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GLÊNIA SESSA

• Graduada em Pedagogia Bilíngue (INES- 2009).


• Certificada em Proficiência na Tradução e Interpretação da Libras/Língua
Portuguesa- Nível Superior (UFSC- 2010).
• Pós Graduada em Administração de Empresas (FGV- 2011).
• Doutoranda e Mestre em Linguística (UERJ).
• Professora SENAC e UFRJ.
AULA 1
Por que eu devo aprender Libras?
• A Língua Brasileira de Sinais foi reconhecida como meio legal de comunicação
e expressão pela Lei 10.436/2002.

• Total de pessoas no Brasil surdas ou deficientes auditivas de acordo com o


IBGE: 9,7 milhões /2010.

• Total de pessoas no Brasil surdas ou deficientes auditivas de acordo com a


OMS (inclui perdas mais leves): 28 milhões/2010.
Além de aprender uma segunda língua, você
pode ser um agente de inclusão social!
ENTENDENDO UM POUCO SOBRE AS
LÍNGUAS DE SINAIS E O MUNDO DOS SURDOS

1) A Língua de Sinais é universal?


A Língua de Sinais não é universal, cada país tem a sua
própria. Dessa forma, quando um surdo aprende uma segunda
Língua de Sinais, por exemplo, ele utiliza sinais com sotaque
estrangeiro. Assim, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é
diferente da Língua de Sinais Americana (ASL), assim como
essas são diferentes da Língua de Sinais Italiana, Japonesa e
assim por diante (QUADROS; KARNOPP, 2004).
2) LIBRAS: Língua ou Linguagem?
A Língua de Sinais apresenta todos os
elementos classificatórios identificáveis de uma
língua. Ela tem sua estrutura gramatical própria e é
reconhecida linguisticamente como uma nova
modalidade da capacidade de linguagem. Sendo
assim, seu aprendizado demanda tempo e prática,
como em qualquer outra língua (QUADROS;
KARNOPP, 2004).
3) Seriam as Línguas de Sinais inferiores às
Línguas Orais?

As Línguas de Sinais não são simplesmente uma


versão manual das Línguas Orais. Elas são
completamente independentes. Portanto, a Língua de
Sinais, assim como a língua falada, é composta por sua
própria gramática, semântica, pragmática, sintaxe e
outros elementos que preenchem os requisitos básicos
para ser considerada um instrumento linguístico
eficiente. Esses aspectos constituem uma configuração
sistêmica de uma nova modalidade de língua
(QUADROS; KARNOPP, 2004).
4) Seriam as línguas de sinais capazes de transmitir
conceitos abstratos?
Sim! As Línguas de Sinais são completamente capazes de
transmitir conceitos abstratos e não somente conceitos
concretos conforme algumas pessoas pensam
equivocadamente.
De acordo com a Lei 10.436/2002, artigo 1º , parágrafo
único:
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a
forma de comunicação e expressão, em que o sistema
linguístico de natureza visual-motora, com estrutura
gramatical própria, constituem um sistema linguístico de
transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de
pessoas surdas do Brasil.
5) A nomenclatura Surdo-Mudo está correta?
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e
dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e
expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros
recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais
- Libras a forma de comunicação e expressão, em que o
sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura
gramatical própria, constituem um sistema linguístico de
transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de
pessoas surdas do Brasil.
Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em
geral e empresas concessionárias de serviços públicos,
formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da
Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de
comunicação objetiva e de utilização corrente das
comunidades surdas do Brasil.

Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias


de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir
atendimento e tratamento adequado aos portadores de
deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em
vigor.
Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas
educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal
devem garantir a inclusão nos cursos de formação de
Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em
seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira
de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme
legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não
poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


NUMERAIS CARDINAIS (0 - 9)
EXERCÍCIO: FAÇA A DATILOLOGIA (SOLETRAÇÃO UTILIZANDO O
ALFABETO MANUAL) DO NOME DA PESSOA E SINALIZE A SUA IDADE.

NOME: CAROLINA
IDADE: 5 ANOS

NOME: ANA MARIA


IDADE: 84 ANOS
EXERCÍCIO: FAÇA A DATILOLOGIA (SOLETRAÇÃO UTILIZANDO O
ALFABETO MANUAL) DO NOME DA PESSOA E SINALIZE A SUA IDADE.

NOME: LUCAS
IDADE: 32 ANOS

NOME: OSMAR
IDADE: 67 ANOS
O SINAL DE BATISMO
a- Representa iconicamente uma característica da pessoa. Por exemplo:
O SINAL DE BATISMO
b- Representar a profissão de uma pessoa e uma característica.
Por exemplo:

PROFESSORA MAGRA
O SINAL DE BATISMO
c- Representar um número, que a pessoa passou a ter na caderneta de
sua turma de escola, ou a primeira letra do nome da pessoa.
Por exemplo:

NELSON PIMENTA
(SEU NÚMERO NA ESCOLA ERA O 6)

O sinal pessoal pode ser, portanto, uma representação visual de uma


pessoa ou um atributo. (FELIPE, 2007).
O USO DO “@” NA TRANSCRIÇÃO DOS SINAIS

Na Libras não há desinência para gênero


(masculino ou feminino). O sinal representado por
palavra da língua portuguesa que possui marcas de
gênero está terminado com o símbolo @ para reforçar a
ideia de ausência e não haver confusão. (FIGUEIRA,
2011).

Exemplos: AMIG@ (amigo ou amiga)


FRI@ (frio ou fria)
MUIT@ (muito ou muita)
EL@ (ele ou ela)
ME@ (meu ou minha)
Referências
BRASIL Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua
Brasileira de Sinais e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, 25 abr. 2002.

FELIPE, Tanya A; MONTEIRO, Myrna S. Libras em Contexto: curso


básico, livro do professor instrutor – Brasília : Programa Nacional
de Apoio à Educação dos Surdos, MEC: SEESP, 2007

QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira. Estudos


linguísticos. Porto Alegre: Artmed; 2004.

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