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APRESENTAÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)!
Vamos lá?
Bons estudos e abraços sinalizados!
UNIDADE I
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM POR CRIANÇAS SURDAS
Professora Mestre Elizete Pinto Cruz Sbrissia Pitarch Forcadell
Plano de Estudo:
A seguir apresenta-se os tópicos que você estudará nesta unidade
● Cultura surda;
● Literatura visual;
● Literatura visual surda, Libras e o ensino;
● Desenvolvimento das etapas do ensino de Língua Portuguesa para Surdos;
● Produção didática para o aprendizado de Libras como segunda língua na
formação dos acadêmicos.
Objetivos de Aprendizagem:
● Pensar na cultura da comunidade surda, para descrever elementos identitários e
artefatos da literatura brasileira surda;
● Compreender como trabalhar com as crianças surdas;
● Perceber as estratégias docentes no ensino de surdos nos espaços educacionais.
INTRODUÇÃO
Fonte:
disponível em: https://docplayer.com.br/43089685-Universidade-de-sao-paulo-instituto-de-psicologia-
alessandra-giacomet.html. Acesso em: 20 out. 2021.
SAIBA MAIS
Fonte: UNIASSELVI. A Experiência visual: educação infantil e ensino fundamental. Caderno de Estudos,
capítulo 3, Indaial-SC, 2012.
#SAIBA MAIS#
2 LITERATURA VISUAL
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/preschool-teacher-reading-story-children-
kindergarten-1203485464 Acesso em: 20 out. 2021.
Essas são as maravilhas sem precedentes da leitura: o poder dos livros em criar
mundos e a fácil absorção do leitor, a qual permite que o frágil mundo do livro,
todo ar e pensamento mantenha-se por um instante, uma casa de bambu e papel
entre terremotos; dentro dele os leitores adquirem paz, tornam-se mais
poderosos, sentem-se mais bravos e mais sábios pelos caminhos do mundo.
(NELL, 2001, p. 53).
1. Literatura feita por surdos: pode ser criada e apresentada por surdos ou
elaborada originalmente por não surdos, mas adaptada e apresentada por pessoas
surdas. A narrativa Golf Ball, por Stefan Goldschmidt, é um exemplo desse tipo de
literatura, pois é feita por um ator surdo e destinada (principalmente) aos surdos, porém
não fala da experiência surda e não usa Libras, porque usa a técnica Vernáculo Visual
(é a técnica de contar histórias de uma forma muito visual sem utilizar o vocabulário de
sinais).
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Gl3vqLeOyEE
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ZZnxEAVkMaU
3. Literatura com assuntos que tratam da experiência de ser surdo: existem
muitos exemplos de literatura surda com a temática do “sujeito surdo”. Um autor surdo
pode escrever sobre a experiência surda para atingir um público ouvinte. Por outro lado,
alguns livros infantis têm autores ouvintes, mas desde que fale de uma pessoa surda e
esteja destinado ao público surdo, digamos que é um tipo de literatura surda. Como
exemplo podemos citar o Livro A Verdadeira Beleza, de Vanessa Lima Vidal, foi escrito por
uma autora surda e fala da experiência de uma pessoa surda. Não está apresentado em Libras,
mas em português, e o público esperado é tanto de ouvintes quanto de surdos.
Fonte: https://www.libras.com.br/surdos-famosos-vanessa-lima-vidal
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nXI4aO2_G3E
A partir do ano 2000 a Literatura surda produzida em Libras, passou a contar com
a análise de livros infantis impressos contendo personagens surdos como:
✔ Tibi e Joca: este livro pode ser facilmente compreendido por crianças
surdas e ouvintes. Esta é a história de Joca, um menino especial, e seu amigo
Tibi. Joca é surdo. Juntos, eles fazem uma descoberta que mudará as vidas de
Joca e sua família. Uma descoberta que pode ser importante para você também.
Em suma, segundo a autora, é importante ressaltar que, para cada texto, existe
um conjunto de procedimentos adequados à compreensão, e, portanto, é impraticável a
aplicação de todos os procedimentos listados à leitura de um único texto.
No cenário da educação de alunos surdos, frequentemente nos deparamos com
professores afirmando que alunos surdos não usam adequadamente a Língua
Portuguesa escrita. A limitação auditiva, certamente, é apontada como a responsável por
essa inaptidão quanto a essa modalidade da língua, transferindo a responsabilidade da
não aprendizagem para o aluno surdo. O processo de aprendizagem envolve
professores, alunos e práticas utilizadas para o ensino de Língua Portuguesa,
necessitando, portanto, de reflexão.
Em relação à aprendizagem de Língua Portuguesa, o aluno ouvinte tem uma
vantagem notória sobre o aluno surdo, pois apreende a língua e suas facetas no convívio
diário, o que favorece sua compreensão e sua formulação de hipóteses, durante o
processo de construção do conhecimento linguístico. O sujeito surdo, por sua vez, não
aprende a Língua Portuguesa de forma natural, uma vez que ela é um registro escrito de
uma língua oral-auditiva, e a surdez impede que sua aprendizagem aconteça de forma
completa, já que não possui acesso ao input necessário a essa aquisição.
Segundo a teoria sociointeracionista, o desenvolvimento cognitivo se dá através
da interação em situações sociais concretas, e é facilitado quando o aprendiz recebe
suporte de um interlocutor mais experiente, seja professor ou colega de aula. No caso
do aluno surdo, é necessário um mediador que possa orientá-lo durante a interação,
permitindo a ele relacionar os conhecimentos linguísticos da Libras e os conhecimentos
linguísticos da Língua Portuguesa escrita, sendo esse o princípio para pensar ou
repensar metodologias.
SAIBA MAIS
A pesquisadora surda Karin Strobel procura desconstruir o conceito de várias
culturas surdas em que ela diz: “A cultura surda, ao analisarmos a sua história, vê-se
que ela foi marcada por muitos estereótipos, seja através da imposição da cultura
dominante, ou das representações sociais que narram o povo surdo como seres
deficientes.
Existem muitos autores que escrevem bonitos livros sobre oralismo, bilingüismo,
comunicação total, ou sobre os sujeitos surdos... Mas eles realmente conhecem-nos?
Sabem sobre a cultura surda? Eles sentiram na própria pele como é ser surdo?
Essa é uma reflexão importante a ser feita atualmente, porque essas
metodologias citadas não foram criadas pelo povo surdo e sim pelos ouvintes, não digo
que seja errado, o que quero dizer é que essas metodologias não seguem a cultura
surda... o que o povo surdo almeja realmente é a pedagogia surda. Para a comunidade
ouvinte que está mais próxima de povo surdo - os parentes, amigos, intérpretes,
professores de surdos – para os mesmos, reconhecer a existência da cultura surda não
é fácil, porque no seu pensamento habitual acolhem o conceito unitário da cultura e, ao
aceitarem a cultura surda, eles têm de mudar as suas visões usuais para reconhecerem
a existência de várias culturas, de compreenderem os diferentes espaços culturais
obtidos pelos povos diferentes. Mas não se trata somente de reconhecerem a diferença
cultural do povo surdo, e sim, além disso, de perceberem a cultura surda através do
reconhecimento de suas diferentes identidades, suas histórias, suas subjetividades, suas
línguas, valorização de suas formas de viver e de se relacionar.
Acadêmico(a), essa foi uma parte da entrevista concedida pela pesquisadora em
2 de março de 2008 ao blog Vendo Vozes, que você pode saber mais através deste link:
http://www.blogvendovozes.com/search/label/Karin%20Strobel
#SAIBA MAIS#
REFLITA
VOCÊ PRECISA SER SURDO PARA ENTENDER
Autores:Willerd e Madsen
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
LIVRO
Título: Literatura em Libras
Autor: Rachel Sutton-Spence
Editora: Arara Azul - Petrópolis - RJ (2021)
Sinopse: “Literatura em Libras”, celebra a riqueza, a criatividade e a genialidade da
Libras. Apresenta alguns conceitos fundamentais da literatura em Libras, detalhando a
produção de narrativas, os elementos da linguagem estética de Libras e a inter-relação
entre a sociedade e esta literatura. Tenta entender melhor como ela é enquanto é
possível conhecer as obras literárias de Libras, analisar os exemplos e comentar sobre
eles. No livro há uma sequência de obras literárias que é possível assistir, ler/ver, além
de atividades que ajudam na compreensão do leitor.
LIVRO
Título: Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: caminhos para a prática pedagógica
Autor: Heloisa Maria Moreira Lima Salles
Editora: MEC, SEESP - Brasília (2007)
Sinopse: Os livros têm como objetivo, apoiar e incentivar a formação profissional de
professores proporcionando acesso a materiais que tratam do ensino da Língua
Portuguesa a alunos surdos usuários de Libras.
FILME/VÍDEO
ANDREWS, J.; BAKER S. ASL nursery rhymes: exploring a support for signing deaf
children: early language and emergent literacy skills. Sign Language Studies, Washington
DC, n. 20, 2019.
LANG, H. Teaching from the heart and soul: the Robert F. Panara story. Washington
DC: Gallaudet University Press, 2007.
HUMPHRIES, T., C. PADDEN, and T.J. O’ROUEKE. A basic course in American Sign
Language. Silver Spring, Md.: T. J. Publisher, 1980.
PADDEN, C. The deaf community and the culture of deaf people. In C. Baker, & R.
Pattison (Eds.) Sign language and the deaf community. Silver Spring: National
Association of the Deaf, 1980.
PERLIN, Gladis. Identidades surdas. In. SKLIAR, Carlos (Org.). A Surdez, um olhar
sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998.
ROSA, F. S.; KLEIN, M. O que sinalizam os professores surdos sobre literatura surda em
livros digitais. In: KARNOPP, L. B.; KLEIN, M.; LUNARDI-LAZZARIN, M. L. (Org.).
Cultura surda na contemporaneidade: negociações, intercorrências e provocações.
Canoas: Editora da ULBRA, 2011.
SCOTT, P. Do deaf children eat deaf carrots? In: MATHUR, G.; NAPOLI, D. J. (Org.).
Deaf around the World: the impact of language. Oxford: Oxford University Press, 2010.
Plano de Estudo:
A seguir apresenta-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
Objetivos de Aprendizagem:
● Expressões da Libras;
● Descrição e uso do espaço;
● Referentes locais: aspectos sintáticos da Libras e figuras de linguagens;
● Uso dêitico e processos anafóricos.
INTRODUÇÃO
É com satisfação que iniciamos e lhes entregamos mais uma Unidade de Estudos,
um material instrucional de Língua Brasileira de Sinais, que traz em sua composição um
ensino sistemático dessa língua, para que você, acadêmico(a) aprenda a se comunicar
com os surdos e oferecer um melhor atendimento docente para essa comunidade.
Para começar, vamos explorar as expressões da modalidade visual da Libras,
pensaremos também como a iconicidade e a incorporação afetam a linguagem figurativa
da Libras.
Conhecer uma língua requer conhecer bem como se podem dizer as coisas nessa
língua. Nem sempre uma palavra isolada tem o mesmo significado quando ela está em
uma frase, pois os sinais assim como as palavras vão estabelecendo uma rede de
relações. Isso quer dizer que unidades linguísticas não são totalmente autônomas do
ponto de vista conceitual.
Com a inserção da gramática da Língua Brasileira de Sinais, é necessário
entender também as propriedades dessa língua de acordo com sua modalidade viso-
gestual.
Para ter a “imersão” da Língua Brasileira de Sinais, é fundamental ter na mente a
ampliação de conhecimento sobre o uso dessas propriedades da Língua de Sinais
utilizada pela comunidade Surda, e, a partir desses estudos e práticas, por você
aprendiz.
Chomsky (apud Quadros & Karnopp, 2004, p. 25), considera que uma língua “é
um conjunto (finito ou infinito) de sentenças, cada uma finita em comprimento e
construída a partir de um conjunto finito de elementos”, considera ainda duas
perspectivas: a língua externa e a língua interna.
● Língua Externa: associa o som à palavra ao seu significado.
● Língua Interna: define a “noção de estrutura” como parte estável, livre das
expressões que podem variar de falante para falante.
Fernandes (2002, p.16) traz a definição de Linguagem e Língua, vejamos:
Linguagem: tudo que envolve significação, que pode ser humano (pintura, música,
cinema), animal (abelhas, golfinhos, baleias) ou artificial (linguagem de computador,
código Morse, código internacional de bandeiras). Ou seja, “sistema de comunicação
natural ou artificial, humana ou não”.
Segundo Lyons (1981), nenhum outro As línguas de sinais são usadas para
sistema de comunicação parece ter o pensar, são usadas para desempenhar
mesmo grau de flexibilidade e diferentes funções. Você pode
versatilidade que o humano, pode-se usar argumentar em sinais, pode fazer poesia
a língua para dar vazão às emoções e em sinais, pode simplesmente informar,
sentimentos; para solicitar a cooperação pode persuadir, pode dar ordens, fazer
de companheiros; para ameaçar ou perguntas em sinais.
prometer; para dar ordens, fazer
perguntas ou afirmações. É possível fazer Glosas em LIBRAS:
referência ao passado, presente e futuro;
a realidades remotas em relação à VOCÊ GOSTAR MAÇÃ. VOCÊ
situação de enunciação e até mesmo a <GOSTAR MAÇÃ>sn
coisas que não existem. IX CASA DEFEITO EU PRECISO ARRUMAR
< PROJETO> to AULA EU APRESENTAR
ARBITRARIEDADE
CONHECER AMIGO
TRABALHO
DESCONTINUIDADE
As palavras que diferem de maneira Na língua de sinais verificamos o caráter
mínima na forma, normalmente descontínuo da diferença formal entre a
apresentam uma considerável diferença forma e o significado. Há vários exemplos:
no significado. Por exemplo, a palavra o sinal de MORENO e de SURDO são
fada e faca diferem minimamente na realizados na mesma locação, com a
forma, tanto na língua escrita como na mesma configuração de mão, mas com
falada. Esse fato tem por efeito mostrar o uma pequena mudança no movimento,
caráter descontínuo da diferença formal mesmo assim nunca são confundidos ao
entre forma e significado. serem produzidos em um enunciado. Tais
sinais apresentam uma distribuição
semântica que não permite a confusão
entre os significados apresentados dentro
de um determinado contexto.
Glosas em LIBRAS:
TRABALHO
VIDEOCASSETE
TV
MORENO-SURDO
CRIATIVIDADE/PRODUTIVIDADE
PADRÃO
DEPENDÊNCIA ESTRUTURAL
PAULO TRABALHAR+asp
*TRABALHAR+asp PAULO
SINAL BRASIL
*BRASIL SINAL
ESTRUTURA DE FRASES
c) com um aceno de cabeça que pode ser feito simultaneamente com a ação que
está sendo negada ou juntamente com os processos acima:
Deve-se ressaltar, ainda, que alguns elementos apontados na frase podem ser
apagados, pois na Libras, assim como em outras línguas, é possível que ocorra o
apagamento, não apenas do sujeito, mas também do objeto. Na frase gostar laranja, o
interlocutor identifica que há o sujeito eu oculto.
No Brasil, a metáfora na Libras foi tema de dissertação defendida por Faria (2003),
onde teceu delineamentos teóricos acerca desse tipo de figura de linguagem, buscando
alicerces nos estudos metafóricos na ASL (Língua de Sinais Americana).
Lembrando que a metáfora tem seu fundamento, sua construção, sua inteligência
e entendimento alicerçado na cultura de cada falante ou sinalizante de um país, nota-se
que os surdos acham estranhas as palavras ditas em português em que existe certa
peculiaridade nos significados atribuídos pelos ouvintes na sua interação social. Isso
acontece com o significado real da expressão dada pelos ouvintes, em que se constrói
com base nas relações e ressignificações de cada grupo social, cultural. A seguir
apresentaremos o trecho de Faria (2003) a que refere esse fenômeno:
Os vocábulos das línguas, ao serem concatenados, produzem uma infinidade de
trocadilhos cujos significados flutuam dos mais transparentes aos mais opacos; dos mais
simples aos mais inusitados; dos mais grotescos aos mais poéticos. Essa recursividade
encontra-se carregada da cultura vivenciada pelos indivíduos, na comunidade a que
pertence. Por isso, muitas vezes, o que se diz é somente entendido por falantes nativos
de dada língua ou por quem se encontra imerso nessa comunidade, por anos trocando,
tropeçando e descortinando construções e interpretações as mais variadas, originadas
no arcabouço linguístico e criativo das trocas comunicativas. Exemplo disso está o fato
de que questões culturais incorporadas à Língua Portuguesa não têm sido transmitidas
naturalmente aos surdos brasileiros, como acontece com os ouvintes que, quando
crianças, ouvem expressões ‘estranhas’, mas, aos poucos, vão descobrindo o que
realmente elas significam e as naturalizam.
O objetivo deste tópico é conhecer as metáforas na Libras, porém, sabemos que
os aprendizes dessa língua podem achar difícil compreender, por estarem iniciando seus
conhecimentos e aproximação com essa nova língua, pois, como já dissemos esse
assunto não trataremos apenas dos significados dos sinais, mas, da interpretação
cultural. O campo de metáforas em Libras é imenso e necessita ser desbravado em todas
as regiões brasileiras. Vamos conhecer apenas alguns exemplos para introduzir seus
primeiros contatos com essa figura de linguagem.
É comum a Libras recorrer a empréstimos linguísticos para complementar algo
ou, ainda, os surdos naturalmente captam a ideia, as significações próprias da Língua
Portuguesa e convencionam o sinal semelhante na forma e no sentido, como, por
exemplo, o fraseologismo “segurar a vela”. Tal exemplo significa que a pessoa não quer
ficar “sozinha” com casais ou casal. E os surdos quando souberam da gíria proveniente
do universo ouvinte, passaram a adotar a referida gíria na língua de sinais utilizando o
sinal “vela”.
Assim, estabelece, conforme Faria (2003), uma metáfora na forma (“segurar vela”)
e no sentido (“não ficar sozinho...”) para ambas as línguas. Da mesma forma, há metáfora
semelhante em que é equivalente no sentido, mas diferente na forma. E, existem ainda
sinais em que não há equivalência na Língua Portuguesa e são originários do universo
linguístico criados pelos próprios surdos.
A pesquisa desenvolvida por Faria (2003), traz outros exemplos metafóricos que
fazem parte das enunciações dos surdos brasileiros, e, queremos que você aprendiz de
Libras conheça exemplos dessas enunciações em sua forma sinalizada. Os exemplos a
seguir, se referem a “bases experienciais”, principalmente, por experiências corpóreas.
Todavia, Lakoff e Johnson (2002 [1980]) destacam que a cognição experiencialista inclui
experiências sociais, emocionais e sensório-motoras, ampliando seu sentido inicial.
Imagem 40 - ABRIR A MENTE
Essa expressão significa ‘ter a mente aberta’, ser uma pessoa que permite
inovações, mudanças de paradigmas, novos aprendizados etc. (Faria, 2003).
Imagem 41 - CABEÇA-DURA
Quando se está nervoso e preocupado o corpo responde com uma reação física:
o sangue sobe à cabeça e tem-se a impressão de que a cabeça aumenta e fica pesada,
podendo ser interpretado como estar arrasado, nervoso, ‘o sangue sobe à cabeça".
Imagem 43 - PÁLPEBRA CAIR-FECHAR
Imagem 46 - CONTRAÇÃO-ESFÍNCTER-ANAL
Fonte: Faria (2003), adaptado pela autora
Isso é como se dissesse: nesse PONTO A está o professor, Nesse PONTO B está
o aluno. Logo em seguida DAR, com a direção do movimento do verbo dar indicando de
B para A, portanto, foi do PONTO B que surgiu a ação de dar. Com essa característica
linguística particularmente espacial o interlocutor compreende que foi o aluno que deu
(alguma coisa pequena) para o professor, sendo ele o executor da ação.
O uso do espaço é um componente gramatical muito importante nas línguas de
sinais.
Sobre os espaços mentais nos discursos em Libras, uma versão mais recente de
Liddell (2000) apresenta três tipos de usos do espaço nas línguas de sinais:
DÊIXIS E ANÁFORA
SAIBA MAIS
Referência dêitica e anafórica na Língua Brasileira de Sinais (Síntese de
Berenz, 1996)
#SAIBA MAIS#
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/emotional-intelligence-side-view-sequence-man-
642768262 Acesso em: 27 out. 2021.
Assim como na Língua Portuguesa, temos palavras diferentes para nos referir ao
mesmo objeto, chamadas de ambiguidade, que é a característica das expressões
linguísticas que apresentam mais de um sentido/significado para aquela palavra.
Normalmente quando isso acontece, precisa de um contexto para ser compreendida, isto
é, possui ambiguidade. Estamos diante de um dos seguintes fenômenos: homonímia e
polissemia.
Para Câmara Junior (1986) e Ilari (1990):
● Sinais Homônimos
Ocorrem quando os sentidos da palavra ambígua não são relacionados, ou seja,
os sinais que, embora apresentem parâmetros idênticos em Libras, não estabelecem
qualquer tipo de relação semântica entre si. Veja exemplos, na Língua Portuguesa: Cela
(substantivo) – Sela (verbo). Agora reflita no exemplo em Libras com palavras diferentes.
Imagem 54 - (BAHIA) e (JEITO/MANEIRA)
● Sinais Polissêmicos
Estão relacionados à ambiguidade semântica, possuem dois ou mais significados,
de acordo com o contexto. Um exemplo é a palavra “sinal”, que pode se aplicar de várias
formas, tanto na Língua Portuguesa como na Língua Brasileira de Sinais - Libras. No
caso da Língua Portuguesa ao referir-se a elementos representacionais (como sinais de
trânsito):
● Sinais Tautológicos
A Tautologia na Língua Portuguesa funciona como marcadores conversacionais.
Exemplo: né, então, tipo assim. Em Libras, são sinais que apresentam variantes
regionais, com dois ou mais sinais que representam o mesmo significado, assim, o
contexto expressa a mesma ideia, mas com sinais diferentes.
REFLITA
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FILME/VÍDEO 02
Título: Como veio a alimentação
Autor: Fernanda de Araújo Machado
Ano: 2011
Sinopse: Os sinais da narrativa descrevem o lavrador rural, pobre e oprimido estão
sempre colocados do lado esquerdo, enquanto os sinais para o morador urbano, rico e
contente ficam no lado direito. Porém, adicionalmente, os sinais de lavrador são
articulados mais baixos do que os do morador urbano. Assim, o uso de espaço para
articular os sinais mostram a metáfora de que “o mais alto tem poder”.
Link: como veio alimentação - YouTube
FILME/VÍDEO 03
Título: Doll
Autor: Paul Scott
Ano: 2010
Sinopse: O poema narrado pelo poeta surdo em BSL (Língua de Sinais Britânica),
apresentado no Festival em Bristol, mostra uma criança infligindo uma série de
indignidades em sua boneca antes de arrancar sua cabeça. O poema é uma metáfora
para o tratamento da comunidade surda pela sociedade ouvinte.
Link: BSL poem "Doll" by Paul Scott - YouTube
FILME/VÍDEO 04
REFERÊNCIAS
ALBRES, Neiva de Aquino. “Tenha “OLHO CARO”: a interpretação de expressões
idiomáticas da Língua de Sinais Brasileira Campo Grande – MS: EPILMS 17 e 18 de
novembro, 2006.
LIDDELL, S. K. Indicating verbs and pronouns: pointing away from agreement. In: An
anthology to honor Ursula Bellugi and Edward Klima, eds. Karen Emmorey and Harlan
Lane, 303-320. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 2000.
QUADROS, R.; PIZZIO, A.; REZENDE, P. Língua Brasileira de Sinais V. Florianópolis: UFSC,
2009.
Plano de Estudo:
A seguir apresenta-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Sobre Linguística;
● A Linguística e as Línguas de Sinais;
● Fonologia da Língua de Sinais;
● Morfologia da Língua de Sinais;
● Sintaxe da Língua de Sinais;
● Semântica e Pragmática da Língua de Sinais.
Objetivos de Aprendizagem:
● Introduzir conceitos referentes à linguística e às línguas de sinais;
● Constatar os processos fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos e
pragmáticos da Língua Brasileira de Sinais;
● Aprofundar os conceitos sobre os parâmetros da Libras: configuração de mão,
ponto de articulação, movimento, orientação da mão e expressão facial/corporal;
● Identificar os processos de formação dos sinais e das frases em Libras;
● Reconhecer a diferença dos significados e sentidos.
INTRODUÇÃO
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/examine-study-linguistics-showed-magnify-
glass-1856072773 Acesso em: 30 out. 2021
● Linguagem: Capacidade humana natural, que nasce com o ser humano. Ou seja,
é mais ampla que a língua, permite que o homem produza e compreenda todas as
manifestações simbólicas como a pintura, a música, a dança, sendo a língua uma
dessas manifestações.
1. Língua e Fala
2. Significado e Significante
Para compreendermos a dicotomia “significante e significado”, precisamos
entender melhor sobre o signo linguístico.
Signos linguísticos: são unidades linguísticas que significam alguma coisa. Por
exemplo: livro é um signo em português. Se eu usar esse signo, todas as pessoas que
conhecem a língua portuguesa sabem a que eu me refiro. A palavra livraria também é
um signo, porém é composta por dois signos menores que têm significação: livr (livro) +
aria (indica um estabelecimento comercial que vende livros) forma o novo signo livraria.
Frases ou textos também são signos porque significam alguma coisa. Por exemplo: o
livro A Moreninha, de José de Alencar, é um signo.
Assim, tudo que é existente e conhecido é representado por um signo. O signo é
a associação indissolúvel de um significante e de um significado.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/illustration-tree-roots-1195516093
4. Sintagma e Paradigma
SAIBA MAIS
GERATIVISMO
DICA DE FILME: Indicamos dois filmes importantíssimos para que você possa escolher
pelo menos um deles. A primeira indicação é o filme do Menino Lobo, que evidencia a
questão da aquisição de linguagem.
#SAIBA MAIS#
A Libras, por ser uma lı́ngua natural, possui os mesmos fenômenos linguı́sticos
comuns a todas as lı́nguas orais, podendo ser analisada nos nıv́ eis fonológico,
morfológico, sintático, semântico e paradigmático. Por sua característica espacial, os
níveis fonológico, morfológico e sintático se realizam espacialmente, uma vez que o
espaço é um importante canal de constituição da língua de sinais.
Assim, os estudos linguísticos das línguas de sinais partem dos mesmos
pressupostos básicos, válidos tanto para as línguas orais como para as línguas
visuoespaciais: as línguas são constituídas por um conjunto de princípios que fazem
parte do conhecimento humano e determinam a produção oral ou viso-espacial,
dependendo da modalidade das línguas, se faladas ou sinalizadas, da formação das
palavras, da construção das sentenças e da construção dos textos.
SAIBA MAIS
Os estudos linguísticos das Línguas de Sinais iniciaram com o pesquisador
linguista William Stokoe (1960) numa escola para surdos, chamada de Gallaudet College,
hoje conhecida como Gallaudet University, importante centro acadêmico de pesquisas e
ensino para surdos. Ele era ouvinte e desconhecia o mundo das pessoas surdas. Na
escola empregava-se a oralização, a leitura labial. Através das suas observações
sistemáticas, percebeu que nas situações informais, no pátio e nos corredores, os alunos
usavam um conjunto de sinais para se comunicarem entre si, bem diferentes dos sinais
de instrução usados nas aulas. Procurou aproximar-se dos alunos para conhecer os
sinais que tinham maior força comunicativa, pois, na época, nem a língua de sinais
americana era ensinada na escola. A partir das suas observações, passou a constatar
que a sinalização usada pelos surdos era uma língua autônoma, com uma
gramática própria. Apresentou uma análise descritiva da Língua de Sinais Americana,
revolucionando a linguística da época, período em que todos os linguistas se dedicavam
aos estudos da língua oral. Pela primeira vez um linguista estava apresentando
elementos linguísticos de uma língua de sinais. Hoje, ainda temos poucos linguistas
surdos pesquisando as línguas de sinais.
REFLITA
● Primeira reflexão:
● Segunda reflexão:
Fonte: BRASIL. Lei nº 14.191, de 3 de agosto de 2021. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Lei/L14191.htm. Acesso em: 5
ago. 2021.
#SAIBA MAIS#
SAIBA MAIS
A fonética e a fonologia das línguas de sinais são áreas da linguística que estudam
as unidades mínimas dos sinais que não apresentam significado isoladamente. Por
terem o mesmo objeto de estudo, são áreas relacionadas. Portanto:
#SAIBA MAIS#
São formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras
formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou pelas duas mãos
do emissor ou sinalizador. As configurações de mão não se restringem às configurações
do alfabeto manual, e hoje são descritas mais de 60 diferentes configurações que
permitem a comunicação em Libras. A seguir, mostra-se a figura com 61 configurações
de mão.
● Leoa Guerreira
Link: https://www.youtube.com/watch?v=rfnKoCXmSg4 Acesso em: 30 out. 2021.
O vídeo acima mostra a história Leoa Guerreira, de Vanessa Lima, que apresenta
a narrativa usando a mesma configuração de mão em forma de garra da leoa, como
podemos observar nos sinais: LUTAR, DESISTIR, NÃO, CANSAR, FLORESTA, SOL,
CALOR, LIMPAR-O-SUOR-DA-TESTA, OLHAR-A-DISTÂNCIA, TRABALHAR, DIFÍCIL,
VAMOS e GRUPO.
2. Ponto de Articulação
● Árvore
Link: https://vimeo.com/267272296/e685ec89f9 Acesso em: 30 out. 2021
O poema Árvore, de André Luiz Conceição, traz a narrativa poética toda contada
usando o antebraço na horizontal como Ponto de Articulação ou Locação se referindo a
terra, e com o uso de classificadores e de incorporação, tem-se a plantação da árvore, a
passagem do tempo através do movimento circular do sol.
3. Movimento
4. Orientação da Mão
● Golf Ball
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Gl3vqLeOyEE Acesso em: 30 out. 2021
- Formação de compostos
Imagem 10 - Sinal composto
- Incorporação da negação
Imagem 12 - NÃO-QUERER (movimento da cabeça de um lado para o outro junto com o sinal)
SAIBA MAIS
DÊIXIS: palavra grega que significa ‘apontar’ ou ‘indicar’ - descreve uma forma particular
de estabelecer nominais no espaço que são utilizados pelos verbos com concordância
como parte de sua flexão. A função dêitica em língua de sinais, como na Libras, é
marcada através da apontação propriamente dita. Os referentes são introduzidos no
espaço à frente do sinalizador, através da apontação em diferentes locais. As formas
verbais para pessoa são estabelecidas através do início e fim do movimento e da direção
do verbo, incorporando estes pontos previamente indicados no espaço para
determinados referentes.
#SAIBA MAIS#
5 SINTAXE DA LÍNGUA DE SINAIS
Imagem 22 - XI CASA
Fonte: Quadros e Karnopp (2004), adaptado pela autora
SAIBA MAIS
#SAIBA MAIS#
❖ Formação de verbos
a) Verbos simples
b) Verbos classificadores
c) Verbos manuais
Imagem 29 - PASSAR-BATOM
❖ Semântica
❖ Pragmática
Caro(a) Acadêmico(a)!
Ao longo deste material didático apresentamos inúmeros profissionais surdos e
ouvintes, grandes inventores, que se debruçaram a estudar, pesquisar e divulgar a
Língua Brasileira de Sinais, trazendo-nos importantes bases teóricas e práticas que hoje
são destaques para nossos futuros estudos e pesquisas.
Não teríamos condições de apresentar todos os pesquisadores que
mencionamos, porém, fica aqui uma dica para que você a partir dos seus estudos busque
complementar suas leituras, conhecendo esses e outros autores, com suas histórias,
pesquisas, invenções, experiências, militâncias e engajamentos.
● GLÁDIS PERLIN
● NELSON PIMENTA
Primeiro ator surdo a se profissionalizar no Brasil, estudou na New York National Theatre
of the Deaf (NTD), é mestre e doutor em Estudos da Tradução pela Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC) e se formou em Letras-Libras na UFSC e em cinema na
Universidade Estácio de Sá.Tem certificação PROLIBRAS-MEC-UFSC como professor
de nível superior e é autor/coautor de 15 livros em Libras. Tem experiência na área de
Linguagem, com ênfase em Língua Brasileira de Sinais. É professor titular do
Departamento de Educação Básica no INES. De 1999 a 2013 atuou na empresa de
educação LSB Vídeo, com a missão de contribuir para o fortalecimento da identidade e
da cultura surda através da difusão da língua de sinais brasileira, que além de produzir
material de ensino-aprendizagem em Libras, participou em importantes eventos
artísticos, culturais e científicos, como o Programa de Planetário do Rio de Janeiro em
Libras, o 1º Encontro Internacional de Arte e Cultura Surda em São Paulo e o espetáculo
teatral "Nelson 6 ao Vivo", que cobriu mais de vinte cidades do Brasil por mais de uma
década. Participou na fundação da FENEIS na década de 1980 e vários grupos de
pesquisa linguística no INES e UFRJ. Atualmente participa do grupo de pesquisa Método
Eletrônico.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5120615815365350
● RIMAR SEGALLA
Surda de familiares de três gerações surdas, bilíngue nativa de duas línguas , LIBRAS e
Português, Especialista em Libras e Inclusão de pessoas surdas nas áreas educacionais
e empresariais, ATRIZ com DRT sob Número 224909/SP, formação no Galpão de Folias
CLOWN, possui Lato Sensu nível de especialização em Gestão Estratégica de pessoas,
Graduada em Letras Português/Espanhol pelo Centro Universitário Sant'Anna, também
graduada em Letras LIBRAS pela UFSC no polo da USP, Autodidata, Especialista em
Língua de Sinais, ministra aulas como Professora de Pós-Graduação e Graduação na
Universidade Nove de Julho em São Paulo, e professora convidada para outros centros
universitários Fênix,Faccamp, Uníntese/RS e em outras Universidades, Orientadora de
TCC, monografias a nível de Pós Graduação em Libras e Educação Inclusiva, foi
Coordenadora de Inclusão/LIBRAS no Centro Universitário Sant'Anna, docente em
LIBRAS no curso da área de Saúde, Humanas, Exatas, presta Consultoria em Inclusão
e Libras promovendo acessibilidade em Teatros e espaços culturais, formação para
Tradutores e Intérpretes de língua de Sinais, Docentes, e comunicação para pessoas em
geral. Palestrante acerca da LIBRAS, PESSOA SURDA e Inclusão, Coautora de várias
obras em língua de sinais, Editora Panda, Escala Educacional,Ed. Mucédola roteirista
pela companhia Cia. Arte e Silêncio acerca da área de Libras e surdez.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/2633237655107969
● MARIANNE STUMPF
Possui graduação em tecnologia de informática pela Universidade Luterana do Brasil
(2000), graduação em Educação de Surdos pela Universidade de Santa Cruz do Sul
(2004) e doutorado em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, com estágio na Universidade de Paul Sabatier e Universidade de Paris
8 (2001-2005). Pós-doutorado na Universidade Católica Portuguesa (2013-2014).
Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina,
professora de pós graduação em linguística da USFC. Vice-diretora do Centro de
Comunicação e Expressão CCE. Líder do Grupo de Pesquisa de Estudos sobre o
SignWriting registrado no CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa Léxico e terminologia em
Libras: tradução, validação e tecnologia registrado no CNPq
(www.glossário.libras.ufsc.br). Tem experiência de 20 anos na área de Educação, com
ênfase em Educação de Surdos, atuando principalmente nos seguintes temas: formação
de professores de libras, escrita de sinais pelo sistema SignWriting, traduções,
terminologia de libras, sinais internacionais e formação de intérpretes de libras. Membro
da comissão de assessoramento técnico-pedagógico em Libras da DAEB/INEP e as
traduções de Enem 2017, 2018, 2019 e 2020 em Libras.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4624844037162346
● RONICE QUADROS
Ronice Müller de Quadros é professora e pesquisadora da Universidade Federal de
Santa Catarina desde 2002 e pesquisadora do CNPQ - PQ1C, com pesquisas
relacionadas ao estudo das línguas de sinais, desde 2006. Pedagoga (1992), Mestre
(1995) e Doutora (1999) em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, com estágio por 18 meses na University of Connecticut (1997-1998) com
pesquisas voltadas para a gramática da Libras e a aquisição da Libras. Pós-doutora pela
Gallaudet University e University of Connecticut (2009-2010) com pesquisas
relacionadas ao desenvolvimento bilíngue bimodal (crianças usuárias de Libras e
Português e crianças usuárias de ASL e Inglês), com financiamento da NIH e do CNPQ
(2009-2014) e pós-doutora na Harvard University com pesquisas com as línguas de
bilíngues bimodais (Libras e Português e ASL e Inglês), com financiamento do CNPQ
(2015-2016). A Prof. Quadros consolidou o Núcleo de Aquisição de Línguas de Sinais
(NALS) na Universidade Federal de Santa Catarina com dados longitudinais e
experimentais de crianças surdas e crianças ouvintes bilíngues bimodais (2002-atual) e
o Grupo de Pesquisa Corpus de Libras (2014-atual), integrante do Diretório de Grupos
de Pesquisa do CNPQ, que está vinculado aos projetos de pesquisas envolvendo a
documentação de Libras. A Prof. Quadros está coordenando a consolidação do
Inventário Nacional de Libras que inclui vários subprojetos para composição da
documentação da Libras, contando com financiamento do CNPQ e do Ministério da
Cultura. Estes projetos já estão sendo disponibilizados no atual Portal de Libras
www.libras.ufsc.br, em especial, na página do www.corpuslibras.ufsc.br. Também faz
parte do Projeto de Sobreposição de Línguas em Bilíngues Bimodais, que conta com
financiamento parcial da NSF, em parceria com a University of Connecticut, relacionado
com o projeto em crianças bilíngues bimodais http://bibibi.uconn.edu/index.html. Tem
experiência na área de Lingüística, com ênfase em Psicolinguística e Linguística
Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: língua de sinais brasileira,
aquisição da língua de sinais, bilinguismo bimodal, línguas de herança, educação de
surdos e tradução e interpretação de língua de sinais.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/7307577422387099
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de Línguas de Sinais. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro: UFRJ, Departamento de Lingüística e Filosofia, 1995.
HULST, H. Units in the analysis of signs. In: Phonology 10. Cambridge: Cambridge
University, 1993.
KING, K.; MACKEY, A. The bilingual edge: why, when, and how to teach your child a
second language. New York: Collins, 2007.
KLIMA, E.; BELLUGI, U. The signs of language. Cambridge, MA: Harvard University,
1979.
MARENTETTE, P. F. It’s in her hands: A case study of the emergence of phonology in
American Sign Language. 1995. Dissertation (PHD) - Department of Psychology, McGill
University, Montreal, 1995.
QUADROS, R. M. de; PIZZIO, A. L.; REZENDE, P. Libras – IV. Texto Base da Letras –
Libras - Ensino a Distância. UFSC: Florianópolis, 2008.
WILBUR, R. American sign language: linguistic and Applied dimensions. San Diego,
California: College Hill Press, 1976.
UNIDADE IV
GRAMÁTICA DE LIBRAS
Professora Mestre Elizete Pinto Cruz Sbrissia Pitarch Forcadell
Plano de Estudo:
A seguir apresenta-se os tópicos que você estudará nesta Unidade
● O Léxico da Libras;
● Regência Verbal da Língua de Sinais;
● Sistema Pronominal;
● Restrições na Formação dos Sinais.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar lexicologia e lexicografia para esclarecer a formação do léxico na
Libras;
● Reconhecer os verbos, os pronomes e a concordância da língua de sinais;
● Identificar as limitações na formação e execução dos sinais.
INTRODUÇÃO
1 O LÉXICO DA LIBRAS
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/portrait-her-she-attractive-focused-knowledgeable-
1777955267 Acesso em: 30 out.2021
SAIBA MAIS
Acadêmico(a) você poderá conhecer mais sobre o dicionário mais antigo do Brasil
Iconographia dos signaes dos surdos-mudos de Flausino José da Gamaem em 1875,
numa série histórica produzida pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (2011)
volume 1 através do link:https://www.ines.gov.br/publicacoes Acesso em: 09 set. 2021.
#SAIBA MAIS#
❖ Verbos Simples
São os verbos que não se flexionam em pessoa e número e não incorporam afixos
locativos, porém alguns desses verbos apresentam flexões de aspecto, como vimos nos
itens acima. A maioria dos verbos que estão nos pontos de locações no corpo são verbos
simples. Também há alguns que são feitos no espaço neutro ou espacial.
Vamos ver nas figuras abaixo exemplos de verbos simples:
Cabe destacar ainda, que pode acontecer desses ou outros sinais serem
direcionados para uma terceira pessoa do discurso, conforme exemplificado nas
imagens a seguir:
Destaca-se ainda o uso dos Verbos direcionais que incorporam o objeto, por
exemplo: TROCAR
Sobre a Flexão para locativo, Felipe (1988) ressalta que o ponto de articulação
também é um tipo de flexão verbal, ou seja, são verbos que começam ou terminam em
um determinado lugar que se refere ao lugar de uma uma, coisa, animal ou veículo, que
está sendo colocado, carregado etc. Assim, o ponto de articulação marca a localização,
podemos ver também, nesses verbos, os classificadores, como você pode observar no
exemplo:
REFLITA
#REFLITA#
3 SISTEMA PRONOMINAL
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/this-me-portrait-happy-preschool-curly-1632611956
Acesso em: 30 out. 2021
⮚ Pronomes Interrogativos
Interrogativa
1 – QUEM
Imagem 11 - Pronome interrogativo QUEM
Interrogativa
2 – Q-U-M
⮚ Pronomes Pessoais
● Primeira Pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NÓS-2, NÓS-3, NÓS-
4, NÓS-GRUPO, NÓS/NÓS-TOD@.
Felipe (2001) pontua como acontece a sinalização. Note que a direção da mão e
do olhar é determinante para a significância do sinal.
● Segunda pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): VOCÊ, VOCÊ-2, VOCÊ-
3, VOCÊ-4, VOCÊ-GRUPO, VOCÊS/VOCÊS-TOD@S
● Segunda pessoa do singular: VOCÊ
Apontar para o interlocutor (a pessoa com quem se fala)
● Terceira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): El@, El@-2, El@-3, El@-
4, El@-GRUPO, El@/El@TOD@)
No singular, o sinal para todas as pessoas é o mesmo, o que difere uma das
outras é a orientação da mão: o sinal para “eu” é um apontar para o peito do emissor (a
pessoa que está falando), o sinal para “você” é um apontar para o receptor (a pessoa
com quem se fala) e o sinal para “ele/ela” é um apontar para uma pessoa que não está
na conversa ou para um lugar convencionado para uma terceira pessoa que está sendo
mencionada.
No dual, a mão ficará com o formato do numeral dois (quantidade), no trial o
formato será do numeral três (quantidade), no quatrial, o formato será do numeral quatro
(quantidade). Para o plural existem dois sinais: um sinal composto, formado pelo sinal
para a respectiva pessoa do discurso (1ª, 2ª 3ª), mais o sinal GRUPO; e outro sinal para
plural que é feito pela mão predominante com a configuração em “d”, fazendo um
semicírculo à frente do sinalizador, apontando para as duas pessoas ou três pessoas do
discurso.
Como na Língua Portuguesa, na Libras, quando uma pessoa surda está
conversando, ela pode omitir a primeira pessoa porque, pelo contexto, as pessoas que
estão interagindo sabem a qual das duas o contexto está relacionado, por isso, quando
esta pessoa está sendo utilizada pode ser para dar ênfase à frase.
Quando se quer falar sobre uma terceira pessoa que está presente, mas deseja-
se uma certa reserva, por educação, não se aponta para esta pessoa diretamente. Nessa
situação, o enunciador faz um sinal com os olhos e um leve movimento de cabeça para
a direção da pessoa que está sendo mencionada, ou aponta para a palma da mão
encostando o dedo indicador da mão esquerda na mão direita um pouco à frente do peito
do emissor, estando o dorso da mão direita voltada para a direção onde se encontra a
pessoa referida (FELIPE, 2007, p. 142-143).
Diferentemente do Português, os pronomes pessoais na terceira pessoa não
possuem marca para gênero (masculino e feminino)
● Pronomes pessoais
EU (olhando para o receptor: 2ª pessoa)
VOCÊ (olhando para o receptor: 2ª pessoa)
EL@ (olhando para o receptor: 2ª pessoa)
⮚ Pronomes Possessivos
Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma é a
mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor, a outra é a
configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito – MEU-PRÓPRIO. Para
as segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda configuração em P, mas o
movimento é em direção à pessoa com que se fala (segunda pessoa) ou está sendo
mencionada (terceira pessoa), Capovilla e Raphael (2001).
Não há sinal específico para os pronomes possessivo no dual, trial, quatrial e
plural (grupo), nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes.
Exemplo: NÓS FILH@ “nossos(a) filhos(a).”
Os adjetivos são sinais que formam uma classe específica na Libras. Figueira
(2011) expõe essa relação apresentando-os sempre na forma neutra, não havendo,
portanto, nem marca para gênero (masculino e feminino), nem para número (singular e
plural). Muitos adjetivos, por serem descritivos e classificadores, apresentam
iconicamente uma qualidade do objeto, desenhando-a no ar ou mostrando-a a partir do
objeto ou do corpo do emissor.
⮚ Pronomes Indefinidos
Exemplos:
NINGUÉM (acabar)
NENHUM (não)
NENHUM-POUQUINHO
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/isolated-red-x-green-tick-black-789694312
Acesso em: 30 out. 2021
Para Quadros e Karnopp (2004, p. 52) conversar em qualquer língua não basta
conhecer as palavras, é preciso aprender as regras de combinação das palavras em
frases. As palavras, ou itens lexicais, são os sinais. Partindo do pressuposto que cada
língua tem um número determinado de unidades mínimas cuja função é determinar a
diferença de um sinal em relação a outro sinal,
Essa união de regras lexicais possibilita a transmissão de qualquer pensamento
visual não verbal e que se fundamenta através da cultura e identidade das comunidades
surdas. Consideramos aqui, a importância de que o sinal ao ser produzido nunca deve
ficar em frente aos olhos, e sim em frente ao tronco, facilitando a comunicação e
compreensão dos sinais.
Ressaltamos ainda que essa orientação é de suma importância para não se criar
sinais com movimentos sem sentido ou de difícil execução, já que a tendência das
línguas é a economia e redução de palavras para agilidade na compreensão do receptor.
Já analisamos a importância da criação correta dos sinais, mas será que é
imposta alguma restrição ou podemos executar os sinais de qualquer maneira? Siple
(1978) mostrou que propriedades do sistema de percepção visual restringem a produção
de sinais. A acuidade visual é maior na área da face, pois é onde o interlocutor fixa o
olhar e específica possíveis combinações entre as unidades mínimas (configuração de
mão, movimento, ponto de articulação e orientação de mão), na formação dos sinais.
Observe a figura a seguir:
Dessa forma, quando executamos o sinal, devemos prestar atenção se está sendo
realizado de forma correta e em uma área que o receptor consiga ver e interpretar.
Podemos citar, como exemplo, se a pessoa usa barba/bigode e vai fazer um sinal na
face, certifique-se que o sinal está sendo realizado limpo/sem impedimento/barreiras.
Por isso, pense nessas restrições físicas e linguísticas, como forma de nos
capacitar para fazermos os sinais corretamente. Como já compreendemos ao longo dos
nossos estudos, Libras não são gestos ou palavras soltas no ar, e nem é um sistema de
comunicação superficial, muito pelo contrário, o sinal foi criado com um objetivo a ser
cumprido.
Battison (1978) demonstra que na região facial existe um grande número de
diferentes locações, comparada à região do tronco. Além disso, CM mais complexas
(marcadas) ocorrem com maior frequência na região da face do que na região do tronco.
Essas observações relacionam-se perfeitamente com as colocações de Siple (1978), que
anteriormente apresentamos.
O sistema articulatório (fisiologia das mãos) é importante na produção de sinais,
pois a comunidade ouvinte tem pouca percepção visual e acaba errando ou distorcendo
o uso das CM. Por exemplo, o sinal correto para designar “língua de sinais”.
Imagem 28 - sinal: LÍNGUA DE SINAIS
Outro erro ou distorção visual nos aspectos de locação é fazer os sinais na frente
do rosto. Os sinais produzidos nunca devem ficar em frente dos olhos, e sim em frente
do tronco, conforme os exemplos abaixo:
Imagem 31 - sinais que apresentam dominância de uma das mãos para executar o sinal,
enquanto a outra mão atua como apoio
SAIBA MAIS
Existem algumas questões que podem ser pensadas na pesquisa de língua de
sinais e sua tradução, por exemplo: Como vamos traduzir de modo fidedigno a língua de
sinais através dos sinalizantes? Somos capazes de captar todos os sinais e sua
expressividade através de expressões faciais? Existem tantas questões que podem ser
resolvidas com uma ferramenta: transcrição de dados de língua de sinais. A transcrição
de língua de sinais é muito importante para a pesquisa de qualquer língua de sinais do
mundo. Através dela, podemos estudar, analisar, perceber, pesquisar, descrever, em
todos os níveis de análise, uma língua (fonológico, morfológico e sintático). Essa
ferramenta é recente nos estudos linguísticos de língua de sinais. Stokoe (1960) foi quem
realizou o primeiro trabalho com a Língua de Sinais Americana (ASL). A partir de então,
as línguas de sinais foram reconhecidas como língua, graças às pesquisas analíticas e
científicas.
Aqui no Brasil, a introdução da transcrição de língua de sinais foi realizada pela
linguista Brito (1982). O processo de transcrição de dados, desde então, vem sofrendo
adaptações de metodologias porque a língua de sinais, através da modalidade gesto-
visual e trimendisional, dificulta a captação de cada detalhe e do espaço de sinais. Os
avanços tecnológicos propiciaram uma melhor descrição das línguas de sinais, conforme
apresentam, Quadros; Pizzio (2007). Outros autores, McCleary e Viotti (2007),
mostraram a grande dificuldade nos sistemas de notação, ou seja, nas formas de
representar os sinais nos sistemas de transcrição de dados porque cada grupo de
pesquisa utiliza uma notação diferente ou adaptações de um mesmo sistema de notação,
de acordo com seu objeto de estudo, dificultando, assim, a padronização e propõem, no
futuro, o armazenamento dos trabalhos coletados em um único banco de dados,
acessível a qualquer pesquisador.
As línguas de sinais têm características próprias e existem sistemas de
convenções. Antigamente, usavam-se estas convenções (veja tabela a seguir) para
escrevê-las, utilizando vídeo para reproduzir a distância. Este sistema, conforme Felipe
(1988,1991,1993), é um “Sistema de notação em palavras” porque as palavras de uma
língua oral-auditiva são utilizadas para representar aproximadamente os sinais. Essas
convenções vêm sendo utilizadas para poder representar, linearmente, uma língua
espaço-visual, que é tridimensional. Veja abaixo a tabela comparando os estudos de
Brito (1982) e Felipe (1988,1991,1993).
Quadro 1 - Comparação dos estudos de Brito (1995) e Felipe (1988, 1991, 1993).
CATEGORIAS BRITO (1984) FELIPE (1988,1991,1993)
#SAIBA MAIS#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
A tese de doutoramento em linguística da pesquisadora Tanya Amara Felipe de
Souza (1998), intitulada: A RELAÇÃO SINTÁTICO-SEMÂNTICA DOS VERBOS E
SEUS ARGUMENTOS NA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) VOLUME I é
um excelente material complementar de pesquisas e estudos que teve como principal
objetivo estudar o verbo em uma língua de modalidade gestual-visual e estabelecer uma
classificação para os verbos da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Para se fazer este
estudo foi necessário repensar sobre tipologia de línguas, categorias gramaticais e fazer
uma pesquisa de campo para, através de dados elicitados, propor uma classificação para
os verbos dessa língua. A constituição do verbo, enquanto item lexical, possuidor de uma
raiz onde se agregam outros elementos que ou são marcas de concordância ou são
satélites, foi o foco de estudo. Através de uma abordagem morfológica, sintática e
semântica, o verbo foi apresentado como uma rede que, devido a regras de seleção
restritiva, seleciona seus argumentos, suas regras temáticas e suas alterações diátesis.
Existe, portanto, um frame verbal que induz a um frame temático que induz a uma frame
proposicional. Assim, os verbos da LIBRAS foram divididos em classes a partir do seu
sistema de flexão: gênero, número-pessoal e locativo. Os resultados obtidos neste
estudo trarão uma contribuição que ultrapassa o entendimento das línguas de sinais,
oferecendo subsídios à teoria geral da linguagem, demonstrando a aplicação àquelas de
princípios que vêm sendo propostos para a análise de línguas orais-auditivas.
Link: https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/4401/4/476265%20vol.I.pdf Acesso em: 09
set. 2021.
LIVRO
Título: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue Língua de Sinais Brasileira - LIBRAS
– Volume I e II
Autores: Fernando César Capovilla e Walquíria Duarte Raphael.
Ano: 2001.
Sinopse: o Dicionário da Língua de Sinais Brasileira (Libras) é resultado de vários anos
de pesquisa realizada pelos autores junto a professores especializados em educação de
surdos e informantes surdos, com o objetivo de fornecer um instrumento para a educação
bilíngue no Brasil. O dicionário documenta, em três línguas (português, inglês e libras)
cerca de 9500 verbetes, fornecendo com exatidão descrições da forma e articulação dos
sinais. Traz também ilustrações com o significado dessas convenções, permitindo à
criança pré-alfabetizada compreender o significado de cada sinal, sem a mediação da
escrita.
FILME/VÍDEO
FILME/VÍDEO 02
Título: Manuário
Ano: 2011.
Sinopse: Manuário é um programa que apresenta novos itens lexicais em Libras. É um
dicionário acadêmico bilíngue: Língua Brasileira de Sinais e Português. A pesquisa é
desenvolvida pela equipe do DESU- Departamento de Ensino Superior do INES/ Instituto
Nacional de Educação de Surdos. A cada episódio são apresentadas curiosidades,
cultura e história sobre a vida de filósofos, pensadores e personalidades marcantes. O
programa auxilia estudantes surdos, ouvintes e intérpretes, na leitura e aprendizado dos
sinais de cada personagem.
Link: http://tvines.org.br/?page_id=333
REFERÊNCIAS
BRITO, L.F. Por uma gramática da Língua de Sinais. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, UFRJ – Departamento de Linguística e Filosofia, 1995.
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de Línguas de Sinais. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro: UFRJ, Departamento de Lingüística e Filosofia, 1982.
FELIPE, T. A; Por uma tipologia dos verbos da LSCB. In: ENCONTRO NACIONAL
DA ANPOLL, 7, 1993 Goiânia, Anais... Goiânia: Lingüística, 1993.
SACKS, Oliver. Vendo vozes. Uma jornada pelo mundo dos surdos. Trad Alfredo
Barcellos Pinheiro Lemos, Rio de Janeiro: Imago, 1990.
Prezado(a) acadêmico(a)!