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CÂNCER DE PRÓSTATA Patricia Santolia Giron

CÂNCER DE PRÓSTATA
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte
baixa do abdômen
É um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga
e à frente do reto, envolve a porção inicial da uretra
Produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides,
liberado durante o ato sexual
CÂNCER
ESTIMATIVA BIÊNIO 2020/2022 - INCA
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio
2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 65.840 novos casos de câncer de
próstata. Esse valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada
100 mil homens

Um em cada 9 homens será diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida
CÂNCER DE PRÓSTATA
O câncer de próstata ocorre principalmente em homens mais velhos. Seis em cada 10
casos são diagnosticados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40
anos. A média de idade no momento do diagnóstico é de 66 anos
O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens,
atrás do câncer de pulmão
Taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em
comparação aos países em desenvolvimento
FATORES PREVENTIVOS
Ter uma alimentação saudável
Manter o peso corporal adequado
Praticar atividade física
Não fumar
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
FATORES DE RISCO
idade avançada (acima de 50 anos),

histórico familiar da doença (Pai ou irmão com câncer de próstata


antes dos 60 anos),

fatores hormonais,

fatores ambientais
FATORES DE RISCO
hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras,
vegetais e frutas),

sedentarismo,

excesso de peso,

negros constituem um grupo de maior risco.


CÂNCER DE PRÓSTATA
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida,
espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte.

A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15


anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a
vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Fase inicial: evolução silenciosa

dificuldade de urinar;
demora em começar e terminar de urinar;
sangue na urina;
diminuição do jato de urina;
necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Sintomas

A maioria cresce lentamente e não causa sintomas


Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade
para urinar, sensação de resíduo e hematúria
Dor óssea, principalmente na região das costas, devido à
presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um
grau de maior gravidade
CÂNCER DE PRÓSTATA
Diagnóstico
O câncer de próstata pode ser diagnosticado por
meio de exame físico (toque retal) e laboratorial
(dosagem do PSA)
Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA
alterado, deve ser realizada uma biópsia para
averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno
A biópsia é o único procedimento capaz de confirmar
o câncer
Outros exames de imagem também podem ser
solicitados, como tomografia computadorizada,
ressonância magnética e cintilografia óssea
RASTREAMENTO?
NOVEMBRO AZUL
Ministério da Saúde e INCA, a página Câncer de próstata; causa,
sintomas, tratamento e prevenção em seu portal na Internet.
O INCA também postou a cartilha Câncer de próstata: vamos falar
sobre isso? com informações para que as pessoas possam entender
mais acerca da doença e decidirem o que é melhor para a
própria saúde. A cartilha incentiva a conversa com o profissional
de saúde.
Além disso, o Instituto também produziu o vídeo Saúde do homem –
um alerta e ao mesmo tempo um convite para que o homem se
cuide
RASTREAMENTO?
CÂNCER DE PRÓSTATA
Tratamento
Depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade
do paciente:
Prostatectomia radical;
Radioterapia;
Hormonioterapia;
Uso de medicamentos.
Para os pacientes idosos com tumor de evolução lenta o
acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser
considerada.
INCISÕES DA PROSTATECTOMIA

Prostatectomia perineal radical:


Prostatectomia supra-púbica radical: Remoção completa da próstata. Os gânglios
Remoção completa da próstata e dos linfáticos regionais são, por vezes, removidos
gânglios linfáticos regionais. através de outra incisão no abdomen.
INCISÕES DA PROSTATECTOMIA

Ressecção trans-uretral da próstata (RTUP): remoção de parte da próstata, com um


instrumento inserido através da uretra. O tumor é separado da próstata, recorrendo a
uma corrente elétrica que passa através de um pequeno fio eléctrico.
INFLUÊNCIA DA TÉCNICA CIRÚRGICA
NA FUNÇÃO ESFINCTERIANA
Ressecção agressiva ao nível do ápice prostático e
ressecção além do verumontanum da uretra prostática
(próximo à entrada dos ductos ejaculatórios) estão
associadas com aumento do risco de dano esfincteriano

Redução de risco: preservação dos feixes


neurovasculares, preservação e reconstrução do colo
vesical, preservação dos ligamentos pubo-prostáticos e
meticulosa dissecção cirúrgica
INFLUÊNCIA DA TÉCNICA CIRÚRGICA
NA FUNÇÃO ESFINCTERIANA

Preservação de nervos: “continência funcional”, comprimento ideal


da uretra funcional e maior pressão máxima de fechamento
uretral de repouso

Autores reportaram melhora da continência através da mínima


manipulação da uretra e da preservação de todos os tecidos
periuretrais distais ao ápice
INFLUÊNCIA DA TÉCNICA CIRÚRGICA
NA FUNÇÃO ESFINCTERIANA

Preservação do ligamento pubo-prostático (fixação da uretra


membranosa ao púbis posterior):
índice de continência de 100%, comparado a 84% a 89% com
outras técnicas.
tempo menor para a restauração da
continência total.
INFLUÊNCIA DA TÉCNICA CIRÚRGICA
NA FUNÇÃO ESFINCTERIANA

Ressecção do colo vesical x preservação:


- não foi achado diferença nos índices de continência após um
ano;

- retorno mais rápido à continência com o grupo de preservação


do colo vesical.
INFLUÊNCIA DA TÉCNICA CIRÚRGICA
NA FUNÇÃO ESFINCTE RIANA
Laparoscopia
Cirurgia robótica

Desvantagens:
alto custo/ restrição de serviços que ofertam
experiência cirurgiões
Vantagens:
Menor incidência de incontinência urinária e disfunção erétil.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Recomendações
* Homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata
devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos
* Descendentes de negros ou homens com parentes de primeiro
grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos
apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença; portanto,
devem começar a fazer os exames aos 45 anos
* Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata
diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de
desenvolver a doença
CÂNCER DE PRÓSTATA
Recomendações
* Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5 mg/mL devem repetir o
exame a cada 2 anos; já aqueles com PSA acima desse valor
devem fazer o exame anualmente
* Resultados de PSA e toque retal alterados são relativamente
comuns, mas podem gerar muita angústia, apesar de não serem
suficientes para estabelecer o diagnóstico de câncer de próstata;
para confirmá-lo é indispensável dar prosseguimento a uma
avaliação médica detalhada e criteriosa
* Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios
físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir
a doença
CÂNCER DE PRÓSTATA
Complicações após prostatectomia:
Causas IU: disfunções vesicais (4%), esfincterianas (90%) ou a combinação de ambas
(36%).
Disfunção vesical: complacência alterada
contração involuntária detrusor
disfunção prévia à cirurgia (hiperplasia da próstata ou idade)

Disfunções esfincterianas: pressão detrusora (disf vesical)


fraqueza muscular (idade)
cirurgia (retirada esfincter proximal):
Inervação, veromontanum, rabdoesfincter, comprimento uretral (2,8 cm)
TEMPORÁRIA OU PERMANENTE – IUE ou Incont. total
CÂNCER DE PRÓSTATA
Complicações após prostatectomia:
Incontinência por transbordamento: estenose uretral
obstrução por adenoma residual
contratura do colo vesical
hipocontratilidade detrusora
- Sinais: jato fraco (inicial) e retenção urinária

Fatores de risco para IU pós-prostatectomia:


- Idade do paciente na cirurgia, estadiamento da doença, técnica cirúrgica,
experiência do cirurgião, status de continência no pré-operatório e prévia
intervenção de próstata.
CÂNCER DE PRÓSTATA
AVALIAÇÃO IU: pensar a causa:
Lesão do mecanismo distal de continência, trauma pélvico com fraturas de bacia
(com ou sem lesão uretral), procedimentos sobre a uretra (uretroplastias, uretrotomia
interna óptica, dilatações e calibrações uretrais), cirurgias proctológicas e/ou
radioterapia
Relacionados à lesão direta do aparelho de continência e/ou de sua inervação
(avaliação sensitiva).
Exames/tipo cirúrgico
QUEIXA PRINCIPAL: Qual a Intensidade da Perda, em Frequência e Volume, e em que
Momentos ocorrem a Perda?
Medicações? Comorbidades? Profissão? AVD’s?
CÂNCER DE PRÓSTATA
Disfunção sexual após CA de próstata
Comum e frequente
6 meses
Redução da qualidade de vida
Cirurgias e medicamentos
Reabilitação – AP?
Tratamento da Fisioterapia (IU):
Consciência (verbal, visual, manual, eletro ou biofedback)
Contração AP – fibras rápidas e lentas
Fortalecimento (cinesio, eletro ou biofedback – anal/perineal)
Relaxamento – coordenação
Cinesioterapia funcional com contração AP associada
Ginástica abdominal hipopressiva
Terapia comportamental: quando e como contrair, alimentação, ingesta hídrica,
quando e como ir ao banheiro
Correção postural e consciência corporal
Neuromodulação sacral/tibial
ESFÍNCTER ARTIFICIAL
DISPOSITIVO EXTERNO

Possui estrutura anatômica em


forma de dobradiça com um orifício
no centro. Após fixado restringe a
uretra evitando a incontinência
urinária, pressionando apenas um
ponto específico evitando o
desconforto. Indicado para
contenção do gotejamento nos
casos pós cirúrgico da próstata,
paraplégicos etc
DISFUNÇÃO ERÉTIL
Disfunção erétil após a prostatectomia
radical gira em torno de 50% a 100%
Fatores que podem contribuir para a
disfunção erétil após a PTR:

- Idade acima de 65anos,


- problemas de ereção já antes da cirurgia,
- câncer mais avançado,
- associação com outras doenças como o
diabetes e hipertensão arterial, descontrole
do colesterol
- Tabagismo
MESTRADO UNESP:
3 GRUPOS DE REABILITAÇÃO:
- CONTROLE
- EXERCÍCIOS AP
- ELETROESTMULAÇÃO +
EXERCICIOS AP
NÃO HOUVE DIFERENÇA ENTRE OS
GRUPOS EM 12 MESES DE
TRATAMENTO.
MESTRADO USP:
Dois grupos randomizados:
Controle
Exercícios de AP com
biofeedback
Observou-se significativa redução
de Disfunção eretil nos dois
grupos, porém, após 12 meses, a
recuperação total da ereção foi
de 8 pacientes no grupo
tratamento e 2 no grupo controle
(p=0,032)
Forte correlação entre
recuperação da continência e da
potência sexual.
EXERCÍCIOS AERÓBICOS E DE RESISTÊNCIA – Melhoram qualidade de
vida e função sexual pela redução IMC e disposição
16 pacientes – divididos em 2 grupos
Exercícios pré-operatórios: orientação de realizar contração MAP 3 vezes por dia,
por 4 semanas.
Após intervenção:
- Grupo estudo apresentou maior área de secção transversa do esfincter uretral
extrerno
- Maior pressão de contração do levantador do ânus
- Incontinência: 62% grupo intervenção e 37% do controle estavam CONTINENTES.
- Uso de absorventes: 75% grupo intervenção e 25% grupo controle não usaram
NENHUM absorvente
- Não houve diferença estatística, mas mostra uma abordagem útil
80 pacientes: dois grupos
Um grupo exercícios de AP guiados por fisioterapeuta
Outro grupo exercícios AP por conta própria
Apesar de o grupo intervenção ter melhor contração de AP, não
houve diferença na qualidade de vida entre os grupos.

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