1 referred
estar retal e analisa o func ionamento intacto dos cen tros do high-ri k pregnancies. 11. An analysis of ralse-nega rive fetal deaths.
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PBF avalia os marcadores agudos e crônicos do bem-estar 19. Manning FA, Harman CR, Morrison I, et ai: Fetal assessmem baseei
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é crucial para sua p recisão na pred ição do estado fe ta l e
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frequência cardíaca fetal e o volume de líqui do amn iórico é 22. Oawes S, Fox H : Respiratar)' movements and paradoxical sleep in
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22
o P APEL DA ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRÍCIA
Alfred z. Abuhamad, MD
Princípios Físicos
Doppler Arterial Fetal
Artéria Umbilical
Artéria Cerebral Média
Artéria Uterina
Doppler Venoso Fetal
Doppler Cardíaco Fetal
Otimizando Sua Imagem
Doppler Fetal e Restrição do Crescimento Intrauterino
794
o PAPEL DA ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRíCIA 795
_ 2(fo·cosA.V)
fd - C
IP _ S - D
- M
IR = S8 D
S M
S/D = -%-
o
FIGURA 22-4. Ondas alteradas da artéria umbilical; velocidade
diastólica final diminuída IAI, velocidade diastólica final zero ou
ausente 181, velocidade diastólica final reversa leI.
Tempo (s)
Tabela 22- 1 Valores de Referência para Medidas Seriadas da Relação Sístole: Diástole da Artéria Umbilical
Pe rcentil
Gesta ção (Semanas) 2,5' 5' 10' 25' 50' 75' 900 95' 97,52
19 2,73 2,93 3,19 3,67 4,28 5,00 5,75 6,26 6,73
20 2,63 2,83 3,07 3,53 4,11 4,80 5,51 5,99 4,43
21 2,51 2,70 2,93 3,36 3,9 1 4,55 5,22 5,67 6,09
22 2,43 2,60 2,83 3,24 3,77 4,38 5,03 5,45 5,85
23 2,34 2,51 2,72 3,11 3,62 4,21 4,82 5,22 5,61
24 2,25 2,41 2,62 2,99 3,48 4,04 4,63 5,02 5,38
25 2,17 2,33 2,52 2,88 3,35 3,89 4,45 4,83 5,18
26 2,09 2,24 2,43 2,78 3,23 3,75 4,30 4,66 5,00
27 2,02 2,17 2,35 2,69 3,12 3,63 4,15 4,50 4,83
28 1,95 2,09 2,27 2,60 3,02 3,51 4,02 4,36 4,67
29 1,89 2,03 2,20 2,52 2,92 3,40 3,89 4,22 4,53
30 1,83 1,96 2,13 2,44 2,83 3,30 3,78 4,10 4,40
31 1,77 1,90 2,06 2,36 2,75 3,20 3,67 3,98 4,27
32 1,71 1,84 2,00 2,29 2,67 3,11 3,57 3,87 4,16
33 1,66 1,79 1,94 2,23 2,60 3,03 3,48 3,77 4,06
34 1,61 1,73 1,88 2,16 2,53 2,95 3,39 3,68 3,96
35 1,57 1,68 1,83 2,11 2,46 2,87 3,30 3,59 3,86
36 1,52 1,64 1,78 2,05 2,40 2,80 3,23 3,51 3,78
37 1,48 1,59 1,73 2,00 2,34 2,74 3,15 3,43 3,69
38 1,44 1,55 1,69 1,95 2,28 2,67 3,08 3,36 3,62
39 1,40 1,51 1,64 1,90 2,23 2,61 3,02 3,29 3,54
40 1,36 1,47 1,60 1,85 2,18 2,56 1,96 3,22 3,48
41 1,33 1,43 1,56 1,81 2,13 2,50 2,90 3,16 3,41
De Acharya C. Wilsgaard T, Bem sten CKR , el ai: Reference ranges for serial measuremems of umbilical an ery Doppler indices in lhe second half of pregnanc)'. AmJ
Obslel Cynecol 192 :937. 2005.
De Merz E (ed): Ullrasonography in Obsleu;cs and Cynecology, vol.1. Slllllgarl, De Merz E (ed): Uhrasonography in Obslelrics and Cynecology. voU . Sluugan ,
Ne'" York. Thieme. 2005. pp 469--180, 61-1. New York, Thieme, 2005 . pp 469-480, 614.
o PAPEL DA ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRíCIA 797
acuradamente reflete a real velocidade do sangue neste vaso. de da gravidez. 21 As arteríolas espiraladas maternas invadidas
As ondas das artérias cerebrais médias obtidas na porção retribuem com máxima dilatação e mínima resposta aos siste-
proximal do vaso, imediatamente depois da sua origem no mas simpático e parassimpático. Esta adaptação é intencional
polígono de Willis, mostram melhor reprodutibilidade (Tabe- para assegurar um aumento sustentável do fluxo sanguúleo
las 22-4 e 22-5 e Fig. 22-7).19 para o útero durante a gravidez.
Apesar da avaliação da artéria cerebral média ser frequen- A circulação uterina pode ser avaliada pela Dopplerve-
temente usada para avaliar o bem-estar fetal no feto com sus- locimetria das artérias uterinas. Cada vaso uterino pode ser
peita de RCl U (ver adiante), mais recentemente, a velocidade visto pelo Doppler colorido quando cruzam sobre a artéria e
da artéria cerebral média tem sido usada para avaliar o grau a veia hipogásrrica, logo antes de entrar no útero na junção
de anemia em fetos com doença hemoUtica decorrente da cervicouterina (Fig. 22-8). A velocimetria do Doppler pulsátil
isoimunização Rh e infecção pelo parvovírus B19 (Cap. 17) da artéria uterina deve ser obtida imediatamente após o vaso
(Tabela 22-6). cruzar a artéria hipogástrica e antes de se dividir nos ramos
uterino e cervical. A presença de incisura no padrão de onda
e o aumento no Úldice de impedfulcia após 22 semanas de
Artéria Uterina gestação caracteriza uma circulação uterina anormal (Fig, 22-9
e Tabelas 22-7 e 22-8) .22 Um risco de complicação significativo
A gravidez está associada a mudanças fisiológicas ao nível da é notado em gestações que apresentam uma circulação uterina
vascularização uterina, resultando em progressiva diminuição anormal no fmal do segundo e no terceiro trimestre?3.2.1 As
da impedfu1Cia com o avanço da gestação ?O Esta adaptação complicações da gestação incluem resuição do crescimento,
materna à gravidez é ocorre como resultado da invasão trofo- pré-ecJfunpsia, prematuridade e estado de não reatividade
blástica das arteríolas espiraladas maternas na primeira meta- fetal no traballlO de parto. 23 .2.1
Tabela 22-4 J Valores de Referência para o índice de Resistência da Artéria Cerebral Média
Gestaç ão 5º 50· 95" Gestação 5" 500 95"
(Semanas) Percentil Percentil Percentil (Semanas ) Percentil Percentil Percentil
18 0,544 0,687 0,787 31 0,652 0,798 0,907
19 0,574 0,708 0,808 32 0,645 0,792 0,902
20 0,592 0,727 0,828 33 0,636 0,783 0,894
21 0,608 0.744 0,846 34 0,625 0,773 0,885
22 0,622 0,758 0,861 35 0,612 0,761 0,873
23 0,633 0.771 0,874 36 0,597 0,747 0,86
24 0,643 0,782 0,886 37 0,579 0,73 0,844
25 0,651 0,79 0,895 38 0,56 0,712 0,826
26 0,656 0,796 0,902 39 0,539 0,692 0,807
27 0,659 0,801 0,907 40 0,515 0,669 0,785
28 0,661 0,803 0,91 41 0,489 0,644 0.761
29 0,66 0,803 0,911 42 0,462 0,618 0,735
30 0,657 0,801 0,91
De Bahlmam1 F. Reinha rd I. Krulllmcnauer F. el ai : Blood now vclocit y w3vefonns cf lhe felal middle cerebral artery in a normal populalio n: refcrcncc values fram 18
weeks to 42 wceks or gcsta tion.j Perinat Mcd 30:490, 2002.
798 o PAPEL DA ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRiclA
Valores de Referência para o índice de Resistência das Artérias Umbilical e Cerebral Média. Assim Como
Tabela 22- 5
a Relação AU/ACM
índice de Resistência da Artéria índice de Resistência da Artéria
Umbilical (IR AU) Cerebral Média (I R ACM) IR AU/IR ACM
Gestação 52 502 952 52 502 99 9 502 99
(Semanas) Percentil Percentil Percentil Percentil Percentil Percentil Percentil Percentil Percentil
10
limiar do Pico de Velocidade do Fluxo
9 Sistólico na Artéria Cerebral Média sobre
8 a Ocorrência de Anemia leve. Moderada e
Severa
7
O Limiar do Pico de Velocidade da Artéria
Ui 6 Cerebral Média (em/s) sobre a
o
'i'!, Classificação de Anemia
5
a::'"
ãi
Gestação Anemia
4
(Semanas) Anemia Leve Moderada Anemia Severa
3
18 29,9 34,8 36,0
2 20 32,8 38,2 39,5
22 36,0 41,9 43,3
24 39,5 46,0 47,5
26 43,3 50,4 52, 1
20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 28 47,6 55,4 57,2
30 52,2 60,7 62,8
Semanas de Gestação
32 57,3 66,6 68,9
FIGURA 22- 7. Relação sístole/diástole da artéria cerebral média. 34 62,9 73,1 75,6
(Modificado de Woo JSK, Liang ST, Chan FY, et ai: Middle cerebral 36 69,0 80,2 82,9
artery Doppler flow velocity. Obstet Gynecol 70:613, 1987. Repro- 38 75,7 88,0 91,0
duzido com permissão do American Co//ege of Obstetricians and
40 83,0 96,6 99,8
Gynecologists. )
De Mari C , Deter RL, Carpenter RL, et ai: Non-invasive diagnosis b)' Doppler
ultrasonography of fetal anemia due tO Inatemal red·cel! alloimInul1ization.
ColJaborative Croup for Doppler Assesslllent of the Blood Velocity in Anemic
DOPPLER VENOSO FETAL FCllIses. N EnglJ Med 342 :9. 2000.
FIGURA 22-9. Ondas da artéria uterina obtidas no final do segundo I Tabela 22-8 I índice de Pulsatilidade da Artéria Uterina
trimestre da gestação, mostrando uma circulação uterina normal (A) Gestação
com aumento na velocidade diastólica final, implicando numa circu-
(Semanas) 9 Percentil 50" Percentil 99 Percentil
lação de baixa impedância, e uma circulação arterial uterina alterada
(8) com incisura protodiastólica e baixa velocidade diastólica final 18 0,509 0,888 1,407
(alta impedância).
19 0,460 0,838 1,356
20 0,436 0,812 1,328
21 0,420 0,795 1,309
22 0,407 0,781 1,293
na entrada no átrio direito ou no segmento entre a entrada da 23 0,397 0,769 1,280
veia hepática e do dueto venoso. Existe um bom coeficiente 24 0,388 0,759 1,268
de correlação entre estes dois sítios de mensuração, e deve 25 0,381 0,751 1,258
26 0,374 0,743 1,248
ser escolhida a localização que fornece o menor ângulo de
27 0,369 0,736 1,239
insonação com o fluxo sanguíneo. 29 As ondas da veia cava
28 0,363 0,729 1,230
inferior são trifásicas no padrão espectral, com a primeira fase
29 0,358 0,722 1,222
correspondendo à sístole ventricular, a segunda fase à diástole
30 0,354 0,716 1,214
inicial e a terceira fase à diástole tardia ou contração atrial 31 0,349 0,711 1,207
(Fig.22-11). 32 0,345 0,705 1,199
O padrão de onda do dueto venoso pode ser facilmente 33 0,341 0,700 1,192
obtido em corte transverso do abdome fetal e no mesmo 34 0,337 0,695 1,185
plano anatômico da circunferência abdominal (Fig. 22-12). 35 0,333 0,690 1,178
Sobrepondo o Doppler de fluxo colorido à imagem em escala 36 0,330 0,684 1,171
de cinza, o dueto venoso pode ser identificado como ramo 37 0,326 0,679 1,164
da veia porta . Comumente é visto fluxo de alta velocidade 38 0,322 0,674 1,157
e turbulência devido ao estreito lúmen do dueto venoso . A 39 0,318 0,669 1,150
presença de turbulência no Doppler de fluxo colorido ajuda 40 0,313 0,663 1,143
a identificar o ducto venoso na gestação inicial. As ondas são
bifásicas no padrão espectral, com a primeira fase correspon- De Merz E (ed): Ultrasonography in Obstetrics and Gynecology, vol. I. Stuttga rt ,
dendo à sístole ventricular, a segunda fase à diástole inicial e Ne", York, lllicrne, 2005, pp 469-480, 61 4
800 o PAPEL DA UL T RASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRiclA
B
FIGURA 22- 10. A. Imagem modo B tridimensional do fluxo de um feto com idade gestacional de 17 semanas, ilustrando a relação do sistema
venoso, coração e aorta. 8. Dopple r colorido do plano coronal do abdome fetal e tórax mostrando a veia cava inferior (Vel), juntamente com
o dueto venoso (DV) e a veia hepática esquerda (VHE), quando entram no átrio direito (AO). (A de DeVore GR: Pulsed Doppler examination of
the fetal heart. Em Goldberg ee, McGahan JP fedsl: Fetal Ductus Venosus in Atlas Ultrasound Measurements, 2nd ed. Philadelphia, Mosby
In c/ Eis e vier, 2006.)
o nadir da seg'unda fase à diástole tardia ou contração atrial vés de um ângulo que evite sombras provocadas pelas costelas
(Fig. 22-13 e Tabelas 22-9 a 22-12). fetais e esterno, ajustar a zona focal à área de interesse , e, mais
O fluxo sanguíneo da veia umbilical , carreando sangue importante, aumentar a área de interesse (zoom), o que permi-
oxigenado para o feto , pode ser acessado tanto na sua entra- te a visualização de detalhes do coração. Estes passos simples
da no abdome fetal ou adjacente ao feto , dentro da cavidade resultam em adequada visualização do coração fetal, na maio-
amniótica (Tabela 22-13). ria das condições . Q.l3.ndo ad icionamos Doppler colorido
à imagem em escala de cinza, selecionamos escalas de alta
velocidade, já que a velocidade do fluxo sanguíneo cardíaco
é maior que a da circulação periférica fetal. Ajustando o filtro
DOPPLER CARDíACO FETAL para alto ajuste e direcionando o ângulo de insonação do feixe
Otimizando Sua Imagem sonoro paralelo à direção do fluxo sanguíneo, a imagem do
Doppler colorido é otimizada e o artefato de movimentação
Imagens adequadas do coração fetal são essenC13.IS para a da parede é significativamente reduzido.
acurácia das medidas do Doppler. Vários passos podem Os úldices ecocardiogTáficos fetais são parâmetros quanti-
melhorar a imagem ultrassonográfica quando se depara com tativos e, na maioria, são ângu lo-dependentes. Para obter acu-
condições de escaneamento não adequadas. Recorra aos ajus- rácia nos índices ecocardiográficos fetais, o volume de amos-
tes ecocardiogTáficos do seu equipamento ultrassonogTáfico tra é colocado distalmente às respectivas válvulas, o ângulo
como primeiro passo para otimizar sua imagem. Os ajustes de insonação deve ser entre 15 a 20 graus da direção do fluxo
ecocardiográficos permitem realçar o contraste da imagem, a sanguíneo, as ondas devem ser obtidas durante apnéia fetal e
caracterização dos tecidos e aumentar a velocidade dos qua- devem ser tomadas múltiplas medidas . O Doppler colorido é
dros, melhorando a imagem cardíaca. Outros passos incluem usado para direcionar o posicionamento do volume de amos-
minimizar a profundidade no monitor, insonar o coração atra- tra ; colocar o volume de amostra no colorido mais brilhos o
o PAPEL DA UL TRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRíCIA 801
Tabela 22- 10
Pico de Velocidade do Dueto Venoso 1Tabela 22-12 1Relação S/a do Dueto Venoso
(S-a)fD S/a
Pico de Velocidade (S-a)/D Gestação
Gesta ção 9 50º (Semanas) Percentil Percentil Percentil
(Semanas) Percentil Percentil Percentil 20 1,331 2,161 2,991
20 0,381 0,580 0,779 21 1,329 2,159 2,989
21 0,380 0,579 0,779 22 1,327 2,157 2,987
22 0,380 0,579 0,778 23 1,324 2,154 2,984
23 0,379 0,578 0,777 24 1,322 2,152 2,982
24 0,678 0,578 0,777 25 1,320 2,150 2,980
25 0,378 0,577 0,776 26 1,318 2,148 2,978
26 0,377 0,576 0,776 27 1,315 2,145 2,975
27 0,377 0,576 0,775 28 1,3 13 2,143 2,973
28 0,376 0,575 0,774 29 1,3 11 2,141 2,971
29 0,375 0,575 0,774 30 1,308 2,138 2,968
30 0,375 0,574 0,773 31 1,306 2,136 2,966
31 0,374 0,573 0,773 32 1,304 2,134 2,964
32 0,374 0,573 0,772 33 1,301 2,131 2,961
33 0,373 0,572 0,771 34 1,299 2,129 2,959
34 0,372 0,572 0,771 35 1,297 2,127 2,957
35 0,372 0,571 0,770 36 1,295 2,125 2,955
36 0,371 0,570 0,770 37 1,292 2,122 2,952
37 0,371 0,570 0,769 38 1,290 2,120 2,950
38 0,370 0,569 0,768 39 1,288 2,118 2,948
39 0,369 0,569 0,768 40 1,285 2,115 2,945
40 0,369 0,568 0,767
De Bascha, AA: Relationship between placemal blood now resistance and
De Baschat AA: Relationship between placental blood now resis,ance and precordial venous Doppler indices. Ultrasound Obste, Gynecol 22:561 , 2003.
precordial venous Doppler indices. Ultrasound Obste, Gynecol 22:561 , 2003.
índice de Pulsatilidade do Dueto Venoso o débito cardíaco do ventrículo esquerdo. 31,32 O progressivo
Tabela 22- 11 desenvolvimento dos órgãos durante a gestação influencia
(S-al/Tamx
a distribuição do sangue e a impedância vascular. 3 1 Com o
índice de Pulsatilidade (S-a)(Tamx
avanço da gestação, a complacência ventricular aumenta,
Gestaçã o 52 a resistência periférica total diminui, a pré-carga aumenta
(Semanas) Percentil Percentil Percentil e o débito cardíaco combinado aumenta. 31 Com o avanço
20 0,410 0,643 0,875 da gestação, a complacência do lado esquerdo do coração
21 0,409 0,642 0,874 fetal aumenta mais rapidamente que a complacência do lado
22 0,408 0,641 0,873 direito do coração fetal. 3 1 A resistência vascular pulmonar é
23 0,407 0,640 0,872 maior no feto e a pressão arterial pulmonar é quase a sistê-
24 0,406 0,639 0,871 mica. 33,34 O fluxo para o leito vascular pulmonar é mantido
25 0,405 0,638 0,870 em baixos níveis, com um notado aumento próximo ao fmal
26 0,404 0,637 0,869 da gestação. 32 ,33 O débito cardíaco no feto é principalmente
27 0,403 0,636 0,868 afetada pela pré-carga e pela complacência ventricular. 3 1 A
28 0,402 0,635 0,867 presença de shunls direito-esquerdo ao nível do forame oval e
29 0,401 0,634 0,866 ducto arterioso tem significativo impacto no padrão do fluxo
30 0,400 0,633 0,865
cardíaco e afeta a disu'ibuição de sangue e oxigênio para
31 0,399 0,632 0,864
32 0,398 0,631
vários órgãos. O fluxo aU'avés do forame oval contribui para
0,863
33 0,397 0,630 0,862 a maior parte do sangue que entra no ventrículo esquerdo e
34 0,396 0,629 0,861 mais de dois terços do débito ventricular direito é direcionado
35 0,395 0,628 0,860 para o ducto arterioso. 32 ,35 Esse mecanismo de shunt assegura
36 0,394 0,627 0,859 a distribuição de sangue com rico teor de oxigênio para as
37 0,393 0,626 0,858 circulações coronariana e cerebral.
38 0,392 0,625 0,857 As ondas obtidas através das válvulas atrioventriculares
39 0,391 0,624 0,856 têm padrão espectral bicúspide (Fig. 22-15). O primeiro pico
40 0,390 0,623 0,855 (onda E), corresponde ao el1chirnento ventricular inicial da
diástole e o segundo pico (onda A) corresponde à sístole atrial
De Bascha, AA: Relationship betwccn placenta! blood now resis,ance and ou contração atrial. Ao contrário da vida pós-natal, no feto , a
precordial venous Doppler indices. Ultrasound Obs,e, Gynecol 22 :561, 2003.
N. do T.: S, velocidade sis,ólica ; a, velocidade pré·sistólica ; Tal/L', velocidade média.
velocidade da onda A é maior que da onda E. 3 1,36 Isto ilumina
a importância do papel que a sístole atrial desempenha no
o PAPEL DA UL TRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRíCIA 803
De Barbera A. Calan HL. Ferroui E. et 31: Relationship ofumbilie31 vein blood no\\' to growth parameters in the human fetll s. AmJ Obstet C)'necol 181:174. 1999.
FIGURA 22- 14. índices Doppler mais comumente usados em ecocardiografia fetal. Velocidade do Pico sistólico (A) , área integral velocidade -
tempo IB) e velocidade pré-sistólica le).
De DeVore GR: Pulsed Doppler examinatioll or the retal hcan . Em Goldberg BB, McGahanJP (eds): Atlas o r Ulu'asound MeasltrernCnlS , 2nd ed. Philadelphia. Mosb)'
IncJ Elscvicr. 2006.
20 29 62 95 23 53 80
21 30 63 96 24 54 81
22 32 65 98 25 56 82
23 33 66 99 27 57 84
24 34 67 100 28 58 85
25 36 68 101 29 59 86
26 37 70 103 30 61 87
27 38 il 104 31 62 89
28 40 i2 105 32 63 90
29 41 74 107 34 64 91
30 42 75 108 35 65 92
31 44 76 109 36 67 93
32 45 77 110 37 68 95
33 46 79 112 38 69 96
34 48 80 113 39 70 97
35 49 81 114 41 72 98
36 50 82 115 42 73 100
37 52 84 117 43 74 101
38 53 85 118 44 78 102
De DeVore GR: Pulsed Doppler examination of the fetal heart. Em Go ldberg BB, McGahanJP (eds): Atlas of Ultrasound Measurements , 2nd ed. Ph.i.ladelphia, Mosby
Inc/Elsevier, 2006.
gestacional e do peso fetal. 45 Em estudo longitudinal de Dop- na pós-carga é visto ao nível do ventrículo direito devido
pler e fetos com RCIU, todos os óbitos intrauterinos e óbitos ao aumento da impedância placentária.50 Um decréscimo
neonatais, com exceção de um caso, tiveram alterações tardias na pós-carga é identificado ao nível do ventrículo esquerdo
do Doppler no momento do parto, enquanto somente alguns devido ao decréscimo da impedância cerebral, associado ao
dos sobreviventes mostraram essas alterações. 45 mecanismo de centralização. 5o Essas mudanças na pós-
Essa deteriorização sequencial dos fetos hipoxêmicos, com carga resultam na redistribuição do débito cardíaco do ven-
restrição de crescimento, é raramente vista em gestações trículo direito para o esquerdo. 50 A pré-carga é reduzida em
com mais de 34 De fato, em gestações tardias de ambas as válvulas atrioventriculares devido a hipovolemia
fetos com crescimento reso'ito, é comum o Doppler arterial e decréscimo no enchimento, associados à RCIU. 39 •47.5 1,52
umbilical normal e índices cerebroplacentários apresentanl Esta diminuição da pré-carga é refletida por um decréscimo
correlação mim com o prognóstico de fetos com RCIU em no índice E/A, decréscimo na contração atrial e decréscimo na
gestações com mais de 34 semanas. Portanto, devemos ter área velocidade-tempo nas válvulas mitral e tricúspide.39.5 1.52
cautela quando o Doppler é utilizado na conduta de fetos com Também foram descritas evidências da redução da con-
RCIU com mais de 34 semanas de gestação. tratilidade miocárdica na presença de severa RCIU. A força
A fisiopatologia da restrição de crescimento não foi ainda ventricular de ejeção, um índice da função sistólica ventricular
totalmente descrita porque recentes estudos tem indicado a que é independente da pré-carga e pós-carga, está diminuída
presença de significativa variação na adaptação fetal à hipo- ao nível dos ventTículos direito e esquerdo, na restrição de
xemia. O padrão de aumento da deteriorização das alterações crescimento fetal ."3 Fetos RCIU com redução da força de
do Doppler arterial, seguido por alterações do Doppler veno- ejeção ventricular tem menor tempo para o parto, uma alta
so, depois seguido por alterações no traçado do coração fetal e incidência de não reatividade no traçado cardíaco fetal e pH
alterações do perfil biofísico, não é visto em aproximadamente baixo no momento do nascimento, quando comparados com
20% dos fetos pré-termo. 42 Além disso, somente 70% dos fetos os controles.53 Uma correlação significativa entre a severi-
com RCIU mostram significativa deteriorização de todos dade da acidose na cordocentese e os valores da força de
os leitos vasculares no momento do parto e cerca de 10% ejeção ventricular validam a associação destes índices com
não mostra qualquer alteração circulatória significativa até o a severidade do comprometimento fetal. 53 Danos da célula
momento do pano. 43 Em estudo prospectivo de observação, miocárdica, demonstrados por níveis elevados de troponina
mais de 50% dos fetos com RCIU, com alterações no traça- T cardíaca, sã? vistos em alguns fetos com restrição de cresci-
do da frequência cardíaca fetal que indicaram o pano, não mento severa."o Esse avançado estágio de comprometimento
tiveram anormalidades no Doppler venoso. 45 Em vista desses fetal está associado com sinais de aumento da pressão venosa
achados, a introdução universal do Doppler venoso na condu- sistêmica, uma mudança na disn;buição do débito cardíaco,
ta clínica de fetos com restrição de crescimento, deve aguardar um acréscimo na pós-carga do ventrículo direito e uma alta
os resultados de estudos randomizados deste assunto. incidência de regurgitação tt;cúspide. 50
A RCIU está associada com mudanças severas ao IÚVel O coração fetal desempenha papel central no mecanismo
do coração fetal, envolvendo a pré-carga, pós-carga, compla- de adaptação para hipoxemia e insuficiência placentária.
cência ventricular e contratilidade miocárdica. Um aumento Como discutido anteriormente neste capítulo, dados longi-
806 o PAPEL DA UL TRASSONOGRAFIA DOPPLER EM OBSTETRíCIA
tudinais da sequência hemo dinâmica da história natural da 16. Veille JC, Hanson R, Tatum K: Longitudinal quantitation 01
middle cerebral artery blood Ilow in normal human letuses. Am
restrição do crescimento fetal mostram que a artéria umbi- J Obstet Gynecol 169: 1393, 1993.
lical e artéria cerebral média são as primeiras variáveis que 17. Mari G, Deter RL: Middle cerebral artery Ilow velocity wavelorms
se tornam alteradas .54 Estas alterações do D oppler arterial in normal and small-Ior-gestational age letuses. Am J Obstet
são seguidas por alterações nos índices diastólicos cardíacos Gynecol 166: 1262, 1992.
18. Soothill PW, Ajayi RA, Campbell S, et ai: Relationship between
direitos , seguidas pelos índices sistólicos cardíacos direitos letal academia at cordocentesis and subsequent neurodevelop-
e, finalmente , por ambos os úldices diastólicos e sistólicos ment. Ultrasound Obstet Gynecol 2:80, 1992.
cardíacos esquerdos 54 Preservar a função sistólica cardíaca 19. Mari G, Abuhamad AZ, Brumlield J, et ai: Doppler ultrasonog-
esquerda como última variável a se tornar alterada, garante raphy 01 the middle cerebral artery peak systolic velocity in the
letus: Reproducibility 01 measurement. Am J Obstet Gyn ecol
um adequado débito cardíaco esquerdo, que vai suprir as 185 :Abstract #669, 2001.
circulações cerebral e coronária. 20. Robertson WB, Brosens I, Dixon HG: Uteroplacental vascular
Várias das alterações do Doppler vistas em associação pathology. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 5:47, 1975.
com RelU fetal, na circulação periférica, são diretamente 21. Pijnenborg R, Bland JM, Robertson WB, et ai: Uteroplacental
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conduta da RelU envolve Doppler na circulação arterial 22. Arduini D, Rizzo G, Boccolini MR, et ai: Functional assessment
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centrais (ducto venoso e veia cava inferior) e cardiotocografia. ultrasonography. J Ultrasound Med 9:249, 1990.
Adicionar o Doppler cardíaco pode melhorar a conduta dos 23. Hernandez-A ndrade E, Brodszki J, Lingman G, et ai: Uterine
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fetos com RelU, mas os estudos são pobres na avaliação 19:438, 2002.
prospectiva dos fetos com RelU e Doppler cardíaco. Entre- 24 . Lees C, Parra M , Misslelder-Lobos H, et ai: Individualized risk
tanto, está começando a se tornar óbvio que essas alterações assessment lor adverse pregnancy outcome by uterine artery
na circulação venosa central refletem um estágio avançado Doppler at 23 weeks. Obstet Gynecol 98:369, 2001.
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23
o P APEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS
I MAGENS DE R ESSONÂN CIA M AGNÉTICA EM OBSTETRÍCIA
Deborah Levine, MO
808
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA M AGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 809
A B
ou gordura, em uma lesão e avaliar a posição do fígado em A RM pode ser útil na avaliação de dor abdominal na
casos de hérnia diafragmática congênita. paciente grávida sem a necessidade de radiação ionizante.
Os exemplos incluem avaliação de suspeita de apendici-
te 2223 (Fig. 23-2, Tabela 23-1 ), gestações abdominais ,24-26
ruptura uterina,27 trombose venosa pélvica,28 doença biliar
Imageamento Materno
(Fig. 23-3A) e obstrução do intestino delgado complicando a
Dor Abdominal. Tipicamente, a avaliação de dor abdo- gravidez (Fig. 23-4).
minal em uma paciente grávida pode ser realizada sem um Hidronefrose. A RM também pode ser usada na avalia-
exame radiológico. O caso clássico que necessita de um ção do trato urinário materno. A hidronefrose fisiológica é a
exame com TC é uma paciente grávida com dor no lado causa mais comum de dilatação do trato urinário na gravidez
direito na qual o diag11óstico de apendicite é incerto e na qual (Fig. 23-3B). Entretanto, a cólica renal também pode ocorrer
a RM para apendicite é contraindicada ou não dispOlúve! secundária a cálculos em 0,03% a 0,24% das pacientes grá-
(Fig. 23-1 ). Uma vez que, na gravidez, o apêndice é suspenso vidas. 29 -3 1 Na hidroureteronefrose fisiológica , a dilatação se
da pelve pelo útero em crescimento, o diagnóstico clínico de estende até o promontório sacral, com afilamento da parte
apendicite é difícil. Se o apêndice não for visualizado ao ultras- inferior do ureter dilatado . Na obstrução causada por cálcu-
som, é razoável fazer imageamento adicional em pacientes nas los, está presente uma massa Lll-eteral intrínseca. O método
quais a apendicite é uma suspeita. As pacientes grávidas têm habitual de triagem para avaliar a paciente grávida com cólica
uma incidência aumentada de perfuração, em comparação renal é a ultrassonografia. A urografia intravenosa é efetuada
com pacientes não grávidas com apendicite. De modo similar eventualmente. Alguns agora defendem a urografia por TC,
à paciente não grávida, uma massa pode ser vista indentando porque ela é mais sensível a pequenos cálculos. Entretanto,
focalmente o ceco. Ocasionalmente, a TC pode ser efetuada na urogI-afia por TC, a dose de radiação no útero é cerca
para obstrução intestinal ou dor 110 lado esquerdo. Tais casos de 3 rads. Com o advento da urografia por RM, não é mais
devem ser interpretados de maneira semelhante à da paciente necessário expor a paciente grávida aos liscos da radiação e
não grávida. do contraste iodado. Roy et al. 32 mostraram que, em 15 casos
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 811
Pelvimetria
Embora a pelvimetria não seja mais realizada com frequên-
cia, ela é benéfica em pacientes que desejam uma prova de
trabalho quando o feto está em apresentação pélvica.35 - 3i
Quando a pelvimetria é necessária, a RM oferece o benefí-
cio da medição acurada das estruturas ósseas sem radiação
ionizante. Qyando a RM não está disponível , a pelvimetria
com TC demonstrou ser tão confiável quanto a pelvime-
tria radiográfica convencional.
Com o uso do protocolo para TC pelvimetria conforme
descrito por Federle el al. ,38 a exposição à radiação é muito
menor que a que utiliza a pelvimetria radiográfica convencio-
nal. As estimativas de dose usando técnica de baixa exposição
(40 mA) demonstram uma dose máxima no feto de 0,23 rad.
Nesse protocolo, são obtidos planos digitais exploratórios em
corte ântero-posterior (AP) e lateral, e um corte axial trans-
verso é obtido por meio da fóvea das cabeças femorais (Fig.
23-7). O diâmetro AP do estreito superior da pelve (do pro-
montório sacral à marg'em póstero-superior da sÍnfise púbica)
e o diâmetro transverso do estreito superior da pelve (entre as
linhas arqueadas dos ossos ilíacos) são medidos diretamente
nos filmes exploratórios , usando-se compassos eletrônicos. O
diâmetro interespinhoso é medido diretamente entre as espi-
nhas isquiáticas na imagem axial.
Para a pelvimetria com RM, são usadas técnicas de
gradiente de eco, com tempos de escaneamento de menos
de 5 minutoS. 36.39 Um plano sagital mediano é obtido para
avaliação da apresentação fetal e para medição do diâmetro
ântero-posterior do estreito superior da pelve (Fig. 23-7 D).
Planos coronais oblíquos (paralelos ao estreito pélvico AP) são
FIGURA 23-2. Apendicite aguda branda em gestação de 13 obtidos para medição do estreito superior da pelve (distância
semanas. A imagem coronal de ressonância magnética mostra um má.,'(ima entre as linhas arqueadas dos ossos i1íacos em cada
apêndice aumentado cheio de líquido (seta) medindo até 9 mm de
lado) e do diâmetro imerespinhoso. 36
diâmetro . Observar o sinal de aumento da intensidade (pontas de
setas) no mesoapêndice compatível com alterações inflamatórias . Com valores aceitáveis de mais de 11 cm para o diâmetro
Cirurgia e patologia confirmaram o diagnóstico. (De Eyvazzadeh A: ântero-posterior do estreito superior da pelve, mais de 9,5 cm
MR imaging af right lawer quadrant pain in pregnancy. AJR Am J para a distância transversa no estreito médio da pelve (distân-
Raentgenol 183:908, 2004.) cia interespinhosa) e mais de 11 cm para o estreito inferior
da pelve, van Loon ei al. 36 mostraram que, embora o uso da
pelvimetria com RM na apresentação de nádegas a termo não
tenha reduzido a taxa global de cesariana, ela permitiu melhor
de hidroureteronefrose na gravidez, a urografia por RM seleção da via do parto, com uma taxa significativamente mais
identificou corretamente 10 casos de dilatação fisiológica, baixa de cesarianas de emergência.
quatro casos de cálculos e um caso de obstrução da junção
ureteropélvica. Escaneamentos podem ser efetuados com uma Avaliação da Placenta
imagem de plano volumoso enfaticamente ponderada para
T2 e com cortes finos no plano axial materno para avaliar Em pacientes com suspeita de placenta prévia, uma sequência
pequenos defeitos de enchimento. de RM sagital orientada no plano do colo é usada para avaliar
Massas Anexiais. Está bem definido que RM é útil a margem placentária.3,4D,41 Dado o uso generalizado do u1tras-
na paciente grávida para a avaliação de massas anexiais som tTansvaginal e o'anslabial, é improvável que essa seja uma
que não podem ser completamente caracterizadas por indicação comum para um exame de RM. Entretanto, a margem
ultrassom . Conforme observaram vVeinreb et al. 33 e Kier da placenta é facilmente identificada com técnicas de escane-
el al. ,34 em 7 de 16 (43%) pacientes e em 8 de 17 (47%) amento rápido (Fig. 23-8). Anormalidades da placenta, como
pacientes estudadas , respectivamente, a RM acrescentou lobo sucenturiado, são facilmente avaliadas com RM.1 A RM
informação adicional além da proporcionada pelo ultras- também foi indicada na avaliação de massas placentárias como
som (Fig. 23-5). Técnicas de RM rápida fornecem extra- corioangioma. 42
ordinária caracterização de massas (Fig. 23-6) e devem Diversos relatos de casos recomendaram a RM para
ser consideradas ao estabelecer um protocolo para tais avaliação de placenta acreta. 43-46 A placenta aCl-eta, incluindo
exames. Constatamos que a RM foi particularmente útil suas variedades increta e percreta, é um distúrbio que resulta
em pacientes com ovários hiperestimulados , e nas quais a em importante morbidade e mortalidade intraparto. O san-
torção de ovário é uma preocupação devido à dor pélvica. gramemo incontrolável frequentemente leva à histerecromia.
Nesses casos, a torção pode estar presente, mesmo com Anormalidades de adesão da placenta podem resultar na
fluxo normal no exame com Doppler. A RM pode mostrar inserção placentária diretamente no nuométrio (placenta acre-
estroma ovariano edema toso, associado a torção intermi- ta), estender-se mais profundan1ente adentro do nUométrio
tente ou parcial (Fig. 23-6) . (placenta increta) ou invadir através da serosa uterina (pla-
812 o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRiclA
Table 23-1 Protocolo de Imageamento por RM de Gestantes com Dor Aguda no Quadrante Inferior Direito
Sequênc ias de Pulsos*
Aquisição Aquisição Aquisição Aquisição
Única Rápida Única Rápida Única Rápida 20 FS IP e OP
Parâmetros SE Coronal SE Axial SE Sagital Rápida Axial 20 T1W GRE 20 TOF
Tipo de sequência Disparo único Disparo único Disparo {mico Disparo único G RE GRE
Tempo de repetição (ms) 800-1.1 00 800-1.100 800-1.100 800-1.100 205 5.500
Tempo de eco (ms) 60 60 60 60 2,2/4,5 100
Ângulo de flip (0) 130-155 130-155 130-155 130-155 80 45
N° de sinais adquiridos 1 1 1 1 1 1
2D ou 3D 2D 2D 2D 2D 2D 2D
Espessura do corte (mm) 4 4 4 4 5 3
Espaçamento (null) 1 1 I 1 1
Campo de visão (mm) 350 350 350 350 350 350
N° de partições ou seções 20 20 20 20 32 24
Orientação Coronal Axial Sagital Axial Axial Axial
Etapas de fase x frequência 192 x 256 192 x 256 192 x 256 192 x 256 160 x 256 128 x 256
Campo de visão retangular ão 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75
Supressão da gordura ão Não Não Sim Não 1 ão
Secção ou preenchimento zero ão Não Não ão ão Não
Fourier parcial Sim Sim Sim Sim Não Não
N° de medições ou repetições 1 1
Disparo único ou múltiplo Único Único Único Único Mültiplo Múltiplo
Extensão dos eco turbo
Largura de banda (kHz)t 62,5 62,5 62,5 62,5 62,5 31 ,25
lmagearnento paralelo Não Não ão ão Não Não
Respiração suspensa Sim Sim Sim Sim Sim Sim
De Pedrosa I. Zeikus EA. Le vine D. Rofsk)' N1\1 : 1\1 R imaging of aeure righr IOlVer qu adram pain in pregnant and no npregnant paLienrs. Radiographics 27 :72 1. 2007..
Observação: I! lIsada uma bobina em de fase de tronco de oito canais .
*FS. saruração da go rdura : IP. em fase; OP. em oposiçáo de fase ; TOE rime offlighr (rempo de vôo): TIW, po nderado para TI.
' 62,5 kH z = 488 Hzlpixel. 3 1.25 kHz = 2H H zlpixcl.
A B
FIGURA 23-3. Imagem coronal de ressonância magnética de paciente grávida com dor no quadrante superior direito. A. Um cálculo é visto
dentro da vesícula biliar (seta grande). O dueto colédoco não está dilatado, sem evidência de coledocolitíase (setas pequenas). Um pé fetal
(FI é visto dentro do útero grávido. TE = 99,4, FOV (campo de visão) 36 x 32, matriz 512 x 256, 5 mm de espessura, uma aquisição. 8 . A
imagem co ronal mostra hidroureteronefrose direita leve dentro dos limites para a idade gestacional. TE = 776 , FOV 40 x 36 , matriz 512 x
256 , 20 mm de espessu ra , uma aquisição . (Fotos: cortesia de Randy Ernst, MO, L8J Hospital Houston, TX.)
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 813
A B
FIGURA 23-4. Obstrução do intestino delgado distai em paciente grávida com cirurgia abdominal prévia e aderências . Imagens de RARE de
disparo único coronal (A) e axial (8) demonstram intestino delgado (sb) dilatado com alça de intestino delgado não dilatado no quadrante inferior
direito (seta curva) e com cólon não dilatado (setas retas). (De Levine O: State of the art: Obstetric MR imaging. Radiology 211 :609, 1999.)
A B
FIGURA 23-5. Neoplasma ovariano identificado durante gravidez. A. O ultrassom transvaginal mostrando uma gestação intrauterina inicial
com um embrião identificável (seta). Massa de tecido mole lobulada (*) e líquido são vistos no fundo de saco. 8. Imagem sagital ponderada
para T2. A extensão completa da massa sólida grande e cística ("), posterior ao útero grávido e embrião (seta), é bem evidente. Há evidência
de invasão do cólon sigmoide (seta aberta) e ascite (A). O aspecto no imageamento de ressonância magnética é indicador de uma malignidade
ovariana. (Caso: cortesia de V. A. Feldstein, MO, San Francisco, CA.)
814 o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA
A B
centa percreta). Essas condições ocorrem em 50/0 das pacientes pacientes com histórico de miomectomia e placenta posterior,
com placenta prévia, em até 10% das pacientes após quatro ou a RM deve ser considerada.
mais cesarianas e em 67% das pacientes que têm tanto placen-
ta prévia quanto após quatro ou mais cesarianas 47
Um estudo do nosso laboratório 48 observou que o ultras- Amniografia Tomográfica
som transvaginal com a bexiga parcialmente cheia foi mais Computadorizada
útil na avaliação de placenta ao·eta ocorrendo no segmento
inferior do útero. Entretanto , em um de 17 casos, a placenta Em raros casos nos quais o ultrassom não é suficiente para
acreta foi identificada apenas pelo exame com RM, por causa diagnosticar gêmeos monoanuúóticos , pode ser usada a
de uma placenta posterior ocorrendo sobre uma regi.ão de a.mlúografia. 49- 5 1 Para anuúografia por TC, utiliza-se a ultras-
uma miomectomia prévia (Fig. 23-9). Recomendamos que o sonografia para selecionar um plano transverso de corte, e
ultrassom transvaginal com bexiga parcialmente cheia seja o essa localização é marcada . Uma TC a.xial transversa pré-
método de escolha para a avaliação de placenta acreta. Em contraste única pode ser obtida nesse nível. Com o uso da
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 815
C D
FIGURA 23-7. Tomografia computadorizada (TC) IA-C) e pelvimetria por imageamento de ressonância magnética (RM) ID). A. Plano explo-
ratório ântero-posterior mostrando o diâmetro transverso do estreito superior da pelve, medido com cursores eletrônicos . B. Plano exploratório
lateral apresentando a medição do conjugado obstétrico ântero-posterior do estreito superior da pelve. C. Corte de TC transversal através das
espinhas isquiáticas indicando o diâmetro interespinhoso ou transverso. D. Pelvimetria com RM. Plano sagital ponderado para T1 da pelve
demonstra o estreito superior da pelve (setas). Esse plano é usado como exploratório para sequências subsequentes.
orientação ultrassonográfica, o saco amniótico é puncionado damente 4 horas, como um sinal confiável, indubitável de
e o material de contraste iodado hidrossolúvel é instilado. monoamnionicidade.
Qyando se usa um agente de contraste com uma concentra-
ção de 300 mg de iodo por mililitro, 1 mL por 100 mL de
Imageamento Fetal
volume previsto do líquido arnniótico fornece opacificação
adequada. Tipicamente, de 8 a 10 mL de agente de contraste Os estudos iniciais usando a RM na avaliação da morfologia
são usados em uma gravidez gemelar no terceiro t.rimestre fetal foram dificultados pelo movinlento fetal. Foram feitas
com volume nonnal de líquido arnniótico . Uma imagem de recomendações para limitar o imageamento na gravidez
TC transversa pós-contraste é obtida (Fig. 23-10). A monoam- adiantada ou em casos de oligoidrâmnio o movi-
nionicidade é indicada pela presença de material de contraste mento fetal é diminuído em tais situações. 3s .s Garden et
rodeando por completo cada gêmeo, embora raramente essa al. S3 descreveram imagens de eco gradiente para a avaliação
aparência possa ser simulada por uma gravidez diamniótica da anatomia fetal. As imagens foram obtidas entre 3 e 14
com um gêmeo colado. Finberg e CleweU 50 relataram a pre- segundos que reduziram o artefato por movimento fetal , mas
sença de material de contraste dentro do trato gastrointestinal foram comprometidas por baixa relação sinal-ruído. Outros
de ambos os gêmeos, depois de uma demora de aproxima- investigadores usaram benzodiazepinas para sedar a pacien-
816 o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA
o
FIGURA 23-12. Ventriculomegalia branda com hemorragia multi focal e destruição cortical em um feto de 16 semanas de idade gestacional.
A. O ultrassom coronal demonstrou ventriculomegalia leve com margens ligeiramente irregulares de um dos ventrículos. S e C. Imagens de
RARE coronais mostram destruição de tecido cerebral no lobo frontal direito (setas em S) e área focal de sina l de baixa intensidade (seta
aberta em C). D. O imageamento rápido de ressonância magnética axial ponderada para T1 revela sinal de intensidade alta e baixa extra-axial
(seta curva) compatível com produtos de sangue. Essa imagem foi adquirida em 15 segundos. Observe a degradação na qualidade da imagem
devido a movimento fetal durante a aquisição da imagem. Isso ilustra o problema inerente do movimento fetal no imageamento obstétrico
quando são usadas sequências maiores que 1 segundo. (De Levine O: Fetal CNS anomalies depicted with ultrafast MR imaging. AJR Am J
Roentgenol 172:813, 1999.)
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGN ÉTICA EM OBSTETRíCIA 819
FIGURA 23- 13. Feto na idade gestacional de 22 semanas com agenesia do corpo caloso e anormalidade de migração. A. A imagem axial
mostra ventrículos não dilatados com aparência de colpocefalia com cornos frontais semelhantes a fendas. Os hemisférios estão afastados por
um cisto inter-hemisférico que foi mais bem visualizado ao ultrassom (não mostrado). Uma região do padrão de giro anormal está marcada com
uma seta. B. Imagem sagital mostra outra vez o parênquima alterado com anormalidade do padrão de giro cortical e o sinal de intensidade da
substância branca (setas). Essa anormalidade parenquimatosa não foi evidente ao ultrassom. Esse tipo de informação é importante ao aconse-
lhar pacientes porque as anormalidades associadas ajudam a predizer o prognóstico em fetos com disgenesia calosa.
Triagem de Anomalias
A RM também apresenta potencial de ajudar no aconselha-
mento genético e na triagem de processos de doença para os
quais há diagnóstico pré-natal disponível limitado. Exemplos
disso são a esclerose tuberosa (Fig. 23-15), na qual túberes
subependimários foram visualizados com Rl\l1 tão cedo quan-
to as 21 semanas de idade gestacional, L03 a hemocromatose 93 e
a polimicTogiria ou lissencefalia.82 A sensibilidade e especifici-
dade da RM pré-natal para avaliação de tais anomalias ainda
não foram determinadas.
FIGURA 23-16. Hematoma intratentorial. A. O ultrassom axial na
22! semana de gestação mostra uma coleção líquida na fossa poste-
rior com uma área hiperecogênica (se ta) em uma localização inferior,
sugerindo calcificação focal. Um efeito de massa é mostrado como Armadilhas Potenciais na Avaliação
uma aparência levemente achatada dos hemisférios cerebelares. B. A Fetal Usando Imageamento Rápido por
RM sagital mostra uma coleção líquida adjacente ao osso (asterisco),
de sinal de intensidade intermediária, mais baixa que o líquido cere- Ressonância Magnética
broespinhal circundante e amniótico, sugerindo produtos de sangue.
A coleção líquida desvia o cerebelo anteriormente (ponta de seta). Como em todas as pacientes, existem contraindicações
A área que foi hiperecogênica ao ultrassom é de sinal baixa na RM absolutas à RM em pacientes grávidas (p. ex., um clipe fer-
(seta). Isso deve ser distinguido de um cisto aracnoideo que seria romagnético de aneurisma cerebral), e algumas pacientes são
adjacente ao cérebro, em vez de moldar-se ao osso. Na 30! semana , demasiado c1austrofóbicas para se submeter ao exame. O uso
uma aparência semelhante (não mostrada I foi vista. Ao nascimento,
a ultrassonografia da cabeça foi normal. (Caso: cortesia de Robert de magnetos de cilindro curto torna a claustrofobia uma preo-
Barr, MO, North Carolina. I cupação menor, mas se uma paciente tiver menos de 1,60 m
de altura, sua cabeça provavelmente ficará dentro do cilin-
dro do magneto, mesmo sendo usado um magneto de cilindro
curto. Um problema adicional é que as pacientes grávidas
fígado em fetos com hérnia diafragmática congênita (HDC, podem ter dificuldade para se deitar de costas, especialmente
Fig. 23-19). 93.9-1 A posição do fígado é importante para o no terceiro trimestre. Se uma paciente não puder ficar deitada
prognós tico, porque em casos de HDC isolada, a presença ou de costas, ela pode ser escaneada em dccúbito lateral.
ausência de fígado no tóra;'( fetal é associada à mortalidade Embora artefatos por movimento fetal sejam minimiza-
respectiva de 57% e 70/0.95.96 Essa diferença na mortalidade dos usando-se técnicas de imageamento rápido, se o feto se
é considerada devido em parte ao tamanho da hérnia e à mover continuamente durante uma sequência, a redução da
hipoplasia pulmonar associada. A RM também é útil em fetos qualidade da imagem é inevitável. Esse movimento pode ser
com HDC, na avaliação da quantidade de pulmão de aspecto acomodado por aquisição de repetidas sequências se a anato-
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 821
A B
FIGURA 23-17. Encefalocele posterior em um feto na 20ª semana (A e a) e
32ª semana de idade gestacional (C). A. O ultrassom axial mostra uma ence-
falocele posterior. Uma pequena quantidade de tecido é vista dentro do saco
(seta) . a. Imagem axial de ressonância magnética mostra que as estruturas
da fossa posterior parecem normais. Uma parte da encefalocele é vista pos-
teriormente (pontas de setas) . A informação de que a maior parte do cérebro
parecia normal foi útil à paciente para decidir manter a gravidez. C. No mesmo
feto, na 32ª semana de idade gestacional, uma imagem sagital mostra que
apenas uma pequena porção do córtex posterior (seta) está tracionada em
tenda na direção da encefalocele (E). Na ciru rgia , a encefalocele foi removida
e uma pequena porção de córtex foi reposicionada para dentro da abóbada
craniana sem dificuldade. No pós-natal um saco de meningocele foi excisado e
o conteúdo neural retornado à fossa posterior. O lactente está passando bem
com 1 ano de idade. (A e a de Levine O: State of the art: Obstetric MR ima-
gingo Radiology 211 :609, 1999. C de Levine O: Fetal CNS anomalies depicted
with ultrafast MR imaging. AJR Am J Roentgenol 172:813, 1999.)
c
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A B
c
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 823
FIGURA 23-19. Ultrassom e imagem de ressonância magnética (RM) de hérnia diafragmática congênita (HDC) fetal em uma mulher de 32
anos de idade na semana de gestação. A . O ultrassom axial transve rso aponta intestino e fígado herniados dentro do tórax fetal (asterisco) .
A distinção entre intestino e fígado fetais não é possível nessa imagem. O coração (H) está desviado para a direita pelo conteúdo herniado. B.
Corte coronal spin rápido de disparo único ponde rado para T2 (TE de 100 milissegundos) através do tórax fetal , demonstrando múltiplas alças
intestinais (seta) no lado esque rdo do tórax. Isto confirma a presença de uma HDC esquerda . O pulmão direito comprimido é visível. O pulmão
esquerdo não é visualizado. C. Corte coronal ponderado para T1 de eco gradiente deteriorado (ângulo de flip de 70 0 e TR I TE de 120/4 ,2 milis-
segundos) através do tórax fetal, em um nível mais anterior ao corte em 8. O trgado é de sinal relativamente alto nessa sequência, facilitando
a identificação da posição hepática . A herniação é observada do lobo hepático esquerdo (seta) para dentro do lado esquerdo do tórax. (RM:
cortesia de Fergus Coakley, MO, University of California at San Francisco.)
824 o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA
mia não tiver sido bem visualizada, ou com o uso de image- Imageamento da Oxigenação
amento em tempo real, o qual permite que cortes de imagens
específicas sejam obtidos, até que a anatomia pertinente seja O imagean1ento da oxigenação pode viabilizar a detecção
documentada. Em alguns casos quando a RJ.\tI é realizada para precoce da restrição de crescimento. 115 Em um estudo em
indicações fetais , o movimento fetal que ocorre depois que as ovelhas, vVedegartner el al. 114 descreveram o uso da RM
aquisições exploratórias são obtidas ou entre sequências de dependente do ruvel de oxigênio no sangue para fornecer
imageamento torna difícil obter planos de imagem específicos. avaliação da oxigenação do cérebro, fígado, coração, pulmão
Isso é especialmente verdadeiro na avaliação das extremida- elo feto e placentária em ovelhas com hipoxia, e mostraram as
des distais . Quando não ocorre movimento, imagens sequen- alterações mais fortes nos valores de T2* no fígado e coração
ciais permitem a avaliação das mãos e pés. Entretanto, mesmo (ambos os órgãos com alto fluxo sangl1ú1eo intraútero), com
pequenas quantidades de movimento limitam a visão clara alterações menores no cérebro, placenta e pulmões. Prevê-se
das extremidades. Qyando o feto inteiro se move, a região de que o uso de estudos de imageamento funcional como esse
interesse pode não estar absolutamente no plano de imagem. possibilite melhor distinção entre um feto normal porém
Em virtude das limitações de sinal-ruído, pequenas estruturas pequeno para a idade gestacional e um feto com resu-ição de
fetais podem ser difíceis de identifIcação e análise. Estruturas crescimento.
finas rodeadas por líquido podem ser de dillcil visualização,
como resultado de ser obtida a média do volume parcial que
ocorre na espessura do plano. Alguns exemplos são o saco Volumetria por Ressonância Magnética
membranoso de um defeito do tubo neural, a parede de um A volumetria tridimensional é facilmente realizada na RM
cisto aracnóideo e o corpo calos o em formação no segundo fetal . As aplicações potenciais incluem: (1) avaliação de volu-
trimestre. mes pulmonares em casos de massas e hérnias torácicas; (2)
melhor avaliação do peso fetal (p. ex. , em diabéticos com
IMAGEAMENTO ALÉM DA ANATOMIA macrossomia, potencialmente permitindo taxa diminuída de
cesariana, ou na diferenciação entre um feto com resu'ição de
crescimento e um feto normal mas pequeno para a idade ges-
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA 825
c
o
FIGURA 23-21. Ultrassons e imageamento de ressonância magnética de um feto com atresia laringea . A. O plano coronal de corte mostra
pulmões acentuadamente aumentados e hiperecogênicos bilateralmente (asteriscos). B. O eco de spin rápido de disparo único (TE efetivo de
100 milissegundos) aponta pulmão fetal aumentado (seta). Ascite acentuada também é vista (asterisco). C. O plano coronal de corte mostra
a traquéia dilatada cheia de liquido (setas) nesse feto. D. O eco de spin rápido de disparo único (TE efetivo de 100 milissegundos) apresen-
ta a traquéia (seta) como uma estrutura de sinal de intensidade alta . (RM: cortesia de Fergus Coakley, MD, University of Califórnia at San
Francisco. )
826 o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRíCIA
A B
c D
FIGURA 23-22. Cisto de duplicação gástrico em um feto com idade gestacional de 28 semanas. A. A ultrassonografia coronal oblíqua mostra
uma massa hiperecogênica no abdome (cursores), sugestiva de um pseudocisto de mecônio. B. A imagem de RARE sagital mostra a massa
fazendo pressão sobre o estômago (s). A massa é de sinal de intensidade ligeiramente mais baixa que a do estômago nessa imagem ponderada
para T2. C. A imagem de RARE axial mostra achados semelhantes a B. D. Imagem axial ponderada para T1 (TR/TE = 126/ 4; ângulo de flip =
80 0 ; FOV = 24 x 32 em; matriz = 96 x 256; fatia de 5 mm de espessura; um sinal adqui rido; espessura do corte, 5 mm) mostra que a massa
(m) tem sinal ligeiramente mais alto que o estômago adjacente. A aparência da massa suge re um cisto de duplicação, que foi confirmado no
período pós -natal. (De Levine D: State af the aft: Obstetfie MR imaging. Radialagy 211 :609, 1999. )
o PAPEL DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E DAS IMAGENS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM OBSTETRiclA 827
A B
c
FIGURA 23-23. Extrofia cloacal em um feto de idade gestacional de 20 semanas. A. A imagem de ultrassom sagital aponta um defeito na
parede abdominal anterior baixa Isetas) . Uma coleção líquida é observada na pelve sugestiva de uma bexiga deformada Iseta aberta); entre-
tanto, uma bexiga não deve ser vista em um caso de extrofia. Os rins não foram visualizados. B. A imagem de ressonância magnética IRM)
axial mostra um rim pélvico Ipontas de setas) na região da coleção líquida exibida pelo ultrassom. A medula espinhal é vista neste nível (seta
branca fina) compatível com uma medula retida. C. A RM axial na 38! semana de gestação mostra novamente o rim pélvico Ipontas de setas)
e a medula retida (seta). Esses diagnósticos foram feitos prospectiva mente após discussão com especialistas em cirurgia pediátrica e radiologia
pediátrica. Uma das vantagens da RM fetal é que especialistas que não estão acostumados à ultrassonografia obstétrica podem conseguir com-
preender melhor a RM com que são mais familiarizados. IDe Levine O: State of the art: Obstetric MR imaging. Radiology 211:609, 1999.)
tacional); e (3) volumes parenquimatosos cerebrais em casos anexiais, hidroureteronefrose da gravidez e anomalias fetais.
de venu'iculomegalia, para melhor predizer os resultados. À medida que nossa experiência com técnicas rápidas de RM
aumente, continuaremos a identificar pacientes nas quais a
RM contribui para sua avaliação.
CONCLUSÃO
A ultrassonografia continua a ser a modalidade de escolha
para triagem na avaliação da pelve materna e do feto, em vir- Referências
tude de seu custo relativamente baixo e capacidade de tempo
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24
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA
AVALIAÇÃO DO FETO
Beryl R. Benacerraf, MO
B
FIGURA 24--1. A. Reconstrução multiplanar de uma face fetal mostrando o plano A como um perfil, o plano B como uma imagem transversa
através da órbita e o plano C como uma exibição coronal através da face. Mostra também no quadrante inferior direito a imagem de uma
reconstrução de superfície enfatizando o terço médio da face. B. Uma imagem ampliada do modo de superfície do mesmo caso, enfatizando a
região de maxila, nariz e septo nasal e lábios.
832 o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
FIGURA 24-2. A. Reconstrução multiplanar de uma cabeça em um feto com agenesia do corpo caloso, assim como um cisto inter-hemisférico.
Observe que o plano reconstruído (plano e) no quadrante inferior esquerdo da imagem mostra esse plano de forma semelhante a um corte de
um plano de Te. B. A imagem do plano e mostra a orientação paralela do ventrículo lateral e do cisto (seta).
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 833
FIGURA 24-3. Esta figura mostra três conjuntos de imagens obtidas em ângulo reto uma com as outras, exibindo cortes paralelos através do
volume em cada um dos três planos ortogonais. Observe que este feto, com ventriculomegalia leve, pode ser observado em qualquer plano de
reconstrução, independentemente da forma como a imagem foi obtida. Todas essas imagens foram obtidas de um único volume de aquisição. A.
Cortes de planos coronais exibidos de um plano obtido sagitalmente. B. Cortes de planos sagitais exibidos de um plano obtido coronalmente.
Continua
paciente usando um ulu-assom em 2D , a possibilidade de dessa forma, os cortes paralelos tan.to no plano A, no
se reconstruir o plano e é que faz desta técnica plano B ou no plano e(Fig. 24-3). Sem ter navegado ati-
2. O volume pode também ser exibido em 8 a 10 cortes vamente através do volume, pode-se interpretar o volume
tomográficos paralelos, semelhantemente às exibições inteiro em múltiplos cortes e múltiplos planos. 10
utilizadas em Te e RM. Pode-se escolher a distância entre 3. O modo superfície de interpretação é o método de exibi-
os cortes individuais e o número de cortes exibidos. O s ção que vem sendo publicado nos impressos, mostrando
vários cortes paralelos podem ser visualizados em qual- frequentemente a face do bebê no útero (Fig. 24-4). Esse
quer dos três planos ortogonais escolhidos. mostrando, modo de superfície requer uma interface fluida na frente
834 o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
FIGURA 24-3, conto C. Cortes de um plano axial transverso exibido de um plano obtido coronalmente.
A B
FIGURA 24-4. A e B. Modo de superfície de uma face fetal de dois fetos diferentes no terceiro trimestre. Observe o detalhe das caracterís-
ticas faciais de ambos os fetos.
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 835
B
FIGURA 24-5. A. Face fetal usando a técnica de interpretação para tecido mole, mostrando a superfície da face, nariz e queixo . B. A imagem
do mesmo feto utilizando-se uma janela para osso e em perfil, demonstrando que a maxila é mais ecogênica que os tecidos moles adjacentes ao
nariz e aos lábios. As duas imagens são obtidas do mesmo volume , mas são mostradas com uma configuração pós-processamento diferentes.
da área em que vai ser obtida a imagem. 511.l 2 Pode-se rota- turi eletrônico para um corte adicional de volume visando
cionar o objeto, observar vários aspectos de sua superfície, a concentração em uma área particular dentro dele. 16.19
assim como cortes dentro do objeto, e observar as super- 5. Como a varredura mecânica é muito lenta para se obter
fícies desses cortes do volume. imagens adequadas do coração em tempo real, um méto-
Pode-se depois selecionar uma das muitas técnicas de do alternativo frequentemente usado chamado correlação
pós-processamento para visualizar tanto os tecidos moles de imagem espaço-temporal (STIC). Esta é uma técn.ica de
quanto o esqueleto do feto (Figs. 24-5 a 24-7). Existe tam- controle cardíaco que investiga um ciclo cardíaco inteiro e
bém o modo transparente, o qual permite o dispositivo de desempenha-o de volta, permite-nos visualizar a anatomia
Doppler colorido para ressaltar a imagem através do corpo do coração em tempo real. 20 .23 Pode-se, depois, visualizar
fetal transparente Y ·14 (Fig. 24-8). Finalmente, pode-se ava- esse volume em tempo real em três imagens ortogonais ,
liar um corte adicional da anatomia utilizando um bisturi em modo inverso, ou qualquer outro tipo de visualização
eletrônico para retirar partes da imagem, eliminando áreas necessária. Esses volumes podem ser manipulados para
visualizar as quatro câmaras do coração, os grandes vasos
que não fazem parte da anatomia que está sendo procura-
ou qualquer outra porção da anatomia cardíaca dentro
da, acentuando, portanto, a área de interesse (Fig. 24-9).
dessa amostra de volume (Fig. 24-13).
O bisturi eletrônico tem-se mostrado muito importante na
avaliação de malformações fetais. 15 No entanto, a maior vantagem de se utilizar o volume na image-
4. O modo inverso é a técnica de interpretação de volume nologia é a possibilidade de se salva.r volumes inteiros , conten-
inteiro na qual todas as áreas císticas dentro do volume do todas as informações ultrassonográficas dos pacientes. Os
se tornam digitalmente opacas e todas as áreas sólidas se volumes podem depois serem manipulados, reinterpretados
tornam transparentes (Figs. 24-10 a 24-12). A técnica nos e reconstruídos de formas diferentes exibidos tanto no modo
permite visualizar todas as áreas císticas que estão de 3D quanto no 2D, mesmo depois de o paciente ter deL"'{ado
alguma forma escondidas dentro do volume. A técnica o local do exame. Isso permite que o exame de ultrassom
do modo de superfície não nos permite visualizar as áreas seja menos operador-dependente, porque ele já não é mais
císticas contidas no volume e os múltiplos cortes, e a completanlente dependente das habilidades e da visão do
técnica dos três planos ortogonais nos fornece uma visão operador ou da exploração da sonda do ultrassonografista.
de apenas um fino corte das áreas císticas de cada vez. O Se a imagem não for adquirida no momento do escaneamento
modo inverso é a lll1ica maneira de individualizar, em uma original ou se o feto não está em uma posição perfeita, essas
visão de "olhos de pássaro", toda a área cística de alguma imagens adicionais podem ser reconstruídas e analisadas
forma escondida no volume. Pode-se utilizar depois o bis- depois que o paciente tenha terminado o exame ? I.26 Medições
836 o PAPEL DO ULT RASSO M EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
B
FIGURA 24-6. A. Anomalia da parte distai do membro da extremidade superior com um defeito da parte transversa do membro envolvendo o
punho e a mão é mostrada. A mão parece estar ausente nesta exibição de modo de superfície usando-se uma configuração para tecido mole.
B. O mesmo volume é mostrado numa janela para osso , demonstrando que existem dois dedos (seta) na porção distai do punho amputado.
A possibilidade de se observar os ossos ou os tecidos moles nas configurações usando-se o mesmo volume é uma vantagem da imagem em
3D, que permite que o operador avalie aspectos diferentes da anomalia sem a necessidade do retorno do paciente.
APLICAÇÕES DO ULTRASSOM EM
TRÊS DIMENSÕES
As aplicações da ultrassonogTafia em 3D são multiJacetadas
e incluem a possibilidade de realizar o escanean1ento inteiro
utilizando poucos volumes em 3D obtidos rapidamente. Essa
técnica pode substituir a tediosa aquisição de imagem em 2D,
permitindo que todo o escaneamemo seja reconstruído prati-
camente de poucos volumes que contêm um infinito número
de cortes de imagem.21.25 A ultrassonografia em 3D é também
útil na avaliação adicional dessas malformações vistas em 2D
que podem ser mais extensivamente examinadas utilizando-se
o modo de superfície ou múltiplos planos de reconstrução.
H á também muitas aplicações para a imagenologia do cora-
ção e da face , realizando medições volumétricas de muitos
organismos fetais, avaliando o primeiro trimestre do feto e
observando o feto exibido em 3D por meio do Doppler. Toda
FIGURA 24-7. Janela óssea é usada para demonstrar a face do
feto. Observe que a maxila é particularmente mais bem observada essa discussão é posteriormente detalhada neste capítulo.
utilizando-se a intensidade máxima da janela. Primeiramente, toda a importância da utilização da ima-
gem em volume relata a possibilidade de armazenar todas as
informações da ultrassonografia em poucos volumes, para
também podem ser feitas dentro do volume - medições que exibir qualquer imagem ou qualquer plano mesmo após o
podem talvez ser indevidamente omitidas no momento do paciente não estar mais presente. Isso foi primeiramente rela-
escaneamento ou medições que apenas podem ser observadas tado por Nelson et al.,26 que avaliou a viabilidade de se realizar
em planos de reconstruções. Posteriormente, podem-se trans- estudos de ultrassom em 3D e transmiti-los para ouu-o centro
mitir todos os dados para outros centros para revisão e um do país, para uma revisão rjJ7.ine neste local distante. Esse
reescaneamento virtual para consultas terciárias ou meramen- estudo mostrou que a ultrassonografia em 3D pode produzir
o 837
---
PAPEL DO UL TRASSOM EM TR ÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
A B
FIGURA 24-8. A. Circulação fetal normal, usando o Doppler de
potência em 3D com 23,6 semanas de gestação. Observe que a cir-
culação arterial e a venosa são mostradas. B. A circulação intracere-
bral na semana utilizando-se o Doppler de potência em um volu-
me de imagem em 3D. C. A circulação placentária fetal é mostrada
nesta imagem em 3D do Doppler de potência no terceiro trimestre.
A inserção do cordão umbilical é indicada pela seta larga branca. As
setas amarelas pequenas mostram os troncos das vilosidades princi -
pais. (Reproduzido com a permissão de Lee W, Kalache KD, Chaiwo-
rapongsa T, er ai: Three-dimensional power Doppler ulrrasonography
during pregnancy. J Ulrrasound Med 22:91,2003.)
A B
FIGURA 24-9. A. Hidrocele bilateral, assim como hérnia inguinal bilateral (seras), se estendendo dentro do escroto. B. Os dois testículos na
bolsa circundados por um fluido usando-se a técnica do modo de superf ície. Isso é conseguido pelo corte de partes da imagem usando-se um
bisturi eletrônico para mostrar a superfície dos testículos dentro do escroto. Observe que um dos sacos herniários também pode ser visualizado
nessa imagem de superfície.
838 o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
A c
FIGURA 24-10. A. Imagem carona I através dos cornos frontais fetal em um feto com ventriculomegalia leve. Observe a presença do cavo do
septo pelúcido (seta) entre os cornos frontais. B. Uma reconstrução multiplanar do mesmo feto mostrando a presença do corpo caloso intacto
(seta). O terceiro plano no quadrante interior esquerdo da imagem mostra uma secção transversal através do átrio do ventrículo lateral numa
visão de reconstrução completa que não se obtém em um escaneamento convencional em 2D . C. O modo inverso do mesmo caso mostrando
uma parte do ventrículo lateral e do cavo do septo pelúcido entre os dois cornos f rontais.
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 839
A
B
FIGURA 24-11. A. Visão da reconstrução transversa através do coração de um feto com hidrocefalia e áreas císticas em torno associadas
aos cornos frontais. B. O modo inverso é observado, mostrando a associação do ventrículo lateral dilatado e uma área cística frontal.
imagens de qualidade para diagnóstico, que podem ser trans- revisão dos cinco volumes foi feita rifline em apenas 5 minutos,
mitidas e reconstruídas para produzir imagens similares às resultando em um tempo total de escaneamento de 6 minutos
originais obtidas durante o escaneamento em 2D do paciente. comparados com aproximadamente 14 minutos por escanea-
Apesar de a qualidade da reconstrução da imagem ser inferior mento para realizar o mesmo exame na imagenologia padrão
à da original em 2D obtida diretamente do paciente, esse estu- em 2D . A metodolog-ia desse conjunto de dados do volume
do mostrou que é clinicamente viável se adquirir os dados do para a projeção das pesquisas estruturais do segundo u-imestre
volume em 3D de um local e exibir esses dados em outro com pode aumentar acentuadamente a eficiência nos departan1en-
uma qualidade clínica razoável. 26 tos de ultrassom, pois o escaneamento pode ser realizado em
menos da metade do tempo perdido para realizar um exame
fetal padrão em 2D .
AS MELHORIAS NA PRÁTICA DO Esse estudo foi adicionalmente expandido utilizando-se 50
ULTRASSOM UTILIZANDO-SE O pacientes, comparando a capacidade de revisar os volumes
ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES de três médicos independentes. 25 O tempo tradicional de
escaneamento em 2D era de 19,6 minutos por escaneamento,
Não há dúvidas de que a imagem de volume em 3D pode ser comparado a 1,8 minuto para aquisição de cinco volumes pelo
usada para exibir todas as informações que normalmente são operador. A revisão dos volumes, incluindo as medições rifline
obtidas usando-se o ultrassom em 2D, e muito mais, em um do diâmetro biparietal e do fêmur, variavam entre 4,79 e 5,53
período de tempo menor de manipulação (Fig. 24-14). minutos pelos três médicos interpretantes. Pelo menos 90%
Em um estudo piloto de 25 casos, investigou-se prin1eiro das estruturas anatômicas foram identificadas com sucesso na
o conceito de que cinco varreduras de volume em 3D podem reconstrução virtual em 3D , comparada à 2D. Todos os três
ser usadas para produzir todas as imagens necessárias para médicos obtiveram sucessos equivalentes na reconstrução das
uma pesquisa ultrassonográfica fetal completa do segundo imagens, assim como na identificação de fetos com anoma-
trimestre. Foi observado que o conjunto de dados do volume, lias. Isso também indica uma acentuada economia de tempo
designados para englobar toda a anatomia fetal (centrada na na realização da pesquisa da anatomia fetal padrão, que foi
cabeça, face , tórax., abdome e extremidades inferiores), pode realizada em menos de 2 minutos do tempo de escaneamento
ser salvo e revisto virtualmente no sistema de annazenamen- real 25 Essa aplicação do ultrassom em 3D provavelmente se
to, para produzir uma pesquisa fetal completa, mostrando a tornará importante em uma tentativa de melhorar a eficácia
anatomia fetal, assim como o diâmetro biparietal e as medi- dos departamentos de ultrassom.
ções do comprimento do fêmur. 24 A pesquisa estrutural com- A revisão e o escaneamento dos volumes ultrassonográ-
pleta foi realizada em 20 dos 25 fetos, com a maior parte da ficos são também cruciais para permitir ao ultrassom um
pesquisa incompleta devido à falta de visualização completa certo aumento na padronização e na flexibilidade existente
de uma das mãos. O mais importante, entretanto, é que os na Te e RM. Essa aplicação do volume ultrassonográfico
cinco volumes de aquisição foram realizados em 1 minuto e a provavelmente diminui a dependência do operador, que tem
840 o PAPE L DO ULTRASSOM EM TR ÊS DIM ENSÕES NA AVALIA ÇÃO DO FETO
A C
FIGURA 24- 12. Holoprosencefalia lobar mostrando a ausência do cavo do septo pelúcido e a fusão dos cornos front ais através da linha média.
A. Imagem coro nal da regi ão dos cornos frontais mostrando a ausência do cavo do septo pelúcido e conexão dos cornos. B. Reconstrução
multi planar dos três planos ortogonais. O defeito é mostrado pelo ponto de referência (superior direito, inferior esquerdo). que é locali zado
na região onde o cavo do septo pelúcido deveria estar. Observe também que o modo inverso é exibido no quadrante inferior direito da caixa,
mostrando o conjunto de ventrículos. C. Imagem interpretada do interior do ventrículo lateral direito na fusão entre o ventrículo lateral.
Continua
o PAPEL DO ULTRASSOM EM T RÊS DIMENSÕ ES NA AV A LI AÇÃO DO FETO 841
D E
FIGURA 24-12, conto D, E. Modo inverso mostrando o conjunto do ventrículo lateral e a conexão entre eles .
sido um inconveniente para o ultrassom por tanto tempo. O houve apenas um paciente cujo tratamento foi realmente
exame virtual em 3D também pode ser bem adaptado para afetado pelas informações em 3D . O tipo de anomalias no
a ecocardiografia , na qual os volumes podem ser obtidos e qual a imagem em 3D foi útil inclui defeitos faciais, anorma-
enviados para centros que podem fazer uma avaliação adicio- lidades de membros e defeitos no tubo neural. A vantagem
nal de todos os de dados cardíacos. Esse conceito adicional do ultrassom em 3D é proveniente amplamente da
de escaneamento de volume com interpretação qfJline pode capacidade de reconstrução multiplanar de cortes do
ser particularmente útil para pacientes escaneados em locais to de dados de volume do ultrassom em 3D. Esses autores ,
distantes em que cuidados especializados de terceiros não são assim como Mertz et al., concluíram que o ultrassom em
obtidos com facilidade. Em panicular, em áreas nas quais a 3D deve ser usado como um auxiliar da imagenologia em
especialização em coração fetal pode não estar disponível, os 2D para realizar avaliações amplas de anormalidades fetais
examinadores podem ter a opção de obter assistência pelo congênitas .34 .37
encaminhamento desses conjuntos de dados para centros Outras pesquisas, entretanto, constataram que a in1agem
cardíacos.28 .29 do ultrassom em 3D não oferece informações adicionais sig-
nificantes comparadas às que podem ser adquiridas usando o
ultrassom em 2D . Apesar de algumas malformações poderem
AVALIAÇÃO DE ANOMALIAS ser mais bem visualizadas com a reconsuução em 3D, esses
CONGÊNITAS COM O ULTRASSOM autores acreditam que o ultrassom em 3D não fornece infor-
EM TRÊS DIMENSÕES mações adicionais significantes que possam mudar os proce-
dimentos nos casos de tais anomalias. 35
As pesquisas têm comparado o uso do ultrassom em 3D e
em 2D nas investigações de malformações feta is identifica-
das originalmente pelo ultrassom em 2D .30 -37 M ui tas des-
A Face Fetal
sas pesquisas têm demonstrado que a imagenologia em A avaliação da face fetal com o ultrassom em 3D tem recebido
volume pode adicionar valor ao u ltrasson: fadrão em 2D muita atenção na literatura como uma técnica complementar
na avaliação de fetos com malfonnações.32 ,34,30.3 A maioria dos da ultrassonografia em 2D , uma vez que uma malformação
estudos foi relatado por Merz e seu grupo,37 que estudou 906 fetal é identificada. A aquisição de volume da face fetal pode
fetos malformados e demonstrou que a ultrassonografia em ser reorientada como se uma linha média verdadeira do plano
3D apresentou vantagens, fornecendo informações adicionais sagital pudesse ser originada de um feto que não estivesse em
em 60,8% dos casos quando comparado ao ultrassom em uma posição favorável (Fig. 24-15). Se o feto não está em uma
2D isolado. Essas informações adicionais, em muitos casos, posição ideal para avaliação do perfil, o plano médio-sagital
são derivadas da reconstrução tomográfica multiplanar. verdadeiro pode ser reconstruído a partir de um volume da
Entretanto, em alguns pacientes, o modo superfície mostra face fetal, otimizando, desse modo, a detecção de anormalida-
melhor a malformação. Dyson et al. 34 estudou 63 pacientes des faciais fetais como a micrognatia 38 A imagem do modo
com 103 anomalias usando tanto o ultrassom em 2D quanto de supeIfície também pode ser útil para avaliação do lábio e
o em 3D . A pesquisa concluiu que a imagem em 3D forneceu mento, e a imagem multiplanar pode ser usada para avaliar o
informações adicionais em 51 % das anomalias, sendo equi- palato fetal em casos de suspeita de fenda palatina (Figs. 24-15
valentes em 45% das anomalias e desvantajosas em 4%, em a 24_21 )39-43
comparação ao ultrassom em 2D isolado. Apesar de metade A reconstrução em 3D da superfície facial fetal é uma
dos pacientes ter sido beneficiada com o ultrassom em 3D , das primeiras aplicações que se tornaram populares fora da
842 o PAPEL DO UL TRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
FIGURA 24-13. A. Reconstrução multiplanar de um coração normal no segundo trimestre. A quarta câmara é exibida no quadrante superior
esquerdo, e a reconstrução da artéria pulmonar é mostrada no quadrante superior direito da imagem (plano B). B. A via de saída pulmonar é
indicada por um ponto (seta) no plano de aquisição (plano A). A artéria pulmonar é também mostrada na imagem de reconstrução nos outros
dois planos , e o ponto de referênc ia (seta) indica um ponto único no espaço que representa a via de saída pulmonar.
Continua
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 843
FIGURA 24-14. A. Imagem de tomografia computadorizada mostrando um coração fetal normal no segundo trimestre, demonstrando que é
possível a observação do ventrículo lateral, do plexo coroide, da fossa posterior e da prega nucal, usando o mesmo volume individual mostrado
dessa forma. B. Uma tomografia similar do tórax fetal. Observe que o coração inteiro está bem exibido , mostrando a artéria aorta e a artéria
pulmonar , assim como o estômago do feto abaixo do coração usando esses múltiplos cortes paralelos.
Continua
o PAPEL DO UL TRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 845
c
FIGURA 24-14, conto C. Interface do pulmão fetal e fígado com várias seções paralelas obtidas de um volume único através do tórax e do
abdome fetal. As anatomias do tórax fetal, do coração e do abdome podem ser mostradas em sua totalidade utilizando-se um único volume.
FIGURA 24-15. Reconstrução multiplanar de um perfil fetal no terceiro trimestre, mostrando que é possível orientar a face fetal de tal maneira
que o perfil possa aparecer como na imagem superior esquerda (aquisição do plano AI; uma exibição t ransversa através da órbita observada
no plano B e o plano C mostra a imagem de reconstrução coronal por ambas as lentes das órbitas - uma imagem que não pode ser obtida
pelo escaneamento direto do paciente.
846 o PAPEL DO UlTRASSOM EM TR ÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
B
FIGURA 24-16. A e B. Duas imagens de um feto no segundo tri-
mestre com fenda labial e palatina, mostrando o modo de superfície
do defeito.
A B
FIGURA 24-19. Um feto do terceiro trimestre com fenda labial e palatina bilateral. A. Modo de superfície da face do feto, mostrando que a
fenda (seta) se estende para o interior do assoalho da cavidade nasal. B. Ponto mais interno da maxila, mostrando a fenda bilateral, que envolve
o palato duro. Observe o septo nasal e os defeitos na base de ambas as narinas.
FIGURA 24-26. Cérebro de um feto normal no terceiro trimestre mostrado nos três planos ortogonais. Observe que o corpo caloso (seta) é
me lhor visualizado no plano B.
850 o PAPEL DO ULTRASSOM EM TR ÊS DIM ENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
B
FIGURA 24-27. A. Imagem da reconstrução multiplanar de um cisto inter-hemisférico em um feto no terceiro trimestre. Observe o cisto
central, o qual está associado à agenesia do corpo caloso. B. Ampliação da imagem da reconstrução mostrando a forma e a configuração do
cisto.
plasia do terço médio da face na sindrome de Larsen, apenas único corte no ultrassom em 2D. Portanto, o ultrassom em
para nomear alguns. 73. 86-88. 90-93 Ruano et al. 91 avaliaram a 3D poderia ser um método complementar ao ultrassom em
contribuição da imagenologia do volume em 3D na descrição 2D, realizando um diagnóstico esquelético exato. Há opiniões
de displasias esqueléticas em seis casos . Entre os três casos de que a imagenologia do volume em 3D fornece valiosas
de acondroplasia, dois casos de osteogênese imperfeita e um informações para diagnósticos melhores e além do ultrassom
caso de crondrodiaplasia punctata, a utilização do ultrassom em 2D, ainda restrita devido ao número pequeno de casos
em 2D estabeleceu o diagnóstico correto em quatro casos, estudados (Figs. 24-34 a 24-36).
enquanto o ultrassom em 3D alcançou o diagnóstico correto Houve diversas tentativas de se utilizar o ultrassom em
em todos os seis casos. Esses autores informaram que o ultras- 3D para auxiliar na detecção de fetos detentores da síndrome
som em 3D tinha uma vantagem sobre o ultrassom em 2D de Down (Fig. 24-37). Lee el al. 94 estudaram a capacidade
no qual poderia se obter a imagem do feto inteiro dentro do do 3D de fornecer medições do ângulo ilíaco fetal e mostrar
volume em oposição a apenas uma porção do feto usando um que um ângulo ilíaco padronizado pode ser adquirido mais
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 851
FIGURA 24-28. A. Hemorragia intracraniana no terceiro trimestre mostrada em uma reconstrução multiplanar. Observe que as informações
dentro do volume são mostradas em todos os três planos pe rpendiculares, permitindo que este único volume forneça qualquer plano dentro da
cabeça fetal depois que o paciente for embora. 8 . O plano reconstruído.
852 o PAPEL DO ULTRASSOM EM T RÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
FIGURA 24-31. Reconstrução multiplanar de uma espinha fetal normal no segundo trimestre, utilizando-se uma janela para osso para melhorar
a aparência do esqueleto.
B
FIGURA 24-33. A. Feto no segundo trimestre com anormalidade
no corpo vertebral no nível de T 11. Observe a escoliose produzida
pela anormalidade do corpo vertebral vista na imagem padrão em
20. B. Reconstrucão em 3D deste esqueleto fetal utilizando a janela
para osso. Esta demonstra a ausência unilateral da costela
em T10 (seta), com uma costela normal do lado oposto. A anorma-
lidade da costela não foi visualizada no escaneamento inicial em 20,
entretanto, foi prontamente localizada na reconstrução em 3D .
o Coração Fetal
Há vários trabalhos em pesquisa a resReito das avaliações
em 3D e em 4D do coração fetal . 120 . 1 3 Gonçalves el al. 30
apresentam um excelente resumo dos estudos ocorridos até o
momento. Em geral, quando se comparam as imagens em 2D
e as em 3D, as imagens em 2D detêm um índice de sucesso
maior na identificação das quatro câmaras e dos grandes
vasos do coração. 3o Infelizmente, devido ao rápido movimen-
to do coração, as imagens em 3D e em 4D produzidas se tor-
nam borradas devido ao movimento no ciclo cardíaco. A falta
FIGURA 24-36. Feto no segundo trimestre com artrogripose, mos- de resolução resultante limita a capacidade que o ultrassom
trando a contratura de ambas as extremidades, inferior e superior. de volume tem de completar imagens suficientemente claras.
Observe a postura não usual deste feto, indicando o posicionamento Isso é suscetível à mudança quando a matriz do transdutor se
fixo dos membros. Uma vantagem da reconstrução em 3D é o amplo torna disponível para a imagem fetal.
campo de visão disponível para observar o posicionamento geral do
feto no útero.
A B
FIGURA 24-37. A e B. Feto no segundo trimestre com a síndrome de Down mostrando o arredondamento da face, uma orelha pequena e
com uma localização inferior, face plana e um tecido mole pouco espesso na região do pescoço.
856 o PAPEL DO UlTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
B
c
FIGURA 24-38. A. Feto com oito semanas e meia mostrada na reconstrução multiplanar, demonstrando um desenvolvimento normal do
cérebro. B. Imagem longitudinal do desenvolvimento do cérebro mostrada com mais detalhes. C. As áreas císticas no interior do cérebro em
desenvolvimento podem ser invertidas com o 3D demonstrando o desenvolvimento do sistema ventricular como um bloco. Observe os dois
ventrículos laterais e o terceiro ventrículo, assim como o quarto ventrículo, normalmente amplo nesta fase gestacional.
o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO 857
A B
FIGURA 24-39. A. Feto de nove semanas de idade, mos-
trando o detalhe através do modo de superfície da face
fetal, a presença da orelha fetal, os cotos de membros e a
inserção do cordão. B. Uma imagem do dorso de um feto
no final do terceiro trimestre (11 semanas), demonstrando
a localização da orelha fetal , assim como, os detalhes das
extremidades e das costas. C. Novam en te as orelhas fetais
são observadas na 1 semana em uma reconstrução da
imagem de superfície , a qual também mostra detalhes da
face fetal e a inserção do cordão na placenta.
c
858 o PAPEL DO ULTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
vizinhos. As áreas específicas de estudo utilizando a imagem também estudaram 32 fetos com risco de hipoplasia pulmonar
em 3D do Drppler de potência abrangem a avaliação do fluxo e concluíram que tanto as reconstruções multiplanares quanto
de sangue renal , assim como o fluxo sanguíneo do fígado do O método VOCAL em 3D podem ser utilizados para a obten-
feto normal, mostrando a vascularização normal do fígado ção de medições adequadas do volume do pulmão fetal. O
e as no fluxo com o a:ranço do período _§es tacio- VOCAL tem a vantagem de ser capaz de detectar áreas de
nal. 148·IoO Em um estudo prospectIvo, Kalache el al.1o eXarnJ- irregularidades do parênquima pulmonar, como em casos de
naram 390 fetos , dos quais oito tinham anomalias vasculares, hérnia diafragmática comprimindo o pulmão. As varreduras
incluindo a ausência de ducto venoso, uma conexão direta do volume são mais bem desempenhadas com o feto na sec-
entre a veia umbilical e o átrio direito, e uma conexão direta ção transversa. Essa capacidade de medição de volume do
entre a veia umbilical e a veia cava inferior. Eles concluíram pulmão com o ultrassom em 3D se traduziu em um novo no r-
que o Doppler de polência em 3D era muito útil no mapeamento mograma para o volume pulmonar fetal normal em diferentes
do curso da veia umbilical e da circulação do sistema porta, idades gestacionais. Esse método pode ser uma alternativa
assim como do ducto venoso, em tais pacientes. O Drpp/er de para as imagens pulmonares fetais de RM. Sabogal et al. 168
potência em 3D foi também utihzado para avaliar o conjunto estudaram 75 pacientes de 20 a 30 semanas com 182 volumes,
de vasos em um caso de sequestro pulmonar, mostrando mostrando que as medições derivadas da ultrassonografia
adequadamente o suprimento sanguíneo anormal. 151 em 3D eram confiáveis e reproduzíveis dentro daquela faixa
de idade gestacional. A avaliação em 3D do pulmão fetal
também foi estudada como um fator prognóstico de hérnia
diafragmática isolada. A proporção do volume pulmonar fetal
AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE esperado-para-observado foi significativamente menor no
VOLUME grupo de fetos com hérnia diafragmática congênita, em com-
paração ao grupo controle. 164 A distribuição dessa proporção
Uma importante aplicação clínica da imagem de volume em foi particularmente menor nos pacientes com hérnia diafrag-
3D é a capacidade de se medir volumes mais fácil e eficazmen- mática congênita que não sobreviveram em comparação aos
te, se comparado à imagem utilizada em 2D. Muitos profis- que sobreviveram.
sionais têm demonstrado que os métodos de ultrassonografia
em 3D promovem uma medição de volume mais precisa que
as múltiplas imagens usuais em 2D, independentemente da ARTEFATOS
forma e da regularidade dos objetos.152'155 As áreas específicas
que vêm sendo estudadas incluem o pulmão fetal e o diagnós- Os artefatos que ocorrem como resultado da imagenologia de
tico pré-natal de hipoplasia pulmonar, principalmente em casos volume podem ser diferentes daqueles que são familiares ao
ultrassom em 2D.189.191
de hérnia diafragmática.1 53'165 Também foi reportada
a medição de volume a respeito dos rins, fígado, coluna, Os artefatos usuais, como o sombreamento e a trans-
coxa e outras extremidades, assim como o peso fetal.169.185 missão direta, estão presentes em qualquer tipo de exames
Volumes de cérebro fetal vêm sendo calculados utilizando-se de ultrassom, mas há novos artefatos inerentes às imagens
a imagem de volume em 3D com excelente sucesso e uma de reconstrução em 3D (Figs. 24-41 a 24-44). Esses incluem
boa variabilidade inter e intraobservador. 73.185 Os volumes artefatos de movimento, como o movimento fetal e os movi-
fracionais dos membros em 3D vêm sendo investigados como mentos cardíacos. Isso também é importante para o reco-
um meio de prever o peso de nascimento, a taxa de nhecimento de sombreamento acústico por ser de ocorrência
crescimento fetal e a nuoição durante a gestaçãol74- 80 Lee el pouco provável em um local de imagem de reconstrução. O
al. 180 estudaram o volume fracional dos membros, incluindo sombreamento é inteligível com base na aquisição da imagem,
tanto o braço superior como a coxa em 100 fetos numa média porém, como planos diferentes são reconstruídos, a sombra
de 39 semanas de idade menstI·ual. A melhor predição, a qual pode não mais fazer sentido e não deve ser interpretada como
inclui a circunferência abdominal e o volume da coxa fracio- uma patologia. Um reforço acústico atrás de uma estrutura
nal, derivado de apenas -0,025% +/- 7,8% do peso atual de cística é também um achado provável em uma imagem de
nascimento. Mais 30 fetos foram testados prospectivamente ultrassom padrão, mas pode ser praticamente irreconhecível
e o método em 3D previu 20 dos 30 pesos fetais dentro de na imagem de reconstrução. Essa área cística que foi gerada
5% do peso de nascimento real, comparado com o método pela transmissão direta pode não ser localizada na proxinúda-
tradicional em 2D, que previu apenas seis dos 30 pesos com de usual da área de reforço da imagem reconsollída e tam-
a mesma precisão. Outros pesquisadores também têm estu- bém nem sequer pode aparecer em todas as in1agens. Outros
dado o volume da coxa e têm constatado que essas medições artefatos podem ser produzidos , como um membro aparente
prometem ser uma útil referência na avaliagão do crescimento ou um defeito facial, com base na posição de aquisição dos
fetal e de seu estado nutricional no útero. 17,179,180 Song el al. 179 conjuntos de dados dentro da imagem. É importante o conhe-
tan1bém concluíram que as medições de volume da coxa no cimento da aparência desses novos artefatos para o correto
ultrassom em 3D eram de fácil realização e mais precisas que reconhecimento quando esses ocorrerem.
os métodos de ultrassom em 2D para a previsão da estimativa
de peso durante o terceiro trimestre.
LIGAÇÃO PARENTAL-FETAL
Muitos pesquisadores têm estudado o volume e a aparên-
cia da placenta na tentativa de quantificar o crescimento fetal Observar o feto como se fosse na vida real como no 3D modo
e seu bem-estar. 187,188 As medições de volume da placenta, de superfície, pode despertar muitas emoções à mãe, ao pai
contudo, não constituem uma técnica eficaz para a previsão e aos membros da família (Figs. 24-45 e 24-46). Esse tipo dc
do crescimento em fetos com restrição. 187 ligação parental-fetal pode, algumas vezes, conduzir a uma
A avaliação volumétrica dos pulmões fetais também alteração de comportamento do estilo de vida, como parar
tem dinamizado um grande número de estudos utilizando a de fumar ou de ingerir álcool por parte da mãe. Há muitos
técnica chamada análise virtual de órgão auxiliada por com- estudos que comparam os efeitos do ultrassom em 2D com o
putador (VOCAL, GE Healthcare).'53"65 Kalache el a1. 161 ,162 escaneamemo em 3D e em 4D na ligação e no estado emo-
860 o PAPEL DO UlTRASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
FIGURA 24-41. A reconstrução multiplanar no terceiro trimestre da face fetal mostrando um artefato devido ao movimento fetal. Nota -se uma
indentação no nariz de um lado melhor observada no plano B multiplanar (sela) e transmitida para o modo de superfície como um alongamento
nasal do mesmo lado (sela). Este é um artefato devido ao movimento fetal durante a aquisição e aparece em todos os planos reconstruídos.
B
FIGURA 24-44. Reconstrução multiplanar do modo de superfície da face fetal no final do primeiro trimestre mostrando que o feto inteiro
está posicionado dentro do plano de caixa. Observe que a imagem obtida mostra o feto inteiro, completo com as extremidades. A. Exemplo do
que ocorre quando o feto se move parcialmente para fora do plano de caixa. B. Tanto o crânio quando as extremidades inferiores estão fora
de plano, resultando na imagem em que o feto parece apresentar as pernas cortadas (seta) logo acima dos joelhos. Este é um artefato que
depende do posicionamento do plano de caixa.
862 o PAPEL DO ULT RASSOM EM TRÊS DIMENSÕES NA AVALIAÇÃO DO FETO
Entretanto, nesse estudo aleatório, a inclusão do ultrassom aperfeiçoaram, o potencial da imagem em volume em ultras-
em 4D não modificou a emoção pré-natal atribuída à mãe, som terá um longo alcance e poderá muito bem reformular o
em comparação às pacientes submetidas apenas ao exame modo como esse exame é praticado atualmente.
de ultnssom em 2D convencional. Por outro lado, Ji et al. 192
estudaram 50 mães que realizaram o ultrassom em 3D e 50
que realizaram o exame de ultrassom em 2D. As pacientes Referências
do ultrassom em 3D demonstraram ser mais positivamente
influenciadas e mostraram suas imagens de ulo-assom para 1. Nelson TR, Pretorius OH: Management of three-dimensionalultra-
um maior número de pessoas dentro de suas famílias e ami- sound patiem data via networks. Ultrasound Rev Obstet G)'necol
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25
o CUIDADO PRÉ-NATAL DO F ETO
COM UM DEFEITO CORRIGÍVEL
Robert H . Ball, MD e Jan Deprest, MO , PhD
Introdução Doenças
Morbidade e Mortalidade Materna para 178 Intervenções na UCSF com Continuação Pós-operatória da
Tabela 25-1
Gestação e Dividida em Subgrupos Operatórios
Endoscopia FETENDOI Percutâneo FIGSI Todas as
Técnica Operatória Histerotomia Aberta Lap-FETENDO Lap -FIGS Interven ções
FETE N DO, fetal cndoscopic procedure (procedimento endoscópico felal); FIGS, felal image·guides surger)' (cirurgia fetal guiada por imagem): Lap·FETE NDO.
la parotOmy anel fetal endoscopic procedure (laparotomia c procedimeJltO cncloscópico fetal); Lap-FIGS. laparo tom}' anel fetal image-guides surge r)' (laparotomia e cirurgia
fClal guiada por imagem); UCS F, Universit)' of California, San Francisco (Universidade da Califórnia. São Francisco).
Riscos
Nós revisamos recentemente nossa experiência na UCSF com
rusterotomia materna l (Tabela 25- 1). Foram realizadas oitenta
e sete histerotomias entre 1989 e 2003. H ouve complicações
signifIcativas no pós-operatório imediato. Na experiência ini-
cial, edema pulmonar relacionado a uso de múltiplos agentes
de tocólise e tratamento agress ivo com líquido foi um pro-
blema signilicativo. 5 Treze por cento necessitaram de trans-
fusão por perda sanguúlea intraoperatória. A evolução das
gestações também foi afetada significativamente por uma taxa
de ruptura prematura de membranas (RPM) de 52%, e 33%
entraram em trabalho de parto prematuro refratário à máxi-
ma dosagem de adminisu'ação de agentes de tocólise, levando
ao pano. O tempo médio entre a histerotomia e o parto foi
FIGURA 25-1 . Fotografia de laparotomia e histerotomia operatória
de 4,9 semanas (abrangendo entre O e 16 semanas). A idade
em um macaco Rhesus . Este trabalho inicial trilhou o caminho para gestacional média no momento do parto foi de 30,1 semanas
a capac idade de realizar tais procedimentos com segurança em uma (abrangendo entre 21,6 semanas a 36,7 semanas). Outros 6.7
mãe portadora de um feto com uma variedade de malformações. tiveram expel;ências semelhantes em relação a um risco
aumentado de parto pré-termo após rusterotomia. A maior
parte da morbidade associada à rusterotomia diminuiu com a
experiência. Edema pulmon3l" significativo ou perda sanguí-
nea são raros, e a média de idade gestacional no momento do
parto para o tratamento de uma meningomielocele (MMG) é
tas (Fig. 25-1 ). A razão para o uso de um modelo primata é agora em torno de 34 semanas.
que outros modelos de úteros de animais grandes, como os
das ovelhas , são muito mais complacentes. O útero da ovelha
tem paredes mais fInas e tem uma placenta multicotilédona. Procedimento
O fechamento é mais direto e um u-abalho de parto pré-termo Os aspectos práticos da rusterotomia e o cuidado pós-opera-
raTamente é um problema signifIcativo. O perfIl de segurança tório evoluíram desde os anos iniciais da experiência. Segue
nestas séries de cirurgias fetais em primatas teve boa resposta, uma descrição de nossa abordagem atual. Longas discussões
incluindo fertilidade subsequente. 2 A experiência em humanos em relação aos riscos, benefícios e alternativas do procedi-
é agora extensa, tanto na UCSF quanto em outras universida- mento são importantes, incl uindo a natureza experimental da
des ,1.3.4 primariamente associada ao grande número de trata- cirurgia. Nós difercnciamos geralmc11lc os riscos para a mãe,
mento de spina bjfula (espinha bífida) fetal. Nós reservamos, na o feto e a gestação em nosso aconselhamento. Os riscos para a
prática, os procedimentos de laparotomia/histerotomia para mãe são semeUlantes a qualquer cirurgia abdominal, embora,
tratar sPina bjfida, ressecção de teratoma sacrococcígeo e outros neste caso, não haja benefícios físicos diretos paTa ela. Além
tumores, e lobectomia para tratar malformação adenomatóide disso, existem os riscos associados à terapia tocolítica agressiva
cística do pulmão congênita (MACP). e ao tempo de repouso em um estado de hipercoagulabilidade.
o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL 869
Os riscos para o feto são primariamente instabilidade vascular O cuidado pós-operatório geralmente envolve 24 horas
e hipoperfusão intraoperatória, levando a lesões orgânicas ou de tocólise intravenosa com sulfato de magnésio assim como
morte, e prematuridade devido a complicações pós-operató- manutenção com indometacina oral por um total de 48 horas.
rias. Os riscos para a gestação são primariamente trabalho Geralmente a manutenção tocolítica de longo prazo com
de parto pré-tenno e ruptura prematura de membranas e nifedipina é mantida até o parto. "Profilaxia" antibiótica é
parto pré-termo. Complicações infecciosas são raras, exceto continuada por 24 horas. É realizada monitoração por ultras-
quando a ruptura prematura leva à latência prolongada. Um sonografia pelo menos uma vez por dia para avaliar a saúde
ponto de discussão adicional importante é que todos os partos fetal , volume de líquido amniótico, comprimento cervical
subsequentes, incluindo a gestação primordial, devem ser rea- e patência ductal. A alta hospitalar geralmente ocorre 4 a 5
lizados por incisão cesariana. Dados em relação à fertilidade dias após a cimrgia. Havendo boa evolução, a monitoração a
futura foram favoráveis, sem aumento da incidência de infer- longo prazo com ultrassonogTafia continua com uma frequên-
tilidade, na experiência da UCSF, nas pacientes que tentaram cia semanal.
novas gestações.8 A experiência do Children' s Hospital of
Pennsylvania (CHOP) sugere um risco preocupante de mp-
turaldeiscência uterina em gestações subsequemes, que pode FETOSCOPIA
ser tão alto quanto 6% a 12%, o que poderia ser considerado A crescente popularização da cimrgia videoendoscópica nos
mais alto do que o risco após cirurgia cesaI;ana baixa prévia anos 1990,jumamente com a experiência recente com fetosco-
(1 % ou menos)lO ou cesal;ana clássica (5% a 10%). 11 Outro pia, pavimentaram o caminho para a cirurgia fetal endoscópi-
risco potencial nas gestações subsequentes é a placenta acreta. ca. O argumento baseava-se em que uma pequena punção da
A razão para este risco é que o local da histerotomia realizada cavidade a.nmiótica superaria os passos limitantes da cirurgia
no segundo trimestre nunca é na mesma área de um corte fetal: (1) u-abalho de parto pré-termo, que acreditava-se ser
de cesal;ana. Há um risco aumentado de placenta aCl-eta em deflagrado por uma grande incisão uterina da cirurgia fetal
qualquer caso no qual a implantação é feita em uma área de aberta; e (2) morbidade materna significativa associada a uma
cicatriz uterina. Múltiplas incisões aumentam a probabilidade grande laparotomia. A última esperança era que a intervenção
de implantação nestas áreas. Para nosso conhecimento, não fetoscópica seria possível por uma abordagem percutânea.
houve um caso de placenta acre ta em uma paciente nossa Modelos animais foran1 desenvolvidos para testar os novos
submetida a cirurg-ia fetal, em uma gestação subsequente. instrumentos e técnicas. O modelo ovino é muito resistente
A ultrassol1ografia é usada como guia antes do proce- às contrações pós-operatórias pré-termo, como mencionado
dimento de histerotomia. Uma vez que a paciente tenha aI1teriormente, e, portanto, não é ideal para estudar a hipótese
sido submetida a anestesia geral, que tenha sido iniciada a de que o acesso endoscópico à atividade uterina está associa-
intubação, e que tenha sido estabelecido um campo estéril, do a menor atividade uterina do que após uma histerotOlnia.
a ultrassonografia é usada para estabelecer o posicionamen- Nós estudamos este aspecto no segundo trimestre em macacos
to fetal, sua localização no interior do útero e a posição da Rhesus (Macaca mulatta) que sofreran1 canulação tripla da
placenta. A manipulação transabdominal guiada por ultras- cavidade amniótica durante 60 minutos. Nenhuma conu'ação
sonografia é usada para posicionar o feto de tal forma que pós-operatória significativa pode ser demonstrada, em con-
o local de cirurgia fetal seja próximo ao fundo. Dependendo u-aste com a irritabilidade uterina após a histerotomia. 12 O
do biótipo materno e do tamanho e posicionamento fetal, uso destas espécies mais desenvolvidas é linUtado por fatores
isto pode ser um desafio. A laparotomia é então realizada éticos e fmanceiros , mas, hoje, o modelo ainda está em uso
e o transdutor de ultrassom, coberto com uma capa estéril, para o estudo na cicatrização das membranas fetais após a
é localizado diretamente na superfície do útero. A borda da canulação fetoscópica .
placenta é identificada, porque esta informação é crítica para
a decisão do local de incisão uterina. Geralmente, queremos
realizar a incisão uterina centrada, o mais longe possível da Riscos
borda placentária. A razão para isso é que, uma vez que a O s riscos da fetos copia estão associados à punção uterina
incisão tenha sido feita e o liquido amniótico tenha saído do assim como ao procedimento específico que está sendo tra-
útero, este encolhe. Geralmente nos causa surpresa como tado. Em alguns casos, evoluções adversas podem ser ine-
uma incisão pode estar próximo à borda da placenta, apesaI' rentes à gravidade da doença que está sendo tratada, como
de nossos esforços. A razão da proximidade da borda da na síndrome de transfusão feto-fetal (STFF). Na experiência
placenta ser tão crítica é devido ao risco de sangramento e da UCSF, I as morbidades foram , em alguns casos, sinUlares
descolamento, o que pode não ser prontamente controlado e, ao procedimento mais invasivo da histerotomia e, em alguns
se for significativo, estabelece a necessidade de parto imediato outros, mais parecidas com o padrão visto na chamada
para segurança materna. cirurg-ia fetal guiada por ultrassom (CFGU) . Uma razão
A ultrassonografia também é usada para identificar a para isto é que a abordagem inicial da UCSF era por endos-
posição específica do feto no interior do útero. Geralmente a copia "macroinvasiva", incluindo laparotomia, exteriorização
incisão no útero deve ser feita de forma a pennitir um acesso uterina e anestesia geral . Os perfis atuais de risco com uma
ideal à porção fetal a ser submetida à cirurgia. A ultrassol1o- abordagem percutânea e instrumentos menores demonstram
grafia taInbém é usada para monitoramento transuterino do menos morbidade. 13 Isto inclui uma taxa muito mais baixa
coração fetal durante o procedimento. Após completar a inter- de trabalho de parto pré-termo e até de RPM. A duração da
venção fetal , as membranas e o miométrio são fechados com hospitalização e o tempo de retorno às atividades normais
várias camadas de sutura. Um cateter é dei...xado na cavidade maternas também melhoraram muito.
uterina para permitir a infusão de solução de Ringer lactato
juntamente com antibióticos. A ultrassonografia determina o
volume de líquido "anmiótico", que geralmente deve ficar em Procedimento
um nível mais baixo que o normal para lninilnizar a pressão As pacientes são em geral pré-medicadas com um agente
na linha de sutura. tocolítico, geralmente indometacina, e recebem antibióticos
870 o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL
FIGURA 25-2 . Desenho esquemático de um procedimento de coagulação a laser por fetoscopia percutânea em uma STFF. (Reimpresso com
a permissão do grupo TE: The Eurofoetus Group in Deprest J, VJJ/e Y, 8 arki G et aI feds/: Endoscopy in Fetal Medicine Tüttlingen, Germany,
Endopress, 2004, pp l-58.) Inserções, no sentido horário, a partir do topo à esquerda: Cânula de 10 Fr inserida por via percutânea; vista
fetoscópica de uma anastomose arteriovenosa sendo coagulada. Abaixo: placenta injetada após o procedimento, demonstrando os vasos que
sofreram ablação.
profLláticos intravenosos (IV) . Os procedimentos são reali- do útero, porque seu campo e profundidade de visão podem
zados sob anestesia local ou regional. Dependendo da idade estar relativamente limitados. Estes procedimentos são "sono-
gestacional e da tradição do serviço, a cirurgia pode ser endoscópicos". Para casos de STFF, o endoscópio é posicio-
realizada nos centros cirúrgicos, salas de parto e pré-pano ou nado na bolsa do gêmeo receptor, o que tem polidrânuüo.
na sala de ultrassonografia. Cânulas, instrumentos e, particu- O ponto de entrada é determinado pelos fatores observados
larmente, endoscópios sofreram uma tremenda evolução nos anteriormente, mas também para permitir boa visualização da
últimos 10 anos, com base em protótipos desenvolvidos em linha divisória vascular dos gêmeos . Toda a linha divisória é,
modelos animais. A fetoscopia operatória é um empreendi- então, explorada e quaisquer vasos não pareados consistentes
mento sonoendoscópico que evoluiu de forma que a equipe com comunicação anormal sofrem ablação usando a fibra
cirúrgica possa ver imagens de ultrassonografia e fetoscopia laser que é avançada através do canal de operação da capa
simultaneanlente. Embrioscópios ou fetoscópios desenhados do endoscópio. Após o sucesso da ablação, o endoscópio
para este propósito têm peças oculares fmais , para reduzir seu é retirado e o polidrânuüo é drenado pela cânula sob guia
peso e facilitar movimentos precisos. Qyase todos são acoplá- ultrassonográfica. Uma vez que o liquido tenha alcançado um
veis a fibroendoscópios , em vez das lentes convencionais de nível normal (bolsão vertical mais profundo em torno de 5 a 6
escopia, e, à medida que o número de pixels aumenta com o em), a cânula é removida. Esta anmiorredução diminui o risco
tempo, melhora a qualidade da imagem. Os diâmetros típicos de perda parcial e irritação pelo liquido anmiótico da cavidade
estão entre 1,0 e 2,0 rrun. Cânulas plásticas semifleXÍveis peritoneal, o que pode ser doloroso. Esta tanlbém melhora a
de dupla camada (guias em lOf Check-flo, Cook Medical, perfusão placentária, mas sem dúvida toma a paciente mais
Bloomington, IN) são usadas para criar acesso anmiótico, confortável. Em muitos casos, pouca ou nenhuma medicação
para tornar possível a troca de instrumentos. Foram desen- tocolítica é necessária, e as pacientes geralmente recebem alta
volvidos lTocartes finos para acomodar a ampla variação em 24 horas ou menos após o procedimento.
de diâmetros usados para diferentes operações (Karl Storz,
Alemanha). Alternativamente, foi introduzida uma capa
endoscópica carregada com um obrurador agudo (Fig. 25-2) . CATETERES E ABLAÇÃO POR
Detalhes específicos podem ser revisados em vários textos. 14 .l 5
Basicamente, porém, a ultrassonografia é usada para identifi-
RADIOFREQUÊNCIA
car um ponto de entrada apropriado e, então, direcionar o tro- Os cateteres são usados para a drenagem crônica de liquido
carte para dentro da cavidade anmiótica, evitando a placenta e nas cavidades fetais, órgãos e cistos. O primeiro cateter foi
o feto , e obviamente órgãos maternos, como intestino e bexi- desenvolvido por Harrison na UCSF no início dos anos
ga. Um grupo documentou a sewrança, em suas mãos, de 1980.17 Este é basicamente um cateter com ponta dupla
uma abordagem transplacentária.'i'6 Apesar desta experiência, que é introduzido através de uma guia de 14-gauge (Cook
a maioria dos operadores ainda deve tentar evitar a placenta. Medical, Bloomington, IN). O cateter Rodeck foi desenvol-
O trocarte é, então, trocado pelo fetoscópio . A ultrassonogra- vido em um período semelhante no Reino Unido. Também
fia ainda é usada para direcionar o endoscópio no interior é um cateter com ponta dupla, mas é mais comprido e tem
o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO CO M UM DEFEITO CORRIG íVEL 871
um diâmetro maior (Rocket Medical, UK). Obviamente, usa do ao seu conforto com procedimentos guiados por imagem,
uma guia maior.18 Estes cateteres são usados para drenagem como a arnniocentese, esta deve se consistir da intervenção
de obstrução vesical, denames pleurais e grandes MACCs cinírgica fetal mais frequentemente e amplamente realizada.
macrocísticas. Infelizmente, esta experiência e a evolução associada não são
A ablação por radiofrequência (ARF) é mais comumente documentadas na literatura científica.
usada em pacientes não obstétricos para a destruição de teci- O cuidado pós-operatório envolve o monitoramento
do tumoral em órgãos sólidos, tais como o fígado. O grupo materno e fetal . Tratamento tocolitico posterior é determina-
do Centro de Tratamento Fetal da UCSF foi o primeiro a do com base na atividade de contração. Frequentemente, não
usá-lo com a aplicação de cauterizar comunicações vasculares é necessária medicação posterior. Os sinais vitais maternos
localizadas. Inicialmente, foi usada para ablação de vasos devem ser acompanhados cuidadosamente porque não é pos-
que nutriam o feto anômalo na perfusão arterial reversa fetal sível a observação direta da punção uterina para determinar
(PARF).1 9 Desde esta época, nós a temos usado para a redu- hemostasia devido à abordagem percutânea. Um benefício
ção seletiva em gestações gemelares monocoriônicas discor- da não utilização da tocólise é que o mecanismo hemos tático
dantes por graves anomalias e em pacientes com STFF grave do Íltero em resposta à punção é uma contração localizada. A
sem possibilidade de sobrevida de um dos gêmeos. ultrassonogTafia é obviamente indispensável para o acompa-
nhamento fetal.
O instrumento de ARF usado correntemente na UCSF
Riscos inclui uma agulha de 17G (RITA Medical, Fremont, CAl . O
Os riscos de complicação da colocação do cateter e ARF são cuidado perioperatório é idêntico ao discutido anteriormente
menores que os das intervenções cirÍlrgicas fetais invasivas , com a derivação, exceto que é utilizada apenas anestesia local.
como a histerotomia. Obviamente, por defmição, todos os No caso de PARF, o instrumento é guiado para o tecido do
procedimentos invasivos envolvem um risco de hemorragia gêmeo acardíaco no nível da inserção do cordão. Os filetes
e infecção. Entretanto, em nossa experiência, estes eventos são desdobrados e a energia de transmissão para o instrumen-
adversos ocorrem em uma frequência muito mais baixa to é iniciada. Devido à geração de calor, há uma perda gasosa,
(Tabela 25-1 ). I O desencadeamento de um trabalho de parto que é prontamente visível com a ultrassonografia. O procedi-
pré-termo por estes procedimentos também não é muito mento é considerado completo quando não há evidência de
usual, embora exista o risco para RPM. Também há o risco fluxo no gêmeo acardíaco ou no cordão, tanto no Doppler
de lesões fatais, o que, em casos de gêmeos monocoriônicos, colorido quanto no espectral. O s ftletes são então retraídos e
geralmente está relacionado com a hipotensão por hipovole- o mecanismo retirado. A monitoração pós-operatória é similar
mia aguda do feto normal secundária à perda de sangue para ao procedinlento de derivação, e o tratamento posterior com
o leito vascular e para o outro feto. tocolítico raramente é necessário. As pacientes podem ter alta
geralmente horas após o procedimento.
Procedimento
À medida que estes procedimentos se tornam mais habitu-
DOENÇAS
ais, o tempo de hospitalização, complexidade dos cuidados Problemas com Gêmeos
perioperatórios e tipo de anestesia vão mudando. Em muitos
casos, estes podem ser realizados como um procedimento Monocoriônicos
ambulatorial. É recomendada profilaxia tocolítica em dose Síndrome de Transfusão Feto-Fetal
Ílnica de indometacina. Estes procedimentos são realizados
completamente sob guia ultrassonográfica (CFGU). Nós Em uma proporção estimada de 15% de gêmeos mono cor i-
realizamos estes procedimentos usando anestesia medular ônicos (MC) , há um desequilíbrio crônico na rede de fluxo
ou anestesia local. Para a derivação, uma pequena incisão é sanguíneo através das anastomoses vasculares, resultando na
feita na pele materna e, então, um trocarte com uma guia é STFF. A condição é usualmente explicada pela combinação de
introduzido na cavidade amniótica. Deve-se ter cuidado na transfusão do gêmeo doador, levando a hipovolemia, oligÍlria
avaliação do miométrio a ser transfixado, com um transdutor e oligodramnia neste gêmeo (o chamado gêmeo mumificado),
de alta frequência e Doppler colorido com ajustes baixos, para e hipervolemia, poliÍlria e polidramnia no gêmeo receptor.
se evitar transfixar vasos grandes . Nós também geralmente O gêmeo receptor, então, desenvolve sobrecarga de volume
evitamos a abordagem transplacentária. O trocarte e a guia circulatório e hidropisia. A condição coincide com padrões
são, então, introduzidos até a área onde o cateter é colocado. específicos de anastomoses vasculares. Isto forma a base para
Uma vez em posição, a guia é removida e, para não permitir a abordagem cirÍlrgica. Os vasos fetais correm na superfície
que o liquido seja drenado e escape, deve-se colocar o dedo da placenta, onde podem ser documentados por inspeção
sobre a extremidade. O cateter é então colocado dentro do fetoscópica e sofrerem ablação (Fig. 25-2). Embora existam
trocarte e introduzido com a guia, empurrando-o. Também é vários tipos de anastomoses, o conhecimento a respeito de
imprescindível acompanhá-lo através da imagem ultrassono- sua natureza (por estudos com Doppler ou por fetos copia)
gráfica. Uma vez que os marcadores internos do cateter estão não tem função na STFF: todas as anastomoses interligadas
posicionados adequadamente, a guia é cuidadosamente reti- devem sofrer ablação para fazer com que a placenta se torne
rada, enquanto, ao mesmo tempo, introduz-se mais o cateter, funcionalmente "dicoriônica" (Fig. 25-2).
no interior da cavidade amniótica . Deve-se tomar cuidado na O diagnóstico de STFF é baseado na documentação ultras-
obtenção de uma quantidade de líquido suficiente entre o feto sonográfica especificamente de volume de líquido anUliótico
e a parede do Íltero, para minimizar o risco da extremidade muito discrepante. Requer a presença de oligodrarnnia oligÍl-
externa do cateter ficar presa no miométrio ou na parede rica (bolsão vertical mais profundo [BVP] <2 cm), juntamente
abdominal materna, com o risco de um cateter amnioperito- com polidramnia poliÍlrica (8 cm BVP <20 semanas ; 10 cm
neal. Dado o acesso imediato a estes cateteres, e o fato de que 20 semanas; critérios baseados no experimento do Eurofoe-
os médicos se sentem capazes de realizar o procedimento devi- tus). A restrição do crescimento intrauterino pode ser parte do
872 o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIG iV EL
quadro clínico, mas não é um critério para estabelecer o diag- rio por especialistas com experiência em medicina fetal é um
nóstico ou uma indicação para tratamento. A história natural componente imprescindível do sucesso da terapia.
da STFF não está claramente definida ainda, mas, em um No experinlento do Eurofoems,21 uma porcentagem mais
número de casos, pode ser progressiva, com desenvolvimento alta de bebês estavam vivos sem grande morbidade neu-
de padrões anormais de Doppler na artéria umbilical do feto rológica com 6 meses de idade ou mais no grupo tratado
doador ou padrões venosos anormais de Doppler no receptor com laser (Tabela 25-3). O seguimento a longo prazo destes
e, finalmente, hidropisia ou morte fetal . Os últimos sinais for- pacientes está sendo aguardado agora. Até aquele momento,
mam a base para os estágios ultrassonográfIcos de Quintero 2o o aconselhamento podia ser baseado nos estudos detalbados
(Tabela 25-2). Porém, os casos podem ocasionalmente progre- de seguimento do grupo de Hecher,25 com uma taxa de 6%
dir agudamente desde volume de líquido discrepante (estágio de limitação em compaI-ação com 20% a 25%, que é a
I ou 11) diretamente para o estágio de morte fetal (estágio V). taxa associada à anrniorredução.
Este estadiamento também não determina necessaI;amente o Como observado anteriormente, a STFF predispõem à
trataIllento com base nos dados disponíveis. obstrução do trato da via saída do ventrículo direito (estenose
Se deixado sem tratamento, o abortamento perinatal é de pulmonar) em 8% dos ex-receptores. Destes pacientes, metade
mais de 80% na STFF grave; portanto, é mandatório o trata- necessitou de dilatação com balão. 26 Outros sinais de descom-
mento e o laser fetoscópico apresenta a melhor base fIsiopato- pensação cardíaca in utero antes do laser sofreraIll resolução e
lógica. Além disso, o experimento randômico do Eurofoetus não foram detectados no período pós-natal. A função renal
demonstrou evoluções melhores após laser fetoscópico do normal também foi documentada em doadores préviosY
que após amniorredu ção seriad a. 21 A média da idade A coagulação fetoscópica com laser é o procedimento
gestacional no momento do PaI-to foi significativamente mais endoscópico obstétrico mais frequentemente realizado, com
alta no grupo tratado com laser em comparação ao grupo mais de l.500 procedimentos realizados somente pelos cen-
tratado com anmiorredução. A sobrevivência de pelo menos tros Euro[oetus. Séries de centros únicos relataranl melhores
um dos gêmeos até os 6 meses foi mais alta após a terapia resultados do que no experimento randômico. Experiência,
com laser. A aInniorredução leva mais frequentemente ao seleção dos casos e provavelmente cuidados pós-operatórios
óbito de ambos os gêmeos. As chances de sobrevivência mais próximos podem ter desempenhado um papel nesta dife-
foraIll semelhantes para os doadores e receptores. É impor- rença. Centros adicionais começaram a oferecer esta operação
tante enfatizar que a coagulação por laser é mais efetiva que com resultados comparáveis. O s benefícios e desvantagens do
a amniorredução para um dado es tágio; contudo, mesmo crescente número de centros e a diluição potencial de experi-
para o estágio IV, a sobrevivência do receptor hidrópico é de ência é um ponto de discussão saudável.
50%? Portanto, isto não justifica promover fetocíd io seletivo
com base puramente no estágio da doença no momento de
sua apresentação. O cuidado pré-operatório do colo pode Gêmeos Monocoriônicos Discordantes
estimar o risco de trabalho de parto prematuro.23 Com um A maioria dos gêmeos MC é realmente muito semelhante
colo de menos de 30 nml, o risco de parto antes de 34 sema- na apaI'ência, mas podem ocorrer grandes discordâncias em
nas é de cerca de 74%. Se o colo tiver menos de 20 mm, a anomalias estruturais e mesmo anomalias cromossômicas.
grande maioria das pacientes evolui para abo rtamento . O Anormalidades associadas a gêmeos incluem aquelas do Illbo
risco de RPM é estimado com o sendo de 10% ou menos ; neural, cérebro, face, trato gastrointestinal, pal"ede abdominal
o risco de descolamento é de 1% a 2%, mas está relacionado anterior e coração, com mais de 80% sendo discordante.
à paI-te de anmiorredução do procedimento. Outras compli- Gêmeos MC também podem ser discordantes para aneuploi-
cações incomuns são a corioamnionite e a hemorragia. Ane- dia (trissomia do 13 ou 21, monossomia 45 ,X ). Os assu ntos
mia fetal pós-laser e STFF recorrente podem ser pesquisadas a serem tratados no aconselhamento podem ser muito desa-
e podem sugerir divisão incompleta da placenta. Estudos fiadores em gêmeos heterocariotípicos, porque não é possível
recentes de infusão demonstraram que isto pode ser mais excluir mosaicismo oculto, mas fenotipicamente importante, e
frequente do que o esperado e nem sempre leva a proble- microquimerismo no gêmeo com cariótipo normal. 28 Opções
mas clinicos. 24 Anormalidades caI-díacas também podem se para gestações gemelares MC discordantes para anomalias
desenvolver e necessitam de acompanhamento pós-natal por estruIllrais e cromossômicas são essencialmente a conduta
um cardiologista pediátrico. Portanto, deve es tar claro que o expectante, fetocídio seletivo ou interrupção da gestação. Não
acompanhamento ultrassonográfIco compulsivo pós-operató- há dilema ético para o fetocídio seletivo quando há um gêmeo
o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL 873
I Tabela 25-3 I Experimento Randômico Controlado de Cirurgia Fetoscópica a Laser Contra Drenagem Amniótica Seriada
laser n = 72 Amniorreduçã o n = 70 Valor P
inviável, por exemplo com sequência de PARF (ver adiante), cordão, mas , hoje em dia, a maioria usa coagulação bipolar
ou mesmo em STFF complicada associada a anomalias irre- do cordão. 29 Técnicas alternativas minimamente invasivas
versíveis graves. Também, quando há um alto risco de óbito lllcluem o uso de laser (intersticial assim como
fetal de um gêmeo no período pré-viabilidade, o fetocídio monopolar ou energia de radiofrequência. É difícil comparar
pode evitar complicações no outro gêmeo no momento do os resultados com diferentes modalidades de energia porque
óbito. Em outras situações , o dilema ético é mais complexo. estes podem lllcluir pacientes em diferentes condições, idade
No raro evento de anomalias cromossômicas discordantes gestacional no momento do tratamento e experiência dos
ou , mais frequentemente , anomalias estruturais ou adquiridas operadores.
discordantes, não há risco imediato ou , em alguns casos , até Existem dois estudos na literatura atual relatando experi-
remoto de óbito no feto anômalo, e, portanto, não há uma ências de casos em série. Um é do grupo de Robyr et al. 3D Nós
ameaça séria ao outro gêmeo. Em tais situações, a pobre publicamos um estudo de acompanhamento prospectivo em
qualidade de vida do gêmeo anormal pode não ser aceitável 80 oclusões consecutivas de cordões (87 fetos), principalmen-
para os pais. A situação se torna até mais complexa quando te com coagulação bipolar.31 A taxa de sobrevivência foi de
algumas destas anomalias são diagnosticadas muito cedo na 83%. Metade das perdas in utero (intraútero) foram no período
gestação, em uma época em que é difícil predizer com confian- pós-operatório imediato, potencialmente relacionadas com
ça a história natural da doença . a oclusão incompleta (que eranl mais provavelmente após
O fetocídi o convencional por intracardíaca de coagulação com laser). As outras perdas foram atribuídas às
cloreto de potássio não pode ser usado porque podelia afetar complicações no cordão, surgindo a possibilidade de que a
o outro gêmeo através das anastomoses, ou poderia ocorrer septostomia llltergemelar durante o procedimento deveria
hemorragia feto-fetal post-mortem. Portanto, é recomendada ser evitada. A RPM é a complicação mais comum e foi res-
a interrupção do fluxo arterial e venoso no cordão do feto ponsável por todas as mortes perlllatais. Noventa e três por
alvo. Inicialmente isto era realizado por ligação fetoscópica do cento dos sobreviventes tinham desenvolvimento neurológico
874 o CUIOADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL
FIGURA 25-3. Duas técnicas de medidas de certa forma diferentes para avaliar
a razão pulmão-cabeça (RPC) são usadas. A. Ilustração do método para medir a
RPC em um feto com hérnia diafragmática congênita. A medida do pulmão direito
(na hérnia diafragmática à esquerda típica) usa um plano axial transversal de sec-
ção do tórax fetal no nível do plano das Quatro câma ras do coração fetal. É feita
uma medida em milímetros desde a aorta torácica até a parede lateral torácica
interna (A). Outra medida , também em mifímetros , é feita em um plano perpen-
dicula r ao da primeira medida desde a parede externa do átrio até a face interna
posterior da parede torácica (8) . Estas duas medidas são multiplicadas uma pela
outra e divididas pela medida da circunferência cefálica , também em milímetros.
Método de Roy A. Fif ly , MO , San Francisco. (Ilustração por James A. Cooper,
MO, San Oiego, CA.) B. Medida da RPC: É feito um corte transversal do tórax
no nível do plano das Quatro câmaras. O pulmão contralateral é medido: O eixo
mais longo é medido e multiplicado pela med ida mais longa perpendicular a ele.
Isto é mostrado em um desenho (topo, à esquerda) e ultrassonografia (direita) .
Colocado sobre a circunferência cefálica, Que é medida no corte biparietal padrão ,
tipicamente mostrando dois hemisférios iguais, a cavidade do septo pelúcido
(septum cavum pellucidum) , a um terço da porção frontal, e os cornos posteriores
dos ventrículos laterais (desenho esquemático abaixo, à esquerda). (Oe Oeprest
J, Jania J , Van Schoubroecka O et ai: Current consequences of prenatal diagno-
sis of congenital diaphragmatic hernia. J Pediatr Surg 41:423,2006.)
RPC = A x B (mm)
CC (mm)
A Circunferência cefálica
876 o CUIDADO PRÉ -NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGiVEl
I Tabela 25-5 I Evolução Neonatal em Função da RPC Pré-operatória em Fetos com HOC-E e Herniação Hepática
Categoria Clínica RPC N Conduta Expectante RPC N Feto
Hipoplasia extrema 0,4-0,5 2 O (0%) 0,4-0,5 6 1 (16,7%)
Hipoplasia grave ü,6-0,7 6 O (0010) 0,6-0,7 13 8 (61 ,5%)
0,8-0,9 19 3 (15,8%) 0,8-0,9 9 7 (77,8%)
RPC<I, O 27 3 (J 1, 1%) RPC<I,O 28 ]6 (57, 1%)
Hipoplasia intermediária 1,0-1 ,1 23 14 (60,9%) 1,0-1l na
1,2-1 ,3 19 13 (68,4%) 1,2-1,3 na
Hipoplasia leve 1,4-1 ,5 II 8 (72,7%) 1,4-1,5 na
1,6 6 5 (83,3%) 1,6 na
Total 86 43 (5 0%)
FETO, oclusào traqueal cndoscópica fetal ; RPC. razão pulmão-cabeça; N1 número ; na l não aplicáveL
De ]ani], Keller RL, Benachi A. et ai: Prenatal predictioll of survival in isolated left-sided diaphragmatic bemia. Uhrasound Obstet Gynecol 27: 18. 2006.
\ •
FIGURA 25- 5 . Desenho esquemático de FETO percutânea e imagens fetosc6picas dos pontos de referência durante a FETO percutânea.
(Reimpresso com a permissão de ISUOG, John Wiley & Sons, Ltd e dos autores.) Do topo à esquerda até abaixo à direita: epiglote, cordas
vocais, traqueia, carina, balão inflado e descolado, cordas vocais fechando-se sobre o balão. Nem todas as imagens são do mesmo paciente.
(Reimpresso com a permissão de Nelson S, Cameron A, Deprest J: Fetoscopic surgery for in utero management of congenital diaphragmatic
hemia. Fetal Matem Med Ver 17:69, 2006.)
FETO. oclusão traqueal endoscópica fetaJ ; RPC, razão pulmão-cabeça; RPM, rupmra prematura de membranas; ERC, experimento randômico controlado.
Dados de H arrison MR , Sydorak RM, FarrellJA et aJ: Fetoscopic temporary tracheaJ occlusion for congenitaJ diaphragmatic hemia: prclude to a randomized, controlled
tria!.j Pediatr Surg 38: 1012, 2003 ; e Deprestj, Gratacos E, Nicolaides KH: Fetoscopic tracheaJ occlusion (FETO) for se vere congenitaJ diaphragmatic hemia: cvolution of
a technique and preliminar)' results. Ultrasound Obstet GynecoI24:121 , 2004.
HDC isolada (à esquerda) e fígado alto, baseado na RPC da A conduta é o aconselhamento apropriado e deve-se garantir
seguinte forma: o envolvimento de especialistas de renome na avaliação e no
1. Fetos com uma RPC maior ou igual a 0,6 e menor que tratamento pós-natal.
1,0 são considerados como tendo hipopla5ia grave. Eles têm Ao contrário, algumas MACPs , geralmente do tipo III,
uma taxa de sobrevivência estimada de mais de 60% após são volumosas o suficiente para causar um de desvio
e menos de 15% sem a realização de FETO, respectiva- do mediastino, levando a hidropisia secundária à compressão
mente. Foi proposto um estudo randômico de FETO com cardíaca e comprometimento do retorno venoso, ou secun-
26 a 28 semanas com reversão intraútero com mais de 34 dária à pressão intratorácica elevada e obstmção linfática.
semanas contra o tratamento pós-natal padrão. Em casos de hidropisia fetal , apresentando tipicamente as cite
2. Fetos com RPC de menos de 0,6 têm hipoplasia extrema, fetal, derrames pleuropericárdicos e edema subcutâneo, a
porque a taxa esperada de sobrevivência é de 0% e isto intervenção é necessária para evitar o óbito fetal intraútero.
pode ser aumentado para apenas 17% com FETO com 26 Se a hidropisia for grave o bastante, a mãe também apresenta
a 28 semanas. Deve-se considerar uma abordagem alter- risco de síndrome de "espelho", ou de Ballantyne, particu-
nativa de realizar oclusão muito cedo (<24 semanas). larmente na presença de placentomegalia. Isto se manifesta
3. Fetos com hipoplasia pulmonar intermediária (uma RPC como uma situação semelhante à pré-eclâmpsia Para
maior ou igual a 1,0 e menor que 1,3) não são conside- tentar predizer quais pacientes com MACP estão em risco de
rados candidatos a uma cirurgia fetal. Porém, na Europa, desenvolver hidropisia, foi proposto o uso da proporção entre
eles tiveram uma sobrevivência antecipada de cerca de a massa da lesão dividida pela circunferência cefálica (Razão
60%. Isto é consideravelmente menor que a maior taxa de Volume da MACP [R.YM])56 Q.lando a RVM é maior que
de sobrevivência de 90% observada em fetos com uma 1,6, há um risco para hidropisia fetal de 80%. Fetos hidrópicos
RPC menor ou igual a 0,8 e menor que os de 1,0 tratados com mais de 32 semanas de idade gestacional devem ser reti-
por FETO. Estes fetos têm área de superfície pulmonar rados. Q.lando a hidropisia é encontrada antes de 32 semanas
maior e, como uma consequência, uma produção maior intraútero, a intervenção pode salvar a vida. Nas MACPs tipo
de liquido pulmonar. Portanto, uma boa resposta à OT II I com hidropisia, a administração de betan1etasona, idêntica
pode ser antecipada. Estes devem ser os pacientes que se à usada para a aceleração da maturidade pulmonar, tem sido
beneficiariam de maior taxa de crescimento na gestação associada à resolução da lúdropisia e sobrevivência. 57 Séries de
tardia, e, por isso, a FETO poderia ser postergada (p. ex., casos menores também descreveram diferentes intervenções
na fase sacular), reduzindo as consequências de RPM cirúrgicas. Em alguns casos, a punção percutânea e o shunt
iatrogênica, quando podem ocorrer. 48 Novan1ente, neste toracoam.niótico massas macrocísticas do tipo I podem
grupo, é proposto um estudo randômico comparando OT ser bem-sucedidos. os Outros propuseram usar esta abordagem
tardia contra conduta expectante. de forma mais liberal. Foram tentadas coagulação por ARF e
laser nas massas, mas estes métodos podem causar prejuí.zo
Malformação Adenomatóide Cística do térmico às estruturas adjacentes . Estes também podem piorar
a hidropisia fetal, levando à morte intraútero.
Pulmão Congênito (MACP)
A intervenção radical de maior sucesso é a excisão dos
MACP é um hamartoma pulmonar que consiste na prolife- lobos afetados (Fig. 25-7). A lobectomia fetal é feita por cimr-
ração anormal de bronquíolos terminais. Patologicamente é gia fetal aberta com t<L'Cas de sobrevivência altas em casos
classificado em tipos I a IIl, com base na experiência pós- nos quais a hidropisia se resolve no período pós-cirúrgico.
natal. O s do tipo I apresentam grandes cistos uniloculares de Em uma série de 22 casos operados entre 21 e 3 1 semanas,
tamanhos variáveis, os do tipo II consistem em uma mistura houve 11 sobreviventes a longo prazo que se desenvolveram
de lesões macrocísticas e microcísticas e os do tipo III são as nOlmalmente (até 12 anos de idade).59
lesões microcísticas. A grande maioria das MACPs é clini- A hidropisia resolveu-se em 1 a 2 semanas, seguida por
camente benigna no pré-natal e no pós-natal , embora sejam reversão do desvio do mediastino. As causas de morte fetal
geralmente ressecadas em algum momento devido ao risco de apesar da cirurgia fetal foram interrupção da gestação por
infecção e a um risco muito baixo de transformação malig11a. síndrome "em espelho" (n=I ), parto pré-termo ou cOl-io-
o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL 879
amnionite (n=2) e comprometimento hemodinâmico fetal de uma lesão no disco primordial pela exposição ao líquido
levando à morte intraoperatória em seis fetos e morte pós-ope- amniótico e trauma pelo impacto com a parede uterina. 6 1
ratória em outros dois casos. Para reduzir o risco de mortes Trabalho adicional com modelos animais sugeriu que a her-
intra-operatórias devidas a hipovolemia e hipertensão: meios niação cerebelar associada à malformação de Arnold-Chiari II
de ressuscitação, incluindo acesso direto à circulação fetal e era causada secundariamente pelo tubo neural aberto e pode-
técnicas apropriadas de monitoração fetal atualmente fazem ria ser reversível. 61 A experiência preli.minar em Vanderbilt e
parte destes procedin1entos abertos. CHOP mostrou que o fechamento microcirÍlrgico intraute-
rino da meningomielocele melhora a Ambos
Teratoma Sacrococcígeo os estudos mostraram uma taxa dinllnuída de derivação por
hidrocefalia, em parte devida à reversão da herniação cerebe-
Os teratomas sacrococcígeos (TSCs) são tumores exofíticos lar, que é um componente da malformação de Arnold-Chiari
císticos e sólidos que surgem na área do cóccix. O s casos lI. A necessidade da derivação afeta o funcionamento cog11iti-
de TSC relevantes para a discussão de cirurgia fetal são os vo tardio durante a vida e por isso é um marcador indicativo
gigantes, sólidos e altamente vascularizados. A quantidade de para sequelas a longo prazo. Outro fator importante de evolu-
fluxo sanguíneo através do TSC pode levar a uma sobrecarga ção a longo prazo é o nível mais alto da lesão. 63 Qyanto mais
cardíaca de alto débito, hidropisia e morte. As tentativas têm elevado o nível da lesão vertebral, maior a probabilidade de
como objetivo uma ressecção definitiva ou simplesmente des- necessitar de uma derivação. A idade gestacional no momento
vascularizar o tumor com a esperança de recuperação cardía- do reparo também é importante: a taxa de derivação diminui
ca.60 as maiores séries reportadas pelo Children's H ospital significativamente de 71% para 39% quando a cirurgia fetal
of Philadelphia (CHOP), mesmo em mãos mais experientes, é feita antes de 25 semanas. Estes achados foram levados em
os resultados são ruins. No pequeno grupo que avançou para consideração quando foi delineado o Estudo da Conduta na
ressecção fetal , a sobrevivência foi encorajadora (3/4), porém Meningomielocele (ECM). Este é um experimento randomi-
a morbidade era significativa (Fig. 25-8). Estas incluíam uma zado fundado pelo National Institute of Health (NIH) com-
transfusão materna e uma fetal e uma parada cardíaca fetal parando a cirurgia materno-fetal com o tratamento pós-natal
com manobra de ressuscitação bem-sucedida. Além disso, de rotina da espinha bífida (vvww.spinabifidamoms.com). Os
estes fetos tiveram parto muito prematuro (média de 29 sema- critérios de inclusão neste experimento são idade gestacional
nas) e permaneceram no hospital até 34 semanas de gestação. de menos de 26 semanas no momento da randomização,
No pós-natal, houve uma morte neonatal, um evento embó- cariótipo normal, nenhuma malformação fetal adicional e a
Lico levando à perda de um rim e lesão intestinal, e um caso disponibilidade de deslocar-se para um dos locais de estudos
de doença pulmonar crônica. As sequelas maternas a longo (p. ex. , UCSF, Vanderbilt ou CHOP) até após o parto, se
prazo de uma histerotomia já foram discutidas anterionnente. randomizado para cirurgia pré-natal, ou até o retorno para o
Nitidamente, as tentativas de abordagem menos invasiva para parto, se randomizado para conduta pós-natal. O reparo da
evitar este problema são importantes , embora, em geral, os meningomielocele é feito com técnicas semelhantes às usadas
casos que necessitam de fato de intervenção fetal em vez de no pós-natal (Fig. 25-9). Nos Estados Unidos, não há cirurgia
neonatal são excessivamente raros. fetal para espinha bífida disponível fora do experimento. De
um ponto de vista obstétrico, a Tabela 25-7 resume algumas
Meningomielocele evoluções variáveis da experiência publicada. Atualmente:
a ci.rurgia fetal aberta apresenta um risco materno defll1ido,
A condição básica de cirurgia fetal para espinha bífida é a hipó- porém aceitável. Edema pulmonar tem sido um problema,
tese "dois-golpes" (corrigir anomalias do cérebro e coluna). A mas pode ser reduzido pela administração de tocolíticos. As
sugestão é que, embora a falha no fechamento do tubo neural transfusões são raras (2,2% na experiência de Vanderbilt) e
leve a deficiência neurológica, isto é agravado pelo surgimento obstrução intestinal ocorreu em um único caso. Trabalho de
880 o CUIDADO PRÉ -NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL
I Tabela 25- 7 I Evoluções Obstétricas e a Curto Prazo nas Séries de CHOP e VUMC para Reparo da MMC
CHOP (Johnson 4; n=51) VUMC (Brune f3; n=178)
Gestação na cirurgia (sem) 23+0 (20+0-25+4) (19-30); tardia <26 sem
Gestação no pano (sem) 34+4 (25+4-37)* 33+5 (25-38)
Malfonnação de Chiari
Antes (moderada/grave) 14%/86%
Após 100%/0% 7%/0%
Oerivação pós-natal (idade pós-natal) 46% (21 sem) 46% (12 sem)
Abonamentos peri-natais 3/5 1 (prematuridade) 5/ 178 (2,8%) (não especificado)
Tempo de internação hospitalar 4 dias 3,3 dias (3-7)
Oligodrâmnio 25% no inicio
30% taxa de readmissão
Parto < 30 sem 5/47 (1O,6%)t 11 ,8%
Parto >32 sem (40/47) 85%t (não especificado)
Complicações maternas Nenhum relato, incluindo deiscência ou 9 (5, 1%) edema pulmonar leve
ruptura; uma perda de líquido amniótico 1 obstrução intestinal
através da histerotorrUa 4 (2,2%) deiscência , assintomática em três
CHOp. Children's Hospital of Penns)'h'ania: MMC. Ulcningomiclocele; VUMe \ f;mdcrbilr University Medicai Cemer.
* Inclui todos os pacientcs.
apenas dc sobrevi\·emes.
Dados deJohnson MP, Surton LN. Rimoul N. et ai: Fetal myelomcningocc1e repair : shon-lenn clinicai outcomes. AmJ Obstet G)'necol 189:482.2003: e BrunerJP.
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o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGivEL 881
Derrames Pleurais
* Li mites têm como base a urina o btida entre 18-24 semanas de idade gestacio nal
estimada. Valo res entre o bom e o mau prognóstico são co nsiderado s "zona Derrames pleurais são raros; porém , quando eles são grandes
cinzenta", com expectativa de insuficiência renal pós-natal moderada ou maior, e causam desvio grave do mediastino, podem levar secunda-
mas potencial para sobrev ivência pulmo nar pós-natal.
l;amente a hidropisia fetal e óbito ao nascer. Eles têm quase
(Jo hnson NI P. comunicação pessoal.)
sempre origem linfática. H á uma associação significativa com
aneuploidia e deve ser considerada a realização de carióti-
po fetal. 74 Qyando são identificados derrames pleUl-ais bilate-
rais ou de tamanho similar, deve-se considerar o diagnóstico
de Linfangiectasia pulmonar congêrúta. 75 O significado disto é
compostos_ A avaliação dos eletrólitos urU1anos é mais pre- que, mesmo com uma drenagem bem-sucedida, geralmente
ditiva quando duas vesicocenteses sequenciais são realizadas ocorre insuficiência respiratória neonatal porque os linfáticos
após vários dias, em casos em que há reacúmulo de líquido anormais afetam a troca gasosa nos alvéolos. Isto precisa ser
na bexiga e parênquima renal de aspecto normal à ultrasso- considerado quando se aconselha os pais sobre possíveis inter-
nografia 68 (Tabela 25-8) _Seguindo este tipo de conduta, uma venções. A opção de derivação para drenagem de derrames
série recente documentou sucesso variável. Embora as crian- pleurais está indicada quando é documentada a progressão
ças que tiveram acompanhamento por até 5 anos de idade para hidropisia. Este é particularmente o caso quando a ecocar-
tenham apresentado desenvolvimento neurológico normal, diografia fetal diagnos tica enchimento ventricular anormal. 76
muitos tiveram retardo no crescimento e problemas pulmo- Séries recentes de casos de derivação relatam sucesso técnico.
nares persistentes_ lOS 18 sobreviventes, seis tiveram função Porém, permanece um risco residual de prematuridade e mor-
renal aceitável, quatro insuficiência leve e seis necessitaram de talidade neonatal , potencialmente relacionado à patologia
diálise e transplante_ 60 Experiência semelhante é refletida em de base, mais do que ao própl;o derrame pleural.58,77
out.ros centros/O. 7l com insuficiência renal crônica em metade
dos dois terços sobreviventes, apesar de todos apresentarem
Intervenções Cardíacas Fetais
perfis urinários favoráveis como um pré-requisito para inter-
venção intraútero. Um dos mais excitantes campos da terapia fetal minimamen-
Portanto, a abordagem da uroparia obsrrutiva não precisa te invasiva é o tratamento dos defeitos cardíacos congênitos
ser alterada para levar a evoluções melhores. Isto é crítico (DCCs). Alguns defeitos são estruturalmente simples, mas
porque a morbidade a longo prazo da insuficiência renal devido à evolução dinâmica durante a vida fetal , ocorre um
neonatal é muito alta. Uma abordagem mais nova é realizar desenvolvimento anormal e progressivo dos grandes vasos e
cistoscopia fetal . O s endoscópios disponíveis agora têm o ventrículos. Isto resulta, então, em um coração insuficiente
mesmo tamanho de alguns trocartes usados para posicionar em relação a sua função ao nascimento. Um exemplo disso é
882 o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL
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884 o CUIDADO PRÉ-NATAL DO FETO COM UM DEFEITO CORRIGíVEL
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S E
11 ç Ã O
ULTRASSONOGRAFIA
GINECOLÓGICA
Conteúdo da Seção
Anatomia Normal da Pelve Feminina e Imagem Ultrassonográfica na Infertilidade . .... . 986
Ultrassonografia Transvaginal . . . . . . . . . . . . . .. 887 Gestação Ectópica . . . . . . . .. . . . . . .. . . .. . . . .. 1020
Avaliação Ultrassonográfica do Útero .. . . . . . ... 919 O Papel da Ressonância Magnética na
Sangramento Uterino Anormal : o Papel da Avaliação de Doença Ginecológica .. . ... ... . 1048
Ultrassonografia .. . . . ... . . . . ..... . ....... . .. 942 Ultrassonografia da Mama . .. .. . . . . . . . ... . .. 1077
Neoplasia Trofoblástica Gestacional . ..... . . ... 951 Artefatos. Armadilhas e Variantes Normais . ... 1098
Avaliação Ultrassonográfica dos Anexos
(Ovários e Trompas de Falópiol . .... .. .... ... . 968
26
A NATOMIA NORMAL DA P ELVE F EMININA E
ULTRASSONOGRAFIA T RANSVAGINAL
Clifford S. Levi, MO , Edward A. Lyons, MO , Susan C. Holt , MO e Sidney M. Dashefsky, MO
de urgência ou emergência quando a paciente chega com a flexionados e afastados e os pés apoiados na cama. A cabeça
bexiga vazia ou parcialmente repleta, após uma rápida visuali- e os joelhos são discretamente elevados com um travesseiro e,
zação para avaliar o grau de distensão vesical e a presença de se possível, a paciente é colocada numa posição de Trendelen-
massas pélvicas grandes e/ou evidentes, um exame transvagi- burg levemente invertida de forma que o líquido livre intrape-
nal é realizado. Em pacientes com quantidade significativa de ritoneal possa se acumular no fundo de saco posterior.
liquido livre intraperitoneal demonstrado à USTV, o espaço Qyando somente exames de USTV são realizados ou
hepatorrenal (espaço de Morrison) e goteiras parieto-cólicas quando a USTV está sendo utilizada para guiar um procedi-
são examinados por USTA para uma avaliação do volume de mento invasivo, é aconselhável que se utilize uma cama com
líquido livré. Pacientes que estão sendo avaliadas em exames suporte para as pernas de forma que o transdutor possa ser
seriados para fins específicos como monitoração de folículo movido livremente em todas as direções e o examinador esteja
são geralmente examinadas apenas com USTV. numa posição para introduzi-lo e retirá-lo sem constrangimen-
A informação diagnóstica fornecida pela USTA e USTV to. Qyando se utiliza uma maca para o exame, algumas vezes
é com frequência complementar. Embora a USTV apresen- não é possível angular o transdutor anteriOImente porque seu
te melhor resolução e possa visualizar os ovários e estruturas cabo é obstruído pela maca. Nestas circunstâncias, pode-se
anexiais quando estes são obscurecidos na USTA pela sombra colocar uma cunha de espuma ou a1g'umas toalhas dobradas
acústica causada pelo gás intestinal6, a USTA pode visualizar atrás do quadril da paciente. Se as estruturas anteriores ainda
ovários altos ou lateralmente posicionados ou massas pélvicas estiverem fora do campo de visão, pode ser necessário solici-
não observadas à USTV 7. USTA pode mostrar o tamanho tar à paciente para flexionar os quadris e trazer os joelhos em
e a localização de uma massa, que pode então ser mais bem direção ao tórax.
caracterizada pela USTV.
Há situações claras nas quais a USTV não pode ou não
deve ser realizada. As contraindicações incluem: Preparo do Transdutor
o preparo do transdutor antes da USTV deve levar em con-
Pacientes na pré-menarca ou virgens. sideração os seguintes efeitos adversos potenciais:
Qyalquer paciente que não consinta voluntariamente na
realização do exame transvaginal. 1. Disseminação de doença infecciosa.
2. Irritação química da vagina.
Pacientes com um introito ou vagina estreitos podem sentir 3. Alergia ao látex.
desconforto no momento da tentativa da introdução do trans- 4. Efeito deletério do lubrificante na mobilidade do esperma.
dutor, que deve resultar em término imediato da parte trans-
vaginal do exame. Em geral, a USTV deve ser considerada Para prevenir a disseminação de doença infecciosa, o trans-
em qualquer paciente na qual o exame bimanual é apropriado. dutor deve ser embebido em desinfetante entre os usos e um
De fato, em nossa experiência na população de pacientes mais protetor descartável, em geral um preservativo de látex, deve
idosas e em pacientes com dor vaginal ou pélvica importante, ser colocado no mesmo para o exame. Se a paciente tiver aler-
a USTV é mais facilmente aceita do que o exame bimanual6 . gia a látex, uma cobertura alternativa sem látex deve ser utili-
zada, a qual frequentemente é disponibilizada pelo fabricante
Preparo da Paciente do transdutor.
Muitos tipos de desinfetantes estão disponíveis. A maioria
Não há preparo específico para a USTV, exceto que a paciente tem como base o glutaraldeído. Utilizamos Metricide® (Metrex
deva urinar antes do exame para que a bexiga esteja vazia ou Research Corp, Parker, CO) em nossa clínica. Outras marcas
quase completamente vazia. Como em qualquer outro exame incluem SpOI;cidin® (Sporicidin International, Rockville, MD)
de ultrassonografia, o ultrassonografista deve obter um histó- e Cidex® (Surgikos, Arlington, TX). Os fabricantes de trans-
rico pertinente da paciente antes do exame. Uma explicação dutores recomendam as marcas para seus insu'umentos e po-
adequada do procedimento é essencial, e consentimento deve dem também especificar um limite máximo de tempo no qual
ser obtido antes do exame. Na nossa prática, o consentimento a sonda pode ser imersa em desinfetante sem que haja dano
verbal é considerado adequado. ou perda da garantia. É aconselhável contatar o fabricante do
Muitas pacientes ficam apreensivas quando há qualquer u'ansdutor para o caso de informações a respeito do tipo de
menção a um exame "interno", e a maioria delas confunde desinfetante e o tempo limite de imersão não estejam disponí-
o exame de USTV com um exame bimanual até antes do veis no manual.
procedimento ser bem-explicado. Na explicação é importan- Como indicado no rótulo do produto, desinfetantes são
te observar porque é necessário realizar a USTV e enfatizar quúnicos tóxicos e cáusticos e devem ser tratados com cuida-
que o exame é um procedimento simples, em geral indolor do para proteger paciente e funcionários. Siga as instruções no
e que somente parte do transdutor é introduzida. Em nossa rótulo do produto. Os funcionários devem usar luvas quando
instituição, a maioria dos exames transvaginais é realizada utilizarem o desinfetante ou tocarem um transdutor que tenha
por técnicos em ultrassonografia. Se um examinador do sexo ficado imerso neste produto. Alguns fabricantes recomendam
masculino (ultrassonografista ou técnico em ultrassonografia) o uso de ócu los de proteção. Locais para a lavagem de emer-
realizar o exame, uma funcionária membro da clínica (uma gência dos olhos devem estar disponíveis no local. Deve ser
ajudante, uma enfermeira, ou outra funcionária) é trazida para tomado cuidado para lavar o transdutor com água ou álcool
a sala para acompanhar todo o exame transvaginal e servir de antes de cobri-lo com um protetor descartável. Uma ampla
acompanhante. gama de protetores para u'ansdutor está disponível, variando
Como em qualquer exame diagnóstico, é importante apre- de protetores à venda criados especificamente para transduto-
sentar à paciente todos os membros do serviço que estarão na res de ultrassonografia até preservativos de látex. Estabelecida
sala de exame. Isto é ainda mais importante na USTV. Para a necessidade de se seguir as precauções necessárias, temos
manter a dig11idade da paciente, ela é coberta apropriadamente usado desinfetantes por muitos anos sem incidentes. Entre
com um lençol e colocada na posição de supina com os joelhos os exames, mantemos o transdutor imerso por 20 minutos
ANATOMIA NORMAL DA PE LVE FEMININA E ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL 889
Técnica de Exame
Uma vez que a paciente e o transdutor estejam preparados,
um campo de visão de 8 a 10 cm de profundidade é selecio-
nado para assegurar que a posição do instrumento possa ser
monitorada durante a introdução. Uma vez que o transdutor
tenha sido introduzido no introito, o operador deve obser-
B
var a tela, monitorando sua posição continuamente. Isto é
FIGURA 26-1. A. Diagrama de uma imagem transvaginal no plano
fundamental para a segurança da paciente e para prevenir sagital. (De L yons EA, Gratton O, Harrington C: Transvaginal sonogra-
o posicionamento incorreto do transdutor no fórnix vaginal phy of normal pelvic anatomy. Radiol Clin North Am 30:663, 1992.)
posterior, onde o operador observará apenas as alças intes- B. Ultrassonografia transvaginal no plano sagital mostrando o corpo
tinais se o útero for antevertido e não conseguirá identifiCaJ" (U) e o fundo (I) do útero . Canal endometrial (seta vertical), camada
basal do endométrio (seta oblíqua) .
qualquer dos malTOS anatômicos. O transdutor é introduzido
na vagina, e o exame geralmente realizado através da sua
parede anterior e fórnices anterior e/ou laterais. A posição do
transdutor é determinada pelo local de visualização ótima da
víscera pélvica específica. marco a ser utilizado quando inicialmente se avalia a posição
A orientação do transdutor é controlada pela sua rotação e a orientação do transdutor. A rotação da sonda em 90 graus
e angulação. Três manobras de exame básicas são realizadas no plano coronal permite a visualização tallto do útero quanto
para se alcançar a orientação adequada: dos anexos. Antes de proceder ao armazenamento ou à docu-
mentação de qualquer imagem, uma completa avaliação da
l. O transdutor pode ser rodado de O a 90 graus sobre seu pelve deve ser realizada. Esta avaliação é realizada movendo-
eL'Co longo para obter qualquer plano de imagem de sagital se lentamente o feixe num plano sagital da linha média atra-
a cOl"onal (Figs. 26-1 e 26-2). vés de ambos os anexos até as paredes pélvicas laterais. O
2. O transdutor pode ser angulado ou apontado em qualquer transdutor é então orientado para o plano coronal e o feixe é
direção (dentro dos limites do conforto da paciente) para movido da cérvL'C até o fundo uterino. Tal estudo rapidamente
orientar o plano de imagem (Fig. 26-2C) . avalia as posições relativas do útero e ovários e identifica qual-
3. O transdutor pode ser avançado ou retirado, o que mo- quer massa evidente.
verá as vísceras pélvicas adjacentes e deslocar as alças, e Após essa avaliação, as imagens"padrão são obtidas. Em
permitir que as estruturas sejam direcionadas para a zona nossa instituição estas incluem:
focal do transdutor ou afastadas das regiões próximas a
artefatos de campo. Plano sagital: (1) cérvix, canal endocervical, fundo de saco
posterior, (2) útero e endométrio, (3) ovário e anexo direi-
Durante a introdução do transdutor, a sua orientação deve ser tos e (4) ovário e anexo esquerdos.
avaliada levando-se em conta a posição da bexiga, que geral- Plano cOl"onal: (1) vagina, (2) cérvix e fundo de saco posterior,
mente contém uma pequena quantidade residual de urina. A (3) corpo do útero e endométrio, (4) fundo uterino e en-
posição normalmente estável do ângulo da bexiga em relação dométrio, (5) ovário e anexo direitos, e (6) ovário e anexo
às posições mais variáveis do útero e ovários torna-a um bom esquerdos.
890 ANATOMIA NORMA L DA PELVE FEMININA E ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL
A B
FIGURA 26- 2. A. Diagrama de uma imagem transvaginal no plano
carona I. (De Lyons EA, Gratton D, Harrington C: Transvaginal sono-
graphy of normal pelvic anatomy. Radial Clin North Am 30:663,
1992.) B. Ultrassonografia transvaginal no plano coronal através
do corpo do útero (U). Endométrio (seta no interior da imagem).
Superfície serosa do útero (demais setas). C. Ultrassonografia
transvaginal no plano coronal oblíquo angulado na direção do ovário
esquerdo demonstrando o mesmo (o), a veia ilíaca externa (Ve), e a
artéria (A) e veia (V) ilíacas internas. C, Cisto.
Embora essas imagens-padrão sejam obtidas, elas não são de fundo uterino e então angular o transdutor lateralmente em
forma alguma o exame completo. A obtenção destas imagens direção ao corno e ligamento largo. Uma vez que esta região
indica que todo o órgão ou região fotografada foi cuidado- é identificada, o ovário pode ser identificado movendo-se len-
samente avaliada em tempo real nos dois planos ortogonais. tamente o feixe anterior e posteriormente. Se o ovário estiver
Q\.talquer patologia ou variante da normalidade deve ser es- posicionado alto na pelve ou se o útero é muito antevertido, a
tudada e as lmagens apropriadas, documentadas . Os esntdos elevação ou flexão dos quadris pela paciente pode ajudar a vi-
por meio do Doppler colorido, power e espectral são acres- sualizar o ovário. Outra manobra bastante comum para "ová-
cemados ao exame dependendo do caso clínico e da patologia rio alto" é aplicar compressão nas porções laterais da parede
demonstrada na imagem em escala de cinza. abdominal anterior flexionando-se os dedos , pressionando a
Utilizando-se a ultrassonografia tridimensional, uma ver- parede e trazendo o ovário ou uma massa móvel para o campo
dadeira imagem coronal do útero pode ser obtida e demons- de visão do transdutor u-ansvaginal.
o-ando-se todo o canal endometrial de forma não reprodutível A capacidade de se usar a ponta do transdutor para avaliar
de outra forma. a sensibilidade das estruturas pélvicas é uma vantagem adicio-
Como observado, o ângulo da bexiga é um ponto de refe- nal da U STV. Pela aplicação de discreta preensão com a ponta
relativan1ente estável. Observa-se posteriormente (ver do transdutor nas estruntras pélvicas, é possível localizar uma
"O Utero e Vagina" ) que a cérvix é ligada ao ângulo da bexiga região de desconforto com maior especificidade que a USTA
pelo paraméu-io. Com a localização da cérvix, a posição e a ou exame bimanual. Além disto, uma região de sensibilidade
localização do útero podem ser determinadas. A visualização que tenha sido identificada ao exame bimanual pode ser in-
dos ovários pode ser mais difícil e com frequência requer an- vestigada por USTV para determinar qual estrutura pélvica
gctlação significativa do transdutor. produz a mesma resposta.
Q.lando o útero é antevertido, uma técnica útil para lo- Em resposta à leve pressão com o transdutor transvaginal,
calizar o ovário é primeiro se obter uma imagem coronal do os órgãos pélvicos devem normalmente se afastar uns dos ou-
ANATOMIA NOR M A L DA PELV E FEMININA E ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL 891
tros. Zimmer, Timor-Tritsch e Rottem 9 descreveram este efei- minal. A linha terminal é a linha arqueada do ílio, a linha
to, que é chamado de sinal do órgão afastado. Uma restrição à ílio-pectínea e a crista do púbis. A pelve falsa é limitada pelas
movimentação normal pode indicar a presença de aderências. bordas dos ossos ilíacos e a base do sacro posteriormente, e
Algumas vezes o órgão de origem de uma massa pode não ser a parede abdominal anterior e lateralmente. A pelve verda-
observado à escala de cinzas e ao Doppler colorido. A movi- deira é limitada anteriormente pelo púbis e ramos púbicos,
mentação da massa pela pressão do transdutor pode ajudar a posteriormente pelo sacro e cóccix, lateralmente pelo ílio e
determinar o seu órgão de origem. ísquio fusionados, e inferiormente pelos músculos do assoalho
pélvico.
Na ausência de massas na paciente não-gestante, o útero,
Segurança os ovários e os anexos estão localizados na pelve verdadeira.
o comitê de bioefeitos do Instituto Americano de A bexiga e alças do intestino delgado estão localizadas ante-
Ultrassonografia em Medicina (American Institute of riorme!1te ao útero e às estruturas anexiais na pelve verda-
U1trasound in Medicine - AIUM) identificou uma intensi- deira. A medida que a bexiga se preenche, a cúpula vesical
dade de ultrassonogTafia (pico espacial de campo livre, média estende-se à pelve falsa e desloca as alças de intestino delgado,
temporal [SPTA - free-fleld spatial peak, temporal averageJ) fornecendo uma janela acústica (Fig. 26-3) para a USTA 5 .
de 100 mW/cm 2 como a intensidade abaixo da qual foi confir- Transdutores intracavitários (transvaginal e transrretal) per-
mada ausência de efeitos significativos nos tecidos mitem a visualização das vísceras pélvicas de dentro da pel-
de mamíferos expostos in vivo 0. 11 O FDA (Food and Drug ve verdadeira. A ultrassonografia translabial visualiza a pelve
Administration) definiu o limite de produção acústica (SPTA) verdadeira do assoalho pélvico 13 .
para o estudo fetal em 94 mW/cm 2. Os fabricantes agora têm As desvantagens da USTV comparada à USTA incluem
a opção de comercializar sistemas que excedam os níveis de um campo de visão limitado e a incapacidade de examinar a
intensidade específicos para aplicação fornecidos já que pelve falsa adequadamente. A bexiga repleta na USTA forne-
os níveis de exposição são mostrados na tela, de modo ce uma janela para o exame da pelve verdadeira pelo desloca-
que o nível pode ser monitorado pelo operador. Em 1992, mento das alças intestinais, mas também pode deslocar inad-
a Associação de Fabricantes Elétricos Nacionais (National vertidamente estruturas patológicas para a pelve falsa. Um
Electric Manufacturer's Association) e o AIUM concordaram exame rápido das pelves falsa e verdadeira ao fim do estudo
com os padrões de demonstração da produção voluntários, após a paciente ter urinado é parte de um exame de rotina.
que consistem no ú1dice térmico (TI) e índice mecânico (Mn. Isto permitirá que se detectem grandes massas que tenham
Estes indices fornecem uma estimativa mais precisa da expo- sido deslocadas pela bexiga repleta e massas que simulem uma
sição biológica do que os níveis de intensidade, permitindo bexiga repleta (Figs. 26-4 e 26-5). Ao exame pós-micção, com
que os operadores apliquem o princípio "o mais baixo quanto frequência é necessário utilizarmos compressão para deslocar
razoavelmente possível" para a exposição à ultrassonografia. a p:esença de gás nas alças do intestino delgado e cólon, es-
As orientações do AIUM concluem que não houve evidência pecialmente quando se procura por uma massa pequena na
experimental de lesão em modelos animais confirmada de pelve falsa .
forma independente quando certos níveis foram observados Qyando se utiliza a USTV, líquido livre é frequentemente
(TI <2 e MI< 0,3)11 . O AIUM ainda estabeleceu e reafirmou demonstrado no fundo de saco posterior em pacientes nor-
em 26 de março de 1997 que: "Não há efeitos biológicos con- mais (Figs. 26-6 e 26-7). A presença de líquido no fundo de
firmados em pacientes ou em operadores dos equipamentos saco anterior ou recessos pélvicos laterais ou uma <Yrande
quantidade de líquido no fundo de saco posterior uma
por expos.ições aos aparelhos de ultrassonografia
dlagnóstLCa na atualidade. Embora exista a possibilidade de grande coleção de líquido intraperitoneal (Figs. 26-8 e 26-9).
que tais efeitos biológicos sejam identificados no futuro, os O volume de líquido pode ser estimado pelo exame do espaço
hepatorrenal (espaço de Morrison) (Fig. 26-9B) .
dados atuais indicam que os benefícios para o paciente do
u.so prudente da ultrassonografia diagnóstica ultrapassam os
nscos, se houver algum, que posam estar presentes.,,12 Como MUSCULATURA PÉLVICA,
a USTV é frequentemente realizada no início da gestação
durante a organogênese, o uso prudente da tecnologia dita
PLANOS FASCIAIS, INSERÇÕES
que o resultado do transdutor seja mantido no nível mais LlGAMENTARES
baixo necessário para se obter a informação diagnóstica apro-
A fáscia superficial ou subcutânea apresenta textura areolar
pnada. O operador deve utilizar o princípio "o mais baixo
e contém quantidades variáveis de gordura. A fáscia subcu-
quanto razoavelmente possível" no exame de ultrassonografia
é contínua com a fáscia superficial da coxa, grandes
e, disto, deve manter o TI e o MI em níveis seguros. Em
lablos e períneo. As paredes anterior e laterais da pelve falsa
parncular, ultrassonografistas e técnicos em ultrassonografia
são os músculos anteriores e laterais da parede abdominal.
devem ter conhecimento de que os níveis de exposição ao
!--ateralmente, estes músculos incluem os oblíquos externo e
ultrassom com Doppler pulsátil podem frequentemente exce-
mterno e o transverso do abdome, que configura a camada
der os níveis prescritos e devem prestar muita atenção ao TI e muscular interna l4 ,15 (Fig. 26-10). Os músculos retos abdomi-
ao M.I. O Doppler pulsátil deve ser utilizado por um período nais constituem-se num par de músculos paramedianos orien-
o mais breve o possível para se obter informação clinicamente tados longitudinalmente de cada lado da linha alba (Figs. 26-
relevante e necessária.
10 e 26-11). A inserção pélvica dos músculos retos abdominais
é a do púbis. As aponeuroses dos músculos oblíquos
PELVES VERDADEIRA E FALSA externo, mterno e transverso unem-se à fáscia do reto abdomi-
nal anterior para formar a linha alba na linha média . Deve ser
A pelve é arbitrariamente dividida em dois compartimentos observado que a anatomia da bainha do reto é diferente acima
estruturalmente contínuos: as pelves verdadeira e falsa. A e abaixo da linha arqueada l 4 . Abaixo da linha arqueada um
divisão é definida pelo promontório do sacro e a linha ter- hematoma da bainha do reto pode se estender da
892 ANATOMIA NORMAL DA PELVE FEMININA E ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL