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ORTODONTIA
ESTADO ATUAL DA ARTE − DIAGNÓSTICO, PLANEJAMENTO E TRATAMENTO
A deficiência transversal da maxila é uma alteração frequentemen-
te encontrada na prática clínica ortodôntica1. Sua prevalência é de

EXPANSÃO RÁPIDA DA 8% a 23% na dentadura decídua e mista e de menos de 10% em


pacientes adultos2-5.
MAXILA ASSISTIDA POR
MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS A expansão rápida da maxila é um método estabelecido de trata-
mento das discrepâncias transversais que aumenta o perímetro
do arco pelo rompimento da sutura palatina mediana e esta se
reorganiza rapidamente por meio do reparo do tecido conjuntivo e
formação óssea6. Ela foi descrita pela primeira vez em 1860 por um
dentista americano chamado Angell7,8, após a observação clínica
da abertura de diastemas entre os incisivos centrais superiores, já
que naquela época não havia sido descoberto o raio-X. No entanto,
só foi popularizada por Haas9 cem anos mais tarde com a publica-
ção de estudo realizado em porcos, comprovando que a abertura
da sutura palatina mediana era possível e segura, uma vez que
seguida de neoformação óssea.
Wilson Humio Murata | Cibele Braga de Oliveira
Selly Sayuri Suzuki | Hideo Suzuki
Posteriormente, diversos estudos em animais descreveram o pro-
cesso histológico da disjunção da sutura palatina mediana e sua
subsequente neoformação óssea progressiva. Logo após a se-
paração, a região do defeito ósseo da sutura palatina rompida é
preenchida com tecido conjuntivo fibroso desorganizado, rico em
vasos sanguíneos. Depois de três meses, há uma formação ós-
sea, embora com osso irregular, muito celularizado e pobremente
mineralizado. No sexto mês após a disjunção maxilar, a sutura se
mostra bem organizada e histologicamente normal, mas é somente
após nove meses que a região sutural apresenta uma mineraliza-
ção semelhante à sutura palatina mediana de animais que não
foram submetidos à disjunção10-14.

12 Esse preâmbulo científico prévio permitiu que a expansão rápida


da maxila (ERM) se tornasse um procedimento de rotina nos con-
sultórios de ortodontia nos tempos atuais.
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PROCESSO DE OSSIFICAÇÃO DA remodelação sutural. Com o avançar da idade, no que estão no período tardio de crescimento puberal Alguns autores16 especularam que índices de fu-
SUTURA PALATINA MEDIANA E entanto, as suturas são normalmente obliteradas (11 a 18 anos de idade)17. A resistência à expansão são abaixo de 5% são favoráveis à abertura da
CRONOLOGIA ETÁRIA por meio do processo de ossificação .16
neste período pode ser explicada pela maior por- sutura por meio de aparelhos expansores con-
centagem de indivíduos com áreas iniciais de os- vencionais. Estudos histológicos e com microto-
A expansão rápida da maxila corresponde a um
Para o ortodontista, dois eventos relacionados ao de- sificação sutural ou até mesmo em início da fusão mografia computadorizada acharam índices de
procedimento terapêutico que atua alterando a
senvolvimento sutural têm grande importância para da sutura palatina mediana, que é encontrada prin- fusão abaixo de 5% em indivíduos de variadas
conformação espacial do osso maxilar e suas es-
a aplicação clínica da expansão rápida da maxila :
16
cipalmente de forma mais precoce em mulheres18. idades: de 18 a 38 anos25, de 14 a 71 anos24 e de
truturas ósseas vizinhas do terço médio da face.
18 a 63 anos de idade23. No estudo de Persson e
Por isso, é importante o conhecimento da organi-
–– A idade em que os primeiros sinais de fusão A magnitude dos efeitos indesejados é maior Thilander16, apenas um dos sete indivíduos entre
zação estrutural da sutura palatina mediana e sua
indicam que o limite máximo de crescimento da quanto mais alta for a resistência à expansão ma- 15 a 19 anos mostrou início de fusão, com índice
relação com as suturas circunmaxilares.
sutura palatina mediana já foi atingido. xilar gerada pelo processo de fusão da sutura pa- de 0,9% da sutura palatina mediana ossificada.
latina mediana e das suturas circunmaxilares .
19-21
Após esta idade, dos 20 aos 35 anos, houve um
A sutura palatina mediana tem uma forma rugosa, –– A idade na qual o avanço da ossificação da su-
O início e o avanço progressivo da fusão sutural grande aumento no índice de fusão, indicando um
imbricada e sinuosa, com tecido conjuntivo denso tura impossibilita a expansão ortopédica da maxila.
variam amplamente quanto à idade. Evidências aumento rápido do grau de ossificação em torno
interpondo suas margens ósseas. Anatomicamente,
científicas confirmaram esta variação quando ob- dos 30 anos de idade.
ela é composta pela união de três processos: os pro- Pearsson e Thilander16 estudaram os estágios de
cessos palatinos da maxila, processos alveolares da ossificação da sutura palatina mediana em ca- servaram fusão da sutura palatina mediana em in-

maxila e lâminas horizontais dos ossos palatinos. Por dáveres de 15 a 35 anos de idade, observando divíduos de 15 a 19 anos de idade e nenhum sinal Em pacientes com avançado estágio de fusão

isso, a sutura palatina mediana pode ser dividida em que a fusão desta sutura pode iniciar durante o de fusão desta sutura em indivíduos de 27, 32, 54 da sutura palatina mediana, a resistência à ERM

3 segmentos: anterior (antes do forame incisivo ou período juvenil. No entanto, não foi possível esta- e até em 71 anos de idade .
16,22-24
gerada pela fusão sutural pode causar vestibu-

segmento intermaxilar), médio (do forame incisivo até belecer o período etário em que se inicia a fusão larizações dentárias excessivas, complicações

a sutura transversa com o osso palatino) e posterior nem o período de término do fechamento, pois há Se a idade cronológica não é confiável para de- periodontais, dor durante a expansão, ausência

(após a sutura transversa com o osso palatino). As- grande variação individual quanto à idade crono- terminar o estágio de desenvolvimento da sutura, de efeitos esqueléticos, resultados instáveis e im-

sim, deve-se ter em mente que a expansão rápida da lógica. Em contrapartida, os autores concluíram como é possível escolher o tratamento para corri- previsíveis, além de recidivas da expansão19,26-28.

maxila gera forças sobre outras suturas associadas à que um grau avançado de fechamento da sutura gir a discrepância transversal em adolescentes e

sutura palatina mediana e não se sabe até que ponto raramente é encontrado até os 30 anos de idade. adultos jovens? Como identificar o grau de ossifi- Uma nova classificação da morfologia da sutura
tais estruturas vizinhas podem ter influência na resis- cação da sutura e qual o tratamento indicado de palatina mediana foi desenvolvida por meio de
tência à disjunção maxilar15. Outros achados científicos mostram que o pro- acordo com seu estágio de desenvolvimento? um método tomográfico e validada pelo estudo
cesso de ossificação ao longo da sutura se inicia de Angellieri, McNamara e colaboradores18 com
Assim como as demais suturas craniofaciais, o mais frequentemente na região posterior e progri- O início e a progressão da fusão sutural acarretam o objetivo de permitir ao ortodontista identificar os
processo osteogênico na sutura palatina mediana de em direção à região anterior. Além disso, esta em um aumento gradual da rigidez do esqueleto estágios de fusão da sutura palatina mediana a
acontece mediante estímulos exteriores transmitidos fusão progride mais rapidamente no lado bucal facial que pode levar a maiores dificuldades para fim de indicar com segurança a ERM. Para isso,
pelos tecidos adjacentes para suprir sua demanda do que na parte nasal da abóboda palatina16. a realização da separação da sutura palatina me- imagens tomográficas da sutura de 140 indivídu-
funcional de crescimento. Diversos estudos também diana e um alto número de insucessos da ERM . 16
os de idades entre 5 a 58 anos foram classifica-
mostraram que a aplicação de forças mecânicas Clinicamente, observa-se que a expansão rápida Dessa forma, a previsão do sucesso ou falha da das em estágios A, B, C, D e E (Figuras 01A-E e
controladas transmitidas para a sutura durante o pe- da maxila é obtida facilmente até 10 anos de idade, ERM convencional pode estar relacionada à por- 02). Os resultados mostraram que os estágios A
ríodo de crescimento do esqueleto pode promover com mais efeitos esqueléticos do que em indivíduos centagem de fusão da sutura palatina mediana. e B estavam presentes em indivíduos até 13 anos

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de idade e indicam boas chances de sucesso na ERM. O estágio C de matura-


ção da sutura palatina mediana foi encontrado em indivíduos de 11 a 17 anos
de idade. Já a fusão completa da área palatina (estágio D) e maxilar (estágio E)
foi encontrada a partir de 11 anos apenas em meninas e 23% dos meninos dos
14 a 17 anos de idade mostraram fusão apenas na área palatina da sutura pa-
latina mediana. Diante da falta de correlação entre a idade cronológica e o grau
de fusão da sutura palatina mediana, este estudo testou e validou um método C

que tem o potencial de guiar decisões quanto à realização da expansão rápida


da maxila em pacientes adolescentes tardios e adultos jovens, a fim de evitar os
insucessos da ERM ou desnecessárias expansões rápidas da maxila assistidas
cirurgicamente em casos onde a ERM poderia ser bem-sucedida.

ESTÁGIO C

ESTÁGIO D

ESTÁGIO A
B E

ESTÁGIO B ESTÁGIO E
01. A-E − Estágios de ossificação da sutura palatina mediana. Fonte: Angelieri et al. .
18

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Mesmo com recursos de imagem mais atuais, osso, de regiões em início de ossificação, não TIPOS DE APARELHOS EXPANSORES dos dentes posteriores de suporte que levam, ge-
como a tomografia computadorizada, o diagnós- são detectáveis por meio de qualquer exame por ralmente, à rotação posterior da mandíbula e con-
tico preciso do estágio de fusão ou ossificação imagem, principalmente se considerarmos a va- Diversos tipos de aparelhos expansores dentos- sequente redução da sobremordida ou aumento
da sutura palatina mediana ainda é restrito se riedade de aparelhos com diferentes capacida- suportados e dentomucossuportados têm sido da mordida aberta, além de aumentar a tendência
considerarmos que formações microscópicas de des de resolução . 15
utilizados para expansão rápida da maxila, sen- à recidiva devido à resistência à deformação das
do que a principal diferença entre eles é quanto estruturas vizinhas de suporte30,37-39.
às estruturas de apoio do aparelho, em dentes ou
ESQUEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO OSSEO DA SUTURA PALATINA
dentes e abóbada palatina. Efeitos indesejados aos tecidos periodontais de su-
porte dos dentes posteriores foram observados no
Ambos os modelos de aparelhos promovem uma estudo de Garib et al.40 após expansão rápida da
força sobre os dentes de apoio, levando a uma maxila convencional, em pacientes de 11 a 14 anos,
VOCÊ PODE VER A SUTURA FORMADA AO
LONGO DOS OSSOS MAXILAR E PALATINO? redução do fluxo sanguíneo na região vestibular como a diminuição da espessura óssea vestibular
do periodonto e criando extensas áreas de hiali- e o aumento na tábua óssea palatina nos dentes
nização com ausência de células osteoremodela- posteriores em consequência da inclinação dentá-
doras essenciais para o movimento dentário. Em ria promovida pelo aparelho expansor. Dessa forma,
contrapartida, a atividade de remodelação óssea concluíram que a expansão rápida da maxila, no
SIM NÃO
ocorre à distância e de forma lenta, mantendo os período da adolescência, pode provocar deiscên-
HÁ DUAS LINHAS DE ALTA dentes de apoio em posição e permitindo que as cia óssea e recessão gengival na face vestibular
VOCÊ PODE VER A SUTURA APENAS
DENSIDADE ÓSSEA AO LONGO DA
AO LONGO DO OSSO MAXILAR? forças sejam transferidas à sutura, provocando o dos dentes de ancoragem, especialmente em indi-
SUTURA?
seu rompimento15,29. víduos com tábua óssea vestibular mais fina.

Estudos das abordagens de tratamento por meio Casos de isquemia e necrose da mucosa do pala-
de ambos os aparelhos expansores apresentam to também foram observados quando a sutura não
SIM NÃO SIM NÃO
benefícios tanto em relação ao tratamento de dis- cede às forças aplicadas por um aparelho den-
UMA DAS LINHAS crepâncias transversais 30-32
como também efeitos tomucossuportado41. Além disso, podem ocorrer
ESTÁGIO C ESTÁGIO D ESTÁGIO E
QUE VOCÊ VÊ ESTÁ favoráveis nas vias aéreas superiores33-36. reabsorções dentárias nas faces vestibulares das
SINUOSA? raízes dos dentes de suporte como relatados por
Os efeitos ortopédicos dos aparelhos expansores alguns autores42,43.
dento ou dentomucossuportados são similares,
produzindo o alargamento do arco maxilar através Vários estudos por meio de cefalometria e mode-
SIM NÃO da abertura da sutura palatina mediana. Os resul- los de gesso não observaram diferenças entre os
tados ortopédicos da disjunção são constatados efeitos do expansor dentossuportado Hyrax e do
ESTÁGIO B ESTÁGIO A clinicamente pela abertura de diastema entre os expansor dentomucossuportado Haas44-46. Acha-
incisivos centrais superiores. No entanto, além dos similares foram observados em um estudo to-
deste efeito ortopédico desejado, há o efeito orto- mográfico40 que confirmou o significante aumento
dôntico indesejado de vestibularização e extrusão na dimensão transversal da maxila e no assoalho

02. O critério diagnóstico para classificar o estágio de ossificação da sutura palatina mediana é baseado no esquema acima.

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nasal, semelhantes quando comparados estes dois efeitos dentários indesejados nos dentes de su- Com isso, em pacientes adolescentes, a indica- suportados por mini-implantes e compará-los
expansores. Quanto à inclinação dos dentes de su- porte. A desvantagem da técnica se deve ao pro- ção precisa e unânime entre os pesquisadores com um modelo de expansor dentossuportado ci-
porte, o aparelho de Haas apresentou maior inclina- cedimento cirúrgico invasivo, alto custo, risco de para a escolha pelo aparelho expansor apoiado rurgicamente assistido. Dentre os expansores os-
ção destes quando comparado ao Hyrax. infecção e de dano radicular51-53. em mini-implantes seria para casos que necessi- seossuportados avaliados, aqueles que mostra-
tam de expansão ortopédica da maxila, mas apre- ram maior transmissão de tensões para a sutura
Já se sabe, por meio de algumas pesquisas47-49, Outros trabalhos pesquisaram alternativas menos sentam perdas dentárias dos dentes posteriores, palatina mediana foram os modelos que utilizaram
que o efeito ortopédico da separação da sutura invasivas de dispositivos de ancoragem no osso casos severos que necessitam de muita expan- quatro mini-implantes instalados na região para-
palatina mediana corresponde a aproximadamen- palatino para disjunção maxilar em adolescentes são ou quando os dentes de apoio estão compro- mediana, sendo dois anteriores e dois posteriores
te 50% ou menos do total da expansão transversal com o objetivo de reduzir os efeitos dentários e metidos periodontalmente .
55,61-63
ao longo da sutura palatina mediana. Em contra-
da maxila convencional, sendo o restante atribuí- potencializar os efeitos esqueléticos54-58. Diversos partida, o modelo com 4 mini-implantes instalados
do principalmente aos efeitos dentários de vesti- desenhos de disjuntores osseossuportados foram Apenas um estudo apresentou resultados con- no osso alveolar do palato distribuiu, amplamente,
bularização. Além disso, o padrão de abertura da propostos, tanto apoiados em implantes55 como trários ao observado na literatura. De acordo as tensões da força por todo o palato, produzin-
sutura é triangular, com a base mais larga na por- em mini-implantes .
56,57,59
com Lagravère e colaboradores , os resultados
55
do menor tensão sobre os mini-implantes58. Na
ção anterior da maxila, como mostra o estudo de do tratamento de pacientes adolescentes com a expansão com aparelhos dentossuportados as-
Garret e colaboradores (2008), o qual apresentou As vantagens do uso de mini-implantes como apoio expansão rápida da maxila apoiada em dentes e sistidos cirurgicamente, houve pouca tensão na
uma expansão transversal decrescente na sutura dos expansores palatinos são a sua simples instala- em osso são semelhantes tanto em relação aos região de sutura palatina mediana, sendo a con-
palatina mediana de 55%, 45% e 38% do total da ção por meio de uma técnica minimamente invasiva, efeitos ortopédicos quanto aos de inclinação den- centração maior de tensões dirigida para as raízes
expansão transversal da maxila na região de pri- de baixo custo e sem risco de dano radicular60-62. tária. Talvez esse resultado antagônico tenha sido dos dentes de ancoragem. O modelo de aparelho
meiro pré-molar, segundo pré-molar e primeiro mo- gerado devido à diferença das tensões produzi- osseossuportado por mini-implantes que tem bra-
lar, respectivamente. Já o efeito de flexão alveolar A intenção de utilizar um expansor osseossuportado das pelo local de posicionamento dos mini-im- ços de apoio em molares também apresentou ten-
e inclinação dentária para vestibular aumenta de para disjunção maxilar em adolescentes seria para plantes que foram inseridos no processo alveolar sões sobre a área dentoalveolar, sugerindo maior
anterior para posterior. Nas medidas entre primei- evitar os resultados indesejados da expansão con- entre o segundo pré-molar e o primeiro molar. efeito colateral de inclinação dentoalveolar para
ros pré-molares, segundos pré-molares e primeiros vencional apoiada em dentes como o maior efeito tais modelos de aparelhos.
molares, a flexão alveolar representou 6%, 9% e dentário do que esquelético, recessões periodontais Existem diversos modelos de disjuntores maxilares
13%, respectivamente, do total da expansão trans- ou reabsorções radiculares dos dentes de apoio. suportados por mini-implantes, cada um definindo Wilmes e outros pesquisadores61 desenvolveram
versal da maxila e a inclinação dentária com 39%, o local ideal para a instalação dos mini-implantes um modelo de expansor apoiado em 2 mini-im-
46% e 49% respectivamente . 49
Os expansores apoiados em mini-implantes têm que terão o papel de suportar as forças ortopédi- plantes inseridos na região anterior paramediana
apresentado resultados bem-sucedidos em al- cas horizontais da disjunção. Em meio a essa gran- da sutura palatina ancorados posteriormente aos
Existe um consenso de que a previsibilidade da ex- guns estudos clínicos realizados em pacientes de variedade de aparelhos, surge a dúvida de qual primeiros molares. Como esse aparelho expansor
pansão ortopédica é muito reduzida em pacientes adolescentes61-63. Quando comparados com a o melhor modelo que permita o melhor desempe- tem apoio em dentes e em osso, foi denomina-
adultos jovens, sendo indicada a expansão rápida expansão convencional, estes estudos observa- nho ortopédico da disjunção maxilar. do de Hyrax híbrido. Em 2010, este modelo de
da maxila assistida cirurgicamente nesses casos50. ram resultados melhores para a expansão rápida expansor foi pesquisado em um estudo que uti-
da maxila apoiada em mini-implantes, pois esta Um estudo 58
com elementos finitos teve o objeti- lizou adolescentes com necessidade de expan-
O uso de distratores transpalatinos associados produziu a expansão ortopédica da maxila sem vo de analisar a distribuição de tensão e o des- são e protração maxilar. Em avaliação de modelos
à cirurgia pode ser implementado na expansão efeitos colaterais de vestibularização dos molares locamento da maxila e dos dentes de acordo 3D, os resultados deste trabalho mostraram uma
maxilar em adultos com a intenção de evitar os e nem abertura da mordida. com diferentes modelos de expansores palatinos disjunção eficaz da maxila, embora com efeitos

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colaterais de inclinação dos dentes de apoio. Os da discrepância transversal da maxila sem sub- Na ERM realizada pelo o aparelho dentossupor- pacientes adolescentes com média de 12 anos de
autores concluíram que a combinação do Hyrax meter o paciente à cirurgia invasiva e de alto tado Hyrax, as forças partem do seu ponto de idade com imaturidade das suturas maxilares.
híbrido com a máscara facial para prostração ma- custo que normalmente é indicada para indivídu- aplicação, os dentes, e são propagadas ao longo
xilar ajuda a minimizar os efeitos adversos de mi- os nessa faixa de idade. dos pilares de apoio da maxila. Já as tensões da Um estudo em pacientes na adolescência tardia,
gração anterior dos dentes. expansão suportada por mini-implantes mostra- com média de 18 anos, foi realizado com o objetivo
Na literatura há poucas evidências científicas que ram menor propagação para as estruturas ósseas de avaliar, por meio de tomografias computadori-
Em 2010, Lee e colaboradores 64
publicaram um suportem os achados clínicos para definir se é vizinhas e maior concentração de forças no com- zadas, as mudanças esqueléticas e os efeitos de
caso clínico bem-sucedido de tratamento de uma seguro realizar a expansão ortopédica da maxila plexo maxilar. Como o apoio ósseo está localizado inclinação dentária na expansão rápida da maxila
discrepância transversal severa da maxila em um em pacientes adultos sem gerar efeitos deletérios no fundo da abóbada palatina no expansor osse- conseguida com aparelho expansor suportado em
paciente adulto jovem de 20 anos de idade utili- que contraindiquem este procedimento. Além dis- ossuportado, desloca-se o ponto de aplicação dentes (Hyrax) e com aparelho expansor suporta-
zando um aparelho disjuntor suportado por mini- so, há uma ausência de informação sobre o pro- da força expansiva para mais próximo ao centro do em mini-implantes inseridos na região alveolar
-implantes inseridos no palato, o qual eles chama- tocolo de ativação ideal para esses pacientes, as de resistência da maxila e propicia-se uma maior palatina. Para a referida faixa etária, a pesquisa
ram de MARPE (Miniscrew-Assisted Rapid Palatal forças ideais, bem como sobre como escolher o translação horizontal do complexo maxilar com concluiu que o expansor com suporte ósseo por
Expander). Este caso mostrou, clinicamente e por modelo ideal do aparelho e do local de inserção menor resultante de inclinação, além de minimizar mini-implantes produziu melhor efeito ortopédico
meio de tomografias, que o aparelho expansor dos mini-implantes que melhor suportem as for- o efeito de vestibularização dos dentes posterio- e menor efeito dentário quando comparado ao ex-
apoiado em mini-implantes, inseridos na região ças ortopédicas pesadas da disjunção. res, permitindo um melhor controle vertical. Com pansor suportado em dentes Hyrax68.
parassutural, pode contribuir de forma efetiva todos esses resultados, o presente estudo sugere
para a correção transversal da maxila, utilizando- Enquanto isso já foram publicadas pesquisas em que o uso do aparelho expansor maxilar apoiado NOVO DESENHO DO MARPE (MICRO-
-se da possibilidade que a abertura das suturas nível laboratorial com o objetivo de avaliar como em mini-implantes pode ser benéfico para pacien- IMPLANT-ASSISTED RAPID PALATAL
EXPANDER)
oferece, podendo eliminar a necessidade de ci- se comportam as distribuições de forças na ex- tes adultos com ossificação avançada da sutura e
rurgias em pacientes com discrepâncias severas. pansão rápida da maxila suportada por mini-im- para pacientes jovens dolicofaciais66. Com base no trabalho anterior de Moo MacGuin-
plantes, utilizando, para isso, um método mate- nis e colaboradores66, foi desenvolvido o apare-
Outro caso clínico65, em um paciente com 19 mático de elementos finitos. Um ano depois, as observações sugeridas nos es- lho expansor MSE® (Maxillary Skeletal Expander,
anos de idade, também mostrou ser possível a tudos in vitro anteriores sobre a distribuição de for- Biomaterials Korea, Seul, Coreia do Sul) (Figuras
disjunção maxilar em pacientes adolescentes O estudo de MacGinnis, Moon e outros autores 66
ças foram confirmadas pelo estudo clínico de Mos- 03D-F). Este aparelho apresenta 4 mini-implantes
tardios quando utilizado um aparelho expansor avaliou a distribuição de forças, por meio dos leh e colaboradores67, que compararam os efeitos instalados em orifícios no corpo do parafuso ex-
apoiado em mini-implantes. Além da separação elementos finitos, em modelos que simularam a da expansão maxilar realizada com aparelhos den- pansor de forma paralela à sutura palatina media-
da sutura e da expansão maxilar sem cirurgia, o disjunção maxilar com aparelho expansor dentos- tossuportados e com aparelhos suportados por na e entre si (Figuras 03A-F).
MARPE produziu uma abertura das suturas cir- suportado e osseossuportado por mini-implantes, mini-implantes inseridos no palato. Estes autores
cunmaxilares e um alargamento das estruturas em situações com sutura palatina mediana aberta mostraram que ambos os aparelhos produziram A localização de instalação dos mini-implantes
ósseas vizinhas, incluindo o osso zigomático e e fusionada. O resultado mostrou que a alteração uma expansão significativa ao nível palatino, em- na região paramediana da sutura palatina foi es-
os ossos nasais. A vantagem deste aparelho nos do local de aplicação da força muda totalmente bora apenas os aparelhos suportados por mini-im- colhida com base em inúmeras razões, dentre
pacientes mencionados é a potencialização do a distribuição de tensões para o complexo cra- plantes tenham aumentado de forma significativa a elas se destacando o fácil acesso, baixo risco de
efeito ortopédico da expansão sem causar efei- niofacial quando a expansão rápida da maxila é largura ao nível da face e do osso maxilar por pro- dano às estruturas anatômicas importantes, por
tos colaterais significativos de vestibularização simulada por um aparelho dentossuportado e os- duzir uma força mais próxima ao centro de resis- ser um local de gengiva queratinizada menos
dos dentes posteriores, permitindo a correção seosuportado por mini-implantes. tência da maxila. No entanto, este trabalho utilizou susceptível à inflamação, além de apresentar

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osso cortical de boa qualidade importante para palatina. A área palatina em torno de 3 milímetros Inspirado no modelo das Figuras 03A-F, depois de curvatura anterior do palato onde as corticais do
a estabilidade primária dos mini-implantes69,70. da sutura sagital mediana apresentou osso mais algumas modificações, foi produzido um modelo de soalho nasal e do palato se afastam, configurando
denso em todo o palato. Estes autores sugeriram MARPE que incluía presilhas fabricadas pela empre- uma área de boa quantidade e qualidade óssea;
Em 2010, Moon e colaboradores71 avaliaram a que os mini-implantes utilizados para ancoragem sa PecLab (Belo Horizonte, Brasil) soldadas aos fios geralmente esta área na telerradiografia coincide
densidade óssea do palato por meio de tomo- ortodôntica podem ser instalados com sucesso do parafuso expansor tipo Hyrax. Os mini-implantes com a região dos pré-molares72. A posição dos
grafias de pacientes adultos mostrando que, as- na maioria das áreas palatinas com densidade utilizados são de dimensão de 1,8 mm de diâmetro, 4 dois mini-implantes posteriores será estabelecida
sim como a espessura, a densidade do osso pa- equivalente à área localizada posteriormente a 3 mm de transmucoso e 5 mm de rosca (Peclab, Belo em consequência do posicionamento dos mini-
latino também tende a diminuir de anterior para mm do forame incisivo e 1 a 5 mm lateralmente à Horizonte, Brasil). Este modelo contendo presilhas -implantes anteriores e do comprimento do para-
posterior e do centro para as laterais da região sutura palatina mediana. foi aplicado, de forma bem-sucedida, em diversos fuso expansor ao longo da sutura palatina media-
pacientes com atrofia maxilar, tanto em jovens ainda na. Importante notar que os dois mini-implantes
na fase de crescimento quanto em adultos em várias posteriores devem estar no mínimo 2 mm à frente
idades. Mais recentemente, um novo desenho de do limite entre o palato duro e o palato mole (iden-
MARPE foi desenvolvido e, a seguir, serão descri- tificado clinicamente ou por fotografia oclusal su-
tos os passos laboratorial e clínico para a instalação perior). No sentindo transversal, os mini-implantes
deste aparelho expansor apoiado em mini-implantes devem ser posicionados parassuturais. Esta posi-
adotado pela Equipe SZK Ortodontia (coordenado ção dos mini-implantes anteriores e o limite do pa-
pelo professor Dr. Hideo Suzuki). lato mole e duro, bem como o desenho da sutura
palatina mediana, devem ser transferidos para o
ETAPA LABORATORIAL modelo superior (Figura 04A-C).

O modelo de trabalho é confeccionado em ges- A próxima etapa será escolher a largura do para-
A B C
so pedra após a moldagem de transferência com fuso expansor com aberturas de 6 mm, 9 mm ou
bandas adaptadas na boca do paciente com 11 mm. A necessidade muitas vezes pode levar à
material de impressão do tipo alginato (hidroco- escolha do maior parafuso expansor, devido à ca-
loide irreversível). pacidade de expansões mais extensas, porém é
extremamente importante que o parafuso expan-
A telerradiografia lateral da face é o exame indi- sor escolhido consiga ser acomodado no palato
cado para orientar a posição de instalação dos de forma que seu corpo fique em contato direto
mini-implantes. Para se definir a localização dos com a mucosa do palato duro. Sobre o modelo
D E F dois mini-implantes anteriores, deve-se identifi- deve-se ajustar as hastes do expansor para soldá-
03. A-F − Caso clínico tratado com aparelho expansor MSE (Maxillary Skeletal Expander, Biomaterials Korea, Seul, Coreia do Sul) idealizado pelo Prof. Won car, por meio da avaliação na telerradiografia, a -las às bandas encaixadas nos primeiros molares.
Moon na Universidade da Califórnia, Los Angeles.

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Estas hastes devem ficar afastadas cerca de 2 mm massa de revestimento para fundição de baixa
distante do processo dentoalveolar do palato para fusão (Figura 05C). Opcionalmente pode-se tam-
não tocar na mucosa palatina lateralmente (Figuras bém soldar nas bandas um fio adicional de diâ-
05A,B). Antes da soldagem com solda prata para metro 1,2 mm para fazer uma estabilização ante-
ortodontia (60% prata e sem cádmio) das hastes rior adicional na região de pré-molares e também
do expansor nas bandas, faz-se uma retenção e ganchos para máscara facial, se houver necessi-
2 mm 2 mm
proteção térmica das hastes e do disjuntor com dade (Figura 05D).
Contato
A B

C D

05. A-D − Escolha, adaptação e ajuste do parafuso expansor MARPE (Peclab, Belo Horizonte, Brasil) (A,B). Solda prata na região das bandas (C)
e Foto final do MARPE após acabamento e polimento (D).

A B
ETAPA CLÍNICA manualmente com o contra-ângulo de baixa rotação
(o mesmo comumente utilizado no consultório) e a
A etapa clínica se inicia com a conferência e peque-
chave de mão reta bipartida (Peclab, Belo Horizonte,
nos ajustes, se necessário, do expansor MARPE na
Brasil), onde a extremidade da chave é conectada
boca do paciente. Deve-se checar se o parafuso ex-
ao contra-ângulo de baixa rotação. Para avaliação
pansor está bem adaptado e encostado na mucosa
do torque de inserção, pode-se fazer uso de catraca
do palato e se as bandas e fios adicionais estão bem
adaptados. Após a conferência, cimenta-se o ex- com torquímetro (Figuras 06A-C).

pansor. Em seguida, faz-se a anestesia do local para


inserção dos mini-implantes para MARPE (Peclab, O protocolo de ativação se assemelha aos disjun-

Belo Horizonte, Brasil). Para escolha do comprimen- tores convencionais, sendo indicado 2/4 de volta

to dos mini-implantes (5 ou 7 mm de comprimento), imediatamente após a instalação dos mini-implan-

leva-se em consideração a espessura do osso na re- tes e ¼ de volta a cada 12 horas nos dias subse-
gião anterior e posterior da maxila. Antes da inserção quentes até a constatação clínica da disjunção73.
dos mini-implantes, podem ser necessárias perfura- A quantidade de ativação vai depender de quan-
ções prévias (Broca Ortodôntica 1, 1 mm longa). A tos milímetros serão necessários para o descruza-
C perfuração e instalação dos mini-implantes são feitas mento da mordida em cada caso.
04. A-C − Estabelecimento da posição dos mini-implantes anteriores e posteriores. Telerradiografia lateral (A). Limite entre palato mole e palato duro (B).
Transferência destas estruturas anatômicas para o modelo de trabalho, bem como demarcação da sutura palatina mediana (C).

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ORTODONTIA − ESTADO ATUAL DA ARTE DIAGNÓSTICO, PLANEJAMENTO E TRATAMENTO

parafuso expansor tipo Hyrax e dois mini-implan- uma força de expansão e protração diretamente
tes posicionados anteriormente (1,8 x 4 x 7 mm nas bases ósseas, proporcionando efeitos es-
Peclab, Belo Horizonte, Brasil) (Figuras 08H,I) e queléticos como: abertura da sutura palatina
máscara facial de Petit (Figura 07F), com o intuito mediana, separação das hemi-maxilas, rom-
de se obter apenas o efeito ortopédico durante a pimento das suturas do terço médio da face e
expansão e protração maxilar, eliminando seus ganho anteroposterior da maxila, além de pro-
efeitos indesejados encontrados no tratamento porcionar efeitos dentários como verticalização
com aparelho de disjunção convencional, como dos incisivos e dentes posteriores e migração
a vestibularização dos incisivos superiores, a ro- sem angulação dos molares superiores. As fo-
tação do plano oclusal, além da extrusão e incli- tografias intrabucais e faciais finais mostram a
nação para mesial dos molares superiores . 74
melhora na correção da relação de Classe III
dentária, maior projeção do osso zigomático e
A expansão rápida da maxila apoiada em mini- melhora no perfil com aparência mais convexa

A B A -implantes e o uso da máscara facial permitiram pela projeção do lábio superior.

06. A-C − Instalação dos mini-implantes com contra-ângulo de baixa rotação encaixado na extremidade da chave de mão manual (A). Kit para instalação dos
mini-implantes MARPE (Peclab, Belo Horizonte, Brasil) (B) e avaliação do torque de inserção com catraca manual que possui torquímetro (C).

CASO CLÍNICO 1 maxila e comprimento do corpo aumentado. A di-


reção de crescimento do paciente é vertical. No-
Paciente do gênero masculino de 11 anos de tam-se ainda as inclinações compensatórias dos
idade, padrão III dolicofacial por combinação incisivos superiores vestibularizados e inferiores
A B C
de deficiência maxilar e prognatismo mandibular verticalizados (Figura 07C). Durante a avaliação
demonstrado pela ausência de depressão infra- intrabucal, o paciente apresentava dentição mis-
orbitária, pouca projeção zigomática, sulco na- ta, má oclusão de Classe III de 7 mm e mordida
sogeniano inexpressivo e linha de implantação topo a topo anterior denotando coroas curtas (Fi-
do nariz reta, configurando perfil côncavo (Figu- guras 08A-F). A fotografia oclusal inicial (Figura
ras 07A,B). Na telerradiografia lateral, torna-se 08G) mostra um palato com formato adequado.
evidente a Classe III esquelética quando obser-
vamos a posição do Ponto A posteriormente lo- O plano de tratamento proposto foi a disjunção
calizado em relação ao Ponto B e pogônio (me- e protração ortopédica da maxila utilizando o
dida cefalométrica de Witts= -5 mm), retrusão da expansor MARPE com presilhas soldadas ao
D E F

07. A-F − Fotografias faciais iniciais (A,B). Telerradiografia lateral inicial (C). Fotografias finais pós-MARPE e protração da maxila (D-E). Máscara
facial com força de 300g aplicada de cada lado (F).

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ORTODONTIA − ESTADO ATUAL DA ARTE DIAGNÓSTICO, PLANEJAMENTO E TRATAMENTO

CASO CLÍNICO 2 apresentava um problema transversal, com mor-


dida cruzada posterior, sendo possível notar uma
Paciente do gênero masculino, 18 anos de ida- inclinação lingual dos dentes posteriores inferio-
de, padrão III, retrusão maxilar, assimetria com res (Figuras 09E-H). A avaliação da telerradiogra-
reduzida exposição dos incisivos superiores no fia mostra relação das bases ósseas em Classe III
sorriso (Figuras 09A-D). As fotos intrabucais mos- esquelética com incisivos superiores vestibulari-
tram uma má oclusão de Classe III, sendo mais zados, sinal de compensação da deficiência ma-
severa do lado direito devido ao desvio de linha xilar. A radiografia frontal confirmou a presença de
A B média inferior para esquerda de 3 mm. O paciente assimetria esquelética (Figuras 09A-D).

C D
A B C D

E F
E F

G H I

08. A-I − Fotografias intrabucais iniciais e finais mostrando a melhora na má oclusão de Classe III com melhora nas inclinações dos incisivos superiores e
inferiores, sem abertura da mordida anterior (A-F). Fotografia oclusal inicial (G). MARPE com presilhas soldadas e dois mini-implantes inseridos somente na
região anterior (H). Término das ativações do MARPE (I).
G H

09. A-H − Fotografias faciais iniciais (A,B). Telerradiografia frontal inicial (C). Telerradiografia lateral inicial mostrando o padrão facial III por deficiência maxilar,
Classe III esquelética e presença de assimetria (D). Fotografias intrabucais iniciais mostrando uma má oclusão de Classe III dentária, com mordida anterior topo
a topo e mordida cruzada posterior unilateral devido ao desvio mandibular para a esquerda, porém com necessidade de expansão bilateral (E-H).

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ORTODONTIA − ESTADO ATUAL DA ARTE DIAGNÓSTICO, PLANEJAMENTO E TRATAMENTO

Foi utilizado o parafuso expansor da PecLab (Belo reavaliação, a ativação passou a ser ¼ de volta uma além de evitar efeitos colaterais causados pela téc- Baseado nisso e nas evidências científicas pu-
Horizonte, Brasil) e foram inseridos quatro mini-im- vez por dia por mais sete dias. No retorno, foi pos- nica de expansão rápida da maxila convencional. blicadas até o momento, já podemos demons-
plantes Ancodent HS p/MARPE (PecLab; Belo Hori- sível notar o alcance do resultado por meio do apa- MacGuinnis e colaboradores acreditam ser o tra-
66
trar a eficácia desta abordagem de tratamento
zonte; Brasil) com 5 mm de comprimento, 4 mm de recimento de diastema significante. Foi solicitado o tamento ideal para pacientes adultos dolicofaciais para pacientes em crescimento. No entanto, há
transmucoso e 1,8 mm de diâmetro, sendo dois na exame de tomografia Cone Beam, que confirmou o com a sutura palatina fechada, os quais necessitam a necessidade de mais pesquisas, principal-
região anterior do palato, adjacente à sutura palatina resultado esperado (Figura 10A-F). de expansão sem que ocorra vestibularização e ex- mente estudos clínicos, a fim de permitir suporte
mediana, ao nível da área entre segundo pré-molar e trusão dos dentes posteriores. científico para a aplicação clínica da expansão
primeiro molar, e os outros dois ao nível na área entre O caso clínico apresentado mostrou que a expansão ortopédica da maxila assistida por mini-implan-
primeiro molar e segundo molar. O responsável pelo rápida da maxila apoiada em mini-implantes em pa- CONSIDERAÇÕES FINAIS tes em pacientes adultos.
paciente foi orientado a ativar o aparelho ¼ de volta ciente adultos pode eliminar a necessidade de cirur-
de manhã e ¼ de volta à noite durante 10 dias. Após gias em pacientes com discrepâncias transversais, Este capítulo faz um resumo dos achados científicos Com custos reduzidos e muito menos riscos do
e da experiência clínica dos autores em relação à que opções alternativas de tratamento, a expan-
expansão ortopédica da maxila com o uso de apa- são ortopédica transversal da maxila realizada
relhos disjuntores apoiados em mini-implantes. Além com o MARPE apresenta-se como uma grande
disso, é descrito um novo desenho de aparelho ex- promessa para o futuro da expansão ortopédica
pansor assistido por mini-implantes e sua aplicação não cirúrgica em pacientes adultos.
clínica por meio de casos bem-sucedidos.

A B

B
C D

E F A C

10. A-F − Fotografias intrabucais iniciais (A,D). Novo modelo de MARPE com os orifícios para instalação dos mini-implantes no corpo do parafuso 11. A-C − Imagem de tomografia computadorizada Cone Beam (TCCB) mostrando a abertura da sutura de maneira paralela na visão frontal (A). Imagem de
expansor (Peclab, Belo Horizonte, Brasil). Foto mostrando o MARPE instalado e ativado há 7 dias (B,E). Término das ativações do MARPE após 14 TCCB mostrando a inclinação dos mini-implantes e o paralelismo entre eles. Nota-se a ancoragem bicortical da maxila (B). Visão oclusal da maxila na TCCB
dias. Nota-se a presença do grande diastema entre os incisivos centrais sem inclinações dentárias dos dentes posteriores (C,F). mostrando o paralelismo da abertura da sutura palatina mediana (C).

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ORTODONTIA − ESTADO ATUAL DA ARTE DIAGNÓSTICO, PLANEJAMENTO E TRATAMENTO

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