Você está na página 1de 45

CURSO BÁSICO DE

LIBRAS
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

PROFESSOR DE LIBRAS: MARCELO COSTA


Copyright © Secretaria de Estado de Cultura, 2017

Ficha Técnica Projeto de Libras

Assessoria de Inclusão da Pessoa com Deficiência


Érica dos Santos |Marcelo Costa| Marssicléa Brito | Mila Marques
Sheila Campos

Revisão
Marcelo Costa | Mila Marques

Equipe Técnica
Fabiana Nascimento |Layla Lopes | Marcelo Costa | Marssicléa Brito |
Mila Marques | Zumma da Silva

Projeto gráfico
Luiz Felipe Albuquerque | Márcia Lousan | Marcos Rodrigues | Sílvio Pinto Jr.

Ilustrações
Juliana Fonseca Mascarin | Luiz Felipe Albuquerque

Estagiários
Adriana Gomes de Lira | Adriano Vilaça | Cléia Brandão | Cris ne Brenda Gomes
Dienne da Silva e Silva |Lucrécio Brito | Nathalya Brandão | Pedro Aizamor
Sheila Poinho | Vanderlene Sena
08 Introdução
10 História da Libras
12 O que é Libras?
13 Quem são os surdos e quem são os ouvintes?
14 Culturas e identidades em questão
16 5 Parâmetros de Libras

1
19 Alfabeto em Libras
21 Numerais
24 Nome no Sinal
25 Saudações, períodos e expressões
28 Armativo/Negativo/Exclamativo
29 Adjetivos
MÓDULO 1 34 Pronomes Pessoais
36 Pronomes Interrogativos
38 Tempo
41 Dias da Semana
42 Calendário
44 Objetos
Cores 47
Sentimentos 50
Família 55
Estado Civil 57
Alimentação 59
Verduras 63
Frutas 65
Bebidas 67
2
Meios de Transporte 70 MÓDULO 2
Animais 73

3 79 Pontos Turísticos
81 Serviços
83 Meios de Comunicação
85 Instrumentos Musicais

MÓDULO 3
Natureza 88
Esportes 91
Jogos e Brincadeiras 93
Higiene 95
Saúde 98
Variados 1 101
Variados 2 105
Referência 111 MÓDULO 4
Módulo

1
CURSO BÁSICO
DE LIBRAS
Introdução

Há pessoas que acreditam que as línguas de sinais são somente um conjunto de gestos que
interpretam as línguas orais. No entanto pesquisas sobre a língua de sinais vêm mostrando que estas
línguas são comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais, expressando ideias
sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir filosofia, literatura ou política, além de
esportes, trabalho, moda e utilizá-la com função estética para fazer poesias, contar histórias, cantar, criar
peças de teatro e humor. Como toda língua, as línguas de sinais aumentam seus vocabulários com novos
sinais introduzidos pelas comunidades surdas em resposta às mudanças culturais e tecnológicas, assim a
cada necessidade surge um novo sinal desde que se torne aceito, sendo utilizado pela comunidade.
Acredita-se também que somente existe uma língua de sinais no mundo, mas como as pessoas
ouvintes em países diferentes falam diferentes línguas, também as pessoas surdas por todas as partes do
mundo comunicam-se mediante sinais de diferentes línguas, também as pessoas surdas por toda parte do
mundo, que estão inseridas em “Culturas Surdas”, possuem suas próprias línguas, existindo, portanto
muitas línguas de sinais diferentes, citando apenas algumas, como mostra o quadro na página seguinte.
Estas línguas são diferentes umas das outras e independem das línguas de sinais orais-auditivas
utilizadas nesses e em outros países, por exemplo: o Brasil e Portugal possuem a mesma língua oficial, o
português, mas as línguas de sinais destes países são diferentes. No entanto, também pode acontecer que
a mesma língua de sinais seja utilizada por dois países, como é o caso da língua de sinais americana que é
usada pelos surdos dos Estados Unidos e Canadá.

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 8


Embora cada língua de sinais tenha sua própria estrutura gramatical, surdos de países com línguas
de sinais diferentes comunicam-se com mais facilidade com os outros, fato que não ocorre entre falantes
de línguas orais, que necessitam de um tempo bem maior para um entendimento. Isso se deve à
capacidade que as pessoas surdas têm em desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas para a
comunicação e estarem atentos às expressões faciais e corporais das pessoas e devido ao fato dessas
línguas terem muitos sinais que se assemelham às coisas representadas.

Libras Língua Brasileira de Sinais

LGP Língua Gestual Portuguesa

SLN Sign Language of Netherlands

ASL American Sign Language

LSA Lengua de Señas Argentina

BSL British Sign Language

LSCH Lengua de Señas Chilena

LSF Langue des Signes Française

9 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


História da Libras

Em períodos remotos pessoas que apresentavam qualquer tipo de deficiência não frequentavam
escolas, a ideia da incapacidade perpetuou-se por longos anos. Nos países mediterrâneos uma lei romana
chegava a proibir a herança de fortunas familiares para os que não podiam falar. Há povos que
sacrificavam pessoas devido a sua deficiência e os surdos eram grandes alvos. Algumas famílias mais
abastadas contratavam professores que prestavam seus serviços em casa.
Aristóteles (384-322 a.C), considerava os surdos incapazes de ter participação social e de viverem
em comunidade. Na época da exclusão, período que se estende do início do século XVII (1620) e avança
sobre o século XX, foram fundadas diversas escolas especiais voltadas à educação de pessoas deficientes.
O sucesso de ações isoladas daqueles que trabalhavam em casa entusiasmaram a propagação dessas
metodologias para mais pessoas deficientes.
No século XVII surge a língua de sinais e a sua utilização no processo de ensino. O abade L’Epée foi
um dos grandes responsáveis por esse avanço. Ele reuniu surdos dos arredores de Paris e criou a primeira
escola pública para surdos e também a precursora no uso da língua de sinais. Essa modalidade de ensino
foi abafada pela força da Medicina e da Filosofia, que não acreditavam na capacidade da pessoa surda.
No Brasil, o principal personagem da história dos surdos não é um brasileiro e sim um francês.
Hernest Huet nasceu em 1822 e aos 12 anos ficou surdo. Sua família pertencia à nobreza daquele
país. Huet se formou professor e emigrou para o Brasil, em 1855. Apoiado por D. Pedro II, ele fundou, no dia
26 de setembro de 1857, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, hoje chamado de Instituto Nacional de
Educação de Surdos (INES).
Começou alfabetizando sete crianças com o mesmo método do abade L’Epée. Essa foi a primeira
escola a aplicar a língua de sinais na metodologia de ensino. Em 1880, durante o Congresso de Milão,
decidiu-se proibir o uso de língua de sinais na educação dos surdos. Essa deliberação ultrapassou as
fronteiras da Europa e refletiu-se nos surdos brasileiros. Em 1911, a direção do INES, referência nacional
em educação dos surdos, adotou o Oralismo, convencida de que os sinais atrapalhavam o
desenvolvimento da linguagem (RAMOS, 2000).
Na segunda metade do século XX, a comunicação total retoma a importância dos sinais para os
surdos; Preocupou-se apenas em utilizar simultaneamente todos os recursos, visuais e orais, para atingir
a comunicação.

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 10


LEGISLAÇÃO

Decreto 5.626 regulamenta a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002 Art.18 da Lei n°10.098 de
19 de dezembro de 2000

Ÿ Oficialização da Libras como língua;


Ÿ Difusão da Libras;
Ÿ Atendimento adequado nos sistemas de saúde;
Ÿ Inclusão da Libras nos cursos de formação de Educação Especial, Fonoaudiologia e
Magistério;
Ÿ A Libras não substitui a Língua Portuguesa escrita.

Lei nº 12.319 de 1º de setembro de 2010

Ÿ Regulamenta a profissão do tradutor e intérprete da Libras;


Ÿ Sobre a formação do intérprete e tradutor (cursos de educação profissional, cursos de
extensão universitária, formação continuada);
Ÿ Até o dia 22 de dezembro de 2015 a União, diretamente ou por intermédio de
credenciadas, promoverá, anualmente, exame nacional de proficiência em Tradução e
Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. (exames de proficiência).

11 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


O que é Libras? - Língua Brasileira de Sinais

A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS, define a Língua Brasileira de


Sinais – Libras como a língua materna dos surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por
qualquer pessoa interessada pela comunicação com esta comunidade. Como língua, está composta de
todos os componentes pertinentes às línguas orais, como gramática, semântica, pragmática, sintaxe e
outros elementos preenchendo assim, os requisitos científicos para ser considerado instrumento
linguístico de poder e força. Possui todos os elementos classificatórios identificáveis numa língua e
demanda prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua. (...) É uma língua viva e autônoma,
reconhecida pela linguística.
Segundo Sánchez (1990:17) a comunicação humana “é essencialmente diferente e superior a toda
outra forma de comunicação conhecida. Todos os seres humanos nascem com os mecanismos da
linguagem específicos da espécie, e todos os desenvolvem normalmente, independentes de qualquer fator
racial, social ou cultural”. Uma demonstração desta afirmação se evidencia nas línguas oral-auditiva
(usadas pelos ouvintes) e nas línguas viso-espacial (usadas pelos surdos). As duas modalidades de
línguas são sistemas abstratos com regras gramaticais. Entretanto, da mesma forma que as línguas orais-
auditivas não são iguais, variando de lugar para lugar, de comunidade para comunidade a língua materna
se refere aos surdos que nascem em famílias de surdos, onde a língua comum é a Libras. Já para surdos
que nascem em famílias ouvintes onde não há comunicação em Libras entendemos como Língua natural.
A Língua Brasileira de Sinais também varia. Dito de outra forma: existe a língua de sinais americana,
inglesa, francesa e varias outras línguas de sinais em vários países, bem como a brasileira.
A estrutura da Língua Brasileira de Sinais é constituída de parâmetros primários e secundários que
se combinam de forma sequencial ou simultânea. Segundo Brito (1995, p. 36 – 41) os parâmetros
primários que são, Configuração de Mãos, Ponto de Articulação, Movimento, Disposição das mãos,
Orientação da palma das mãos, Região de contato, Expressões.
Antes de começarmos nossa caminhada para o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais é
importantíssimo que você compreenda que esta língua não é a língua de um país, mas é a língua de um
povo que se autodenomina de Povo Surdo. Os surdos deste povo são pessoas que se reconhecem pela ótica
cultural e não medicalizada, possuem uma organização política de vida em função de suas habilidades,
neste caso a principal é a habilidadade visual, o que gera hábitos também visuais e uma língua também
visual. No entanto, a palavra – surdo – possui vários sentidos. O mais usado é aquele ligado à idéia de
doença, de falta, de incapacidade, de deficiência. Nem todos os surdos se identificam como surdos, há
aqueles que ouvem pouco e/ou usam a oralidade indentificando-se como deficientes auditivos, já outros
com o mesmo histórico preferem identificar-se como surdos, logo não se tem uma definição exata do
termo.

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 12


Quem são os surdos e quem são os ouvintes?

Neste curso quando nos referimos aos surdos, estamos nós referindo àqueles que utilizam a
Libras assim como você utiliza a Língua Portuguesa. Os surdos para identificar aqueles que não são
surdos costumam perguntar: - Você é ouvinte? Assim o termo ouvinte é uma forma de reconhecer o
não surdo. Talvez não tenha ficado claro o suficiente quem são os surdos e quem são os ouvintes, mas
com certeza gradativamente com o decorrer do curso você compreenderá o significado de tais termos.
Uma Pesquisadora Surda da Universidade Federal de Santa Catarina, Flaviane Reis, explica a
expressão Povo Surdo como “uma estratégia de poder, de identidade. O que constitui este povo? As
associações, organizações locais, nacionais e mundiais de surdos, as lutas, a cultura, as políticas. É
uma representação simbólica não como uma simples comunidade a quem podem impor regras, mas
como uma estrutura forte que se defende, impõe suas próprias regras, seus próprios princípios”.
(REIS, p. 19, 2006).
Quando falamos sobre cultura muitas coisas podem vir a nossa mente, há diferentes
culturas e diferentes modos de conceituar cultura, depende do espaço onde ela é discutida. Aqui,
neste espaço lingüístico, usamos o termo cultura para expressar “jeitos de ser e estar no mundo”, e
ressaltaremos a todo o momento os jeitos de ser e estar no mundo do povo surdo, ou seja, a Cultura
Surda.
Sobre Cultura Surda podemos dizer com as palavras de Sá (p.01, 2006) que “Cultura”, neste
texto, é definida como um campo de forças subjetivas que dá sentido(s) ao grupo”. No século XXI, mais
do que nunca, tem-se dado extremo valor à estética do corpo e da linguagem, mesmo que ocultamente
tem se mantido o paradigma da alta e da baixa cultura. O discurso que ecoa é que surdas são
pessoas deficientes, que precisam entrar na linha da normalização, precisa urgentemente ser igual à
maioria, precisam falar ver, ouvir, andar fazer parte de uma cultura ditapadrão para então serem
considerados incluídos na sociedade. O embate acontece exatamente porque existe um campo de
forças subjetivas que dá sentido(s) ao grupo,ou seja, existe a Cultura Surda e é a língua de sinaisa
marca subjetiva que dá sentido(s) a esta cultura.

13 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Culturas e identidades em questão

Os surdos são organizados social e politicamente, possuem um estilo de viver que é próprio de
quem usa a visão como meio principal de obter conhecimento. A cultura surda é também híbrida e mestiça,
pois não se encontra isolada no mundo, está sempre em contato direto com outras culturas e evolui da
mesma forma que o pensamento humano.
As Libras foram criadas e desenvolvidas por surdos do Brasil para a comunicação entre eles e existe
há tanto tempo quanto a existência das comunidades de surdos.
A maior divulgação da língua de sinais no Brasil começou quando foi fundado o Instituto Nacional da
Educação dos Surdos (INES) em 1857,chamada, então, de mímica. Sendo o INES a única escola para
surdos por muitos anos; funcionando em regime de internato, recebia alunos de todas as regiões do Brasil,
os quais, ao voltarem para suas cidades, nas férias, difundiam essa língua por todo país. Assim, a LIBRAS
difere da língua de sinais de Portugal. Como havia professor que dominava a Língua de Sinais Francesa no
INES, na sua fundação.
Libras hoje traz um pouco das características desta língua de sinais francesa e difere da língua de
sinais de portugal, embora os dois países, Brasil e Portugal tenham historicamente dividido a mesma
língua oral, a partir de um Congresso em Milão, Itália, em 1880, a filosofia educacional começou a mudar
na Europa e, consequentemente, em todo mundo. O método combinado que utilizava tanto sinais como o
treinamento em língua oral foi substituído em muitas escolas pelo método oral puro, o oralismo. Muitas
pessoas acreditavam que a única forma possível para que as crianças surdas se integrassem ao mundo
dos ouvintes seria falar e ler os lábios.
E assim muitas escolas passaram a insistir com os alunos surdos para que entendessem a língua
oral e aprendessem a falar. Os professores surdos já existentes nas escolas, naquela época, foram
afastados, e os alunos desestimulados a usarem a língua de sinais (mímica) tanto dentro quanto fora da
sala de aula.

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 14


Era comum a prática de amarrar as mãos das crianças para impedi-las de fazer sinais. Isso
aconteceu também no Brasil. Mas apesar dessas tentativas de desestimular o uso da língua de sinais, a
Libras continuou sendo a língua preferida da comunidade surda. Os surdos, quando viram que o uso de
sinais estava proibido, reconheceram e consideram a Libras como língua natural, a qual reflete valores
culturais e guarda suas tradições e heranças vivas.

O que você precisa saber antes de começar

MITO FATO

LÍNGUAS DE SINAIS NACIONAIS são diferentes porque eles


LÍNGUAS DE SINAIS SÃO
desenvolvem dentro comunidades Surdas separadas. Há
UNIVERSAIS
um pouco de semelhança em gramática, mas diferenças
(mesmo no mundo inteiro) grandes em vocabulário.

LÍNGUAS DE SINAIS NÃO LÍNGUAS DE SINAIS são sistemas linguísticos organizados


TEM NENHUMA que são passado por uma comunidade de signatários.
GRAMÁTICA Pesquisa no mundo inteiro mostra que LÍNGUAS DE SINAIS
(É gesto e mímica) tem muitas regras gramaticais e estruturas.

LÍNGUAS DE SINAIS TEM


LÍNGUAS DE SINAIS tem milhares de sinais e muitos modos
UM VOCABULÁRIO
de criar sinais novos. Pessoas surdas podem falar sobre
PEQUENO
qualquer coisa.
(poucos sinais)

Sinais são símbolos com significados – Você tem que saber


LÍNGUAS DE SINAIS SÃO o idioma e os significados para entender “o desenho”
DESENHOS NO AR inteiro. LÍNGUA DE SINAIS é mais complexo que há pouco
se imagina ou mímica.

15 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


5 Paramêtros de Libras

Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado
formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo, espaço em frente ao corpo,
altura, lateralidade e profundidade.

Configuração das Mãos: são formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou
outras feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou pelas duas mãos do emissor ou
sinalizador. Os sinais APRENDER (em frente à testa), SÁBADO (em frente à boca), OUVIR (ao lado do
ouvido) e GOSTAR (em frente ao peito) têm a mesma configuração de mão e sua utilização vai depender do
ponto de articulação.

APRENDER

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 16


2 Ponto de Articulação: é o lugar onde se incide a mão predominante configurada, podendo esta
tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até a cabeça) e
horizontal (à frente do emissor). Os sinais TRABALHAR, BRINCAR e BICICLETA são feitos no espaço neutro
e os sinais ESQUECER, APRENDER e PENSAR são feitos na testa.

TRABALHAR BICICLETA ESQUECER PENSAR

3 Movimento: os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima tem movimento,
com exceção de PENSAR, que como os sinais AJOELHAR, EM-PÉ, não tem movimento.

Com Movimento
AVIÃO HELICÓPTERO

Sem Movimento
EM PÉ PENSAR DE JOELHOS

17 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


4 Orientação: os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar ideia de
oposição, contrário ou concordância número-pessoal, como os sinais ELA/ELE/VOCÊ, CONHECER, COM
LICENÇA e ESTUDAR.

ELA | ELE VOCÊ CONHECER

COM LICENÇA ESTUDAR

5 Expressão Facial e/ou Corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados acima,
em sua configuração têm como diferenciador também, a expressão facial e corporal, como os sinais
ALEGRE, CHORAR, TRISTE. Há sinais feitos somente com a bochecha como LADRÃO.

ALEGRE CHORAR TRISTE LADRÃO

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 18


Alfabeto em Libras

A B C CD ((

EFG H I
J K L M N
OPQ R S
T U V W X
Y Z

19 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Atividade
Escreva a palavra ou frase que estão formadas em datilologia abaixo:

oNIBUS
HOJE e
DIA 9

VEXAME

KETCHUP

CULTURA

QUEIJO

FEITO

ZEBRA

GARRAFA

SALADA

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 20


Numerais

Os numerais quando utilizados podem ter formas diferentes para se apresentar, assim como as
línguas. Isso também acontece em Libras quando utilizamos para apresentar os numerais cardinais,
ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas e valores monetários. Neste módulo,
serão apresentados os numerais em relação às situações mencionadas acima.
Cardinais : Usado como código representativo é sinalizado da seguinte forma:

0 1 2 3 4

0 1 234
5 6 7 8 9

5 67 8 9
Exemplo: número do telefone, número da caixa postal, número da casa, número da conta no banco etc.

Dica!
• Os numerais ordinais do PRIMEIRO até o NONO têm a mesma forma dos cardinais, mas aqueles possuem
movimentos enquanto estes não possuem.
• Os ordinais do PRIMEIRO até o QUARTO têm movimentos para cima e para baixo e os ordinais do QUINTO
até o NONO têm movimentos para os lados. A partir do numeral DEZ, não há mais diferença entre os
cardinais e ordinais.

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 21


Quantidade

Usado para quantidades. São sinalizados com adição de movimento, porém há diferenças na
configuração de mão e no posicionamento dos números de 1 a 4, observe:

1 2 3 4

5 6 7 8 9

5 67 8 9
Exemplo: quantidade de canetas, mesas, pessoas etc.

22 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Atividade

Observe as imagens abaixo e escreva em português o sinal a que correspondem:

16 40 58

906 731 362

111 555 031

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 03


23
Nome
Nomenono
Sinal
Sinal

MEU NOME
MEU NOME MEU SINAL
MEU SINAL

SEU NOME
SEU NOME SEU SINAL
SEU SINAL

24 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Saudações, períodos e expressões

OLÁ!

TUDO BEM? LIBRAS

OUVINTE

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 25


BOM DIA

BOA TARDE

BOA NOITE

MANHÃ TARDE NOITE

26 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


BEM-VINDO POR FAVOR

QUERO TE APRESENTAR

DESCULPA OBRIGADO/AGRADECER COM LICENÇA

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 27


Afirmativa
SIM

Negativa

NÃO

Exclamativa

!!!!!!!!

28 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Adjetivos

GORDO GROSSO FINO

MAGRO ALTO BAIXO

GRANDE GIGANTE

PEQUENO

OU OU

29 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


FRACO FORTE (PESSOA)

FORTE (OBJETO) MAL/MAU USADO

DURO MOLE

DIFÍCIL FÁCIL

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 30


LEVE PESADO

FEIO(A) BONITO(A)

JOVEM/ADOLESCENTE VELHO (PESSOA)

NOVO VELHO (OBJETO)

31 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Atividade

Marque a figura com sinal correspondente ao adjetivo:

( ) GROSSO
( ) BONITO
( ) MAGRO
( ) VELHO PESSOA

( ) GORDO
( ) USADO
( ) ALTO
( ) FEIO

( ) GRANDE
( ) DIFÍCIL
( ) MOLE
( ) PEQUENO

( ) FORTE (PESSOA)
( ) VELHO (OBJETO)
( ) FÁCIL
( ) MAL/MAU

( ) FRACO
( ) PEQUENO
( ) FORTE (OBJETO)
( ) DURO

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 32


( ) BAIXO
( ) LEVE
( ) PESADO
( ) NOVO

( ) BONITO
( ) FEIO
( ) FINO
( ) ALTO

( ) MOLE
( ) GROSSO
( ) GIGANTE
( ) DURO

( ) JOVEM
( ) GORDO
( ) MAL/MAU
( ) DIFÍCIL

( ) MOLE
( ) EDUCADO
( ) FÁCIL
( ) FRACO

33 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Pronomes Pessoais

Na Língua Brasileira de Sinais, há uma forma de representar pessoas no discurso, ou seja, um


sistema pronominal, para tanto se usa as seguintes configurações de mão:
Singular - Todas as representações tem a mesma configuração, mudando somente a orientação.

Pessoas no Singular

1ª:EU 2ª:VOCÊ 3ª:ELE

Plural - A configuração muda conforme o número de participantes, mudando também a orientação


conforme a pessoa do discurso. A direção da mão e do olhar é determinante na significação do sinal.

NÓS TODOS ELES TODOS VOCÊS TODOS

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 34


Pessoas Plural

1ª PESSOA DO PLURAL

NÓS DOIS NÓS TRÊS NÓS QUATRO

2ª PESSOA DO PLURAL

VOCÊS DOIS VOCÊS TRÊS VOCÊS QUATRO

3ª PESSOA DO PLURAL

ELES DOIS ELES TRÊS ELES QUATRO

35 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Pronomes Interrogativos

As expressões faciais gramaticais sentenciais estão ligadas às sentenças:


INTERROGATIVAS:

COMO? POR QUÊ?

ONDE? PRA QUÊ?

O QUÊ?/QUEM? QUAL?

QUER? QUANDO?

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 36


Atividade
Pronomes

37 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Tempo

ANTEONTEM ONTEM HOJE

AGORA AMANHÃ DIA

SEMANA MÊS

TODO DIA FUTURO ANO

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 38


Advérbio de Tempo

Em Libras não há marca de tempo nas formas verbais, é como se, nas frases, muitos verbos
ficassem no infinitivo. O tempo é marcado sintaticamente através dos advérbios de tempo que indicam se a
ação está ocorrendo no presente: HOJE, AGORA; se ocorreu no passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá
ocorrer no futuro: AMANHÃ, por isso os advérbios de tempo são específicos. Geralmente a frase, no
presente, não é marcada, ou seja, não há nenhuma especificação temporal; já para a frase no passado,
pode-se utilizar o sinal PASSADO ou o sinal JÁ, e para a frase no futuro, pode-se utilizar o sinal FUTURO.

PASSADO JÁ

Dica!
• Nenhuma marca faz ideia de tempo presente;
• PASSADO: traz a ideia de ação/evento que foi realizado;
• FUTURO: traz ideia de ação/evento que será realizado.

39 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Atividade

Forme uma frase com os advérbios de TEMPO:

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 40


Dias da Semana

DOMINGO SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA

QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA

SÁBADO DIA DA SEMANA

41 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Calendário

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO

ABRIL MAIO

JUNHO JULHO

AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO

NOVEMBRO DEZEMBRO

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 42


Atividade

Observe as imagens e interligue corretamente ao seu sinal em libras:

MAIO

SETEMBRO

DEZEMBRO

ABRIL

AGOSTO

JUNHO

43 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS


Objetos

AR-CONDICIONADO ARMÁRIO

COMPUTADOR FOGÃO VENTILADOR

GELADEIRA MESA

PANELA CADEIRA

CURSO BÁSICO DE LIBRAS SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA 44


Atividade

Observe as imagens e interligue corretamente ao seu sinal em libras:

FOGÃO

AR-CONDICIONADO

GELADEIRA

CADEIRA

45 SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA CURSO BÁSICO DE LIBRAS

Você também pode gostar