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CURSO DE LIBRAS

PROFESSORA - JANAINA
Sumário

Breve Histórico da Cultura Surda e da Libras:

*O que é Libras? O que são sinais?

* Mitos e verdades

* Os cinco parâmetros importantíssimos para iniciação a comunicação.

* Classificadores

Alfabeto/Datilologia

Números

Dias da semana

Meses /Estações do ano

Noções temporais

Cumprimentos/ Saudações/ Identificação

Pronomes Pessoais

Documentação

Lugares

Cores

Alimentos/ Bebidas / Frutas

Profissões

Meios de Transportes

Animais

Corpo humano

Verbos diversos

Redes Sociais/atualidades

Anexos

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Breve Histórico da Cultura Surda e da Libras:

A Língua Brasileira de Sinais, também conhecida como Libras, é a língua


utilizada na comunicação dos surdos no Brasil. Essa língua se desenvolveu a partir
da fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos, no século XIX, quando
D. Pedro II convidou o francês Ernest Huet para ensinar surdos aqui.

A comunicação por meio de uma língua de sinais é uma prática antiga na história
da humanidade, e já na Grécia Antiga havia relatos de pessoas que se
comunicavam por sinais. Historicamente, o surdo foi figura marginalizada e vítima
de preconceito, mas, nos últimos anos, uma série de medidas de inclusão têm sido
realizadas no nosso país.

(https://mundoeducacao.uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-de-sinais-
libras.htm)

No mundo silencioso dos surdos é visto a grande necessidade e utilidade de uma


forma de comunicação para compreender as coisas ao seu redor, para o
entrosamento na sociedade e para um melhoramento contínuo na vida social. E a
melhor forma de comunicação dos surdos é a língua de sinais (Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS) que dá condições de apropriação do conhecimento igualitário aos
dos ouvintes. Assim, a igualdade de condições de vida dos surdos e ouvintes se dá
através do reconhecimento das diferenças e a capacidade da comunicação entre
ambos. Para Lacerda, Santos e Martins (2019, p.31): A libras é um sistema de
signos compostos por regras e elementos gramaticais que permitem a seus
usuários serem capazes de se comunicar e se compreender de forma efetiva. É
considerada por muitos como natural porque surge espontaneamente da
necessidade de comunicação dos membros da comunidade surda do Brasil. (2019,
p. 31) É importante compreender que a língua de sinais, é uma língua visual gestual,
o que se diferencia da língua portuguesa, que é oral-auditiva, porém tem seus
significados, suas regras e exercem o papel fundamental de um língua, a
comunicação, expressando o sentimento, vontades e ideias, a língua de sinais não
é uma língua oral, e sim, uma língua usada para a comunicação de surdos, surgiu
do convívio entre as pessoas que não podiam ouvir e seus familiares, ela depende
muito do movimento rítmico das mãos e das expressões faciais determinando o
sentido da palavra. A Língua de Sinais pode ser comparada à complexidade e à
expressividade das línguas orais. No entanto, as línguas orais são articuladas
verbalmente, captadas auditivamente e se caracterizam por um fluxo linear, quer
seja na forma oral ou na forma escrita, as línguas de sinais são articuladas por
gestos que incluem mãos, face e o corpo, captadas visualmente, e se caracterizam
por um fluxo de elemento simultâneos que se sucedem temporalmente num espaço
articulatório determinado. Como todas as outras línguas, a língua de sinais é viva,
pois está em constante transformação com novos sinais, sendo introduzidos pela

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comunidade Surda de acordo com sua necessidade. Segundo Lacerda, Santos e
Martins (2019, p.25) As línguas de sinais também apresentam variações regionais,
a depender das diferentes formas de organização das pessoas que as utilizam. Tais
variações podem ser maiores ou menores, em consequência das condições de
vida, das influências culturais, da proximidade ou não com outros grupos usuários
dessa mesma língua. (LACERDA, SANTOS, MARTINS 2019, p.25) A importância
da língua de sinais como um meio de comunicação para os surdo deve ser levada
em consideração. A pessoa com surdez tem as mesmas possibilidades de
desenvolvimento que a pessoa ouvinte, só precisa ter suas necessidades especiais
supridas, visto que o “normal” do ser humano é a linguagem. Se comunicar faz parte
para sua sobrevivência. Assim diz o MEC (2006, p. 17). A influência da surdez sobre
o indivíduo mostra características bastante particulares desde seu desenvolvimento
físico e mental até seu comportamento como ser social. Neste aspecto, destaca-se
a linguagem como fator de vital importância para o desenvolvimento de processos
mentais, personalidade e integração social do surdo. A comunicação é, sem dúvida,
o eixo da vida do indivíduo, em todas as suas manifestações como ser social (MEC
2006 p. 17) Ao se tratar do deficiente auditivo ou surdo, esbarramos em diversos
problemas como, a falta de comunicação oral, que prejudica o aprendizado e a
aplicação de metodologias não contextualizadas com a realidade do mesmo. Na
comunidade surda eles se identificam como surdos e se comunicam através da
língua de sinais. Sabe-se da importância que a LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais,
tem para quebrar barreiras de comunicação e para o desenvolvimento do surdo e
é essencial para a realização do processo inclusivo de qualidade. De acordo com
Fernandes (2011 p. 82).

(https://repositorio.uninter.com/bitstream/handle/1/898/Defici%C3%AAncia%20Auditiva%20e%20Surdez.pdf?sequence=1)

*O que é Libras? O que é sinais?

LÍNGUA DE SINAIS

Libras = abreviação de Língua Brasileira de Sinais. Libras é a língua de sinais usada


pela comunidade de surdos no Brasil e já foi reconhecida pela Lei. A lei que dispõe
sobre a língua de sinais é a Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002. Estão garantidas

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pelo poder público, formas institucionalizadas de apoio para o uso e a difusão da
Libras como meio de comunicação nas comunidades surdas. O sistema estadual e
municipal devem garantir a inclusão do ensino da Libras nos cursos de formação
de educação especial, fonoaudiologia e magistério, tanto nos níveis médio como no
superior. Estas e outras formas de apoio à comunidade surda estão reunidas em
aproximadamente 18 leis/decretos/portarias relacionadas à Libras/Surdez.
Inicialmente, ao buscarmos entender o que é Libras, é necessário antes, esclarecer
o que é a língua de sinais.A língua de sinais é também conhecida como língua
gestual. A mesma utiliza-se de gestos e sinais em substituição à língua que todos
nós bem conhecemos em nossas comunicações: a língua de sons ou oral. Falamos
em comunicação e a língua de sinais possui exatamente esse sentido, ou seja, de
ser o meio de um grupo de indivíduos poderem comunicar-se, pois é através dela
que as pessoas surdas trocam comunicações entre si, e até mesmo com as
pessoas que já aprenderam a interpretá-la. Aliás, isto vem ocorrendo de forma cada
vez mais significativa.

Mitos e verdades

Muitos acham que, por se tratar de comunicação por gestos, ela deveria ser igual para
todos os surdos. Outros acham que a comunidade surda do mundo, por ser pequena,
deveria fazer uso de apenas uma língua de sinais, até mesmo, por se tratar de uma
linguagem icônica (representativa). Vejamos por que não é assim: Primeiro que a língua de
sinais não é baseada em gestos ou mímicas, trata-se de uma língua natural, com léxico
(léxico é todo o conjunto de palavras que as pessoas de uma determinada língua têm à sua
disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito) e gramática próprios. Segundo que
cada comunidade de surdos desenvolveu a sua própria língua de sinais, tal como cada
povo desenvolveu sua língua oral. Isso demandou muito tempo. Assim como existem várias
línguas faladas no mundo, também existem várias línguas de sinais pelo mundo. Cada país
tem sua própria língua de sinais, tal como temos nossa própria língua falada. Vejamos
algumas línguas de sinais espalhadas pelo mundo:

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Libras = Língua Brasileira de Sinais

LGP = Língua Gestual Portuguesa

SLN = Sign Language of Netherlands

ASL = American Sign Language

LSA = Lengua de Señas Argentina

BSL = British Sign Language

LSCH = Lengua de Señas Chilena

LSF = Langue des Signes Française

A língua de sinais se difere das línguas orais-auditivas, uma vez que elas se
realizam pelo canal visual e da utilização do espaço, por expressões faciais e
movimentos gestuais perceptíveis pela visão. Note-se aqui que a língua de sinais
não faz apenas uso de gestos.

A língua de sinais é um legítimo sistema linguístico, inclusive estudada pelos


linguistas, pois atende eficazmente às necessidades de comunicação entre os
indivíduos surdos, os quais são capazes de expressarem qualquer assunto de seu
interesse ou conhecimento.
(https://www.libras.com.br/o-que-e-libras)

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Os cinco parâmetros importantíssimos para iniciação a comunicação

● 1 - A configuração da mão;
● 2 - Ponto ou local de articulação;
● 3 - O movimento;
● 4 - Orientação/direcionalidade;
● 5 - Expressão facial e/ou corporal;

1 - A configuração da mão: A configuração adotada pela mão, tem como resultado


a posição dos dedos. Cada configuração pode ser feita pela mão dominante (mão
direita para os destros, mão esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos
dependendo do sinal. Os sinais APRENDER, SÁBADO, LARANJA e
DESODORANTE-SPRAY têm a mesma configuração de mão e são realizados na
testa, na boca e na axila, respectivamente.

Exemplos de sinais que utilizam a mesma configuração de mão: sinal de "aprender", "sábado", "laranja" e "desodorante-
spray".

Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor pg. 21.

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De acordo com Felipe e Monteiro (2007, pg. 21), na Libras há 64 configurações distintas:

As 64 configurações de mão da Libras.

Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor pg. 28.

2 - Ponto ou local de articulação: Este parâmetro indica onde o sinal pode ser
realizado. Ele é delimitado pela extensão máxima dos braços do emissor e ocorre
tocando em alguma parte do corpo ou no espaço neutro, que é a região do meio do
corpo até a cabeça ou para frente do emissor.

Deve-se dizer que no discurso normal as extremidades são articuladas em um


espaço mais limitado que a extensão máxima, portanto, o tamanho do sinal pode
ser comparado à intensidade da voz.

Felipe e Monteiro (2007, pg. 22) citam como exemplos de ponto ou local de
articulação os sinais TRABALHAR, BRINCAR, PAQUERAR, realizados no espaço
neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e DECORAR realizados na testa.

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Exemplos de ponto ou local de articulação.

Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor pg. 22.

3 - O movimento: Alguns sinais são estáticos em um local, outros contêm algum


movimento. Dessa forma, podemos entender que o parâmetro de movimento
refere-se ao modo como as mãos se movimentam (movimento linear, em
movimento da forma de seta arqueada, circular, simultânea ou alternada com
ambas as mãos, etc.) e para onde estão movimentando (para a frente, em direção
à direita, esquerda, etc...). Alguns exemplos de sinais com movimento e sinais sem
movimento:

Exemplos de sinais com movimento e sem movimento.

Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor pg. 22.

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4 - Orientação/direcionalidade: É o plano em direção ao qual a palma da mão é
orientada. Alguns sinais têm a mesma configuração, o mesmo ponto de articulação
e o mesmo movimento, e diferem apenas na orientação da mão. É importante
perceber como a modificação de um único parâmetro pode alterar completamente
o significado do sinal. Segundo Felipe e Monteiro (2007, pg. 23) os verbos IR e VIR
se opõem em relação à direcionalidade, como os verbos SUBIR e DESCER,
ACENDER e APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA.

Exemplos de sinais com movimento e sem movimento.

Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do Professor pg. 23.

5-Expressão facial e/ou corporal: Também chamados de componentes não


manuais, incluem o uso de expressões faciais, linguagem corporal, movimentos da
cabeça, olhares, etc. Se uma pessoa quer demonstrar que está com raiva de
alguém ou de algo, talvez não precise usar nem um sinal. Basta utilizar apenas a
expressão facial. Ou, se alguém fizer uma pergunta para responder "sim" ou "não",
basta simplesmente balançar a cabeça de acordo. Estas são simples situações para
exemplificar este parâmetro, todavia, durante uma conversa em Libras, é
necessário combinar diversos componentes não manuais com sinais específicos
para esclarecer a mensagem. Exemplos de componentes não manuais, extraído de
Ferreira-Brito (1995, p.240 - 242):

Rosto:Parte superior: sobrancelhas franzidas; olhos arregalados; lance de olhos;


sobrancelhas levantadas.Parte inferior: bochechas infladas; bochechas contraídas; lábios

Cabeça:Movimento de assentimento (sim); movimento de negação; inclinação para frente;


inclinação para o lado; inclinação para trás.

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Rosto e cabeça:Cabeça projetada para frente; olhos levemente cerrados, sobrancelhas
franzidas; cabeça projetada para trás e olhos arregalados.

Tronco:Para frente; para trás; balanceamento alternado (ou simultâneo) dos ombros.

Segundo Felipe e Monteiro (2007, pg. 27): "Na combinação destes quatro parâmetros, ou
cinco, tem-se o sinal. Falar com as mãos é, portanto, combinar estes elementos para
formarem as palavras e estas formarem as frases em um contexto".

Geralmente, a expressão facial e/ou corporal se desenvolve ao longo do tempo à medida


em que se torna fluente em Libras. Ao conversar com pessoas surdas, é importante
observar quais componentes não manuais elas usam. Por exemplo: balançam a cabeça
para indicar uma afirmação? Movimentam o corpo ou os olhos? Fazem expressões faciais
quando estão conversando sobre felicidade, tristeza, raiva, susto? Por isso é extremamente
importante observar cuidadosamente os sinais e seus parâmetros para reproduzi-los
corretamente.

Exemplos do uso da expressão facial como traço diferenciador.

Fonte: Dicionário de Libras Online do INES, disponível em http://www.acessobrasil.org.br/libras

Classificadores:

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Os classificadores em Libras são sinais que ajudam a resumir nossas ideias e tem como
intenção descrever pessoas, animais, objetos e verbos. As ações que estão acontecendo
são descritas por meio da expressão corporal.

O que é Alfabeto Manual /Datilologia na Língua de sinais?


O alfabeto manual de Libras são formas de mãos que representam as letras do alfabeto.
A datilologia é a soletração de uma palavra usando o alfabeto manual, sendo mais usada
para expressar nome de pessoas, localidades e outras palavras que não possuem um sinal
específico. Uma pessoa que não é surda pode usar a datilologia quando ela não sabe o
sinal correspondente do que quer falar com outra pessoa surda e para que o surdo entenda
do que se trata, devemos soletrar usando o alfabeto manual.

Números- Língua brasileira de sinais

11
https://conexaoeducacional.com.brkk

Dias da semana

12
Meses e Estações do Ano

13
Estações do Ano

Noções Temporais

14
Cumprimentos/ Saudações/ Identificação

15
16
Documentação

Lugares

17
Cores

18
Alimentos

685

19
eAre thCountries in 202
Frutas

20
21
Bebidas

ÁGUA CACHAÇA

CAIPIRINHA LEITE

CAFÉ CHÁ

UÍSQUE COCA COLA

VINHO GUARANÁ

CERVEJA

22
PROFISSÕES

23
Meios de Transporte

24
25
26
Corpo Humano

27
28
Verbos

● Autenticar certificado

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Redes sociais/Atualidades

+ (google =configuração de mão G deitado + explicar com 1 mão

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ANEXOS

Identifique os sinais de acordo com a orientação do professor

36
Vamos treinar e descobrir os pronomes

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FORMAÇÃO ACADÊMICA DAS PROFESSORAS

IONE ROSA: Pedagoga , Pós graduada em Surdez, surdocegueira e Libras


2° Pós graduação em AEE: Educacional Educacional Especializado, 3° Pós: Em
deficiência Intelectual, 4° Pós graduação em Educação Especial com ênfase em
Neuropsicopedagogia ( cursando).

JANAINA TIBURTINO: Pedagoga, Pós graduada em Libras, 2° Pós graduação em


Psicopedagogia clínica e institucional, 3° Pós graduação em Educação Especial com
ênfase em deficiência visual, auditiva, surdez e surdocegueira. 4° Pós graduação em AEE
(Atendimento Educacional Especializado).

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