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Imagem 1 – Ultrassonografia transvaginal, plano sagital. Cavidade uterina ocupada por grande
massa ecogênica com múltiplos espaços císticos anecogênicos de permeio (aspecto de
“tempestade de neve”). Ausência de embrião.
Diagnóstico
O principal local de gravidez ectópica é a ampola e o quadro clínico mais comum é subagudo,
com dor leve e mal localizada, pequeno sangramento e, geralmente, não há massas palpáveis
em anexos. Semelhante ao caso apresentado, o tamanho uterino também não é compatível
com a idade gestacional, o Beta-HCG é maior que 1500 mUI/ml, porém na USG com 7 semanas
há embrião em topografia anexial e a cavidade uterina apresenta-se vazia.
Discussão do caso
A incidência mundial de DTG é da ordem de 1:1000 gestações, enquanto que no Brasil estima-
se a ocorrência em 1:200 a 400 gestações, cerca de 5 a 10 vezes mais frequente que a América
do Norte e Europa.
A etiologia da DTG é desconhecida, mas sua patogenia envolve uma gametogênese imperfeita.
Os principais fatores de risco associados são extremos reprodutivos, principalmente idade
materna avançada e história pregressa de gravidez molar. A MHC caracteriza-se por hidropsia
difusa e hiperplasia trofoblástica da superfície da vilosidade coriônica e, na maioria das vezes,
resulta de fertilização de um oócito desprovido de material genético por um espermatozoide
haploide que duplica seus cromossomos, resultando em diploidia. Por outro lado, na MHP, um
oócito haploide é fertilizado por dois espermatozoides, resultados em um zigoto triploide.
O diagnóstico da MHC se baseia nos sintomas, nos níveis elevados e incompatíveis de beta-
HCG (acima de 100 mil em mais de 50% dos casos) e nos achados à ultrassonografia (USG),
esta última exercendo um papel fundamental. A MHC é facilmente visualizada pela USG,
quando se observa na cavidade uterina massa ecogênica com múltiplos espaços císticos de
permeio irregulares, centrais e/ou marginais, na ausência de embrião/feto.
Aspectos relevantes
- A MHC é uma forma benigna de DTG: uma anomalia placentária, com aumento exagerado
das vilosidades coriônicas e grande proliferação trofoblástica;
- Principais fatores de risco para MHC: idade materna avançada e história prévia de gravidez
molar.
Referencias
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gestacional - atualização. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2014;13(3):55-61.
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- Berkowitz RS, Goldstein DP, Horowitz, NS. Hydatidiform mole: Management. UpToDate 2017.
[Acesso em abril de 2017]. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/hydatidiform-
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Responsável
Email: fabiosatake@gmail.com
Orientador
E-mail: candidoeb@gmail.com
Revisores
Giovanna Carvalho, Lucas José, Bruno Santos, prof. José Nelson Vieira